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ISSN 2525-5134 | Número 11 – Out./Nov./Dez. de 2017 Departamento de Economia – DCEC – Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC – Ilhéus /BA Boletim de Conjuntura Econômica e Social MICRORREGIÃO ILHÉUS–ITABUNA caces.uesc.br 1 APRESENTAÇÃO O Projeto de Extensão Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES), vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Estadual de Santa Cruz lança o 11º Boletim de Conjuntura Econômica e Social, referente ao 4º trimestre (out-nov-dez) e ao ano de 2017. A proposta do projeto original do CACES é ampliar o boletim de conjuntura para uma perspectiva regional. Portanto além dos dados e análises sobre Ilhéus e Itabuna, incorporamos os dados da microrregião e dos cinco municípios mais representativos em termos do PIB. Recentemente, em 2017, a Microrregião Ilhéus-Itabuna foi transformada em Região Imediata Ilhéus-Itabuna, composta por 22 municípios e área de 10.399.852,5 Km2. Devido a esta nova divisão regional ter sido realizada muito recentemente, decidimos, neste boletim, manter os dados e análises da microrregião Ilhéus-Itabuna. Seguem-se as seções e a íntegra dos textos com mais detalhes. *Os dados oficiais de alguns setores e municípios da seleção não foram possíveis ser obtidos, o que nos obrigou a omitir e/ou substituir pelo dados de outro município por ordem de importância no PIB da microrregião. EMPRESAS No 4º Trimestre de 2017 foi ampliado o número de estabelecimentos comerciais de Itabuna, em 15 unidades. Em Ilhéus o saldo foi negativo, com a redução de 30, que encerraram suas atividades. A disposição para constituição de novos esta- belecimentos empresariais ao longo do ano de 2017 foi menor do que observada no ano de 2016, em praticamente todos os trimestres (página 2). CONSUMO DE ENERGIA Dos setores produtivos da economia dos municípios de maior PIB da microrre- gião, o setor indústria foi o que mais demandou energia elétrica. No 4º trimestre de 2017, em Ilhéus, ocorreu um aumento de 0,3% do consumo de energia em relação ao mesmo trimestre de 2016, com retração de consumo apenas no setor produtivo da indústria (-2%). Em Itabuna, os setores de comércio e serviços e agricultura apresentaram aumento no consumo (página 4). COMÉRCIO EXTERIOR No quarto trimestre de 2017, os municípios de Ilhéus e Itabuna apresentaram, em relação ao terceiro trimestre, crescimento bastante significativo em suas contas de importação, da ordem de 75% para Ilhéus e 73% para Itabuna. Como as exportações aumentaram pouco, no caso de Ilhéus, ou caíram cerca de 25%, no caso de Itabuna, o saldo comercial para Ilhéus, no quarto trimestre, foi ne- gativo e, para Itabuna, houve uma redução de aproximadamente 75%. No acu- mulado de todo o ano de 2017, houve, para Ilhéus, déficit comercial no valor de US$ 29,06 milhões e US$ 1,4 milhão para Itabuna, apesar desta cidade ter reduzido seu déficit em relação ao ano de 2016. Marcada por déficits comerciais significativos no primeiro semestre de 2017, a região concentrou sua exportação, mais uma vez, nos produtos derivados do cacau, perfazendo concentração da pauta exportadora acima de 98% para ambas as cidades. As importações ficaram concentradas em artigos manufaturados direcionados, como insumos para as empresas sediadas no distrito industrial de Ilhéus (página 7). FINANÇAS PÚBLICAS A conjuntura econômica da microrregião Ilhéus-Itabuna, representada pelos cinco municípios de maior PIB, permite afirmar, na área de Finanças Públicas, que as atividades vinculadas à arrecadação dos impostos municipais tiveram um mal desempenho tanto em termos anuais (2016-2017) como na comparação do último bimestre de 2017 com o de 2016. Já o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é recolhido nos municípios e administrado pelo governo do Estado, teve um ótimo desempenho no mesmo período, apre- sentando taxa de crescimento real de 24,14% na somatória dos 41 municípios que compõem a microrregião Ilhéus-Itabuna. Ilhéus (+16,%) e Itabuna (29,08%) se destacaram nesse imposto. As despesas dos municípios mais representativos da microrregião tiveram crescimento moderado, mas, de qualquer forma, muito positivo por contribuir para amenizar a crise econômica que ainda vivencia o país (página 10). MERCADO DE TRABALHO A grande maioria das pessoas que perderam o emprego em 2017, na micror- região e nos municípios selecionados, foi de renda baixa, assim como as con- tratações foram, também, com baixos salários. Significa que a microrregião tem uma forte concentração de renda nas faixas salariais mais altas. O 4º trimestre de 2017 apresentou comportamento bem mais favorável no saldo de emprego em Ilhéus e Itabuna que o mesmo período de 2016. Quanto ao comportamento anual, apresentaram-se melhor em 2017, sendo mais favorável para Ilhéus. As admissões na faixa salarial até 1.5 SM (salário mínimo) responderam por 86,7% dos contratos e os desligamentos por 80,87, em 2017 (página 12). POPULAÇÃO E PRODUTO INTERNO BRUTO DA REGIÃO Os maiores municípios, com base no PIB municipal de 2015 (IBGE), foram, na ordem decrescente: Itabuna, Ilhéus, Itapebi, Ipiaú e Itagibá. Porém, o maior PIB per capita foi, em 2015, de Itapebi, seguido de Itagibá, Ilhéus e Itabuna. A mi- crorregião Ilhéus-Itabuna vivenciou, da década de 1990 até 2015, dois processos: a diminuição da população e os aumentos do PIB e do PIB per capita. Apesar do crescimento no PIB do Estado, entre 2000 e 2015, a microrregião teve sua participação percentual diminuída. O PIB per capita aumentou no período 2000- 2015 de R$2.423,96 para R$13.342,85. Mesmo assim, a microrregião manteve profunda desigualdade social (página 15). TRANSFERÊNCIA DIRETA DE RENDA (PROGRAMAS SOCIAIS) Os programas de transferência de renda – PBF (Programa Bolsa Família) – e Assis- tência Social – BPC (Benefício de Prestação Continuada) – tiveram um pequeno aumento, em números de beneficiários e valores, em 2017, comparados a 2016. A RMV (Renda Mensal Vitalícia) teve diminuição em 2017 quando comparada a 2016. A renda total dos programas repassados pelo governo para a microrregião (41 municípios) foi de R$ 947.257.606,60, enquanto a receita de ICMS da microrre- gião foi de R$396.960.598,37. O BPC correspondeu a 98,47% do total dos repasses. A renda total dos programas sociais em Itabuna, em 2017, foi de R$162.034.619,59, enquanto a receita tributária foi de R$49.502.614,39 e, em Ilhéus, a renda total dos programas foi de R$124.726.740,10 e a receita tributária de R$70.583.907,21 (página 18). Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 2 EMPRESAS Nessa seção apresentam-se informações sobre o movi- mento de abertura e fechamento de empresas nos municí- pios de Ilhéus, Itabuna, Gandu, Ipiaú e Itapebi. Será dado um destaque maior para Ilhéus e Itabuna. No quarto trimestre de 2017, foram constituídas 183 empresas, sendo 97 em Itabuna, 51 em Ilhéus, 21 em Ipiaú, 13 em Gandu e 1 em Itabebi. Das empresas constituídas na região, a maior parcela pertence ao ramo dos serviços (107), seguido de comércio varejista (64), comércio atacadista (9) e fábricas (3). Em todos os municípios acompanhados, as constituições de empresas se concentraram no ramo de ser- viços (Tabela 1). Contextualização histórica regional Antes de 2017, a última Divisão Regional do Brasil ocor- reu em 1990, onde ficou definida as unidades mesorregionais e microrregionais. A microrregião Ilhéus-Itabuna era uma das microrregiões pertencentes à Mesorregião Sul Baiano, compos- ta de 41 municípios, cuja área era de 21.308.944 Km2. Conforme o IBGE, a 1ª divisão regional do Brasil em micro e mesorregiões homogêneas ocorreu entre 1969 e 1970. Porém, ainda em 1970, foi aprovado o Decreto No. 67.647 que criava as 5 grandes re- giões ou macrorregiões, cuja concepção era a “uniformidade do espaço, baseada nas característicassocioeconômicas que os dados estatísticos devem espelhar, espaços estes que deverão sofrer modificação, toda vez que uma alteração substancial des- ta uniformidade for afetada pelo processo de desenvolvimento econômico” (MAGNAGO, 1995, p. 78). Portanto, nessa divisão regional “o conceito de espaço homogêneo foi definido como forma de organização da produção” (idem, p. 78) (grifos da autora). Seguindo essa lógica, a classificação em microrregião obedeceu também a caracterização homogênea do espaço, chamadas também de “microrregiões homogêneas”. A região cacaueira se inseriu nessa lógica, caracterizando o espaço geo- gráfico do Sul da Bahia pela importância histórica, econômica, social e cultural sob influência da lavoura cacaueira. O lançamento, em 1978, do livro Por uma geografia nova, de Milton Santos, introduziu novos conceitos à concepção de espaço, o que provocou uma remodelação geral na caracteriza- ção geográfica do espaço brasileiro. Segundo Magnago (1995), dois conceitos passaram a ser fundamentais nessa nova visão: tempo e totalidade. Assim, “a nova abordagem conceitual de regionalização está relacionada à totalidade social. Como tal está implícito que a região é analisada como um reflexo espacial daquela totalidade” (SANTOS, 1978, p. 17 citado por MAGNAGO, 1995, p. 84). Essa nova conceituação teórica, numa perspectiva crítica, influenciou a nova caracterização para as micro e mesorregiões no final da década de 1980. A nova denominação de Microrregião Ilhéus-Itabuna, em 1989-1990, nasceu em contraposição à concepção de 1969-1970, baseada na homogeneização produtiva, englobando uma perspectiva plural de sua diversidade espacial, assim como os aspectos contraditórios de suas relações sociais. Paralela- mente, coincidente ou não, vamos ter a desagregação da base produtiva homogênea regional fundada na lavoura cacaueira. Em 2017, o IBGE fez uma nova divisão visando atender ao “processo socioespacial recente de fragmentação/articulação do território brasileiro em seus variados formatos (...)”