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12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 1/17 MÓDULO III QUESTÕES AVALIADAS POR ÁREA DE CONHECIMENTO Contabilidade Geral Teoria Publica Custos Perícia Auditoria ROTEIRO 1.CONTABILIDADE GERAL 2.TEORIA DA CONTABILIDADE 3. CONTABILIDADE PÚBLICA 4.CONTABILIDADE DE CUSTOS 5. CONTABILIDADE GERENCIAL 6.AUDITORIA CONTÁBIL 7. PERÍCIA CONTÁBIL TREINAMENTO 1.CONTABILIDADE GERAL 1.1. Contas de Resultado As contas de Resultado dividemse em contas de Despesas e Receitas. Aparecem durante o exercício social, encerrandose ao final do mesmo. Estas contas não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o Resultado de Exercício (Lucro ou Prejuízo). 1.2. Receitas É o recebimento de numerários (dinheiro) pela venda de um produto ou serviço, relacionado ou não as atividades fins da sociedade e/ou entidade (empresas), podendo ser classificadas em receitas operacionais ou não operacionais e receitas financeiras. Estes valores Correspondem geralmente às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços. É refletida no balanço através da entrada de dinheiro no Caixa (vendas a vista) ou entrada em forma de direitos a receber (vendas a prazo) que são as Duplicatas a Receber. A receita sempre aumenta o ATIVO, embora nem todo aumento de ativo signifique receita. Por exemplo, empréstimos bancários e financiamentos também aumentam o ATIVO, mas não são receitas. Receitas Operacionais: São aquelas resultantes das operações relacionadas com as atividades fins da sociedade e/ou entidade como a venda de produtos (de fabricação própria ou de terceiros) e/ou da Prestação de Serviços. Exemplo: A venda de armário de cozinha, a montagem de um armário de cozinha, etc. As receitas operacionais podem ser: a) Receita Bruta Compreende o total das receitas auferidas na venda de produtos ou serviços prestados; b) Receita Líquida Compreende o total das receitas auferidas na venda de produtos ou da prestação de serviços, diminuídos as devoluções, abatimentos e os impostos incidentes sobre as mesmas. Compreendem ainda as receitas operacionais, as receitas financeiras advindas de operações que resultam no recebimento de um crédito em compensação por um atraso em recebimento de juros sobre duplicatas quitadas em atraso, descontos recebidos, aplicações financeiras, etc. Demais Receitas Operacionais: São aquelas resultantes das operações não relacionadas com as atividades fins da sociedade. Exemplo: A venda de um veículo ou de uma máquina da sociedade. Esta nomenclatura passou a ser utilizada a partir das alterações da lei 11.638/07, sendo anteriormente mencionadas como Receitas Não Operacionais. 1.3. Custos e Despesas Custo: é o preço pelo qual se obtém um bem, direito, ou serviço e, podem ser classificados em Direto ou Indireto, Fixo ou Variável. Custos são as medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma determinada organização, pessoa ou governo, têm de arcar a fim de atingir seus objetivos. Considerase objetivo, a utilização de um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços que devem ser vinculados à atividade fim da empresa. 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 2/17 a) Custo Direto: É aquele utilizado na produção ou fabricação de um produto, como por exemplo, o papel utilizado na fabricação de embalagens, os pigmentos de cores, as tintas, etc. b) Custo Indireto: É aquele que mesmo utilizado indiretamente na produção, ou seja, não participam fisicamente do produto, mas serão incorporados na formação do custo final do produto, como por exemplo: o transporte de matéria prima, a manutenção dos equipamentos da linha de produção, etc. c) Custo Fixo: São os gastos que se operam sempre dentro das mesmas medidas. Exemplo: Seguros, aluguéis, etc. d) Custo Variável: São os gastos que se alteram de acordo com o volume de produção. Exemplo matéria prima utilizada Despesas: É o encargo necessário para comercializar os bens ou serviços objetos das atividades, bem como para a manutenção da estrutura empresarial independentemente de sua freqüência. Decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços, visando direta ou indiretamente a obtenção de Receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. As despesas podem ser: Operacionais: São as despesas que não são computadas nos custos, mas são necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, e podem ser: a) Comerciais: São as despesas relacionadas diretamente com a comercialização de nossos produtos ou serviços. Exemplo: Anúncios, propagandas, transportes, etc. b) Financeiras: São as despesas ou encargos, já deduzidos as receitas, necessários a realização das atividades fins da sociedade. Exemplo: Tarifas bancárias, juros, multas, encargos na antecipação de créditos, etc. c) Despesas Gerais e Administrativas: São as despesas não relacionadas à atividade principal da sociedade, porém são necessárias na formação do resultado. Exemplo: Revistas e Periódicos, Despesas com internet, etc. Não Operacionais: São as despesas não relacionadas com a atividade da sociedade e necessário para que se obtenha uma receita não operacional. Exemplo: Venda de um bem do ativo permanente. Antecipadas: São as despesas não incorridas, mas pagas antecipadamente, que devem ser registradas no Ativo Circulante, devendo ser apropriadas no momento do usufruto da mesma. Exemplo: Seguros, Aluguéis, Energia Elétrica, etc. PréOperacionais: São despesas já usufruídas, mas que somente proporcionaram receitas nos exercícios futuros. Exemplo: gastos com a implantação de uma fábrica, etc. Receitas e Despesas RECEITAS DESPESAS de Vendas de Mercadoria de Venda de Produtos Fabricados de prestação de Serviços de Comissões de Contribuições de Associados de Doações de Juros de Aluguéis de Mensalidades de Aluguéis de Salários e Encargos de Juros de Tributos (impostos, taxas e contribuições). de Comissões de Propaganda de Consumo de materiais de escritório de Manutenção e Limpeza de Água, Luz, Telefone, Correio 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 3/17 de Ganhos diversos, etc. de Perdas diversas, etc. 1.4. Encerramento das contas de Resultado