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DOCÊNCIA EM SAÚDE AURICULOTERAPIA 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842a Auriculoterapia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 104p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-66104-29-5 1. Auriculoterapia. 2. Acumputura auricular. Pontos de acumputura I. Portal Educação. II. Título. CDD 615.892 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS HOLÍSTICOS ........................................................... 4 1.1 PARADIGMA CARTESIANO E PARADIGMA HOLÍSTICO ........................................................ 5 1.2 A NATUREZA DO SER HUMANO ............................................................................................. 8 1.3 FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ........................................... 9 1.4 TEORIA YIN-YANG ................................................................................................................... 10 1.5 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS ......................................................................................... 12 1.6 SANGUE ................................................................................................................................... 14 1.7 KI (ENERGIA) ............................................................................................................................ 15 1.8 TEORIA ZANG-FU (ÓRGÃOS INTERNOS) .............................................................................. 15 1.9 TEORIA JING (MERIDIANOS) .................................................................................................. 15 2 HISTÓRICO DA AURICULOTERAPIA ..................................................................................... 17 2.1 DESENVOLVIMENTO ATUAL .................................................................................................. 19 3 MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA ............................................................... 22 4 ANATOMIA DA ORELHA ......................................................................................................... 25 4.1 NOMENCLATURA..................................................................................................................... 25 4.2 CORRELAÇÃO DOS PONTOS AURICULARES ...................................................................... 31 4.3 ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO PAVILHÃO AURICULAR ................................................... 33 5 LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS PONTOS AURICULARES ................................................. 38 5.1 LÓBULO .................................................................................................................................... 38 5.2 ANTÍTRAGO .............................................................................................................................. 40 3 5.3 FOSSA SUPERIOR DO ANTÍTRAGO ....................................................................................... 43 5.4 TRAGO ...................................................................................................................................... 43 5.5 INCISURA DO SUPRATRAGO ................................................................................................. 45 5.6 ANTI-HÉLIX ............................................................................................................................... 46 5.7 ANTI-HÉLIX – CRUZ INFERIOR ............................................................................................... 48 5.8 ANTI-HÉLIX – CRUZ SUPERIOR ............................................................................................. 48 5.9 FOSSA ESCAFÓIDE OU ESCAFA ........................................................................................... 50 5.10 FOSSA TRIANGULAR .............................................................................................................. 51 5.11 CONCHA CIMBA ....................................................................................................................... 53 5.12 CONCHA CAVA ........................................................................................................................ 56 5.13 INCISURA DO INTERTRAGO ................................................................................................... 58 5.14 HÉLIX ........................................................................................................................................ 59 6 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................... 62 6.1 DIAGNÓSTICO – CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS ........................................................ 63 7 INDICAÇÕES ............................................................................................................................ 64 8 TRATAMENTO ......................................................................................................................... 65 8.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ................................................................................................. 66 9 PROTOCOLOS AVANÇADOS DE TRATAMENTO ................................................................. 68 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 103 4 1 INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS HOLÍSTICOS A Terapia Holística se propõe a trabalhar o ser humano integral. Este é constituído de uma fração visível, o corpo físico, e uma porção invisível, que embora não vemos, possam entender. Fato é que devido à regeneração celular, nosso corpo é permanentemente reconstruído. Nossas células de hoje não são as mesmas de ontem, não serão as mesmas amanhã. Todavia nossa essência continua a mesma. Mantemos a mesma autoconsciência, habilidades adquiridas, temos os mesmos gostos, ideais, sabemos o que fizemos ontem e quais são os nossos planos para amanhã. Há um princípio intangível que garante a continuidade do Ser mesmo através das mudanças que o corpo físico atravessa. Numa graduação progressiva, podemos entender a parte intangível como, primeiro um corpo emocional, sede dos nossos desejos, num plano imediatamente subseqüente, virá o corpo mental, onde se desenvolve o pensamento. O corpo mental treinado consegue controlar as emoções. Mesmo que em nível básico, todos os seres humanos impõem algum tipo de limite, advindo de um processo mental, aos seus desejos. Ao conjunto do corpo físico, emocional e mental chamamos de personalidade. A grande maioria das técnicas de Terapias Holísticas desenvolve-se nos campos mental e emocional, repercutindo sobre o campo físico. Assim, a Terapia Floral, trata das emoções para que uma vez estas estejam equilibradas, o corpo físico também retorne ao seu estado de equilíbrio. As técnicas Radiestésicas e Radiônicas se desenvolvem no corpo mental, através da imprescindível anulação dos desejos e vontades do operador, para a adequada investigação das causas do desequilíbrio do cliente,e o foco mental na intenção, quando se trata de transmitir a Energia sutil. Mesmo técnicas aparentemente mais físicas, como a Cromoterapia ou a Terapia Tradicional Chinesa também se utilizam dessa prática. A Cromoterapia pode ser desenvolvida através da simples visualização das cores aplicadas (nível mental), enquanto a Acupuntura, por exemplo, busca tratar os desequilíbrios do corpo emocional. Uma conhecida técnica chinesa, o Qi Gong, busca através do foco mental redistribuir a Energia sutil através dos centros de energia do corpo. Poderíamos continuar descrevendo inúmeras associações de técnicas terapêuticas e os corpos mental e emocional. Mas nossa intenção aqui é a de entender o relacionamento da Energia sutil com nossa constituição intangível. A Energia sutil nutre e permeia o corpo físico e o 5 corpo emocional. Estes dois, por sua vez, estão profundamente interligados, já que o foco mental gera uma vontade emocional. Este está ligado ao corpo físico, onde observamos as suas manifestações. Portanto, a maioria dos desequilíbrios energéticos do corpo físico tem sua origem no corpo emocional ou mental. Que assim podem ser tratados através das várias técnicas de Terapia Holísticas. As abordagens holísticas, ou terapias complementares e alternativas, têm em comum àquilo que a Organização Mundial da Saúde descreve como: “cuidar de modo que as pessoas sejam vistas na totalidade dentro de um espectro ecológico amplo, que enfatize a visão de que a saúde ou a doença é gerada por uma pessoa em seu sistema ecológico global, e não causada apenas pelo agente ecológico e pela evolução patogenética”. A totalidade do indivíduo geralmente é referida como saúde holística porque incorpora não apenas o corpo, mas os quadrantes de necessidade e função: o físico (corpo e movimento), o intelectual (cérebro e mente), e o emocional (sentimentos). As terapias complementares e alternativas procuram preencher os quadrantes de significado e função e enfatizam a relação cientificamente comprovada entre mente e corpo. Em vez da redução das variáveis, ou descoberta da pílula mágica, essas terapias são aplicadas para atingir a integralidade do indivíduo, na tentativa de ajudar o paciente a recuperar- se da doença e/ou lesão, facilitando o fluxo de energia natural do próprio indivíduo. A teoria holística, que é fundamentada na medicina e no sistema de saúde praticado na maior parte do mundo fora do ocidente, sugere que o Ki (energia) é responsável pela saúde e homeostase quando está fluindo livremente em equilíbrio. 