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UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL RRUURRAALL DDOO RRIIOO 
DDEE JJAANNEEIIRROO 
DDEEPPAARRTTAAMMEENNTTOO DDEE QQUUÍÍMMIICCAA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AAppoossttiillaa ddee EExxppeerriimmeennttooss 
DDiisscciipplliinnaa IICC335577 –– QQuuíímmiiccaa OOrrggâânniiccaa EExxppeerriimmeennttaall II 
 
AAnnddrreessssaa EEsstteevveess ddee SSoouuzzaa 
AAuurreeaa EEcchheevvaarrrriiaa 
AAuurréélliioo BB.. BBuuaarrqquuee FFeerrrreeiirraa 
CCeeddrriicc SStteepphhaann GGrraaeebbiinn 
MMáárrcciiaa CCrriissttiinnaa CCaammppooss ddee OOlliivveeiirraa 
MMaarrccoo EEddiillssoonn FFrreeiirree ddee LLiimmaa 
RRoossaannee NNoorraa CCaassttrroo 
SSiillaass VVaarreellllaa JJuunniioorr 
SSeerrooppééddiiccaa –– RRJJ 
 
2 
 
SSuummáárriioo 
 
 
v Regras para o bom aproveitamento e segurança no laboratório de orgânica.......................4 
vv VViiddrraarriiaa ee eeqquuiippaammeennttooss bbáássiiccooss ddee llaabboorraattóórriioo ddee qquuíímmiiccaa oorrggâânniiccaa....................................................................55 
v Princípios da destilação 
ü Introdução............................................................................................................16 
ü Destilação.............................................................................................................18 
ü Tipos de destilação...............................................................................................19 
· Destilação simples....................................................................................19 
· Destilação fracionada...............................................................................19 
· Destilação à pressão reduzida..................................................................21 
· Destilação por arraste à vapor..................................................................22 
· Destilação azeotrópica.............................................................................23 
ü Procedimento.......................................................................................................23 
v Métodos de extração 
ü Introdução............................................................................................................24 
ü Métodos de extração sólido / líquido...................................................................25 
¦ Extrações a frio 
· Maceração....................................................................................25 
· Percolação....................................................................................25 
· Percolação simples.......................................................................25 
· Percolação fracionada..................................................................25 
· Turbo extração.............................................................................26 
¦ Extrações a quente 
· Em sistemas abertos.....................................................................27 
o Infusão..............................................................................27 
o Turbolização.....................................................................27 
o Decocção..........................................................................27 
· Em sistemas fechados...................................................................27 
o Extração sob refluxo.........................................................27 
o Extração em aparelho Soxhlet..........................................27 
ü Isolamento do alcalóide piperina da pimenta do reino................................................28 
¦ Procedimento de extração e isolamento...................................................28 
 
ü Método de extração líquido / líquido...................................................................29 
¦ Extração ácido-base.................................................................................29 
· Extração do corante natural bixina das sementes de urucum (bixa 
orellana )......................................................................................30 
· Procedimento................................................................................31 
 
¦ Extração com solventes ativos.................................................................32 
· Objetivos......................................................................................32 
· Introdução....................................................................................32 
· Procedimento experimental.........................................................34 
 
¦ Extração da cafeína do chá preto.................................................35 
· Introdução....................................................................................35 
3 
 
· Procedimento Experimental.........................................................35 
¦ Extração de óleo essencial por hidrodestilação...........................36 
·· PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall........................................................................................................................3377 
 
vv OOxxiiddaaççããoo ddee ccoommppoossttooss oorrggâânniiccooss......................................................................................................................................................................................3377 
üü SSíínntteessee ddaa pp--bbeennzzooqquuiinnoonnaa......................................................................................................................................................3388 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall..................................................................................................................3388 
v Substituição nucleofílica (Sn1 e Sn2): preparação de haletos de alquila..............................39 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddoo bbrroommoobbuuttaannoo..................................................................................................................................................3399 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................3399 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddoo cclloorreettoo ddee tteerrcc--bbuuttiillaa..........................................................................................................................4400 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4400 
 
vv Método de Purificação de Sólidos............................................................................................41 
üü RReeccrriissttaalliizzaaççããoo............................................................................................................................................................................................4411 
 
vv SSuubbssttiittuuiiççããoo eelleettrrooffíílliiccaa aarroommááttiiccaa....................................................................................................................................................................................4422 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddaa pp --nniittrrooaacceettaanniill iiddaa....................................................................................................................................4422 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4433 
 
vv RReeaaççããoo ddee ccoonnddeennssaaççããoo..........................................................................................................................................................................................................................4444üü PPrreeppaarraaççããoo ddaa ddiibbeennzzaallaacceettoonnaa..........................................................................................................................................4444 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4444 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddaa hheexxaammeettiilleennootteettrraammiinnaa ((uurroottrrooppiinnaa))............................................................................4455 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4455 
 
vv SSuubbssttiittuuiiççããoo nnuucclleeooffíílliiccaa aaccíílliiccaa..............................................................................................................................................................................................4466 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddaa aacceettaanniill ííddaa..........................................................................................................................................................4477 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall..................................................................................................................4477 
 
vv RReeaaççõõeess ddee eesstteerriiffiiccaaççããoo........................................................................................................................................................................................................................4477 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddoo ssaalliicciillaattoo ddee mmeettiillaa................................................................................................................................4488 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4488 
üü PPrreeppaarraaççããoo ddoo áácciiddoo aacceettiill ssaall iiccíí ll iiccoo..........................................................................................................................4488 
¦¦ PPrroocceeddiimmeennttoo eexxppeerriimmeennttaall....................................................................................................................4499 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
REGRAS PARA O BOM APROVEITAMENTO E SEGURANÇA NO 
LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA 
 
 
• Não é permitida a entrada do aluno 20 minutos após o horário de início da aula. 
 
• Não é permitido comer, beber e mascar chicletes. 
 
• É obrigatório o uso de guarda-pó, óculos, calça comprida, sapato fechado e cabelos 
compridos presos. 
 
• Não é permitido o uso de brincos grandes, fones de ouvido, celulares, boné e óculos 
escuros. 
 
• É obrigatório informar ao professor a saída e o retorno ao laboratório durante a prática. 
 As aulas se passam no Laboratório e não nos corredores. 
 
• É obrigatório informar ao professor qualquer ocorrência não rotineira. 
 
• É obrigatório manter a bancada organizada durante a prática. 
 
• É obrigatório lavar toda a vidraria e arrumar todo o material usado após a prática, 
guardando-as no armário correspondente. 
 
• A reposição de uma aula prática poderá ser feita em outra turma mediante a permissão 
do professor responsável por ela. O aluno devera entregar um comunicado escrito e 
assinado pelo professor da turma na qual foi feita a reposição. 
 
• Os testes são realizados no início de cada aula. O aluno que chegar após o início do 
teste não poderá realizá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
VVIIDDRRAARRIIAASS EE EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS BBÁÁSSIICCOOSS NNOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE 
QQUUÍÍMMIICCAA OORRGGÂÂNNIICCAA 
 
EErrlleennmmeeyyeerr 
Feito de material de vidro, plástico, policarbonato transparente ou polipropileno 
transparente, o EErrlleennmmeeyyeerr é ideal para armazenar e misturar produtos e soluções, 
cultivo de organismos e tecidos e predominantemente usado em titulações. Sua parede 
em forma de cone invertido evita que o líquido em seu interior espirre para fora. 
Apresentam variações de tamanhos de juntas, podendo ter tampas de vidro esmerilhado 
ou plástico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VViiddrroo ddee rreellóóggiioo AAllmmooffaarriizz ddee ppiissttiilloo 
 
 
CCááppssuullaa ddee ppoorrcceellaannaa 
 
Serve para evaporar 
lentamente, líquidos das 
soluções. 
 
 
Serve para triturar e 
pulverizar sólidos 
 
 
Serve para cristalizar 
minerais presentes numa 
solução pelo processo de 
evaporação rápida 
 
 
O bbaallããoo vvoolluummééttrriiccoo ou bbaallããoo ggrraadduuaaddoo é um frasco utilizado para preparação 
e diluição de soluções com volumes precisos e pré-fixados, feitos em vidro borossilicato 
ou em polipropileno. Possui um traço de aferição no gargalo. Este tipo de frasco é usado 
na preparação de soluções que precisam ter concentrações definidas (concentração 
expressa em uma grandeza por unidade de volume). Os balões volumétricos pode ter 
volumes entre 5 mL á 10 L. 
6 
 
 
 
BBaallããoo vvoolluummééttrriiccoo oouu bbaallããoo ggrraadduuaaddoo 
 
 
BBeecckkeerr ou bbééqquueerr é um tipo de recipiente utilizado nos laboratórios de química. 
Há dois tipos de Becker, o Copo de Griffin ou Becker Forma Baixa e Copo de Berzelius 
ou Becker Forma Alta. 
De modo muito grosseiro efetua-se medidas com o copo de Becker, pois a sua 
medida é muito imprecisa (normalmente com precisão variante em 5% do marcado. 
Suas principais características são: 1. Apresentar uma escala para medição aproximada; 
2. Possuir base plana para uso autônomo; 3. Conter bico para transferência; 4. Ser 
provido de boca larga. 
Seu uso é recomendado para experimentos em que esteja presente pelo menos 
um sólido. Feito de vidro pyrex refratário ou de polímeros como o polietileno ou o 
polipropileno, o bécker pode ser utilizado em uma ampla faixa de temperatura. Suas 
capacidades volumétricas mais comuns são 80, 125, 250 e 400 mL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um ddeesssseeccaaddoorr é um recipiente fechado que contém um agente de secagem 
chamado dessecante. A tampa é engraxada (com graxa de silicone) para que feche de 
forma hermética. É utilizado para guardar substancias em ambientes com baixo teor de 
umidade. 
O agente dessecante mais utilizado é a sílica, que deve estar na coloração azul 
(seca). Quando a sílica fica na coloração avermelhada, significa que já está saturada de 
água, impossibilitando que a mesma absorva a água do interior do dessecador. Como 
auxílio ao processo de secagem de substâncias, é comum o acoplamento de uma bomba 
de vácuo para reduzir a pressão no interior do dessecador, quando o mesmo apresenta 
BBeecckkeerr oouu bbééqquueerr 
7 
 
uma válcula para esta finalidade na tampa. Após o vácuo desejado, a válvula é fechada e 
a bomba de vácuo desacoplada. 
Seu uso mais comum se dá nas etapas de padronização de soluções, onde um sal 
de uma determinada substância é aquecido em estufa e posteriormente, posto para 
esfriar sob pressão reduzida no interior do dessecador. O resfriamento a pressão 
reduzida e no interior do dessecador impede a absorção de água pelo sal a substância 
enquanto sua temperatura se iguala à ambiente, para que seja posteriormente pesado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BBaallããoo KKiittaassssaattoo,, ou mais simplesmente Kitassato, é uma vidraria de laboratório 
usada normalmente junto com o funil de Büchner em filtrações (sob sucção) a vácuo. É 
constituído de um vidro espesso e um orifício lateral.Piippeettaa é um instrumento de medição e transferência rigorosa de volumes 
líquidos. 
Há dois tipos clássicos de pipetas: 
* ppiippeettaass ggrraadduuaaddaass:: possuem uma escala para medir volumes variáveis; 
* ppiippeettaass vvoolluummééttrriiccaass:: possuem apenas um traço final, para indicar o volume 
fixo e final indicado por ela, sendo estas mais rigorosas que as graduadas. 
Outro tipo de pipeta, usado especialmente em laboratórios de análises clínicas 
que engloba laboratórios de biologia, bioquímica ou quando há a necessidade de se 
transferir volumes muito reduzidos, é a mm ii cc rr oo pp ii pp ee tt aa (imagem à direita). Esta permite 
medir pequenos volumes, da ordem de microlitros, porém, com precisão e exactidão 
geralmente inferiores às obtidas pelas pipetas graduadas e volumétricas de maior 
volume. Este tipo de pipeta utiliza ponteiras descartáveis, feitas de polipropileno. O 
líquido aspirado por elas não entra ou não deve entrar no corpo principal da 
micropipeta, sob-risco de adulterá-la e descalibrá-la. 
 
 
 
8 
 
 
 
Prroovveettaa é um instrumento cilíndrico de medida para líquidos. Possui uma escala 
de volumes pouco rigorosa. Pode ser fabricada em vidro ou plástico, com volumes que 
normalmente variam entre 5 e 2000 mililitros. Para a medida de volumes mais precisos 
e exatos, é preferível o uso das pipetas. 
 
 
 
PPrroovveettaa 
 
 PPiisssseettaa é carregada com o líquido desejado (água destilada, solvente orgânico, 
soluções, etc.), destina-se a dirigir um jato de líquido, em operações como lavagem, 
acerto grosseiro do nível na medida de volume, etc. Apresenta vantagens de 
manipulação e controles fáceis. 
 