As empresas devem levantar um Balanço por ocasião do término do seu exercício social no intuito de apurar a sua situação patrimonial, bem como o resultado do período (lucro ou prejuízo). As contas de resultado, despesas e receitas, serão encerradas e seus valores levados, por lançamentos contábeis, para a conta de resultado do exercício, que também faz parte das contas de resultado. Por sua vez essa conta levará para o Patrimônio Líquido, o valor do resultado do exercício, ficando consequentemente com saldo zero na data de encerramento do exercício social. Portanto na data de encerramento do exercício social todas as contas de resultado terão os seus saldos zerados para a apuração do lucro ou prejuízo contábil. A cada exercício social a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios, para saber se obteve lucro ou prejuízo. A contabilidade confronta as receitas (vendas) com as despesas. Se a receita for maior que a despesa, a empresa obteve lucro, se a receita for menor que a despesa a empresateve prejuízo. A apuração do resultado é realizada de forma destacada na Demonstração do Resultado do Exercício. Nesse demonstrativo se apresenta um resumo ordenado das despesas e receitas do período, facilitandose a tomada de decisões. 2.TEORIA DA CONTABILIDADE A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, representando os valores de forma sistemática para servir de instrumento básico para a tomada de decisões de todos os seus potenciais usuários. Dentro deste contexto, estudase a teoria da contabilidade com a finalidade de obter subsídios suficientes para a aplicação do conhecimento prático no processo contábil. Sem um embasamento teórico, a contabilidade perderia o foco em relação ao patrimônio, principalmente porque as demonstrações contábeis não atenderiam aos padrões obrigatórios, tanto dos usuários quanto das normas contábeis. No Brasil, a estrutura da teoria contábil é definida por órgãos regulamentadores, como o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e o CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é o órgão responsável por buscar a convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais. Foi criado pela Resolução CFC 1.055/05, sendo que fazem parte deste comitê várias entidades brasileiras como: Bovespa, Ibracon e Fipecafi, além do próprio Conselho Federal de Contabilidade. As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC´s) têm como principal objetivo estabelecer regras de conduta profissional e procedimentos técnicos, em consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 2.1. Postulados, Princípios e Convenções Contábeis Postulados: Os postulados são comumente chamados de "Pilares da Contabilidade", por serem a base de toda a teoria contábil. O Postulado da Entidade estabelece o Patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade, e afirma a necessidade 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 4/17 de diferenciação do patrimônio próprio com o patrimônio da entidade jurídica, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. É imprescindível distinguir corretamente a pessoa física da pessoa jurídica. O Postulado da Continuidade prevê que o processo contábil deve ser desenvolvido supondose que a entidade nunca terá um fim. Este postulado entende que a sociedade não tem prazo estimado de duração. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes. Princípios Contábeis: São a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, no intuito de normalizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle e compreensão do patrimônio da entidade. São princípios de contabilidade: Oportunidade Registro pelo valor original Atualização monetária Competência Prudência No Brasil, os princípios contábeis são os estabelecidos pela Resolução CFC 750/93, posteriormente alterado pela Resolução CFC nº. 1.282 de 28.05.2010. Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na contabilização dos fatos contábeis. Convenções Contábeis São conceitos para servirem como um guia para o profissional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis, tais como: Objetividade Conservadorismo Materialidade Evidenciação 3. CONTABILIDADE PÚBLICA A Contabilidade Pública é definida como sendo o ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações. Seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal, está área da contabilidade tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Contabilidade Societária, relacionada com a atividade privada, regese pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código Civil, que estabelecem regras de procedimentos contábeis. A contabilidade pública é regulada pela Lei 4.320/1964, que é a Lei das Finanças Públicas. O foco principal da contabilidade societária é o patrimônio e as suas avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial. Na contabilidade pública, o mais relevante é o balanço de resultados, que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi arrecadado o dinheiro e como foi aplicado. Outra diferença relevante é que a contabilidade societária tem como visão o patrimônio e o lucro da entidade e a Contabilidade pública tem a visão direcionada para a gestão. A Lei de Responsabilidade Fiscal LRF deu forma ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária, definindo 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 5/17 o que compõe o relatório e como se publica essa informação. Também trouxe como inovação outro relatório, chamado de relatório de gestão fiscal, que visa demonstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de responsabilidade fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham a contabilização de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo. A Lei de Responsabilidade Fiscal também passou a dar uma maior importância e visibilidade à contabilidade. A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecidas no Orçamento Público que foi aprovado para o exercício, escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio da entidade. A contabilidade pública não está interessada somente no patrimônio da entidade e em suas variações, tem com foco, também o orçamento e sua execução, sendo a previsão e arrecadação da receita e a fixação e a execução da despesa. A contabilidade pública, além de registrar todos os fatos contábeis (modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio da unidade federativa ou órgão envolvido . 