Buscar

Projeto Pedagógico: Jogando com Bruegel

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

De Mike Venezia
(Formado em Belas-Artes pelo Instituto de Artes de Chicago, EUA.
Desde 1978 escreve e ilustra livros sobre arte, música e história para
crianças e jovens.
PIETER BRUEGEL
ARTES
MESTRES DAS
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Elaborado por
Rosa Iavelberg — Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e
Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no Depar-
tamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP.
Luciana Arslan — Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio
da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores.
Professor
Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos
para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a tur-
mas de 1a a 4a série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5a série.
 Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para
apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a
que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras.
 Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adap-
tando-as ao perfil de sua turma.
A Editora
POR QUE TRABALHAR COM BRUEGEL?
Pieter Bruegel, influenciado por Bosch,
pintou com ironia e humor a vida dos campo-
neses, os detalhes de suas roupas, a maneira
de comer e de beber, os objetos de uso diário
e as características da arquitetura local.
Nas imagens de Bruegel, os camponeses
aparecem muitas vezes em ações simples e
cotidianas, como no trabalho pesado, no
descanso, em festas e algumas maneiras
catárticas de se divertir; tudo com um visível
exagero.
 Muito criativas e parciais, as cenas cotidi-
anas que ele produziu não podem ser vistas
apenas como um retrato da época. Quadros
como Provérbios flamengos revelam um co-
nhecimento sobre a moral de seu tempo, ex-
pressam sua visão de um mundo humano
mundano, desprovido de Deus.
Vale ressaltar que o conteúdo de suas
obras não deve ser associado a um conteú-
do moralista. Suas pinturas não pregam ne-
nhuma espécie de modo correto –– ou incor-
reto –– de comportamento; nelas encontra-
mos apenas incertezas, ficamos emaranha-
dos entre as incompreensíveis ações cotidia-
nas e nos perdemos perante as tentadoras
ações fáceis, como brincar, trabalhar, beber,
comer.
Trabalhar com Bruegel na sala de aula
permite uma discussão no âmbito filosófico:
o que é moral e quais são as suas origens.
Ao observar a obra de Bruegel, o professor
pode promover um questionamento sobre
as condutas do cotidiano, que enraizadas e
repetidas inconscientemente através de ge-
rações parecem mais naturais que culturais.
2
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA
 TURMAS DE 1a A 4a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
JOGANDO COM BRUEGEL
✦ Objetivo
Apresentar de maneira lúdica a obra
de Bruegel e promover uma produção ex-
pressiva a partir do tema “jogos”, um dos
mais representativos nos quadros do ar-
tista.
✦ Conteúdos gerais (com referência
 nos PCNs de Arte)
◗ Identificação dos significados expressi-
vos e comunicativos das formas visuais.
◗ Identificação de produtores em artes vi-
suais como agentes sociais de diferentes épo-
cas e culturas: aspectos biográficos e alguns
produtos artísticos.
✦ Conteúdos do projeto
◗ Desenho narrativo.
◗ Representação de jogos e brincadeiras.
◗ Provérbios.
◗ Características da vida e obra de Bruegel.
✦ Tema transversal: Ética (Ética na educa-
ção escolar — legitimação de valores).
✦ Trabalho interdisciplinar: História.
ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA
✦ Sensibilizando os alunos
O professor pode apresentar a obra de
Bruegel para as crianças utilizando um
jogo feito com fotocópias da pintura Jo-
gos infantis. Para realizar a atividade, de-
verá preparar cópias grandes (podem ser
preto-e-branco), uma para cada três alu-
nos, e uma cópia extra para o preparo do
jogo (recorte peças pequenas: um menino,
um brinquedo, um detalhe da paisagem).
As outras cópias serão o tabuleiro do jogo.
Se preferir, cole as peças e o tabuleiro so-
bre um papelão resistente para que possa
ser usado outras vezes.