 
PPiippeettaa 
 
 
 
 
 
 
 vvoolluummééttrriiccaa ggrraadduuaaddaa MMiiccrrooppiippeettaa 
 
9 
 
 
PPiisssseettaa 
 
 
FFuunniill ddee vviiddrroo ccoommuumm apresenta duas aplicações importantes: na transfer6encia 
de líquidos para frascos de boca estreita ou em filtração, para suportar o papel poroso 
(papel de filtro) destinado a reter as partículas grosseiras, em suspensão na mistura 
sólido-líquida a ser separada. 
FFuunniill ddee BBüücchhnneerr é um tipo de vidraria de laboratório, consistindo num funil 
feito de porcelana e com vários orifícios, como uma peneira. É usado junto com o 
Kitassato em filtrações a vácuo. 
 
 
FFuunniill ddee vviiddrroo ccoommuumm FFuunniill ddee BBüücchhnneerr 
 
 PPaappeell ddee ffiillttrroo 
 
 
TTrroommppaa dd''áágguuaa: serve para provocar a sucção do ar e produzir vácuo, durante o 
processo de filtração. 
 
 
OO ppaappeell ddee ffiillttrroo 
ddeevvee ccoobbrriirr ooss 
oorriiffíícciiooss ddoo ffuunniill 
sseemm ssuubbiirr ppeellaass 
ppaarreeddeess llaatteerraaiiss 
10 
 
FFiillttrraaççããoo aa vvááccuuoo 
 
TTrroommppaa dd''áágguuaa 
 
 
PPiissttoollaa ddee AAbbddeerrhhaallddeenn é usada para secar amostras. Funciona à vácuo e o 
aquecimento é realizado por vapor de solvente de baixo PE, tal como etanol. 
 
 
PPiissttoollaa ddee AAbbddeerrhhaallddeenn 
 
 
FFuunniill ddee sseeppaarraaççããoo é uma vidraria de laboratório usada para separar líquidos 
imiscíveis de densidades diferentes. Geralmente, um dos líquidos será a água e o outro, 
um solvente orgânico como o éter ou o clorofórmio. O funil, que possui uma forma de 
cone sobreposto por um semiesfera, tem uma torneira na parte de baixo e um bocal na 
parte de cima.Para usá-lo, os dois líquidos em uma mistura são vertidos dentro do funil 
através do bocal, com a torneira fechada. O funil é então tampado, agitado, invertido e a 
torneira é aberta cuidadosamente para liberar a pressão em excesso. É deixado em 
descanso por determinado tempo e depois a torneoira é aberta de forma a deixar que o 
líquido mais denso escoe para outro recipiente. O usuário deve ser cuidadoso de forma a 
fechar a torneira exatamente quando todo o líquido mais denso tenha sido evacuado do 
funil. 
 
11 
 
 
 
FFuunniill ddee SSeeppaarraaççããoo 
 
BBaallããoo ddee ddeessttiillaaççããoo ou de ffuunnddoo rreeddoonnddoo é a vidraria utilizada principalmente 
para destilação. Conecta-se a um condensador e geralmente é fabricado por vidro de 
borosilicato (vendido comercialmente com o nome de pirex). Tambem é utilizado em 
reações que passam por aquecimento. 
BBaallããoo ddee ffuunnddoo cchhaattoo tem a vantagem de não requerer uso de suporte para 
serem mantidos em posição vertical. 
 
BBaallããoo ddee ffuunnddoo rreeddoonnddoo ccoomm ssaaííddaa llaatteerraall éé usado em reações que passam sob 
pressão reduzida. 
 
 
 
BBaallããoo ddee ffuunnddoo rreeddoonnddoo ccoomm ssaaííddaa llaatteerraall 
 
 
 
 
 
BBaallããoo ddee ddeessttiillaaççããoo oouu ddee ffuunnddoo rreeddoonnddoo 
 
 
BBaallããoo ddee ffuunnddoo cchhaattoo 
12 
 
CCoonnddeennssaaddoorr tem como finalidade condensar vapores gerados pelo 
aquecimento de líquidos. Os mais comuns são 
a. CCoonnddeennssaaddoorr ddee LLiieebbiigg: para destilação simples e fracionada (acoplada a 
coluna de fracionamento através da cabeça de destilação); 
b. CCoonnddeennssaaddoorr ddee bboollaass: serve para condensar os vapores do líquido no 
processo de destilação sob refluxo; 
c. CCoonnddeennssaaddoorr ddee GGrraahhaamm oouu eemm eessppiirraall: para destilação à vácuo. 
 
 
CCOONNDDEENNSSAADDOORREESS 
 
 
 LLiieebbiigg AAlllliihhnn oouu bboollaass GGrraahhaamm 
 
 
 
 
 
 
 
SSuuppoorrttee uunniivveerrssaall 
 
 
 
 
 
 
11 -- GGaarrrraa 22 -- AArrggoollaa 
É utilizado para sustentar peças A ggaarrrraa é usada para sustentar 
condensadores em processos de destilação, 
refluxo, extração, etc.. A aarrggoollaa sustenta 
o funil na filtração. 
1 
2 
13 
 
PPiinnççaa ddee mmaaddeeiirraa éé uusada para segurar tubos de ensaio durante aquecimentos 
diretos no bico de Bunsen. 
EEssppááttuullaass são empregadas para retirar drogas sólidas de frascos, material sólido 
de papéis de filtro etc. Espátulas metálicas são muito usadas, mas as de porcelana 
apresentam a vantagem de maior resistência ao ataque químico. 
 BBaassttããoo ddee vviiddrroo é empregado na agitação de líquidos, em operações como: 
homogeneização, dissolução, etc., auxílio na transferência de líquidos de um recipiente 
para outro (faz-se o líquido escorrer pelo bastão de vidro ao invés de vertê-lo 
diretamente ao outro frasco). 
TTeerrmmôômmeettrroo é usado para medidas de temperaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPiinnççaa ddee mmaaddeeiirraa EEssppááttuullaass 11 –– BBaassttããoo ddee vviiddrroo 22 -- TTeerrmmôômmeettrroo 
 
EEssttuuffaa é usada para secagem de materiais; atinge temperaturas variadas 
conforme modelo e aplicação. 
 
 
 
EEssttuuffaa 
 
 
TTuubboo ccoonneeccttoorr ou ccaabbeeççaa ddee ddeessttiillaaççããoo: de três vias, com juntas cônicas 
esmerilhadas intercambiáveis e tomada para termômetro, com junta esmerilhada. 
TTuubboo ccoonneeccttoorr ou ccaabbeeççaa ddee ddeessttiillaaççããoo, tipo CLAISEN, com quatro juntas 
cônicas esmerilhadas intercambiáveis. 
EEsstteess ttuubbooss ssããoo uuttiill iizzaaddooss eemm ssiisstteemmaass ddee ddeessttiillaaççããoo.. 
1 
2 
14 
 
 
 
 
 
 
 
TTuubboo ccoonneeccttaannttee oouu 
ccaabbeeççaa ddee ddeessttiillaaccããoo 
TTuubboo ccoonneeccttaannttee oouu 
ccaabbeeççaa ddee ddeessttiillaaccããoo 
UUnnhhaa ddee ddeessttiillaaççããoo oouu 
aaddaappaattaaddooCCoolluunnaass ddee ffrraacciioonnaammeennttoo ssããoo usadas para o processo de destilação fracionada. 
 
 
 
CCoolluunnaass ddee ffrraacciioonnaammeennttoo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: A entrada de água é por baixo e não por cima do condensador. 
 
DDeessttiillaaççããoo ssiimmpplleess 
 
15 
 
Evaporador rotatório ou rotavapor. Usado para destilação à pressão reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparelho de Clevenger: O sistema de arraste por vapor d’água e/ou destilação 
a vapor é o método mais utilizado e viável economicamente para extração de óleos 
vegetais. A água é aquecida em um balão volumétrico sobre uma manta aquecedora que 
entra em ebulição, os vapores de água resultantes desse processo são conduzidos sob 
pressão em direção a outro recipiente, onde se encontra o material vegetal. O calor do 
vapor faz com que as paredes celulares se abram. Dessa forma, o óleo que está entre as 
células evapora junto com vapores de água e os voláteis são conduzidos em direção ao 
condensador que vai para o tubo de resfriamento; em seguida, o óleo é coletado em um 
recipiente. Por serem mais leves, os óleos essenciais ficam concentrados sobre a camada 
de água, podendo ser facilmente separados. No caso das produções de pequena escala, 
emprega-se o aparelho de Clevenger que demonstrou que é ainda o mais utilizado e 
viável economicamente para a extração de óleos vegetais em escala laboratorial e 
comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
EEvvaappoorraaddoo rroottaattóórriioo oouu rroottaavvaappoorr 
 
BBaallaannççaa ddiiggiittaall 
 
MMaannttaa ddee aaqquueecciimmeennttoo 
 Utilizada nos processos de destilação 
simples e fracionada e em reações que se 
passam por aquecimento. 
 
16 
 
PRINCÍPIOS DA DESTILAÇÃO 
 
1. INTRODUÇÃO 
As moléculas de um líquido tendem a escapar da superfície, tornando-se 
gasosas, mesmo a temperaturas inferiores ao ponto de ebulição. Quando o líquido é 
colocado em um recipiente fechado, a pressão exercida pelas moléculas na fase gasosa 
sobe até atingir o equilíbrio, a uma determinada temperatura. Esta pressão de equilíbrio 
é conhecida como pressão de vapor e é uma constante característica do material para 
uma dada temperatura. Usualmente a pressão de vapor é expressa em termos da altura 
de uma coluna de mercúrio que produz uma pressão equivalente. 
Quando um líquido é aquecido, sua pressão de vapor aumenta até atingir o ponto 
onde se iguala à pressão externa. Quando atinge este ponto de equilíbrio o líquido entra 
em ebulição. Este fenômeno é importante como método de caracterizar uma amostra 
líquida (ponto de ebulição) e/ou como técnica de purificação de misturas (destilação). 
 
 
 
Figura 1. Diagrama de pressão de vapor-temperatura mostrando a ebulição à 
pressão atmosférica. 
Chama-se ponto de ebulição a temperatura na qual a pressão do vapor se iguala à 
pressão atmosférica. O ponto de ebulição é uma das propriedades físicas dos líquidos e 
como visto na Tabela 2 é extremamente variável com a pressão atmosférica. Se a 
pressão aplicada abaixar, a pressão de vapor também abaixará e o líquido irá entrar em 
ebulição a uma temperatura mais baixa. A relação entre a pressão aplicada e a 
temperatura de ebulição de um líquido é determinada pelo comportamento da sua 
pressão de vapor e temperatura. O ponto de ebulição normal é a temperatura na qual um 
líquido entra em ebulição à pressão de 760 mmHg (1 atm). 
A destilação é o método mais usado para purificar líquidos, sendo muito 
utilizada para separar líquidos com temperaturas de ebulição diferentes. O processo de 
destilação envolve a evaporação de um líquido e a sua subseqüente condensação. A 
evaporação é conseguida por aquecimento da mistura, durante a separação o vapor é 
rico no componente de menor ponto de ebulição. A temperatura se mantém constante 
durante a destilação do componente mais volátil. O mesmo comportamento é observado 
com misturas contendo um líquido e uma impureza não volátil, uma vez que o material 
condensado não está contaminado pela impureza. Numa mistura, a separação é tanto 
mais fácil quanto maiores forem as diferenças entre os pontos de ebulição dos diferentes 
componentes que a constituem. 
17 
 
No caso de misturas líquidas homogêneas (soluções ideais), a pressão total do 
vapor, a uma determinada temperatura, é igual à soma das pressões parciais de todos os 
componentes. A pressão de cada componente é dada pela Lei de Raoult, onde PoA é a 
pressão do componente A puro e XA é a fração molar de A na mistura. 
 
 Lei de Raoult 
 
A composição de vapor da mistura em relação a cada componente depende 
também das pressões parciais, segundo a Lei de Dalton, onde X’A é a fração molar do 
componente A na fase vapor. 
 
 
 Lei de Dalton 
 
A composição das leis de Dalton e Raoult revela que, para uma mistura ideal, o 
componente mais volátil tem maior fração molar na fase vapor do que na fase líquida 
em qualquer temperatura. 
Se uma mistura de dois líquidos miscíveis com diferentes pontos de ebulição for 
aquecida até a ebulição, a temperatura não permanecerá constante, mas aumentará 
durante a destilação. Isto porque o vapor não terá a mesma composição do líquido; ele 
será mais rico no componente mais volátil. Considere a Figura 2, que descreve o 
comportamento de uma mistura de dois líquidos voláteis e miscíveis A e B, com pontos 
de ebulição TA e TB, respectivamente. 
 
 
 
Figura 2. Diagrama de composição líquido-vapor. 
 
