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Revolução Industrial

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Revolução Industrial
Vocês sabem o que foi a Revolução Industrial?
Definição de Revolução Industrial colocada no livro: conjunto de transformações ocorridas na Europa Ocidental (séculos XVIII-XIX) diretamente relacionadas à substituição do trabalho artesanal, que utilizava ferramentas, pelo trabalho assalariado, em que predominava o uso de máquinas.
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII e estendeu-se para outros países a partir do século XIX. 
Do artesanato a produção mecanizada
Antes de a revolução acontecer, a maioria das pessoas vivia no campo ou em vilarejos, trabalhavam em pequenos grupos e produziam aquilo que precisavam para sobreviver (alimentos, roupas e objetos). Praticavam atividades agrícolas e pastoris e o artesanato. No artesanato era o artesão que controlava as diversas fases da produção, ele tinha que conhecer todo o processo produtivo e era o dono das matérias primas, as instalações, as ferramentas. Era uma atividade manual, ele trabalhava sozinho ou com a ajuda de alguns familiares.
No livro didático tem um exemplo disso com os alfinetes, onde Adam Smith diz que o artesão que fizesse alfinetes precisava conhecer as diversas tarefas dessa atividade, devia saber endireitar o arame, cortá-lo, afiar uma ponta, colocar a cabeça na outra extremidade e dar o polimento final.
Essa forma de produção artesanal caseira era a mais comum, mas em alguns países como a Inglaterra e a França, havia a produção organizada em manufaturas, que eram grandes oficinas onde vários artesãos faziam as tarefas manuais sob o controle do dono da manufatura. Eles trabalhavam em troca um salário e como esses salários eram baixos os donos das manufaturas podiam vender seus produtos com um preço mais baixo que os produtos dos artesãos.
Nessas manufaturas tinha o processo de divisão do trabalho, onde tinham as linhas de produção e montagem. Cada trabalhador cumpria uma tarefa específica, usando de novo aquele exemplo do Adam Smith da produção de alfinetes, um puxava o arame, outro endireitava, um terceiro cortava e assim por diante. Dessa forma se teve um aumento da produtividade porque como o trabalhador passava o dia fazendo a mesma tarefa ele se tornava mais rápido, pegava prática naquilo.
A etapa final foi a maquinofatura, surgiram as primeiras fábricas, os trabalhadores passaram a trabalhar com as máquinas. Foi essa etapa que se consolidou a Revolução Industrial.
Mas porque na Inglaterra? 
Pioneirismo inglês na industrialização
O fato de ela acontecer na Inglaterra não foi coincidência, ao longo da Idade Moderna, os burgueses da Inglaterra acumularam capitais com a concentração de terras em poucas mãos e com a expansão do comércio, assim eles deram um impulso a esse processo de produção industrial. A Inglaterra ter a mais importante zona de livre comércio da Europa e um sistema de créditos financeiros bem desenvolvidos foram fatores que contribuíram para a burguesia expandir o comércio marítimo e acumular capitais. Então, burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados. REVER
------ Processo do cercamento, os camponeses sendo expropriados das duas terras para que elas fossem cercadas para a criação de ovelhas, para a fabricação de lã, para a lã servir as tecelagens.
Nesse período, a lã da Inglaterra conquistou um espaço considerável no mercado europeu e muitas das antigas terras, (terras comunais= onde os camponeses tinham o direito de utilizar para caçar, pescar e usar como pasto para seus animais, mesmo não sendo os proprietários.) onde os camponeses moravam e trabalhavam transformaram-se em cercamentos, áreas cercadas para criação de ovelhas. A lã das ovelhas abastecia as indústrias têxteis, com isso os camponeses foram expropriados das terras e tiveram que migrar para as cidades, em busca de trabalho nas manufaturas, disponibilizando um grande contingente de mão-de-obra, o que mantinha os salários baixos. Isso foi o chamado êxodo rural.