. A mu- dança essencial nessa nova divisão é que “as regiões geográ- ficas imediatas têm na rede urbana o seu principal elemento de referência”. Conforme o IBGE (2017), “o recorte das Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias incorpora as mudanças ocorridas no Brasil ao longo das últimas três décadas”. Portanto, as novas regiões serão estruturadas a partir dos centros urbanos que congregam as necessidades mais imediatas da população local, em termos do consumo de bens. A Região Imediata Ilhéus-Itabuna (22 municípios) é uma das quatro regiões imediatas da Região Geográfica Intermediá- ria Ilhéus-Itabuna (51 municípios). Nesse sentido, o boletim adquire, a partir deste trimes- tre, uma característica regional, de maneira que o mesmo cobrirá uma análise sob a perspectiva do desenvolvimento regional. Tabela 1 – Atividade principal das empresas constituídas, Ilhéus, Itabuna, Gandu, Ipiaú e Itapebi – 4º Trimestre de 2017 Serviços Comércio Varejista Comércio Atacadista Fábrica Total Constituídas Ilhéus 26 24 0 1 51 Itabuna 58 30 8 1 97 Gandu 7 4 1 1 13 Ipiaú 15 6 0 0 21 Itapebi 1 0 0 0 1 Total 107 64 9 3 183 Extintas Ilhéus 34 42 1 4 81 Itabuna 42 35 3 2 82 Gandu 6 7 - 1 14 Ipiaú 9 15 1 2 27 Itapebi 1 0 0 0 1 Total 92 99 5 9 205 Saldo 15 -35 4 -6 -22 Fonte: JUCEB, janeiro de 2018. Elaboração própria. 3 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) Em, Itabuna, os maiores destaques na criação de novas empresas foram os setores de serviços (58) e comércio varejista (27), tendo ainda ocorrência de abertura de 8 comércios atacadistas e uma fábrica. Das aberturas de empresas em Ilhéus destaca-se o setor de serviços (24) e comércio varejista (24). Considerando as empresas que encerraram suas atividades (205), pode-se verificar a maior ocorrência em Itabuna (82), seguido de Ilhéus (81), Ipiaú (27), Gandu (13) e Itapebi (1). Parte das empresas encerradas na microrregião, a maior parcela pertencia ao ramo de comércio varejista (99), sendo 42 em Ilhéus, 35 em Itabuna, 15 em Ipiaú e 7 em Gandu. No setor de serviços encerraram atividades 92 empresas das quais 42 em Ilhéus, 35 em Itabuna, 15 em Ipiaú, 6 em Gandu e 1 em Itapebi. Conforme Gráfico 1, constata-se que o número de em- presas abertas em Itabuna (97), ao longo do último trimestre do ano de 2017, foi quase o dobro das empresas abertas em Ilhéus (51). Por outro lado, o número de empresas extintas, no mesmo período, foi praticamente idêntico com Itabuna, registrando um fechamento de 82 empresas, e Ilhéus, 81. Gráfico 1 – Empresas constituídas e extintas em Ilhéus e Itabuna, no 4º trimestre de 2017. Fonte: JUCEB, janeiro, 2018. Em Ilhéus, o saldo entre abertura e fechamento foi ne- gativo nos meses de outubro (-17) e dezembro (-15), e positivo em novembro, acarretando no último trimestre do ano, uma diminuição de 30 unidades empresariais. Em Itabuna o saldo foi positivo nos meses de novem- bro (17), nulo em dezembro (0) e negativo em outubro (-2), acarretando uma ampliação do número de empreendimentos empresariais de 15 unidades. Considerando as empresas que encerraram as suas ativi- dades, no 4º trimestre, pôde-se verificar que o maior número de empresas fechadas,em Ilhéus, foi registrado no centro da cidade (23), seguido dos bairros do Malhado (13) e São Francis- co (5). Em relação aos estabelecimentos constituídos, estes se concentraram no centro da cidade (9), no bairro da Conquista (9) e nos bairros do Nelson Costa (5), Malhado (4) e Pontal (4). Em Itabuna, o maior número de estabelecimentos cons- tituídos concentrou-se no Centro (21), nos bairros Nossa Se- nhora da Conceição (10) e São Caetano (9). Já as maiores concentrações de empresas encerradas foram registradas no Centro (31) e Fátima (7). No ano de 2017, no contexto geral, observou-se uma constituição de novas empresas menor e um número de fe- chamento maior do que o observado no ano de 2016, tanto em Ilhéus como em Itabuna. Em Ilhéus, apenas no primeiro e no terceiro trimestre, o número de aberturas de empresas superou o apresentado em 2016. O movimento de abertura e fechamento de empresas, no ano de 2017, se encerrou com um saldo negativo de 22 empresas contra um saldo positivo de 12 empresas em 2016 (Gráfico 2). Gráfico 2 – Empresas constituídas, extintas e saldo em Ilhéus, 2016-2017. Fonte: JUCEB, janeiro, 2018. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 4 CONSUMO DE ENERGIA O consumo de energia elétrica das atividades econômi- cas, registrou, no 4º trimestre de 2017, aumento de 1,2% em Ilhéus, e uma retração de 4%, em Itabuna, quando se compa- ra com o mesmo trimestre de 2016. A indústria foi o setor que Tabela 2 – Evolução do Consumo de Energia em KWh, nos municípios de Ilhéus, Itabuna, Ipiaú e Itapebi, no 4º trimestre de 2017 Ilhéus Itabuna Ipiaú Itapebi KWH % KWH % KWH % KWH % Outubro Comércio e Serviços 4.966.491 39,6 6.199.639 82,8 561.386 41,7 53.415 18,9 Industrial 7.099.000 56,5 –– –– 639.033 47,4 171.711 60,8 Agricultura 490.601 3,9 227.467 3,0 146.558 10,9 57.266 20,3 Total 12.556.093 6.427.106 1.346.977 282.392 Novembro Comércio e Serviços 5.064.241 41,0 6.683.115 83,6 620.478 44,2 56.167 20,6 Industrial 6.775.740 54,9 –– –– 632.477 45,1 176.297 64,6 Agricultura 512.257 4,1 249.404 3,1 149.443 10,7 40.352 14,8 Total 12.352.237 6.932.519 1.402.398 272.816 Dezembro Comércio e Serviços 5.475.265 41,6 7.140.701 83,6 683.895 46,3 58.090 25,5 Industrial 7.135.835 54,2 –– –– 634.795 43,0 128.387 56,3 Agricultura 544.174 4,1 250.139 2,9 158.566 10,7 41.365 18,2 Total 13.155.274 7.390.840 1.477.257 227.842 4º trimestre Comércio e Serviços 15.505.997 40,7 20.023.455 83,4 1.865.75944,1 167.673 21,4 Industrial 21.010.576 55,2 –– –– 1.906.305 45,1 476.395 60,8 Agricultura 1.547.031 4,1 727.010 3,0 454.568 10,8 138.982 17,7 Total 38.063.604 20.750.465 4.226.631 783.050 Fonte: COELBA, janeiro, 2018. Nota: Não incluem dados do consumo de energia industrial de Itabuna que foram consolidados até a data de fechamento da edição boletim. mais demandou energia elétrica no município de Ilhéus, ao longo do ano de 2017. Já em Itabuna, os setores de comércio e de serviços foram os que mais consumiram eletricidade, em 2017. Em Itabuna, também no primeiro e no terceiro trimestre o número de empresas constituídas no ano de 2017 superou o apresentado em 2016. Por outro lado, o número de fechamen- to de empresas foi superior ao apresentado no ano anterior. O movimento de abertura e fechamento de empresas no ano de 2017 se encerrou com um saldo 60 novas unidades empresa- Gráfico 3 – Empresas constituídas, extintas e saldo em Itabuna, 2016-2017. Fonte: JUCEB, janeiro de 2018. riais, ao passo que no ano de 2016, esse número foi mais que o dobro, com um acréscimo 143 empresas. (Gráfico 3). Os efeitos da instabilidade econômica do país ainda con- tinuaram dificultando a sobrevivência das empresas na re- gião, no quarto trimestre do ano de 2017, acarretando no ano resultados bem inferiores aos observados no ano de 2016. 