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Ética e Regime Jurídico Único para INSS

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AULA 08 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO e REGIME JURÍDICO ÚNICO PARA INSS – 
Teoria e Exercícios 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
 
 
 
Olá, Futuro Servidor Concursado do INSS! 
 
 
Hoje vamos encerrar nosso curso, abordando o tema: 
� O servidor público como agente de desenvolvimento social. 
� Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público. 
 
 
Bom encerramento de curso para todos nós !!! 
 
Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: 
henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br 
 
Prof. Henrique Campolina 
Maio/2013 
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Teoria e Exercícios 
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4. O servidor público como agente de desenvolvimento social. Saúde e 
Qualidade de Vida no Serviço Público 
 
Em virtude da generalidade dos itens componentes de nossa aula, decidi 
formatar nosso último encontro da seguinte forma: trarei artigos, normas, 
matérias, etc., referentes a estes assuntos, visando estabelecer uma boa base 
de conhecimentos para encararmos as questões que possam vir a ser cobradas 
na prova. 
 
4.1. O servidor público como agente de desenvolvimento social. 
 
Quero começar este tópico com o texto “O Servidor Público e a Nova Ordem 
Constitucional” constante do capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista nº 
37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), de 2008. 
 
O presente artigo é de autoria do Dr. Antônio Flávio de Oliveira, Procurador do 
Estado de Goiás e professor da Escola Superior da Magistratura - ESMEG 
 
 
O Servidor Público e a Nova Ordem Constitucional 
 
O novo servidor público constitui verdadeiro 
estágio evolutivo do velho servidor. Deve ser 
considerado levando-se em conta a sua percepção 
de responsabilidade pública, o que poderá ocorrer 
mesmo em se tratando de servidor admitido 
anteriormente à promulgação da Constituição de 
1988. 
 
I. Introdução 
Houve tempo e ordens constitucionais em que se admitia o 
ingresso de servidores efetivos no serviço público sem a 
fundamental submissão ao concurso público. 
 
Evolui-se com o curso do tempo e com o desenrolar da história. O 
senhor do tempo e da história nos Estados é o povo que rege este 
mesmo Estado, o titular do Poder supremo – aceitando-se a 
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concepção de soberania popular, logicamente, para isto, evitando-
se toda a discussão a respeito destes temas, que por si só são 
objeto de grandes controvérsias doutrinárias. 
 
Não poderia ser de outro modo no Brasil. Apesar de demorada, a 
alteração constitucional estabelecendo o critério meritório para o 
provimento de cargos públicos veio em momento propício, pois, 
estabelecida uma nova ordem constitucional cria-se um novo 
Estado – um novo pacto social, ante a disposição do povo 
constituinte de firmar entre si ajuste em termos justos. 
 
Neste contexto do novo Estado brasileiro, que por ocasião da 
elaboração da Constituição de 1988 estava sendo refundado; por 
força do disposto no art. 19 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, não poderiam sobreviver privilégios 
conferidos a alguns por razões de nascimento ou de amizade. 
 
Assim, pode-se afirmar, surgiu o concurso público no 
ordenamento Constitucional de 1988 como um dos meios de que 
se vale a Constituição para a construção de uma idéia de justiça 
centrada na isonomia de oportunidades, algo até então 
desconhecido da Nação Brasileira. 
 
Seria insuficiente a realização de concursos públicos se estes não 
primassem pela lisura de sua avaliação, de molde que os 
aprovados em tais certames fossem exatamente aqueles melhor 
qualificados para o desempenho das funções do cargo público 
para que se candidataram. 
 
Portanto, além de fazer do concurso “público”, era fundamental 
que lho iluminasse com a luz da legalidade, da moralidade, da 
publicidade, da impessoalidade e da eficiência, não obstante este 
último princípio ainda não constasse de maneira explícita no texto 
constitucional. 
 
Com tais desafios encara-se a tarefa de construir um País inserido 
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na vanguarda civilizatória da ordem mundial, mas não é possível 
que se pretenda estabelecer serviço público de qualidade sem as 
garantias necessárias, e apenas estas, aos exercentes das funções 
dos cargos públicos. 
 
II. Servidor do Povo 
A noção de servidor público está diretamente relacionada com a 
idéia de soberania popular, porquanto a própria designação 
endereça o dever de respeito destes para com a vontade daqueles 
que comandam o Estado. 
 
Servidor público é, antes de qualquer coisa, o servo do soberano 
que assumiu o poder estatal após a Revolução Francesa. 
 
No entanto, é equivocada a percepção de servidor como “servo”, 
com a conotação de propriedade que tal expressão possuía no 
império romano e durante a Idade Média. 
 
Está muito mais relacionado o termo com a compreensão de que 
tais indivíduos têm como tarefa a execução de “serviços” 
endereçados ao público, de modo indistinto, sem qualquer 
preferência. 
 
Por isso, os deslizes praticados por estes serviçais não lhes 
ocasionarão castigos, como aqueles outrora endereçados aos 
escravos, mas penalidades, caracterizadas estas como punições 
aos homens livres transgressores das regras da sociedade. 
 
III. Cargos Públicos 
Tanto o preenchimento de cargos públicos quanto a criação destes 
devem estar vinculados à existência de interesse geral (interesse 
coletivo primário) na sua criação. Não se criam cargos públicos ou 
provêem estes, em que pese tenham sido regularmente criados, 
se não há supedâneo para estas atividades no interesse geral, 
motivado por uma necessidade pública. 
 
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É fundamental, pois, o adjetivo “público”, talvez até mais 
importante do que o substantivo “cargo”, pois na Administração 
jamais poderá existir qualquer “cargo” que não seja “público”, isto 
é, que esteja relacionado com a execução de alguma tarefa 
conducente à realização do bem-comum. 
 
