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PATOLOGIA GERAL Célula: é a unidade básica, estrutural e funcional do corpo e todas as doenças estão relacionadas com os distúrbios que ocorrem a nível da função celular. Virchow (1821-1902, alemão) introduziu, pela primeira vez, o conceito celular- foi o “pai” da patologia moderna. Hoje sabemos que: As células são pequenas unidades funcionais e organelos celulares, que podem ser observados ao ME. Organelos são macromoléculas agregadas e organizadas dentro das células e que podem ser dissecadas e estudadas por técnicas de biologia molecular. Estas pesquisas contribuíram para o desenvolvimento da patologia molecular, ciência que engloba todos os fenómenos de vida e fornece explicações para os processos patológicos ao nível de quase todas as unidades básicas vivas: Partículas subatómicas Átomos Moléculas Célula – patologia celular Tecido – histopatologia Órgão – patologia orgânica Estrutura e função da célula normal Componentes básicos: Núcleo Citoplasma Membrana celular Núcleo As células humanas necessitam de núcleo para sobreviver, à exceção dos glóbulos vermelhos e plaquetas. Componente essencial das células vivas. Constituído por: Ácidos nucleicos: DNA RNA Proteínas nucleares Nas células em repouso: Estes componentes estão agregados em estruturas denominada cromatina e um organelo especializado constituído por RNA - nucléolo. Têm membrana nuclear que delimita o núcleo do citoplasma desaparecendo durante a mitose e reaparece após a mitose estar completa. Durante a mitose: A cromatina reestrutura-se e os segmentos de DNA condensam-se em cromossomas. O DNA do núcleo contem material genético idêntico em todas as células somáticas dos tecidos e órgãos do corpo. O material genético e constituído por genes que são expressos de forma diferente nos diferentes tecidos e órgãos. Expressão diferencial dos genes leva a funções especializadas das células células especializadas. Ao contrario das células embrionárias que não possuem especialização células indiferenciadas. A informação genética codificada no DNA transcrita para o RNA nuclear transmitida ao tRNA (RNA transferência) e ao mRNA (RNA mensageiro) que levam para o citoplasma o rRNA serve de tradutor da mensagem genética transportadas pelos mRNA / tRNA, em aminoácidos os quais são ligados sequencialmente em polipéptidos e proteínas. A síntese proteica é essencial par a vida. As proteínas são necessárias para as células: Crescimento Replicação Metabolismo Respiração Outras funções essenciais As proteínas também são essenciais para manter a estrutura e forma das células e servem para a organização interna do citoplasma. Citoplasma Todas as células têm citoplasma, mas a sua estrutura e quantidade varia de célula para célula: Células embrionárias – pouco citoplasma e poucos organelos. Células especializadas, altamente diferenciada (fígado, rim, …) – citoplasma abundante repleto de organelos. Principais componentes: Mitocôndria Ribossomas Reticulo endoplasmático Aparelho de Golgi Lisossomas Exemplos: Células musculares: têm miofilamentos de actina e miosina essenciais para a contração; Células glandulares: têm grânulos secretores que contêm enzimas ou muco. O citoplasma contem ainda: Hialoplasma – substância/matriz amorfa Citoesqueleto - rede fibrilhar As células são rodeadas por uma membrana plasmática que separa a célula do meio extracelular. Mitocôndria Organelo celular. Produz energia pela geração de compostos ricos em energia como é a ATP (chamada fosforilação oxidativa porque usa O2). Participa na respiração celular pela presença de enzimas oxidativas. O ATP gerado é essencial para outras funções celulares. Células com funções complexas necessitam de maiores quantidades de energia, que contem muitas mitocôndrias, por ex.: Hepatócitos Células nervosas As células indiferenciadas têm poucas mitocôndrias, ex.: Células tumorais malignas Ribossomas Pequenos grânulos compostos por RNA. Podem estar agregados em grupos pelo citoplasma, que flutuam livremente no citoplasma – polirribossomas / polissomas / ribossomas livres, ou podem estar ligados à membrana do reticulo endoplasmático rugoso (RER). Envolvidos na síntese proteica. Os ribossomas livres produzem proteínas com “propósitos internos”, isto é para manter as funções básicas das células, que são: Proteínas de estrutura Enzimas O RER produz as proteínas de exportação que serão excretadas para o exterior da célula. Reticulo endoplasmático (RE) É uma rede membranosa continua, por um lado com a membrana plasmática externa e por outro com a membrana nuclear. Reticulo endoplasmático rugoso (RER) Local de síntese proteica para exportação e secreção. As células que produzem grande quantidade de proteínas para a exportação têm o RER bem desenvolvido, ex.: Hepatócitos: sintetizam proteínas plasmáticas, albumina e fatores de coagulação; Plasmócitos Reticulo endoplasmático liso (REL) Para exercer esta função de catabolismo os hepatócitos têm um REL muito bem desenvolvido para o metabolismo de químicos, drogas, sua: degradação, inativação e ativação; O fígado, as células gonadais secretoras de hormonas