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Economias externas de escala e localização internacional da produção Introdução Nos modelos vistos até agora, o comércio e baseado na vantagem comparativa entre os países, introduziremos agora o papel das economias de escala. Observem que economias de escala significam vantagens competitivas para grandes empresa em relação às pequenas. Dessa forma, a hipótese de mercado em concorrência perfeita não seria mais factível. Todavia, podemos contornar tal problema (concorrência imperfeita) ao considerarmos que as economias de escala são aplicadas ao nível da indústria e não ao individual. Assim, teríamos economias de escala externas. A problemática da economia de escala interna será retomada mais adiante Introdução Em casos de economia de escala, quanto maior a escala de produção, mais eficiente será a indústria. A título ilustrativo, tomemos o caso ao lado. O custo unitário ao produzir 5 uni- dades é 2 em mão de obra, já o de pro- duzir 30 unidades, é de 1,17. Introdução Destacamos os seguintes pontos, caso determinada indústria possua economias de escala: 1. A expansão da demanda pelo bem, ao entrar em comércio internacional, permite alcançar níveis ainda maiores de produção e, consequentemente, ganhos de escala; 2. A concentração da produção em um único país permite que ele tenha o retorno de escala nessa produção, tornando a produção mundial mais eficiente (o mesmo nível de produção mundial poderá ser atingido por uma quantidade menor de mão de obra utilizada); 3. A expansão da produção de um bem em um determinado país irá exigir que ele aplique mais da sua mão de obra nessa indústria e, para tanto, ele deverá diminuir ou abandonar a produção em outras indústrias; e, portanto, 4. Cada país irá se especializar numa gama limitada de produtos visando ganhos de escala e, assim, a produção mundial irá crescer sem perder em variedade de possibilidade de consumo. Estrutura de Mercado Para que a conclusão pontuada anteriormente no item 4 ocorra, precisamos garantir que a economia de mercado não irá induzir uma estrutura de mercado diferente da concorrência perfeita. Para tanto, devemos avaliar que tipo de aumento na produção é necessário par reduzir o custo médio: Economias externas de escala – quando o custo por unidade depende do tamanho do setor, mas não necessariamente do tamanho de alguma empresa , ou Economias internas de escala – quando o custo por unidade depende do tamanho de uma empresa, mas não necessariamente do tamanho do setor. Estrutura de Mercado No primeiro caso, geralmente temos empresas pequenas e o aumento na produção será feito pelo aumento do número de empresas, mantendo a competição na indústria. Já, no segundo caso, uma grande empresa passará a ter uma grande vantagem de custo em relação às demais empresas dessa indústria, gerando uma estrutura de competição imperfeita. Ambas as formas de economia de escala são importantes causas do comércio internacional. Contudo é difícil discutir o impacto de ambas simultaneamente sobre o comércio. Por isso, nos concentraremos inicialmente na economia externa Teoria das Economias Externas Por uma variedade de fatores, é comum o caso em que uma concentração da produção de uma indústria em um ou poucos locais reduza o custo da indústria, gerando economias externas de escala. Marshall pontua três razões para isso: • A habilidade de um aglomerado em dar apoio a fornecedores especializados; • A maneira que uma indústria geograficamente concentrada permite o agrupamento do mercado de mão de obra; e • A maneira como as industrias geograficamente concentradas ajudam a promover o transbordamento de conhecimento. Economias externas e equilíbrio de mercado Na ausência de comercio internacional, a inclinação da curva de oferta parece não importar. Contudo, como veremos a seguir, economias de escala externas fazem uma grande diferença sobre as causa e os efeitos do comércio internacional. Veja abaixo o impacto do retorno de escala sobre a curva de oferta. Economias externas, produção e preços Suponha inicialmente que é impossível negociar botões fora das fronteiras nacionais e só existem dois países: China e Estados Unidos. Caso a produção desses esteja sujeita à economia de escala, o equilíbrio na indústria mundial será dado por: Economias externas, produção e preços Agora, suponha que o comércio internacional passe a ser permitido. A China, mais competitiva irá aumentar sua produção e, consequentemente seus custos unitários cairão ainda mais, reduzindo o preço de venda. Logo, podemos esperar que a produção mundial concentre-se na China, gerando um custo, ou preço, ainda menor. Economias externas e os padrões comerciais No exemplo anterior, a China teve uma vantagem inicial devido à vantagem comparativa. Todavia, isso fornece apenas uma explicação parcial para o padrão de comércio observado no mundo. Geralmente, a resposta mais adequada é a contingência histórica, um país tem uma vantagem inicial qualquer e a partir doravante essa vantagem fica travada devido aos retornos de escala. Comércio e bem-estar com economias externas Em geral, podemos presumir que economias externas de escala levam a ganhos de comércio acima daqueles decorrentes da vantagem comparativa ao tornar o mundo mais eficiente produtivamente. Contudo, antes de assumir tal premissa, devemos considerar o seguinte: • Devido à vantagem estabelecida inicialmente, não garantias de que o país certo irá produzir a mercadoria sujeita a economia de escala externa (vide o exemplo ao lado, onde o comércio gerou a redução no bem estar tailândes); e • Ainda que possa gerar padrões de especialização e comercialização desvantajosos, é virtualmente certo que mesmo assim será benéfico para o mundo tirar proveito dos ganhos de escala provenientes da concentração na indústria. Retornos crescentes dinâmicos O acumulo de experiência de uma empresa, aumenta sua eficiência. Uma vez que esse conhecimento seja transbordado, teremos um acumulo de experiência na indústria como um todo. Tal fenômeno é capturado pela curva de aprendizado, onde o custo unitário é relacionado à produção acumulativa. Quando esses custos caem em razão da produção acumulada até o período, dizemos que há retornos crescentes dinâmicos. Daí o argumento da proteção temporária das indústrias para permitir que elas ganhem experiência, conhecido como argumento da indústria nascente.