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Taubaté 2017 JONATAS GEORGE RANGEL REVESTIMENTOS DE FACHADAS COM PLACAS CERÂMICAS: MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS Taubaté 2017 NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA REVESTIMENTOS DE FACHADAS COM PLACAS CERÂMICAS: MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil Orientador: Ariadne Tiepo JONATAS GEORGE RANGEL JONATAS GEORGE RANGEL REVESTIMENTOS DE FACHADAS COM PLACAS CERÂMICAS: MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Dedico este trabalho aos meus pais e familiares pelo estímulo; aos professores que acreditaram no meu trabalho; e aos amigos que me acompanharam. ... AGRADECIMENTOS Agradeço aos educadores que ao longo desses cinco anos contribuíram para meu enriquecimento cultural. Aos colegas de sala e a todos que, direta ou indiretamente, foram de extrema importância nessa fase da minha vida. Eu faço da dificuldade a minha motivação. A volta por cima, vem na continuação. (Charlie Brown Jr). RANGEL, JONATAS GEORGE. REVESTIMENTOS DE FACHADAS COM PLACAS CERÂMICAS: MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS. 2017. 27 FLS. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO. GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL. FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL. TAUBATÉ. 2017. RESUMO Muitas são as aplicações dos revestimentos cerâmicos dentro da construção civil, isto devido a sua grande durabilidade e diversidade de estampas. Estes elementos atualmente são vistos muito mais do que simples itens de decoração, mas sim, como itens de decoração e acabamento. Sua função é proteger e preservar a estrutura das edificações e das alvenarias, de intemperes, cuidando dos revestimentos cerâmicos das fachadas e, dando um acabamento arquitetônico perfeito a edificação. Esses revestimentos devem ser escolhidos adequadamente, obedecendo o projeto arquitetônico da edificação e, levando-se em conta a localização geográfica do mesmo. O surgimento de patologias nas fachadas de edificações causa um impacto negativo, trazendo com isso, uma desvalorização do imóvel, trazendo prejuízos financeiros, até mesmo óbitos e ferimento em usuários e transeuntes. Percebe-se que é muito importante que haja um desempenho de excelência nas fachadas, não apenas pelo quesito estético, mas também, pelo ponto de vista técnico, as manifestações patológicas nesses revestimentos trazem sérios problemas para os usuários no que se refere a custos e insatisfação. É evidente que muitas das edificações apresentam algum tipo de manifestação patológica, principalmente, em fachadas. O objetivo principal do estudo será pesquisar sobre as manifestações patológicas mais frequentes em revestimentos cerâmicos em fachadas, assim como, as características peculiares aos mesmos. A revisão de literatura foi a metodologia usada para a elaboração deste estudo. Palavras-Chave: Revestimento de Fachada; Patologias; Acabamentos RANGEL, JONATAS GEORGE. COVERINGS OF FACADES WITH CERAMIC PLATES: PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS. 2017. 27 FLS. COMPLETION OF COURSE WORK. GRADUATION IN CIVIL ENGINEERING. FACULTY ANHANGUERA EDUCATIONAL. TAUBATÉ. 2017. ABSTRACT Many applications of ceramic tiles within the construction industry are due to their great durability and diversity of patterns. These elements are currently seen much more than simple decorating items, but rather as decorating and finishing items. Its function is to protect and preserve the structure of the buildings and the masonry, of intemperes taking care of the ceramic coverings of the facades and, giving a perfect architectural finishing the edification. These coatings must be chosen properly, obeying the architectural design of the building and taking into account the geographical location of the same. The emergence of pathologies in the facades of buildings causes a negative impact, bringing with it a devaluation of the property, bringing financial losses, even death and injury to users and passers-by. It is noticed that it is very important that there is a performance of excellence in the façades, not only by the aesthetic aspect, but also, from the technical point of view, the pathological manifestations in these coatings bring serious problems for the users with regard to costs and dissatisfaction. It is evident that many of the buildings present some type of pathological manifestation, mainly in façades. The main objective of the study will be to investigate the most frequent pathological manifestations in facade ceramic coatings, as well as the characteristics peculiar to them. The literature review was the methodology used for the preparation of this study. Keywords: Facade Coating; Pathologies; Finishing SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 REVESTIMENTOS ................................................................................................. 