4.CONTABILIDADE DE CUSTOS A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões, bem como tornar possível a alocação mais criteriosamente possível dos custos de produção aos produtos. A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: unidade produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entreoutros. A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obterse o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Os principais métodos de custeio são: Custeio por absorção O Custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço)absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Esse método foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século XX conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit). Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos (rateados) para todos os produtos feitos. A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. Já os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos são ativados nos estoques destes produtos. Na legislação tributária brasileira do imposto de renda, esse método é o recomendado, sendo vetado o chamado método direto ou variável (vide contabilidade tributária). Nessa especialização, contudo, devese fazer sempre ressalvas: apesar do nome, muitos gastos potenciais não fazem parte do Custo de Absorção para fins tributários, simplesmente porque não são reconhecidos tributariamente como encargos: o imposto de renda do exercício, por exemplo, é um gasto em potencial que não será rateado pelo CIF, nem classificado como despesa operacional. Custeio variável ou direto O custeio direto, ou custeio variável, é um tipo de custeio que consiste em considerar como custo de produção 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 6/17 do período apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis. Os métodos de Custeio atribuem para cada custo uma classificação específica, na forma de custos fixos ou custos variáveis. O sistema de custeio variável fundamentase na separação dos gastos em gastos variáveis e fixos, isto é, em gastos que oscilam proporcionalmente ao volume da produção/venda e gastos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes dentro de certos limites. Esse sistema produz informações importantíssimas como a margem de contribuição (contribuição marginal) e é o sistema que proporciona os subsídios necessários para a tomada de decisões nas empresas. Porém esse método de custeio não é aceito para demonstrativos externos, pois fere um os princípios contábeis aceito no Brasil e também não é aceito perante a legislação do imposto de renda. Separação do custeio direto na contabilidade Em tese, há possibilidade de efetuar separação do custeio direto na contabilidade, segregandose todos os custos em categorias específicas, como, por exemplo: Mãodeobra de produção Mãodeobra de produção – variável Mãodeobra de produção – fixa Gastos gerais de fabricação Energia elétrica – variável Energia elétrica – demanda fixa Contabilmente, desde que o sistema de acumulação se faça somandose custos fixos e variáveis, não há que se opor a esta sistemática de separar os valores, para utilização gerencial. Porém, na prática, devido ao aumento da complexidade e cuidados especiais na contabilização, as empresas desenvolvem sistemas próprios, que extraem da contabilidade dados específicos para análise de custos variáveis. A contabilidade segue seu padrão normal (utilizando o custo por absorção) e os sistemas de análise extraem, das contas de custos, os valores classificados como diretos (como por exemplo, as matériasprimas, os materiais de embalagem, a mãodeobra direta, gastos com terceirização da produção, etc.). O importante é que se preserve os dados, de forma integral e para atender a legislação contábil e fiscal, nada impedindo que se utilize tais dados em sistemas de informação específicos. Características Algumas características essenciais do método de custeio variável são: Divisão dos custos em dois grupos principais: fixos e variáveis (eventualmente podem ser necessários criar as categorias intermediárias de semifixos ou semivariáveis); Atribuir ao custo final dos produtos somente os custos variáveis, obtendose, assim, um custo final variável dos produtos. A diferença do custo variável com a receita de vendas é a chamada margem de contribuição. Gerencialmente, os custos fixos são considerados integralmente como redutores do resultado, não se ativando os mesmos em estoques. Desta forma, no custeio direto ou variável, o cálculo dos custos finais por produto são computados somente os custos variáveis. Os custos fixos são considerados como despesas, levadas integralmente ao resultado do período, por não serem considerados como elementos componentes do custo dos produtos. Obtémse assim, o custo final variável dos produtos, ainda que sobrecarregados. Porém, este tipo de custeio, custeio direto, não demonstra os custos com desperdícios, setup, gargalos, layout, etc. Estes deverão ser computados através de planilhas para cada tipo de empresa. 