5 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) A maior alta na demanda por energia foi registrada no setor agrícola (11,9%), seguida pelo comércio e servi- ços (2,5%). Apenas no setor industrial ocorreu redução na demanda por energia (-2%). Em Itabuna, também foram registrados aumento da demanda nos setores de comércio e serviços (2,5%) e agrícola (1,5%). A atividade que mais demandou energia elétrica, no município de Ilhéus, foi a indústria, com cerca 55,2% do total do consumo do 4º trimestre de 2017. A comparação com o mesmo trimestre do ano anterior registrou queda de 2%. No quarto trimestre de 2017, o segmento industrial de produtos alimentícios foi o maior demandante de energia elétrica, com 89,1% de todo o consumo do setor (Tabela 4). A Tabela 2, apresenta a evolução da demanda de energia das atividades econômicas nos municípios de maior PIB da região, no 4º trimestre de 2017 (não apresentamos na tabela os dados do município de Itagibá por não termos consegui- do obter). O setor industrial respondeu pela maior demanda, seguido de comércio/serviços e pela agricultura. Em todos os municípios, no geral, observa-se aumento da demanda de energia, principalmente no setor do comércio, impulsionado pelas festas do final de ano, Natal e Ano Novo. Avaliando o consumo de eletricidade no 4º trimestre de 2017, conforme apresentado na Tabela 3, em Ilhéus houve acrés- cimo de 0,3% pelo conjunto das atividades econômicas do muni- cípio, quando comparado com o mesmo trimestre de 2016. Tabela 3 – Evolução do Consumo de Energia, KWh, no 4º trimestre – 2016 e 2017 Ilhéus 4º Trim. 2017 4º Trim. 2016 Variação (%) Indústria 21.010.576 21.444.595 -2,0 Comércio e Serviços 15.505.997 15.123.023 2,5 Agricultura 1.547.031 1.383.008 11,9 Total 38.063.604 37.950.626 0,3 Itabuna 4º Trim. 2017 4º Trim. 2016 Variação (%) Indústria –– 16.788.606 –– Comércio e Serviços 20.023.455 19.541.392 2,5 Agricultura 727.010 716.497 1,5 Total 20.750.465 37.046.495 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da COELBA, janeiro, 2018. Nota: Não incluem dados do consumo de energia industrial de Itabuna que foram consolidados até a data de fechamento da edição boletim. Tabela 4 – Participação e variação percentual do consumo de energia e participação de cada atividade industrial na demanda de energia elétrica em Ilhéus, no 4º trimestre 2017 e 2016 4º Trim. 2017 4º Trim. 2016 Variação KWh % KWh % 2017/2016 Equip. Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos 501.613 2,4 643.338 3 -22,0 Fab. Prod. De Mineração Não- Metálicos 135.032 0,6 107.223 0,5 25,9 Máq. Aparelhos e Materiais Elétricos 108.829 0,5 128.668 0,6 -15,4 Prod. De Borracha e de Material Plástico 900.532 4,3 922.118 4,3 -2,3 Produtos Alimentícios 18.716.720 89,1 19.042.800 88,8 -1,7 Tratamento de Resíduo; Recuperação de Materiais 397.891 1,9 343.114 1,6 16,0 Outros 249.960 1,2 257.335 1,2 -2,9 Total geral 21.010.576 100,0 21.444.595 100 -2,0 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da COELBA, janeiro, 2018. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 6 O aumento da demanda por energia no setor industrial foi observado apenas nos segmentos de Fabricação Produtos de Mineração não metálicos (+25,9%) e na Recuperação de Materiais (+16%). Esses segmentos tiveram, respectivamen- te, uma participação de 0,6% e 1,6% em toda a demanda de energia do 4º trimestre de 2017. Como nos trimestres anteriores, a indústria de infor- mática apresentou a maior queda na demanda por eletrici- dade (-22%), e no 4º trimestre de 2017, teve a participação de 2,4% no total de consumo da indústria. Outra queda significativa foi no segmento de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-15,4%), com participação de 0,5% no consumo total da indústria. Também apresentou redu- ção na demanda os segmentos de Produtos Alimentícios (-1,7%), Prod. De Borracha e de Material Plástico (-2,3%) e Outros (-2,9%). No segmento industrial de maior demanda por ener- gia em Ilhéus (Produtos Alimentícios), a retração na de- manda (-1,7%) é justificada, principalmente, pela redução de 3,4% na atividade industrial de fabricação de deriva- dos do cacau. Essa redução representa um decréscimo de 612.936 kWh na demanda de eletricidade do segmento. Por outro lado, as demais atividades produtivas do seg- mento alimentício registraram alta de 29,1% no consumo, totalizando no trimestre incremento de 286.856 KWh no segmento (Tabela 5). Tabela 5 – Participação do segmento alimentício no consumo de energia elétrica em Ilhéus, 4º trimestre de 2017 e 2016 4º Trim. 2017 4º Trim. 2016 Variação KWh % KWh % 2017/2016 Fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates 17.444.004 93,2 18.056.940 94,8 -3,4 Outros 1.272.716 6,8 985.860 5,2 29,1 Total 18.716.720 19.042.800 -1,7 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da COELBA, janeiro, 2018. Nota: Não incluem dados do consumo de energia industrial de Itabuna que não foram consolidados até a data de fechamento da edição boletim. Gráfico 4 – Evolução do Consumo de Energia Elétrica dos setores produtivos de Ilhéus e Itabuna, em milhões de KWh, no ano de 2017 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da COELBA, janeiro, 2018. Nota: Não incluem dados do consumo de energia industrial de Itabuna no 4º trimestre que não foram consolidados até a data de fechamento da edição boletim. No Gráfico 4 é apresentada a evolução do consumo de energia elétrica, em cada um dos setores econômicos dos municípios de Ilhéus e Itabuna, ao longo do ano de 2017. No município de Ilhéus, o setor industrial foi o setor que mais demandou energia elétrica, mantendo um consu- mo médio mensal de 6,9 milhões de KWh e trimestral 20,6 milhões de KWh. O período de menor consumo ocorreu no terceiro trimestre. No setor de comércio e serviços, no quarto trimestre, ocorreu uma reversão da tendência de queda. O setor agrícola, de menor contribuição no consumo total, também apresentou aumento no quarto trimestre. Em Itabuna, as principais atividades desenvolvidas ao longo de 2017 se concentraram nos setores de comércio e serviços e no industrial. O consumo de energia nesses setores foi semelhante, com média trimestral de 6,4 e 6,3 milhões de KWh, respectivamente. O setor agrícola, de menor contri- buição no consumo total, também apresentou aumento no quarto trimestre. 7 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)Tabela 6 – Variação percentual do consumo de cada segmento econômico na demanda de energia elétrica, em Ilhéus e Itabuna no 4º trimestre, 2017 e 2016. Ilhéus Indústria Comércio e Serviços Agricultura Total 1º Trim. 2,1 -4,1 0,1 -0,6 2º Trim. 5,6 -2,4 10,0 2,4 3º Trim. -0,1 -3,0 5,5 -1,0 4º Trim. -2,0 2,5 11,9 0,3 Total 1,3 -1,8 6,8 0,3 Itabuna Indústria Comércio e Serviços Agricultura Total 1º Trim. -0,3 -3,1 -0,5 -1,7 2º Trim. 0,8 2,5 14,4 1,9 3º Trim. 2,3 -2,0 10,7 0,5 4º Trim. –– 2,5 1,5 2,4 Total 0,9 0,0 6,1 0,5 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da COELBA, janeiro, 2018. Nota: Não incluem dados do consumo de energia industrial de Itabuna no 4º trimestre que não foram consolidados até a data de fechamento da edição boletim. A Tabela 6, apresenta o consumo de energia elétrica como proxy do desempenho das atividades econômicas do ano de 2017, em relação ao ano anterior. Em Ilhéus, as ativi- dades econômicas, de forma geral, apresentaram estagnação em relação ao ano anterior, com incremento de 0,3%. O setor de comércio e serviços, no ano de 2017, apresentou desem- penho inferior ao registrado em 2016, em todos os trimes- tres, acarretando retração no setor -1,8%. Na indústria e na agricultura, os resultados em relação ao ano anterior foram positivos, com aumento de 1,3% e 6,8%, respectivamente. Porém, os resultados positivos desses dois segmentos não foram suficientes para um incremento maior nas atividades produtivas do município. Em Itabuna, sem considerar o resultado da indústria no 4º trimestre, o incremento das atividades produtivas foi de, apenas, 0,5%. O maior aumento ocorreu na agri- cultura (6,1%), seguido da indústria (0,9%). Importa res- saltar que o consumo de energia no comércio e nos servi- ços manteve os mesmos patamares de 2016, ou seja, sem crescimento. COMÉRCIO EXTERIOR Diante da impossibilidade de levantamento de dados de movi- mentação externa aos cinco municípios mais relevantes em termos de PIB e dos demais municípios da microrregião Ilhéus-Itabuna, as transações externas serão analisadas apenas para os dois maio- res municípios da referida microrregião. No último trimestre de 2017, Tabela 7, o destaque nas contas externas da região foi o crescimento significativo das importações em ambos os municípios. Tanto Ilhéus como Itabuna aumentaram suas importações em mais de 70% em comparação ao terceiro trimestre. A importação ilheense, em valores monetários, passou de US$ 36,55 milhões no terceiro trimestre de 2017 para, aproximadamente, US$ 64,02 milhões no quarto trimestre. No que se refere à exportação, há uma queda de, apro- ximadamente, 25% para Itabuna e um aumento tímido para a economia ilheense, da ordem de 2,72%. Tabela 7 – Evolução do comércio exterior entre Ilhéus e Itabuna, para o quarto e terceiro trimestres de 2017, em US$ FOB Município Exportação total Variação (%) Importação total Variação(%) 4º trim. 3º trim. 4º trim. 3º trim. Ilhéus 57.558.187 56.035.749 2,72 64.020.729 36.549.816 75,16 Itabuna 6.748.941 9.088.425 -25,74 5.262.657 3.029.723 73,70 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados de Aliceweb 2.0. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 8 Tomando-se por base a Tabela 7, pode-se apreender que, devido aos resultados apurados, o saldo comercial das duas cidades foi negativo. Isso é demonstrado por meio dos dados da Tabela 8. A Tabela 8 permite observar que o resultado do sal- do comercial de Ilhéus passou de US$ 19,49 milhões para um valor negativo de US$ 6,46 milhões, verificando-se um déficit comercial para o último trimestre do ano. Em relação a Itabuna, o saldo também teve forte queda, na ordem de 75,47%. Porém, este não chegou a ficar negativo, tendo sido apurado um valor superavitário de US$ 1,49 milhão, aproximadamente. Esse resultado indica que a atividade econômica interna a ambos os municípios demandou mais produtos oriundos do mercado externo, enquanto a exportação dos municípios mostrou-se, no geral, menos requisitada pelos mercados compradores. A Tabela 9 reúne as informações das contas externas anuais para cada uma das cidades. O resultado de maior destaque é o saldo comercial para ambas as cidades: tanto em 2017 quanto em 2016, Ilhéus e Itabuna apresentaram déficits comerciais. Porém, o movimento da balança co- mercial de Ilhéus negativa e Itabuna, positiva. Tabela 9 – Exportações, importações e saldo da balança comercial para Ilhéus e Itabuna, para os anos de 2017 e 2016, em US$ FOB Contas Ilhéus Itabuna 2017 2016 2017 2016 Exportação (a) 233.146.044 250.190.919 27.839.633 29.291.172 Importação (b) 262.203.901 263.744.704 29.243.249 51.010.154 Saldo (a-b) (29.057.857) (13.553.785) (1.403.616) (21.718.982) Variação do saldo 2017/16 (%) -114,39 93,54 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados de Aliceweb 2.0. Enquanto o déficit da balança comercial ilheense aumen- tou nos últimos dois anos, chegando a, aproximadamente, US$ 29,06 milhões em 2017, o déficit comercial de Itabuna reduziu-se em 93,54%, chegando a US$ 1,4 milhão em 2017. Assim, dado o tamanho monetário do déficit ilheense, pode-se conjecturar que, mantido do ritmo dos últimos dois anos, em 2018 a economia itabunense poderá alcançar superávit comer- cial em um ritmo mais acelerado do que o município ilheense. Ademais, verifica-se por meio da Tabela 9 que o resultado do saldo comercial negativo para Ilhéus foi a queda em suas re- ceitas exportadoras e a manutenção de seu volume monetário na importação: enquanto o valor monetário exportado reduziu- -se em 6,81%, a importação reduziu-se apenas 0,58%. Já para Itabuna, houve redução de 4,96% nas exporta- ções. Contudo, a diminuição do déficit comercial foi viabiliza- da pela queda de 42,67% na importação, passando de pouco mais de US$ 51 milhões em 2016 para US$ 29,24 milhões em 2017. O Gráfico 5 mostra os dados da Tabela 9 desagregados para os doze meses do ano de 2017. O primeiro semestre do ano foi marcado por déficits expressivos na balança co- mercial de Ilhéus e Itabuna, principalmente nos meses de abril e maio. O segundo semestre apresentou superávits pe- quenos, se comparados aos déficits do primeiro semestre. O mês de dezembro é uma exceção para o segundo semestre: apresentou déficit comercial. Gráfico 5 – Exportação, importação e saldo comercial para os municípios de Ilhéus e Itabuna, janeiro a dezembro de 2017, em US$ FOB. Fonte: Elaboração própria, a partir de dados de Aliceweb 2.0. A combinação de superávits pouco expressivos no se- gundo semestre, aliada à existência de déficits importan- tes no primeiro, favoreceu o resultado negativo no setor externo de Ilhéus e Itabuna, conforme fora retratado pela Tabela 9. A Tabela 10 reúne informações importantes acerca da especialização comercial da região. Entender essa especia- lização é interessante, pois franqueia a compreensão de quais produtos são produzidos nas duas cidades e se a pau- ta é composta por bens industrializados ou básicos. Tabela 8 – Saldo da balança comercial para Ilhéus e Itabuna, no quarto e no terceiro trimestres de 2017, em US$ FOB Município Saldo comercial Variação (%) 4º trim. 3º trim. Ilhéus (6.462.542) 19.485.933 -133,17 Itabuna 1.486.284 6.058.702 -75,47 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados de Aliceweb 2.0. 9 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) Tabela 10 – Exportação e importação em US$ FOB, por classe de produto selecionado, de acordo com o Sistema Harmonizado (SH), a dois dígitos, para Ilhéus e Itabuna no quarto trimestre de 2017. Classe Ilhéus Itabuna Rubrica Exportação Importação Exportação Importação Cacau e suas preparações 57.267.433 31.940.979 6.669.652 5.066.322 Máq., aparelhos e mat. elétricos (e partes); aparelhos de gravaçãoou reprodução de som; imagens e som em televisão (partes e acessórios) 116.036 25.927.720 –– –– Matérias para entrançar e outros produtos de origem vegetal 39.181 –– –– –– Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes) 134.313 3.163.750 –– 6.951 Plásticos e suas obras 143 149.830 –– 106.220 Vestuário e seus acessórios (malha) –– 808.506 34.002 –– Vestuário e seus acessórios (exceto malha) –– –– 45.287 –– Borracha e suas obras 560 1.508.792 –– –– Instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia, medida, controle e médicos –– 206.508 –– –– Produtos químicos orgânicos –– 70.000 –– –– Obras de ferro fundido 5 24.558 –– 9.921 Brinquedos, jogos e artigos para divertimento ou esporte –– –– –– 58.146 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados de Aliceweb 2.0. Nota: Total de capítulos SH2 para os municípios: exportação – 12; importação – 21. O Sistema Harmonizado (SH) é um sistema internacional para classificação padronizada de mercadorias exportadas ou importadas. Como pode ser observado desde o primeiro número do boletim, o destaque principal para a pauta exportadora e importadora da região é a rubrica Cacau e suas prepara- ções, que representou 99,49% de tudo que foi exportado por Ilhéus no quarto trimestre de 2017, enquanto que em Itabuna essa representatividade chegou a 98,83%. Portanto, os dados para 2017 reforçam a conclusão de análises ante- riores: a pauta exportadora é bastante concentrada em pro- dutos derivados de apenas uma commodity. Entretanto, a região ainda continua a exportar produ- tos industrializados, com valores agregados distintos, assim como no tocante à sua complexidade tecnológica e produ- tiva. O destaque para Ilhéus é a exportação dos produtos da rubrica Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes), com US$ 134 mil, e Máq., aparelhos e mat. elétricos (e partes); aparelhos de gravação ou reprodução de som; imagens e som em televi- são (partes e acessórios), com US$ 116 mil. Para Itabuna, as exportações relevantes, além de Cacau e suas preparações, ficou por conta de Vestuário e seus acessórios (de malha), com US$ 34 mil e outros que não contenham malha, com US$ 45,28 mil. Em relação à importação, Ilhéus e Itabuna apresentaram diversificação da pauta. Em relação a Ilhéus, depois de Cacau e suas preparações, as rubricas de importação mais significa- tiva foram Máq., aparelhos e mat. elétricos (e partes); apa- relhos de gravação ou reprodução de som; imagens e som em televisão (partes e acessórios), com US$ 25,93 milhões, seguida de Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes). Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 10 Tabela 12 – Receita tributária, municípios selecionados da microrregião Ilhéus-Itabuna, 2016-2017 e 6º bimestre 2016-2017 (Valores reais) Período/ Variação % Itabuna Ilhéus Itapebi Ipiaú Itagibá Total 2016 43.579.190,97 74.374.262,13 645.682,92 5.051.088,07 2.430.367,25 126.080.591,30 2017 49.502.614,39 70.583.907,21 1.512.906,55 5.423.584,28 1.497.777,74 128.520.790,20 6º bi 2016 7.333.516,53 21.553.347,13 –– (*) 924.826,55 378.184,13 30.189.874 6º bi 2017 7.819.388,89 11.326.720,47 321.900,63 958.075,00 246.471,39 20.672.556 Taxa var anual 13,59 -5,09 134,31 7,37 -38,37 1,93 Taxa var bimestre 6,62 -47,44 ---- 3,59 -34,82 -31,52 Fonte: RREO dos municípios. (*)Os dados não foram disponibilizados. Para Itabuna, a rubrica com maior valor importado, de- pois de Cacau e suas preparações, foi Plásticos e suas obras, seguida de Brinquedos, jogos e artigos para divertimento ou esporte, esta última com, aproximadamente, US$ 58 mil em produtos recreativos demandados do exterior. FINANÇAS PÚBLICAS: MICRORREGIÃO ILHÉUS- ITABUNA O acompanhamento das finanças públicas da micror- região Ilhéus-Itabuna foi realizado com base em uma sele- ção de indicadores que são considerados representativos da sua dinâmica econômica e pretende contribuir ao en- tendimento do impacto da crise econômica nacional nos 41 municípios que a compõe. Continua-se com a indagação feita nas edições anteriores: os indicadores das contas pú- blicas refletem a crise econômica nacional ou estão se des- colando da mesma na microrregião de Ilhéus-Itabuna? Para tanto, apresenta-se o desempenho da microrregião com ênfase em Ilhéus e Itabuna, em termos do comportamento da arrecadação do ICMS, assim como do desempenho das receitas e das despesas, comparando o período acumulado janeiro-dezembro de 2017 com o mesmo período de 2016. Todos os valores foram corrigidos pelo Índice Geral de Pre- ços, Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculados pela Funda- ção Getúlio Vargas, com referência a janeiro de 2018, exceto os valores anuais que foram corrigidos pelo IGP-DI de 2017. 