1.1 PARADIGMA CARTESIANO E PARADIGMA HOLÍSTICO A palavra paradigma vem sendo usada freqüentemente desde que o filósofo e físico Thomas S. Khun a empregou em seu livro The Structure of Scientific Revolutions, significando modelo ou padrão a ser seguido para o estudo dos fenômenos e da realidade. Representa um sistema de aprender a aprender e determina normas para o desenvolvimento do conhecimento futuro. Ciência significa o conjunto do conhecimento humano adquirido principalmente a partir da observação dos fenômenos da natureza, da intuição 6 humana, e mais precisamente, da pesquisa analítica. Objetiva proporcionar ao ser humano conforto, paz e felicidade. A ciência evoluiu relativamente pouco e desordenadamente até meados do século XVI, sem bases bem estabelecidas de estudo e pesquisa, quando passou a ser fortemente influenciada pelo pensamento dos grandes gênios de então, principalmente Galileo Galilei, mestre da dedução teórica, Francis Bacon, o criador do empirismo da investigação, René Descartes, criador da geometria analítica e Isaac Newton, criador dos princípios da mecânica. René Descartes desenvolveu o método científico racional dedutivo e defendeu o dualismo da natureza – matéria, pensamento e favoreceu assim o dualismo do ser humano – corpo e alma. Foi capaz ainda de distinguir duas fontes de conhecimento: a intuição e a dedução. Porém, para ele todo conhecimento humano dependeria apenas da razão ou do pensamento e nunca da sensação ou da imaginação. Considerou que todos os corpos materiais, incluindo o homem, são como máquinas, cujo funcionamento obedece a princípios mecânicos. Newton consolidou o método racional e dedutivo de Descartes, e assim surgiu o Paradigma Newtoniano-Cartesiano, que influenciou e influencia ainda hoje, praticamente todos os campos do conhecimento científico. Este paradigma simplificadamente parte do pressuposto de que, para se conhecer o todo, é preciso fragmentá-lo em seus componentes e estudar cada um deles separadamente. O todo seria o resultado da união e entrelaçamento dessas partes menores. Por exemplo, para conhecer o funcionamento de uma máquina, é preciso desmontá-la em suas partes. Isto é, dividir para conhecer. Através dos conceitos deste paradigma é que surgiram as diferentes especialidades médicas, nas quais o médico aprofunda seu conhecimento em determinado órgão ou sistema, quase sempre relegando a segundo plano a abordagem do ser como um todo. O método analítico cartesiano foi com certeza um dos pilares da fantástica evolução do mundo moderno. Mas, igualmente contribuiu para o descaso dos sentimentos íntimos do ser humano, em virtude da ênfase na abordagem mecanicista. Serviu, por exemplo, para criar confusão entre riqueza material e felicidade individual, isto explica, em partes, os desequilíbrios sociais e a destruição sistemática do nosso ecossistema, a qual, realizada em nome do progresso, ameaça a existência da vida na terra, inclusive a humana. 7 Estas observações levam a uma constatação paradoxal: a ciência, apesar de seu desenvolvimento fantástico nos últimos 150 anos e criada para oferecer ao homem conforto, paz e felicidade, não foi capaz de fazer o homem descobrir a paz, a felicidade, e principalmente o amor. Ao contrário, despertou um mundo dominado pelo egoísmo, crueldade, miséria, fome, opressão, guerras, destruição indiscriminada da natureza e descaso pelos verdadeiros valores do ser. Em medicina algo semelhante ocorre. Os médicos modernos e conscientes convivem simultaneamente com uma euforia e uma perplexidade: euforia por se julgarem donos de um grande conhecimento, proporcionado pela evolução da ciência médica, e perplexidade por se sentirem, que mesmo com tanto saber, ainda são incapazes de solucionar certas patologias. Diante da nossa relativa (in) eficácia no exercício da medicina, podemos ponderar que ela se deve, pelo menos em parte, a excessiva ênfase que habitualmente dedicamos à doença e relativo descaso para com o doente (com o todo). Enquanto procuramos conhecer aquela em seus mais íntimos mecanismos e detalhes, não nos damos conta de que, por trás do órgão doente, existe um ser de altíssima complexidade, possuidor de cérebro, sentimento e mente. Assim devido a esta tendência, esta necessidade de se conhecer o ser humano de forma mais abrangível, de uma forma mais global, é que se deu surgimento ao Paradigma Holístico. Paradigma que não surgiu por intervenção de nenhum grande nome, e nem com época definida. Sempre existiu, mas nunca lhe foi dado à devida importância. Com o renascimento das Terapias Holísticas por volta de 1970 é que foi observado com maior freqüência. Esse paradigma é à base das técnicas e terapias complementares ou alternativas, que vêem o ser humano por completo, como o nome já diz, holismo, significa tudo tem a haver com tudo. Esse paradigma surgiu principalmente das alterações das necessidades das pessoas, uma necessidade mais natural, mais “limpa”, surgiu da falta de interesse da maioria dos médicos atuais com os sentimentos do ser humano, surgiu da insatisfação dos métodos e resultados atuais, que mais provocam reações e efeitos colaterais do que efeitos de cura. Temos então um paradigma (cartesiano) que dá ênfase na doença, que precisa fragmentar o máximo possível o ser humano parachegar ao local exato da lesão ou doença, e um paradigma (holístico) que analisa e observa principalmente o doente, não sua doença, que aborda o ser humano de forma global, corpo físico, mental e emocional. 8 1.2 A NATUREZA DO SER HUMANO A natureza do ser humano não costuma ser abordada nas diversas disciplinas do currículo médico, em geral, o tema só é tratado em compêndios de psicologia ou medicina psicossomática. Entretanto, como exercer adequadamente a medicina humana, ou tratar de doença ou lesões, se não conhecemos o homem em sua totalidade. Para a organização mundial da saúde, o homem é um ser biopsicossocial e a saúde subentende-se por um perfeito equilíbrio entre os três componentes e não simplesmente pela ausência de sintomas. Fig. 01. Representação esquemática do ser humano. Ser “Bio-psico-social”. Fonte: do autor (2007); Doenças podem ser consideradas, ou pelo menos adquiridas, um resultado de desequilíbrio em um ou mais componentes do indivíduo. Em outras palavras, significa uma exteriorização de distúrbios íntimos da esfera física, psíquica e/ou social da pessoa. Uma perturbação em qualquer um dos componentes vai inevitavelmente refletir, nos outros dois, por serem inter-relacionados e indissociáveis, gerando então, uma seqüência de eventos, que numa BIO SOCIAL PSICO 9 última análise, se manifestarão como sintomas e sinais de uma doença. As escolas médicas, como salientamos, enfatizam a doença em detrimento do doente e para ela direcionam os recursos diagnósticos e terapêuticos, não levam em conta que a doença representa apenas uma manifestação exteriorizada de problemas interiores do ser. Assim aplicam ênfase na parte e negligência no todo. A tecnologia moderna investiga bem a doença, mas é fria, impessoal, insensível e incapaz de adentrar na alma do paciente. Este não aguarda ansiosamente apenas pela modernidade na condução do seu caso, mas espera encontrar diante de si alguém que seja também um confessor, um protetor, um amigo. 1.3 FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) A MTC é um sistema de medicina coerente e bem desenvolvido, praticado na China por milhares de anos. O sistema considera o corpo humano como um todo e como parte da natureza. Para manter-se saudável é preciso conservar a harmonia das funções do corpo e entre o corpo e a natureza. A doença ocorre quando a harmonia é rompida. Para restabelecer o estado de harmonia, são usadas várias abordagens terapêuticas: a medicina chinesa a base de ervas, a acupuntura, massagens, exercícios corpo-mente, e a terapia dietética chinesa. A prevenção da doença é parte integrante da MTC. As origens da medicina chinesa estão ligadas a três imperadores lendários: Huang Di, o Imperador Amarelo (2697 a.C.), conhecido como o fundador da medicina tradicional da China; Shen Nong (2698-2598 a.C.), o agricultor divino, considerado o fundador da agricultura e da medicina chinesa a base de ervas; e Fu Xi, o domesticador de bois e foi conhecido como o criador das agulhas de acupuntura. Acredita-se que Huang Di seja o autor do primeiro trabalho clássico sobre a MTC, o Yellow Emperor’s Inner Classic. Os conceitos fundamentais da MTC são Yin-Yang e a Teoria dos Cinco Elementos. Essas duas teorias explicam as mudanças e os fenômenos da natureza, inclusive os seres humanos. 10 1.4 TEORIA YIN-YANG Segundo a MTC, o universo é um todo, formado pela união de dois componentes opostos, mas complementares, que formam todas as coisas do universo, são forças contrárias, mas que não existem individualmente. Fig. 02. – Yang (Branco) e Yin (Preto). Fonte: LEVIN & JONAS (2001). Yin normalmente representa as coisas relativamente inertes, descendentes, internas, frias e escuras. O Yang em geral representa as coisas relativamente ativas, ascendentes, externas, quentes e luminosas. YIN YANG Para baixo Para cima Lua Sol Noite Dia Água Fogo Frio Quente Imobilidade Movimento 11 Interior Exterior Escuridão Luminosidade Estrutura Função Tabela 01 – Exemplo de caracteres opostos Yin-Yang. Fonte: LEVIN & JONAS (2001). Todas as funções fisiológicas do corpo e também os sinais de alterações patológicas, podem ser diferenciadas com base nas características Yin-Yang. Síndromes de Yin Síndromes de Yang Calafrio e hipofunção Febre, transpiração, hiperfunção Índice metabólico basal reduzido Índice metabólico basal aumentado Temperatura baixa Temperatura elevada Transpiração reduzida Transpiração abundante Peristalse gástrica reduzida Peristalse gástrica aumentada Hiperatividade parassimpática Hiperatividade aumentada Intolerância ao frio Intolerância ao calor Palidez Pele rosada ou vermelha Desejo por alimentos quentes Desejo por alimentos ou bebidas frias Urina clara Urina amarela Tabela 02 – Diferenciação de síndromes segundo o Yin e Yang; Fonte: LEVIN & JONAS (2001); 12 Entretanto, é importante que fique bem claro que a natureza Yin-Yang não é absoluta, são conceitos relativos, Yin e Yang são interdependentes e podem transformar-se um no outro. O equilíbrio Yin-Yang garante a manutenção da harmonia do corpo. Normalmente considera-se que uma pessoa saudável, sem qualquer sintoma de doença, tenha equilíbrio Yin-Yang. 1.5 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS A partir da observação da natureza os antigos chineses concluíram que todos os fenômenos obedecem a ritmos e ciclos repetitivos, e a partir daí estabelecem as bases da filosofia oriental, que são Yin e Yang, e os Cinco Elementos. Segundo a concepção chinesa, os cinco elementos – água, madeira, fogo, terra e metal não são considerados substâncias materiais, mas as cinco fases de transformação que universalmente ocorrem em todos os fenômenos, sejam na química, na física, na biologia ou na psicologia. Na verdade, o nome original ou tradução mais correta seria as Cinco Transformações ou os Cinco Movimentos. A própria energia Ki, fluindo ao longo dos meridianos, entrando e saindo de vários órgãos e exercendo diversas funções, também não podem fugir a lei universal da mudança ou mutação. Todas as coisas no universo transformam-se por meio de ciclos, por exemplo, as estações do ano, os ciclos da lua, a gestação de um bebê, o ciclo menstrual, as marés, etc. Cada elemento se relaciona com uma parte do corpo. Saber isso será muito útil inclusive nos diagnósticos. - Fogo: relaciona-se com a parte superior (cabeça e região cárdio-respiratória); - Terra: relaciona-se com a região gastro-intestinal; - Água: relaciona-se com a parte inferior e a região genito-urinária; - Madeira: relaciona-se com o lado esquerdo do corpo; 13 - Metal: relaciona-se com o lado direito do corpo; MADEIRA FOGO TERRA METAL ÁGUA Estações Primavera Verão Final do verão Outono Inverno Direções Leste Sul Mediana Oeste Norte Tempo Vento Calor Umidade Sequidão Frio Cores Verde Vermelho Amarelo Branca Preto Sabores Azedo Amargo Doce Picante Salgado Órgãos Zang Fígado Coração Baço Pulmão Rim Órgãos Fu Vesícula Intestino delgado Estômago Intestino grosso Bexiga Tecidos Tendão Vasos Músculos Pele Osso Sentidos Olho Língua Boca Nariz Ouvido Vozes Gritar Rir Cantar Chorar Gemer Tabela 03 – Características da Teoria dos Cinco Elementos; Fonte: do autor (2007); Fig. 03 – Os cinco elementos; Fogo Terra Metal Água Madeira 14 Fonte: do autor (2007); Na teoria dos cinco elementos temos dois ciclos. O ciclo de geração representado pelo circulo e o ciclo de controle representado pelo pentagrama. CICLO DE GERAÇÃO A madeira pega fogo que produz o fogo, o fogo vira cinza que forma a terra, a terra contém no seu interior os minérios e as rochas que formam o metal, o metal ao ser derretido forma a água, e a água faz brotar a madeirae assim por diante; CICLO DE CONTROLE O metal corta madeira, a madeira suga os nutrientes da terra, a terra delimita os caminhos da água, a água apaga o fogo o fogo derrete o metal e assim por diante novamente; 1.6 SANGUE O sangue origina-se da essência do alimento, desenvolvido no baço e no estômago. O sangue é dominado pelo coração, armazenado no fígado e controlado pelo baço. Tem a função de nutrir os órgãos e tecidos do corpo. Tanto o sangue como o Ki servem de base material para as atividades da vida. 15 1.7 KI (ENERGIA) O Ki é a energia vital de cada ser humano, ou seja, é uma substância essencial para a manutenção das atividades da vida. As funções do Ki são: promover, aquecer, defender, governar e transformar. 