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Apost ANÁLISE HOR E VERTICAL

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Gestão do Patrimonio
n. 5 - Analise das Demonstrações Contabeis
Prof. Maria José Suzumura
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL 
 
1 - Análise Vertical 
A Análise Vertical é obtida pela transformação dos valores de um grupo qualquer dos demonstrativos contábeis em percentuais; com isso, podemos visualizar melhor a importância de cada grupo no total que estamos considerando. 
Podemos aplicar a Análise Vertical a qualquer conjunto de valores, bastando considerar o total do conjunto como sendo 100% e apurarmos o percentual de cada elemento do conjunto em relação a esse total. 
Exemplo: Vamos efetuar a Análise Vertical do grupo Ativo Circulante de um Balanço Patrimonial hipotético: 
Pela Análise Vertical, podemos, por exemplo, perceber mais facilmente que as Disponibilidades, apesar de crescer, de X0 para X1, em valores absolutos, decresceu em valores relativos. 
 
2 - Análise Horizontal 
A Análise Horizontal mostra o crescimento dos itens dos demonstrativos contábeis de um período para outro, visando caracterizar tendências. 
É sempre realizada através de índices. 
O índice do ano-base é 100 e os anos subseqüentes são expressos em relação ao ano-base. 
Vejamos o seguinte exemplo: 
Quando estamos montando as planilhas de demonstrativos, é recomendável mostrar apenas a variação em relação ao ano-base; no exemplo, Receita Operacional Líquida seria apresentada como 236,3% (336,3 - 100). 
Para verificarmos se houve crescimento real ou não, devemos comparar o índice obtido com a taxa de inflação do período; no caso, se a inflação foi superior ao índice, houve um decrescimento, caso contrário, houve um crescimento real no período. 
ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL 
A transformação dos valores das demonstrações financeiras em informações é de grande valia para a análise financeira, no objetivo de melhorar sua visibilidade e possibilitar a identificação de pontos positivos ou negativos. Esse instrumento básico tem sido denominado de Análise Vertical e Análise Horizontal. 
A Análise Vertical caracteriza-se como uma análise de estrutura ou participação e a Análise Horizontal consiste em uma mensuração da variação de crescimento ou decréscimo dos elementos constantes nas demonstrações contábeis. 
Até pouco tempo atrás a elevada inflação, as diversas alterações de procedimentos contábeis em função de legislação comercial, fiscal ou no mercado de capitais e a própria dinâmica da economia brasileira não estimulava muito os analistas a usarem mais intensamente as possibilidades da Análise Vertical e Horizontal. 
Porém numa economia estável como a que se verificou nos últimos anos, no Brasil, este tipo de análise ganhou importância. 
Análise Vertical (de Estrutura ou de Composição) 
A idéia desta análise consiste no seguinte: estabelecer um item como base e a partir daí verificar quanto cada um dos demais itens representa em relação àquela escolhida como base. 
De outra forma: "É a análise da estrutura do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, buscando evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e dos itens dos resultados em relação a sua base ou o todo a que faz parte". 
No Balanço Patrimonial nesse tipo de análise, convencionou-se adotar como 100,00% (base) o total do ativo e do passivo. Para a Demonstração de resultados, convencionou-se adotar como 100,00% (base) o valor da receita líquida de vendas. 
A Análise Vertical pode ser Sintética ou Analítica: 
a) Sintética: mostra a participação de cada grupo, subgrupo e conta em relação ao todo que faz parte; 
b) Analítica: mostra a participação de cada conta em relação ao grupo ou subgrupo a que pertence. 
No exemplo com demonstrações financeiras com dados teóricos e resumidos, apresentamos a metodologia de cálculo da Análise Vertical: 
 
A Análise Vertical do Balanço Patrimonial é feita assumindo como 100,00% o total geral do ativo e do passivo mais patrimônio líquido, calculando-se quanto representa cada elemento patrimonial ou grupo de contas em relação ao total, obtendo-se, assim, a estrutura de participação ou composição dos elementos que compõe a demonstração contábil. A fórmula de cálculo da Análise Vertical do Balanço Patrimonial é utilizando uma regra 
de três simples: 
 