1– QUADRO GERAL DO DESEMPENHO DA ARRECADA- ÇÃO ICMS, RECEITAS E DESPESAS, MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA A arrecadação do ICMS é considerada um bom indicador do desempenho de uma economia. Nesse sentido, os dados da microrregião apresentados na Tabela 11 revelam que em 2017 houve bom resultado, decorrente do aumento real de 24% no valor arrecadado por conceito de ICMS, em relação a 2016, atin- gindo 397 milhões. Somadas todas as regiões que compõem o estado da Bahia, o aumento do ICMS foi de 7%, alcançando 20,7 bilhões1. Ilhéus teve um aumento real de 16,70% e Itabuna 29,08% obtendo o maior crescimento, em arrecadação do ICMS, dos diferentes níveis territoriais aqui comparados. Cabe destacar que os recursos do ICMS são administrados pelo governo do Es- tado que transfere uma parte para cada município, por mandato do artigo 158, inciso IV, da Constituição Federal. Ilhéus e Itabuna representaram, no período descrito, mais de 88% da arrecada- ção total de ICMS da microrregião confirmando que a maior par- te da atividade econômica se concentra nesses dois municípios. 1 Ver Boletim de Conjuntura Econômica da Bahia, janeiro 2018. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/images/releases_mensais/pdf/bceb/bceb_jan_2018.pdf Tabela 11 – Arrecadação de ICMS na Microrregião Ilhéus-Itabuna, 2016-2017 Território 2016 2017 Total Variação (%) Ilhéus 124.529.910,13 145.330.175,79 269.860.085,92 16,70 Itabuna 158.346.347,67 204.385.737,17 362.732.084,84 29,08 Microrregião 319.769.159,58 396.960.598,37 716.729.757,95 24,14 (Ilhéus+Itabuna)/ Microrregião(%) 88,46 88,10 88,26 –– Fonte: Elaboração própria, com base em dados da SEFAZ-Ba. COMPORTAMENTO DA RECEITA TRIBUTÁRIA Os cinco municípios selecionados pelo critério do me- lhor desempenho no PIB de 2015 – dos 41 que fazem parte da microrregião Ilhéus-Itabuna – tiveram aumento mode- rado de 1,93% na arrecadação tributária total em termos reais, no período 2016-2017, como apresenta a Tabela 12. Porém, o sexto bimestre de 2017 representou uma queda acentuada (-31,52%) devido ao mau desempenho na arre- cadação de impostos nos municípios de Ilhéus e Itagibá. Apesar disso, Ilhéus já é o município de maior arrecadação tributária na microrregião. Entre os três menores municí- pios, Ipiaú se destaca pelo maior montante arrecadado. 11 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) DESEMPENHO DAS DESPESAS NA MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA A microrregião Ilhéus-Itabuna, representada, como já mencionamos, pelos cinco municípios de maior PIB em 2015, apresentou crescimento moderado no conjunto das Despesas Totais no período anual, 2016-2017, assim como na comparação do último bimestre 2016-2017, como mostra a Tabela 14. Isso in- A Tabela 13, sobre Receita Total arrecadada pe- los municípios selecionados da microrregião Ilhéus-I- tabuna, permite verificar que tanto em termos anu- ais (-6,66%) como na comparação bimestral (-21,90%), houve redução significativada arrecadação de receitas, refle- tindo a crise econômica nacional que vive a nação desde 2015. A maior redução anual foi sofrida por Itabuna (-11,01%). Já Ilhéus apresentou a maior queda na comparação bimestral (-27,52%). Tabela 13 – Receita total realizada, municípios selecionados, microrregião Ilhéus-Itabuna, 2016-2017 (Valores reais) Período/ Variação % Itabuna Ilhéus Itapebi Ipiaú Itagibá Total 2016 484.870.020,95 349.640.362,67 29.661.436,55 76.563.546,02 38.451.513,65 979.186.879,84 2017 431.442.466,91 337.153.749,73 38.589.034,71 72.137.589,80 34.624.680,63 913.947.521,78 6º bi 2016 102.725.185,88 86.085.694,53 –– (*) 18.577.729,84 8.735.426,22 216.124.036,47 6º bi 2017 79.083.636,09 62.387.989,18 6.123.441,00 14.111.226,28 7.070.954,22 168.777.246,77 Taxa var anual -11,01 -3,57 30,09 -5,78 -9,95 -6,66 Taxa var bimestre -23,01 -27,52 –– -24,04 -19,05 -21,90 Fonte: RREO dos municípios. (*)Os dados não foram disponibilizados. dica que a circulação de recursos monetários se manteve cres- cente na região apesar da queda na arrecadação, já menciona- do acima. É importante que o Estado (neste caso as prefeituras) mantenha gasto crescente, pois isso contribui para o aqueci- mento da economia. Como os níveis inflacionários, em 2017, se mantiveram muito baixos, por conta da recessão econômica, as despesas públicas podem ser um estímulo importante à reto- mada do crescimento da microrregião Ilhéus-Itabuna. Tabela 14 – Despesas Totais Liquidadas, municípios selecionados, microrregião Ilhéus-Itabuna, 2016-2017 e 6º bimestre 2016- 2017 (Valores reais) Período/ Variação % Itabuna Ilhéus Itapebi Ipiaú Itagibá Total 2016 436.748.204,3 347.155.250,8 6.471.719,24 (*) 73.457.640,03 35.697.547,15 899.530.361,60 2017 444.912.529,66 354.233.509,36 34.920.076,42 74.300.474,00 34.899.291,36 943.265.880,80 6º bi 2016 85.431.746,05 70.734.769,77 –– (**) 16.135.697 7.133.237,763 179.435.450,60 6º bi 2017 77.485.376,83 83.807.901,27 6.936.026,73 16.097.144,19 6.961.339,22 191.287.788,20 Taxa var anual 1,86 2,04 439,57 1,14 -2,23 4,86 Taxa var bimestre -9,30 18,48 –– -0,24 -2,40 6,60 (*) Pode tratar-se de um erro nos dados publicados pela Prefeitura; de qualquer maneira optamos por publicar sem alterar os mesmos. (**)Dados não publicados. Fonte: RREO dos municípios. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 12 Tabela 15 – Comportamento do mercado de trabalho na microrregião Ilhéus-Itabuna, 2017-2016 2017 2016 Meses Admitidos Desligados Total Admitidos Desligados Total Dezembro 1.852 -1.719 133 1.841 -2.194 -353 Novembro 1.702 -1.564 138 1.894 -1.833 61 Outubro 1.708 -1.603 105 1.914 -1.721 193 Setembro 1.794 -1.623 171 1.871 -1.864 7 Agosto 1.770 -2.081 -311 2.397 -2.100 297 Julho 1.926 -1.723 203 1.758 -2.295 -537 Junho 1.578 -1.571 7 1.748 -2.335 -587 Maio 1.654 -1.928 -274 1.889 -2.627 -738 Abril 1.948 -1.537 411 1.838 -2.409 -571 Março 1.596 -2.227 -631 1.893 -2.580 -687 Fevereiro 1.850 -2.067 -217 1.747 -2.155 -408 Janeiro 1.872 -1.941 -69 1.881 -2.017 -136 Total 21.250 -21.584 -334 22.671 -26.130 -3.459 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do MTE/CAGED, fevereiro, 2018. MERCADO DE TRABALHO O comportamento do mercado de trabalho na microrre- gião Ilhéus-Itabuna, em 2017, conforme Tabela 15, mostra um saldo negativo (-334) bem abaixo do que se apresentou em 2016 (-3.459), refletindo a situação bem mais favorável quan- do comparado a 2016. Mesmo assim, a situação do mercado de trabalho na microrregião ainda é crítica, pois, nos dois anos, totalizam uma perda do emprego de 3.793 pessoas. Porém, o número de admitidos foi maior em 2016 do que em 2017. Para o 4º trimestre de 2017, o saldo do emprego foi positivo em 376 novos empregos ou reempregos, sendo 5.262 admissões e 4.886 desligamentos. Em 2016, no 4º trimestre, o saldo foi negativo em 99 desligamentos, com 5.649 admissões e 5.748 desligamentos. Os dados mostram uma situação menos desfa- vorável em 2017 comparado a 2016 para a microrregião. A Tabela 16 apresenta na última linha saldo negativo no emprego para o conjunto dos grandes setores da economia da microrregião no ano de 2017. O melhor resultado de destaque foi do setor de serviços, com 968 empregos gerados no ano. Por outro lado, comércio e construção civil tiveram as maiores perdas, o que, de certa forma, anularam os ganhos obtidos nos serviços. Para o 4º trimestre de 2017, o melhor resultado foi de serviços, com saldo positivo de 604 empregos; indústria de transformação e construção civil também tiveram saldos positi- vos, mas bem menores (+33) (+28). Comércio e agropecuária ti- veram saldos negativos, sendo mais acentuado no último, com saldo negativo de 204 empregos e comércio com -75 empre- gos. O maior número de admissões no trimestre ocorreu nos serviços e os maiores desligamentos ocorreram no comércio, seguido dos serviços. Os saldos mostram que a agropecuária continua sendo uma atividade repulsora de emprego, realidade esta que vem desde a década de 1990, com a crise do cacau. Embora em número menor, o saldo negativo do comércio de- monstra que as festas de fim de ano não foram suficientes para alavancar o emprego, mesmo temporário. 