Caso venha ocorrer de se criar algum cargo estatal desprovido de 
interesse público que norteie suas ações, estar-se-á diante de lei 
inconstitucional por violação de vários dos princípios que regem a 
Administração Pública. Do mesmo modo, o provimento de cargo 
sem o correspondente interesse público na prática dessa ação 
ocasiona a invalidade de tais atos, por desvio de finalidade. 
 
É evidente que o interesse público orienta de modo determinante 
não apenas a ação estatal executiva, mas também aquela de 
ordem legislativa, o que significa que não apenas a execução de 
atos públicos é predeterminada pelo interesse público, mas até 
mesmo sua concepção, porquanto esta é a característica 
marcante dos atos legislativos. 
 
IV. A Remuneração do Servidor 
 
O tema remuneração, não apenas de servidores públicos, mas de 
quaisquer trabalhadores, encontra atualmente disciplina 
constitucional,sendo este mais um fator determinante na 
constatação do fato de se tratar a Constituição de 1988 de um 
texto constitucional formal, posto que contém em seu interior 
normas não estruturantes do Estado brasileiro. 
 
Com a intenção de dar segurança a tais disciplinas, o legislador 
constituinte entendeu por bem inseri-las no bojo da Carta 
Constitucional, em razão da maior dificuldade de alteração de tais 
diplomas. 
 
Todavia, tal inserção não tem constituído obstáculo a reformas em 
períodos relativamente curtos. 
 
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IV.1 – Parâmetros Constitucionais 
É importante anotar que a CF/88 cuida do estabelecimento de 
limites mínimos e máximos, em se tratando de trabalhador no 
serviço público. 
O limite mínimo encontra-se previsto no art. 7°, inciso IV, 
aplicável aos servidores públicos por expressa determinação do § 
3°, do art. 39, ambos da Constituição Federal de 1988, ao passo 
que o limite máximo, comumente conhecido como “teto”, acha-se 
respaldado no disposto no art. 37, inciso XI. 
 
A transgressão de tais limites provoca a invalidade do ato 
violador, por configuração de inconstitucionalidade, sendo 
cristalino, em razão do princípio federativo, que cada ente 
federado deverá produzir sua própria legislação de organização de 
servidores, inclusive o estabelecimento de remuneração, 
conquanto que respeitados os parâmetros constitucionais. 
 
IV.2 – Critérios de Fixação 
Aparentemente não estaria estabelecido no texto constitucional 
qualquer critério para a fixação da remuneração de servidores 
públicos, especialmente porque não se cuidou ali de expedir 
orientações quanto a isto. 
 
Entretanto, tal impressão não corresponde à realidade, pois 
contém a Constituição princípios e preceitos que indicam a 
necessidade de que se dê tratamento equitativo aos servidores 
também no aspecto retributivo. 
 
Deve-se concluir neste sentido pela existência de um Princípio da 
Igualdade, que exige que se confira tratamento desigual aos 
desiguais, na medida de suas desigualdades, impondo a igualdade 
material, ao invés daquela simplesmente formal. 
 
Assim, quanto maior a complexidade da tarefa a ser 
desempenhada maior, conseqüentemente, deverá ser a 
retribuição por sua execução, sob pena de injustiça entre os 
servidores. 
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O mesmo pode-se extrair do disposto no art. 37, II, quando 
determina que somente mediante “concurso público de provas ou 
de provas e títulos, de acordo com a complexidade do cargo ou 
emprego” poderá ser provido cargo público. 
 
Declara o dispositivo existirem graus de complexidade diferentes 
nos cargos e empregos públicos, do que sobressai a necessidade 
de se fazer justiça aos seus ocupantes remunerando-os consoante 
com a dificuldade e complexidade envolvida no desempenho de 
suas atividades. 
 
IV.3 – Garantias 
Por um lado se garante o parâmetro mínimo de fixação de 
remuneração que o servidor ou empregado público não terá 
aviltado o seu labor pela baixa retribuição por parte do Estado, de 
outra parte, o limite máximo – o TETO – dá segurança à 
sociedade (ou o contribuinte) de que, havendo limite máximo 
para a retribuição, esta não será uma forma de malversação dos 
recursos públicos, porquanto a estes trabalhadores se pagará o 
correspondente ao valor de seu trabalho, não lhes ensejando uma 
forma de enriquecimento indevido. 
 
Tais previsões constitucionais contam com instrumentos de sua 
concretização, seja por intermédio de ações constitucionais que 
restabeleçam a legalidade, em decorrência de alguma violação – 
como o mandado de segurança –, seja por intermédio de meios e 
ações infraconstitucionais, calcados em dispositivos de produção 
legislativa, como o Código de Processo Civil, dispositivos que 
regem pleitos administrativos etc. 
 
V – Servidor – O Velho e o Novo – Mudança de Perspectiva 
Com a nova ordem constitucional nasceu um “novo servidor”, que 
convive, em muitos casos, com o “velho servidor”. 
 
Por velho servidor deve-se compreender aquele trabalhador no 
serviço público inconsciente da dimensão pública que sua tarefa 
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possui, qualquer que seja ela; enquanto que novo servidor é 
aquele conectado com o ideal público presente no texto 
constitucional atual. 
 
O antigo servidor era, em muitos casos, escolhido com apoio em 
critérios políticos, de amizade ou familiares. O novo servidor tem 
a sua escolha determinada exclusivamente pelo mérito que 
demonstrou em concurso público de provas ou de provas e títulos. 
 
Se o antigo servidor tinha suas ações direcionadas por um 
sentimento de fidelidade com aquele que fora responsável pela 
sua nomeação, o novo servidor, por não se achar relacionado com 
vínculos afetivos, mas apenas vínculos legais, tem sua conduta 
dirigida pela consciência da busca pela realização do bem-estar 
coletivo em todos os seus atos. 
 