esteroides (testículos e ovários) e as células adrenocorticais, também têm um REL muito desenvolvido. Aparelho de Golgi (AG) Organelo sintetizador composto por tubos e cisternas achatadas adjacente ao núcleo. Proteínas produzidas no RE passal pelo AG onde são modificadas bioquimicamente antes de serem empacotados em grânulos de secreção ou lisossomas brotando das cisternas deste organelo. As proteínas que vão ser incorporadas nas membranas internas das células ou na membrana citoplasmática externa também são glicolisadas no AG. Lisossomas Organelos citoplasmáticos digestivos com membrana rica em enzimas líticas. Têm origem em pequenas vesiculas enzimáticas. Existem 2 tipos de lisossomas: Primários: Contêm hidrólases ácidas, enzimas digestivas com atividade máxima em meio ácido. As enzimas líticas estão firmemente fechadas por uma membrana externa lisossomal e não provocam lesão celular. Mesmo que o conteúdo de algum lisossoma se espalhe no citoplasma as hidrólases ácidas causarão lesões no citoplasma. Se o citoplasma é lesado e o pH do citoplasma se torna ácido, as enzimas derramadas dos lisossomas podem causar lesão. Secundários Um lisossoma primário funde-se com uma vesicula citoplasmática. Fundem-se com vesículas absortivas que se originam da membrana plasmática invaginada, originando os lisossomas primários ou heterofagossomas. Auto fagossoma: são lisossomas secundários envolvidos na digestão de organelos da própria célula. As enzimas digestivas nos lisossomas secundários digerem o material dentro da membrana. Os metabolitos assim obtidos através da digestão intercelular, são reutilizados. O material não digerido é extrusado do citoplasma fora do espaço extracelular por exocitose Lipofuscina: conhecida como pigmento acastanhado da idade porque é comum encontrar-se nas células envelhecidas. Com a idade, os processos celulares tornam-se menos eficientes: Os processos dependentes de energia são mais afetados. As células no idoso têm mais lipofuscina. Controlar e evitar o derrame de enzimas lisossomas no hialoplasma dado que pode danificar outros organelos. As funções dos lisossomas e a formação de vacúolos fagocíticos estão bem controlados dentro das células saudáveis. O importante é as células controlarem e evitarem o derrame das enzimas lisossomais para dentro do hialoplasma. A formação de autofagossomas e a remoção de organelos envolvem gastos de energia. Hialoplasma (substancia amorfa do citoplasma) Porção fluida da célula que contem os organelos. Constituído por: Água Minerais Proteínas Carboidratos Lípidos mantém constante a osmolidade Entre os organelos, o hialoplasma é atravessado por uma rede de filamentos que formam o citoesqueleto. Citoesqueleto Possui 3 filamentos: MicrofilamentosMicrofilamentos: actina e miosina, 5nm de diâmetro. Microtúbulos: tubulina, 22 nm de espessura. Filamentos intermediários As proteínas dos filamentos intermediários são especificas de cada tipo celular: Células epiteliais – queratina Células mesenquimatosas – vimentina Células musculares – desmina Células de glia – GAFP (proteína glial fibrilhar ácida) Células neurais – neurofilamentos Os microfilamentos e os microtúbulos têm a mesma composição bioquímica em todas as células, no entanto os intermediários variam de células para célula. Os patologistas usam anticorpos contra filamentos intermediários para classificar os tumores, pois as células tumorais retêm as mesmas proteínas dos filamentos intermediários como as células normais de onde tiveram origem: Carcionomas: origem epitelial, expressa queratina Sarcomas: origem mesenquimatosa, expressam vimentina A função do citoesqueleto é manter a forma da célula e permitir a sua adaptação externa mecânica. Os filamentos do citoesqueleto permitem os movimentos da célula e o tráfego dos organelos no citoplasma. Os microtúbulos formam o fuso mitótico durante a divisão celular. Membrana plasmática Composta por: Proteínas; Lípidos; Carbohidratos Na superfície interna a membrana continua-se com a membrana do RE. A superfície interna da membrana serve de local de ancoragem para os filamentos do citoesqueleto. Os filamentos intermediários de queratina agregam-se no local dos desmossomas. Os microtúbulos são parte integral dos cílios: com a capacidade de os mover e impulsionar; para mover as secreções externas à superfície das células. As invaginações da membrana dão origem a vesiculas de endocitose: Pinocitose: se forem fluidos; Fagocitose: se forem partículas sólidas. A superfície externa serve de contacto. Esta interação é mantida pela ação de estruturas especializadas da superfície que funcionam como: Recetores; Moléculas de adesão; Transdutores de sinal; Canais metabólicos. A integridade da estrutura da membrana é um pré-requisito para manter todas as funções especiais da célula. A rutura da membrana que não possa ser reparada leva à morte celular. Interação e coordenação das funções celulares e resposta à lesão Integração da função das células normais A forma mais simples de integração ocorre ao nível da célula simples: Ex: os linfócitos T secretam as citocinas que estimulam o crescimento de outras