15 2.1PATOLOGIA DE CONSTRUÇÃO / ACABAMENTO E REVESTIMENTOS INTERIORES / MATERIAIS CAUSAS E MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO....................................................................................................................16 2.1.1 Causas Diretas ...............................................................................................................................16 2.1.2 Causas Indiretas .............................................................................................................................17 2.3CAUSAS DE DESLOCAÇÃO EM REVESTIMENTOS ...........................................................................................18 3 PATOLOGIAS E MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL…………………………………………………………………………………………20 3.1 FATORES INFLUENCIADORES DAS PATOLOGIAS ...........................................................................................20 3.2PATOLOGIAS EM FACHADAS COM REVESTIMENTO CERÂMICO ....................................................................21 4 DESCRIÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ...................................................................................................... 22 4.1AS CAUSAS DAS PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................................................23 4.2FUNDAÇÕES ...............................................................................................................................................23 4.3NORMATIZAÇÕES .......................................................................................................................................24 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................26 13 1 INTRODUÇÃO Muitas são as aplicações dos revestimentos cerâmicos dentro da construção civil, isto devido a sua grande durabilidade e diversidade de estampas. Estes elementos atualmente são vistos muito mais do que simples itens de decoração, mas sim, como itens de decoração e acabamento. Sua função é proteger e preservar a estrutura das edificações e das alvenarias, de intemperes, cuidando dos revestimentos cerâmicos das fachadas e, dando um acabamento arquitetônico perfeito a edificação. Esses revestimentos devem ser escolhidos adequadamente, obedecendo o projeto arquitetônico da edificação e, levando-se em conta a localização geográfica do mesmo. O surgimento de patologias nas fachadas de edificações causa um impacto negativo, trazendo com isso, uma desvalorização do imóvel, trazendo prejuízos financeiros, até mesmo óbitos e ferimento em usuários e transeuntes. Percebe-se que é muito importante que haja um desempenho de excelência nas fachadas, não apenas pelo quesito estético, mas também, pelo ponto de vista técnico, as manifestações patológicas nesses revestimentos trazem sérios problemas para os usuários no que se refere a custos e insatisfação. É evidente que muitas das edificações apresentam algum tipo de manifestação patológica, principalmente, em fachadas. Os revestimentos cerâmicos de fachada são preferência do mercado consumidor, isto porque, apresenta várias vantagens em relação aos outros revestimentos tradicionais, tais como: durabilidade, estética, facilidade de limpeza, pouca manutenção, maior conforto térmico e acústico entre outros. Desta forma, este trabalho se justifica devido a importância que se obtém com o conhecimento sobre as manifestações patológicas que podem ocorrer nestes revestimentos e, suas precauções preventivas, para que se evite os desperdícios e retrabalhos posteriores a sua aplicação. A questão de pesquisa deste trabalho foi: “Quais as principais manifestações patológicas encontradas nos revestimentos de fachada com emprego de placas cerâmicas? ” O objetivo principal do estudo será pesquisar sobre as manifestações patológicas mais frequentes em revestimentos cerâmicos em fachadas, assim como, as características peculiares aos mesmos. Os objetivos secundários estudados foram: (i) realizar uma releitura na literatura sobre o que já foi publicado à respeito de 14 Revestimentos de Fachadas, os tipos de revestimentos e, suas características, como desempenho, racionalização de manutenção, vida útil e, aplicabilidade dos mesmos; (ii) apontar