VI - Conclusão 
O novo servidor público, portanto, deve ser considerado como tal 
não apenas em relação à idade, tempo de admissão, mas 
levando-se em conta a sua percepção de responsabilidade pública, 
o que poderá ocorrer mesmo em se tratando de servidor admitido 
anteriormente à promulgação da Constituição de 1988, constitui 
verdadeiro estágio evolutivo superior do velho servidor. 
 
Não se trata de criticar um em detrimento do outro, mas de 
perceber a mudança dos tempos que provocada pela alteração do 
texto constitucional. 
 
Certamente que muito houve de vanguarda no agir de incontáveis 
servidores públicos ingressos antes da Constituição de 1988. Não 
deve haver dúvida de que o atual servidor ainda se encontra em 
processo evolucionário, entretanto essa evolução é determinada 
pelo grau de civismo do Povo que habita o Território, indicando o 
nível de adiantamento do Estado. 
 
A civilidade de um Povo é que irá determinar o estágio de 
civilização de uma cultura. Se melhora o serviço público é porque 
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avança a sociedade, tanto porque é ela que o compõe, mediante o 
ingresso por concurso, como porque é esta mesma sociedade que 
exige melhores condições de prestação dos serviços públicos de 
que necessita, denotando elevada consciência de cidadania. 
 
Além de trazer boas reflexões ao nosso tema (“O servidor público como agente 
de desenvolvimento social”) o artigo acima enriquece nossos conhecimentos 
acerca de outros tópicos de nosso ordenamento jurídico que dispõem sobre os 
servidores públicos. 
 
Ainda na citada edição da Revista do TCMRJ, encontramos entrevista com o Dr. 
Hermann Assis Baeta, advogado (ex-presidente nacional da Ordem dos 
Advogados do Brasil – OAB) e, à época da entrevista, Membro da Comissão de 
Ética Pública da Presidência da República. 
 
São 6 perguntas que nos ajudam a refletir sobre o papel do servidor público na 
administração pública atual e reforça tópicos estudados em nosso curso acerca 
daÉtica na Administração Pública. 
 
 
Acompanhem comigo: 
 
 
Ética e compromisso no serviço público 
 
TCMRJ: Como membro da Comissão de Ética Pública da 
Presidência da República, qual seria sua definição para Ética, 
Moral e Direito? 
 
Hermann Assis Baeta: Na minha opinião, o Direito é o conjunto 
de normas e regras coativamente impostas à sociedade. A Moral 
decorre de um comportamento correto no conjunto dos costumes 
prevalecentes na sociedade, tendo em vista o que é dado como 
certo ou errado. A Ética diz respeito a um padrão de 
comportamento de extrema correção. 
 
 
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TCMRJ: Qual a importância da ética e do compromisso do 
servidor público para desenvolvimento do país e da administração 
pública? 
 
Hermann Assis Baeta: O servidor público deve pautar-se de 
acordo com os objetivos traçados pela Administração, podendo 
até mesmo ir além desse comportamento, objetivando contribuir 
no sentido da satisfação pessoal da clientela da administração, 
buscando resultados mais eficazes e satisfatórios para o 
desenvolvimento da instituição a que serve, contribuindo, 
automaticamente, para o desenvolvimento do país. 
 
 
TCMRJ: Como podemos avaliar o custo da falta de ética para a 
sociedade? 
 
Hermann Assis Baeta: Resulta na criação de comportamentos 
violentos e desorganizadores da estrutura social. Quem mais 
sente e sofre as conseqüências de tal comportamento são as 
classes sociais menos favorecidas, isto é, as camadas sociais mais 
pobres da população. 
 
 
TCMRJ: Considerando que é dever do servidor público “ser leal às 
instituições a que servir”, o que é ser leal à instituição? 
 
Hermann Assis Baeta: Ser leal à instituição é estabelecer 
comportamentos condignos com o bem comum, é o indivíduo 
comportar-se sempre de acordo com padrões de correção e 
dignidade humana, não ultrapassando os limites do bem. No caso 
concreto do Servidor público, este deve estar permanentemente 
em sintonia com os objetivos da instituição a que serve, 
cumprindo fielmente as normas e regras baixadas para tal. O 
servidor público, na expressão rigorosa do termo, deve atentar 
para os objetivos institucionais, deles não se afastando em 
qualquer hipótese ou em qualquer circunstância. 
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TCMRJ: Pode o servidor público ser punido por ter uma conduta 
imoral, se a lei não prevê punição para tal conduta? De que 
forma? 
 
Hermann Assis Baeta: O servidor público pode ser punido sim, 
por uma conduta imoral mesmo não estando previsto em lei, pois 
existem princípios orientadores dos servidores públicos que não 
são previstos em normas escritas, porém são inerentes e 
indispensáveis à Administração Pública. É preciso na hipótese, que 
o intérprete estabeleça uma interpretação coerente dentro da 
lógica dos preceitos fundamentais da Administração, podendo 
chegar-se até a uma censura pública, ou mesmo um afastamento 
temporário das atribuições do cargo. A falta de decoro também 
poderá caracterizar falta punível administrativamente. 
 
 
TCMRJ: Quais os principais pontos a serem observados no Código 
de Ética do Servidor Público? 
 
Hermann Assis Baeta: Os principais pontos a serem destacados 
poderão ser o bom relacionamento e o comportamento honesto e 
incorruptível do servidor no trato da coisa pública. 
 
Tal entrevista também consta do Capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista 
37 do TCMRJ, o que mostra o valor de nossa matéria (Ética) na atual 
configuração da Administração Pública brasileira. Principalmente como forma 
de atender aos anseios de nossa sociedade. 
 