1.8 TEORIA ZANG-FU (ÓRGÃOS INTERNOS) Essa teoria explica as funções fisiológicas e as alterações patológicas dos órgãos internos, através da observação das manifestações externas do corpo. Os cinco zang são os órgãos sólidos, considerados yin, que são o coração, o fígado, o baço, os pulmões e os rins. Os seis Fu são os órgãos vazios, pertencentes à categoria Yang, constituída de vesícula, estômago, intestino delgado, intestino grosso, bexiga, e sanjião (triplo aquecedor – formado pelo diafragma, abdômen e baixo ventre). As funções fisiológicas dos órgãos zang são elaborar e estocar as substâncias essenciais. A função dos órgãos fu é receber e digerir o alimento, distribuí-lo e excretar os resíduos. 1.9 TEORIA JING (MERIDIANOS) Descreve o sistema de energia do organismo e trata da circulação e distribuição do Ki. Os meridianos, ou caminhos, são os principais troncos que correm pelo nosso corpo. Existem 14 16 meridianos, sendo 12 os principais, que se correlacionam interiormente aos órgãos zang-fu, e exteriormente, estão ligados as extremidades e aos pontos de acupuntura (tsubôs), integrando assim, os órgãos e os tecidos num único sistema. 17 2 HISTÓRICO DA AURICULOTERAPIA Dentro dos microssistemas da Acupuntura, a Auriculoterapia é nos dias atuais, um dos mais populares, isso não somente na China e no Oriente, mas também em todo Ocidente. O método sobre-saio às outras técnicas pelos seus resultados obtidos e por ser geralmente pouco invasivo, o que agrada os pacientes. A Auriculoterapia Chinesa tem sofrido algumas limitações no Ocidente, principalmente pela dificuldade na tradução de textos escritos no idioma chinês sobre a temática, o qual limita em grande parte o intercâmbio de informação entre a China e o resto do mundo e também a incredulidade dos setores médicos ocidentais sobre a Medicina Tradicional Chinesa e é claro, sobre a auriculoterapia. Grado passo, e de extrema importância para o fortalecimento da Auriculoterapia, foi dado pelo professor Nogier da França, que dedicou muitos anos de sua vida ao estudo do método, publicando livros e artigos. O nome mais recente que merece destaque dentro da Auriculoterapia é a professora Huang Li Chun, pela sua experiência acumulada em investigações ininterrupta em busca de resultados nessa área. A Auriculoterapia é uma técnica da Acupuntura, que usa o pavilhão auricular para efetuar tratamentos terapêuticos, usando do reflexo que a aurícula exerce sobre o sistema nervoso central. O uso desta técnica como objetivo terapêutico vem desde a antiguidade, no Oriente e na Europa Antiga. Existem relatos de que as mulheres do antigo Egito usavam pontos auriculares como forma de anticoncepcionais, isto no século 2500 a. C. Outros relatos, como os escritos por Hipócrates, e traduzidos em 1851 por Litfreé, dizem que as incisões efetuadas no pavilhão auricular do homem produziam ejaculação escassa, inativa e infecunda. Ainda, escreveu que existia uma região do dorso da orelha, que ao ser picada curava a impotência masculina. O mesmo Hipócrates ao escrever o “O Livro das Epidemias”, indicava a punção com estiletes nos vasos auriculares para o tratamento de processos inflamatórios. 18 A principal obra da acupuntura, o livro “Hung Ti Nei Ching”, escrito há mais de 5000 anos, traz relatos de que o pavilhão auricular é um órgão isolado que mantém relações com os demais órgãos e regiões do corpo através do reflexo cerebral. A localização e a nomenclatura dos pontos foram sendo introduzidas conforme eram intensificados os estudos e as observações aurícula-orgão, aurícula-função orgânica, aurículas- posição anatômicas. Houve uma época em que o Dr. Paul Nogier, introduziu alterações na localização e no número de pontos. Passou a ser conhecida como a Auriculoterapia Francesa, mas existem os que duvidem e não trabalham com essa nova nomenclatura, pois, o sistema clássico chinês é fruto de observações milenares. Fig. 01. Relação do pavilhão auricular com o ser humano. 19 2.1 DESENVOLVIMENTO ATUAL Depois da fundação da nova China, houve um amplo, forte e rápido desenvolvimento de toda a medicina local, o que ajudou que no final dos anos 80 fosse a Auriculoterapia intitulada como uma especialização dentro da acupuntura. Na década de 50, o desenvolvimento da Auriculoterapia é muito fraco e pobre, mesmo que ainda chama-se bastante a atenção na época. Por volta de dezembro de 1958, Ye Xiao Wu publicou numa revista de Shangai alguns estudos realizados pelo médico francês Dr. Paul Nogier, sobre a relação de certas zonas do pavilhão auricular com os órgãos internos. Foi Nogier o primeiro a representar a orelha como um feto em posição pré-natal. Foi o surgimento deste mapa que impulsionou os médicos chineses a começar um estudo profundo sobre a auriculoterapia. Em 1960, o médico chinês Xu Zuo Lin, publicou um trabalho realizado com 255 pacientes, mostrando que conseguiu descobrir 15 pontos na aurícula e mostrar seus excelentes resultados na experiência clinica. 20 Fig. 02. Mapa de Xu Zuo Lin. Fonte: GARCIA, 1999. Na década de 60 até o final da década de 70, o estudo sobre a Auriculoterapia foi aprofundado em busca da afirmação da localização dos pontos. Em 1970, foi editado um mapa de acupuntura juntamente com um mapa de auriculoterapia que continha 107 pontos. Em 1971, o Instituto Científico de Investigações Biológicas da China, editou um livro que continha um mapa de auriculoterapia com 112 pontos. Em 1972, o Dr. Wang Zhong Tang escreve um livro em que demonstra 131 pontos. E isso foi sendo alterado constantemente nesta época, isso, devido à quantidade de experiências que eram realizadas na época. Eram estudos minuciosos das 21 diferentes reações do pavilhão auricular. Esta grande variedade de estudos teve também seu lado negativo, onde surgiam discussões e controvérsias na localização e na função de alguns pontos. Mas por outro lado, possibilitou a criação de um “Esquema padrão dos pontos auriculares”. As décadas de 60 e 70 foram extremamente importantes no desenvolvimento da auriculoterapia, não somente no que se diz respeito à localização dos pontos, mas também na descrição das funções dos pontos. Motivo esse, que levou a validar em torno de 150 patologias como tratáveis pela auriculoterapia. Na década de 80 foram dados novos passos nas investigações sobre o método. Surgiram os estudos dos mecanismos fisiológicos, anatomia, do sistema nervoso, dos fluidos corporais, entre outros. Em 1982 surgiu na China o Grupo Nacional de Trabalho em Auriculoterapia, em 1984, em Kun Ming Shao, realizou-se a Assembléia Nacional para o estudo da Auriculoterapia e Craniopuntura. Em 1987, com a criação do Grupo Nacional para a Investigação em Auriculoterapia é que surgiu um mapa padrão dos pontos auriculares. 22 3 MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA Na prática clínica temse verificado que ao estimular um ponto auricular, podemos nos deparar com diferentes manifestações sentidas pelo paciente, como, sensação de corrente de energia que percorre o corpo, calor que reflete em algumas partes do corpo entre outras. Não há dúvida que a rica inervação do pavilhão auricular tem grande peso na obtenção de resultados terapêuticos através do uso dos pontos auriculares. O pavilhão auricular está inervado principalmente por nervos espinhais do plexo cervical como o auricular maior e o occipital menor e por nervos cerebrais como o auriculotemporal, facial, glossofaríngeo, ramos do vago e simpático. Esses nervos descritos acima se ramificam e distribuem-se por todo pavilhão auricular, conectando assim ao sistema nervoso central: → O nervo auriculotemporal parte do ramo inferior do trigêmeo, apresentando relação com os movimentos de deglutição e sensibilidade da face e da cabeça, como também se relaciona a medula espinhal; → O nervo facial controla o movimento dos músculos superficiais da face e da região das adenóides; → Do bulbo raquidiano partem o nervo Vago e o Glossofaríngeo, que controlam o centro respiratório, o centro cardíaco, o centro vasomotor e o centro das secreções salivares; → O nervo auricular maior e o occipital menor comandam as atividades do tronco e os quatro membros, os movimentos músculos-esqueléticos e os movimentos dos órgãos e vísceras; Assim fica claro como podemos influenciar todo o restante do corpo. O pavilhão auricular, em suas faces anterior e posterior é sulcado por inúmeros filetes nervosos e por uma circulação sanguínea constituída por extensa malha de vasos capilares. Estes são mais numerosos na superfície da aurícula, enquanto que os filetes nervosos são mais profundos. 23 Fig. 03. Mecanismo de ação da auriculoterapia; Segundo Lowe (1973), cita que a orelha possui inervação abundante e significativa, obtida através dos nervos trigêmeos, facial e vago, auricular maior e occipital maior e menor. Estas inervações quando estimuladas por agulhas, sementes, laser, e outros métodos, sensibiliza regiões do cérebro (tronco cerebral, córtex cerebral). Cada ponto da aurícula tem 24 relação direta com um ponto cerebral, o qual, por sua vez, está ligado pela rede do sistema nervoso, a determinado órgão ou região do corpo. A relação aurícula-cérebro-orgão é que torna a auriculoterapia compatível como tratamento de inúmeras enfermidades. Essa informação dada pelo estímulo à aurícula é enviada a formação reticular, que compreende uma estrutura formada por neurônios ao longo do tronco cerebral e que vão do bulbo ao tálamo. Esta estrutura reticular tem uma composição característica, sendo que este sistema neuronal possui alto grau de agrupamento dos impulsos nervosos, onde cada impulso regulador da atividade dos órgãos internos e regulador a nível sensorial desempenham papel fundamental. As células do núcleo reticular estão repletas de neurônios de associação do tronco cerebral, elas além de relacionar os impulsos do cérebro e da medula, também relacionam as fibras aferentes dos segmentos superiores e inferiores do tronco cerebral, recebem inúmeros impulsos dos ramos laterais do trato e volta a enviá-los deste até o córtex. Assim, a formação reticular elabora um sistema especial de síntese de sinais, que nos permite considerar a mesma como um viabilizador da ação da auriculoterapia no sistema nervoso, no tratamento da dor e na regulação da atividade dos órgãos internos. A aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera uma série de reflexos que provocam reações imediatas ou demoradas, temporárias ou permanentes, passageiras ou definitivas, todas elas de natureza terapêutica. RESUMO Qualquer estímulo ao pavilhão auricular envia uma informação ao tronco cerebral, mais exatamente na formação reticular, esta que por sua vez, faz o reconhecimento do ponto estimulado enviando uma informação terapêutica até o órgão estimulado. AURÍCULA → CÉREBRO → ÓRGÃO 25 4 ANATOMIA DA ORELHA O pavilhão auricular tem uma anatomia específica, muitos ensinam que ela tem semelhança ao feto de cabeça para baixo, mas devemos sempre usar como base a relação existente entre a aurícula e organismo humano as terminações nervosas da orelha com o cérebro. Nossa orelha apresenta-se como uma lâmina dobrada sobre si mesma, nos mais variados sentidos, sendo no geral, na forma de corneta musical, devido a sua principal função, a de captar os sons. A aurícula é constituída por tecido fibrocartilaginoso, ligamentos, tecido adiposo e músculos. A região inferior é rica em nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, mas a região central e superior é formada principalmente por cartilagem. A região que contém a maior quantidade de tecido adiposo é o lóbulo. 