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21/12/2016 1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI CENTRO DE TECNOLOGIA – CT DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS A DEPARTAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS, GEOTECNIA E SANEAMENTO AMBIENTAL – DRHGSA Prof. Renan Maycon Mendes Gomes TERESINA 2016 Compactação dos Solos Compactação - processo manual ou mecânico que visa reduzir o volume de vazios do solo. Objetivos: melhorar as propriedades dos solos quanto ao que se refere a: - resistência; - deformabilidade; - permeabilidade. O início dos trabalhos de compactação é atribuído ao engenheiro norte americano proctor, que em 1933, publicou seus primeiros trabalhos sobre a compactação de aterros Conceitos Básicos Compactação ⇒ Processo de estabilização e melhoria do solo + água = Energia de compactação densificaçãodiminuição do seu volume diminuição do índice de vazios *aumento do peso específico Conceitos Básicos Solo compactado: - Utilizado em diversas obras - Destaque em obras rodoviárias e barragens de terra Utilização de compactação em locais de pouca manobra (barragem de terra) Conceitos Básicos 21/12/2016 2 Camadas (compactadas) de um pavimento rodoviário Conceitos Básicos compactação ≠ adensamento - Compactação: redução dos vazios do solo por expulsão de ar cargas aplicadas dinâmicas (efeito imediato) - Adensamento: redução dos vazios por expulsão de água cargas estáticas (efeito no tempo) Conceitos Básicos Conhecido como Ensaio Normal de Proctor Compactação do solo em camadas, dentro de um cilindro metálico, aplicando-se golpes de um soquete com massa e altura de queda definidos. Ensaio de Compactação - O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade (w) - Para cada w, determina-se o peso específico aparente seco (γd) - Possibilita a construção de uma curva de compactação 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 w(%) γ s ( k N / m 3 ) wot γdmax ? )1( wd += γγ Ensaio de Compactação 21/12/2016 3 w γd γd,max wot saturação Ramo úmido Ramo seco w1 w2 γd,1 Ensaio de Compactação - Energia de compactação - Tipo de solo Fatores que Afetam a Compactação ENERGIA DE COMPACTAÇÃO Embora mantenha-se o procedimento do ensaio, um ensaio de compactação pode ser realizado com diferentes energias Definição da energia: função da necessidade de campo Para cada solo e em uma dada energia existem, então, um wot e um γdmax Fatores que Afetam a Compactação . . .P h N n E V = Onde: P = peso do soquete (N) h = altura de queda do soquete (m) N = no de golpes por camada n = no de camadas V = volume de solo compactado (m3) A energia de compactação empregada no ensaio é dada por: Obs: ↑ E → ↓ wot → ↑ γdmax γdmax w energia provoca aumento de densidade e quando a umidade é maior do que a ótima, tem pouco efeito, Fatores que Afetam a Compactação 21/12/2016 4 997 2084 Novos equipamentos de campo, de grande porte, com maiores energia de compactação no campo, forçaram a criação de ensaios com maiores energias - Energia do proctor modificado - Energia do proctor intermediário Fatores que Afetam a Compactação Fatores que Afetam a Compactação INFLUÊNCIA DO TIPO DE SOLO NACURVADE COMPACTAÇÃO - Grande influência do tipo de solo - Distribuição granulométrica, forma dos grãos, γd e quantidade e tipos de argilominerais Fatores que Afetam a Compactação Textura do solo Partículas do mesmo tamanho, são menos susceptíveis ao processo de compactação, comparados àqueles onde se encontra argila, areia e silte. Rearranjam e preenchem os poros, quando submetida a uma pressão do solo. Fatores que Afetam a Compactação 21/12/2016 5 - Solos grossos: ↑ γdmax e ↓ wot - Solos finos: curvas mais abatidas Curvas típicas 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 w(%) γ s ( k N / m 3 ) Estrutura floculada Estrutura dispersa -no ramo seco: floculadas - ramo úmido: dispersas aumentava os vazios existentes, pois ao invés de aproximar os grãos faziam que estes se afastem a atração face-aresta das partículas não é vencida pela energia aplicada > resistência, < compressibilidade, > permeabilidade Estrutura dos Solos Compactados Curva de Compactação Segundo a teoria de Hogentogler, a forma da curva de compactação de solos argilosos reflete quatro fases. Na fase de hidratação, com o aumento da umidade, a água é retida nos grãos de solo formando uma camada mais fina e diminuindo a viscosidade. Essa redução da viscosidade diminui o atrito entre os grãos e aumenta o peso específico. Na lubrificação, a partir de uma certa umidade, a camada de água superficial atua como um lubrificante, facilitando novos arranjos das partículas durante a compactação, originando um solo mais denso e não saturado. E nessa fase tem mais efeito quando o solo é compactado próximo a umidade ótima. No inchamento, com o acréscimo de água existe um aumento de volume do solo, permanecendo com um volume de ar da fase anterior, e, com isto, reduzindo o peso específico do solo. No estágio final de saturação, todo o ar é expelido pra fora e a curva se aproxima da curva de saturação igual a 100%. Curva de Compactação 21/12/2016 6 Equipamento: rolos compactadores Procedimento: � lançamento do material solto em camadas de pequena espessura; � homogeneização; � Espalhamento; � correção da umidade; � Compactação. Compactação no Campo LANÇAMENTO DO SOLO: Unidade transportadora Compactação no Campo GRADEAMENTO: HOMOGENEIZAÇÃO Grade de disco Compactação no Campo ESPALHAMENTO/HOMOGENEIZAÇÃO: Aplainadora (Patrol) Compactação no Campo 21/12/2016 7 CORREÇÃO DA UMIDADE: Caminhão pipa Compactação no Campo Obs: Tipos de esforços transmitidos influenciam na eficiência da compactação. Tipos de esforços transmitidos na compactação: - Pressão; - Impacto; - Vibração; - Combinação destes. Compactação no Campo Tipos de equipamentos: - Rolo liso; - Rolo pé-de-carneiro; - Rolo pneumático; - Rolo vibratório; - Combinados e especiais. Compactação no Campo ROLOS LISOS - Estáticos ou vibratórios (tambor c/ massa móvel excêntrica que provocam vibrações) - Mais indicado para solos arenosos Compactação no Campo 21/12/2016 8 ROLOS PÉ-DE-CARNEIRO: Equipamentos que apresentam um tambor oco, de 1 a 2m de diâmetro, com patas de ferro desencontradas (saliências de 20 a 25 cm de comprimento) Compactação no Campo São mais indicados para solos argilosos Solos não coesivos não são eficientes (apenas revolvem o material) Rebocados por trator de pneus ou de esteiras Propulsão própria (Autopropulsor) Propulsão própria + vibração (Autopropelido) Tambor pode ser cheio com água ou areia para aumentar o peso (eficiência) Compactação no Campo Patas desencontradas Compactação no Campo Operação: As patas penetram na camada de solo solto, executando a compactação por passadas sucessivas do rolo do fundo para o topo da camada até que, praticamente, não haja mais penetração das patas. Em geral, considera-se a compactação com o rolo terminada quando os sulcos (penetrações) tem de 4 a 1 cm de profundidade. Compactação no Campo 21/12/2016 9 ROLOS PNEUMÁTICOS Rodas dos eixos dianteiros e traseiros são desencontradas (maior cobertura) Compactação é função da pressão de contato pneu-terreno Compactação no Campo ROLOS COMBINADOS Adaptados por meio de combinações entre 2 equipamentos de forma a poder ser empregado na maior faixa possível de solos (coesivos aos arenosos) Pé-de-carneiro vibratório: ampla faixa de solos coberta Pneumático vibratório:emprego discutido pelo fato da flexibilidade dos pneus absorver, em parte, as vibrações transmitidas ao terreno Compactação no Campo SOQUETES, SAPOS MECÂNICOS, ETC: OBRAS DE POUCA IMPORTÂNCIA OU BAIXOS VOLUME A SEREM COMPACTADOS. Compactação no Campo Laboratório 21/12/2016 10 21/12/2016 11 21/12/2016 12 Consiste em instalar em uma superfície do terreno uma bandeja com abertura circular de 15cm de diâmetro; Através dessa abertura escava-se um buraco de 15cm de profundidade; O solo escavado é pesado (Wt) e o volume do solo (Vt) é o volume do buraco aberto; Enche-se o buraco com areia de densidade conhecida. Sabendo-se o peso da areia que preencheu o buraco pode-se