O Ministro do TCU, Valmir Campelo, diante da constante e crescente exigência 
de eficiência e eficácia dos serviços públicos, menciona: 
 
“Atualmente, as novas práticas requeridas pela Administração 
Pública, em todo o mundo, com a introdução dos recentes 
conceitos de gerenciamento, redução da máquina administrativa e 
gestão por resultados, impõem o contínuo aprimoramento do 
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contingente de cada organização estatal, aí incluídos servidores, 
dirigentes e autoridades.”1 
 
O artigo abaixo vem, novamente, posicionar a importância da atuação do 
servidor público na obtenção da qualidade dos serviços públicos prestados e, 
consequentemente, no caso do servidor do INSS, o desenvolvimento social de 
nosso país: 
 
A importância do servidor público 
 
Artigo de Augusto Dourado2 
 
O cidadão quer um serviço público proporcionado pelo Estado que 
funcione, e para isso exige servidores dedicados e preparados 
para fazerem o melhor com o objetivo de atenderem às suas 
necessidades. 
 
A prestação do serviço público é das mais importantes atividades 
de uma comunidade, de uma sociedade ou de uma nação. 
Nenhum país, estado ou município funciona sem seu quadro de 
servidores públicos, responsáveis pelos diversos serviços 
colocados à disposição do cidadão. 
 
Portanto, é de suma importância exaltar quem executa o papel de 
prestador de serviço à sociedade. Neste contexto, prestar serviço 
à população com qualidade e dedicação deve ser sempre a meta 
dos servidores e estar entre seus objetivos. 
 
Segundo se depreende das disposições constitucionais em vigor, 
servidores públicos são todos aqueles que mantêm vínculo de 
trabalho profissional com os órgãos e entidades governamentais, 
integrados em cargos ou empregos de qualquer delas: União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, 
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 
1 Revista nº 37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, de 2008. (disponível no sítio 
www.tcm.rj.gov.br), páginas 17 e 18. 
2 Augusto Dourado é especialista em Recursos Humanos. O presente artigo encontra-se disponível no 
sítio www.portaldoservidor.ba.gov.br, com última atualização em 22/10/2012 às 17:47:42 
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Trata-se de designação genérica e abrangente introduzida pela 
Carta de 1988, uma vez que, até a promulgação da Constituição 
Federal hoje em vigor, prevalecia a denominação de funcionário 
público para identificação dos titulares de cargos na administração 
direta, considerando-os equiparados aos ocupantes de cargos nas 
autarquias, aos quais se estendia o regime estatutário. 
 
A partir, portanto, da Constituição de 1988, desaparece o conceito 
de funcionário público, passando-se adotar a designação ampla de 
servidores públicos. 
 
A cada dia, o papel do servidor público não é apenas o de ser 
estável. É muito mais do que isso, pois a sua atuação está 
necessariamente voltada para os anseios da comunidade ou 
sociedade. 
 
A estabilidade dos servidores somente se justifica se ela assegura, 
de um lado, a continuidade e a eficiência da Administração e, de 
outro, a legalidade e impessoalidade da gestão da coisa pública.A responsabilidade do servidor público é muito grande, tornando-
se um privilégio por tratar-se de um agente de transformação do 
Estado. 
 
O servidor deve estar sempre a serviço do público e, a partir 
desta lógica, listamos alguns princípios fundamentais à sua 
atuação: 
 
� Agente de transformação a serviço da cidadania, o que se 
torna uma diferença marcante dos demais trabalhadores; 
� Compromisso intransigente com a ética e com os princípios 
constitucionais; 
� Atualização permanente e desenvolvimento de novas 
competências; 
� Capacidade de lidar com a diferença e a diversidade; 
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� Habilidade para atuar em diferentes contextos e sob diversos 
comandos; 
� Lidar com o que é de todos. 
 
O principal diferencial do servidor público é que este tem a 
oportunidade de servir à comunidade em que está inserido. Por 
isso, esta não pode ser vista como uma profissão qualquer, e sim 
como um desafio de se cuidar do que é de todos nós. 
 
Ao tentar posicionar o que o edital do INSS entende por “O servidor público 
como agente de desenvolvimento social” encontramos uma norma do estado 
de São Paulo, a Lei Complementar nº 854, de 30.12.1998, que, dentre outras 
disposições, instituiu os cargos de Agente de Desenvolvimento Social e 
Especialista em Desenvolvimento Social. 
 
Vou resgatar os artigos 2º e 3º desta norma que trazem as atribuições dos 
mencionados cargos, que também nos ajudarão a entender como o servidor 
público pode se tornar, na execução cotidiana de suas atividades, “uma 
ferramenta” da administração pública na busca do desenvolvimento social: 
 
Art. 2º As atribuições da classe de Agente de Desenvolvimento 
Social compreendem: 
I - elaboração, avaliação e acompanhamento de programas 
voltados para a área de assistência social; 
II - orientação, na área de assistência social, a municípios, bem 
como a entidades e organizações que atuam nessa área; 
III - orientação à comunidade na criação e gestão de atividades 
sociais; 
IV - análise e acompanhamento de processos; 
V - emissão de pareceres técnicos; 
VI - execução de outras atividades afins. 
 
Art. 3º As atribuições da classe de Especialista em 
Desenvolvimento Social compreendem: 
I - desenvolvimento de estudos, visando ao conhecimento e à 
avaliação da realidade social da população do Estado; 
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II - planejamento, avaliação e acompanhamento de programas 
voltados para a área de assistência social; 
III - desenvolvimento e elaboração de instrumentos a serem 
utilizados para a execução de programas na área de assistência 
social, junto a municípios e a entidades e organizações que atuem 
nessa área, bem como orientação quanto a esses programas; 
IV - planejamento tecnológico e metodológico visando ao 
desenvolvimento de sistemas de tratamento de informações; 
V - análise de documentos e acompanhamento de processos; 
VI - emissão de pareceres técnicos; 
VII - execução de outras atividades afins. 
 