13 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) Tabela 16 – Saldo de movimentação do emprego por grandes setores econômicos da microrregião Ilhéus-Itabuna, 2017 Dez Nov Out Total anual Setores Adm Desl Total Adm Desl Total Adm Desl Total Adm Desl Total Indústria 86 -177 -91 242 -129 113 261 -250 11 2.899 -2.882 17 Construcão Civil 107 -118 -11 127 -116 11 191 -163 28 1719 -2.137 -418 Comércio 561 -634 -73 558 -547 11 489 -502 -13 7.079 -7.656 -577 Serviços 1.012 -582 430 637 -543 94 596 -516 80 8.930 -7.962 968 Agropecuária, extr. vegetal, caça e pesca 86 -208 -122 138 -229 -91 171 -172 -1 2.583 -2.861 -278 Total 1.852 -1.719 133 1.702 -1.564 138 1.708 -1.603 105 23.210 -23.498 -288 Fonte: MTE/CAGED; elaboração própria, março, 2018. Tabela 17 – Saldo de movimentações do emprego (admitidos e desligados) por faixa salarial mensal na Microrregião Ilhéus- Itabuna, 2017-2016 2017 2016 Faixa Sal Mensal Adm Desl Total Adm Desl Total Até 0.5 538 -411 127 543 -494 49 0.5 a 1 7.823 -6.160 1.663 10.631 -9.102 1.529 1 a 1.5 9.954 -10.791 -837 8.169 -10.502 -2.333 1.5 a 2 1.898 -2.534 -636 2.078 -3.378 -1.300 2 a 3 594 -964 -370 711 -1.637 -926 Total 21.116 -21.469 -353 22.519 -25.949 -3.430 Fonte: MTE/CAGED, fevereiro, 2018. A Tabela 17, para 2016 e 2017, mostra que a maior con- centração da renda foi na faixa entre 0.5 e 1 SM para 2016 e 1 e 1.5 SM para 2017, para admissões e desligamentos nos dois anos. Porém, quando se considera o saldo (adm – desl), os dois anos foram favoráveis para a faixa entre 0.5 e 1 SM, mas fortemente negativo para a faixa entre 1 e 3 SM, principal- mente em 2016, ano em que a crise se acentuou. Os dados mostram que a crise afetou muito mais aqueles trabalhadores de baixa renda. Porém, no conjunto das faixas de renda totais, com raras exceções, os saldos foram negativos, demonstrando uma grande retração da economia na microrregião. Em ter- mos percentuais, 86,7% dos trabalhadores admitidos e 80,87 dos trabalhadores desligados em 2017 recebiam até 1.5SM em 2017. Esse dado mostra a precariedade do emprego e da ren- da dos trabalhadores assalariados na microrregião, o que, de certa forma, desmistifica a alta renda per capita. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 14 Conforme Gráfico 6, o mercado de trabalho, no 4º tri- mestre de 2017, mostrou estabilidade em Ilhéus, com leve melhora de novembro para dezembro. Quanto aos seto- res mais e menos dinâmicos para o trimestre, tivemos, em Itabuna maior saldo de empregos (admissões menos des- ligamentos)em serviços (410) e na construção civil (72). Porém, foi o setor de serviços responsável pelo bom com- portamento no trimestre, em Itabuna. Em Ilhéus, o melhor saldo foi em serviços (99) e comércio (47), mas bem abai- xo de Itabuna. O que chamou a atenção nesses dados foi o saldo negativo do comércio em Itabuna, especialmente nesse período. Gráfico 6 – Comportamento do emprego no 4º trimestre, 2017 – Ilhéus e Itabuna Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do MTE/CAGED, fevereiro, 2018. Gráfico 7 – Comparativo do emprego em Ilhéus e Itabuna no 4º trimestre, 2017-2016 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do MTE/CAGED, fevereiro, 2018. Quando comparamos o emprego em 2017 em relação à 2016 para o conjunto dos dois maiores municípios da microrre- gião, o Gráfico 7 mostra a melhora no mercado de trabalho no último trimestre de 2017. Embora essa melhora não signifique o crescimento real do emprego, visto que o saldo positivo repre- senta o aumento no emprego temporário, devido às festas de fim de ano, mas esse comportamento no 4º trimestre de 2017 pode representar um alento à economia dos dois maiores muni- cípios. Só poderemos confirmar essa hipótese a partir do com- portamento dos dois trimestres seguintes de 2018. Se continuar esse comportamento, podemos sim, afirmar que a economia está retomando o crescimento. Observando agora, Gráfico 8, o comportamento do em- prego anual dos dois municípios, observa-se forte instabili- dade no emprego, com quedas e subidas abruptas. Porém, a partir de agosto – com exceção de setembro a outubro -, houve retomada do emprego conjunto, enquanto, no mesmo período de 2016, foram quedas continuadas. O saldo de em- pregos dos dois municípios no 4º trimestre de 2017 foi bem melhor que o mesmo período para 2016. Gráfico 8 – Comportamento do emprego em Ilhéus e Itabuna, 2017-2016 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do MTE/CAGED, fevereiro, 2018. Outro dado importante para os dois maiores municípios da microrregião são as condições sob as quais se deram as ad- missões e os desligamentos do emprego em Ilhéus e Itabuna, expostos no Gráfico 9. As “admissões por reemprego” foi bem maior em 2016 que 2017 e muito superior que a admissão por 1º emprego”. Isso significa que nesses dois anos o mercado de trabalho em Ilhéus apenas admitiu trabalhadores que an- tes haviam perdido o emprego, enquanto o ingresso de novos trabalhadores (primeiro emprego) foi bem abaixo. Por outro lado, o alto número de desligamentos sem justa causa pode demonstrar, como fator mais importante, o cenário de expec- tativas negativas ou não-positivas da economia. Pois, entende- mos que as demissões sem justa causa têm como motivo maior o comportamento desfavorável dos negócios naquele período. Gráfico 9 – Condição do emprego por admissão e desligamento em Ilhéus Fonte: TEM/CAGED; elaboração própria, fevereiro, 2018. 15 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) Com Itabuna, Gráfico 10, deu-se praticamente o mes- mo com relação às “admissões por reemprego” e o baixo número de novos trabalhadores (primeiro emprego) in- gressantes no mercado de trabalho. Porém, o cenário de desligamentos sem justa causa em Itabuna em 2017 foi muito pior que Ilhéus. Ainda mais, os “contratos de tra- balho por prazo determinado” foram também altos em 2017. Ou seja, o aumento da volatilidade do emprego ou o emprego temporário em Itabuna, em 2017, significa uma barreira à contratação de emprego permanente. Gráfico 10 – Condição do emprego por admissão e desligamento em Itabuna. Fonte: TEM/CAGED; elaboração própria, fevereiro, 2018. Quando, enfim, analisamos os dois municípios em con- junto quanto às condições de admissão e desligamento, na situação de admissão, os dois municípios tiveram comporta- mento parecido, mas nas demissões sem justa causa, Itabuna teve maior impacto. Da mesma forma nas contratações por prazo determinado – ou seja, contratações temporárias –, Itabuna teve maior volatilidade que Ilhéus. Isso pode signifi- car que, numa situação de grande instabilidade na economia, devido à crise que se mantém, os contratantes preferem as contratações temporárias a assumir contratos permanentes e encargos trabalhistas em cenário de incertezas. POPULAÇÃO E PIB DA MICRORREGIÃO Os dados referentes à evolução da população e ao comportamento do PIB são fundamentais para traçar- mos, de início, o cenário da microrregião. Na Tabela 18, as microrregiões de Barreiras e Ilhéus-Itabuna chamam a atenção: enquanto a primeira mais que dobrou sua popu- lação em 24 anos, Ilhéus-Itabuna diminuiu. Para as duas microrregiões houve uma inversão do processo econômico, pois enquanto Barreiras vivenciou no período – particular- mente na década de 2000 – a expansão da produção de soja, Ilhéus-Itabuna teve uma forte derrocada na lavoura cacaueira, principal atividade econômica da região até a década de 1990. A microrregião de Porto Seguro, apesar de ser fronteira com Ilhéus-Itabuna e vivenciar a influência da lavoura, teve o segundo maior crescimento, possivelmente explicado pela forte atividade turística de Porto Seguro. Conforme dados do IBGE para o período 1991/2010, a população urbana da Microrregião Ilhéus/Itabuna cresceu 16,17%, enquanto a rural teve uma diminuição de mais de 50%. Ou seja, houve migração rural de 221.328 habitantes. Só a crise da lavoura cacaueira pode explicar tão significante êxo- do rural. Por outro lado, a Microrregião de Porto Seguro teve um aumento de sua população urbana de 262.563 habitantes, tendo como maiores municípios receptores, Porto Seguro e Eunápolis, sendo muito mais forte em Porto Seguro. Tabela 18 – Evolução da População na Microrregião Ilhéus-Itabuna Microrregiões Ano 1991 2000 2010 2015* Var. % 2000/2015 Barreiras 164.414 206.331 286.118 342.073 108,05 Feira de Santana 802.106 895.796 990.038 1.097.394 36,81 Salvador 2.496.521 3.021.572 3.458.571 3.882.662 55,52 Vitória da Conquista 525.957 607.451 626.807 661.177 25,70 Ilhéus-Itabuna 1.130.142 1.097.438 1.020.642 1.046.083 -8,03 Porto Seguro 500.071 633.692 727.913 818.196 63,61 Total 5.619.211 6.462.280 7.110.089 7.847.585 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico e do PNAD/IBGE, 2010, fev-mar, 2018. *Estimativa Comportamento do PIB Analisando a evolução do PIB da Microrregião Ilhéus- Itabuna no período 1999 a 2015, na Tabela 19, observa-se que a microrregião cresceu proporcionalmente em relação ao estado da Bahia. No período, o PIB da microrregião cresceu 544,49% enquanto o do estado cresceu 585,02%. Porém, o PIB da microrregião, em 1999, representava 6,12% do PIB do estado e em 2015 sua participação diminuiu para 5,7%. Em 1999, das 32 microrregiões do estado, apenas 6 tinham um PIB acima de 1 milhão de reais: Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 16 Barreiras, Feira de