células e atuam sobre as células que lhes dão origem, agem como se fossem os seus próprios fatores de crescimento. É a estimulação autócrina: autoestimulação, os linfócitos têm recetores para os seus próprios produtos. Integração de células mais complexas requerem a transmissão de sinal hormonal de uma célula para outra, através da libertação de mediadores de uma célula por outra vizinha. Ex. gastrina. É a estimulação parácrina: mediada por aminas biogénicas e hormonas neuro peptídicas. Integração altamente eficaz das funções celulares ocorrem quando envolvem células em vários órgãos anatómicos distintos, através da libertação de hormonas na circulação sanguínea. Para se manter viva e as suas funções normais, devem estar em homeostasia. Do meio ambiente, a célula recebe nutrientes, oxigênio, água e minerais essenciais. Produz energia “queimando” calorias dos nutrientes. Esta energia é usada para manutenção do núcleo, da integridade e função do citoplasma, dos organelos celulares e da membrana Homeostasia: estado balanceado entre pressões opostas atuando dentro e à volta das células ou tecidos. O suprimento de sais minerais e da água são essenciais para a homeostasia: Sódio Cloreto Potássio Cálcio Ferro Oligoelementos, necessários em quantidades mínimas (minerais) Magnésio Zinco Cobre Selénio Estado estacionário: quando a célula adquire um estado estacionário é quando a célula adquire um equilibro mantido entre ela e o meio ambiente: Estímulos externos podem-no alertar, se as necessidades aumentarem, a célula pode alterar o seu metabolismo para níveis altos, adquirindo um novo estado estacionário. Esta adaptação é temporária Se as necessidades excederem a capacidade das células em se adaptarem pode-se instalar um desequilibro permanente. Se a célula ultrapassar o ponto de não repouso: Lesão irreparável Não retorno ao estado estacionário original Não mantem a homeostasia Lesão celular reversível Se o meio adverso origina uma resposta celular que se mantém dentro do estado de homeostasia, as alterações chamam-se lesão celular reversível: Tem duração curta ou leve. Pode ser induzida pela exposição a toxinas a baixas concentrações. Hipoxia ligeira: diminuição do suprimento de oxigénio Anoxia ligeira: privação completa de oxigénio. NOTA: induzem edema do citoplasma e organelos. Alteração hídrica ou vacuolar: entrada de água para dentro da célula com consequente edema celular. Água atravessa a membrana celular; Entra no hialoplasma; Acumula-se nas mitocôndrias; Formam-se vacúolos ligados à membrana por invaginação da membrana plasmática; A vacuolização observa-se ao microscópio eletrónico; A agressão termina, a célula recupera e volta ao estado estacionário inicial. NOTA: apos a agressão terminar, a célula recupera bombeando agua para fora e, assim, reverte ao seu estado estacionário original. Patogénese do edema celular: ocorre por alteração da permeabilidade da membrana celular. A membrana celular é seletivamente permeável e matem gradiente de concentração de minerais dentro e fora da célula, primeiro: Sódio Potássio Cloreto Isto é conseguido pela bomba Na+/K+ ATPase que bombeia Na+ do citoplasma para fora da célula com consumo de ATP. Esta bomba mantem alta a concentração intracelular de K+. Na+ e Cl- são altas no espaço extracelular e menor no citoplasma K+ é mais concentrado no interior da célula que no exterior. Devido à ATPase necessitar de componentes ricos ou energia, situações que privam o seu fornecimento de energia, causa uma distinção nesta enzima. Sem um bom funcionamento ATPase, a membrana perde a capacidade de manter o gradiente de concentração intra e extracelular em minerais. Altas concentrações de Na+ no espaço extracelular levam a um fluxo de sódio e cloretos para interior da célula o que leva a um fluxo de água para o interior da células, causando edema. A lesão celular reversível esta associada a muitas alterações funcionais, sendo a mais importante: Produção energética reduzida: mitocôndrias edemaciadas produzem menos ATP, em vez da produção de ATP, a célula utiliza a glicólise anaeróbia e forma ácido lático em excesso. Diminuição da síntese proteica: pH ácido, metabolismo mais lento e desgranulação do RER. Aumento da autofagia: organelos danificados e seus fragmentos são removidos rapidamente. Lesão celular reversível Ocorre quando as células são expostas a: Altas doses de toxinas Anóxia Hipóxia severa ou prolongada Outras agressões graves e esmagadoras Morfologicamente, as agressões celulares irreversíveis podem ser reconhecidas pelas típicas alterações que ocorrem: No núcleo Perda de integridade celular Rutura da membrana celular A função da membrana plasmática Testes funcionais podem mostrar que: A função do núcleo interrompida A produção energética das mitocôndrias diminui abaixo do mínimo essencial A lesão irreversível caracteriza-se por alterações ultraestruturais típicas, algumas das quais podem estar reconhecidas ao MO, sendo as mais características as alterações nucleares. Sem núcleo viável, a célula não sobrevive e, microscopicamente, a lesão do núcleo pode aparecer em 3 formas: Picnose – marcada condensação