Também tiveram condições naturais que favoreceram a Inglaterra para a revolução ter inicio la. Ela é uma ilha situada a margem da Europa Ocidental e isso facilitou o comércio marítimo e a exploração das grandes mercados ultramarinos. E no subsolo haviam jazidas de carvão supriam de energia as indústrias.
Urbanização
A população urbana aumentou rapidamente, na Inglaterra teve-se um salto populacional a partir de 1750: de 6,5 milhões de habitantes nesse ano, a população aumentou 16,3 milhões em 1801 e para 27,5 em 1851.
Mudanças na produção e no trabalho
Os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, passaram a trabalhar para um patrão, como empregados ou operários, onde não eram donos de nenhum instrumento de produção, não eram donos das instalações, do dinheiro do investimento, das máquinas, do produto final nem do lucro. Eles eram donos apenas da sua força de trabalho, que vendiam em troca de um salário. 
Principais invenções técnicas do período
A lançadeira volante de John Kay, que era o aperfeiçoamento dos teares manuais e possibilitava a produção de tecidos mais largos. O tear mecânico de Cartwright, que produzia o equivalente ao trabalho de duzentas pessoas. A máquina a vapor de James Watt.
Exploração dos trabalhadores
As sociedades modernas atraíram os pobres para as grandes cidades e os coloca em bairros com pouca circulação de ar, nenhuma cidade consegue ser tão pura e rica de oxigênio como uma região rural. Nesses bairros eles vivem amontoados em lugares pequenos e úmidos, usam roupas de má qualidade que não protege-os do frio, consomem alimentos adulterados, são acumulados sobre eles todos os males possíveis. Priva-os de todos os prazeres exceto do sexo e da bebida. E se esses pobres resistirem a tudo isso eles perdem o emprego.
Testemunhos confirmam que as habitações e as condições de vida dos trabalhadores podem causar inúmeras doenças. Com a alimentação de má qualidade quase todos os operários tem estomago afetado e as crianças consomem apenas metade do que é necessário para matar a fome na infância um período em que a alimentação é muito importante. A consequência disso é o enfraquecimento físico de toda a população operária.
Muitos trabalhadores procuram as tabernas (bares) para se distrair. Eles chegam em casa exaustos, encontram uma habitação sem nenhuma comodidade, precisam de qualquer coisa para se distrair, isto leva-os a ingerir o álcool, pois assim conseguem esquecer pelo menos por algumas horas de embriaguez o situação em que vivem. Esses pais alcoólatras oferecem bebida aos próprios filhos.
Os médicos da Inglaterra cobram muito caro por seus honorários, os trabalhadores não têm condições de pagar, por isso muitas vezes recorrem a charlatões e seus produtos baratos que se forem ingeridos em doses grandes e repetitivas podem prejudicá-los ainda mais. Muitas mulheres dão esses produtos para seus filhos achando q vão crescer fortes, mas o que acontece é que isso os prejudica e a maioria morre antes dos dois anos.
É raro encontrar homens fortes entre os operários, são quase todos frágeis, magros, pálidos, eles envelhecem prematuramente e morrem jovens porque seu organismo não consegue resistir a doenças.
Em muitas famílias a mulher também trabalhava fora e seus filhos ficavam trancados em casa ou sob os cuidados de outras pessoas. Com a ausência dos pais centenas de crianças morrem dos mais variados acidentes, os mais comuns eram devido a queimaduras graves de fogo ou água fervente. Não se sabe se essa morte não pode ser um beneficio que poupa as crianças de uma vida de miséria e de sofrimento. E a burguesia se mantém sem nenhuma preocupação.
As poucas escolas que funcionavam durante a semana eram freqüentadas por uma minoria de trabalhadores, pois durante o dia eles trabalhavam e durante a noite estavam exaustos depois de longas horas de trabalho. E os professores dessas escolas não têm a formação moral necessária ao educador. E as crianças também não estudam porque boa parte delas trabalham nas fábricasou em casa. 