 
4.2. Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público 
 
Ao tratarmos da Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público precisamos, 
inicialmente, conceituar “saúde”. Por mais óbvio que possa parecer, é preciso 
ter esta noção bem sedimentada. 
 
Para isto, traremos um trecho do Manual para os Serviços de Saúde dos 
Servidores Públicos Civis Federais, constante na Portaria nº 1.675, de 
06.10.2010, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sob a 
coordenação geral de Luiz Roberto Pires Domingues Junior3: 
 
 
CONCEITUAÇÃO BÁSICA DE SAÚDE 
 
A saúde, no decorrer da construção do processo sociocultural da 
humanidade, tem sido definida por diversos modos. Na Grécia 
antiga, a saúde era uma condição de equilíbrio do corpo “mens 
sana in corpore sano”4. Para os índios Norte Americanos, saúde 
era estar em harmonia com a natureza. Os chineses antigos 
acreditavam que saúde era o reflexo de uma força chamada "QI" 
(Edelman 1986). 
 
3 Manual para os Serviços de Saúde dos Servidores Públicos Civis Federais. Organizador: Luiz Roberto 
Pires Domingues Junior. Brasília: Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, 2006. Pág 10. 
4 Mens sana incorpore sano: expressão latina que significa: Mente sã, corpo são ou Mente sã em corpo são. 
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Não obstante esse caráter humanitário e holístico proposto por 
diversas civilizações no decorrer da história, a medicina ocidental, 
no início do século XX, talvez influenciada por uma visão 
positivista, construiu um modelo de saúde compartimentalizado. 
Essa visão perdurou durante todo o século XX, o que levou a uma 
concepção de saúde curativa - e não preventiva -, cujo foco 
primário concentrou-se na doença e na incapacidade. Somente na 
década de 1990, a postura médica em função dos custos 
crescentes deste modelo, começou a mudar para uma visão mais 
holística e completa do que é saúde. 
 
Em 1946, a Organização Mundial de Saúde introduziu uma 
dimensão mais qualitativa de saúde em sua definição: saúde é um 
estado de completo bem estar físico, mental e social e não 
somente a ausência de doença ou enfermidade, ou numa 
definição mais contemporânea: saúde é a qualidade de vida 
envolvendo as aptidões individuais do ponto de vista social, 
emocional, mental, espiritual e físico, as quais são conseqüência 
das adaptações ao ambiente em que vivem os indivíduos. 
 
Em seguida, o mesmo Manual traz: 
 
SAÚDE DO SERVIDOR 
 
Para caracterizar o caráter holístico de saúde que irá nortear este 
manual, torna-se necessário buscar a definição de saúde do 
servidor, que se insere em uma das áreas da Saúde Pública e tem 
como objetivos primordiais a promoção e a proteção da saúde do 
trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância 
dos riscos dos agravos e da organização e prestação da 
assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de 
diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada. 
 
O conceito de “Promoção de Saúde”, norteador deste manual, 
amplia o espírito do direito administrativo vigente, focado tão 
somente na capacidade laboral do servidor, exprimindo, dessa 
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forma, uma idéia de interdisciplinaridade, o que exigirá um 
preparo amplo e uma visão abrangente dos profissionais de saúde 
envolvidos. 
 
Já a publicação do INSS “Previdência em Questão”, nº 22, referente ao período 
de 16 a 22 de junho de 2009, trouxe a seguinte matéria: 
 
Política de valorização dos servidores garante serviços 
previdenciários de qualidade. 
 
Reajustes salariais, cursos de capacitação e melhores 
condições de trabalho estão entre as medidas de gestão 
adotadas pelo INSS. 
 
Os segurados que procuram o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS) têm tido acesso, cada vez mais, a um atendimento ágil e 
eficiente. Essa realidade é resultado da adoção de diversas 
medidas de gestão.Mas o êxito somente é possível graças ao 
empenho dos servidores que, atuando com responsabilidade e 
sensibilidade, cumprem conscientemente o seu papel: oferecer 
serviços de qualidade aos cidadãos e cidadãs desse País. 
 
A Previdência Social investe em ações de valorização dos 
servidores, que refletem diretamente no atendimento que é 
prestado nas agências. O quadro de pessoal vem sendo ampliado, 
cursos de capacitação profissional são realizados 
permanentemente, unidades estão sendo modernizadas e 
centenas de novas agências serão entregue o ano que vem.5 
 
Além disso, os servidores do INSS tiveram uma das maiores 
conquistas salariais do serviço público brasileiro, com expressivos 
aumentos que chegarão, em alguns casos, a 651% quando a 
reestruturação das tabelas for concluída, em 2011, comparando-
se com 2000. 
 
O senso de cumprimento do dever que move os servidores do 
Instituto fortalece os propósitos dos gestores da instituição de 
 
5 Relembrando que esta matéria foi veiculada em junho de 2009 
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empreender esforços constantes para que o corpo funcional seja 
reconhecido e possa atender os segurados do INSS com a 
dignidade que merece a população brasileira. 
 