A curva contínua inferior representa os pontos de ebulição da mistura de A e B. 
A curva superior representa a composição do vapor que está em equilíbrio com o 
líquido em seu ponto de ebulição. As curvas encontram-se em 100% A ou em 100% B, 
porque quando A puro está em ebulição (em TA) somente pode haver o vapor puro de A 
no equilíbrio com ele; o mesmo aplica-se a B puro (em TB). 
Se uma mistura de A e B com composição C1 for aquecida, entrará em ebulição 
em TC1. Lendo-se horizontalmente no gráfico, vê se que o vapor em TC1 terá a 
composição dada por C2. Isto significa que se a mistura C1 for colocada em um 
conjunto de destilação e aquecida até seu ponto de ebulição, o vapor (e 
conseqüentemente a primeira gota do líquido a ser condensado) teria a composição C2; 
X’A = PA/(PA + PB) 
PA = PoAXA 
18 
 
portanto, seria muito mais rico em A, o mais volátil dos dois componentes, do que era a 
mistura líquida original. 
À medida que se prosseguisse com a destilação, A seria removido seletivamente 
do líquido. A composição do líquido mudaria gradualmente de C1 para 100% B. O 
ponto de ebulição do líquido subiria gradualmente de TC1 para TB; ao mesmo tempo, a 
composição do destilado mudaria gradualmente de C2 (rico em A) a 100% B. Assim, 
em uma destilação simples de uma mistura, o primeiro material a destilar (chamado às 
vezes de “cabeça”) será rico nos componentes mais voláteis (de ponto de ebulição mais 
baixo) e o material restante será rico nos componentes menos voláteis (de ponto de 
ebulição mais alto). 
Este comportamento é verdadeiro para "líquidos ideais" sem interações 
intermoleculares e é aproximado para muitas misturas orgânicas. 
 
OBS: 
Toda mistura com uma composição exatamente igual àquela de CMIN ou 
CMAX destilará em uma única temperatura constante, exatamente como se fosse um 
líquido puro. O etanol e a água formam uma mistura de ponto de ebulição constante 
(95,6 % etanol, 4,4 % água) com um ponto de ebulição mínimo de 78,2 ºC (mais baixo 
do que o do etanol puro, 78,3 ºC, ou da água pura, 100 ºC). O ácido fórmico e a água 
também formam uma mistura de ponto de ebulição constante (22,5 % ácido fórmico, 
77,5 % de água) com um ponto de ebulição máximode 107,1 o C (mais alto do que o 
ácido fórmico, 100,8 ºC ou o da água). 
Tais misturas são chamadas de azeótropos (do grego: ebulir sem alterar). 
As misturas com uma composição à esquerda de CMIN ou CMAX, na Figura 2, 
podem ser separadas em A puro e na mistura de ponto de ebulição constante, mas B 
puro não pode ser obtido de tal mistura por destilação. Inversamente, as misturas com 
uma composição à direita de CMIN ou CMAX, na Figura 2, podem ser separadas em B 
puro e na mistura de ponto de ebulição constante, mas jamais podem fornecer A puro 
por destilação. 
No processo de destilação alguns cuidados são necessários, tais como: quando 
houver necessidade de proteger o sistema da umidade do ar, é aconselhável adaptar à 
saída lateral, um tubo de secagem. Um detalhe a ser observado no momento da 
destilação é a capacidade do balão de destilação. Se o balão estiver muito cheio, pode 
ocorrer arraste mecânico do líquido a destilar, impurificando assim, o destilado. Se o 
balão não estiver suficientemente cheio, ocorrerão perdas desnecessárias devido ao 
grande volume que o vapor deve ocupar para encher o balão. O uso de pedras de 
ebulição é fundamental para evitar a ebulição tumultuada, favorecida pela presença dos 
gases dissolvidos na solução. É importante lembrar que toda a aparelhagem para a 
destilação deve estar aberta para a atmosfera, a fim de evitar aumento da pressão do 
sistema com o aquecimento. 
 
2. DESTILAÇÃO 
 
O processo da destilação consiste no aquecimento de um líquido até seu ponto 
de ebulição, onde os vapores são a um dispositivo refrigerado. Nesse ambiente 
refrigerado esses vapores são condensados e coletados na forma de líquido. A destilação 
é o método mais comum usado na separação e purificação de líquidos, principalmente 
quando os componentes da mistura têm pontos de ebulição bem diferentes ou quando 
um dos componentes não destila. Em um laboratório de química orgânica, quatro 
métodos básicos de destilação são consideravelmente úteis: destilação simples, 
19 
 
destilação a vácuo (destilação à pressão reduzida), destilação fracionada e destilação 
com arraste de vapor, destilação azeotrópica. 
 
Tipos de destilação: 
 
 Simples: consiste, basicamente, na vaporização de um líquido por aquecimento 
seguida da condensação do vapor formado e recolhimento do condensado em um frasco 
apropriado. A destilação simples tem a aplicação na separação de líquidos de impurezas 
sólidas, na separação dos componentes de uma mistura cujos pontos de ebulição difiram 
de mais de 85 ºC, em reações orgânicas para retirada de produtos com baixo ponto de 
ebulição. A Figura 3 mostra uma montagem típica de destilação simples com toda a 
aparelhagem utilizada. O bulbo do termômetro deve estar posicionado na direção da 
saída da cabeça de destilação, determinando assim a temperatura do vapor. O 
condensador de tubo reto (Liebig) deverá estar disposto sempre em posição inclinada, 
de maneira que a água fria entre pela sua lateral inferior, sendo expelida pela abertura 
lateral superior Se for feito o inverso, entrar com a água por cima, o condensador ficará 
com um bolsão de ar, o que prejudicará a eficiência na condensação, outra razão é que a 
extremidade do condensador próximo à entrada do vapor é muito mais quente sendo 
assim a região onde ocorrerá maior aquecimento da água, e a eficiência da condensação 
é melhor quando a temperatura na saída do condensador é o mais baixo possível. 
 
 
 
Figura 3. Aparelhagem para uma destilação simples. 
 
 Destilação Fracionada: numa destilação fracionada ocorrem sucessivamente 
várias destilações simples, embora não sejam independentes umas das outras. Para 
realizar a destilação fracionada, recorre-se às chamadas colunas de fracionamento que 
se colocam entre o balão de destilação e o condensador, estas colunas diferem em 
tamanho, tipo de material e preenchimento. As colunas de fracionamento mais comuns 
são as do tipo Vigreux e Hempel. A primeira é um tubo de vidro com várias 
reentrâncias em forma de dentes, distribuídas de modo que as pontas de um par de 
dentes quase se toquem. A coluna do tipo Hempel é formada por um tubo de vidro 
empacotado com pequenas bolas ou anéis de vidro, entre outros. 
20 
 
A coluna de fracionamento é um dispositivo utilizado para aumentar a eficiência 
deste processo de redestilação. Consiste em uma coluna vertical empacotada com algum 
material inerte, tal como grânulos de vidro ou fornecida com algum outro dispositivo 
(dentes internos) aumentando a superfície onde o vapor pode se condensar. Como os 
vapores quentes sobem através da coluna, eles condensam e fluem de volta para baixo 
da coluna. O condensado, ao bater nas partes mais baixas, mais quentes da coluna, é 
revaporizado e os componentes mais voláteis prosseguem coluna acima uma vez mais. 
Se a coluna for eficiente, este processo será repetido muitas vezes e o destilado 
consistirá nos componentes com pontos de ebulição mais baixos da mistura na forma 
quase pura, logo o objetivo desta coluna é proporcionar em uma única destilação, uma 
série de microdestilações simples sucessivas. A eficiência de uma coluna de 
fracionamento é medida pelo número de vezes que uma solução é vaporizada e 
recondensada durante a destilação, e é expressa por pratos teóricos. Quanto menor for a 
altura equivalente a um prato teórico (AEPT), tanto maior será o número de pratos 
teóricos, ou seja, mais eficiente é a coluna. 
Ao aquecer a mistura, o vapor que ascende ao longo da coluna de fracionamento 
condensa parcialmente. Enquanto que uma parte do condensado forma uma corrente de 
líquido descendente, a outra parte sofre evaporação por absorção de calor do vapor 
ascendente. Este ciclo repete-se ao longo de toda a coluna, de modo que a ascensão do 
vapor é acompanhada por uma sucessão de condensações que lhe vão retirando o 
componente menos volátil. Como conseqüência, quando o vapor atinge o topo da coluna 
encontra-se bastante enriquecido no componente mais volátil. Pode dizer-se que foi 
estabelecido um contato líquido-vapor em contracorrente (líquido descendente e vapor 
ascendente) acompanhado de transferência de massa e de calor. 
A figura 4 representa um diagrama de fase para uma mistura entre o líquido b 
(p.e.=92,5oC) e líquido a (p.e.=65oC). Segundo o diagrama, uma solução cuja 
composição é de Xa = Xb = 0,5 entra em ebulição a 72,5oC (ponto c). Pela figura, vemos 
que o ponto em equilíbrio líquido-vapor (ponto d) reflete uma composição de Xa=0,8, 
ou seja, o vapor apresenta uma fração de a maior do que no líquido. Este é o princípio 
da destilação fracionada: diversas "destilações" são conduzidas na coluna de 
fracionamento, e o vapor vai se enriquecendo com o componente mais volátil. 
 
 
 
Figura 4. Diagrama de fase para uma mistura entre o líquido A e B. 
 
A destilação fracionada é aplicada na separação de componentes de misturas 
cujos pontos de ebulições difiram de menos de 80 ºC. 
21 
 
Na Figura 5 mostra uma montagem típica de destilação fracionada com toda a 
aparelhagem utilizada. 
 
 
 
Figura 5. Aparelhagem para destilação fracionada. 
 
À pressão reduzida: muitas substâncias orgânicas não podem ser destiladas 
satisfatoriamente sob pressão ambiente porque tem ponto de ebulição muito alto (l40-
150oC) ou porque sofrem alteração (decomposição, oxidação, etc.) antes que seu ponto 
de ebulição seja atingido. Reduzindo-se a pressão externa, sobre o líquido, para l-30 
mmHg, o ponto de ebulição é reduzido consideravelmente de modo que, a destilação 
pode ser feita sem perigo de decomposição. Além disso, substâncias de alto ponto de 
ebulição podem ser mais facilmente destiladas desta maneira. 
Exemplo: O acetoacetato de etila entra em ebulição com decomposição à l80oC 
sob pressão de 760 mmHg, e entra em ebulição sem decompor a 78oC sob pressão de l8 
mmHg (estascondições são indicadas usualmente da seguinte maneira: 78o/l8mm). A 
redução da pressão externa sobre o líquido é conseguida adaptando-se ao sistema de 
destilação uma bomba de vácuo ou trompa de água. 
Para efetuar uma destilação à pressão reduzida, devem-se considerar alguns 
aspectos: a pressão necessária para atingir o ponto de ebulição desejado; o tipo de 
bomba de vácuo empregado e a aparelhagem apropriada. 
Ao realizar a operação de destilação à pressão reduzida, lembre-se de: usar 
óculos de proteção; certificar-se de que a aparelhagem não esteja trincada; usar vidraria 
com juntas; ligar a bomba sempre com a entrada de ar aberta e só então fechar 
lentamente, controlando a pressão; ao desligar a bomba, abrir primeiro a entrada de ar. 
Durante a preparação de substâncias orgânicas, é freqüente a necessidade de 
eliminar o solvente do meio reacional antes de proceder à purificação do produto obtido 
ou mesmo após uma purificação prévia. A remoção de solventes é bastante facilitada 
pelo uso de um sistema para destilação a vácuo conhecido como evaporador rotatório 
(Figura 6). Este sistema emprega normalmente trompa d’água como fonte de vácuo e 
banho-maria para aquecimento. O balão contendo a solução a concentrar, é acoplado à 
22 
 
aparelhagem de destilação através de um tubo de vidro que gira a uma velocidade 
controlada pelo motor. Ao ser aplicado o vácuo e, em seguida o aquecimento, o solvente 
é evaporado, condensado e recolhido no balão do evaporador rotatório. A aparelhagem 
permite a evaporação rápida da maior parte dos solventes devido à grande área 
superficial de líquido formada com a rotação do balão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FFiigguurraa 66.. EEvvaappoorraaddoorr rroottaattóórriioo oouu rroottaavvaappoorr 
 
Por arraste à vapor: Na figura 7 está representado o esquema utilizado na 
destilação por arraste à vapor no qual é empregada na destilação de substâncias que se 
decompõem nas proximidades de seus pontos de ebulição e que são insolúveis em água 
ou nos seus vapores de arraste. Esta operação baseia-se no fato de que, numa mistura de 
líquidos imiscíveis, o ponto de ebulição será a temperatura na qual a soma das pressões 
parciais dos vapores é igual à da atmosfera. Se, em geral, o arraste se faz com vapor 
d’água, a destilação, à pressão atmosférica, resultará na separação do componente de 
ponto de ebulição mais alto, a uma temperatura inferior a 100ºC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FFiigguurraa 77.. AAppaarreellhhaaggeemm ppaarraa ddeessttiillaaççããoo ppoorr aarrrraassttee àà vvaappoorr.. 
 
 
23 
 
Destilação azeotrópica: a mistura azeotrópica não se separa seus componentes 
por destilação visto que a fase liquida e a fase vapor possui a mesma composição. A 
destilação azeotrópica é utilizada para retirar uma determinada substância de uma 
mistura. Esse método consiste em juntar um composto que forme um azeótropo com a 
água do meio e que seja também pouco miscível com ela (quando frio), seguidamente 
destila-se a mistura em um aparelho separador. A água passa azeotropicamente para um 
tubo graduado e após resfriamento separa-se da mistura. Em reações químicas, em que 
água é formada, pode-se acompanhar o progresso da reação ou mesmo deslocar 
um equilíbrio no sentido desejado com o uso de destilação azeotrópica (SERÁ 
USADA NA PREPARÇÃO DO BROMOBUTANO). Os arrastadores de água mais 
usados são: benzeno, tolueno, xileno, clorofórmio e tetracloreto de carbono. 
 