do núcleo Cariorréxis – fragmentação do núcleo Cariólise – dissolução da estrutura nuclear As células danificadas ou mortas libertam o seu conteúdo para o fluido extracelular e daqui chegam à circulação, nomeadamente enzimas citoplasmáticas como: Aspartato aminotransferase (AST) Alanina aminotransferase (ALT) Lactato desidrogenase (LDH) Podem ser doseadasno sangue e são sinais clínicos uteis de lesão celular Os níveis de AST, ALT e LDH estão tipicamente elevados no soro dos doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) ou hepatite viral. Estas enzimas são largamente usadas como evidencia clinica laboratorial do dano e morte celular Causas da lesão celular A lesão celular pode ser induzida por numerosos mecanismos patogénicos sendo os mais importantes: Hipoxia Toxinas Microrganismos patogénicos Mediadores endógenos das reações inflamatórias e imunes Distúrbios genéticos Distúrbios metabólicos Dependendo da gravidade da agressão a lesão pode ou não ser reversível. Hipóxia e Anóxia As duas grandes cusas da agressão são: Hipóxia: diminuição da disponibilidade de oxigénio Anóxia: ausência completa de oxigénio Há células mais sensíveis à hipoxia /anoxia do que outras, ex.: Células nervosas – não sobrevivem por mais do que uns minutos sem oxigénio Células cardíacas – sobrevivem 1-2h sem oxigénio Células renais – podem sobreviver várias horas sem oxigénio Células do tecido conjuntivo – são as mais resistentes à anoxia, pois podem-se obter fibroblastos viáveis de um cadáver apos um dia “pos-mortem”. Na pratica clinica, a hipóxia e a anóxia podem ocorrer sob várias circunstâncias clinicas: Obstrução das vias aéreas Passagem impedida de oxigénio através da superfície respiratória do pulmão (pneumonia) Transporte inadequado de oxigénio e no sangue (menor numero de glóbulos vermelhos no sangue, anemia…) Bloqueio da respiração celular e fosforilação oxidativa (intoxicação por cianeto, …) A agressão celular de curta duração, secundária à hipóxia pode ser reparada completamente por reoxigenação: O doente que sofre ataque cardíaco e perde a consciência devido à anóxia cerebral, pode voltar à vida normal se a ressuscitação for adequada e ocorre no tempo certo. A agressão por isquémia do miocárdio, devido a trombose das coronárias pode ser minimizada se for efetuada rapidamente o cateterismo coronário removendo o trombo oclusivo. Mas a reoxigenação cardíaca pode trazer riscos acrescidos porque o suprimento em excesso de oxigénio pode ter um efeito deletérico na reversibilidade das células cárdicas danificadas. A toxicidade pelo oxigénio, nestes casos, é devida à atividade dos radicais livres, Compostos tóxicos formam-se nos tecidos devido a: Ativação do oxigénio pelo ferro ionizado Reações químicas que produzem peroxido de hidrogénio (H2O2, iao superóxido (O2-) e radicais hidroxilo (OH)). Sob determinadas circunstâncias estes radicais ativade de oxigénio formam-se em pequenas quantidades e são inativados por mecanismos enzimáticos celulares “scavenger” Mas, se o consumo de oxigénio pelos tecidos diminui e o sistema enzimático “scavanger” é inapropriado (ex.: catálase ou superóxido de H) pode ocorrer formação excessiva de radicais livres adicionalmente à perda de tecido. Nos doentes com enfarte do miocárdio, é designada lesão miocárdica por perfusão. Lesão tóxica A lesão tóxica pode ser induzida por substâncias que têm efeito tóxico, mas precisam de ser metabolicamente ativados para se tornarem tóxicas Provocam lesão crónica direta: Metais pesados, ex: mercúrio: inativam enzimas citoplasmáticas bloqueando os grupos sulfidrito (S-S) que mantêm as cadeias polipeptídicas das enzimas em estado ativo. Provocam lesão tóxica indireta: Tetracloreto de cálcio (CCl4) – é um dos componentes dos produtos de limpeza neutralizados (Ex., polidor metálico), se for ingerido é metabolizado a tricloreto de cálcio (CCl3) que atua como radical livre toxico danificando a membrana celular. Muitas drogas e seus metabólitos causam lesão celular, especialmente se dados em grandes quantidades. O mecanismo da lesão celular varia de uma droga para a outra. Várias drogas afetam vários órgãos, mas a apresentação clinica varia consideravelmente. O efeito das drogas também depende da dose – em grandes quantidades, muitas drogas podem ser tóxicas e outras letais. Patógenos microbianos Causam lesão celular de várias maneiras: Bactérias: Muitas produzem toxinas que podem inibir várias funções celulares tais como respiração e síntese proteico Envenenamento alimentar por alimentos sensíveis não refrigerados e sobras alimentares são causados por exotoxinas libertadas por bactérias que cresceram nos alimentos estragados, provocando: Náuseas Vómitos Diarreia São os sintomas do envenenamento celular – efeito das toxinas bacterianas nas células gastrointestinais. Vírus São citopáticos, invadem diretamente as células e “matam a célula por dentro” de várias maneiras: Perturbando vários processos celulares Perturbando o núcleo Perturbando a membrana plasmática Outros vírus que não são diretamente citopáticos, introduzem-se no genoma da célula. O material destes vírus é codificado