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 7/17 Métodos de apuramento do custo de produção No cálculo dos custos da produção podem ser utilizados dois métodos diferentes (método direto ou método indireto), correspondentes a situações diferentes. Numa dada empresa podem ser utilizados simultaneamente os dois métodos, um para uns produtos e outro para outros. O mais normal é a utilização em cada empresa de um só dos métodos. O método direto, também chamado de método de custeio por ordens de fabrico ou por encomenda é utilizado nas situações em que cada “produto” é um caso específico diferente dos outros. Isto acontece no sector da construção civil, no sector das obras públicas, nas empresas que produzem por encomenda e nas empresas que produzem por ordens de fabrico, nestes casos, cada prédio, cada obra, cada encomenda, cada ordem de fabrico é um caso individual, de que queremos conhecer o respectivo custo. Na contabilidade analítica, abrimos uma conta para cada prédio, obra, encomenda, etc. Essas contas serão debitadas enquanto decorrer a produção, pelo consumo das matériasprimas e outros materiais, pelo custo da mãodeobra utilizada e pelos gastos gerais de fabrico, imputáveis a cada um dos produtos. O valor acumulado a débito da conta de cada produto (conta de fabricação ou produção, indicará em cada momento o custo respectivo). Quando o “produto” estiver concluído, o valor a débito indicará o seu custo. Nessa altura, a sua conta de produção será creditada por débito da conta de produtos acabados ou custo dos produtos vendidos. O método indireto ou de custeio por processos é utilizado nas chamadas indústrias de processo, ou seja indústrias de fabrico continuamente o mesmo produtoou produtos durante todo o ano. Nestes casos, como por exemplo, indústria das cervejas, indústria cimenteira, indústria química, indústria de material elétrico, indústria alimentar (a maioria das empresas utiliza o método indireto). A produção repetese sistematicamente ao longo do ano, tornase necessário definir um período de custeio (geralmente um mês). Para esse período teremos que quantificar a produção realizada (produção efetiva, produção terminada, produção em curso de fabrico), tendo em conta os coeficientes de acabamento respectivos. Igualmente será necessário calcular o custo da produção efetiva, tendo em conta os coeficientes de homogeneização, o custo da produção terminada, tendo em conta um método de custeio das saídas (FIFO, LIFO, custo médio) e o custo dos produtos em curso de fabrico no fim do período, tendo em conta o seu grau de acabamento. Este processo repetirseá em cada período de custeio. Contabilisticamente na classe 9 será aberta uma conta de fabricação para cada fase de fabrico, essas contas serão debitadas durante o mês pelo consumo das matériasprimas em cada fase, pela mãodeobra utilizada e pelos restantes gastos fabris. Depois de calculado o custo da produção terminada em cada fase, a conta de fabricação respectiva, será creditada por débito da conta de fabricação da fase seguinte ou da conta de produtos acabados e intermédios, se a produção terminada for transferida para armazém, refletindo a contabilidade, deste modo, o trajeto físico do processo produtivo. Custeio ABC Activity Based Costing O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange ao sistema de custeio por absorção. Poderia ser tratado como uma evolução dos sistemas já discutidos, mas sua relação direta com as atividades envolvidas no processo configura mero aprofundamento do sistema de custeio por absorção. Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades "é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos". Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa, ou seja, procura identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor. A idéia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo assim, primeiramente fazse o rastreamento dos custos que cada atividade causou, atribuindolhes estes custos, e posteriormente verificamse como os portadores finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindolhes os custos definidos. Conforme Eller (2000, p. 82), "o Custeio Baseado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades". Segundo Martins (2003, p. 96) para atribuir custos às atividades e aos produtos utilizamse de direcionadores. Martins (2003, p. 96) ensina ainda que "há que se distinguir dois tipos de direcionador: … direcionador de custos de recursos, e os …direcionadores de custos de atividades". O citado autor continua afirmando que "o primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos e serve para custear as atividades". Afirma ainda que "o segundo identifica a maneira como os produtos consomem 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 8/17 atividades e serve para custear produtos". Nakagawa (2001, p. 42), conceitua atividade "como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos". Assim para o estudo do método ABC devese ponderar sobre as atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria ou um serviço. Importância e utilização do ABC A importância que se dá à utilização do sistema de custeio ABC é em virtude do mesmo não ser apenas um sistema que dá valor aos estoques, mas também proporciona informações gerenciais que auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os custos das atividades, que proporcionam aos gestores atribuírem responsabilidades. Um diferencial do sistema de custeio ABC, é que a sua utilização, por exigir controles pormenorizados, proporciona o acompanhamento e correções devidas nos processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e/ou aperfeiçoamento dos controles internos da entidade. Implementação do ABC A implementação do ABC requer uma cuidadosa análise do sistema de controle interno da entidade. Sem este procedimento que contemple funções bem definidas e fluxo dos processos, tornase inviável a aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. O ABC, por ser também um sistema de gestão de custos, pode ser implantado com maior ou menor grau de detalhamento, dependendo das necessidades de informações gerenciais para o gestor, o que está intimamente ligado ao ramo de atividade e porte da empresa. Na construção de um modelo ABC é necessário: 1) Estabelecer o organograma da empresa e os centros homogêneos onde se desenvolvem e definem as atividades que conduzem ao produto final; 2) Identificação das diferentes atividades; Nesta fase pretendese identificar e classificar cada uma das diferentes atividades dos diferentes centros homogêneos. Para esta fase necessitase de informação própria da empresa, que pode ser o manual de procedimentos, questionário aos empregados, avaliação do tempo de trabalho de cada trabalhador, valoração de recursos, identificando ao mesmo tempo a participação de cada centro homogêneo em cada uma das atividades. 3) Identificação dos custos suportados no exercício, nos diferentes centros referidos na 1.