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CASTELINHO DA RUA APA 
 
 
2 
 
 
O trabalho aborda uma relíquia esquecida durante décadas e que por ser diferen-
ciada do período de sua construção, tornou-se marco de uma arquitetura que chamava 
atenção da população de São Paulo, porém pela tragédia que à assolou ficou esquecida, 
degradando-se, sendo o tempo implacável com a sua estrutura. 
Nessa abordagem procuramos clarear a importância deste monumento encravado 
no centro de São Paulo, que felizmente foi restaurado e considerado patrimônio histórico. 
Daremos um breve relato da cidade de São Paulo do início do século XX, para que 
haja um maior entendimento quanto a construção e história do Castelinho. 
São Paulo havia alcançado a posição 
de maior produtor de café no Brasil e no 
mundo, resultado da expansão da fronteira 
agrícola que ganhou novo impulso em mea-
dos do século anterior, mas era ainda uma ci-
dade de pequeno porte, com aproximada-
mente 250.000 habitantes, neste período, e 
crescendo a passos largos. 
Com florescer da cidade, a aristocracia paulista passa a investir em construções 
suntuosas e uma dela seria a residência da rua Apa idealizada pelo médico Vicente César 
Reis; o imóvel uma réplica de um castelo medieval francês, com seus vitrais pintados por 
renomados artistas da época, tapetes indianos e uma escadaria de mármore importado, 
subindo ao primeiro andar da mansão. 
A Família César Reis também era dona de um famoso cinema, o Broadway na 
avenida São João, que hoje não existe mais; e de terrenos e casas no nobre bairro do 
Pacaembu. 
No projeto original de 1912 constava um lote de meia quadra com pequena testada 
(frente de 6,7 metros) e grande profundidade (mais de 30 metros). 
Hoje a casa encontra-se implantada em lote de esquina São João com a Rua Apa. 
Segundo o relatório de vistoria do imóvel feito antes do tombamento, essa mu-
dança pode ser explicada pelas transformações urbanas ocorridas na área no final da 
Castelinho em fotografia de possivelmente em 1930 ou 1931 
 
 
3 
 
década de 1920, quando houve a ligação da Avenida São João e a Rua das Pal-
meiras, além da formação da Praça Marechal Deodoro. 
A planta original da residência 
segue as limitações das dimensões 
dos lotes com pequeno recuo frontal 
ocupado por um jardim, a implantação 
desenvolve-se ao longo do terreno em 
direção aos fundos, onde localiza-se o 
quintal. Do lado direito, a casa encon-
tra-se nos limites do lote e, do lado es-
querdo, apresenta dois discretos recuos laterais (na frente e nos fundos). Apesar das 
restrições impostas pelo lote, nota-se a tentativa de movimentação da planta com a arti-
culação dos diferentes corpos da construção e a eliminação do tradicional corredor late-
ral, que determinava a circulação e distribuição dos cômodos na maioria das casas da 
época. 
Sua trajetória seria caracterizada por diversos momentos: foi residência da tradici-
onal família Guimarães Reis, proprietária do luxuoso “Cine Teatro Broadway” localizado 
na mesma Avenida São João, também promoveu como espaço de interação social atra-
vés dos badalados eventos por ela oferecidos. 
Até a tragédia moravam no imóvel; Maria Cândida Guimarães dos Reis, seus filhos 
Armando César dos Reis de 43 anos e Álvaro César dos Reis de 45, advogados e em-
presários. 
Família muito rica e conhecida, a tragédia ocorrida no interior do imóvel agregou 
um valor simbólico devido à morte de seus proprietários em 1937. Um misterioso fato ali 
ocorrido que, nunca fora devidamente esclarecido, passaria a fazer parte do imaginário 
popular. Tudo começou a mudar quando por desentendimentos entre os herdeiros aca-
bou por culminar num triplo homicídio. 
No Jornal “A Gazeta Daqui e de Fora” de 13 maio de 1937, relata que Álvaro na 
época campeão de velocidade em patinação, queria fazer um ringue para a prática do 
esporte, chamando-o “Palácio do Gelo”, que ele tinha visto na França. 
 