REFERÊNCIAS 
 
1- Organikum, Química Orgânica Experimental, 2d ed.; Fundação Calouste 
Gulbenkian, Lisboa, 1997. 
2- Advanced Practical Organic Chemistry, 2d ed., J. Leonard; B. Lygo and G. Procter, 
London, Chapman & Hall, 1995. 
 
OBJETIVO: 
 
 Purificar composto orgânico líquido pelo uso da técnica de destilação fracionada. 
 
PROCEDIMENTO: 
 
Distribuir entre os alunos soluções orgânicas líquidas com composição 
desconhecida. Separar os líquidos que compõem a solução por meio da técnica de 
destilação fracionada, seguindo as instruções do professor. 
Registrar o ponto de ebulição do líquido durante o processo e medir volume do 
destilado. Comparar o ponto de ebulição de cada componente com os fornecidos pelo 
professor. Dar a composição da mistura. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
1) Para que serve e quando se aplica a destilação? 
2) Cite duas diferenças básicas entre uma destilação simples e uma fracionada. 
3) Qual a função de se colocar pedras de ebulição no balão de destilação? 
4) Como funciona uma coluna de fracionamento? Qual a função do condensador? 
5) O termômetro adaptado no aparelho de destilação informa a temperatura de qual 
fase: liquida ou vapor? 
6) Cite processos industriais que envolvam a técnica de destilação. 
7) O que é uma mistura azeotrópica e porque os seus componentes não podem ser 
separados por destilação? 
 
 
 
] 
 
 
 
24 
 
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO 
1. Introdução 
A extração de substâncias orgânicas pode ser feita de diferentes maneiras, a qual 
envolve normalmente uma extração simples, onde a amostra é deixada em contato com 
o solvente a frio por um tempo determinado, com ou sem agitação, ou por uma extração 
exaustiva, que utiliza um aparelho com solvente aquecido, passando continuamente 
através da amostra. 
Antes de se executar uma extração devem-se levar em consideração alguns 
fatores que influem nessa operação, como as características do material vegetal, seu 
grau de divisão, o solvente usado na extração e a metodologia. 
 
· O grau de divisão está ligado à rigidez do material, pois a estrutura histológica das 
diversas partes componentes de uma planta é bastante heterogênea; existem órgãos, 
como as raízes e os caules, cujos tecidos estão extraordinariamente compactados 
(xilema), ao passo que em folhas e flores os tecidos se apresentam com estrutura mais 
tenra. Assim quanto mais rígido o material, maior deve ser a sua granulometria, uma 
vez que o poder de penetração do solvente aumenta com o aumento do grau de divisão. 
 
· O solvente usado deve ser o mais seletivo possível, para que se consiga extrair o 
máximo de substâncias desejadas e em boa quantidade. Tendo em vista a relação direta 
entre seletividade e polaridade, o conhecimento do nível de polaridade das substâncias 
que se deseja extrair é determinante na escolha do solvente ou fração de solventes. 
Porém, quando não se tem o conhecimento prévio das substâncias presentes no material 
a ser analisado, costuma-se submeter o material vegetal a sucessivas extrações, 
aumentando-se gradualmente a polaridade da fração solvente ou usando solventes de 
polaridade crescente a cada extração. Com isso, obtém-se uma extração fracionada, em 
que as diferentes frações contêm compostos de polaridade também crescente. 
 
· Outro fator que pode influenciar no processo de extração é o pH do líquido extrator, 
exemplificado no caso da extração de alcalóides (compostos nitrogenados) com 
soluções ácidas. 
 
Os fatores relacionados aos métodos de extração dizem respeito à agitação, à 
temperatura e ao tempo necessário para executá-los. Levando-se em conta que os 
processos de extração dependem, em grande parte, dos fenômenos de difusão e que a 
renovação do solvente em contato com as substâncias a dissolver desempenha um papel 
de grande influência na velocidade de dissolução, pode-se concluir que a agitação pode 
abreviar consideravelmente a duração de um processo extrativo. 
O aumento da temperatura provoca um aumento na solubilidade de qualquer 
substância, sendo assim os métodos de extração a quente são sempre mais rápidos que 
aqueles realizados à temperatura ambiente. Porém os processos que utilizam 
aquecimento têm a desvantagem de degradar substâncias sensíveis ao calor e, por essa 
razão, não são indicados qu ando não se conhece as substâncias presentes no materialvegetal. 
Na escolha do método de extração a ser utilizado, deve-se levar em 
consideração, baseando-se nos fatores mencionados anteriormente, a finalidade do 
extrato que se quer preparar. Como a composição química das plantas é extremamente 
complexa, muito freqüentemente ocorre à extração concomitante de várias substâncias, 
desejadas ou não. Por isso deve-se definir, primeiramente, o que se deseja obter. 
25 
 
2. Métodos de extração sólido / líquido 
 
Os processos de extração podem ocorrer à temperatura ambiente ou sob 
aquecimento. Por isso as técnicas de extração estão classificadas segundo a temperatura. 
 
· Extrações a frio 
 
Maceração: A maceração é uma operação onde o material vegetal é colocado em 
contato com o líquido extrator em um recipiente fechado, à temperatura ambiente, por 
um prolongado período de tempo (normalmente alguns dias). Durante o período de 
maceração não há renovação do líquido solvente e a mistura é ocasionalmente agitada. 
Existem variações da maceração, as quais visam apenas aumentar a eficiência desse 
processo, são elas: 
-Digestão: maceração realizada em sistema aquecido (40-60°C). 
-Maceração dinâmica: maceração feita com agitação mecânica constante. 
-Remaceração: repetição da maceração usando-se o mesmo material vegetal e 
renovando-se o líquido extrator. 
 
Percolação: A percolação envolve um conjunto de procedimentos cuja intenção é a 
extração exaustiva das substâncias, ou seja, a extração continua até que as substâncias 
sejam extraídas em toda a sua quantidade. Na percolação, o material vegetal moído é 
colocado no percolador (figura 1), que se trata de um recipiente cônico ou cilíndrico, 
feito de vidro ou metal, por onde passa o líquido extrator. O produto obtido após a 
extração denomina-se percolado. Diferentemente da maceração, a percolação é uma 
operação dinâmica, indicada na extração de substâncias presentes em pequenas 
quantidades ou pouco solúveis. Existem dois tipos de percolação, a percolação simples e 
a percolação fracionada: 
 
Percolação simples: A percolação simples inicia-se com o intumescimento do material 
vegetal pelo líquido extrator, durante uma a duas horas, fora do percolador. A Segunda 
etapa é o empacotamento homogêneo e não muito compacto do percolador, onde o 
material vegetal é colocado no percolador de maneira semelhante ao empacotamento da 
coluna cromatográfica, ou seja, leva-se em consideração fatores como a homogeneidade 
de enchimento, tamanho da partícula e fenômenos de difusão. Feito isto abre-se a 
válvula, cuidando para que a velocidade do fluxo esteja adequada ao tamanho das 
partículas no percolador. Pode-se adicionar tanto líquido extrator quanto necessário para 
a extração completa das substâncias presentes no material vegetal. 
 
Percolação fracionada: Na percolação fracionada separa-se as duas ou três primeiras 
frações de percolado, que contêm, normalmente, em torno de 75 a 80% das substâncias 
a serem extraídas do restante das frações, mais diluídas. Estas últimas são destinadas à 
fase posterior de concentração. 
A desvantagem da percolação é a grande quantidade de solvente usado para esgotar as 
substâncias do material vegetal. As variações da percolação visam, única e 
exclusivamente, contornar esse inconveniente. 
 
26 
 
 
Figura 1: Percolador 
 
Turbo-extração: A técnica baseia-se na extração com simultânea no tamanho da 
partícula, resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento, geradas no 
pequeno espaço compreendido entre o extrator e um rotor de alta velocidade (5000 a 
2000rpm). A redução drástica do tamanho da partícula e o conseqüente rompimento das 
células favorecem a rápida dissolução das substâncias. Por conseqüência disso ocorre o 
quase esgotamento das substâncias em um tempo consideravelmente mais curto, o que 
torna esta técnica bastante indicada no caso de processamentos em pequena e média 
escala. Porém, como desvantagens, têm-se a difícil separação da solução extrativa por 
filtração (o material vegetal fica tão finamente dividido que se torna quase impossível 
retê-lo completamente no filtro); a geração de calor durante o processo (tornando 
necessário o controle da temperatura, por isso restringe o uso de líquidos voláteis) e a 
limitação técnica (quando se trabalha com materiais de elevada rigidez, como por 
exemplo, caules e raízes). 
 
 
 
Figura 2: Representação esquemática do sistema rotor-extrator de um 
turbolizador 
 
 
 
 
27 
 
· Extrações a quente 
 
As extrações a quente podem ocorrer em sistemas abertos ou fechados, sendo 
que nas extrações em sistemas fechados há o reaproveitamento do solvente. As técnicas 
de extração a quente estão divididas segundo o tipo de sistema no qual o processo 
ocorre. 
 
Em sistemas abertos: 
 
Infusão: Na infusão o material vegetal é colocado em água fervente durante certo 
tempo, num recipiente tapado. A infusão é aplicável a partes vegetais menos rígidas, 
que devem estar contundidas, cortadas ou pulverizadas grosseiramente, conforme a sua 
natureza, a fim de facilitar a penetração e a dissolução pelo solvente. 
 
Turbolização: A turbolização ocorre de maneira idêntica à turbo-extração, só 
acrescentando-se o aquecimento. Existem equipamentos próprios para o processo de 
turbolização. Em laboratório, para pequenas quantidades, pode-se promover a 
turbolização usando-se um liquidificador (Simões, 2002), considerando-se a 
estabilidade da solução extrativa. 
 
Decocção: A decocção consiste em colocar o material vegetal em contato com o 
solvente em ebulição durante certo tempo. A técnica não é indicada em qualquer caso, 
devido à instabilidade ao aquecimento prolongado apresentado por algumas substâncias. 
Por essa razão a decocção é indicada para partes vegetais mais resistentes. 
 
Em sistemas fechados: 
 
Extração sob refluxo: Nesse processo o material vegetal é colocado em contato com um 
solvente em ebulição num recipiente fechado acoplado a um condensador. O 
condensador garante que os vapores do solvente sejam condensados e voltem a entrar 
em contato com a solução, garantindo assim o reaproveitamento deste. Porém não se 
pode deixar de atentar para a instabilidade térmica de algumas substâncias. 
 
Extração em aparelho de Soxhlet: Nessa técnica de extração o material vegetal entra em 
contato com o solvente renovado em cada ciclo da operação, tendo a vantagem de usar 
menos solvente, uma vez que este é reaproveitado. Outra vantagem é a rapidez, 
proporcionada pelo aquecimento e pela renovação constante do solvente. Porém, assim 
como em todos os métodos de extração a quente, deve-se atentar para a termolabilidade 
de algumas substâncias. 
28 
 
 
 
Figura 3: Extrator Soxhlet 
 
 
ISOLAMENTO DO ALCALÓIDE PIPERINA DA PIMENTA DO REINO 
 
Piperina é um alcalóide natural de caráter lipofílico responsável pela sensação 
picante da pimenta do reino (piper nigrum) e outras plantas da família Piperaceae, junto 
com a chavicina (um isómero da piperina). Tem sido também utilizada em algumas 
formas de medicina tradicional e como insecticida. A piperina é um inibidor das 
enzimas hepáticas de metabolismo de fármacos, denominadas citocromos P450, por 
isso, ela acaba aumentando o tempo de meia-vida de muitos fármacos, fazendo com que 
a eliminação deles seja mais lenta, o que pode levar a quadros de intoxicação. Na 
pimenta do reino é encontrada na faixa de 6-9% referente à massa de pimenta usada 
para extraí-la. 
 
 
 
PROCEDIMENTO DE EXTRAÇÃO E ISOLAMENTO 
 
 Numa aparelhagem de Soxhlet colocar um cartucho de papel com 10 g de pimenta-
do-reino (seca e moída). No balão de fundo redondo adicionar 150 mL de etanol a 95%. O 
sistema deverá ser mantido em refluxo por aproximadamente 2 horas. Após este período, 
concentrar o extrato em evaporador rotatório a uma temperatura de 60ºC para retirada do 
excesso de etanol.Ao resíduo de aspecto viscoso e aroma adocicado, são adicionados 10 
mL de uma solução alcoólica de KOH 10%, para que ocorra a precipitação dos taninos e 
demais materiais fenólicos contaminantes do meio, na forma dos respectivos sais de 
29 
 
potássio. Após filtração e remoção do material precipitado, adicionar ao sobrenadante gelo 
suficiente para que o meio se torne turvo. Após o período de cerca de 1 semana em 
repouso, forma-se um precipitado amarelo que é então filtrado a vácuo. O sólido obtido é 
lavado com uma pequena quantidade de água gelada (para remoção dos resíduos de 
hidróxido de potássio), seguido de éter etílico gelado (que remove traços de material 
resinoso dos cristais), gerando cristais amarelos de piperina, na forma de agulhas, em 
rendimentos que variam de 3-7%. PF.: 125-129ºC dependendo da pureza. 
 