ª fase. Nesta fase de localização apenas se identificam os custos indiretos, pois os custos diretos afetamse ao produto final; 4) Construção do modelo ABC seria determinar os Cost Drivers ou geradores de custos, podendo utilizarse como medida de atividade um input, um output, ou qualquer outro indicador físico. A característica fundamental que se deve cumprir na determinação dos Cost Drivers é que se produza uma relação direta entre a medida e o produto final; 5) Distribuir os custos dos diferentes centros ou departamentos pelas atividades, ou seja, uma vez localizados os custos indiretos e as distintas secções, a empresa estabelecerá critérios para classificar estes custos e as atividades, podendo encontrar duas situações: Na primeira, as atividades desenvolvemse por um único centro; No segundo caso, numa atividade podem participar vários centros de custo, pelo que será necessário valorar a participação de cada centro nas atividades. 6) Nesta fase do modelo reclassificamse as atividades, isto é, depois de identificadas todas as atividades estas passam a ser reclassificadas atendendo a critérios específicos do ponto de vista operativo. As atividades principais, também designadas por primárias, não se classificam dado que tendem a obter o produto final ⇒ têm uma relação direta com o produto final. As atividades auxiliares ou secundárias caracterizamse por ser comuns às atividades principais e não têm uma relação direta com o produto final. O custo destas atividades auxiliares deverá repartirse pelas atividades principais. 7) Determinação do custo unitário do gerador de custo ou Cost Driver. Este custo é dado pelo quociente entre o custo total da atividadee o número de Cost Drivers definidos. 8) Nesta fase são definidos os Cost Drivers necessários para obter o produto final. Requer um estudo detalhado do mapa das atividades da empresa e das características do processo produtivo para diferenciar as atividades necessárias para obter cada tipo de produtos. 9) Finalmente, determinarseá o custo total do produto, sendo composto pelos custos direto que se afetam diretamente ao produto final e custos indiretos que se imputam em função das atividades necessárias ou utilizadas. Segundo este modelo, atividade é o conjunto de tarefas que são necessárias para obter um produto 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 9/17 final e que têm como objetivo incrementar o valor acrescentado da empresa. Enquanto as atividades geram custos, as tarefas são um passo intermédio para conseguir uma atividade. O objetivo de todas as atividades definido no modelo é gerar valor acrescentado ao produto final, tendo as mesmas três características específicas: Têm um objetivo concreto que é gerar custos; Devem consumir um conjunto de inputs ou fatores; Devem poder relacionarse com o produto final por meio de Cost Drivers. Quando uma empresa define o seu mapa de atividades deve considerar, em primeiro lugar, que as tarefas que compõem esta atividade sejam homogêneas e que, ao mesmo tempo, todas as tarefas da mesma atividade possam ser quantificadas atendendo à mesma unidade de medida, ou seja, o mesmo Cost Driver. Gestão Econômica ou GECON GECON ou modelo Gestão Econômica é um modelo de mensuração de custos baseado em gestão por resultados econômicos. Também conhecido por Grid Economics and Business Models Works[1]. Idealizado pelo Prof. Armando Catelli[2] no final dos anos setenta vislumbrando a necessidade de adequação dos modelos da administração da organizações à realidade empresarial e também a ineficácia dos sistemas de contabilidade e de custos para o apoio do processo decisório. Para implantação do Modelo de mensuração de custos GECON é necessário o uso de um aplicativo para controlar e mensurar os custos econômicos e financeiros da empresa. Basicamente a apuração do resultado econômico de cada setor da empresa é comparado com o resultado de outros setores onde a análise de custos x resultados são fundamentais para busca de uma constante eficiência x eficácia nos processos. Sua estrutura básica pode ser descrita como: Medida da Eficácia da Empresa Processo de Geração do Lucro Responsabilidade pela Geração do Lucro Papel dos Gestores Informação para Gestão Aspectos Operacionais, Financeiros e Econômicos das Atividades O desenvolvimento da Contabilidade de Custos recebeu seu maior impulso quando da Revolução Industrial, a ponto de gerar um novo campo de aplicação conhecido como Contabilidade Industrial. A partir desse evento, a contabilidade passou de seu foco principal que era a avaliação de estoques, para as diferentes técnicas de custeio. No século XX começaram a surgir as teorias e técnicas de gestão contábil na Europa e posteriormente nos Estados Unidos. Passouse a questionar o que muitos autores chamavam de contabilidade tradicional de custos, basicamente as técnicas centradas na realocação de custos indiretos (rateios do CIF). As novas propostas formariam a maior parte do escopo atribuído a vertente da Contabilidade Gerencial, Controladoria Contábil (integração de Orçamento e Contabilidade) e Contabilidade Estratégica (integração de orçamentos plurianuais e contabilidade, havendo também propostas múltiplas que buscam identificar e sistematizar tendências gerenciais de longo prazo). 5. CONTABILIDADE GERENCIAL A Contabilidade Gerencial é o processo de produzir informações financeiras e operacionais para os administradores das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas decisões operacionais e de investimentos. A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais. Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade. A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações e a contabilidade é a principal delas. 