4.1 NOMENCLATURA → Hélix: A hélix é a mais excêntrica das proeminências da orelha. Estende-se desde a concha por uma crista oblíqua para cima e para frente, a raiz da hélix. Contorna a metade superior da circunferência da aurícula, primeiro frente, depois para cima e logo para trás, e por último, termina na parte superior do lóbulo. → Raiz da Hélix: É uma proeminência horizontal que divide as conchas cava e cimba; 26 → Tubérculo de Darwin: É uma pequena proeminência na região póstero-superior da hélix; → Anti-Hélix: Está localizada internamente a hélix, paralelamente ao segmento posterior desta, e na sua porção superior se divide em dois ramos que limitam uma depressão; → Cruz superior da anti-hélix: Ramo superior formado da divisão da anti-hélix; → Cruz Inferior da anti-hélix: Ramo inferior formado da divisão da anti-hélix; → Fossa Triangular: É a depressão que se forma entre a cruz superior e a cruz inferior da anti-hélix; → Fossa Escafóide: Surge entre a hélix e a anti-hélix, apresenta-se como um sulco curvilíneo; → Trago: É uma proeminência triangular que surge antes da concha e abaixo da hélix, que se projeta para frente e por fora do orifício do conduto auditivo externo. 27 → Incisura do Supratrago: É uma depressão que se forma pela hélix e pelo bordo superior do trago, praticamente dentro do ouvido; → Antítrago: É uma pequena proeminência triangular, localizada abaixo da anti-hélix e da concha cava; → Incisura do Intertrago: É a depressão formada entre o trago e o antítrago, abaixo da concha cava; → Fossa superior do antítrago: É a depressão formada entre o antítrago e anti-hélix; → Lóbulo: É a porção mais carnosa, localizada na extremidade inferior do pavilhão auricular; → Concha Cimba: É uma profunda escavação ou cavidade, superior a raiz da hélix e inferior a cruz inferior da anti-hélix; → Concha Cava: É uma profunda escavação ou cavidade, inferior a raiz da hélix e superior a incisura do intertrago e ao antítrago; 28 Fig. 04. Anatomia da Orelha; Fonte: VIEIRA (2002). 29 30 Fig. 05. Anatomia da Orelha. Fonte: GARCIA (1999). 31 Fig. 06. Anatomia da orelha – região dorsal. Fonte: VIEIRA (2002). 4.2 CORRELAÇÃO DOS PONTOS AURICULARES → Hélix: 32 Contém pontos relacionados aos órgãos genitais externos; → Raiz da Hélix: Sistema digestivo e diafragma; → Anti-Hélix: Corresponde a coluna, as vértebras, tronco, pescoço, abdômen, tireóide, mamas e tórax; → Cruz Superior da Anti-Hélix: Corresponde aos membros inferiores: pé, tornozelo, joelho, cóccix, quadril; → Cruz Inferior da Anti-Hélix: Corresponde a região glútea, nervo ciático, e o ponto simpático; → Fossa Triangular: Corresponde ao sistema reprodutor e o ponto Shen Men; → Fossa Escafóide: Corresponde aos membros superiores: dedos, punho, cotovelo e ombro; → Trago: Correspondeaos pontos do nariz, supra-renal e dos vícios; → Incisura do Supratrago: 33 Corresponde ao ponto boca; → Antítrago: Corresponde a cabeça, a fronte, o tronco cerebral, córtex, ao sistema nervoso em geral; → Incisura do Intertrago: Correspondem as glândulas endócrinas, ovário e testículos; → Lóbulo: Corresponde a face, olhos, maxilar, mandíbula, cavidade oral, amígdalas, língua e dentes; → Concha Cimba: Corresponde a todos os órgãos abdominais; → Concha Cava: Corresponde a todos os órgãos da região torácica; 4.3 ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO PAVILHÃO AURICULAR → Vascularização: 34 As principais artérias que fazem à irrigação da orelha procedem da artéria temporal superficial e da artéria auricular posterior. A artéria temporal superficial ramifica-se para frente do conduto auditivo externo em três ramos: superior, médio, e inferior, as quais irrigam fundamentalmente a face anterior da aurícula. A artéria auricular posterior irriga principalmente a parte posterior da aurícula. → Vasos Linfáticos: Estes partem da região anterior da hélix e do trago procedente do gânglio pré- auricular. Os da face anterior do pavilhão auricular e os que nascem em sua face posterior na região da concha, são procedentes dos gânglios mastóideos, parótidas e subesternomastóideo. Fig. 07. Principais artérias que irrigam o pavilhão auricular. Fonte: GARCIA (1999). 35 → Músculos: - Músculo maior da hélix: estende-se verticalmente sobre a parte anterior da hélix; - Músculo menor da hélix: situa-se sobre o bordo livre da raiz da hélix; - Músculo do trago: é composto por feixes verticais situados sobre a face externa do trago; - Músculo do antítrago: vai do antítrago até a região inferior da anti-hélix; - Músculos transverso e oblíquo: situa-se na face interna do pavilhão auricular e se estendem desde a concha até as convexidades determinadas pela fossa escafóide. Fig. 08. Músculos do pavilhão auricular. Fonte: GARCIA (1999). → Inervação: No pavilhão auricular possuímos nervos cranianos e nervos espinhais. Os nervos espinhais incluem o nervo auricular maior e o nervo occipital menor. Os nervos cerebrais incluem o nervo aurículotemporal e o nervo vago. 36 - Nervo Auricular Maior: Origina no segundo e terceiro pares do plexo cervical, passando por trás do músculo esternoclidomastóideo até atingir a orelha, onde se divide em dois ramos. - Nervo Occipital Menor: também se origina no segundo e terceiros pares do plexo cervical, sobem por trás do músculo esternoclidomastóideo até atingir a raiz da hélix. Abrange a parte superior anterior e posterior da aurícula. - Nervo Auriculotemporal: procede do ramo inferior do trigêmeo e corre para a face anterior e superior do pavilhão auricular, dividindo-se em ramos que irão inervar a parede anterior do conduto auditivo externo, o trago, o lado superior da raiz da hélix, até a fossa triangular. - Nervo Vago: sai um ramo do nervo vago que se une com o nervo glossofaríngeo e com fibras do nervo facial que penetram na orelha. Abrange a concha cava, a raiz da hélix, estendendo-se até a fossa escafóide. Fig. 09. Inervação do pavilhão auricular. Fonte: GARCIA (1999). 37 Fig. 10. Metâmeros auriculares. Fonte: GARCIA (1999). 38 5 LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS PONTOS AURICULARES 5.1 LÓBULO Para facilitar a localização dos pontos do lóbulo da orelha, dividimos o mesmo em nove quadrantes (zonas), começando a enumerar desde a incisura do intertrago e seguindo uma ordem de localização de dentro para fora e de cima para baixo. → Ponto Dente ou Analgésico para Exodontia: Localização: está localizado no centro da primeira zona do lóbulo; Função: tratamento das odontalgias, periodontites, exodontia de superiores; → Ponto Língua: Localização: está localizado no centro da segunda zona do lóbulo; Função: Tratamento de afecções da língua, glossite, fissuras, úlceras, infecções e outros distúrbios da mesma; → Ponto Paladar Inferior ou Assoalho Bucal: Localização: Se dividirmos a segunda zona do lóbulo em outras três zonas horizontais, o ponto está no início primeira zona superior; Função: Tratamento das afecções inflamatórias dos lábios, como também da cavidade bucal, e neuralgias do trigêmeo. → Ponto Paladar Superior: Localização: se dividirmos a segunda zona do lóbulo em outras três zonas horizontais, o ponto está no final da terceira zona; Função: as mesmas funções do ponto anterior; → Ponto Maxilar: Localização: está localizado no centro da terceira zona do lóbulo; 39 Função: Tratamento de odontologia, subluxação da articulação têmporo-mandibular e neuralgias do trigêmeo; → Ponto Lóbulo Anterior, Neurastenia ou Nevralgia: Localização: está localizado no centro da quarta zona do lóbulo; Função: Neurastenia, nevralgias, dores orofaciais e transtornos do sono; → Ponto Olho: Localização: está localizado no centro da quinta zona do lóbulo; Função: Usado para tratar qualquer distúrbio oftalmológico, entre eles, a conjuntivite, ametropia, glaucoma, ceratite, entre outras, além de atuar em casos de paralisia facial; → Ponto Ouvido Interno: Localização: está localizado no centro da sexta zona do lóbulo; Função: usado no tratamento de distúrbios correspondentes a área, hipoacusia, otite, vertigens, labirintites, e zumbidos; → Ponto Amígdala: Localização: encontra-se localizado no centro da oitava zona do lóbulo; Função: Usado somente nos tratamentos de amidalite e faringite; → Ponto Face: Localização: Compreende a área do centro da quinta zona até o centro da sexta zona do lóbulo; Função: Dores orofaciais, paralisia facial, acne, tratamentos estéticos da face; 40 Fig. 01. Lóbulo 1) Dente; 2) Paladar Inferior; 3) Paladar superior; 4) Língua; 5) Maxilar; 7) Lóbulo Anterior; 8) Olho; 9) Ouvido interno; 10) Amígdala; 11) Face; Fonte: GARCIA, 1999. 