BIBLIOGRAFIA: 
IKAN, R. In: Natural Products: A Laboratory Guide, Academic Press, 2nd Edition: 2334-
238, 1991. 
VOGEL’s Textbook of Practical Organic Chemistry, 5th Ed., 1989. 
QUESTIONÁRIO: 
1) Em que se baseia a técnica de extração com Soxhlet? 
2) Porque a pimenta do reino deve ser seca e moída antes da extração? 
3) Quais os fundamentos básicos da técnica de recristalização? 
4) Quais características devem apresentar um solvente para ser usado na 
recristalização? 
5) Que influência exerce uma impureza na faixa de fusão de um composto? 
 
Métodos de extração líquido / líquido 
 
 A partição implica na dissolução seletiva e distribuição entre as fases de dois 
solventes imiscíveis. Tem-se, a partir daí, o início da separação dos componentes da 
mistura (as substâncias mais polares separam-se das substâncias menos polares). O 
fracionamento por partição é um método de extração líquido-líquido que ocorre em um 
funil de separação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
EXTRAÇÃO ÁCIDO-BASE 
A Extração ácido-base é um procedimento que utiliza extrações líquido-líquido 
seqüenciais para purificação de ácidos e bases presentes em solução baseado em suas 
propriedades químicas e físicas. Uma solução orgânica da qual se deseja extrair um 
composto ácido, por exemplo, pode ser feito adicionando-se uma base forte ou fraca, 
caso o interesse seja extrair a base presente na solução orgânica é adicionado um ácido 
forte ou fraco, o qual reagirá com o composto da solução e formará um sal solúvel em 
um dos solventes utilizados na extração líquido-líquido. Tendo-se uma solução 
heterogênea pode-se facilmente separar suas fases e obter os sais do ácido ou da base. A 
adição de um ácido em uma solução do sal obtido do ácido orgânico resultará na 
protonação do ânion regenerando o ácido correspondente. Em contraposição, a adição 
de uma base em uma solução do sal obtido da base orgânica resultará na desprotonação 
do cátion restaurando assim a base correspondente. Ácidos fracos como ácido cítrico, 
ácido fosfórico, ou ácido sulfúrico diluído são utilizados para valores de pH 
moderadamente básicos já uma solução de ácido clorídrico ou ácido sulfúrico mais 
concentrado é usado em valores de pH extremamente altos. Similarmente, bases fracas 
como amônia e NaHCO3 são utilizados para valores de pH moderadamente ácidos, 
enquanto bases fortes como K2CO3 ou NaOH são utilizados para condições 
extremamente ácidas (Será usada na preparação dos haletos de alquila e do 
salicilato de metila). 
1. EXTRAÇÃO DO CORANTE NATURAL BIXINA DAS SEMENTES DE 
URUCUM (BIXA ORELLANA L.) 
 
O urucuzeiro (Bixa orellana L.) é um arbusto perene, que pode atingir de dois a 
seis metros de altura e possui sementes recobertas por pigmentos vermelhos (compostos 
das famílias dos carotenóides, cujo componente principal é a (Z)-bixina). É uma planta 
originária da Amazônia, bastante integrada à cultura indígena, mediante a utilização do 
corante contido no arilo de suas sementes para o ritual de ornamentação da pele do 
corpo. Além do aspecto ornamental, o urucum é repelente de insetos e protetor solar. A 
importância econômica do cultivo do urucuzeiro deveu-se às boas perspectivas de 
mercado interno e externo, causadas pelas restrições ao uso de corantes artificiais nas 
indústrias alimentícias e de cosméticos. O urucuzeiro é cultivado em quase todos os 
estados brasileiros, principalmente na Paraíba, Pará, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, 
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Paraná. Estima-se a produção brasileira em 
12.000 toneladas de grãos atuais. Cerca de 60% dessa produção é destinada à 
preparação do colorau (colorífico) usado na culinária e o restante é fornecido às 
indústrias de corantes (para o uso em alimentos como: salsichas, queijos e massas, além 
de cosméticos) e/ou exportação. 
 
31 
 
 
No processo de extração a (Z)-bixina sofre isomerização, gerando quase que 
exclusivamente o isômero de configuração (E). A bixina possui em sua molécula a 
função ácido carboxílico que, em meio básico, ioniza-se formando o carboxilato 
correspondente. Esta característica é explorada no processo de extração do produto 
natural, que é realizada através de um procedimento clássico de extração ácido-base. O 
principal contaminante da bixina é o geranilgeraniol, que também ocorre em elevadas 
concentrações nas sementes da planta. 
 
PROCEDIMENTO: 
Em um Erlenmayer de 250 mL, colocar 10 g de sementes de urucum e adicionar 
40 mL de uma solução aquosa de NaOH 5%. Agitar manualmente a mistura por 5 
minutos. As sementes são separadas por filtração em funil simples com algodão. A fase 
aquosa é colocada em um funil de separação e, em seguida, extraída com 3 porções de 
30 mL de éter etílico (para remoção do geranilgeraniol). A fase etérea é colocada à parte 
e a fase aquosa básica é acidificada (a pH em torno de 3,0) com HCl concentrado 
(observar a turvação do meio). A fase aquosa, agora ácida, é extraída com 3 porções de 
30 mL de acetato de etila. As fases orgânicas são reunidas, lavadas com água, solução 
saturada de NaCl, secas com sulfato de sódio anidro (ler a observação abaixo) e 
concentradas no evaporador rotatório. 
 
 
Observação: Secagem de líquidos por agentes secantes inorgânicos e minerais 
 
 Várias substâncias químicas minerais, por ação direta, são utilizadas para 
dessecação de líquidos orgânicos, removendo a água ou solvente de suas misturas. 
 Para esse fim, a substância, dessecadora (desidratante) deve satisfazer as 
seguintes condições: 
· não reagir quimicamente com nenhum dos componentes da mistura; 
· não deve dissolver-se apreciavelmente no produto; 
· não provocar, por catálise, reações do composto entre si: polimerização , condensação 
ou auto oxidação, nem com os demais componentes da mistura; 
· possuir a capacidade de secagem rápida e efetiva 
· ser de fácil aquisição e por preço vantajoso. 
32 
 
Relação de agentes dessecadores: suas limitações e indicações 
 
Cloreto de Cálcio anidro: Forma com a água um sal hexa-hidratado (CaCl2.6H2O), em 
temperatura inferior a 300C devido à presença, como impureza, de fabricação, de 
hidróxido de cálcio ou de cloreto básico, não deve ser usado nas secagens ácidas ou de 
líquidos ácidos. Igualmente, não deve ser empregado na secagem de alguns compostos 
carbonílicos, ésteres, álcoois, fenóis, aminas, e amidas, em virtude de reagir 
quimicamente com esses compostos. 
 
Sulfato de Sódio anidro: Forma com a água um sal deca- hidratado (Na2SO4.10H2O), 
em temperatura inferior à 32,50C. Permite remover com facilidade grande quantidade de 
água, porém não faz de modo completo, deixando sempre pequena quantidade no 
produto. Deve ser utilizado para remover benzeno e tolueno, os quais apresentam 
alguma solubilidade em água. 
 
Sulfato de Magnésio anidro: Forma com a água um sal hepta- hidratado (MgSO4.7H2O). 
Trata se de um agente dessecante neutro, de ação rápida e quimicamente inerte. Pode ser 
utilizado inclusive em misturas contendoésteres, aldeídos, aminas, amidas e cetonas 
etc., para as quais não se pode empregar o Cloreto de Cálcio. 
 
Sulfato de Cálcio anidro: Forma dois sais, um di-hidratado (CaSO4.2H2O) e o hemi-
hidratado (2CaSO4.H2O). Dessecante de ação rápida e eficiente, sendo quimicamente 
inerte e insolúvel nos solventes orgânicos. Apresenta, porém, uma limitada capacidade 
de absorver água, em torno de 6,6% de seu peso, capacidade esta que se eleva para 10% 
quando se trata do produto poroso comercial denominado "drierite". Uma das principais 
vantagens do emprego deste dessecante reside em que o mesmo não perde sua ação até 
1000C. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
1) Em que se baseia a técnica de extração da bixina? 
2) As sementes devem ser tratadas com a solução básica por 5 minutos. O que 
poderia acontecer se o material fosse deixado em meio básico por 1 hora? 
3) Qual a finalidade do uso de Na2SO4? Que outro sal poderia ser usado? 
 
2. EXTRAÇÃO COM SOLVENTES ATIVOS 
OBJETIVOS: 
1) Separar os componentes de uma mistura de três substâncias orgânicas através da 
extração líquidolíquido com solventes quimicamente ativos. 
2) Alterar quimicamente uma substância a fim de mudar sua constante de distribuição. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A extração com solventes ativos envolve a utilização de uma substância que reage 
quimicamente com a substância a ser extraída. O processo de extração com solventes 
é um método simples, empregado na separação e isolamento de substâncias 
componentes de uma mistura, ou ainda na remoção de impurezas solúveis 
indesejáveis. Este último processo é geralmente denominado lavagem. A 
transferência de um soluto solubilizado em um solvente para outro solvente é chamada 
33 
 
extração, ou mais precisamente extração líquido-líquido. O soluto é extraído de um 
solvente para outro, porque este é mais solúvel no segundo solvente do que no primeiro. 
Os dois solventes devem ser imiscíveis (não se misturam), e devem formam duas fases 
ou camadas separadas, para que esse procedimento funcione. Os solventes, imiscíveis 
em água, mais utilizados são: éter etílico, hexano, éter de petróleo e diclorometano. 
Quando as duas fases são líquidos imiscíveis, o método é conhecido como "extração 
líquidolíquido". Neste tipo de extração a substância estará distribuída entre os dois 
solventes. O sucesso da separação depende da diferença de solubilidade da 
substância nos dois solventes. Geralmente, a substância a ser extraída é insolúvel ou 
parcialmente solúvel num solvente, mas é muito solúvel no outro solvente. 
A água é usada como um dos solventes na extração líquido-líquido, uma vez que a 
maioria das substâncias orgânicas são imiscíveis em água e porque ela dissolve 
substâncias iônicas ou altamente polares. Os solventes mais comuns que são 
compatíveis com a água na extração de substâncias orgânicas são: éter etílico, 
acetato de etila, tolueno, clorofórmio, diclorometano e hexano. 
Estes solventes são relativamente insolúveis em água e formam, portanto, duas fases 
distintas. A seleção do solvente dependerá da solubilidade da substância a ser extraída e 
da facilidade com que o solvente possa ser separado do soluto. Nas extrações com água 
e um solvente orgânico, a fase da água é chamada "fase aquosa" e a fase do solvente 
orgânico é chamada "fase orgânica". Nessa prática, a extração líquido-líquido será 
descontínua, que consiste em agitar uma solução aquosa com um solvente orgânico 
num funil de separação, a fim de extrair determinada substância. Agita-se o funil 
cuidadosamente, inverte-se sua posição e abre-se a torneira, aliviando o excesso de 
pressão. Fecha-se novamente a torneira e relaxa-se a pressão interna, conforme Figura 
1. Repete-se este procedimento algumas vezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. 
 
 
34 
 
2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: 
Neste experimento será separada uma mistura de três substâncias orgânicas: naftaleno, 
ácido benzóico e para-toluidina, usando solventes reativos. As extrações basear-se-ão 
nas transformações das substâncias com base nas suas características ácido-base. 
Pesar 1 g de cada um dos seguintes compostos: naftaleno, ácido benzóico e p-toluidina. 
 
 
Junte as três substâncias em um erlenmeyer e dissolva em 40 mL de éter etílico 
(d=0,71g/mL). Transfira a solução orgânica para um funil de separação e extraia 
com soluções aquosas na ordem descrita abaixo, mantendo a solução orgânica no funil 
(nota: durante o processo de extração abra a torneira do funil de separação 
periodicamente, permitindo o equilíbrio de pressão). 
1ª) Extrair com 2 x 15 ml com solução aquosa de 5% de HCl. Combinar as fases 
aquosas em um frasco marcado Aq. 01. 
2ª) Extrair a fase orgânica 2 x 15 ml com de solução aquosa de NaHCO3 a 10 
% e combinar os extratos aquosos em frasco marcado Aq. 02. 
3ª) Lavar a fase orgânica (CH2Cl2) com 15 mL água e recolher a fase orgânica em um 
frasco marcado Org.3 (erlenmeyer). Secar a fase etérea com sulfato de magnésio 
anidro, filtrar (funil comum) para erlenmeyer e evaporar o diclorometano em chapa 
de aquecimento. Pesar e calcular a quantidade de material recuperado. Que substância 
foi extraída? 
- As fases aquosas devem ser neutralizadas para recuperar as substâncias que 
estão solubilizadas nessa fase: 
1ª) Neutralizar a fase aquosa (Aq.01) com solução NaOH 3M (verificar com papel de 
pH). Recuperar o precipitado por filtração a vácuo. Secar, pesar e calcular a quantidade 
de material recuperado. Qual a substância foi isolada? 
2ª) Neutralizar, vagarosamente, a fase aquosa (Aq.02) com HCl concentrado 
(CUIDADO REALIZAR NA CAPELA!) (verificar com papel de pH). Recuperar o 
precipitado por filtração a vácuo e se preciso lavar com água gelada. Secar, pesar e 
calcular a quantidade de material recuperado. Qual a substância foi isolada? 
 