Assim, já podemos analisar este Balanço Patrimonial, pois pela Análise Vertical constatamos que no Ativo Circulante (ou Capital de Giro) estão aplicados 43,90% dos recursos; no Realizável a Longo Prazo temos aplicados 2,44% e no Ativo Permanente (ou Capital Fixo) estão aplicados os restantes 53,66% dos recursos. 
Analisando as fontes dos recursos observamos que o Passivo Circulante representa 34,14% e o Exigível a Longo Prazo 4,88%, indicando que a empresa tem 39,02% dos recursos provenientes de Capitais de Terceiros e conseqüentemente o restante dos recursos que representam 60,98% são provenientes do Capital Próprio, pois se encontram registrados no Patrimônio Líquido. 
A análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício é muito mais significativa do que a do Balanço Patrimonial, pois, pelo fato de atribuir 100,00% a receita líquida de vendas, permitindo uma visão da estrutura ou da composição dos custos e despesas da empresa, em termos de percentual sobre as vendas. Essa análise deve ser explorada ao máximo, pois permite extrair informações muito úteis. 
Como mencionado, os analistas determinam, normalmente, como base, o valor das Vendas Líquidas ou da Receita Líquida de Vendas, tendo em vista que tal receita representa as vendas auferidas já deduzidas as devoluções e descontos concedidos, bem como, os impostos que sobre ela incidiram. Assim, é feita a proporção de cada item da demonstração em relação a este valor. 
Trabalhando com os seguintes dados hipotéticos: 
 