produzindo proteínas estranhas e que são misturadas com as próprias proteínas da célula e, integradas posteriormente dentro da membrana celular. O sistema imunitário reconhece estas proteínas virais estranhas na membrana da célula atacando-as danificando e matando, também, a célula infetada pelo vírus. Mediadores da inflamação e reações imunes Os mediadores da inflamação e das reações imunes podem lesar de várias maneiras de produção de: Citocinas Interferões Proteínas do complemento São substâncias produzidas pelo corpo em resposta à infeção ou às varias reações imunes. Apesar de serem produzidas no sentido de eliminar os agentes infeciosos, matam não só os microrganismos, mas também as próprias células do corpo. Distúrbios genéticos metabólicos São causas importantes de lesão celular Muitas doenças genéticas afetam adversamente o metabolismo intermediário normal com consequente acumulação de metabolitos tóxicos nas células Os distúrbios metabólicos da idade adulta também causam várias formas de lesão celular, nalgumas situações a lesão é (…) Direta Indireta Ex., nas diabetes Mellitus – doenças causadas por deficiência em insulina, causa hiperglicemia (excesso de glicose no sangue), alterando o metabolismo na maioria dos órgãos (ex. fígado e rins…) e ao mesmo tempo produz alterações patológicas nos pequenos vasos sanguíneos que impedem a microcirculação causando alterações patológicas nos tecidos relacionados com a hipoxia cronica (ex. ulceras). Adaptações celulares A exposição prolongada das células a estímulos adversos ou estímulos normais exagerados provoca várias adaptações celulares: a nível mundial nos tecidos nos órgãos Apos a remoção do estimulo a maioria das células, que se tinham adaptado ao estímulo crónico, revertem ao seu estado normal. No entanto, algumas formas de adaptação, especialmente aquelas associadas à perda de células, são irreversíveis, Ex., perda óssea na osteoporose Atrofia Significa diminuição do tamanho da célula, tecido, órgão ou de todo o corpo e, assim, a atrofia pode referir-se: Ao tamanho da célula individualmente Redução do numero de células nos tecidos / órgãos (conhecidos como involuções) Combinação dos dois processos Como todas as adaptações, a atrofia, pode ser classificada em: Fisiológica – ocorre com a idade e envolve essencialmente todo o corpo e não está limitada só à idade adulta, ex.: No cérebro há determinados tipos de células que se perdem diariamente desde o nascimento o que provoca diminuição no tamanho do cérebro ao longo dos anos e um cérebro atrófico tem: Giro estreito Sulcos alongados Dilatação dos ventrículos laterais Os ossos atróficos dos idosos são finos e assim mais sujeitos a fraturas Os músculos dos idosos também são atróficos e mais fracos A atrofia não se limita apenas à idade: O timo entra em involução fisiológica durante a infância ficando um timo residual na puberdade Os ovários, o útero e as mamas ficam atróficas após a puberdade Patológica Tipicamente resulta de: Nutrição inadequada Oxigenação insuficiente Estimulação hormonal insuficiente, exemplos: Órgãos isquémicos são tipicamentepequenos – rins ateroscleróticos Músculos desnervados – são atróficos e flácidos nos casos em que há lesão da medula espinhal (músculos das pernas) Caquexia – perda de massa corporal generalizada causada pela má nutrição e o cancro leva a uma marcada fraqueza com perda muscular e atrofia de numerosas fibras musculas vista ao microcopio. As células atróficas individualmente têm diminuição do tamanho e redução do metabolismo com: Citoplasma atrófico Poucas mitocôndrias Pouco RE Os organelos envelhecidos e danificados são removidos e degradados por autofagossomas Os resíduos não digeridos permanecem no citoplasma sob forma de lípidos, rico em pigmento acastanhado – lipofuscina – que dá cor acastanhada aos órgãos atróficos afetados dos idosos. Ex: Coração envelhecido atrófico acastanhado Testis atrófico acastanhado As proteínas libertadas pelos organelos danificados e as que não são mais necessárias no citoplasma celular atrófico ligam-se às proteínas da lasse ubiquitina, sinalizando-as para serem degradadas nos proteossomas – extenso complexo proteico especializado na degradação das proteínas envelhecidas. Hipertrofia e hiperplasia Hipertrofia: aumento do tamanho dos tecidos ou órgãos causados pelo alargamento individual das células. O termo etimológico vem do grego: Trophe – significa “comida” ⟹ atualmente significa alargamento celular por “sobrelaimentaçao”. Hiperplasia – significa aumento no tamanho dos tecidos e órgãos cansado pelo aumento do numero de células que os constituem. Atrofia Displasia (derivado da hiperplasia) Metaplasia Hipertrofia e hiperplasia Hipertrofia Os dois termos podem estar presentes no mesmo tecido ou órgão, mas: Hipertrofia pura só existe no coração e músculo estriado esquelético porque as células destes órgãos se dividem Hipertrofia cardíaca é um achado patológico comum que ocorre como adaptação do musculo cardíaco ao aumento da carga de trabalho Hipertrofia do ventrículo esquerdo é uma complicação típica de HTA. O aumento da pressão no local de saída do ventrículo