 
 
QUESTIONÁRIO 
1- Qual o princípio básico do processo de extração com solventes? 
2- Apresentar as reações envolvidas e que permitiram a separação e isolamento das 
substâncias. 
2- Por quê a água é geralmente usada como um dos solventes na extração líquido-
líquido? 
35 
 
3- Quais as características de um bom solvente para que possa ser usado na extração de 
uma substância orgânica em uma solução aquosa? 
4- Qual fase (superior ou inferior) será a orgânica se uma solução aquosa for tratada 
com: a) diclorometano b) clorofórmio c) acetato de etila d) n-hexano e) tolueno 
5- Pode-se usar etanol para extrair uma substância que se encontra dissolvida em água? 
Justifique sua resposta. 
6- Esquematize uma sequência plausível de separação, usando extração líquido-líquido, 
de uma mistura equimolar composta de N,N-dietilanilina (solubilidade em água 
0,016g/mL, muito solúvel em éter), acetofenona (insolúvel em água, solúvel em éter) e 
2,4,6-triclorofenol (solubilidade em água de 0,0008g/mL, muito solúvel em éter). 
 
3. EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA DO CHÁ PRETO 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A cafeína (Figura 1) é um produto natural que pertence à classe dos alcalóides 
do grupo das metilxantinas. Apresenta ponto de fusão de 236°C é sólida cristalina de 
coloração branca com aspecto brilhante, sem cheiro e com sabor amargo. É solúvel em 
água (2,17 g/100 mL a 25°C). 
 A cafeína está presente, de forma natural, em mais de 60 espécies de plantas 
distribuídas por todas as regiões geográficas do planeta. Está contida nas mais usuais 
bebidas como: café coado (150 mg/xícara), café expresso (350 mg/xícara) e 30-90 
mg/mL no chimarrão, por exemplo. 
 No chá preto estão presentes além da cafeína outras substâncias como a 
clorofila, taninos, celulose e flavonoides entre outros. 
 
Figura 1. Estrutura molecular da cafeína. 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL1. Adicionar a um balão de fundo redondo de 250 mL: 5 g de folhas de chá preto e 2,5 g 
de CaCO3, e acrescentar 150 mL de água destilada e 5 pedrinhas de porcelana; 
2. Colocar o condensador de refluxo e aquecer a mistura à ebulição durante 30 minutos; 
3. Filtrar em funil de Buckner a pressão reduzida para remover o restante da massa de 
chá preto que não será utilizada; 
4. Transferir o filtrado para um Erlenmeyer e adicionar 5 g de NaCl ao filtrado e agitar; 
5. Transferir a solução para uma ampola de decantação e extrair a cafeína em duas 
etapas de com 2 (duas) porções de 15 mL de CH2Cl2; 
6. Adicionar 2 g MgSO4 anidro à fase inferior recolhida (fase orgânica), e agitar 
vigorosamente durante 10 minutos, de forma a absorver alguma água que ainda persista; 
7. Proceder a uma filtração simples, transferindo a solução resultante para um becker 
previamente tarado; 
8. Deixar evaporar o diclorometano até aproximadamente 5 mL e aquecer 
cuidadosamente em chapa de aquecimento até a formação de cristais; 
9. Pesar o Becker e determinar a %(m/m) de cafeína contida na massa de chá preto 
utilizada; 
36 
 
10. Determinar o ponto de fusão do sólido obtido. 
 
QUESTIONÁRIO: 
1- O que é um alcalóide? 
2- Porque os alcalóides geralmente apresentam caráter básico? 
3- Por que a cafeína é extraída com uma solução aquosa básica enquanto que a 
maioria dos alcaloides são extraídos das plantas com uma solução aquosa ácida? 
 
4. EXTRAÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL POR HIDRODESTILAÇÃO 
 
A hidrodestilação é um dos métodos mais utilizados para a separação de óleos 
essenciais de espécies vegetais, seja das folhas, raízes, sementes, frutos ou flores. 
O termo óleo essencial é usado para designar os líquidos oleosos voláteis com forte 
aroma, extraídos de plantas geralmente por arraste a vapor. O uso dos óleos essenciais é 
milenar; na Índia há cerca de 1.000 anos a. C. era usado o óleo de rosas e sândalo em 
rituais religiosos e na Grécia existem registros de 287 a. C. Devido ao aroma agradável 
são usados como aromatizantes em alimentos, ambientes, remédios e cosméticos. São 
usados, também, como inseticidas naturais e, ultimamente em terapias não 
convencionais como na aromaterapia. 
Os constituintes químicos mais comuns dos óleos essenciais são misturas de terpenos, 
geralmente monoterpenos, sesquiterpenos e aril-propanóides com estruturas muito 
variadas. Os monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em óleos essenciais de plantas 
superiores são classificados segundo suas estruturas químicas em numerosos tipos de 
esqueletos. 
A técnica mais usual é a de arraste com vapor d´água que submete amostras à 
temperatura de 100 °C e, pode levar à modificação de suas composições. 
 
Principais óleos essenciais e aplicações produzidos no Brasil. 
 
Tipo de Óleo Aplicações Principais 
Limão Comestíveis, medicamentos e perfumaria 
Laranja Comestíveis, medicamentos e perfumaria 
Patchouli Perfumaria 
Menta Cosméticos, produtos farmacêuticos, confeitaria e bebidas 
Pau rosa Produção de linalol e derivados 
Sassafrás Produção de safrol 
Eucalipto Perfumaria, produtos farmacêuticos e síntese orgânica 
Citronela Perfumes, inseticidas e síntese orgânica 
Vetiver Perfumes e produção de vetiverol 
 
 
 
 
 
37 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 
Coloque o material vegetal picado até a metade do balão de fundo redondo de 
250 mL e acrescente 150 mL de água destilada. Coloque em manta de aquecimento e 
adapte o aparelho de Clevenger e um condensador de refluxo. Prenda o condensador e 
balão com as garras adequadas e as mangueiras para a circulação da água. Observe a 
voltagem da manta de aquecimento e ligue-a. Após entrar em refluxo deixe por 2 horas 
mantendo o refluxo suave. Logo após separe o óleo essencial da água no aparelho de 
Clevenger através da torneira e faça a medida do volume obtido. Calcule o rendimento 
em v/m utilizando como 100% a massa vegetal de partida. A seguir o desenho do balão 
acoplado ao aparelho do tipo Clevenger. 
 
 
 
OXIDAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS 
 Acontecem muitas reacções redox na química do carbono; também as 
substâncias orgânicas têm o poder para ceder ou captar electrões. Nem sempre é fácil 
descrever exatamente a transferência dos electrões, também não disponibilizam-se de 
tabelas redox que mostram todas as semi-reações. Portanto, neste ramo da química, é 
melhor investigar as mudanças do Nox. Uma das mudanças sempre é um dos átomos de 
carbono, quer oxidante quer redutor. 
O estado de oxidação nas substancias orgânicas é obtido adicionando-se os 
seguintes valores para cada uma de suas quatro ligações: 
i. Para cada ligação a H: -1 
ii. Para cada ligação a heteroátomo: +1 
iii. Para cada ligação C-C: 0 
 O estado de oxidação total da substância orgânica será dado pela soma dos estados 
de oxidação de seus carbonos. 
 As oxidações das substâncias orgânica podem ser visualizadas como processos nos 
quais ocorre remoção de hidrogênio ou adição de heteroátomo. As reações de oxidação 
de alcoóis são os mais importantes métodos de preparação de cetonas ou aldeídos. São 
usados diferentes reagentes de crômo (dicromato de piridinium – PDC; clorocromato de 
38 
 
piridinum – PCC e outros reagentes contendo Cr VI como H2CrO4, Na2Cr2O7 ou 
K2Cr2O7) dependendo do produto que se quer sintetizar e da fragilidade do álcool 
utilizado como reagente de partida. 
 
SÍNTESE DA p-BENZOQUINONA 
 Na preparação da p-benzoquinona será utilizado HBrO3, como agente oxidante 
no qual o Br (V) será reduzido ao Br (-I). Esta reação se dá pela formação de um 
intermediário de coloração negra (quinidrona). 
 
 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 Reação: 
KBrO3 H2SO4
OH
OH
+ +
O
O
+ +HBr H2O
HBrO3
3 3 3
 
 Colocar em um erlenmyer de 125 mL 5 g de hidroquinona, 2,7 g de KBrO3, 50 mL 
de água destilada e 4 mL de ácido sulfúrico 1N e aquecer a 60ºC em placa de 
aquecimento com agitação contínua. Como produto intermedário se forma a quinidrona 
cristalina praticamente negra (anotar a temperatura). A temperatura se eleva e em alguns 
minutos a reação se completa (anotar a temperatura), dando lugar a uma coloração 
amarela intensa da p-benzoquinona (p.f= 115ºC). Aquecer a mistura até 80ºC para 
dissolver a quinona completamente, depois esfriar a mistura reacional no banho de gelo 
até 0ºC e filtar á vacuo. Lavar a quinona com água gelada para eliminar o bromato de 
potássio. A purificação do produto será feita por sublimação. 
OBS. A p-benzoquinona provoca espirros. 
 
 
 
 
 
 
 Hidroquinona p-benzoquinona Quinidrona 
39 
 
 
 Teste de confirmação: 
Em um tubo de ensaio colocar alguns cristais do produto obtido e 
adicionar gotas de solução de 2,4-dinitrofenilhidrazina em HCl 2N. A formação de um 
preciptado fortemente alaranjado confirma a presença da p-benzoquinona devido à 
formação de hidrazona. (Ler sobre formação de hidrazonas). 
 
NH
NO2
NO2
NH2
2,4-dinitrofenilhidrazina
 
 
 
SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA (SN1 E SN2): PREPARAÇÃO DE HALETOS 
DE ALQUILA 
 Nas reações SN1 o mecanismo depende da concentração de apenas um reagente 
(do substrato), e não depende da concentração do agente nucleófilo. Esse mecanismo 
ocorre em duas etapas: dissociação do substrato (que consome uma quantidade 
apreciável de energia) e ataque do agente nucleófilo ao carbocátion formado. Esse tipo 
de mecanismo é favorecido por solvente polar e formação de um carbocátion terciário. 
 Nas reações SN2 a velocidade de reação depende das concentrações de ambas as 
espécies químicas. Essa reação ocorre numa única etapa onde o nucleófilo ao colidir 
com o substrato liga-se a ele provocando a ruptura da ligação carbono-grupo 
abandonador. Esse mecanismo predomina quando o carbono ligado ao G.A for 
primário. 
 Para os experimentos de preparaçãodos haletos de alquila é importante ler sobre 
extração ácido-base e sais secantes. 
 
PREPARAÇÃO DO BROMOBUTANO 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 Reação: 
 
CH3CH2CH2CH2OH + KBr + H2SO4 CH3CH2CH2CH2Br + KHSO4 + H2O 
 
Colocar 10 mL de butanol (d= 0,81) no balão de destilação. Adicionar, aos 
poucos, com agitação constante sempre em banho de gelo, 20 mL de H2SO4 (d= 1,84) 
concentrado. 
Após a adição total do ácido, manter o balão em banho de gelo e adicionar 
cautelosamente 25 mL de água gelada. Colocar 15 g de KBr finamente pulverizado em 
almofariz. Secar o fundo do balão e colocá-lo na manta de aquecimento (verifique 
sempre a voltagem antes de ligá-la). Adaptar ao balão um condensador de tubo reto, 
com um adaptador na extremidade inferior (unha de destilação), o qual deve atingir a 
superfície da água contida em um becher (aproximadamente 30 mL de água). Ligar o 
aquecimento. O bromobutano (d= 1,27, p.e 100-104ºC) irá destilar na forma de 
azeótropo e se depositará no fundo do becher em torno de 30 – 40 min. Quando não 
houver mais líquido que se deposita no becher, retirar o adaptador da superfície da água 
e desligar a manta de aquecimento. 
40 
 
Transferir a mistura que contêm o produto para um funil de separação. Separar o 
bromobutano da água. Retornar o bromobutano para o funil para posteriores lavagens: 
1º com HCL concentrado (lavar duas vezes com 10mL), 2º com solução aquosa de 
Na2CO3 10% (lavar duas vezes com 10mL), 3º com água destilada (lavar duas vezes 
com 10 mL). 
Após as lavagens retirar o resíduo de água colocando o bromobutano em CaCl2 ou 
Na2SO4 anidro. Filtrar em funil de vidro seco e coletar em proveta seca. Medir o volume 
e calcular o rendimento Calcular o rendimento usando sempre relação molar. 
Teste de Confirmação: Demonstrar a presença de halogênio. Em um tubo de ensaio 
adicionar gotas de bromobutano e gotas da solução de AgNO3, observar o resultado. 
(OBS: Cloretos fornecem precipitado branco, brometos amarelos claro e iodetos 
amarelos). 
 