 
4 
 
Armando divergia da opinião do irmão, porque não queria gastar todo 
aquele dinheiro. 
Álvaro teve que viajar e Armando tomou conta de seus negócios, quando ele voltou 
de viagem alguns documentos e notas promissórias haviam sido adulterados e por valo-
res muito maiores. Isso ocasionou conflito entre eles, mas Álvaro já havia se comprome-
tido com seus sócios que eram as famílias “quatrocentonas”, ricas e com vários investi-
mentos. Na residência também moravam os empregados Elza Lengfeider, seu marido 
Rodolpho Lengfeider e a filha do casal Maria Aparecida. 
Conforme matéria do jornal “A Gazeta Daqui e de Fora” de 13 maio de 1937, no 
dia 12 de maio do mesmo ano, os irmãos e a mãe Maria Cândida foram encontrados 
mortos a tiros por uma empregada que morava numa casa anexa ao castelinho sendo 
atraída para o imóvel principal pelo barulho dos disparos. 
Uma pistola automática Parabellum, calibre 9 milímetros, foi encontrada ao lado 
dos corpos dos dois irmãos. Até hoje, passados dezenas de anos, o caso, que ficou co-
nhecido como "O Crime do Castelinho da Rua Apa", permanece misterioso. Como relata 
os jornais da época um ano após a tragédia o caso foi arquivado e dado por encerrado. 
A reportagem do Estado de São Paulo: Páginas da Edição de 11 de dezembro de 
2004 no caderno “Cidades”, relata que a primeira briga judicial pelo local ocorreu após a 
morte dos irmãos e da mãe. Fora contratado pela família, um dos maiores advogados 
renomados da época chamado Capote Valente, este se empenhou no caso, após vários 
laudos contestados no tribunal e de recursos para transferência do bem aos herdeiros, 
um decreto encerra a briga judicial, o Presidente Getúlio Vargas determina que nenhum 
parente colateral, - como Tios e Primos – poderia ter direito à herança e a família Cezar 
dos Reis só tinha parente colaterais. 
O prédio ficou para o Departamento do Patrimônio da União até 1951, quando a 
receita federal ocupou o espaço. Outros moradores passaram na Residência não se em-
penhando na sua conservação, ocasionando a aceleração da corrosão do imóvel. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Já na década de 80 o local ficou abando-
nada e com o passar dos anos a degradação do 
imóvel acelerou. 
Com Histórias de fantasmas que assom-
bravam o antigo prédio; vários repórteres inves-
tigativos foram ao local para tentar esclarecer os 
fatos narrados por pessoas que visitavam o imó-
vel, mas nada fora provado, mas simplesmente 
o imaginário do ser humano que acabavam por criar fatos que não existiam no local. 
O trágico crime ocorrido em 1937 serviu de pano de fundo para um sem número 
de histórias de vultos, fantasmas e assombrações que só contribuíram em afastar inte-
ressados em investir no castelinho. 
Em 1996 foi concedida à Organização não-governamental Clube de Mães do Bra-
sil os direitos de uso do Castelinho da Rua Apa. Maria Eulina dos Reis Hilsenbeck é a 
fundadora e presidente do Clube usa o espaço desde então. Restaurado, utilizam o local 
como espaço de inclusão de pessoas em vulnerabilidade social -. A ONG fica em um 
prédio anexo ao Castelinho. 
A solicitação de tombamento de bem cultural ou natural pode ser realizada por 
todo(a) e qualquer cidadão(ã): organizações não governamentais, sociedade civil por 
meio de abaixo-assinado, representante de órgãos públicos ou privados, ou pelo próprio 
órgão responsável. No caso deste bem, consta no Processo de Tombamento dois pedi-
dos protocolados. O primeiro foi em 14 de fevereiro de 1990, de Juscelino Silva Neto, 
vereador da cidade. O motivo conclamado por ele foi de que era uma “construção datada 
do início do século, sendo este dotado de traços arquitetônicos de grande valor artístico, 
tendo inclusive, sido cenário de inúmeros filmes que retratam oBrasil do início do século”. 
Em dezembro do mesmo ano a oficial de justiça Susan Innace, abre mais um pe-
dido com a pretensão de transformar o local em um Museu do Crime. Por decisão da 
maioria dos Conselheiros presente à reunião realizada dia 05 de abril de 1991, o Conse-
lho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de 
São Paulo - CONPRESP - resolve abrir processo de tombamento do Castelinho da Rua 
 