Para apuração dos índices da Análise Vertical utilize uma regra de três simples: 
A leitura ou interpretação da Análise Vertical é simples, e importantes informações podem ser destacadas na DRE analisada. Tais como: “Os custos dos produtos vendidos representam 58,00% das vendas líquidas, isto significa que para cada $ 1,00 de valor líquido de vendas a empresa tem um custo de 58,00%, conseqüentemente a margem bruta (ou lucro bruto) é de 42,00%. As despesas operacionais representam 24,50% e as não operacionais 1,62%, implicando em um lucro antes dos impostos de 15,88%. Deduzindo os impostos sobre o lucro que representam 3,87% da receita líquida temos um lucro líquido no exercício de 12,01%.” 
Alertamos que a Análise Vertical, preferencialmente, deve ser preparada de maneira simultânea em dois ou mais períodos para que se possa detectar se há tendência nas políticas da empresa. Muitas vezes, algum fato isolado, ocorrido, em determinado exercício pode distorcer a análise, comprometendo a visão do analista afetando diretamente o seu Relatório de Análise. 
Eventualmente, pode ser válida a comparação dos índices extraídos pela Análise Vertical com outras empresas do mesmo ramo. Contudo, as decisões de investimentos de empresas concorrentes do mesmo ramo não são tomadas necessariamente da mesma forma, assim, por exemplo, o concorrente pode trabalhar com mais ou menos terceirizações, fazendo com que a estrutura do ativo seja naturalmente diferente. O mesmo pode ocorrer com a estrutura do passivo, cada empresa adota um posicionamento de aversão ao risco e, conseqüentemente, de grau de alavancagem financeira diferente. 
Por fim, é importante saber que não existe um padrão “modelo” para comparação, o que deve ser analisado é o retorno dos investimentos da empresa, ou seja, qual o percentual de lucro sobre as aplicações efetuadas. O percentual de lucro sobre as vendas é um dos elementos mais significativos para a rentabilidade/lucratividade da entidade. 
Análise Horizontal (de Evolução ou de Crescimento) 
A Análise Horizontal é também denominada de Análise de Evolução ou de Crescimento por demonstrar o comportamento dos itens ao longo do tempo. SegundoDante C. Matarazzo, “a evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências.” 
Assim a Análise Horizontal dedica-se a elucidar como está ocorrendo a evolução (ou regressão) de cada item ou conjunto de itens constantes das demonstrações no decorrer dos tempos. É chamada de horizontal por duas razões: 
1) estabelece o primeiro ano ou o ano-base (geralmente o mais antigo da série) para a análise, e a partir deste verifica qual foi a variação nos anos seguintes; 
2) preocupa-se com o crescimento ou diminuição de contas ou grupos de contas específicos, ou seja, não compara uma conta ou grupo de contas com outros no mesmo período e sim a mesma conta ou grupo de contas em períodos diferentes. 
A importância dessa técnica é em permitir que se analise tendências passadas e projetar a situação futura de cada valor contábil. Muitas vezes, o momento atual de uma empresa pode estar afetado por causas originadas em períodos anteriores, as quais poderão, ainda, refletir em períodos futuros. 
Para a elaboração da Análise Horizontal é obrigatório pelo menos dois conjuntos de demonstrações contábeis, e em períodos inflacionários devemos ter consciência que ao compararmos estes exercícios eles poderão estar afetados pela inflação, assim, para eliminarmos ou amenizarmos esta distorção é necessário que se faça a atualização dos valores por um índice de correção ou “a dolarização” dos valores permitindo assim a comparação entre os exercícios. 
Temos que destacar que mesmo em períodos de inflação baixa é importante atualizar monetariamente os valores constantes nos demonstrativos, pois, pode ser muito representativo para a análise. Exemplo: 5,00% de inflação sobre uma dívida de $ 5 milhões, representam, simplesmente, $ 250 mil. 
A técnica desta análise consiste em adotar como base a primeira demonstração da série histórica ou a mais antiga da série. Este período deverá ser aquele em que a empresa tenha escolhido como parâmetro para a apuração da variação positiva ou negativa. 
EXEMPLO: 
Para apuração da análise horizontal, utilize uma regra de três simples: 
Tomando como exemplo o valor do Passivo Circulante, temos: 
Em relação ao Ano 1, o Capital de Giro (Ativo Circulante) apresenta um crescimento de 47,78%, não houve novas aplicações no Realizável a Longo Prazo e o Capital Fixo (Ativo Permanente) apresenta um crescimento de 64,85%, sendo que no total as aplicações tiveram um crescimento de 55,77%. 
Já as origens de recursos tiveram a seguinte evolução, os capitais de terceiros a curto prazo (Passivo Circulante) aumentaram em 122,38% e os capitais de terceiros a longo prazo apresentaram uma redução de 30,00% enquanto que os recursos originados dos capitais próprios (Patrimônio Líquido) aumentaram em 25,33%. 
Analisando os percentuais extraídos da DRE observamos que no ano 2 em relação ao ano 1 as vendas brutas tiveram um crescimento de 48,70%, mas, as deduções de vendas aumentaram em 61,50%, e os custos dos produtos um crescimento de 68,10%, aumento este que refletiu na margem bruta (lucro bruto) que apresenta um aumento de apenas 11,31%. 
Considerando as demais despesas operacionais e o resultado não operacional o lucro líquido do exercício apresenta uma redução de 11,43% em relação ao ano anterior. 
OBSERVAÇÕES PARA CÁLCULO: 
a) conta com data base com valor nulo: zero como divisor é elemento impossível...não se calcula 
b) conta com data base com valor e ano atual nulo: considere sempre = (100,00%) 
c) conta na data base com valores negativos e subseqüentes positivos: faça a operação sem sinal negativo no final da operação soma-se 100. 
Ex.: Resultados não Operacionais no Ano 1 negativo de $ 1.300 e no Ano 2 positivo em com $ 1.500 .. AH= {(1500x100)/1.300}+100= 215,38% 
d) conta com sinais iguais: calcula-se normalmente e mantém o sinal (positivo ou negativo) 
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