as causas diretas e indiretas das patologias dos revestimentos cerâmicos; (iii) apresentar as principais manifestações patológicas desses revestimentos, e sua frequência. A metodologia adotada para o cumprimento da pesquisa foi um levantamento bibliográfico que se constituiu no estudo de bases teóricas para facilitar o entendimento sobre o tema estudado como monografias, artigos, livros, manuais, revistas técnicas, e meios eletrônicos, entre outras fontes que forneceram embasamento para o trabalho. Limitou-se a pesquisa ao período de 10 anos. O material coletado consistiu numa pesquisa bibliográfica, visando considerações referentes aos conceitos pertinentes ao tema, seno que o material consultado abrange basicamente documentos dos seguintes autores: Nos capítulos sobre as normas técnicas das placas cerâmicas para revestimentos, o referencial teórico será às NBR 13816 e NBR 13817. BAUER (2008) dará o referencial sobre os materiais cerâmicos e suas especificações, vantagens e aplicação. Sobre os projetos e execução dos revestimentos cerâmicos a bibliografia consultada estará em CAMPANTE e BAÍA (2003). ESQUIVEL (2001) fornecerá referencial sobre a avaliação do uso de revestimento de fachada em residenciais. Já LUZ (2004) referenciar as manifestações patológicas em revestimentos cerâmicos de fachada de edifícios. 15 2 REVESTIMENTOS Segundo Bauer (2008), a origem etimológica do termo revestimento, emana do latim, uma vez que é constituído por duas partes daquele idioma: o prefixo “re-“, que indica o que seria “repetição”, e o verbo “vestire”, que pode ser traduzido como “cobrir, colocar como cobertura”. O revestimento é a ação e efeito de cobrir, disfarçar, simular. Este conceito é muito usado para nomear a capa ou camada que permite decorar ou proteger uma superfície. Para a construção e a decoração, o revestimento é uma camada de um material específico que é usado para proteção ou adorno das paredes, teto ou piso. É usual que, quando a passagem do tempo afeta a superfície, surjam manifestações patológicas que obrigam a se instalar um revestimento novo, que esconda o dano. Para Rezende (2003), salienta que os revestimentos incluem cerâmica, madeira, papel (que é usado para papel de parede) e, pintura. É possível colocar revestimentos dentro e fora da casa (fachadas). Se a ideia é aplicar um revestimento, a primeira coisa a se fazer é remover as camadas anteriores até a superfície ficar lisa. Caso contrário, o resultado estético não será satisfatório. No caso de revestimentos de piso, os mais modernos não requerem cola, são instalados de forma flutuante, fixando-os a alguns painéis. Os revestimentos exteriores, por outro lado, também são importantes para a proteção das construções. São eles: tijolos, mármores e azulejos que estão entre os materiais mais populares. No entanto, não se pode ignorar muitos outros tipos de revestimentos para o exterior e a fachada de qualquer edifício. Além das casas e edifícios, piscinas também precisam de um revestimento. No seu caso, há também uma multiplicidade de materiais para se adaptar a esse, embora a cerâmica e o forro especialmente se destaquem. Isso é criado a partir de PVC e, nos últimos anos, conseguiu-se uma grande variedade de projetos no mercado, isso porque encontra-se uma oferta muito grande de qualidade e preço. (REZENDE, 2003). 16 2.1 PATOLOGIA DE CONSTRUÇÃO / ACABAMENTO E REVESTIMENTOS INTERIORES / MATERIAIS CAUSAS E MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO Segundo Luz (2004), causa das deteriorações é definida como aquele agente, ativo ou passivo, que atua como a origem do processo patológico e leva a uma ou mais lesões, embora às vezes várias causas possam atuar juntas para produzir uma mesma lesão. Desta forma, pode-se estabelecer uma primeira divisão entre causas diretas e indiretas: as primeiras são as que produzem a origem imediata do processo patológico (forças mecânicas, agentes atmosféricos, poluição, etc.); por outro lado, as causas indiretas são aquelas nas quais os diferentes aspectos patológicos que correspondem a um design inadequado ou a uma execução construtiva do trabalho podem ser incluídos. 