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 10/17 Vale lembrar que o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental. A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreiase na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial. 6.AUDITORIA CONTÁBIL A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um ramo da Contabilidade. O objeto da auditoria se resume no conjunto dos elementos de controle do patrimônio, quais sejam os registros contábeis, documentos que comprovem esses registros e os atos administrativos. Fatos não registrados documentalmente também são objeto da auditoria uma vez que tais fatos podem ser relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas ao patrimônio auditado. A auditoria surgiu como conseqüência da necessidade de confirmação dos registros contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, baseado no lucro expresso nas demonstrações contábeis. Sua evolução ocorreu em paralelo ao desenvolvimento econômico e com as grandes empresas formadas por capital de muitas pessoas. A auditoria contábil surgiu primeiramente na Inglaterra, primeira nação a possuir grandes empresas de comércio e primeira a instituir imposto sobre a renda. Além disso, na Inglaterra já se praticava desde 1314 a auditoria nas contas públicas. Reflexos da auditoria contábil sobre o patrimônio da entidade sob o aspecto administrativo: contribui para a redução da ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade. sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle de bens, direitos e obrigações. sob o aspecto fiscal: auxilia no rigoroso cumprimento das obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra possíveis penalidades. sob o aspecto técnico: contribui para a eficiência dos serviços contábeis. sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros contra fraudes e dilapidações. sob o aspecto econômico: possibilita maior exatidão no resultado. sob o aspecto ético: examina a moralidade do ato praticado. sob oaspecto social: examina a correta aplicação dos recursos para fins sociais e ambientais e certifica a confiabilidade destes dados. Vantagens da auditoria contábil para a administração da empresa: Fiscaliza a eficiência dos controles internos; Assegura maior correção dos registros contábeis; Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis; Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas; 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 11/17 Possibilita a apuração de omissões no registro das receitas, na realização oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos; Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa auditada; Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles internos. Vantagens da auditoria contábil para os investidores e titulares do capital (sócios): Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis; Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa auditada; Assegura maior exatidão dos resultados apurados. Vantagens da auditoria contábil para o fisco: Permite maior exatidão das demonstrações contábeis; Assegura maior exatidão dos resultados apurados; Contribui para maior observância das leis fiscais. Vantagens da auditoria contábil para a sociedade (trabalhadores, população, etc) como um todo: Maior credibilidade das demonstrações contábeis da entidade auditada; Assegura a veracidade das informações, das quais dependerá a tranqüilidade quanto à sanidade das empresas e garantias de empregos; Informa o grau de solidez e a evolução da economia nacional (através das demonstrações contábeis). Limitações da auditoria contábil Embora a auditoria contábil seja um instrumento indispensável para o controle organizacional, esta não deve ser considerada como imune a imperfeições ou a falhas. A auditoria contábil encontra suas limitações no momento em que as inconsistências detectadas assumem um caráter não contábil, ou seja, abrangem, além dos controles patrimoniais, outros aspectos, tais como engenharia de produção ou pesquisa operacional. Assim, a auditoria na área de custos pode detectar anomalias através do confronto dos custospadrão com os custos reais, porém, ela não é capaz de detectar se essa anomalia é fruto de um desenho de projeto de baixa qualidade ou de regulagem das máquinas deficiente. Tais investigações escapam da auditoria contábil e partem para a auditoria operacional, para a auditoria administrativa e ainda para a auditoria de projetos. Também seria ingenuidade supor que a auditoria contábil impeça por completo fraudes e erros nos registros e transações envolvendo o patrimônio, vez que o auditor contábil, em muitos casos não executa a verificação em todos os registros de determinada área ou natureza face a enormidade de averiguações que seriam necessárias para tal, o que inviabilizaria a auditoria pelo seu custo. Em vez de um exame em todos os registros, o auditor utiliza técnicas estatísticas e sua experiência para analisar amostras que representem a população e os registros mais relevantes, tudo em função da relação custobenefício. Essas limitações não significam que a auditoria contábil é falha ou pouco confiável. Pelo contrário, quando realizada de acordo com os princípios que a regem e os princípios contábeis ela se torna um instrumento eficiente de avaliação dos controles internos e de controle da situação patrimonial da entidade auditada. 7. PERÍCIA CONTÁBIL Perícia (do latim peritia) é o conhecimento proveniente da experiência; habilidade, talento; espécie de prova consistente no parecer técnico de pessoa habilitada a formulálo. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 12/17 decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. (Item 2 da NBC TP 01 – Normas Brasileiras de Contabilidade). Portanto, a perícia contábil tem sua amplitude relacionada à causa que a deu origem. Assim, uma perícia que envolva questões tributárias levará em conta não somente a contabilidade em si, como também a legislação fiscal que rege a matéria relacionada aos exames. Objetivos Podemos resumir que a perícia contábil tem dois objetivos primordiais: Levantar elementos de prova. Subsidiar a emissão de laudo ou parecer Prova pericial Prova é o elemento material para demonstração de uma verdade. Desta forma, prova pericial corresponde a prova (seja na forma de laudo ou parecer) oriunda de uma perícia. Laudo pericial Laudo é o documento, elaborado por um ou mais peritos, onde se apresentam conclusões do exame pericial. No laudo, respondese aos quesitos (perguntas) que foram propostos pelo juiz ou pelas partes interessadas. Laudo Pericial Contábil (LPC) é uma peça escrita, na