Com o tabuleiro e as peças na mão, de-
senvolva dinâmicas diferentes. O jogo pode
ser conduzido, por exemplo, da seguinte
forma:
◗ Distribua para cada trio de alunos um
tabuleiro e uma folha de papel para marcar
a pontuação (no caso da 1a série você pode
desconsiderar a pontuação).
◗ Entregue para cada trio 3 peças.
◗ Os alunos devem localizá-las no tabu-
leiro.
◗ Ao encontrarem as peças, estabeleça a
pontuação do trio: 3 pontos para o primei-
ro; 2 pontos para o segundo e 1 ponto para
o terceiro, de acordo com o tempo gasto por
eles. (Troque as peças entre os grupos, de
modo que se alternem.)
Ao finalizar o jogo, você pode promover
um debate a respeito do conteúdo das ima-
gens. Aproveitando a familiarização dos
alunos com a pintura, proponha questões
como:
◗ Foi muito difícil localizar as figuras? Por
quê?
◗ Quais figuras eram mais fáceis de serem
localizadas?
◗ Como é a imagem do tabuleiro? O que
ela mostra?
◗ Existem brincadeiras que eles reconhe-
cem? Quais?
◗ Como são os jogos?
◗ Como estão vestidas as crianças? Onde
elas jogam?
3
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA
✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Leia o livro em roda para os alunos da 1a sé-
rie, para as demais a leitura pode se desenvol-
ver individualmente, em dupla ou com alguma
dinâmica já utilizada pelo professor em sala.
Logo após a leitura do livro retome (na
página 21) o comentário que o autor faz da
obra de Bruegel:
“Muitos especialistas acreditam que
Bruegel pode ter colocado importantes
mensagens secretas em algumas de suas pin-
turas. Eram mensagens que poucas pessoas
além dele mesmo conheciam. Às vezes, es-
sas pinturas apresentavam imagens e símbo-
los estranhos e assustadores.”
O professor pode desafiar os alunos a re-
conhecer alguma “mensagem secreta” ou
símbolo estranho, nas pinturas de Bruegel
apresentadas no livro.
Solicite aos alunos que criem uma hipóte-
se sobre quais motivos teriam levado
Bruegel a colocar algumas mensagens secre-
tas. Ele não podia revelar suas idéias a to-
dos? Seus quadros eram uma espécie de có-
digo secreto para alguém? Quem?
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Provérbios flamengos (páginas
18 e 19)
O professor pode estimular uma análise
da pintura, propondo questões como:
◗ O que você vê nesta imagem?
◗ Como são as pessoas? Que idades pare-
cem ter? Como estão vestidas?
◗ O que elas parecem estar fazendo?
◗ Como é o lugar? Como são as casas e
construções?
◗ Quais os aspectos da paisagem? Existem
4
árvores, rios, montanhas, cachoeiras, lagos?
O que mais você observa?
◗ Como é feita a distribuição das pessoas
na paisagem?
◗ Existe relação entre elas?
◗ Que nome você daria a esse quadro? Por
quê?
◗ Essa pintura chama-se Provérbios
flamengos. Você sabe o que são provérbios?
◗ Tente achar, na imagem do livro, os pro-
vérbios: “Chorar o leite derramado” e “Pei-
xe morre pela boca”.
✦ Contextualização (veja quadro na página 7
deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
✦ Produção
Proponha que os alunos façam desenhos
de alguma brincadeira ou jogo que conhe-
çam bem, sugira que coloquem em seus de-
senhos o máximo de informações: como se
joga, o local mais adequado, a quantidade
de participantes, os instrumentos que são
utilizados.
Depois de prontos, junte todos os desenhos,
unindo-os com uma fita adesiva, para que for-
mem um grande mural de jogos infantis.