2.1.1 Causas Diretas De acordo com Esquivel (2001), é conhecido como causas diretas todos aqueles processos que correspondem ao gatilho que inicia a degradação dos diferentes elementos ou sistemas construtivos de uma unidade de trabalho executada ou em processo. Este acidental pode manifestar-se de maneiras diferentes, dependendo da origem do agente que afeta o elemento estudado, embora geralmente as causas diretas são caracterizadas pela perda de integridade do material exposto ao mesmo ou variando o seu aspecto a partir do seu estado original. As seguintes são as causas diretas mais comuns: mecânicas, entendidas como ações mecânicas que têm interação descontrolada na superfície do material, seja por uma ação não prevista ou superior à calculada. Alguns dos exemplos mais comuns são: a transmissãopara os gabinetes e revestimentos de ações mecânicas por deformação da estrutura, 17 bloqueio ruim entre os elementos de cerco, impactos e fricções causados pelo uso (pisos, paredes inferiores); atuar no prédio e, sobretudo, o envelope (chuva, vento, sol, oscilações térmicas). O nível de afetação dos diferentes agentes variará de acordo com as condições únicas de cada edifício, como a orientação das fachadas ou a altura dos edifícios (maior impulso); a todos os tipos de produtos químicos e suas reações, acidentalmente aplicadas por organismos vivos ou que ocorrem no próprio ambiente. Nesse sentido, terá que atender aos diferentes poluentes ambientais que reagem com alguns elementos pedregosos das fachadas. secundária é uma anterior de origem primária, como pode ocorrer com umidade, deformações estruturais, rachaduras, fissuras, desprendimentos, corrosão ou diferentes organismos no prédio. 2.1.2 Causas Indiretas Já as causas indiretas, ainda segundo Esquivel (2001), podem ser definidas como fatores inerentes à unidade construtiva (fatores de composição química, forma ou disposição) como consequência de sua seleção ou design defeituoso, e que, juntando ação direta, possibilita a aparência do processo patológico. Sua classificação é a seguinte: materiais adequados para executar o trabalho, bem como sobre o design pobre das unidades de construção. 18 desencadeamento uma implementação incorreta das instruções do projeto que eram adequadas. Em geral, é devido a uma fraca escolha da técnica construtiva para realizar a unidade construtiva que apresenta o problema. chegam que já chegam ao trabalho de forma defeituosa ou inadequada para uma colocação correta do mesmo. É necessário praticar controles de qualidade para verificar isso. lado, o uso do edifício para o trabalho que não foi concebido no estado do projeto; por outro lado, a manutenção correta do mesmo pelos usuários e a não conformidade com os diferentes requisitos estabelecidos pela LOE em relação às revisões de edifícios (ITE) e as determinações incluídas no Livro de Construção. (ESQUIVEL, 2001). 2.3CAUSAS DE DESLOCAÇÃO EM REVESTIMENTOS Os diferentes tipos de destacamentos que ocorrem nos revestimentos dependerão do sistema de acabamento, do material constituinte de seus elementos e do sistema de fixação ao suporte. Como as causas indiretas dependerão de cada sistema de acabamento, não faz sentido estudá-los juntos, mas procederemos diretamente a analisar as causas diretas mais comuns. (CAMPANTE, 2003). entre o acabamento e o suporte é teoricamente contínua, graças a uma vedação de superfície entre eles, ou intercalando um material de ligação que será chamado de "interface". Neste segundo caso, a perda de adesão pode ocorrer em três pontos; as duas juntas de superfície e a própria fase. 19 Em qualquer caso, em uma junção de superfície contínua, a descamação ocorrerá quando o sistema de adesão, mecânico ou químico, quebrar. Este desprendimento nas articulações da superfície pode ser devido a várias causas: direções opostas dos dois elementos que compõem a junta da superfície, o que leva à perda de integridade da junta; microestrutura intermediária resulta em juntas de superfície com adesão mecânica. Este espaço é susceptível de acomodar algum elemento capaz de dilatar, como a água, com o consequente perigo de sofrer um aumento de volume após congelamento ou cristalização de sais. aplicação da argamassa, o material de suporte não tinha sido molhado ou porque a superfície não era limpa de poeira. nestes casos, a junção entre revestimento e suporte é baseada nos pontos de ancoragem e, portanto, a falha que causa o desprendimento também pode ser encontrada em três pontos (a fixação do elemento à ancoragem, a própria ancoragem e a fixação da ancoragem para o suporte), além do próprio elemento da unidade e terminado. ão do elemento de acabamento ou a ruptura pelo pensamento, e sua falha geralmente é causada no próprio elemento ao romper superando a capacidade de cortar na perfuração. segunda falha devido à corrosão do elemento metálico que o constitui ou porque a sua capacidade mecânica foi excedida. profunda ou o material de ligação não é aplicado corretamente. existência de impurezas, desempenhará um papel decisivo na limitação do seu trabalho mecânico. (CAMPANTE, 2003). 