qual o peritocontador deve visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam a demanda. O LPC efetuado em matéria contábil somente seja executado por contador habilitado e devidamente registrado em Conselho Regional de Contabilidade. As normas para o LPC foram determinadas pela NBC TP 01. TREINAMENTO 1) O procedimento de segregar o patrimônio da em¬presa avaliada do patrimônio de seus sócios está fundamentado no conceito da: a) Entidade b) Identidade c) Prudência d) Materialidade e) Relatividade 2) Trapalhão é comerciante (revenda de produtos veterinários) e fazendeiro. Apesar de a fazenda não estar incorporada ao patrimônio da firma comercial, ele não faz distinção dos fatos decorrentes de sua dupla atividade, na escrituração do estabelecimento comercial, em que pese utilizar normalmente empregados e produtos de um em outro estabelecimento. O procedimento de Jorge Trapalhão, analisado sob o aspecto contábil, está: a) correto, porque Jorge Trapalhão é pessoa física, uma vez que, de acordo com o Código Civil, a pessoa jurídica não pode ser formada de um único indivíduo b) incorreto, porque contraria o princípio contábil da Competência c) correto, porque, qualquer que seja o seu sistema de escrituração, o resultado de suas atividades reverterseá totalmente em seu benefício 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 13/17 d) incorreto, porque contraria o princípio contábil da Entidade e) correto, porque, apesar de os misturar, ele não omite nem adultera os fatos contábeis decorrentes de sua dupla atividade 3) A autonomia patrimonial, fulcro do Princípio da Entidade, objetiva especificamente estabelecer que: a) não seja confundido o patrimônio da entidade com o de seus sócios. b) a contabilidade deve individualizar um patrimônio particular no universo dos patrimônios. c) o patrimônio se caracteriza como o objeto da contabilidade. d) o patrimônio pertence a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade, ou a uma instituição de qualquer natureza. e) a soma de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade. 4) O Princípio da Continuidade objetiva afirmar que a Entidade a) é susceptível de descontinuidade.b) tem a composição de seu patrimônio afetada, na descontinuidade de suas atividades. c) tem seu patrimônio afetado, segundo as condições prováveis em que se possam desenvolver suas operações. d) pode ter a utilidade de alguns de seus ativos afetada, na suspensão de suas atividades. e) na sua aplicação, tem como situaçãolimite, a completa cessação de suas atividades. 5) Com relação aos princípios fundamentais de Contabilidade, assinale a alternativa incorreta. a) Pelo princípio da oportunidade devese contabilizar de imediato e de forma integral os fatos que estejam tecnicamente estimados, mesmo que exista somente razoável certeza de sua ocorrência. b) Os registros contábeis, pelo princípio da oportunidade, compreendem os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários. c) A observância do princípio da oportunidade é indispensável à correta aplicação do princípio da competência. d) A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível ou em decorrência de passivo a descoberto. e) A análise de balanço, quando utilizados mais de um período, deve ter os efeitos externos (inflação por exemplo) eliminados, presenciandose neste momento o princípio da atualização monetária. 6) No levantamento de Balanço para apuração do resultado do período base, as contas de: a) custos e despesas são debitadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado; b) receitas são creditadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado; c) custos e despesas são creditadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado; d) receitas são creditadas em contrapartida de conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados; e) receitas são creditadas e as de despesas e custos são debitadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado. 7) As técnicas de que a Contabilidade se utiliza para alcançar os seus objetivos são: 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 14/17 a) escrituração, planejamento, coordenação e controle b) escrituração, balanços, inventários e orçamentos c) contabilização, auditoria, controle e análise de balanços d) auditoria, análise de balanços, planejamento e controle e) auditoria, escrituração, análise de balanços e demonstração 8. CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS DO MÓDULO ANTERIOR 1) Uma determinada empresa de manutenção de veículos em seu Balancete de Verificação, de 31.12.2010 apresentava os seguintes saldos das contas: CONTAS SALDOS Adiantamento de Clientes R$ 5.000,00 Bancos conta Movimento R$ 4.000,00 Caixa R$ 800,00 Capital a Integralizar R$ 8.000,00 Capital Social R$ 12.000,00 Clientes R$ 800,00 Custo de Serviços Vendidos R$ 3.500,00 Despesas com Aluguel R$ 500,00 Despesas com Energia Elétrica R$ 200,00 Despesas com PróLabore R$ 3.200,00 Despesas com Propaganda R$ 1.500,00 Despesas com Salários R$ 3.400,00 Despesas com Seguros R$ 300,00 Despesas com Telefone R$ 200,00 Duplicatas a Pagar R$ 3.500,00 Equipamentos R$ 4.000,00 Estoques de Peças de Reparos R$ 5.000,00 Imóveis R$ 12.000,00 Lucros Acumulados R$ 2.200,00 Receita com Venda de Serviços R$ 28.000,00 Seguros a Vencer R$ 3.300,00 Após o encerramento das contas de resultado, o Balanço Patrimonial apresentou o Ativo Total e o Patrimônio Líquido, respectivamente, de: a) R$ 26.600,00 e R$ 21.400,00. b) R$ 29.900,00 e R$ 21.400,00. c) R$ 31.600,00 e R$ 29.400,00. d) R$ 34.900,00 e R$ 29.400,00. 2) Uma empresa possuía um imóvel, utilizado no desempenho de suas atividades, adquirido por R$ 30.000,00 e depreciado em 20% do seu valor. Vendeuo por R$ 25.000,00, em 30.09.2010concedendo prazo ao comprador para pagamento até o final de fevereiro de 2011 com juros simples de 5% ao mês, recebidos no ato da venda. A empresa encerra seu exercício social em 31 de dezembro de cada ano. A operação proporcionou à empresa vendedora: a) Aumento do Ativo Circulante no valor de R$ 4.750,00. b) Aumento do Patrimônio Líquido no exercício de 2010 no valor de R$ 7.250,00. c) Um Ativo Imobilizado reduzido no valor de R$ 25.000,00. d) Uma Receita Financeira, no exercício de 2010no valor de R$ 3.750,00. 