✦ Avaliação
Exponha esse painel na sala de aula. Os
alunos podem, além de apreciá-lo diaria-
mente, recorrer a ele quando estiverem à
procura de jogos e brincadeiras. Apresente-
lhes a possibilidade de ter o trabalho comoum grande arquivo visual. Eles podem dar
outras idéias sobre como guardar, continu-
ar ou expor essa produção coletiva.
SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS
A PARTIR DA 5a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL:
A MORAL DA PINTURA
✦ Objetivo
Reconhecer na obra de arte sua poten-
cialidade de criticar ou propor um pensamen-
to de maneira envolvente, imaginária e sub-
jetiva, através da produção expressiva e da
apreciação das obras de Bruegel.
✦ Conteúdos gerais (com referência nos
PCNs de Arte)
◗ Reflexão sobre a ação social que os pro-
dutores de arte concretizam em diferentes
épocas culturais, situando conexões entre
vida, obra e contexto.
◗ Observação, análise, utilização dos ele-
mentos da linguagem visual e suas articula-
ções nas imagens produzidas.
◗ Identificação de múltiplos sentidos na
apreciação de imagens.
✦ Conteúdos do projeto
◗ Arte e crítica social.
◗ Provérbios.
◗ Características da vida e obra de Bruegel.
✦ Tema transversal: Ética –– Ética na educa-
ção escolar –– legitimação de valores.
✦ Trabalho interdisciplinar: História e Filo-
sofia.
ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA
✦ Sensibilizando os alunos
Converse com os alunos sobre o signifi-
cado dos provérbios. Deixe que falem quais
conhecem, gostam ou acham mais interes-
santes. Proponha que os alunos interpre-
tem ou apresentem uma “moral” para os
seguintes provérbios:
5
“Cavando a própria sepultura.”
“Não adianta chorar sobre o leite derra-
mado.”
“Dar murro em ponta de faca.”
“Peixe morre pela boca.”
“Mais vale um asno que me carregue do
que um burro que me derrube.”
“Manso como um cordeiro.”
“Lançar uma flecha atrás da outra.”
“Mexer o manto segundo o vento (dan-
çar conforme a música).”
“Espalhar plumas ao vento.”
“Pela pluma se conhece o pássaro.”
“Matar duas moscas com um só golpe.”
“O medo faz até o velho correr.”
“Um cego guia os outros.”
“Ver os ossos dançar.”
“Jogar lenha na fogueira.”
“Defecar sobre o mundo.”
“Navegar de vento em popa.”
“Olho por olho, dente por dente.”
“Telhado velho pede mil reparações.”
“Nadar contra a corrente.”
“Jogar dinheiro na água (ou ao vento).”
“O mundo do avesso.”
“Roer sempre o mesmo osso.”
“Falar com duas bocas.”
“Não se deve acender uma vela a Deus e
outra ao diabo.”
“Jogar rosas aos porcos.”
“Confessar-se com o diabo.”
“Dar com a cabeça na parede.”
Após fazerem as interpretações, procure
organizar uma forma de coletivizá-las, na
lousa ou em uma roda. Peça aos alunos que
pensem sobre provérbios que tiveram inter-
pretações diferentes, sobre quais são mais
populares na região onde vivem etc.
6
ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA
✦ Orientações para ler o livro em sala de
aula
Logo após a leitura do livro, o professor
pode pedir aos alunos que falem sobre as
obras de que mais gostaram e sobre o estilo
de Bruegel.
Depois de uma primeira discussão mais li-
vre, peça que comparem as obras Os ceifei-
ros, Massacre dos inocentes, Jogos infantis e
Banquete nupcial.
Ao comparar as obras, os alunos devem
destacar alguns pontos em comum, como:
◗ Tratamento do tema.
◗ Composição dos elementos: figura e
fundo, movimento sugerido.
◗ Utilização das cores e proporção das fi-
guras.
Peça aos alunos que, a partir da compa-
ração entre essas obras, façam uma lista
com algumas características do estilo de
Bruegel.