20 3 PATOLOGIAS E MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL A construção civil coexiste com a ocorrência de manifestações patológicas nas suas obras, originada pelos motivos mais variados. De acordo com o método de avaliação determinado pela ASTM E632-82 (1996), que analisa a durabilidade dos edifícios, existem vários fatores que influenciam o surgimento de patologias e, podem ser classificados em cinco grupos diferentes de acordo com sua natureza: fatores atmosféricos, biológico, de carga, incompatibilidade e características de uso. Entende – se, que as construções podem vir a ser prejudicadas ou não tendo em vista que na ocorrência de estudo histórico como parte fundamental na escolha da terapia e sua análise levará em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais utilizados para redução desses efeitos patológicos. 3.1 FATORES INFLUENCIADORES DAS PATOLOGIAS Os fatores atmosféricos são definidos como os grupos de fatores associados ao meio ambiente, incluindo temperatura, radiação solar, poluentes do ar e umidade da chuva e neve ou gelo. Tais fatores sempre atuam nos edifícios e podem ter uma série de variações, dependendo das estações do ano e da localização geográfica do desenvolvimento. A variação de temperatura pode produzir uma variação dimensional do material (dilatação ou contração) (RESENDE, BARROS e CAMPOS, 2001). Os agentes biológicos são caracterizados principalmente por fungos ou pequenas espécies de vegetação que precisam de condições especiais para se desenvolver, tais como: temperaturas entre 10 ° C e 35 ° C, alta umidade relativa, presença de nitrogênio, fósforo, carbono e menos ferro, cálcio, cloro, magnésio, entre outros componentes químicos (CAMPANTE, 2003). Isso demonstra que a presença de água, em qualquer estado, é fundamental para o desenvolvimento desses organismos e coloca as fachadas dos edifícios como uma das premissas mais favoráveis para sua aparência. Os fatores de carga podem ser representados pela ação física das chuvas e pelos ventos na fachada dos edifícios. Fatores de incompatibilidade podem ocorrer 21 devido a algum tipo de divergência química ou física; A química pode ocorrer devido a diferenças na composição química dos materiais de base e no revestimento ou na adição incorreta de algum material, como gesso na argamassa e física quando um revestimento fornece cargas insustentáveis a base ou o substrato, gerando deslocamentos. 3.2 PATOLOGIAS EM FACHADAS COM REVESTIMENTO CERÂMICO A causa mais comum de patologias em fachadas revestidas com azulejos e cerâmicas é a possibilidade de desprendimento das peças, com ou sem material de agarrar incorporado, e o risco potencial de acidente que é gerado no caso que pode afetar os transeuntes ou os usuários do próprio prédio. Sem dúvida, esse risco foi aumentado a partir do meio do século passado com a adoção usual de soluções de fachadas externas de maior deformabilidade e menor inércia térmica, causando maiores esforços de corte e nivelamento em materiais e planosde interface de telhas e materiais de revestimento. Para essa percepção de que os sistemas de posicionamento tradicionais com argamassa de cal nas paredes grossas ofereciam maior estabilidade térmica e, eram sistemas mais duráveis e adesivos seguros à base de argamassas, as mesmas passara a ser adotadas para neutralizar as tensões. Deve-se notar que, na prática, em vários casos, essas anomalias não são apresentadas isoladamente, mas combinam e se sobrepõem dando origem a imagens patológicas complexas que exigem uma coleta cuidadosa de dados, a coleta de amostras e o desempenho de testes e ensaios para determinar as causas que os geram e, quando apropriado, aqueles que podem ter sido determinantes na formação do dano. (LUZ, 2004). Deve também notar-se que, embora não existam estatísticas disponíveis que informações detalhadas sobre as causas que dão origem ao destacamento de peças, sabe-se que os fatores mais frequentemente reiterados são as deficiências em a aplicação dos produtos e a insuficiente preparação do suporte, juntamente com a tradição arranjo das peças com juntas muito estreitas, o que dificulta o ajuste movimento do revestimento para o induzido pelo invólucro e o adesivo. 