Os trabalhadores eram condenados a um trabalho forçado, exaustivo, em longas jornadas. Nada é mais terrível que fazer todos os dias, de manha ate a noite, um trabalho que não se gosta, um trabalho repetitivo pois com a divisão do trabalho na maior parte das indústrias o trabalho se repete, minuto a minuto, ano a ano.
Os operários são totalmente diferentes dos burgueses, o operário é muito mais humano que o burguês, mais amável, mais sociável, para ele o dinheiro vale apenas pelo que lhe permite comprar, já para o burguês o dinheiro é muito mais importante, ele vê na acumulação de riquezas o único sentido da sua vida.
Movimentos operários
As grandes cidades são o berço dos movimentos operários, os operários começam a se dar conta que são oprimidos, percebem que fracos individualmente, unidos constituem força. Foi nas grandes cidades que eles começam a pensar nas suas condições de vida e lutar.
Houve casos de grupos operários que invadiram fábricas e destruíram máquinas. Para eles as máquinas representavam o desemprego, a miséria e os salários baixos. Posteriormente, muitos trabalhadores perceberem que a luta do movimento operário não devia ter contra a máquina, mas contra o sistema de injustiças criado pelo capitalismo industrial. No final do século XVIII, surgiram na Inglaterra organizações operárias que iniciaram a luta por melhores salários e melhores condições de vida para o trabalhador.
Movimento Ludista
A primeira forma de revolta coletiva foi o movimento ludista, o nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Esse movimento aconteceu em 1811, os revoltosos invadiram fábricas e destruíram as máquinas e as instalações. Esse movimento foi desarticulado com a mobilização de 10 mil soldados e desapareceu depois do enforcamento do último condenado em 1816. 
Além de organizar grupos para destruir máquinas a noite, os ludistas enviavam cartas ameaçadoras aos proprietários das máquinas.
Movimento Cartista
Duas décadas depois do enforcamento do último ludista, os operários ingleses tentaram outra forma para reivindicar melhores condições de trabalho, o chamado movimento cartista, que foi organizado pela "Associação dos Operários". Eles escreveram a “Carta da Povo”, onde pediam um conjunto de reformas aos governantes. Exigiam melhores condições de trabalho como: - melhoria das condições e das jornadas de trabalho, a regulamentação do trabalho feminino, a extinção do trabalho infantil e a folga semanal.
Trade-Unions e Sindicatos
Os operários perceberam que a união era fundamental para se contrapor ao poder burguês, então criararam os “trade-unions”, associações formadas pelos operários, mas que possuiam uma evolução muito lenta nas reivindicações que faziam. Então evoluiram e formaram os sindicatos, que eram sistemas de organização que defendiam seus direitos, eram os focos de resistência à exploração capitalista. Mas eles tinham muita dificuldade de atuação.
Expansão da Revolução Industrial
As três etapas da Revolução Industrial:
Primeira etapa: De 1760 a 1860, ficou limitada, basicamente, a Inglaterra. O maior destaque foi o desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. E o aperfeiçoamento das máquinas a vapor teve grande importância para o progresso das fábricas.
Segunda etapa: De 1860 a 1900, se espalhou por países como a Bélgica, França, Alemanha, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão. Nessa etapa, as principais inovações técnicas foram a utilização do aço, o aproveitamento da energia elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a invenção do motor a explosão, da locomotiva e do barco a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos. Também foram inventados meios de comunicação, como o telégrafo, o telefone, o rádio e o cinema. 
Terceira etapa: Aconteceu a partir de meados do século XX, teve-se o impacto de novas tecnologias, como o microcomputador, a microeletrônica, a robótica e a engenharia genética. Um dos aspectos dessa etapa é o aumento da produtividade com a utilização de um número cada vez menor do trabalhador.

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