PREPARAÇÃO DO CLORETO DE TERC-BUTILA 
 
Procedimento Experimental 
 Colocar 15 g de álcool terc-butílico (d= 0,79 g/mL) em um funil de separação 
de 250 mL. Adicionar 45 mL de ácido clorídrico concentrado (Não tampe o funil, 
deixar o funil na capela até cessar o desprendimento de vapores). Após a saída dos 
vapores, levar o funil para bancada, tampar o funil e cuidadosamente agitar a mistura 
contida no funil de separação com intervalos de 5 min. durante 20 minutos. Após cada 
agitação do funil, abra a torneira do funil (o qual estará na posição inclinada para cima) 
para liberar a pressão. Manter a mistura em repouso até que as duas fases estejam 
claramente separadas. 
 Descartar a fase ácida (fase inferior). Lavar o cloreto de terc-butila com solução de 
bicarbonato de sódio ou carbonato de sódio 10% (lavar duas vezes com 10 mL) e em 
seguida com água destilada (lavar duas vezes com 10 mL). Secar o cloreto de terc-butila 
(d= 0,8) com CaCl2 anidro ou Na2SO4 anidro. Eliminar o agente secante, filtrando o 
líquido em funil de vidro seco diretamente em proveta seca. Calcular o rendimento 
usando sempre relação molar. 
 
Teste de Confirmação: Demonstrar a presença de halogênio. Em um tubo de ensaio 
adicionar gotas de cloreto de terc-butila e gotas da solução de AgNO3, observar o 
resultado. (OBS: Cloretos fornecem precipitado branco, brometos amarelos claro e 
iodetos amarelos) 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
1- Dê o mecanismo para a formação do bromobutano e do cloreto de terc-butila. 
2- Qual a função do ácido sulfúrico na preparação do produto bromado? 
3- Por que a solução de carbonato de sódio deve ser empregada na purificação do 
bromobutano? Por que não utilizar uma solução de NAOH? 
4- Como pode ser determinada a pureza do bromobutano? 
5- Mostre a reação de confirmação dos haletos obtidos. 
6- Por quê o preparo do cloreto de terc-butila é mais simples do que a preparação 
do bromobutano? 
 
 
 
41 
 
Método de Purificação de Sólidos 
 Recristalização 
 O produto obtido de uma reação química, na maioria das vezes, encontra-se no 
estado impuro, e é necessário purificá-lo. Quando se dissolve uma substância sólida 
num solvente, a quente, e depois, por resfriamento, obtém-se novamente o estado 
cristalino, este processo chama-se recristalização. O composto a ser purificado deve ser 
solúvel num solvente (ou mistura de solventes) a quente, e de pequena solubilidade a 
frio. Se a impureza for insolúvel a quente, separa-se a mesma por filtração da mistura 
aquecida. No caso oposto, ou seja, se a impureza for solúvel a frio, o composto passa ao 
estado sólido, deixando as impurezas em solução. O difícil é a escolha do solvente ideal, 
isto é, o meio cristalizante. A solubilidade do composto num certo solvente pode ser 
encontrada em manuais de laboratório ou então por experimentação: Adicionam-se 
pequenas amostras do material em tubos de ensaio contendo diferentes solventes e 
aquecendo-os em banho-maria até a fervura, verificando a solubilidade em cada um. 
 Feito o aquecimento da mistura, o próximo passo é a filtração a vácuo da 
solução, obtendo-se a substância purificada em solução e retendo as impurezas no filtro. 
Dá-se preferência a filtração à vácuo por ser esta mais eficaz e mais rápida do que a 
filtração comum, além de fornecer um sólido com baixo grau de umidade. O frasco 
contendo a solução da substância pura é então resfriado, de modo a cristalizar o soluto. 
Algumas cristalizações não ocorrem espontaneamente, devido à tendência de certos 
compostos a formarem soluções supersaturadas. Neste caso é necessário adicionar à 
solução alguns cristais do composto ou atritar as paredes do frasco provocando ranhuras 
no vidro, para que se desprendam minúsculos fragmentos deste, que servirão de ponto 
de apoio para a formação dos cristais do soluto. 
 Em seguida, após a cristalização do soluto, faz-se nova filtração, ficando agora 
retidos os cristais da substância pura e deixando passar a água. Veja o esquema a seguir: 
 
Durante a filtração, tape algumas vezes a boca do funil para acelerar o processo. 
A bomba de vácuo retira o ar de dentro do kitassato, diminuindo a pressão em seu 
interior. Como a tendência dos gases é de migrar de uma região de maior pressão para a 
de menor pressão, o ar que está do lado de fora é fortemente "sugado" para dentro do 
kitassato, "empurrando" consigo grande parte do solvente contido no material filtrado. 
42 
 
Etapas da recristalização: 
1- Dissolver o sólido, adicionando pequena quantidades de solvente quente; 
2- Filtrar a quente, removendo alguma impureza insolúvel (toda a vidraria deve estar 
pré - aquecida); 
3- Esfriar lentamente, formando cristais puros; 
4- Coletar os cristais, filtrar em funil de Büchner. 
O fator crítico na recristalização é a escolha do solvente. A principal característica do 
solvente ideal à recristalização é que o mesmo dissolva pouco do material sólido à frio e 
muito à quente. Além disso, outras características devem ser consideradas em relação ao 
solvente escolhido, como: 
· Toxicidade: deve ser o menos tóxico possível; 
· Inflamabilidade: solventes muito voláteis e inflamáveis são menos adequados; 
· Preço: obviamente, quanto mais barato e acessível for o solvente, melhor). 
 
SUBSTITUIÇÃO ELETROFÍLICA AROMÁTICA 
PREPARAÇÃO DA p-NITROACETANILIDA 
As reações de substituição eletrofílica aromática formam uma classe que está 
entre as mais amplamente estudadas em toda a química. Estas reações são 
caracterizadas pela adição de um eletrófilo ao anel aromático, com posterior eliminação 
de um próton, levando ao produto substituído. Dentre as reações de substituição 
eletrofílica aromática, destaca-se a reação de nitração, cujo mecanismo serve de modelo 
para as demais reações deste grupo. O estudo do mecanismo desta reação desempenhouum papel fundamental na formulação de alguns princípios básicos em físico-química 
orgânica, tais como a relação entre ativação/desativação, seletividade, orientação e a 
descrição das reações orgânicas em termos de movimento de elétrons. A nitração do 
anel aromático desativa o anel, dificultando novas nitrações, em uma reação que é 
irreversível e cujos produtos são facilmente separados e analisados. A reação de 
nitração geralmente ocorre sem isomerização, o que permite identificar as proporções 
entre os isômeros orto, meta e para formados. O método mais comum para a nitração 
aromática é através da reação entre um substrato aromático e o ácido nítrico em meio 
ácido, orgânico ou aquoso. Em qualquer destes meios parece indiscutível a participação 
do íon NO2+ como principal agente nitrante. Para a nitração direta da p-nitroanilna há de 
se fazer algumas considerações. Grupos ativadores muito poderosos, tais como os 
grupos amino fazem com que o anel benzênico seja tão reativo que reações indesejáveis 
podem ocorrer. Alguns reagentes utilizados para as reações de substituição eletrofílica, 
tais como o ácido nítrico, também são agentes oxidantes fortes. Tanto os eletrófilos 
quanto os agentes oxidantes procuram elétrons. Assim, o grupo amino não apenas ativa 
o anel frente à substituição eletrofílica, mas também o ativam frente à oxidação. A 
nitração da anilina, por exemplo, resulta na destruição considerável do anel benzênico 
porque ele é oxidado pelo ácido nítrico. A nitração direta da anilina, conseqüentemente, 
não é um método satisfatório para a preparação da p-nitroanilina. O tratamento da 
anilina com cloreto de acetila ou anidrido acético converte a anilina em acetanilida. O 
grupo amino é convertido em um grupo acetamido, um grupo apenas moderadamente 
43 
 
ativador e que não torna o anel altamente suscetível à oxidação.Com a acetanilida, a 
nitração direta toma-se possível. A nitração da acetanilida fornece a p-nitroacetanilida 
com rendimento excelente. A hidrólise ácida da p-nitroacetanilida remove o grupo 
acetila e fornece a p-nitroanilina. 
 
 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
Reação: 
N
O
H
+ HNO3/H2SO4
CH3CO2H
N
O
H
O2N
Acetanilida p a r a -nitroacetanilida
d=1,51g.mL-1 (HNO3)
 d= 1,836g.mL-1 (H2SO4) 
PM = 135,17 g/mol PM = 180,17 g/mol 
p.f. = 115-117 °C p.f. = 215-217°C 
 
Preparar uma mistura nitrante por adição de 2 mL de HNO3 concentrado a 1,5 
mL de H2SO4 concentrado em funil de separação. A adição deve ser feita lentamente, 
gota a gota. 
Colocar 4,0 g de acetanilida em erlenmeyer de 250 mL e adicionar 5 mL de 
ácido acético glacial com agitação constante para formar emulsão. Adicionar 
cautelosamente com agitação constante 10 mLde H2SO4 concentrado, haverá aumento 
de temperatura. O ácido acético se comporta como base na presença de ácidos mais 
fortes como o H2SO4. A solução resultante é resfriada a 10- 5°C em banho de gelo. 
Adicionar em seguida gota a gota, com agitação, a mistura nitrante ao material contido 
no erlenmeyer (não deixar a temperatura subir, utilizando o banho de gelo). 
Terminada a adição manter a mistura a temperatura ambiente durante 30 minutos; 
seguidamente adicioná-la com agitação sobre 150 mL de água gelada. A p-
nitroacetanilida precipitada é filtrada à vácuo e lavada várias vezes com água gelada. 
Recristalizar em etanol. Secar em estufa, verificar o ponto de fusão (215-217 ºC) e 
calcular o rendimento. 
 
 Teste de confirmação: Em um tubo de ensaio colocar pequena quantidade do produto, 
1,5 mL de sulfato ferroso amoniacal [FeSO4(NH4)2SO4. 6H2O] a 5% em água. Misture 
bem e adicione, primeiro, 1 mL de H2SO4 2M e, depois 1 mL de solução metanólica de 
KOH (2N). Arrolhar o tubo, agitar vigorosamente e observar. A presença do nitro 
derivado é revelada pela oxidação dos íons ferroso (Fe2+) a férrico (Fe3+), verificada 
pela modificação de coloração do precipitado, que passa a vermelho-castanho no 
decorrer de 1 minuto. 
 
 R-NO2 + 4 H2O + 6 Fe(OH)2 R-NH2 + Fe(OH)3 
 
QUESTIONÁRIO: 
1- Proponha um mecanismo para a reação. Mostre como se forma o agente de 
nitração. 
2- Porque a temperatura do meio reacional durante a adição da mistura sulfonítrica 
não pode ficar acima de 10ºC? 
3- Mostre quais dos reagentes estão em excesso. 
4- Por que a reação conduz preferencialmente a formação do isômero para? 
5- Observe e explique o teste de formação. 
44 
 
REAÇÃO DE CONDENSAÇÃO 
 
PREPARAÇÃO DA DIBENZALACETONA 
 
 Numa reação de condensação, sempre duas moléculas reagem formando uma 
molécula mais complexa e eliminando uma outra molécula muito mais simples por 
exemplo, água ou um álcool simples como metanol ou etanol, etc. 
As bases fortes são capazes de remover o hidrogênio α dos compostos 
carbonilado resultando em uma espécie rica em elétrons denominada enolato. Este íon é 
estabilizado pela deslocalização da carga em direção ao oxigênio eletronegativo 
representado pelas estruturas de ressonância. O aldeído quando tratado com uma base 
diluída forma um produto de dimerização. Este produto é tanto um aldeído como um 
álcool e recebe o nome comum de "aldol" e as reações deste tipo são denominadas 
condensações adólicas. Quando diferentes aldeídos reagem entre si em meio básico 
diluído acontece a reação denominada condensação aldólica cruzada. Este tipo de 
condensação aldólica cruzada não tem validade sintética devido a sua baixa 
especificidade. Entretanto, quando um dos reagentes não possui hidrogênio a, pode-se 
evitar reações secundárias como as autocondensações, para obter bons rendimentos de 
produto aldol. Quando aldeídos que não têm hidrogênios α são colocados em meio 
básico forte sofrem uma reação conhecida como reação de Cannizzaro. A 
dibenzalacetona pode ser obtida por meio de uma reação de condensação da acetona 
com dois equivalentes de benzaldeído. Neste caso uma condensação aldólica, conhecida 
como reação de Claisen-Schmidt (aldeído com cetona). 
Reação: 
 Dibenzalacetona
P.M. 234,30 g/mol
 Acetona
P.M. 58,08 g/mol
 Benzaldeído
P.M. 106,13 g/mol
CHO
+ NaOH
O
H3C CH3
O
2
Etanol
d= 0,79g.mL-1d= 1,05 g.mL-1 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
Colocar 50 mL da solução de NaOH 10 % em um erlenmeyer e sob agitação 
adicionar então 40 mL de álcool etílico, deixar esta solução em banho de gelo. 
Adicionar lentamente sob agitação constante, uma solução contendo 5 mL de 
benzaldeído e 1,7 mL de acetona previamente preparada. Manter a reação com agitação 
por 30 minutos. O sólido formado é filtrado a vácuo e lavado com porções de água 
destilada gelada até total neutralização (acompanhar com papel indicador). 
 Recristalize o produto obtido com dissolução em volume apropriado de etanol 
(volume suficiente para cobrir o material) com aquecimento em placa de aquecimento. 
Filtre a quente em funil de buchner previamente aquecido com o etanol limpo quente. 
Deixe a solução esfriar, obtenha os cristais, filtre em funil de Buchner e seque o produto 
em estufa por 20 min. a 90 °C. Determine o ponto de fusão. Características do produto: 
Sólido cristalino amarelo com ponto de fusão 110- 111 °C. 
 