5.2 ANTÍTRAGO → Ponto Parótida: Localização: no ápice do antítrago; Função: É utilizado no tratamento de parotidite, dermatites neurogênicas, dermatites em geral, e doenças cutâneas e da mucosa bucal; → Ponto Ping Chuan: Localização: No ápice do antítrago, 2 mm lateral e posterior ao ponto da parótida; Função: Tratamentos de asma, bronquites, dispnéia e alergias respiratórias; → Ponto Temporal ou Tai Yang: Localização: Localizado no lado externo do antítrago, mais abaixo do ponto asma, no centro da linha em forma de arco traçada do bordo superior ao bordo inferior do antítrago; Função: cefaléia, enxaquecas, analgésico, pode-se associar ainda aos tratamentos de visão e audição; → Ponto Fronte: 41 Localização: localizado no lado externo do antítrago, na extremidade anterior e inferior do mesmo; Função: fortalece e estimula a mente, casos de falta de concentração, sonolência, hipertensão arterial, e ainda atua como analgésico para as cefaléias de origem frontal; → Ponto Occipital: Localização: localizado no lado externo do antítrago, na extremidade posterior e superior da linha traçada em forma de arco; Função: vertigens, sedativo, usado em convulsões e síndromes do pânico, e ainda para acalmar a tosse e a dispnéia; → Ponto Hipófise: Localização: localizado no bordo superior do antítrago, próximo a fossa superior do antítrago; Função: Atua sobre os distúrbios ginecológicos de origem endócrina: menstruação irregular e amenorréia; Tratamentos de hiper ou hipotireoidismo, e tratamento de enfermidades hemorrágicas; → Ponto Cérebro: Localização: Encontra-se no lado interno e superior do antítrago; Função: Usado nos tratamentos das enfermidades cerebrais, como, insuficiência cérebro vascular, ataxia, epilepsia e hipercinesia; → Ponto Tálamo: Localização: encontra-se no lado interno doantítrago, no extremo interno de uma linha traçada entre os pontos parótida e pulmão, imediatamente por baixo deste último; Função: Atividade neurovegetativa, regulação da fisiologia dos órgãos internos; → Ponto Subcórtex; Localização: Está localizado no lado interno do antítrago, na metade da distância de uma linha que une os pontos tálamo e ovário; Função: regula a função do córtex cerebral; Trata transtornos neurovegetativos, neuroses, afecções do sistema digestivo, e afecções do sistema cardiovascular; 42 Fig. 02. Antítrago ((parte externa) – 1) parótida; 2) ping chuan; 3) temporal; 4) fronte; 5) occipital; 7) hipófise; 8) cérebro; Fonte: GARCIA, 1999. Fig. 03. Antítrago ((parte interna) – 11) (Tálamo; 13) Subcórtex; Fonte: GARCIA, 1999. 43 5.3 FOSSA SUPERIOR DO ANTÍTRAGO → Ponto Tronco Cerebral: Localização: está localizado no bordo superior da fossa do intertrago; Função: Estimula a mente, acalma o pânico, a convulsão, tratamento de tosse, febre, e bronquites; → Ponto Laringe: Localização: encontra-se no bordo externo e inferior da fossa do intertrago, 2 mm abaixo do ponto tronco cerebral; Função: tratamentos das afecções da orofaringe e das odontalgias; Fig. 04. Fossa Superior do (Antítrago – 1) Tronco cerebral; 2) Laringe; Fonte: GARCIA, 1999; 5.4 TRAGO → Ponto Ápice do Trago: Localização: localizado na metade superior do trago no lado externo, por cima da proeminência central do ápice; 44 Função: antiinflamatório, antipirética, sedante e analgésica; Muito utilizado nos tratamentos febris; → Ponto Supra-Renal: Localização: situa-se sobre a metade inferior do lado externo do trago, por baixo da proeminência deste; Função: tonifica e ativa as funções das glândulas supra-renais; possui propriedades antialérgicas, antiinfecciosa, antiinflamatória, e é contra-indicado em pacientes com hipertensão arterial; Ainda pode ser utilizado como complemento nos tratamentos de asma e bronquite; → Ponto Nariz Externo: Localização: situa-se sobre a face externa do trago, formando um triângulo com os pontos supra-renal e ápice do trago; Função: Inflamações do nariz, máculas e acne; → Ponto Laringe-Faringe: Localização: situa-se na face interna do trago, na metade superior; Função: faringites, amigdalites, traqueíte e bronquites; → Ponto Nariz Interno: Localização: situa-se na face interna do trago, na metade inferior; Função: rinites alérgicas, resfriados, sinusites e obstrução nasal; → Ponto Fome: Localização: situa-se na metade da distância da linha que conecta o ponto nariz externo ao ponto supra-renal; Função: regular a apetite e tratamento da obesidade; → Ponto Sede: Localização: situa-se na metade da distância da linha que une os pontos nariz externo e o ápice do trago; Função: regula o mecanismo da sede, empregado no tratamento da diabete e enurese; 45 Fig. 05. Trago; 1) ápice do trago; 2) supra-renal; 3) nariz externo; 5) laringe-faringe; 6) nariz interno; 8) ponto fome; 9) ponto sede; Fonte: GARCIA, 1999. 5.5 INCISURA DO SUPRATRAGO → Ponto Ouvido Externo: Localização: está situado sobre a área que forma a depressão entre a fossa do supratrago e o hélix; Função: usado em tratamentos de distúrbios do ouvido, como: tinido, hipoacusia, surdez, labirintites e vertigens; Fig. 06. Trago; 4) Ouvido Externo; Fonte: GARCIA, 1999. 46 5.6 ANTI-HÉLIX Dividimos a anti-hélix do seu início até onde se divide em raiz superior e raiz inferior em cinco partes. → Ponto da Região Cervical: Localização: abrange o primeiro quinto (o mais inferior) da anti-hélix; Função: Qualquer disfunção relacionada à área. Desde dores musculares, espasmos e torcicolos; → Ponto da Região Dorsal: Localização: está região percorre o segundo e o terceiro quinto da anti-hélix, de baixo para cima; Função: Atua sobre qualquer disfunção ou patologia localizada na coluna dorsal; → Ponto da Região Lombar: Localização: irá abranger o quarto quinto, estando entre a coluna dorsal e a região sacra; Função: atua sobre qualquer disfunção ou patologia localizada na coluna lombar, principalmente as lombalgias; → Ponto da Região Sacra; Localização: abrange o quinto final, mais próximo da ramificação em cruz superior e inferior; Função: qualquer patologia ou disfunção local. → Ponto Pescoço: Localização: está localizado na área da região cervical, no início e mais internamente; Função: torcicolos, hipo ou hipertireoidismo, inflamações musculares, espasmos, etc. → Ponto Tórax: Localização: está localizado no início e no bordo interno da região dorsal; Função: Para tratamentos de patologias específicas da zona, como: angina, herpes 47 zoster, sensação de opressão torácica, etc. → Ponto Abdômen: Localização: está localizado no início e no bordo interno da região lombar; Função: Tratamento de enterite, constipação, dor pós-parto, dismenorréia, e também pode ser utilizado como complemento no tratamento da obesidade; → Ponto dos Músculos Lombares: Localização: Está situado na região lombar da anti-hélix, mas ao nível do bordo externo (em direção a escafa); Função: Todas as alterações da musculatura paravertebral; Lombalgias e Hérnias discais; → Ponto Tireóide: Localização: este está localizado entre a região cervical e o ponto do tronco cerebral; Função: tratamento das patologias de tireóide; Fig. 07. Anti-Hélix; 1) região cervical; 2) região dorsal; 3) região lombar; 4) região sacra; 6) pescoço; 7) tórax; 8) abdômen; 11) músculos lombares; 15) tireóide; Fonte: GARCIA, 1999. 48 5.7 ANTI-HÉLIX – CRUZ INFERIOR → Ponto da Região Glútea: Localização: representa o primeiro terço da cruz inferior; Função: para tratamento de algias da região glútea, sacro-ilíaco e ciático; → Ponto do Nervo Ciático: Localização: representa o segundo terço, ou o central, da cruz inferior da anti-hélix; Função: tratamento das ciatalgias. Nesse caso, utiliza-se estimular esse ponto via anterior e posterior, de tal forma em que fiquem em oposição direta; → Ponto Simpático: Localização: representa o terceiro terço da cruz inferior da anti-hélix; Função: regular a função do sistema neurovegetativo, relaxar os espasmos da musculatura lisa, tem ação vasodilatadora e regula as secreções internas; 5.8 ANTI-HÉLIX – CRUZ SUPERIOR → Ponto Dedos: Localização: encontra-se na parte mais alta do bordo externo da cruz superior; Função: indicado para os casos de entorses de qualquer um dos dedos, debilidades vasculares e micoses; → Ponto Calcâneo; Localização: encontra-se na parte mais alta do bordo interno da cruz superior; Função: utilizado nos tratamentos de esporão de calcâneo, dor no calcâneo e deficiência do rim; → Ponto da Articulação do Tornozelo: Localização: Situa-se na metade de uma linha lançada entre o ponto calcâneo e 49 joelho; Função: entorses de tornozelo, inflamações da articulação, subluxação da articulação; → Ponto da Articulação do Quadril: Localização: situa-se bem no centro da linha inicial da cruz superior; Função: atua sobre dores lombares, dores do quadril, ciatalgias, espondilolistése; → Ponto da Articulação do Joelho: Localização: situa-se exatamente no centro da cruz superior; Função: para o tratamento de todas as afecções do joelho, principalmente em casos de reumatismos; → Ponto dos Músculos Gastrocnêmicos: Localização: no bordo externo da cruz superior, na região central; Função: espasmos da panturrilha, cãibras, até ciatalgias; → Ponto do Músculo Quadríceps; Localização: situa-se entre a articulação do joelho e a articulação do quadril; Função: qualquer disfunção ou patologia localizada na coxa; Fig. 08. CruzInferior e Superior da Anti-Hélix. a) região glútea; b) nervo ciático; c) simpático; 1) dedos; 2) calcâneo; 3) tornozelo; 4) quadril; 5) joelho; 8) gastrocnêmico; Fonte: GARCIA, 1999. 50 5.9 FOSSA ESCAFÓIDE OU ESCAFA → Ponto Falanges: Localização: situa-se na extremidade superior da escafa; Função: usada em qualquer alteração dos dedos da mão, hiperidrose, dermatites, formigamentos, luxações, etc. → Ponto Clavícula: Localização: situa-se na extremidade inferior da escafa; Função: atua em dores da região cervico-braquial, luxações da clavícula, etc. → Ponto da Articulação do Punho: Localização: situa-se a mais ou menos 5 mm abaixo do ponto falanges; Função: usado em tratamentos de síndrome do túnel do carpo, tendossinovites, quervain, etc. → Ponto Cotovelo: Localização: situa-se 2 mm abaixo do ponto da articulação do punho; Função: para todas as afecções do cotovelo, epicondilites, reumatismos, etc. → Ponto Ombro: Localização: situa-se a 3 mm abaixo do ponto cotovelo; Função: para todas as disfunções ou patologias do ombro; → Ponto Alergia ou Urticária: Localização: situa-se entre os pontos falanges e articulação do punho; Função: todas as patologias alérgicas como, asma, dermatites, rinites, urticária, etc. 51 Fig. 08. Fossa Escafóide. 1) falanges; 2) clavícula; 3) punho; 4) cotovelo; 5) ombro; 7) alergia; Fonte: GARCIA, 1999. 5.10 FOSSA TRIANGULAR → Ponto Hipotensor: Localização: está localizado no bordo interno e superior da fossa triangular, próxima a hélix; Função: Usado nos tratamentos de hipertensão arterial; → Ponto Pelve: Localização: encontra-se na junção da cruz superior com a cruz inferior, pelo bordo interno, na fossa triangular; Função: Utilizado nos tratamentos de dores na região do baixo ventre, dismenorréia, prostatite e dores locais; → Shen Men: 52 Localização: situa-se a 2 mm do ponto pelve em direção ao ponto hipotensor, no bordo superior interno da fossa triangular; Função: É analgésico para qualquer tipo de dor; Sedante para qualquer patologia respiratória e/ou alérgica; e ainda age com antiinflamatório; É considerado o ponto mais importante da auriculoterapia, sendo que o mesmo é utilizado em todo e qualquer tratamento; → Ponto Útero; Localização: está localizado na linha do ponto hipotensor, na outra extremidade da fossa triangular; Função: usado em tratamentos de menstruação irregular, dismenorréias, amenorréias, hemorragias, endometriose e disfunções sexuais. → Ponto Constipação: Localização: esse ponto forma um triangulo com os pontos do nervo ciático e simpático, mas o ponto constipação está localizado dentro da fossa triangular, próximo ao bordo inferior; Função: usado nos tratamentos de constipação; Fig. 09. Fossa Triangular 1) Hipotensor; 2) Pelve; 3) Shen Men; 5) Útero; 9) Constipação; Fonte: GARCIA, 1999. 53 5. 