22 4 DESCRIÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS De acordo com o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo – IBAPE (2004), um dos objetivos do Lauto de Auto Vistoria Predial é identificar, relatar e recomendar procedimentos que possam cessar a evolução de patologias observadas nos sistemas construtivos. Fagundes Neto, Gomide e Puladas (2006), afirmam que todas as patologias observadas devem ser fotografadas e relatadas no relatório fotográfico. Deve-se atentar para a origem das patologias que podem ter diversas causas, tais como: infiltrações generalizadas, falta ou inadequada de impermeabilização dos sistemas construtivos, do revestimento externo, e principalmente, inobservância ou postergação da manutenção e adequação as normas e regulamentos atuais de alguns sistemas essenciais e fundamentais de uso e segurança de qualquer construção. Ainda, segundo Fagundes Neto, Gomide e Puladas (2006), outro fato que deve ser verificado é se a construção vistoriada está localizada em bairro de proximidade à região de relevo acentuado e de encostas, que capta ventos advindos do ambiente marinho, assim sendo, o mesmo está exposto a um ambiente altamente agressivo e nocivo aos sistemas construtivos, pois a atmosfera poluente e salínica (com moléculas de sais e cloretos no ar), o ar atmosférico impregnado por CO2 (dióxido de carbono, devido a fumaça dos escapamentos dos carros) e possíveis infiltrações por intempéries (penetrações de águas de chuva) em pontos da edificação, aliadas a falta ou inadequada impermeabilização do sistema estrutural, do sistema de revestimento das fachadas, ataquem severamente as alvenarias, os revestimentos e as estruturas de concreto armado desses sistemas construtivos, comprometendo as suas integridades físicas e, por conseguinte as suas estabilidades e segurança, principalmente das suas armaduras de aço e revestimentos de argamassa e pintura que são danificados e vulnerabilizados nas suas capacidades de resistência de carga e durabilidade, devido à instauração de processos deletérios de seus componentes. Todas as consequências devido a essas patologias e, outras considerações, devem ser observadas e relatadas no relatório fotográfico. 23 4.1AS CAUSAS DAS PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Não apenas o controle de qualidade é garantia para a não ocorrências de patologias, muito menos achar-se que a padronização, normalização dos processos de construção também seriam soluções únicas para a não ocorrência delas, mas, segundo Almeida (2008), ressalta que em muitas obras as falhas e patologias construtivas que ocorrem durante e, após a construção, são erro não só técnicos, mas, também de âmbito humano, organizacional e até mesmo de gestão, visto que, o setor de compras, administrativo, e de recursos humanos afetam, e muito, a qualidade de um projeto, de uma construção. Neste trabalho em particular, será focado dois aspectos para a ocorrência de patologias: a qualidade do projeto num todo e, a umidade. 4.2FUNDAÇÕES Para Marcelli (2007) quando se fala em fundações, é importante que se faça uma escolha bem-feita e adequada e, de que sua construção seja correta seguindo todas as normas técnicas necessárias para que se evite a instabilidade da edificação ao longo de sua vida útil. É importante também que, os ensaios de percussão sejam abrangentes para que se possa identificar as características do solo onde a edificação será feita, assim, a decisão sobre qual a fundação apropriada a ser utilizada será mais acertada e, assim, se contribuirá para o não surgimento de fenômenos patológicos (THOMAZ, 2009). A Norma técnica NBR 15575 (ABNT, 2013) estabelece que: (...) para edificações com local de implantação definido, os projetos devem ser desenvolvidos com base nas características geomorfológicas do local, avaliando-se riscos de deslizamentos, enchentes e erosões, também devem ser levados em conta a proximidade de pedreiras e britagens (ABNT, 2013). A estabilidade da edificação deve seguir os padrões mínimos exigidos para que não ocorra o surgimento de problemas de desempenho estrutural da 24 construção. Obras que são realizadas de forma errada e, sem a devida sondagem de reconhecimento do tipo de solo em que se efetuará a obra, consequentemente, irão manifestar patologias e ocorrência de problemas sérios na estrutura da mesma. Percebe-se que os problemas patológicos normalmente estão relacionados com a falta de qualidade das edificações e, esta queda de qualidade está diretamente aliada aos danos e vícios construtivos que surgem no decorrer do tempo (FIGUEIREDO, 2009). Gnipper e Mikaldo (2007) afirmam que um dos problemas mais complicados de serem corrigidos dentro da engenharia civil é a umidade, visto que a dificuldade de sua resolução é pela complexidade deste fenômeno e, dos elementos que nele estão envolvidos e, principalmente, à falta de estudos e pesquisas relativos ao mesmo. Sua incidência deriva muitas das vezes da má instalação dos sistemas prediais hidráulico-sanitários. 