calcular o volume. Frasco de areia Controle de Compactação ( ) , ( ) 100(%)d CAMPO d MÁX LABORATÓRIO GC x γ γ = γd (campo) – frasco de areia γdmax (laboratório) – ensaio de compactação Feito pela determinação do grau de compactação (GC) Frasco de areia Controle de Compactação Umidade “in situ” speedy, frigideira ou laboratório (estufa) comparada com: Wot (laboratório, ensaio de compactação) ± ∆w (definida no projeto) Obs: na prática o projetista indica a tolerância quanto ao GC e a w Controle de Compactação 21/12/2016 13 Aterros experimentais: orientam a escolha dos equipamentos a utilizar para compactação dos solos, e a escolha da energia de compactação a ser empregada para atingir as condições determinadas em laboratório. Controle de Compactação ENSAIO CALIFÓRNIA, CBR OU DE ISC CBR: California Bearing Ratio ISC: Índice de Suporte Califórnia Utilizado como base para o dimensionamento de pavimentos flexíveis. Concepção no final da década de 20 para avaliar o potencial de ruptura do subleito Controle de Compactação Valor de referência ou padrão, equivalente a 100% ISC: é a relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo-de-prova de solo ou material granular e a pressão necessária para produzir a mesma penetração no material padrão Controle de Compactação Processo seguido (prático): 1ª : determinação do peso específico seco máximo e da umidade ótima de compactação para a energia de compactação fixada para o ensaio (normal, intermediária e modificada); 2ª : preparação do cp na umidade ótima e peso específico seco máximo; 3ª : saturação do cp durante 4 dias, condição mais desfavorável (expansão, com sobrecargas de 4,5 kg) 4ª : medição da resistência à penetração do cp mediante puncionamento de um pistão (φ=5cm) com uma velocidade de 1,25mm/min (0,05 pol/min) 21/12/2016 14 Etapas do ensaio de laboratório: 1º. Compactação do corpo-de-prova 2º. Imersão dos corpos-de-prova em tanque de água por 96 horas e medida de expansão axial 3º. Ensaio de penetração de pistão padrão no corpo-de-prova e medida penetração e resistência EXPANSÃO: 100. H H Exp ∆ = Especificações: Subleitos – Exp < 3% Subbase – Exp < 2% Onde: ∆H = acréscimo de altura H = altura inicial do cp TRAÇADO DA CURVA PRESSÃO x PENETRAÇÃO: 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) Tempo (min) Penetração (mm) Pressão (Mpa) Pressão Padrão (Mpa) CBR (%) 0 0 0 0,5 0,63 0,01605 1 1,27 0,024075 2 2,54 0,0321 6,9 0,465217 4 5,08 0,040125 10,35 0,387681 6 8 10,16 0,056175 10 12,7 0,056175 21/12/2016 15 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) CORREÇÃO DA CURVA DE PENETRAÇÃO CORREÇÃO DA CURVA DE PENETRAÇÃO CORREÇÃO DA CURVA PRESSÃO x PENETRAÇÃO: 0 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) NOVA ORIGEM DO SISTEMA DE EIXOS CORREÇÃO POSIÇÃO DO NOVO SISTEMA DE EIXOS CORREÇÃO DA CURVA PRESSÃO x PENETRAÇÃO: 0 10 20 30 40 50 60 0’ 1’ 2’ 3’ 4’ 5’ 6’ 7’ 8’ 9’ 10’ 11’ Penetração (mm) P r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) 0,1” (2,54mm) 0,2” (5,08mm) P1 P2 CÁLCULO DO CBR: PRESSÃO-PADRÃO: (%)100. padrão igidamedidacorr p p CBR = Penetração (mm) Pressão-padrão (MPa) 2,54 6,90 5,08 10,35 (70 kg/cm2) (105 kg/cm2) maior valor medido será o padrão 21/12/2016 16 VALORES DE CBR PARA OS GRUPOS DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADO: SOLOS (SUCS) CBR (%) GW 40 A MAIS DE 80 GP 30 A MAIS DE 60 GM 20 A MAIS DE 60 GC E SW 20 A 40 SP E SM 10 A 40 SC 5 A 20 ML 15 A MENOS DE 2 MH 10 A MENOS DE 2 OL, OH 5 A MENOS DE 2 SOLOS (HRB) CBR (%) A-1-a 40 A MAIS DE 80 A-1-b 20 A MAIS DE 60 A-2-4 E A-2-5 25 A MAIS DE 60 A-2-6 E A-2-7 12 A 30 A-3 15 A 40 A-4 4 A 25 A-5 2 A 10 A-6 E A-7 2 A 15 VALORES DE CBR PARA OS GRUPOS DO SISTEMA HRB: Processo recomendado pela NBR 9895: 1ª : determinação do γd e da wot de compactação para a energia de compactação de interesse (5 pontos); 2ª : saturação dos 5 cps durante 4 dias 3ª : medição da resistência à penetração dos 5 cps mediante puncionamento do pistão padrão 4ª : traçar gráfico ISC x w (ISC de projeto → wot) renan_maycon2008@hotmail.com