 
6 
 
Apa. O motivo presente no documento é: "pelo valor arquitetônico intrínseco, so-
mado ao fato de ser exemplar residencial da ocupação original da área, representando 
um marco referencial para a população local". No dia 10 de dezembro de 2004, sai uma 
nota no Diário Oficial do Município (DOM) informando que o Castelinho havia sido tom-
bado, a decisão foi por unanimidade dos Conselheiros. Em 2007 e 2011 os artigos 2 e 3 
sobre o tombamento que tratam da área externa ao imóvel sofrem nova redação. 
Após vários anos de analise, enfim 
deram-se o início ao projeto de Restaura-
ção, com previsão de termino em outubro 
de 2016. O Castelinho da Rua Apa, cons-
trução concluída em 1917, faz parte da 
primeira ocupação urbana do bairro de 
Santa Cecília, sendo um dos poucos re-
manescentes do início do século XX no 
município de São Paulo que reflete a realidade da belle époque paulistana. Tombada 
pelos órgãos de preservação Condephaat e pelo município, por sua relevância histórica, 
cultural e arquitetônica 
 
O portal do Governo de São Paulo, informa: 
O governo de São Paulo entregou nesta quinta-feira, 6 de abril de 2017, as obras 
de restauro do Castelinho da Rua Apa, imóvel construído no início do século XX, que 
ficou cerca de 50 anos abandonado, período em que sofreu séria degradação. O imóvel, 
cedido desde 1997 ao “Clube de Mães do Brasil”, uma ONG que atende crianças, cida-
dãos em situação de rua e dependentes químicos, faz parte da primeira ocupação urbana 
do bairro de Santa Cecília, na capital. 
As obras foram totalmente custeadas com recursos do Fundo Estadual de Direitos 
Difusos (FID), gerido pela Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, me-
diante convênio firmado com o Clube de Mães no valor de R$ 2,8 milhões. “A cidade de 
São Paulo ganha o Castelinho totalmente restaurado e o Clube de Mães, um espaço para 
desenvolver um trabalho belíssimo de capacitação e atendimento social”, destacou o go-
vernador. 
 
 
7 
 
O imóvel, de dois andares, é tombado por órgãos de preservação por sua 
relevância histórica, cultural e arquitetônica. Localizado na esquina da rua Apa com a 
avenida São João, é um dos poucos imóveis remanescentes do início do século passado 
que reflete a realidade da belle époque paulistana e faz parte do processo de revitaliza-
ção do centro da capital. 
Sua trajetória foi caracterizada por diversos momentos. Residência da tradicional 
família Guimarães Reis, que, também proprietária do luxuoso “Cine Teatro Broadway”, 
localizado na mesma Avenida São João, teria promovido o Castelinho como espaço de 
interação social por meio dos badalados eventos por ela oferecidos. No final dos anos 
30, ganhou fama de mal-assombrado com o mistério do assassinato da família proprie-
tária: a mãe e os dois filhos foram encontrados mortos no prédio. 
Após 20 meses de reforma, o “Castelinho” permitirá ao Clube de Mães – organi-
zação não-governamental que promove atividades de cunho social, educacional e cultu-
ral, atendendo a crianças, cidadãos em situação de rua, dependentes químicos e cata-
dores de papel – ampliar suas atividades, oferecendo formação profissional por meio de 
ateliês de confecção de artesanato e artigos de moda. 
O secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Márcio Fernando Elias Rosa, e 
a primeira-dama Lu Alckmin participaram da cerimônia de entrega do restauro. 
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania 
Quinta, 06/04/2017 - 12h55 | Do Portal do Governo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Segue o processo de tombamento do Imóvel. 
Prefeitura do Município de São Paulo 
Secretaria Municipal de Cultura 
Departamento do Patrimônio Histórico 
 
Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da 
Cidade de São Paulo 
 
Resolução n o. 20/2004 
O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental 
da Cidade de São Paulo – CONPRESP, no uso de suas atribuições legais e nos ter-
mos da Lei n° 10.032, de 27 de dezembro de 1985, com as alterações introduzidas 
pela Lei n° 10.236, de 16 de dezembro de 1986, conforme decisão unânime dos Con-
selheiros presentes à 331ª Reunião Ordinária realizada em 7 de dezembro de 2004, 
Considerando o valor arquitetônico intrínseco da antiga residência localizada na rua 
Apa nº 236, esquina da avenida São João, conhecida como “Castelinho”; 
Considerando o fato da edificação representar significativo exemplar da arquitetura 
residencial praticada na capital paulista nas primeiras décadas do século XX e de ser 
remanescente da primeira ocupação urbana da área; 
Considerando o valor referencial do “Castelinho” da rua Apa nº 236, como um marco 
na paisagem urbana de São Paulo em função da sua implantação e características 
arquitetônicas diferenciadas, e 
Considerando o contido no PA nº 1991-0.005.013-0. 
RESOLVE: 
Artigo 1º- TOMBAR a edificação conhecida como “Castelinho” da rua Apa nº 236 
(Setor 007, Quadra 002, L 0027) com Nível de Proteção 2 (NP 2), pertencente à Sub-
prefeitura da Sé, devendo ser preservadas, integralmente, a volumetria e todas as 
características arquitetônicas externas da edificação principal - o “Castelinho” - não 
sendo admitidos acréscimos posteriores, havendo, porém, a possibilidade de inter-
venções internas, 
desde que plenamente justificadas em projeto de restauro; intervenções estas, que 
deverão ser analisadas previamente pelo DPH e a provadas pelo CONPRESP. 
 
 
9 
 
 
 
Artigo 2º – Ficam estabelecidas como diretrizes, para futuras intervenções no imóvel 
tombado, o que segue abaixo: 
a) A divisão interna deverá ser mantida, só sendo aceitas, neste caso, pequenas 
alterações decorrentes de um projeto de restauro e de adaptação para um novo 
uso; 
b) Sempre que possível, os revestimentos internos, escadas, rodapés, esqua-
drias, elementos decorativos, muros, gradis etc., deverão ser recupera dos ou 
substituídos (quando for necessário) de acordo com o material e com as suas 
características originais; 
c) A vegetação de porte arbóreo existente no lote deverá ser mantida; 
d) Não serão admitidas novas construções no lote tombado; 
e) A construção abandonada de dois pavimentos existente dentro do lote é pas-
sível de demolição. 
Artigo 3º – A área envoltória, para a preservação da ambiência e visualização do 
“Castelinho” da rua Apa nº 236, será determinada da seguinte maneira: 
• Gabarito máximo de 7,00 me manutenção do alinhamento para o imóvel da 
Avenida São João nº 2150 (S 007, Q 002, L 0001); 
• Gabarito máximo de 7,00 m para o imóvel da Rua Apa nº 222 a 226 (S 007, Q 
002, L 0026); 
• Gabarito máximo de 24, 00 m e manutenção do alinhamento para o imóvel da 
Avenida São João nº 2064 esquina da Rua Apa (S 007, Q 007, L 0036). 
Artigo 4º - Fica a Secretaria Executiva do CONPRESP autorizada a inscrever, no 
Livro de Tombo respectivo, o referido bem, para os devidos efeitos legais. 
Artigo 5º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial 
do Município, revogadas as disposições em contrário.

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