✦ Roteiro de apreciação da obra reproduzida
no livro: Provérbios flamengos (páginas
18 e 19)
Peça aos alunos que, observando a repro-
dução, identifiquem alguns dos provérbios
interpretados na atividade feita antes da lei-
tura ou indiquem outros.
O professor pode ampliar a atividade de
observação, introduzindo algumas questões:
◗ Como são as pessoas? Que idade pare-
cem ter? Como estão vestidas?
◗ Como são mostradas essas pessoas em
suas ações? Espertas? Inteligentes? Tolas?
Inconscientes?
◗ Como é o lugar? Como parece ser o clima?
◗ Quais os aspectos da paisagem? Exis-
tem árvores, rios, montanhas, cachoeiras,
lagos?
◗ Como se dá a distribuição das pessoas
na paisagem?
◗ Existe relação entre elas?
◗ A partir do quadro, passamos a dar
maior ou menor credibilidade aos provér-
bios?
◗ Qual a intenção de Bruegel ao pintar os
provérbios? Ele pretendia fazer uma espé-
cie de propaganda deles?
◗ Qual a sua teoria sobre a escolha de
Bruegel do tema e da maneira como o pintou.
✦ Contextualização (veja quadro na página 7
deste suplemento)
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
✦ Produção
Os alunos poderão elaborar uma pin-
tura que discuta um provérbio que eles
conhecem, mas em cujo sentido nunca pa-
raram para pensar ou questionar. Eles po-
dem transmitir a idéia do provérbio ex-
plicitamente através da sua pintura, mas,
se preferirem, podem passá-la de forma
mais implícita: lembre-os de como as
obras de Bruegel criavam um ambiente
curioso, convidando o leitor a percorrer
curiosamente toda área pintada em bus-
ca de surpresas.
✦ Avaliação
Faça uma exposição dos trabalhos e con-
vide os alunos a refletirem sobre o provérbio
que escolheram e sobre o tratamento que
deram a eles.
As obras de Bruegel influenciaram, quan-
to à composição e à construção, os resulta-
dos? Observe com os alunos quais soluções
mais se aproximaram e quais se distancia-
ram das obras do artista.
7
CONTEXTUALIZAÇÃO: BRUEGEL –– O AVESSO DO MUNDO
O Renascimento foi um movimento
artístico que teve início na Itália no sécu-
lo XV. Os artistas renascentistas resgata-
ram os valores humanísticos e estéticos
da Antigüidade clássica.
Nesse período os artistas estudavam ci-
entificamente a anatomia, os ciclos da na-
tureza, a representação do espaço, a som-
bra [...] O emprego da perspectiva iniciou-
se nesse período (Marcondes,1998: 257).
Nos Países Baixos, onde estava situada
a Antuérpia de Bruegel, a produção do
Renascimento possuía característica mui-
to diferente da dos artistas italianos.
Strickland (1999: 40) didaticamente
aponta várias diferenças entre o
Renascimento italiano e o Renascimento
dos Países Baixos, como muitas pinturas
de cenas domésticas e poucas de cenas
mitológicas, uma composição mais irre-
gular e o predomínio de retratos particu-
lares, tanto de camponeses quanto de
nobres.
Segundo o historiador e crítico de arte
Argan, o humanismo da Renascença reve-
la-se na obra de Bruegel de modo diferen-
te do que vemos em Leonardo da Vinci. Se
observarmos as imagens de Bruegel, vere-
mos que ele escapa de qualquer idealismo,
e que existe uma observação mais realista
da natureza. Utilizando as próprias pala-
vras de Argan (1999: 460):
“Bruegel se preocupa muito mais com
a vida, as ações e os costumes dos homens
do que com o espetáculo eterno da natu-
reza. No entanto, embora circule num
âmbito de interesses exclusivamente mo-
rais, Bruegel não é um moralista –– no
sentido, pelo menos, de que seria difícil
deduzir de suas obras uma lição, uma
exortação, um guia para fazer o bem e
fugir do mal.’’