11 CONCHA CIMBA → Ponto Estômago: Localização: situa-se no final da raiz da hélix, exatamente no local em que ela termina; Função: indicado em todos os tratamentos que envolvam a região do estômago, gastrite, azia, espasmos estomacais, úlceras gástricas, etc. → Ponto Duodeno: Localização: situa-se 2 mm acima do ponto estômago, pelo bordo superior da raiz do hélix, na mesma direção do ponto cárdia; Função: usado nos tratamentos da duodenite e úlceras do duodeno; → Ponto Intestino Delgado: Localização: encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, na mesma direção do ponto esôfago; Função: nos tratamentos de constipação, má absorção de alimentos, diarréias, distensão abdominal e transtornos gastrointestinais em geral; → Ponto Intestino Grosso: Localização: encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, na mesma direção do ponto boca; Função: Constipação, transtornos intestinais, diarréias, e distensão abdominal; → Ponto Apêndice: Localização: também encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, entre os pontos do intestino grosso e delgado; Função: indicado somente para casos de apendicite aguda; 54 Fig. 10. Concha Cimba ((bordo inferior) – 4) Estômago; 5) duodeno; 6) intestino delgado; 7) intestino grosso; 8) apêndice - Fonte: GARCIA, 1999. → Ponto Rim: Localização: situa-se na mesma direção do ponto pelve, mas na concha cimba, no bordo superior por baixo de uma cavidade formada pela cruz inferior da anti-hélix; Função: manutenção e conservação do estado de saúde geral do paciente; usado para fortalecer a região lombar, a medula espinhal e a função cerebral; ajuda a manter a harmonia na circulação dos líquidos corporais e é considerado como o segundo ponto mais importante da auriculoterapia; → Ponto Próstata: Localização: situa-se no bordo superior da concha cimba, muito próximo ao hélix, na cavidade por baixo da cruz inferior da anti-hélix; Função: indicado para os tratamentos da próstata e transtornos da função sexual; → Ponto Bexiga: Localização: situa-se a 2 mm ao lado do ponto próstata em direção ao ponto rim; Função: indicado para todos os tratamentos relacionados à bexiga e a retenção ou eliminação dos líquidos do corpo; 55 → Ponto Fígado: Localização: o ponto fígado apresenta-se no bordo posterior e inferior da concha cimba; Função: ajuda a fortalecer as funções do baço e do estômago; atua sobre todas as afecções do fígado; controla os ligamentos e tendões; é também indicado sobre distúrbios do sangue; → Ponto Vesícula Biliar e Pâncreas: Localização: situa-se na borda superior da concha cimba, na meia distância entre os pontos fígado e rins; Função do ponto Vesícula: herpes zoster, distensão abdominal e consistência de sabor amargo na boca por vários dias; Função do ponto Pâncreas: diabetes e pancreatites; Fig. 11. Concha Cimba ((bordo superior) – 1) rim; 2) próstata; 3) bexiga; 4) fígado; 5) vesícula e pâncreas - Fonte: GARCIA, 1999. 56 5. 12 CONCHA CAVA → Ponto Boca: Localização: situa-se na região do conduto auditivo externo, na borda superior, mais exatamente dentro da incisura do supratrago, por baixo da raiz do hélix; Função: para o tratamento de qualquer afecção da boca: úlceras, glossite, gengivite, dores na ATM (articulação têmporo-mandibular), infecções e inflamações da laringe e da faringe; → Ponto Esôfago: Localização: encontra-se no bordo inferior da raiz do hélix, na mesma direção do ponto coração; Função: indicado para o tratamento de hérnia de hiato, esofagite, disfagia e alguns transtornos digestivos; → Ponto Cárdia: Localização: situa-se no bordo inferior da raiz da hélix, entre os pontos do estômago e do esôfago; Função: indicado para os casos de refluxo gastroesofágico e náuseas; Fig 12. Concha Cava ((bordo superior) – 1) Boca; 2) esôfago; 3) cárdia; Fonte: GARCIA, 1999. 57 → Ponto Coração: Localização: situa-se exatamente no centro da concha cava, na mesma direção do ponto do esôfago; Funções: Melhora a capacidade funcional do coração; regular a pressão arterial; ajuste no metabolismo da transpiração; insônia; e para regular o metabolismo da circulação sanguínea; → Ponto Pulmão: Localização: esse ponto situa-se por cima e por baixo do ponto do coração. O ponto pulmão por baixo na orelha tratada coincide com o pulmão do lado da orelha tratada, já o ponto pulmão acima do coração, representa o pulmão do lado contrário da orelha tratada; Função: Tem a função de controlar a respiração; dispnéia; indicado em todos os distúrbios e/ou patologias do sistema respiratório; Ajuda a controlar a pele e os pêlos; → Ponto Traquéia: Localização: situa-se na direção do conduto auditivo externo, na meia distância entre esse e o coração; Função: usado nos tratamentos de laringites e epiglotites; → Ponto Brônquios: Localização:situa-se na meia distância entre os pontos traquéia e pulmão; Função: diminui a tosse, a dispnéia, as crises de asma, e atua sobre a bronquiectasia e a bronquite; → Ponto Baço: Localização: situa-se na concha cava em direção a anti-hélix, a meia distância entre os pontos estômago e tronco cerebral; Função: Atua sobre os quatro membros, podendo tratar as algias lombares e dos membros, casos de atrofia muscular e perda de força muscular nos membros; Ajuda a combater afecções do sistema digestivo; e pode atuar ainda sobre enfermidades hemorrágicas; → Ponto San Jiao: Localização: situa-se por baixo do conduto auditivo externo, no bordo interno do antítrago, na meia distância entre o bordo inferior do conduto e o ponto subcórtex; 58 Função: Analgésico, tonificante do coração, fortalece o baço, estômago e rim, e também pode ser usado nos tratamentos que envolvem o aparelho genital; Fig. 13. Concha Cava 1) coração; 2) pulmão; 3) traquéia; 4) brônquios; 5) baço; 6) san jiao. Fonte: GARCIA, 1999. 5. 13 INCISURA DO INTERTRAGO → Ponto Endócrino: Localização: está situado exatamente na parte mais baixa e interna da incisura do intertrago; Função: usado para regular as funções do sistema endócrino; possui propriedades imunológicas e antiinflamatórias; e pode ser usado ainda como complemento nos tratamentos da função digestiva e em casos de obesidade; → Ponto Hipertensor: Localização: encontra-se no bordo inferior da incisura do supratrago; Função: tratamento de hipotensão arterial (pressão baixa); 59 → Ponto Ovário: Localização: situa-se dentro da incisura do intertrago, próximo ao início do antítrago; Função: transtornos menstruais, hemorragias uterinas e infertilidade; Fig. 14. Incisura do intertrago 1) endócrino, 4) hipertensor, 5) ovário; Fonte: GARCIA, 1999. 5. 14 HÉLIX → Ponto Ápice do Hélix: Localização: é o ponto mais alto da hélix, ou pode-se encontrar esse ponto dobrando o pavilhão auricular para frente, sendo o ponto a ponta mais alta que se forma na orelha; Função: antiinflamatório, antipirética, hipotensora e antialérgica; → Ponto Ânus: Localização: este se localiza na hélix, na linha do bordo inferior da cruz superior da anti-hélix; Função: tratamento de hemorróidas, prolapso retal e prurido anal; 60 → Ponto Órgãos Genitais Externos: Localização: na hélix seguindo a linha do bordo superior da cruz inferior da anti-hélix; Função: uretrites, prurido genital, coceiras e micoses na região genital; → Ponto Uretra: Localização: na hélix, na mesma linha do ponto próstata; Função: prostatite, enurese noturna, poliúria e afecções da própria uretra; → Ponto Reto: Localização: na hélix, na linha do ponto intestino grosso; Função: tratamento de hemorróidas, prolapso retal e incontinência fecal; Fig. 15. Hélix 1) ápice da orelha; 2) ânus; 3) órgãos genitais externos; 4) uretra; 5) reto; Fonte: GARCIA, 1999. → Ponto Diafragma: Localização: situa-se na raiz da hélix, sobre o conduto auditivo externo; Função: tem a função de manter a homeostase sanguínea, diminuir os espasmos musculares e do diafragma, além de ser muito importante no tratamento das afecções dermatológicas; 61 Fig. 16. Raiz da Hélix 2) diafragma. Fonte: GARCIA, 1999. ] 62 6 DIAGNÓSTICO Podemos estar utilizando tanto os diagnósticos clínicos como os alternativos para criarmos nossos programas de tratamento. O pavilhão auricular é considerado uma parte muito importante do corpo humano, por conformar um microssistema. Possui a capacidade de funcionar como um receptor de sinais de alta especificidade, podendo assim, refletir todas as mudanças dos órgãos e vísceras, membros, tecidos, ou seja, de todo o organismo. → Diagnóstico Clínico: São muito importantes os dados fornecidos pelos exames laboratoriais, raio-x, eletrocardiograma, anamnese, palpação, pois todos trazem informações relevantes sobre a patologia ou a disfunção do paciente; → Pulsologia: O diagnóstico de energia fornecido pelo exame do pulso e da língua, é necessário somente quando houver a associação da auriculoterapia com a acupuntura sistêmica. → Auriculodiagnóstico: Quando certo órgão ou suas funções apresentam algum distúrbio, a área auricular correspondente sofre certas alterações, podendo ser estas alterações pigmentarias, alterações da vascularização, aparecimento de protuberâncias ou de cavidades, maior ou menor secreção, etc. E também, os pontos auriculares correspondentes a algum problema, tornam-se extremamente sensíveis ao toque. Ocorre uma diminuição do limiar doloroso, ou seja, o ponto estará mais sensível a dor. Isto pode ser mais frequentemente observado nas enfermidades agudas e tumores. Este método é o mais utilizado, realizando-se com a ponta romba de um lápis, ou palpadores específicos que são vendidos para esse procedimento. Deve-se realizar pressão, sempre de mesma magnitude sobre todos os pontos relacionados com a patologia, sendo necessário tratar todos os pontos com maior sensibilidade a palpação. 63 6.1 DIAGNÓSTICO – CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS Nesse tipo de diagnóstico, poucas informações temos a respeito do que indica cada tipo de reação. O mais importante, e sabermos que qualquer que seja o encontrado, é saber o local, a anatomia, porque qualquer uma dessas reações vão nos indicar que naquele ponto existe algum distúrbio. → Mudanças da Coloração: - Vermelho brilhante: geralmente observa-se nas patologias agudas, recém começadas e até mesmo nos episódios que não é possível tolerar a dor; - Vermelho Pálido ou escuro: observado nas afecções com um período evolutivo crônico, e também em afecções recidivantes, aqueles que costumam desaparecer e reaparecer com o passar do tempo. - Cor Cinza-Escuro: geralmente relacionadas a tumores e câncer. → Mudanças Morfológicas: - Proeminências: apresentam-se na forma de nós ou nódulos, podendo variar muito no seu tamanho. Estas elevam a pele para cima, e pode ser isolados ou em vários nós. - Depressões: Essas podemos observar em forma de pontos, de gomos, sulcos ou linhas. → Descamações: Apresentam-se como uma alteração de cor esbranquiçada na pele do ponto que ao ser raspada desprende-se com facilidade. Nas enfermidades dermatológicas e alérgicas é muito mais freqüente encontrarmos essas reações. 