Santana, Salvador, Vitória da Conquista, Ilhéus-Itabuna e Porto Seguro. No período 1999-2015 as microrregiões que tiveram maior crescimento do PIB foram, por ordem: Barreiras (1.146,88%); Feira de Santana (873,14%); Vitória da Conquista (763,86%); Porto Seguro (730,89%); Ilhéus-Itabuna (544,49%) e Salvador (474,62%). Tabela 19 – Participação percentual do PIB (a preços correntes) das maiores microrregiões no PIB do estado da Bahia Microrregião Ano 1999 2005 2010 2015 Barreiras 2,77 4,57 3,75 5,43 Feira de Santana 4,83 5,38 6,57 7,21 Salvador 52,83 46,7 45,71 42,86 Vitória da Conquista 2,6 2,86 3,11 3,39 Ilhéus-Itabuna 6,12 6,14 6,02 5,70 Porto Seguro 4,22 5,12 4,98 5,27 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico e do PNAD/IBGE, 2010, fev-mar, 2018. Portanto, nota-se que houve uma interiorização do crescimento do PIB, excepcionalmente na microrregiãode Barreiras devido à lavoura da soja. Por outro lado, a micror- região de Salvador, que em termos absolutos, concentra o maior PIB do estado, teve o menor crescimento no perío- do. A microrregião Ilhéus-Itabuna ficou acima de Salvador, sendo a penúltima. Porém, com crescimento bem abaixo das demais microrregiões, a microrregião estava vivencian- do uma forte crise econômica durante a década de 1990 devido à decadência da lavoura do cacau. É possível que a compensação da queda abrupta da produção da lavoura cacaueira tenha sido amenizada, primeiramente, devido ao turismo, seguido da expansão dos serviços e comércio (que de certa forma deram um relativo suporte para o turismo) e o Pólo de Informática que na década de 2000 vivenciou seu auge, tendo forte queda a partir de 2010. Vale salientar que os municípios de Ilhéus e Itabuna foram os maiores responsáveis por este resultado. O PIB per capita é um indicador relativo do comporta- mento das condições materiais de vida de uma sociedade em um determinado período. Teoricamente, quanto maior o PIB per capita, significa que determinada sociedade pode estar vivenciando três situações: 1) ou está suprindo de- ficiências até então existentes; 2) ou está usufruindo em condições mais satisfatórias de certos bens; 3) ou, o que é importante mais importante, a sociedade passa a usufruir de uma maior variedade de bens (bens diversificados e so- fisticados) à medida que aumenta a produção – como resulta- do do aumento do avanço tecnológico e da divisão do traba- lho que resulta no desenvolvimento das forças produtivas – e a sociedade passa a usufruir de novos bens mais sofisticados. Nas palavras de Adam Smith, isso significa a riqueza de uma nação. Porém, uma das grandes contradições do capitalismo, principalmente em países subdesenvolvidos (ou em desen- volvimento) é que o aumento da produção da riqueza (bens) não tem, historicamente, como pensava Adam Smith, se des- dobrado na melhoria das condições das pessoas. A Tabela 20 mostra, para o estado da Bahia e para as microrregiões, grande avanço da renda per capita, muito acima do crescimento do PIB, pois este cresceu, também, muito acima do aumento da população. As três microrregiões com maior crescimento foram Barreiras, Feira de Santana e Vitória da Conquista (em 2015 tiveram os maiores PIB per capita em relação à 2000); Ilhéus-Itabuna e Porto Seguro tiveram aumentos significativos em relação à 2000; o estado da Bahia e a microrregião de Salvador cresceram menos que as outras microrregiões para o mesmo período. A microrregião Ilhéus-Itabuna, apesar da crise vivenciada na década de 1990, teve um crescimento relativamente grande. Por outro lado, e é essa uma característica do PIB per capita, ele encobre as possíveis e profundas disparidades de renda e desigualdade social. A microrregião teve, predominantemente, sua dinâmica econômica ancorada na lavoura cacaueira. Depois da crise, a desigualdade social aprofundou-se com o aumento exorbitante do desemprego e grande contingente de trabalhadores e suas respectivas famílias que migraram para os municípios economicamente maiores, como Itabuna, Ilhéus e Porto Seguro. Tabela 20 – PIB per capita, Bahia e maiores microrregiões Estado e Microrregiões 2000 2010 2015 Bahia 3.555,25 11.011,02 16.115,88 Barreiras 6.829,77 19.830,16 38.910,43 Feira de Santana 2.533,87 10.192,55 16.095,19 Salvador 8.099,67 21.264,97 27.050,59 Vitória da Conquista 1.963,09 7.855,51 12.576,74 Ilhéus-Itabuna 2.423,96 8.417,49 13.342,85 Porto Seguro 3.111,46 10.239,97 15.770,20 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico e do PNAD/IBGE, 2010, fev-mar, 2018. 17 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) A Tabela 21 mostra que, entre 2002 e 2010, Ilhéus apre- sentava maior participação no PIB da microrregião entre os principais municípios, seguido por Itabuna. Porém, conforme a periodização da tabela, em 2015, Itabuna já estava à frente de Ilhéus na maior participação do PIB da microrregião. Dados do IBGE do PIB mostram que no período 2011-2015, Itabuna manteve maior participação em relação à Ilhéus. Analisando a evolução do PIB nos períodos 2010/2000 e 2015/2010 e guardando as devidas proporções da diferença entre os dois períodos (interva- los de 10 e 5 anos), observamos um performance extra- ordinária no município de Itagibá; acompanha depois o município de Itapebi, mas em proporções bem menores. Ilhéus teve uma performance melhor que Itabuna no pe- ríodo 2015/2010 quando comparado ao intervalo anterior (2010/2000). Portanto, observa-se que, apesar da crise vivenciada na região e a crise da economia brasileira, os dois maiores municípios (Ilhéus e Itabuna) não tiveram fortes quedas no seu PIB. Observa-se na Tabela 22 que o PIB per capita em 15 anos teve aumentos extraordinários. Itagibá e Itapebi são os grandes destaques da tabela em termos de crescimen- to do PIB per capita. As atividades econômicas com maior VAB (Valor Adicionado Bruto) em 2015, em Ilhéus, Itabuna e Ipiaú foram os serviços; em Itagibá, a indústria extrativa e em Itapebi, eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos e descontaminação (IBGE, 2017). Tabela 21 – Participação percentual do PIB dos maiores municípios no PIB da microrregião Município Ano 2000 2010 2015 2010/ 2000 (%) 2015/ 2010 (%) Itagibá 0,99 3,18 2,55 1.034,55 2.693,00 Itapebi 1,89 1,89 3,19 321,72 275,26 Ilhéus 29,44 27,61 26,08 277,75 161,36 Ipiaú 3,25 2,86 3,09 371,11 144,64 Itabuna 25,75 26,3 27,51 322,60 148,73 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Censo Demográfico e do PNAD/IBGE, 2010, fev-mar, 2018. Tabela 22 – PIB per capita dos maiores municípios da microrregião Ilhéus-Itabuna, 2000-2015 Município 2000 2015 População PIB (a preços correntes) (R$ 1.000) PIB per capita (R$ 1,00) População* PIB (a preços correntes) (R$ 1.000) PIB per capita (R$ 1,00) Ilhéus 222.127 812.087 3.655,95 180.213 3.639.669 20.196,49 Ipiaú 43.621 80.445 1.844,18 47.501 431.839 9.091,16 Itabuna 196.675 800.384 4.069,57 219.680 3.840.425 17.481,91 Itagibá 17.191 26.401 1.535,74 15.767 355.464 22.544,81 Itapebi 11.126 50.355 4.525,88 10.882 445.945 40.980,04 Microrregião 1.096.188 2.660.156 2.426,73 1.064.842 13.957.734 13.107,79 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IBGE, fevereiro, 2018. *Estimativa Sabe-se que o PIB per capita pode esconder profundas desigualdades sociais, pois se trata da divisão da riqueza produzida pelo tamanho da população. Portanto, tem uma grande utilidade como indicador para mensurar o crescimen- to da riqueza em comparação com o tamanho da população. Observa-se na Tabela 22 que o estado da Bahia aumentou em 5 vezes seu PIB per capita em 15 anos, o que é um cresci- mento significativo. As principais microrregiões acompanha- ram o comportamento do estado. Portanto, com base nos dados do crescimento da população e do crescimento do PIB, há de se concluir que o crescimento econômico foi geo- métrico, enquanto o crescimento da população “aritmético”, parafraseando Thomas R. Malthus. Porém, nesse caso parti- cular, houve uma inversão teórica da concepção de Malthus. Esse indicador mostra que o estado da Bahia e as respectivas microrregiões tiveram um forte impulso tanto na divisão do trabalho quanto no desenvolvimento das forças produtivas aplicadas à produção, em especial a tecnologia. Cabe alertar que esses excelentes indicadores escondem uma profunda desigualdade social e alto índice de pobreza. Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 18 PROGRAMAS SOCIAIS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA (PBF2, BPC3, RMV4) Os programas sociais de transferência de renda e assistência social – PBF (Programa Bolsa Família)e BPC (Benefício de Prestação Continuada) – apresentaram um pequeno crescimento em 2017 na comparação com 2016. A RMV (Renda Mensal Vitalícia), por sua vez, teve de- créscimo, maior em número de beneficiários e menor no valor repassado (Tabela 23). Para uma microrregião que desde a década de 1990 tem estado em crise, o valor total desses benefícios representa um grande alento à economia. 