Eunice Lima Moreira diz, com muita propriedade que: “A qualidade no serviço 
público passou a ser vista como uma necessidade, alicerçada pelo tripé 
organizações, servidores e cidadãos mobilizados, todos visando a melhoria da 
gestão no serviço público.”6 
 
Para finalizar este tópico, trago uma entrevista, concedida em 10/05/2010, do 
presidente (à época) da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), 
Alberto Ogata, para a ANAJUSTRA7: 
 
O que se entende por qualidade de vida no trabalho? As 
pessoas costumam associá-la a programas de saúde, mas 
ela é muito mais abrangente não é mesmo? 
A Qualidade de Vida envolve a percepção de bem-estar, consigo 
mesmo, nos seus relacionamentos e no ambiente onde vive. 
Qualidade de Vida é algo que vai além do equilíbrio entre vida 
pessoal e trabalho. Trata-se de uma longa jornada, pautada na 
consciência de se ter e fazer um constante esforço para manter-se 
saudável e atingir o mais alto potencial de bem-estar. Ter 
Qualidade de Vida deve ser algo em que cada um é o principal 
responsável por ela. Não podemos e não devemos delegá-la aos 
outros, pois é pautada em nossas ações e atitudes. O modo de ser 
é que vai fazer diferença em todos os aspectos que envolvem a 
nossa Qualidade de Vida: pessoal, familiar, profissional, espiritual, 
físico, entre outros, garantindo assim sucesso e felicidade. 
 
Porque investir no tema? 
As empresas – públicas e privadas – procuram investir em 
programas de qualidade de vida para proporcionar um ambiente 
de trabalho saudável, que garanta mais disposição para o 
profissional, reduza problemas como o absenteísmo (faltas ao 
 
6 MOREIRA, Eunice Aparecida de Lima. Avaliação da Gestão da Capacitação em Órgão Público – Estudo de 
Caso: Centro Universitário. Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão). Niterói, 2004, página 9. 
7 Disponível no sitio oficial do Anajustra (www.anajustra.org.br) 
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serviço) e o presenteísmo (estar no trabalho, mas sem condições 
para desenvolver suas tarefas), e aumente a produtividade. 
Ressalto, porém, que a principal motivação deve ser a 
necessidade de “despertar” a consciência do indivíduo para a 
importância de cuidar de si, de sua saúde e bem-estar. É preciso 
entender que o equilíbrio entre o bem-estar físico, emocional e 
pessoal gera uma melhora profissional. 
 
O tema qualidade de vida não é tão novo, mas ainda 
engatinha no âmbito do serviço público. Na sua opinião, 
porque só agora o Estado despertou para isso? 
Tanto as organizações públicas quanto privadas vêm entendendo 
que investir em Qualidade de Vida é mais vantajoso que apenas 
arcar com os custos de um plano de saúde. Nos Estados Unidos, a 
cada dólar investido em Qualidade de Vida, economizam-se cinco 
dólares em gastos com assistência médica e combate ao 
absenteísmo e presenteísmo. No Brasil, estima-se que a 
proporção seja semelhante. 
 
Quais fatores o senhor indicaria como inibidores de 
investimento na qualidade de vida dos profissionais no 
serviço público? 
O principal entrave, não só para as empresas da área pública, é a 
falta de sensibilidade para o aspecto estratégico do investimento 
no bem-estar dos colaboradores, para a própria sustentabilidade e 
competitividade da organização. Para que se atinjam melhores 
resultados, os programas de qualidade de vida corporativos 
precisam ser bem elaborados, utilizar forte base científica e contar 
com apoio das lideranças da empresa. Com certeza, a falta de um 
ou mais desses fatores compromete o êxito das iniciativas em 
qualidade de vida. 
 
Que consequências a falta de investimento em programas 
de qualidade de vida geram para o servidor? Para órgão? E 
para a sociedade? 
Quando se identificam os fatores que prejudicam o bem-estar do 
colaborador e nada se faz para mudar, geram-se consequências 
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em série: para o servidor, falta de interesse e motivação pelas 
atividades profissionais; para o órgão público, a redução do 
potencial produtivo de seus funcionários, que poderiam render 
muito mais se estivessem bem consigo mesmos; e para a 
sociedade (podemos incluir aqui o público atendido nesses órgãos, 
colegas de trabalho, superiores, familiares, amigos....), as 
dificuldades para conviver com a pessoa que se sente estressada, 
desmotivada. 
 
Quais os benefícios para o órgão e especialmente para seus 
servidores? 
O principal ganho para o órgão é ter o seu colaborador motivado e 
saudável. Com mais qualidade de vida, o profissional sente-se 
mais valorizado, respeitado, menos estressado e com melhores 
condições de exercer as suas atividades ocupacionais. Um 
servidor que pode cuidar da sua própria saúde e bem-estar no 
local de trabalho com certeza atenderá melhor as pessoas, que se 
sentirão bem nesse ambiente. Sentindo-se bem consigo próprio, o 
colaborador ganha mais qualidade em sua vida: no trabalho, nos 
estudos, na família, nos relacionamentos pessoais, enfim, no dia a 
dia. Como podemos perceber, nesse caso, o efeito também é 
cumulativo. 
 
 
Quais as peculiaridades de ações de qualidade de vida no 
setor público? Elas são muito diferentes se comparadas ao 
setor privado? 
O que se tem identificado em muitas organizações públicas é a 
criatividade da equipe envolvida. No Programa de Gestão em 
Qualidade de Vida do Trabalho (PGQVT), por exemplo, 
desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, os 
servidores contam com um site onde podem consultar tabelas 
calóricas de diversos alimentos; conferir dicas para ter mais saúde 
e felicidade no dia a dia; medir o IMC (Índice de Massa Corpórea); 
acessar textos de incentivo à prática da atividade física; informar-
se sobre campanhas voltadas à Qualidade de Vida organizadas 
pelo Órgão; acessar links para outrosportais de saúde e bem-
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estar; entre outros conteúdos. Claro que o Programa inclui outras 
iniciativas, mas como podemos perceber, a partir de um site já é 
possível oferecer amplo conteúdo em promoção da saúde e bem-
estar. O PGQVT, inclusive, é um dos programas já contemplados 
com o Prêmio Nacional de Qualidade de Vida (PNQV), criado pela 
ABQV para reconhecer e incentivar as ações em Qualidade de Vida 
mantidas por empresas públicas e privadas. 
 