esquerdo (para a aorta) requer mais forca para que seja superada e isto é conseguido através da hipertrofia das fibras musculares – as células cardíacas hipertróficas aumentam de tamanho. Estas células contêm mais miofilamentos fazendo com que elas se contraiam mais eficientemente. Hipertrofia do musculo esquelético é induzida frequentemente pelo exercício e é típico encontrar nos culturistas. Hipertrofia e hiperplasia ocorrem sob determinadas condições ex: As células musculares lisas da bexiga urinária, quando destruídos pela próstata hiperplasiada, aumentam em numero e tamanho. Isto provoca o espessamento da parede da bexiga. As células musculares lisas do útero gravídico apresentam-se fisiologicamente hipertrofiadas e hiperplasiadas. A hiperplasia pura ocrorre na estimulação hormonal, ex: Hiperplasia endometrial – na estimulação continua do endométrio pelos estrogénios, torna-se espesso O exame microscópico revela aumento do numero de glândulas e das células estromais. Hiperplasia benigna da próstata (HBP) – há hiperplasia das células prostáticas e do estroma originando a formação de nódulos (causa comum do alargamento da próstata nos idosos, induzida pelas hormonas). Hiperplasia também ocorre devido à lesão crónica e, nalguns casos, a causa óbvia ex: Sapatos apertados podem causar irritação crónica da pele e as células epiteliais podem sofrer hiperplasia e formar calos. Algumas lesões hiperplásicas não têm causa obvia e, provavelmente, representam o inicio de uma neoplasia - os pólipos hiperplasicos do intestino grosso. Algumas formas de hiperplasia endometrial podem adquirir lesões genéticas e, se forem mantidas sem tratamento podem evoluir para neoplasia. Metaplasia É a forma de adaptação celular caracterizada pela mudança de um tipo de célula noutro, ex.: As células cilíndricas do epitélio brônquico, quando irritadas pelo fumo do tabaco, transformam-se num epitélio pavimentoso estratificado A metaplasia pode ser uma alteração reversível e se o fumador parar de fumar, a alteração do epitélio reverte para células cilíndricas ciliadas Se o estimulo que causou a alteração do epitélio persistir (o fumador não deixa de fumar) a metaplasia escamosa pode evoluir para displasia, Que é caracterizada pela desorganização celular e a atipias nucleares A displasia pode ser reversível se o estimulo for descontinuado, mas na maioria dos casos isso não acontece e evolui para neoplasia. Acumulações intracelulares Podem ocorrer por: sob acumulação de vários metabólitos acumulação de material exógeno distúrbios metabólicos que evitam a excreção de subprodutos de metabolismo ou da excreção normal celular Na maior parte dos casos, o mecanismo de base é complexo e envolve ambas as situações: Sobrecarga ou subutilização Redução na excreção Antracose: Acumulação de partículas de carvão O termo tem origem na palavra grega anthrax, que significa carbono Corresponde à acumulação de material exógeno Antracose severa observa-se nos pulmões e gânglios de pessoas que trabalham em minas de carbono Partículas de carvão são libertadas no ar pelas chaminés Antracose também pode ser provocada pelo tabaco Qualquer ar poluído pode causar antracose Hemossiderose Acumulação de pigmento acastanhado derivado do sangue Este pigmento normalmente deriva de hemólise do sangue Os GV contêm hemoglobina rica em iões de ferro que se desintegra em grupos heme e cadeias globinicas O heme dá origem a micelas de ferritina que se agregam em hemossiderina depositada nos tecidos, identificada pela reação de azul da Prússia A hemossiderose no fígado desenvolve-se: Nas pessoas politransfundidas Nas AHAI Hemocromatose hereditária – doença genética que resulta da acumulação de ferro absorvido através dos alimentos, origina: Lesão hepática (pode levar a falência multiorgânica) Cirrose Hepatocarcinoma, … Acumulação de lípidos: No fígado, é um exemplo de acumulação intracelular de metabólitos intermediários A gordura é normalmente armazenada nos hepatócitos sob a forma de triglicéridos As pessoas obesas têm gordura nos hepatócitos devido à sobre acumulação de gorduras Esteatose: é a acumulação de gordura no fígado devido ao alcoolismo e à diabetes mellitus O álcool estimula a acumulação de gordura no fígado através de vários mecanismos: A gordura deriva, a uma taxa acelerada, em parte dos ácidos gordos livres mobilizados das reservas periféricas. O álcool tem uma taxa calórica elevada e serve como substrato para a formação de gordura nas células hepáticas – neo-lipogénese. O álcool também inibe varias enximas lipolíticas hepáticas e, assim, impede a utilização da gordura intra-hepatica O álcool inibe a síntese de apoproteína e a exportação de gordura do fígado sob a forma de lipoproteínas São várias as consequências clinicas devido à acumulação de lípidos no citoplasma das células hepáticas, ex: As alterações nos hepatócitos da maioria dos obesos podem ser totalmente reversíveis e as pessoas afetadas perderem peso e subsequentemente reduzem a gordura excessiva Da mesma maneira, o fígado gordo, de alguns diabéticos ou de bebedores alcoólicos crónicos, pode evoluir para hepatite esteatosica