2 Programa de ajuda financeira a pessoas pobres, com renda per capita entre R$85,00 e R$170,00 reais. Esse benefício exige algumas condicionalidades (no âmbito da educação e da saúde) para ter o direito. 3 É um benefício para idosos e deficientes físicos em situação de vulnerabilidade social, previsto no Art. 203 da Constituição Federal. 4 Benefício previdenciário destinado às pessoas “maiores de 70 (setenta) anos de idade e os inválidos, definitivamente incapacitados para o trabalho, que, num ou noutro caso, não exerçam atividade remunerada” e não recebiam rendimento superior a 60% do valor do salário mínimo. Esse benefício está em extinção, mantido apenas para aquelas pessoas que já eram beneficiárias até dezembro de 1995 (MDS). O número total de beneficiários em 2016 foi de 190.446, enquanto em 2017 foi 196.924. Esse contingente de beneficiários dos programas sociais representa 18,82% da população da microrregião5. O A renda total dos pro- gramas foi, em 2016, de R$ 891.749.477,90, e, em 2017, de R$947.257.606,60. Houve um acréscimo nos repasses to- tais dos programas de 6,22%, ou, em valores, acréscimo de R$55.508.128,72. As receitas totais dos programas sociais na microrregião foi de R$947.257.606,60, enquanto o valor dos repasses do ICMS feito pelo governo do estado para os 41 municípios da microrregião foi de R$396.960.598,37. 5 Estimativa do IBGE para 2017 (www.ibge.gov.br) Tabela 23 – Beneficiários e valor dos benefícios do PBC, BPC e RMV na microrregião Ilhéus-Itabuna, 2017-2016 Ano PBF - Famílias Beneficiárias PBF - Valor Total Repassado BPC - Total de Beneficiários BPC - Valor Total Repassado RMV - Total de Beneficiários RMV - Valor Total Repassado 2016 130.675 261.377.579,0 59.020 622.066.901,00 751 8.304.997,80 2017 136.437 272.895.492,0 59.846 666.730.320,00 641 7.631.794,30 Taxa de variação 4,40 4,40 1,39 7,17 -14,64 -8,10 Fonte: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação; elaboração própria, março, 2018. Em relação ao município de Itabuna, Tabela 24, houve retração no número de beneficiários e, consequentemente, nos valores repassados do PBF. Em compensação, cresceu o número de beneficiários e os valores do BPC, enquanto para a RMV, diminuíram os beneficiários, mas aumentaram os valo- res repassados. Enquanto as rendas totais dos programas so- ciais em 2017 – PBF, BPC e RMV – foram de R$162.034.619,59, as receitas tributárias foram de R$49.502.614,39. Tabela 24 – Transferência de renda e assistência social, 2016-2017, Itabuna Itabuna Ano PBF BPC RMV Beneficiários Valor Beneficiários Valor Beneficiários Valor 2016 18.245 30.638.042 11.537 119.780.296,82 216 2.079.581 2017 17.006 28.886.918 11.814 130.981.519,59 181 2.166.182 Taxa var. -6,79 -5,71 2,4 9,35 -16,2 4,16 Fonte: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação; elaboração própria, março, 2018. 19 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) Para Ilhéus, em 2017, Tabela 25, o comportamento foi pa- recido ao de Itabuna, diminuindo os beneficiários e valores do PBF e os beneficiários do RMV, mas aumentou o BPC em be- neficiários e valores, assim como os valores da RMV. A renda total dos programas sociais em Ilhéus foi de R$124.726.740,10 e a receita tributária foi no montante de R$70.583.907,21. Con- siderando a renda total dos programas sociais em 2017 para os dois municípios, a mesma representa, em termos percentuais, 30,27% da renda total dos programas sociais da microrregião Ilhéus-Itabuna. Ou seja, os municípios de Ilhéus e Itabuna con- centram quase um terço da renda dos programas sociais no conjunto de 41 municípios da microrregião. Tabela 25 – Transferência de renda e assistência social, 2016-2017, Ilhéus Ilhéus Ano PBF BPC RMV Beneficiários Valor Beneficiários Valor Beneficiários Valor 2016 17.617 29.405.935 8.386 88.169.001,15 130 1.236.398,56 2017 17.017 28.750.037 8.521 94.643.822,86 114 1.332.880,24 Taxa var. -3,4 -2,23 1,6 7,34 -12,3 7,8 Fonte: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação; elaboração própria, março, 2018. Os dados do 4º trimestre de 2017, em comparação a 2016, para Ilhéus e Itabuna, apresentaram, conjuntamente, queda no PBF e crescimento no BPC e, mais ainda, na RMV. O crescimento to. Como era de se esperar, o maior fluxo, no 4º trimestre de 2016 e 2017, ocorreu no mês de dezembro devido às festas de fim de ano. Porém, no mês de dezembro, em 2017, não houve, praticamente crescimento de passageiros comparado à 2016, repetindo-se o comportamento do trimestre. Já para o ano de 2017, em relação à 2016, houve um pequeno aumento (19.386) no número de passageiros. Entende-se que isto pode ser ainda em decorrência da crise econômica que perdura. dos repasses deste último foi significativo em termos percentuais (36%), com aumento de R$ 218.338,69 (Tabela 26) , embora, em termos absolutos o valor é muito menor do que o PBF e BPC. Tabela 26 –Transferência de renda e assistência social, out-dez, 2016-2017, Ilhéus e Itabuna somados PBF BPC RMV Ano Beneficiários Valor Beneficiários Valor Beneficiários Valor 2016 109.161 15.796.081 59.716 52.453.167,47 696 605.798,76 2017 101.567 14.413.882 60.852 56.918.002,61 887 824.137,45 Taxa variação (%) -6,9 -8,75 1,9 8,51 27,44 36,04 Fonte: MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação; elaboração própria, março, 2018. MOVIMENTO DE PASSAGEIROS E CARGAS EM ILHÉUS Este boletim traz como novidade o lançamento de dados sobre o movimento de passageiros e cargas no aeroporto Jorge Amado e no porto de Ilhéus. Ambos os dados têm sua impor- tância como indicadores da dinâmica do município em termos de serviços (porto) e em termos de serviços, turismo e negócios (passageiros) para o município de Ilhéus. A Tabela 27 mostra que, no 4º trimestre de 2017, em relação a 2016, não houve praticamente, alteração no fluxo de passageiros no aeropor- Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br) 20 Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES) Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Departamento de Economia (DCEC) Rodovia Jorge Amado, km 16 – Salobrinho - Ilhéus/BA caces.uesc.br (73) 3680-5215 Nota de correção No boletim de número 10, na seção de Comércio Exterior, referente ao terceiro trimestre de 2017, houve erro de mensuração contábil na interpretação da magnitude dos valores exportados e importados para a região. Assim, onde se lê bilhões, leia-se milhões. Equipe de trabalho Dr. Sócrates Jacobo Moquete Guzmán (Coordenador) - DCEC Dr. Sérgio Ricardo Ribeiro Lima - DCEC Msc. Marcelo dos Santos Silva - DCEC Dr. Marcelo Inácio Ferreira Ferraz – DCET Discentes Voluntários e Bolsistas Bárbara Gabriele Rodrigues - Economia Cleide Santos Sousa – Economia Kaio Rhuan Mendes Sena – Economia Leide Costa Pereira – Economia Tomás Braga e Braga – Economia Entidades Apoiadoras COELBA (Companhia de Eletricidade da Bahia) Sr. Marcelo Vasconcelos Machado – Itabuna Sra. Rejane Azevedo Deiró da Silva – Salvador Sr. Rafael Cézar Sardeiro – Salvador JUCEB (Junta Comercial do Estado da Bahia) Sr. Antônio Carlos Marcial Tramm - Presidente Sr. João Carlos de Oliveira – Vice Presidente Sra. Juliana da Silva Heeger SUDIC (Superintendência do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio) – Ilhéus Sra. Railda Conceição Alves Simões de Carvalho UESC/Gráfica Luiz Farias Diagramação Julia Ahmed | Tikinet Tabela27 – Movimento de passageiros no aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, 4º trimestre e 2017-2016 Número de passageiros Trimestre/Ano 2017 2016 Outubro 47.951 47.883 Novembro 45.830 45.861 Dezembro 62.008 61.088 Total trimestre 155.789 154.832 Total ano 596.351 576.965 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da INFRAERO, março de 2018 O movimento de cargas no porto de Ilhéus (Tabela 28), em 2017, teve um pequeno incremento nas importações de bens em geral (carga geral) e nas exportações de granel sólido (soja) quando comparado a 2016. Por outro lado, em 2017, não houve nenhum movimento de exportações de carga geral e um pequeno volume em 2016 (4.353 tone- ladas). Quanto às importações de grãos, para os dois anos, não houve nenhuma movimentação. Porém, os dados do trimestre de 2017 sinalizam uma maior movimentação (ex- portações e importações) em 2017 quando comparada a 2016. Tabela 28 – Movimento de cargas no porto de Ilhéus, 4º trimestre e 2017-2016 (ton) 2016 Carga geral Granel sólido Exp Imp Exp Imp Total Outubro 0 0 15.472 15.472 Novembro 0 0 0 0 0 Dezembro 0 0 0 0 0 Total trim. 0 0 15.472 0 Total ano 4.353 50.944 165.763 0 2017 Carga geral Granel sólido Exp Imp Exp Imp Total Outubro 0 0 11.903 0 11.903 Novembro 0 5.077 13.298 0 18.375 Dezembro 0 10.190 7.551 0 17.741 Total trim. 0 15.267 32.752 0 Total ano 0 69.713 185.475 0 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da CODEBA/BAHIA, março de 2018.