 
O próprio servidor pode adotar iniciativas/hábitos que 
melhorem sua qualidade de vida no trabalho? Que 
iniciativas seriam essas? 
As pessoas geralmente acham que precisam fazer grandes 
mudanças em suas rotinas para ter mais qualidade de vida. 
Porém, uma vida com mais saúde e bem-estar é possível, muitas 
vezes, com pequenos ajustes, acessíveis a todos, como por 
exemplo: 
No trabalho... 
� Nada de fazer as atividades de maneira automática, 
pensando em mil coisas simultaneamente e sempre tentando 
antecipar o que ocorrerá daqui a algum tempo. Atitudes 
como essas geram cansaço e estresse. 
� Demonstre interesse em conhecer o ponto de vista de outras 
pessoas e compartilhar conhecimentos. 
E no dia a dia 
� Procure se alimentar adequadamente, de forma equilibrada; 
� Tente manter o peso em níveis adequados; 
� Procure dormir de 6 a 8 horas por dia; 
� Pratique pelo menos um gesto de gentileza durante o dia; 
� Procure alongar-se, pelo menos, 5 minutos por dia; 
� Reserve espaço para a convivência com a família; 
� Desenvolva ou participe de algum trabalho voluntário; 
� Faça atividade física, dentro ou fora da empresa. Para quem 
não tem muito tempo, caminhar um pouco (pode ser até o 
ponto de ônibus, à estação do metrô ou no estacionamento 
do trabalho) ajuda a ativar a circulação sanguínea, 
movimentar os músculos e as articulações e arejar a mente. 
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Para quem puder ir um pouco mais longe, realizar atividades 
aeróbicas (andar de bicicleta, caminhar ou correr), 
associadas a exercícios musculares e ao alongamento, é a 
melhor receita para uma vida saudável. 
 
 
ASSIM COMO HÁ POUCA BIBLIOGRAFIA SOBRE OS ASSUNTOS 
ABORDADOS AQUI, TAMBÉM HÁ ESCASSEZ EM QUESTÕES DE 
CONCURSOS ANTERIORES QUE ABORDEM O TEMA. 
 
TRAREI AQUI UMA QUESTÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO E QUATRO 
SOBRE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO SERVIÇO PÚBLICO. 
 
AFINAL, A BOA ATUAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO INSS 
REFORÇARÁ SEUS PAPEIS COMO AGENTES DE DESENVOLVIMENTO 
SOCIAL. 
 
VAMOS, ENTÃO, NOS EXERCITAR UM POUCO. 
 
 
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QUESTÕES RESOLVIDAS 
 
Questão 1 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
 
 
 
Com relação às imagens acima, julgue o item que se segue. 
A frase A saúde do povo é objeto de inequívoca responsabilidade social 
constitui título adequado para a mudança que, nessas imagens, se expressa. 
 
Resolução 
 
Minha ideia em trazer esta questão do concurso para o INSS realizado em 
2008 pelo CESPE é realçar, diante desta CORRETA assertiva, a 
responsabilidade social da Administração Pública em relação à saúde do povo. 
 
Gabarito: C (Certo) 
 
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Tendo o texto abaixo como referência inicial, julgue os itens das 
questões 2 a 5. 
 
A qualidade do serviço de atendimento ao público, no 
contexto da realidade brasileira, tanto no âmbito estatal 
quanto no da iniciativa privada, apresenta-se como um 
desafio institucional que parece exigir transformações 
urgentes. Essa necessidade tem múltiplas facetas e a 
visibilidade de uma delas se expressa nas queixas 
freqüentes de usuários-consumidores. Basta visitar os 
espaços dedicados aos leitores dos jornais para encontrar 
uma fonte empírica abundante de reclamações concernentes 
aos serviços de atendimento em instituições públicas e 
privadas. 
Mário César Ferreira. Serviço de atendimento ao 
público: o que é? Como analisá-lo? Esboço de uma 
abordagem teórico-metodológica em ergonomia. 
Internet: <www.unb.br> (com adaptações). 
 
Questão 2 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
Um procedimento que pode permitir a identificação de fatores críticos de 
sucesso para o atendimento ao público com qualidade é descobrir o que 
distingue uma organização bem-sucedida, no atendimento ao público, de uma 
mal-sucedida, nesse aspecto, e analisar as diferenças entre elas. 
 
Resolução 
 
Item CERTO. 
 
Costumo dizer que os erros são pontos potenciais de melhoria e 
aperfeiçoamento. 
 
É preciso saber interpretá-los, a fim de extrair o máximo de cada um deles, 
evitando novos deslizes e implantando rotinas mais eficazes. 
 
Gabarito: C (Certo) 
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Questão 3 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
O trabalho desenvolvido pelo funcionário na situação de atendimento pode ser 
considerado atividade de mediação entre as finalidades da instituição e os 
objetivos do usuário. 
 
Resolução 
 
Item CERTO. 
 
O servidor, como agente de desenvolvimento social, deve estar, 
constantemente, em contato com as sugestões, anseios, reclamações, elogios 
e demais manifestações dos usuários de seus serviços. 
 
O canal de atendimento é a melhor forma de obter e canalizar tais informações 
e pode, desta forma, ser considerado atividade de mediação entre as 
finalidades da instituição e os objetivos de seus usuários. 
 
Gabarito: C (Certo) 
 
 
Questão 4 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
O bom estado de saúde, a competência profissional e o perfil adequado do 
atendente tornam o serviço de atendimento mais eficiente e, desse modo, 
contribuem para aumentar a satisfação dos usuários dos produtos ou serviços 
da instituição. 
 