3) A alternativa INCORRETA em relação à Contabilidade enquanto conhecimento é: 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 15/17 a) A Contabilidade deve permitir ao usuário, como partícipe do mundo econômico, observar e avaliar o comportamento; comparar seus resultados com os de outros períodos ou Entidades; avaliar seus resultados à luz dos objetivos estabelecidos. b) A Contabilidade possui objeto próprio, que é o Patrimônio das Entidades, e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, incerteza e falta de causas, em nível qualitativo diferente das demais ciências sociais. c) Na Contabilidade, o objeto é sempre o Patrimônio de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. d) Os usuários tanto podem ser internos e externos e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro. 4) Considere as afirmativas a seguir a respeito das formalidades da escrituração contábil: I. Não se admite o uso de códigos e/ou abreviaturas nos históricos dos lançamentos. II. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusivas de Contabilista legalmente habilitado. III. O Balanço e demais Demonstrações Contábeis de encerramento de exercício serão transcritos no “Razão”, completandose com as assinaturas do Contabilista e do titular ou do representante legal da Entidade. IV. No caso de a Entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro. Estão CORRETAS as afirmativas: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. 5) Considerando uma empresa que tenha um valor total de seus ativos de R$ 139.180,00, um Valor Econômico Adicionado (VEA) de R$ 12.730,00 e um custo médio ponderado de capital de 13,98%. O valor do goodwill e o valor de mercado desta empresa serão, respectivamente, de: a) R$ 14.509,65 e R$ 153.689,65. b) R$ 19.457,36 e R$ 58.637,36. c) R$ 91.058,65 e R$ 230.238,65. d) R$ 177.965,40 e R$ 317.145,40. 6) Em 20.03.2010, foi apropriada a folha de pagamento, referente ao mês de março, para pagamento até o quinto dia útil do mês seguinte, conforme quadro abaixo: Salários R$ 10.000,00 Gratificações R$ 25.000,00 SalárioFamília (estatutário) R$ 500,00 INSS R$ 4.000,00 IRRF R$ 5.000,00 Outros Consignatários R$ 1.000,00 Líquido R$ 25.500,00 Empenhando e liquidando as despesas, têmse os seguintes valores de Crédito Disponível, Crédito Empenhado e Crédito Liquidado: a) R$ 25.500,00 R$ 35.500,00 e R$ 10.000,00. b) R$ 29.500,00 R$ 35.500,00 e R$ 30.500,00. 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 16/17 c) R$ 30.500,00R$ 29.500,00 e R$ 35.500,00. d) R$ 35.500,00 R$ 25.500,00 e R$ 30.500,00. 7) O balanço orçamentário elaborado por um ente da federação era: RECEITA Receitas Correntes R$ 150.000,00 Tributária R$ 125.000,00 Outras Receitas Correntes R$ 25.000,00 Receitas de Capital R$ 200.00,00 Operações de Crédito R$ 90.000,00 Outras Receitas de Capital R$ 110.000,00 TOTAL R$ 350.000,00 DESPESA Despesas Correntes R$ 150.000,00 Pessoal e Encargos Sociais R$ 100.000,00 Juros e Encargos da Dívida R$ 50.000,00 Despesas de Capital R$ 100.000,00 Investimentos R$ 25.000,00 Amortização da Dívida R$ 75.000,00 TOTAL R$ 250.000,00 Analisando o quadro acima, a resposta CORRETA é: a) O resultado de capital foi um déficit de R$ 200.000,00. b) Houve um superávit de R$ 100.000,00. c) Houve uma capitalização de R$ 200.000,00. d) O resultado corrente foi de R$ 100.000,00. 8) De acordo com o regime contábil adotado pela Contabilidade Pública no Brasil: a) As despesas compreendem os desembolsos, os compromissos e os encargos, quando imputados no resultado. b) As receitas e despesas extraorçamentárias integram o resultado patrimonial do exercício. c) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. d) O reconhecimento da receita ocorre somente com o lançamento, que permite a identificação do devedor. 9) Assinale a alternativa que conceitue corretamente CONTABILIDADE: a) Ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição, acumulação e consumo dos bens materiais b) Técnica que registra as ocorrências que afetam o patrimônio de uma entidade c) Ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro dos atos e fatos de uma administração econômica d) Técnica que consiste na decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos do estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade e) Conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado 10) Uma empresa, que adota o regime da competência em sua escrituração, encerrou exercício social em 31.12.96. Nos primeiros dias de 1997 escriturou os seguintes eventos: 12/06/2015 Econet Editora http://www.econeteditora.com.br/links_pagina_inicial/approf/contabilidade/exame_suficiencia/modulo3.php 17/17 1. pagamento de salários dos empregados relativos ao mês de dezembro de 1996; 2. recebimento da diferença de imposto recolhido a maior em dezembro de 1996 e já reclamada naquele mês à autoridade competente; 3. venda de um bem do ativo permanente pelo preço de custo. A escrituração referese, respectivamente, a fatos contábeis: a) permutativo permutativo permutativo b) modificativo diminutivo modificativo aumentativo permutativo c) permutativo modificativo aumentativo modificativo diminutivo d) modificativo diminutivo misto aumentativo permutativo e) misto diminutivo misto aumentativo misto diminutivo 11) Caracteriza fato contábil misto diminutivo a operação representada pelo lançamento: a) D C C Fornecedores Banco Conta Movimento Abatimentos sobre Compras b) D C C Caixa Duplicatas a Receber Receitas Financeiras c) D C C C Veículos novos Caixa Títulos a Pagar Veículos antigos d) DC Empréstimos de Sócios Capital a Integralizar e) D D C Empréstimos Bancários Encargos Financeiros sobre Dívidas Repactuadas Títulos a Pagar Elaborado em 27.12.2010 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Nos termos da Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a produção de apostilas a partir desta obra, por qualquer forma, meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações sem permissão por escrito, dos Autores. 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