64 7 INDICAÇÕES Podemos utilizar a auriculoterapia como método de tratamento para todos os problemas físicos e psíquicos, abrangendo uma vasta relação de tratamentos. Tendo sempre como fundamento o reflexo direto sobre o cérebro e, através deste, sobre todo o nosso organismo. Podendo ser associado ou não a outro tipo de tratamento. Além de alcançarmos com essa técnica efeitos curativos imediatos, podemos ainda realizar tratamentos preventivos. Aplica-se principalmente em todos os distúrbios do sistema músculo-esquelético, cólicas e dores menstruais, constipação, dores relacionadas ao sistema nervoso, problemas respiratórios e dermatológicos. Podemos aplicar em pacientes de qualquer idade, recém nascidos, crianças, adultos e idosos. Não existem contra-indicações, mas sim, fenômenos adversos ou de rejeição. Rejeição a dor, excesso de sensibilidade, náuseas, sudorese e inflamação do ponto. As reações adversas podem apresentar-se de três maneiras diferentes: - Nível Leve: no momento em que se está fazendo a aplicação, o paciente refere tontura, visão turva, incômodo no peito, mas com respiração e pressão normal; - Nível Médio: o paciente sente palpitações difíceis de controlar, desejos de vomitar e suor frio nas extremidades; - Nível Severo: o paciente desmaia de maneira súbita; Em todosos casos, retiramos as agulhas, deixamos o paciente deitado o mais confortavelmente possível, afrouxam-se as roupas e espera o tempo necessário para que o paciente volte à normalidade. A auriculoterapia é realizada uma vez por semana. Cada atendimento dura aproximadamente 40 minutos. Após selecionar os pontos relacionados à patologia, aplica-se as agulhas no pavilhão auricular deixando-as de 20 a 30 minutos, após isso, coloca-se as sementes de mostarda nos mesmos pontos e o paciente permanece com elas até caírem ou por no máximo até 7 dias. 65 8 TRATAMENTO → Tratamento com Agulhas Filiformes: Desde as primeiras aplicações de auriculoterapia na China, sempre foi recomendado o uso de agulhas filiformes nos pontos auriculares. O tamanho da agulha pode ser variável, variando no comprimento, e variando no calibre, podendo ser de 26, 28, 30 ou 32 mm. Todas as agulhas possuem cabo e ponta como as agulhas usadas na acupuntura sistêmica. As agulhas faciais são as melhores para aplicação no pavilhão auricular. Devemos sempre garantir que as agulhas estejam esterilizadas, para que não haja o risco de contaminação ou infecção. Primeiramente iniciamos a observação e palpação dos pontos a fim de determinar quais os pontos auriculares que iremos aplicar a puntura. Passamos ao processo de assepsia do pavilhão auricular com álcool 70%, também para evitarmos as reações inflamatórias e infecções. Essa assepsia é feita com algodão embebido em álcool 70% realizando de dentro para fora, de cima para baixo e da parte da frente para trás. Assim, estaremos prontos a realizar a inserção das agulhas. A inserção da agulha pode variar. Podemos inserir a agulha rodando-a, realizando movimentos de rotação rápidos, harmônicos e contínuos. Outro método, podemos estabilizar a orelha do paciente com uma das mãos e com a outra mão aproximamos a ponta da agulha até o ponto selecionado, procedendo a introdução da agulha em um só movimento rápido e seguro. A profundidade da puntura deve levar em consideração a espessura do pavilhão auricular que varia de individuo para individuo. Normalmente aplica-se a agulha numa profundidade de 2 ou 3mm. É necessário que a agulha chegue até a cartilagem, aderindo-se firmemente sem balanceios ou movimentos. Nunca deve-se aplicar um agulha que atravesse o pavilhão auricular como um todo. Devemos realizar a puntura nos pontos localizados na concha cimba, concha cava e fossa triangular, sempre na inclinação de 90 graus. Nos pontos localizados na fossa escafóide 66 na anti-hélix e no lóbulo devemos aplicar a agulha a uma inclinação de 15 graus. Já nos pontos do trago, supratrago, intertrago, antítrago, hélix, cruz superior e inferior aplicamos a agulha a 45 graus. Para retirarmos a agulha, devemos fixar bem o pavilhão auricular com uma das mãos, e com a outra mão retira-se a agulha. Retiramos segurando pelo cabo, com rapidez, em um movimento único para que cause o mínimo de dor ao paciente. → Tratamento com colocação de Semente: É o método mais simples utilizado na auriculoterapia, mas sem duvidas, muito eficaz e bem aceito pelos pacientes, além de não ter altos custos ao terapeuta. Consiste na seleção de materiais esféricos, de superfície lisa, que realizem pressão sobre os pontos auriculares. Podemos utilizar pequenas pílulas, esferinhas imantadas ou sementes de certas plantas, a mais utilizada, é a semente de mostarda, devido ao seu formato que se adapta muito bem sobre o ponto. É um método muito novo, desenvolvido há mais ou menos uns 25 anos na China, sendo que esse apresenta vantagens como sendo menos doloroso que as agulhas intradérmicas que permaneciam nos pacientes, o que se torna mais aceito pelos mesmos. Também inicialmente realiza-se a exploração dos pontos dolorosos, marcando os pontos auriculares a serem tratados. Realiza-se normalmente a assepsia do pavilhão auricular e procede-se com a aplicação das sementes com o auxílio de uma pinça. Essas sementes vêem em placas especiais onde cada semente possui um pedacinho de esparadrapo o qual irá ajudar na fixação das mesmas na aurícula. O paciente permanece com as sementes por até 7 dias, devendo estimular esses pontos diariamente, várias vezes ao dia. 8.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO Os antigos mestres da acupuntura chinesa mantinham sob hermetismo algumas técnicas de tratamento, que eram repassadas somente a discípulos especiais, ou privilegiados. 67 Na auriculoterapia, um desses segredos era o uso de três pontos, utilizando-os sempre, não importante qual a patologia. Isso ficou conhecimento como o programa de auriculo- cibernética, que consiste na aplicação dos pontos: Shen Men, Rim e Simpático, sempre nesta ordem, partindo ai sim, para os pontos selecionados pelo terapeuta. Esses três pontos são considerados os mais importantes da auriculoterapia, por isso, devemos por costume sempre aplicá-los, independente do tipo de enfermidade a ser tratada. Aplicam-se no máximo até 10 pontos somando-se as duas orelhas. Geralmente aplica- se na orelha do mesmo lado do problema. Mas o mais importante é procurar em ambas as orelhas por sinais ou pontos dolorosos. 68 9 PROTOCOLOS AVANÇADOS DE TRATAMENTO → GASTRITE É a irritação da mucosa gástrica, que na clínica pode-se manifestar por dor epigástrica com sensação de opressão e distensão do estômago. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Simpático, Estômago, Sub-Córtex, e Baço; Fig. 01 – Pontos para o tratamento da Gastrite. Fonte: do autor (2007). → ÚLCERA GÁSTRICA É uma perda significativa de tecido que alcança as capas mucosa, submucosa e muscular, e se forma nas partes do tubo digestivo expostas a ação do suco gástrico. Pode ser ocasionada por jejum prolongado, estímulo nervoso excessivo e mudanças nutricionais. Pontos utilizados no tratamento: 69 - Shen Men, Rim, Simpático, Fígado, Duodeno, Estômago, Baço e Sub-Córtex. Fig. 02 – Pontos para o tratamento da Úlcera Gástrica. Fonte: do autor (2007). → CONSTIPAÇÃO É o atraso da evacuação intestinal. Num individuo normal a deposição é de uma vez a cada 24 horas. Assim, a melhor definição para constipação seria a decomposição difícil, com fezes duras e secas, uma vez, a cada vários dias. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Simpático, Abômen, Pulmão, Sub-Córtex, Baço, San Jiao, Intestino Grosso, e Constipação. 70 Fig. 03 – Pontos utilizados para o tratamento da constipação. Fonte: do autor (2007). → DIARRÉIAS A diarréia é todo processo mórbido, qualquer que seja sua etiologia, que tem, entre seus sintomas mais importantes, o aumento brusco das deposições, um acréscimo no volume usual de fezes ou uma mudança na consistência das mesmas. Pode acompanhar transtornos hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Simpático, Reto, Intestino Grosso, Baço, Endócrino e Occipital; 71 Fig. 04 – Pontos utilizados no tratamento das diarréias. Fonte: do autor (2007). → NÁUSEAS E VÔMITOS São sintomas que aparecem com freqüência na prática clínica. Acompanham inúmeras enfermidades, principalmente relacionadas ao sistema nervosos e ao sistema digestivo. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Estômago, Simpático, Cárdia, Occipital, e Sub-córtex; 72 Fig. 05 – Pontos utilizados no tratamento das náuseas e vômitos. Fonte: do autor (2007). → BRONQUITE É a inflamação dos brônquios que, em geral, está relacionada a mucosa. Acontece por agressões de agentes infecciosos, principalmente vírus e bactérias, irritantes externos, físicos ou alérgicos. Pontos utilizadosno tratamento: - Shen Men, Ápice da hélix, Brônquios, Traquéia, Pulmão, Ping Chuan; 73 Fig. 06 – Pontos utilizados no tratamento da Bronquite. Fonte: do autor (2007). → DISPNÉIA Corresponde a episódios de falta de ar. Caracteriza-se por paradas do ciclo respiratório, em que a pessoa fica sem respirar sentido opressão no peito, várias vezes ao dia. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Simpático, Pulmão, Ping Chuan e Tórax; 74 Fig. 07 – Pontos utilizados no tratamento da Dispnéia. Fonte: do autor (2007). → ASMA É uma condição de hiper reatividade bronquial, que na maioria das vezes caracteriza-se por uma obstrução generalizada dos brônquios, hipersecreção e edema da mucosa bronquial. Geralmente aparece em idades mais jovens, sendo que o seu primeiro ataque ocorre antes dos 5 anos de idade. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Simpático, Alergia, Pulmão, Brônquios, Traquéia, Ping Chuan, Endócrino e Supra Renal. 75 Fig. 08 – pontos utilizados no tratamento da Asma. Fonte: do autor (2007). → HIPERTENSÃO ARTERIAL É a enfermidade que causa a elevação da pressão sistólica, diastólica, ou ambas, em pelo menos em três tomadas casuais. É classificado com hipertenso aqueles indivíduos que tenham acima de 140mmHg (pressão sistólica) e de 90mmHg (pressão diastólica). Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Hipotensor, Simpático, Ápice da hélix, Fígado, Coração, Sub-Córtex e Occipital; 76 Fig. 09 – pontos utilizados no tratamento da hipertensão arterial. Fonte: do autor (2007). → HIPOTENSÃO ARTERIAL É a enfermidade que leva a diminuição nas cifras de tensão arterial, sendo considerados hipotensos pessoas com índices abaixo de 100mmHg (sistólica) e 70mmHg (diastólica). Pode estar associada a vertigens, má nutrição, e doenças cardiovasculares. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Supra-Renal, Hipertensor, Hipófise e Coração. 77 Fig. 10 – pontos utilizados no tratamento da Hipotensão arterial. Fonte: do autor (2007). → TAQUICARDIA É o aumento exagerado da freqüência cardíaca. O considerado normal é de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm). Se o indivíduo apresentar a freqüência cardíaca acima de 100 bpm durante grande parte do dia, ou realizar pequenos esforços, isso caracteriza a patologia. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Simpático, Supra-Renal, Sub-Córtex e Coração. 78 Fig. 11 – pontos utilizados no tratamento da Taquicardia. Fonte: do autor (2007). → NEURASTENIA É um tipo de neurose, e uma das mais frequentemente encontradas. Tem inicio na juventude podendo se instalar cronicamente. É causada por atividade mental excessiva, trabalho intelectual por tempo prolongado, ou trauma psicológico, causando a depressão do córtex cerebral, insônia, palpitações e perda de memória. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ápice da hélix, Coração, Sub-Córtex, Occipital. 79 Fig. 11 – pontos utilizados no tratamento da Neurastenia. Fonte: do autor (2007). → CEFALÉIAS É uma das faces da famosa dor de cabeça. É caracteriza por uma dor interna sem localização neural típica. É uma dor geralmente superficial provocada pela excitação de algum nervo sensitivo da cabeça. Aparece periodicamente. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Simpático, Ápice da hélix, Sub-Córtex, Fronte, Temporal, e Occipital. 80 Fig. 12 – pontos utilizados no tratamento das Cefaléias e enxaquecas. Fonte: do autor (2007). → PSICOSE É uma desordem mental severa na qual o individuo perde o contato com a realidade. Gera-se um distúrbio na capacidade do pensamento, da percepção do juízo claro, fazendo que os que dela padeçam não se sintam doentes. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Fronte, Fígado, Coração, Tronco Cerebral e Sub-Córtex. 81 Fig. 13 – pontos utilizados no tratamento da Psicose. Fonte: do autor (2007). → PARALISIA FACIAL A paralisia facial periférica, nuclear ou infranuclear, é causada por vírus, pela exposição abrupta ao vento frio que pode produzir espasmos dos vasos sanguíneos e má nutrição dos nervos, e ainda, pode ser causada devido aos processos inflamatórios da região da face, tumores de parótida e as seções traumáticas ou cirúrgicas do nervo facial. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, San Jiao, Tronco Cerebral, Sub-Córtex, Endócrino, Supra-Renal e Face; 82 Fig. 14 – pontos utilizados no tratamento da Paralisia Facial. Fonte: do autor (2007). → DIABETES MELITO É uma síndrome heterogênea produzida pela diminuição dos efeitos biológicos da insulina, que se traduz por uma alteração do metabolismo dos carboidratos, dos lipídeos e das proteínas, caracterizada, fundamentalmente por uma hiperglicemia em jejum ou uma intolerância aos carboidratos. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Pâncreas, Fígado, Endócrino, Tálamo, Hipófise, San Jiao e Sub-Córtex. 83 Fig. 15 – pontos utilizados no tratamento da Diabetes Melito. Fonte: do autor (2007). → DISFUNÇÃO HORMONAL Para qualquer disfunção que a sua causa primária seja uma alteração hormonal de qualquer espécie. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Simpático, Endócrino, Sub-Córtex, Hipófise e Tronco Cerebral; 84 Fig. 16 – pontos utilizados no tratamento das Disfunções hormonais. Fonte: do autor (2007). → CONTUSÕES E ENTORSES O entorse é uma afecção dos tecidos moles dos tecidos moles das articulações, em que se realiza movimentos maiores do que os permitidos por seus limites fisiológicos. As contusões são lesões dos tecidos moles acompanhadas por hemorragia, ocasionadas por um golpe ou trauma. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ponto referente ao local afetado, Fígado, Baço, Simpático; 85 Fig. 17 – pontos utilizados no tratamento dos Entorses e Contusões. Fonte: do autor (2007). → OMBRO CONGELADO É uma patologia degenerativa que compromete os tecidos moles da articulação do ombro, os ligamentos, tendões e a bolsa sinovial. Ocorre geralmente após os 50 anos, ou após episódios de AVE. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ombro, Fígado, Baço; 86 Fig. 18 – pontos utilizados no tratamento do Ombro Congelado e na Tendinite do Ombro. Fonte: do autor (2007). → CIATALGIA É um tipo de lombalgia onde se produz uma irritação do nervo ciático que provoca dor no trajeto do mesmo, do tipo queimação. A dor aumenta quando o paciente se flexiona. Ocorre frequentemente durante a gravidez. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ciático, Glúteos, Rim e Fígado. 87 Fig. 19 – pontos utilizados no tratamento da Ciatalgia. Fonte: do autor (2007). → CERVICALGIA Pode ocorrer por diversos fatores: traumas externos, inflamações, espasmos musculares (torcicolo), hérnia discal cervical, instabilidade cervical e outras mais. Essa patologia apresenta dores fortes na região do pescoço, com diminuição da amplitude dos movimentos, rigidez articular e até comprometimento para os membros superiores. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Rim, Fígado, Endócrino, Região Cervical. 88 Fig. 20 – pontos utilizados para o tratamento das Cervicalgias e Torcicolos. Fonte: do autor (2007). → LOMBALGIA Ocorre na maioria das vezes por movimentos inadequados, quedas, inflamações, etc. Resulta de um espasmo dos músculos lombares em que o paciente sente-se como se estivesse travado. Pode levar a instabilidade da região devido a fraqueza dos músculos lombares. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Fígado, Baço e Região Lombar. 89Fig. 21 – pontos utilizados para o tratamento das Lombalgias. Fonte: do autor (2007). → ARTRITE REUMATÓIDE É uma enfermidade sistêmica e crônica, de causa esporádica, cujo seus sinais mais evidentes são as lesões inflamatórias articulares com atrofia e rarefação óssea. Afeta principalmente pequenas articulações levando a deformidade. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Alergia, Ápice da hélix, Rim, Fígado, Baço, San Jiao, Endócrino, e Supra- Renal. 90 Fig. 22 – pontos para o tratamento da Artrite Reumatóide. Fonte: do autor (2007). → MASTITE É a inflamação dos tecidos mamários de caráter infeccioso, purulento, de origem bacteriana, sendo mais freqüente em mulheres no período da amamentação, quando se produz uma obstrução dos condutos lactíferos. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Estômago, Supra-Renal, Endócrino e Tórax (mamas). 91 Fig. 23 – pontos para o tratamento da Mastite. Fonte: do autor (2007). → PROSTATITE É a inflamação da glândula prostática (próstata) que afeta com freqüência homens na faixa etária de 30 a 50 anos. Apresenta dor ao urinar e secreção através do pênis. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Próstata, Bexiga, Uretra, Rim, Fígado, Endócrino, San Jiao e Órgãos Genitais. 92 Fig. 24 – pontos para o tratamento da Prostatite. Fonte: do autor (2007). → AMIGDALITE É a inflamação da mucosa faríngea e dos folículos linfáticos coberto por essa mucosa. Seu quadro clínico demonstra febre, mal estar geral, tosse, irritabilidade, vômitos, e ao exame físico podemos observar a orofaringe bem avermelhada. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ápice da hélix, Amígdala, Laringe-Faringe e Endócrino. 93 Fig. 25 – pontos para o tratamento da Amígdalite. Fonte: do autor (2007). → RINITE ALÉRGICA É a inflamação da mucosa nasal devido à alergia a pólen, umidade, pó, pêlos, estados emocionais e outros fatores. É um sintoma muito comum na prática clínica atingindo cerca de 5 a 10% da população, tendo forte fator hereditário. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Nariz interno, Pulmão, Supra-Renal, Alergia, Endócrino e Ápice da hélix. 94 Fig. 26 – pontos utilizados para o tratamento da rinite alérgica. Fonte: do autor (2007). → OTITE É a inflamação do ouvido interno, podendo estar afetada a mucosa de revestimento ou a mucosa e o osso subjacente. Pode apresentar supuração mucopurulenta, não fétida. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Ouvido Interno e Externo, Supra-Renal e Sub-Córtex. 95 Fig. 27 – pontos utilizados para o tratamento da Otite. Fonte: do autor (2007). → MENSTRUAÇÃO IRREGULAR É um ciclo de mutação fisiológica que o útero deve cumprir, estando intimamente ligado ao ovário e a hipófise. Se a hipófise e/ou o ovário apresentarem disfunção em seu ciclo de secreção hormonal, podem produzir mudanças nos períodos da menstruação, no volume do sangue, na coloração entre outras alterações. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Útero, Endócrino, Ovário, Hipófise, Rim, Fígado e Baço. 96 Fig. 28 – pontos utilizados no tratamento da Menstruação Irregular. Fonte: do autor (2007). → DISMENORRÉIA É definida como os períodos dolorosos que aparecem na região pélvica e lombar da mulher antes, durante e depois da menstruação. Geralmente acomete a mulher mais no período do começo da menstruação. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Simpático, Útero, Pelve, Hipófise, Ovário, Endócrino. 97 Fig. 29 – pontos utilizados para o tratamento da Dismenorréia. Fonte: do autor (2007). → PRURIDO É uma sensação incomoda que tenta a pessoa a se coçar. Pode aparecer de forma generalizada ou local. Pode-se iniciar por contato irritante com a roupa, ou pela ingestão de alguma comida ou bebida. Pontos utilizados para o tratamento: - Shen Men, Pulmão, Fígado, Baço, Endócrino, Diafragma, Occipital, Alergia e o ponto correspondente ao local da coceira. 98 Fig. 30 – pontos utilizados para o tratamento do Prurido. Fonte: do autor (2007). → DERMATITE DE CONTATO Ocorre pelo contato da pele com algum agente que atue como sensibilizador alérgico especifico ou como irritante primário. Pode aparecer eritema, edema, secreção, formação de crostas, etc. Pontos para o tratamento: - Shen Men, Diafragma, Pulmão, Baço, Supra-Renal, Alergia, Endócrino e ponto do local afetado. 99 Fig. 31 – pontos para o tratamento da Dermatite. Fonte: do autor (2007). → ACNE É uma dermatose muito típica da puberdade, que ocorre em aproximadamente 80% dos adolescentes. É produzida principalmente pela interação de fatores hormonais e genéticos que atuam sobre o aparelho pilosebáceo. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Estômago, Baço, Pulmão, Supra-Renal, Endócrino e Face. 100 Fig. 32 – pontos para o tratamento da Acne. Fonte: do autor (2007). → PSORÍASE É caracterizada como uma afecção inflamatória da pele que apresenta lesões papulosas e maculopapulosas recobertas por escamas estratificadas, com tendência a recidivas. Não é contagiosa, e também ocorre com maior freqüência na puberdade. Pontos utilizados para o tratamento: - Shen Men, Ápice da hélix, Fígado, Pulmão, Coração, Sub-Córtex, Occipital e ponto do local afetado. 101 Fig. 33 – pontos utilizados para o tratamento da Psoríase. Fonte: do autor (2007). → VITILÍGO É uma discromia em que ocorrem manchas despigmentadas, rodeadas por um bordo hiperpigmentado, sem que exista nenhuma outra alteração. Isso se deve a um déficit de melanina. Pontos utilizados no tratamento: - Shen Men, Alergia, Rim, Fígado, Pulmão, Baço, Hipófise, Sub-Córtex, Endócrino, Supra-Renal e ponto da área relacionada ao vitiligo. 102 Fig. 34 – pontos utilizados para o tratamento do Vitiligo. Fonte: do autor (2007). 103 REFERÊNCIAS AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei, 1986. CESE, Adriano F. Apostila do Curso de Auriculoterapia. Toledo, 2003. DAVIS, Carol. Fisioterapia e Reabilitação: Terapias Complementares. 2. ed. Rio de Janeiro: LAB, 2006. GARCIA, Ernesto G., Auriculoterapia. São Paulo: Roca, 1999. LEVIN, J.; JONAS, W. Tratado de Medicina Complementar e Alternativa. São Paulo: Manole, 2001. SOUZA, Marcelo P., Tratado de Auriculoterapia. Brasília: FIB, 2001. VIEIRA, Antônio. Apostila do Curso Profissionalizante de Auriculoterapia. Rio de Janeiro: Espaço Cultural Antônio Vieira, 2002.