Resolução 
 
Outro item CERTO. 
 
Acredito que não são necessários maiores comentários acerca desta assertiva, 
que está coerente com nossos estudos de hoje. 
 
Gabarito: C (Certo) 
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Questão 5 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
Uma ação que pode ser efetiva no fomento ao melhor atendimento do usuário-
consumidor é a descentralização da autoridade, visto que esta passa a ficar 
mais dispersa na base da organização, o que possibilita maior agilidade no 
processo decisório. 
 
Resolução 
 
Mais um ‘CERTO’ para nossas folhas de respostas. 
 
Gosto de trazer assertivas corretas para nossos estudos, pois se tornam mais 
uma fonte de estudos e aprendizagem. 
 
Aqui é uma questão mais técnica acerca do atendimento do usuário. Havendomais servidores com poder decisório, o atendimento ao usuário-consumidor, 
consequentemente, poderá ficar mais eficiente e eficaz. 
 
Gabarito: C (Certo) 
 
 
 
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QUESTÕES PROPOSTAS 
 
Questão 1 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
 
 
 
Com relação às imagens acima, julgue o item que se segue. 
A frase A saúde do povo é objeto de inequívoca responsabilidade social 
constitui título adequado para a mudança que, nessas imagens, se expressa. 
 
 
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Tendo o texto abaixo como referência inicial, julgue os itens das 
questões 2 a 5. 
 
A qualidade do serviço de atendimento ao público, no 
contexto da realidade brasileira, tanto no âmbito estatal 
quanto no da iniciativa privada, apresenta-se como um 
desafio institucional que parece exigir transformações 
urgentes. Essa necessidade tem múltiplas facetas e a 
visibilidade de uma delas se expressa nas queixas 
freqüentes de usuários-consumidores. Basta visitar os 
espaços dedicados aos leitores dos jornais para encontrar 
uma fonte empírica abundante de reclamações concernentes 
aos serviços de atendimento em instituições públicas e 
privadas. 
 
Mário César Ferreira. Serviço de atendimento ao 
público: o que é? Como analisá-lo? Esboço de uma 
abordagem teórico-metodológica em ergonomia. 
Internet: <www.unb.br> (com adaptações). 
 
 
 
Questão 2 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
Um procedimento que pode permitir a identificação de fatores críticos de 
sucesso para o atendimento ao público com qualidade é descobrir o que 
distingue uma organização bem-sucedida, no atendimento ao público, de uma 
mal-sucedida, nesse aspecto, e analisar as diferenças entre elas. 
 
 
 
Questão 3 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
O trabalho desenvolvido pelo funcionário na situação de atendimento pode ser 
considerado atividade de mediação entre as finalidades da instituição e os 
objetivos do usuário. 
 
 
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Questão 4 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
O bom estado de saúde, a competência profissional e o perfil adequado do 
atendente tornam o serviço de atendimento mais eficiente e, desse modo, 
contribuem para aumentar a satisfação dos usuários dos produtos ou serviços 
da instituição. 
 
Questão 5 
(CESPE – INSS – Técnico do Seguro Social – 2008) 
Uma ação que pode ser efetiva no fomento ao melhor atendimento do usuário-
consumidor é a descentralização da autoridade, visto que esta passa a ficar 
mais dispersa na base da organização, o que possibilita maior agilidade no 
processo decisório. 
 
-------------------------- X -------------------------- 
 
GABARITO 
 
Questão 1 2 3 4 5 
Resposta C 
(Certo) 
C 
(Certo) 
C 
(Certo) 
C 
(Certo) 
C 
(Certo) 
 
-------------------------- X -------------------------- 
 
Olá, Futuro Servidor Concursado do INSS! 
 
Gostaria de desejar a todos muita sorte e tranquilidade na hora de 
encarar a prova. Acreditem em vocês próprios e continuem suas 
preparações. 
 
Foco e perseverança são companheiros de todo concurseiro de 
sucesso! 
 
Foi um prazer tê-los comigo neste curso! Espero que tenham gostado 
da minha didática. 
 
Bons estudos e boas provas. 
 
Abraços deste torcedor de vocês: 
Prof. Henrique Campolina 
Maio/2013 
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BIBLIOGRAFIA 
 
ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo 
Horizonte: Lê, 1991. 
 
Dicionário Online Michaelis (www.michaelis.uol.com.br) 
 
Código de Conduta do Banestes S.A. (www.banestes.com.br) 
 
ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético. Rio de Janeiro: Gryphus, 1994. 
 
CARVALHO, Luis Carlos Ludovikus Moreira de. Ética e Cidadania. Assembleia 
Legislativa de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2003 (www.almg.gov.br) 
 
Portaria nº 1.675, de 06.10.2010, do Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão: Manual para os Serviços de Saúde dos Servidores Públicos Civis 
Federais. Brasília: Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, 2006. 
 
Revista nº 37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, de 2008. 
(disponível no sítio www.tcm.rj.gov.br) 
 
Sítio oficial do Governo do Estado da Bahia: www.portaldoservidor.ba.gov.br 
 
Sítio oficial da Previdência Social: http://www.mpas.gov.br 
 
MOREIRA, Eunice Aparecida de Lima. Avaliação da Gestão da Capacitação em 
Órgão Público – Estudo de Caso: Centro Universitário. Dissertação (Mestrado 
em Sistema de Gestão) – Departamento de Engenharia de Produção da 
Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2004. (citado por Celso Lima 
Bitencourt (UFF) Hilda Maria Rodrigues Alevato (UFF) em Segurança e Saúde 
Ocupacional: O caso de uma instituição federal de ensino superior do Rio de 
Janeiro)

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