Teste de confirmação: 
 Dissolver uma pequena quantidade de dibenzalacetona em acetona e adicionar 
uma gota da solução de KMnO4 e observar a formação de um precipitado marrom. 
 
45 
 
SÍNTESE DA HEXAMETILENOTETRAMINA (UROTROPINA) 
Os aldeídos e cetonas reagem, em meio ácido, com vários derivados da 
amônia e produzem inúmeros produtos diferentes, geralmente contendo uma 
insaturação carbono-nitrogênio, característica. 
 
6 CH2O + 4NH3
N
N
N
N
+ 6 H2O
PM=30g/mol PM=17g/mol
PM= 140,12 g/mol
d =1,10g.mL-1 d= 0,91g.mL-1
(solução 37%) (solução 28%)p.f.= 2800 C (sublima)
UROTROPINA
FORMOL AMÔNIA
 
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: 
 Misturar 50 mL de formol (solução de formaldeído à 37 %) com 40 ml de 
hidróxido de amônia concentrada (28% e d= 0,88) em balão de fundo redondo de 200 
ml. Introduza uma rolha de borracha com dois orifícios, onde em um dos orifícios se 
introduz um tubo capilar que desce até pouco antes do fundo do balão e no outro orifício 
é introduzido um tubo de saída que será ligado através de um kitassato a uma bomba de 
vácuo. Faça evaporar o conteúdo do balão, tanto quanto possível, usando manta de 
aquecimento, sob pressão reduzida. Adicione em pequenas porções, álcool etílico 
absoluto suficiente (cerca de 50 mL) e aqueça para dissolver todo o resíduo formado 
(ou a maior parte deste), retire do balão, passando para um becher, ainda quente, e deixe 
esfriar. Verta a água-mãe para um outro becher e adicione éter etílico (cerca de 50 mL) 
para maior precipitação da urotropina. Deixe decantar e filtre lavando com éter etílico à 
vácuo. A hexametilenotetramina precipita em grandes cristais, seque-a ao ar em placa 
46 
 
de Petri. A hexametilenotetramina sublima a cerca de 260ºC, sendo muito solúvel em 
água. 
Teste de confirmação: 
Em um tubo de ensaio colocar alguns cristais de HMT. Adaptar a boca do tubo uma tira 
de papel de tornassol rosa umedecida com água. Segurar o tubo com uma pinça de 
madeira e aquecer o bico de Bunsen. Notar o desprendimento de vapores alcalinos (que 
torna o papel indicador azul). 
 
Questionário: 
1) Apresente o mecanismo para a formação da urotropina. 
2) Qual é o objetivo de se adicionar álcool etílico, acetona e éter etílico no processo 
de isolamento e purificação da urotropina? 
3) Na etapa de filtração à vácuo, os cristais formados são lavados com éter gelado. 
Por quê? 
4) Qual o reagente limitante usado nesta experiência? Justifique calculando o 
número de mols de cada reagente. 
Referência: 
Práticas de Química Orgânica – 3ª edição- Eloisa Biasotto Mano 
Substituição Nucleofílica Acílica 
O termo genérico "acilação" cobre todas as reações que resultem na introdução 
de um grupo acila em um composto orgânico. A acilação de uma amina é uma reação 
ácido base de Lewis, em que o grupo amino básico efetua um ataque nucleofílico sobre 
o átomo do carbono carboxílico. Aminas primárias reagem prontamente com o anidrido 
acético formando o derivado monoacetilado As aminas podem ser acetiladas de várias 
maneiras. Dentre elas o uso de anidrido acético, cloreto de acetila ou ácido acético 
glacial (com redução da água formada na reação). O procedimento envolvendo ácido 
acético glacial é de interesse comercial em razão de seu menor custo. Por outro lado, ele 
requer longo tempo de aquecimento. 
 O cloreto de acetila não é recomendado por várias razões. A principal, é que ele 
reage vigorosamente, liberando HCL, que converte metade da amina no seu cloridrato 
(sal), tornando-a incapaz de participar da reação. Anidrido acético é preferido nas 
reações de laboratório. Sua velocidade de hidrólise é suficientemente lenta para permitir 
que a acetilação da amina seja realizada em soluções aquosas. Este procedimento 
fornece um produto de alta pureza e com bom rendimento. A acetanilida, uma amida 
secundária, pode ser sintetizada através de uma reação de acetilação da anilina a partir 
do ataque nucleofílico do grupo amino sobre o carbono carbonílico do anidrido acético, 
seguido de eliminação de ácido acético , formado como um sub-produto da reação. 
 
47 
 
PREPARAÇÃO DA ACETANILIDA 
 
Reação de obtenção: 
OH
O
CH3C+
N
C
O
CH3
H
H3C
O
O
C
O
C
H3C
+NH2
 Anilina
P.M. 93,13 g/mol
Anidrido Acético
P.M. 102,09 g/mol
 Acetanilida
P.M. 135,17 g/mol 
 Ácido Acético
P.M. 60,05 g/mol
H2O
 
 
Procedimento experimental: 
Em um Erlenmeyer adicione 8 mL de anilina (d= 1,02 g/mL) e em seguida 60 
mL de água. Medir em proveta 10 mL de anidrido acético (d= 1,08 g/mL). Adicionar 
lentamente e com agitação pequenas quantidades de anidrido acético na mistura de 
água-anilina, continuar agitando por 15 minutos. 
Em seguida filtre e colete os cristais em funil de buchner, lavando-os repetidas 
vezes com água destilada gelada. O produto cristalizado é então colocado em um copo 
de beacher com adição de água e aquecimento até completa solubilização à quente. Se a 
mistura reacional apresentar aspecto escuro, adicionar um pouco de carvão ativado à 
solução ainda quente (mas não fervendo!) sob agitação. Filtre a quente, resfrie o filtrado 
para obtenção dos cristais, e em seguida filtre a vácuo os cristais em funil de buchner. 
Pese a massa obtida para o cálculo de rendimento. Determine o ponto de fusão (113 - 
115 °C) 
Teste de basicidade para aminas e amidas: 
 Tomar 2 tubos de ensaio: colocar no primeiro alguns cristais de acetanilida e no 
segundo algumas gotas de anilina. Adicionar a cada tubo 1 mL de solução aquosa de 
HCl a 20% (v/v). Observar. 
 
REAÇÕES DE ESTERIFICAÇÃO 
 
 Existem numerosos exemplos de reações que apresentam baixo rendimento, pois 
é atingido um equilíbrio químico desfavorável como é a esterificação, catalisada por 
ácido com um álcool, para a formação de um éster. 
 
Como o equilíbrio desfavorece a formação do éster, ele deve ser deslocado no 
sentido de formação do produto. Uma das maneiras de se fazer isso é a utilização de 
excesso de um dos reagentes. Na maioria dos casos, o álcool é o mais barato dos dois 
reagentes e é o material utilizado em excesso. 
É uma das classes de substâncias químicas largamente encontrada na natureza 
que tende a apresentar odores agradáveis como os sabores e fragrâncias característicos 
48 
 
de flores e frutas. Fabricantes de alimentos e de bebidas utilizam estes ésteres como 
aditivos para intensificar o sabor ou o odor de sobremesas e bebidas. 
Esterificação de anidridos ácidos é mais rápida que a esterificação dos ácidos 
correspondentes, com a vantagem de não formar água. São utilizados em processos que 
usam álcoois com valores agregados alto como os terciários e fenóis. 
 
PREPARAÇÃO DO SALICILATO DE METILA 
 
O hidroxi-2-benzoato de metila (d= 1,74 g/mL) é um óleo volátil pouco miscível 
em água, mas miscível em diversas outras substâncias como o metanol. Pode ser 
sintetizado através da esterificação de Fisher sob refluxo. 
 Reação: 
OH
OH
O
OCH3
OH
O
CH3OH
H2SO4
H3O+
Ácido salicílico metanol Salicilato de metila C7H6O3
PM = 138,12 g/mol
p.f.= 158-159 0C
C8H8O3
PM = 152,15g/mol
d = 1,174g/mL
p.e. = 220-224 0C
d = 0,79814 g/mL
p.e. = 64,7 0C
PM = 32,04 g/mol
 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: 
 Em um balão de 50 ml de fundo redondo colocar 3,5 g de ácido salicílico e 10 
mL de metanol. Cuidadosamente adicionar 3,5 mL de ácido sulfúrico concentrado e 
alguns fragmentos de porcelana porosa. Adaptar o condensador para refluxo e manter a 
reação por 2 horas. Após este período resfriar o resíduo do balão em banho de 
gelo. Após frio adicionar lentamente 40 ml de solução de carbonato de sódio (20%) 
com constante agitação, até completa basificação (verificar com papel de Tornasol). 
Transferir a solução para o funil de separação e extrair a fase aquosa com diclorometano 
(3 x 20 mL). Lavar então a camada orgânica com 15 mL de água. Secar a fase 
orgânica com sulfato de magnésio ou de sódio anidro e evaporar o solvente em 
rotavapor. 
PREPARAÇÃO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 
A aspirina foi patenteada pela Bayer em 1899, e o seu nome deriva da acetil e spirina 
de "spiric acid", o outro nome em inglês pelo qual era também conhecido o ácido 
salicílico. "Spiric" por sua vez tem origem em Spiraea, gênero ao qual pertence a Salix 
alba, planta de ondefoi isolada a salicilina. Desde então, a medicina passou a dispor da 
aspirina como uma das mais potentes armas de seu arsenal terapêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
· PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
Reação: 
H2SO4
O
OH
O
CH3
O
OH
OH
O
PM = 
C7H6O3
Ácido salicílico
138,12 g/mol
Anidrido acético
p.f = 159 0C
O
O O
C4H6O3
PM= 102,09 g/mol
d = 1,08 g/mL
Ácido acetilsalicílico
 C9H8O4
PM = 180,14 g/mol
p.f.= 135 0C
CH3CO2H
 
 Colocar em erlenmeyer de 250 mL 3,0 g de ácido salicílico, 6 mL de anidrido 
acético e 6 gotas de H2SO4 concentrado (nesta ordem). Agite a mistura vigorosamente 
durante 15 minutos acompanhando a dissolução do ácido salicílico e o aumento de 
temperatura. Deixe o frasco esfriar á temperatura ambiente, e durante este tempo o 
ácido acetilsalicílico começará a cristalizar, se isto não acontecer, raspe as paredes do 
erlenmeyer com um bastão de vidro e resfrie a mistura em um banho de gelo até que 
ocorra a cristalização. Após este tempo adicionar 30 mL de água destilada gelada (não 
adicione água até que a formação dos cristais seja completa). Provavelmente, o 
produto aparecerá como uma massa sólida quando a cristalização for completa. Agite 
bem e filtre os cristais à vácuo. 
· Purificação do AAS 
 Dissolver o produto bruto em béquer usando 10 mL de álcool etílico á quente. 
Verter a solução alcóolica quente sobre 20 mL de água quente contida em outro béquer 
(o volume de álcool e água pode ser alterado dependendo do rendimento bruto da 
reação). Caso haja precipitação, dissolver por aquecimento. Deixar a solução esfriar 
sem filtrar á quente. Cristais sobre a forma de agulha serão obtidos. Filtrar em Buchner, 
lavar com alguns mL de água gelada e depois com alguns de álcool gelado. Secar em 
estufa a 80o. Pesar e determinar o rendimento e o ponto de fusão (138º - 140 ºC) do 
AAS. 
· Teste de confirmação 
Pode-se fazer um teste bastante eficaz para verificar se o ácido salicílico foi 
totalmente consumido, ou seja, se não existem resíduos desse ácido junto ao produto 
(AAS). Pegue um pouco de AAS e dissolva-a em um tubo de ensaio contendo 3 mL de 
etanol. Com uma pipeta, pegue 3 gotas dessa solução e coloque num outro tubo de 
ensaio, misturando com 1 ou 2 gotas de cloreto férrico (FeCl3), que possui uma 
coloração amarelada: Se a cor da solução permanecer amarela, significa que a síntese 
teve um bom rendimento. Uma coloração violeta indicará a presença de hidroxilas 
fenólicas, ou seja, o ácido salicílico ainda existe na mistura. 
 
 
50 
 
Questionário 
1) Qual é o mecanismo da reação entre o ácido salicílico e o anidrido, em meio 
ácido? 
2) O H+ atua na reação de preparação do AAS, como um reagente ou como um 
catalisador? Justifique sua resposta. 
3) Qual o reagente limitante usado nesta experiência? Justifique calculando. 
4) Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a solução 
lenta ou rapidamente. Explique. 
5) Por quê quando há presença de hidroxilas fenólicas em compostos orgânicos 
como o AS ao adicionar FeCl3 a solução apresenta coloração violeta?

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