Bruegel não pretendia que suas obras
fossem uma espécie de denúncia da boa
ou má conduta, ele utilizava a observa-
ção das pessoas para construir uma críti-
ca mordaz de suas ações.
Argan ainda comenta especificamen-
te como, na obra Provérbios flamengos,
Bruegel consegue misturar superstição e
religiosidade, mundo real com o mundo
dos sonhos, seres morais e imorais, tudo
isso sem perder um diferente modo de
expressar o humanismo:
“Os Provérbios flamengos, que
Bruegel recolhe da voz do povo e ilustra
com perfeita fidelidade ao texto, não são
exemplos da sabedoria antiga, mas da
eterna ignorância. O pintor os agrupa to-
dos num quadro e se compraz da curiosa
aproximação de imagens provocada pela
ilustração textual dos ditados. Não quer
nos dizer outra coisa, a não ser que, fun-
dando-se sobre pilares semelhantes, o
mundo sempre andou do mesmo jeito,
acreditou nos mesmos preconceitos, pra-
ticouos mesmos enganos, perpetrou os
mesmos pecados; e assim será sempre, e
os elevados pensamentos dos eruditos
não poderiam mudá-lo. O realismo mo-
ral de Bruegel consiste justamente nisso:
em aceitar os homens como eles são, com
todos os seus preconceitos e misérias.”
(Argan, 1999: 464)
PARA SABER MAIS
Idealismo Tendência filosófica que con-
sidera que as idéias devem ser a base para a
resolução de problemas filosóficos.
Leonardo da Vinci (1452-1519) Artista da
Renascença que principiou, além de estudos
sobre a perspectiva e o funcionamento da
visão, muitas invenções que só mais tarde fo-
ram concretizadas. Autor da Mona Lisa e da
Última ceia, obras vastamente reproduzidas
em todo o mundo Ocidental.
Bosch (1450-1516) Pintor que, embora
católico, pintou cenas muito bizarras e pou-
co convencionais, sendo por isso acusado de
herege. Entre suas obras está o Jardim das
delícias.
BIBLIOGRAFIA
Bruegel
ARGAN, G. C. Clássico Anticlássico –– O
Renascimento De Brunelleschi a Bruegel.
São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
STRICKLAND, C. Arte comentada, Rio de
Janeiro: Ediouro, 1998.
Arte-educação
ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos /
acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.
_________. A imagem do ensino da arte:
anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Por-
to Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe,
1981.
_________. Arte-educação no Brasil: das
origens ao modernismo. São Paulo: Perspec-
tiva,1997.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Pau-
lo: Edusp,1992.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de apren-
der arte: sala de aula e formação de profes-
sores. Porto Alegre: Artmed, 2002.
JANSON, H. W. Iniciação à História da
Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MARTINS, M. C. et alii. Didática do ensino
da arte: a língua do mundo — Poetizar, fruir
e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
PARSONS, M. J. Compreender a arte. 1.
ed. Lisboa: Presença, 1992.
ROSSI, M. H. W. A compreensão das ima-
gens da arte. Arte & Educação em revista.
Porto Alegre: UFRGS / Iochpe. I: 27-35, out.
1995.
DICIONÁRIOS
DICIONÁRIO DA PINTURA MODERNA.
São Paulo: Hemus, 1981.
DICIONÁRIO OXFORD DE ARTE. São Pau-
lo: Martins Fontes,1996.
MARCONDES, Luís Fernando (org.). Dicio-
nário de termos artísticos. Rio de Janeiro:
Pinakotheke,1988.
READ, Herbert (org.). Dicionário da arte
e dos artistas. Lisboa: Edições 70, 1989.
ENCICLOPÉDIA
ENCICLOPÉDIA DOS MUSEUS. Museu de
Arte de São Paulo. São Paulo: Melhoramentos,
1978.