Situação grave que pode levar a insuficiência hepática com consequente cirrose. Idade A idade das células inclui muitas adaptações complexas e infelizmente muitos desses eventos celulares são irreversíveis A idade não pode ser evitada ou prevenida O melhor que se pode fazer é retardar ou minimizar os seus efeitos adversos no corpo O processo do envelhecimento é pouco conhecido e há varias teóricas sobre o envelhecimento, mas nenhuma explica na sua totalidade este complexo fenómeno biológico Toda a gente esta ciente das importantes diferenças entre uma pessoa idosa e outra jovem, mas o nosso conhecimento dessas diferenças esta muito fragmentado. Gerontologistas: cientistas que estudam a idade idosa favorecem duas hipóteses para a sua explicação:Hipótese do degaste Hipótese genética Dado que as células representam as unidades vivas dos organismos pensa-se que a idade celular representa o evento critico na idade do organismo Por outro lado, o declinar de funções especializadas e complexos de corpo surgem devido à disfunção celular Nos órgãos que não se podem regenerar, como o coração e cérebro, a hipótese do desgaste explica, em grande medida, o declinar da função destes órgãos. Contudo, nem todos os organismos perdem células cerebrais à mesma velocidade/intensidade e, aqui, a teoria da hipótese genética para o envelhecimento tem a sua explicação – esta hipótese afirma que o envelhecimento é um processo geneticamente predeterminado. As teorias hormonal, imune e neuronal culpam todos os problemas e alterações da idade à disfunção destes processos integrativos As alterações patológicas associadas à idade variam de um individuo para o outro No geral, muitos órgãos sofrem atrofia com uma reserva funcional reduzida: A resistência às infeções reduz-se com a idade avançada Contrariamente, a incidência de doenças cardiovasculares e o cancro esta aumentada. Morte Mais do que idade, a morte é uma característica da vida Todas as células do corpo humano têm um período de vida que é infinito e, quando esse período chega ao fim, as células morrem Algumas células podem ser repostas por stem cells nesses tecidos enquanto que outros são irreparáveis As células cardíacas, mesmo que todas as células cardíacas morram, a vida da pessoa pode ser prolongada com transplante cardíaco Se as células neurais dos centros vitais cerebrais morrerem, a morte da pessoa é inevitável e, assim (…) Usamos o termo morte cerebral que, para efeitos legais, significa a cessação das funções cerebrais vitais e ausência de atividade elétrica cerebral detetável por EEG (eletroencefalograma) Na pratica, as funções não encefálicas de uma pessoa em morte cerebral não se mantêm por si só e necessitam tipicamente de: Suporte medico Ventilação mecânica Alimentação assistida Cuidados especiais a longo termo Morte celular A morte celular ocorre por 3 formas, de uma ou um conjunto de células num organismo vivo Necrose – morte celular induzida exogenamente por: Hipóxia Anóxia (provocam morte celular por alterações irreversíveis) Alterações nucleares típicas (picnose, cariorréxis, cariólise) Rutura da membrana celular Paragem da respiração celular 2. Apoptose – morte celular programada, induzida endogenamente. 3. Autólise – corresponde à morte das células e tecidos num organismo morto devido à paragem cardiorrespiratória. Exemplos de necrose Contrariamente à autólise que é um evento por-mortem e, portanto, sem grande significado médico, a necrose é clinicamente importante e ocorre de várias formas: Necrose por coagulação: É a forma mais comum de necrose com aspeto macroscópico (…) Há uma rápida inativação das enzimas hidrolíticas no citoplasma Envolve tipicamente órgãos internos: Coração Fígado Rins Normalmente é causada por anoxia (ex. coração) A necrose por coagulação pode liquefazer: Normalmente através da ação dos leucócitos que invadem o tecido necrótico para remover células mortas Libertam enzimas líticas que transformam o tecido sólido em pús liquido PÚS – liquido viscoso amarelado constituído por leucócitos e detritos O EAM que sofre inicialmente necrose por coagulação é invadido por leucócitos e sofre liquefação secundaria, normalmente em 4-6 dias. Necrose por liquefação Há dissolução dos tecidos, ficam moles e liquefeitos É mais frequente no cérebro, onde as células perdem os contornos e ficam liquefeitos (substância semilíquida) Ocorre tipicamente no enfarte cerebral, normalmente é mole e, mais tarde, fica uma concavidade cheia de liquido. Necrose caseosa É típica da tuberculose Os centros dos granulomas tuberculosos formam necróticos e as células soltam-se É uma forma especial de necrose por coagulação com liquefação limitada Macroscopicamente, o tecido é branco (…) A necrose caseosa também ocorre nas infeções fúngicas, como a histoplasmose. 