4.3NORMATIZAÇÕES A resolução dos problemas patológicos é complexa e, envolve uma série de procedimentos e práticas profissionais. Essas práticas, segundo Souza (2008), infelizmente são caracterizadas pela falta, muitas das vezes, de uma metodologia cientifica especifica e reconhecida, onde se possa realmente comprovar que as medidas tomadas são garantias de uma resolução eficiente do problema. Muitas das tomadas de decisões sobre as manifestações patológicas, ou das patologias das edificações, são tomadas em cima de experiências obtidas ao longo dos anos e, pela utilização de métodos empíricos de análise prévia, porém, tal fato se torna relevante quando se tem a necessidade de uma análise mais pormenorizada e individualizada do problema e, quando estes se mostram mais complexos. A falta ou mesmo ausência de uma normatização sobre os materiais e procedimentos sobre as patologias e, a falta de uma fiscalização eficaz das normas já existentes por parte dos profissionais e responsáveis técnicos, é algo de extrema importância visto que, auxiliaria ao não surgimento de patologias, desta forma, é 25 importante que se conscientize engenheiros e responsáveis sobre o controle de qualidade dos materiais e dos processos construtivos (SANTUCCI, 2015).26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização de programas eficientes de qualidade dentro do ambiente da construção oferece uma garantia de controle e redução das possibilidades de ocorrência de falhas durante as etapas da execução da obra, demonstrando os possíveis problemas patológicos que podem ocorrer ou mesmo, sanando os já existentes. O objetivo principal em pesquisar sobre as manifestações patológicas mais frequentes de revestimentos cerâmicos em fachadas bem como características peculiares restou satisfatório no decorrer da pesquisa. Os demais objetivos foram demonstrados na pesquisa. Foi possível realizar uma releitura na literatura sobre o que já foi publicado a respeito de Revestimentos de Fachadas, os tipos de revestimentos e suas características facilitaram para um entendimento mais abrangente sobre o assunto. Foram apontadas as causas diretas e indiretas das patologias dos revestimentos cerâmicos e apresentadas as principais manifestações patológicas desses revestimentos, e sua frequência. É válido ressaltar que, nem todas as patologias ou problemas patológicos são decorrentes de falhas na concepção ou da não existência de um programa de qualidade, mas, muitas dessas manifestações acontecem devido ao mal-uso de materiais ou mesmo, de uma manutenção falha na edificação. Para isso, existem as normas técnicas que auxiliam na prevenção antecipada das patologias ou das manifestações patológicas a fim de que tais problemas não ocorram (DAL MOLIN, 2008). 27 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 13817 – Placa Cerâmica para Revestimento – Classificação BAUER, L. A. Materiais Cerâmicos, In: BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção/2. 5.ed., cap.18. Rio de Janeiro: LCT, 2008. p.526-535. BARROS, M.M.S.B.; SABBATINI, F.H. Produção de Revestimentos Cerâmicos para paredes de vedação em Alvenaria. São Paulo, Brasil: EPUSP. Revista ALCONPAT, Volume 6, n. 2. Maio – agosto, 2016. Pp.145-156. CAMPANTE, Edmilson Freitas; BAÍA, Luciana Leone Maciel. Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo: O Nome da Rosa, 2003. p.104. ESQUIVEL, Juan Francisco Temoche. Avaliação do uso de Revestimento de Fachada em Edifícios Residenciais Multifamiliares em São Paulo. Estudo de caso região sul – 1.994 `a 1.998. Dissertação mestrado – USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Novembro de 2.001. GALLETTO, A.; ANDRELLO, J.M. Patologia em Fachadas com Revestimentos Cerâmicos. In: CINPAR – IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas. João Pessoa (Brasil): 2013 LUZ, Marcos De Almeida. Manifestações patológicas em revestimentos cerâmicos de fachada em três estudos de caso na cidade de balneário camboriú.Dissertação mestrado - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2004 RESENDE, M. M., Medeiros, J. S. Recuperação de revestimentos de fachada de edifícios: estudo de casos. São Paulo, 2003. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. RESENDE, M. M.; BARROS, M. M. S. B.; CAMPOS J. S. A Influência da Manutenção na Durabilidade dos Revestimentos de Fachadas de Edifícios. In: Workdur – II Workshop sobre durabilidade das construções. São José dos Campos (Brasil), 2001, pág. 144-154.