4. Necrose enzimática de gordura: É uma forma especial de necrose por liquefação causada pela ação de enzimas lipolíticas Só ocorre no tecido adiposo As enzimas pancreáticas libertadas no tecido adiposo envolvente degradam a gordura em glicerol e ácidos gordos livres (ex: rutura do pâncreas pelo cinto se segurança num acidente te viação) Os ácidos gordos livres ligam-se ao cálcio formando sabões de cálcio A área de necrose de gordura aparece como gordura liquefeita com zonas esbranquiçadas de sabão de cálcio espalhadas localmente o tecido necrótico, especialmente encontrado nas extremidades pode sofrer alterações secundarias produzindo características morfológicas especificas, ex.: a infeção bacteriana no tecido coagulado origina inflamação e uma liquefação secundaria do tecido clinicamente conhecida como gangrena húmida, e se o tecido necrótico ficar seco, torna-se como escuro/negro e mumificado, idêntico às múmias do Egipto secas ao ar quente do deserto – chamada gordura seca Ambos os tipos de gangrena, húmida e seca são mais frequentemente vistas nos dedos dos pés e extremidades habitualmente causadas por doença cardiovascular periférica (ex. aterosclerose) Gangrena nos dedos dos pés ou de todo o pé é comum em diabéticos os tecidos necróticos atraem sais de cálcio e podem sofrer calcificação, os tecidos necróticos calcificados designam-se por calcificação distrófica, pode ser vista: na aterosclerose arterial valvas cardíacas danificadas tumores necrosados Pelo contrário, a calcificação metastática é tipicamente uma consequência da hipercalcémia pode ser vista: Na hipercalcémia metabólica secundária ao hiperparatiroidismo Toxicidade devida à vitamina D na maior parte dos casos envolve os rins, provavelmente devido à alteração dos níveis do pH no parênquima renal, e a alta concentração de cálcio facilita a deposição de sais de cálcio nos tecidos. Apoptose É uma forma “ativa” de morte celular e porque necessita de energia e requer a ativação de genes e enzimas especificas, designa-se de morte celular programada Estes genes designam-se de genes suicidas, sendo assim a apoptose comparada ao suicídio O evento inicial pode ser endógeno ou exógeno Exógeno: ex. virose prolongada como na hepatite C crónica viral Endógena: ex. ausência de fatores de crescimento necessitários às células cerebrais como alguém que decide por termo à vida, a célula que entra em apoptose: usa o seu “cérebro”, isto é, o núcleo, e decide como ativar certos genes assassinos e como inativar os genes que mantêm a vida. Escolhe a maquinaria para o seu suicídio, isto é, sintetiza enzimas assassinas especificas que atacam estruturas celulares vitais, tais como: Núcleo Mitocôndrias. A apoptose é a forma de morte celular que afeta tipicamente a célula de forma individual. Na apoptose ocorrem vários eventos: Ocorre a transcrição e tradução do material genético, processo que requer energia A atividade enzimática mantém-se elevada A célula subdivide-se em pequenos corpos apoptóticos, contendo: Fragmentos do núcleo, Mitocôndrias metabolicamente ativas Outros organelos Por fim, estes fragmentos são eliminados por macrófagos ou por células do tecido adjacente que agem como “fagócitos não profissionais”. Como todas as outras funções celulares, a apoptose é um processo altamente regulado A vida e a morte estão intrinsecamente interligadas, determinadas células devem morrer para que outras possam viver A apoptose ocorre durante toda a vida humana, desde o período embrionário até à idade avançada Como a apoptose pode ser induzida por eventos adversos exógenos, classificamos a apoptose em 2 grupos: Fisiológico: Tem importante papel na formação de várias (senão todas) partes do corpo, ex: Nos brotamentos dos membros fetais, a apoptose dos tecidos moles entre o primórdio dos espaços digitais garante que os dedos (mãos e pés) sejam normalmenteformados. Sem apoptose, estes membros são anormalmente formados, os dedos podem fundir-se entre si (sindactilia) Se a apoptose não ocorrer durante a formação do esófago ou do intestino, não terão lúmen e serão incompletamente formados – atresia, neste caso do esófago e do intestino. Patológica: Podem ser uma consequência de eventos intracelulares endógenos ou causado por estímulos exógenos adversos, ex: na distrofia muscular, grupo de doenças genética caracterizadas pela deficiência de componentes celulares específicos (…) Nos transplantes alogénicos há sinais de apoptose porque as células transplantadas são atacadas peloas células imunes do hospedeiro Os hepatócitos infetados por viroses nas hepatites também entram em apoptose. A ausência de apoptose também pode causar alterações patológicas, ex: Atrésia congénita intestinal Sindactilia LLC ( leucemia linfoide crónica) LINFOMA – no linfoma, a mutação no gene pró-apóóptotico (bcl2) afeta adversamente os linfócitos, tornando-os imortais Os linfócitos acumulam-se, provocando adenopatias, hepatoesplenomegalia ou linfocitose no SP (LLC – leucemia linfoide cronica ou linfoma leucemizado) Contrariamente à apoptose, a necrose afeta grupos de células ou um órgão inteiro Os estímulos tóxicos, ou isquémia que causam necrose provocam inibição de processos vitais, como por ex: Da atividade genética Da respiração celular O núcleo desintegra-se ou sofre lise O citoplasma fica edemaciado A membrana celular rompe-se Os fragmentos são tipicamente eliminados por neutrófilos PMN NOTA: a células que provocam a necrose e a apoptose são células diferentes.