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Planejamento Estratégico com base no BALANCED SCORECARD Anderson Luis de Sousa Andrade anderson.8815@gmail.com Claudinei Di Nuno, MSc professorclaudinei@uol.com.br Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação UNESA – Universidade Estácio de Sá Resumo Este artigo possui o objetivo de realizar um estudo de caso em uma das áreas da Gestão de Tecnologia (GTEC) do Centro de Pesquisa da Petrobras, através da análise dos objetivos estratégicos, indicadores e metas. Alinhando os conceitos de desempenho, estratégia e valor, a ferramenta de gestão Balanced Scorecard (BSC) será usada como indicador para atingir os resultados desejados. Os procedimentos metodológicos utilizados no artigo foram feitos a partir da pesquisa bibliográfica feita na empresa. Por se tratar de um tema que envolve gestão organizacional e estratégia, a literatura pesquisada aborda conceitos que permeiam os ativos de uma empresa, estratégia, desempenho e valor. Sendo que estes conceitos se complementam com a ferramenta de gestão chamada de balanced scorecard, adotada em caráter especial neste estudo. Todos os dados foram abordados de forma qualitativa. A proposta é um estudo de caso envolvendo a gerência de Organização Desempenho e Gestão (ODG) que fica dentro da GTEC. Esta gerência da GTEC é responsável pela divulgação da Curva “S” física e financeira e outros indicadores para gerar informações à respeito de Horas trabalhadas e gastos em Centro de Custo. O alinhamento dos objetivos, indicadores e metas gerenciais consoante com as ações de melhorias que fundamentam um plano de gestão de processos destas atividades. Utilizando o BSC, objetiva-se estruturar e sistematizar os processos da ODG, permitindo ao gestor uma visão macro dos seus indicadores. Finalmente pode-se dizer que tal artigo auxilia o gestor na adequação das metas e no melhor planejamento da equipe. Palavras-chave: balanced scorecard, estratégia, gestão, planejamento. Abstract This article has the objective of carrying out a case study in one of the areas of Technology Management (GTEC) of the Petrobras Research Center, through the analysis of strategic objectives, indicators and targets. Aligning the concepts of performance, strategy and value, the Balanced Scorecard management system (BSC) will be used as an indicator to achieve the desired results. The methodological procedures used in the article were made from the literature made in the company. Because it is a theme that involves organizational management and strategy, the literature addresses concepts that permeate the assets of a company, strategy, performance and value. Since these concepts are complementary to the call management tool Balanced Scorecard, adopted in special character in this study. All data were discussed qualitatively. The proposal is a case study involving the Organization and Management Performance Management (ODG) which is inside the GTEC. This management GTEC is responsible for promoting the Curve "S" physical and financial and other indicators to generate information regarding hours worked and expenses in Cost Center. The alignment of objectives, indicators and management targets consonant with the actions of 2 improvements that support of these activities process management plan. Using the BSC, the objective is to structure and systematize the processes of ODG, allowing the manager a macro view of its indicators. Finally we can say that this article helps the manager on the appropriateness of goals and better planning team. Keywords: balanced scorecard, strategy, management, planning 1 Introdução Atualmente, é consenso dizer que a globalização infere diretamente no processo evolutivo e tecnológico da humanidade. Principalmente nos últimos anos, verifica-se cada vez mais a aproximação das nações, seja por transações comerciais, internet ou outra ordem, as empresas vêm se deparando com esse ambiente extremamente competitivo, com isso torna-se cada vez mais necessário ter o controle da informação e total segurança para realizar a sua gestão. Em um ambiente como o atual, onde a excelência empresarial é exigida continuamente, o grande desafio do sistema de informação gerencial, em face da competitividade, está em fornecer informações corretas e oportunas para que os gestores possam tomar decisões acertadas é neste contexto que surge o Balanced Scorecard ou Painel de Desempenho Balanceado, como uma ferramenta organizacional que pode ser utilizada para gerenciar importantes processos como o estabelecimento de metas individuais e de equipe, remuneração, alocação de recursos, planejamento e orçamento, feedback e aprendizado estratégico. O BSC é uma ferramenta de gestão que auxilia as companhias a traduzir a estratégia em ações operacionais que direcionam o comportamento e o desempenho. Possui uma lista de objetivos estratégicos, cada um possui um indicador que serve para dizer se esses objetivos estão sendo atingidos ou não e coloca uma meta que é o valor que quer atingir para aquele objetivo. As empresas que pretendem obter maior competitividade no mercado estão buscando ferramentas que auxiliem na gestão organizacional de forma sustentável. Nessa nova forma de gerenciamento, destaca-se como instrumento da maior importância, a construção de uma estrutura de indicadores estratégicos que possua abrangência e coerência compatível com a nova era do conhecimento e que permite, sobretudo, considerar a importância crescente dos valores intangíveis diante dos tradicionais valores físicos. O presente artigo tem a finalidade de utilizar como base a ferramenta de Gestão Estratégica denominada Balanced Scorecard criada por Robert Kaplan e David P. Norton em 1990, modelando termos de gestão, auxiliando estrategicamente nos objetivos operacionais direcionando comportamento e desempenho. A proposta do estudo é adotar o Balanced Scorecard como balizador nos processos realizados pelo setor de Organização Desempenho e Gestão (ODG) do Cenpes. O acompanhamento destes indicadores, através de gráficos em curva “S”, ao encontrar um desvio, permitirá a tomada de uma ação corretiva e assim alinhar orçamento planejado com o orçamento realizado. Finalmente pode-se dizer que o modelo proposto auxilia o gestor na adequação das metas de desempenho e no plano de aprendizado da equipe. 3 2 Fundamentação Teórica 2.1 Modelo Contábil Tradicional Todos os novos programas, iniciativas e processos de gerenciamento de mudanças das empresas da era da informação estão sendo implantados num ambiente regido por relatórios financeiros trimestrais, e anuais. O processo de gestão através de relatórios financeiros continua vinculado a um modelo contábil desenvolvido há muito tempo para um ambiente de transações isoladas entre entidades independentes. O modelo mais aceito da contabilidade financeira ainda está sendo utilizado por empresas da era da informação, ao mesmo tempo em que tentam construir ativos e capacidades internas e criar relações e alianças estratégicas com entidades externas. (MANSUR, 2010) Segundo Santos (2006, p.32) o ideal é que o modelo da contabilidade financeira se ampliasse de modo a incorporar a avaliação dos ativos intangíveis e intelectuais de uma empresa, como produtos e serviços de alta qualidade, funcionários motivados e habilitados, processos internos eficientes e consistentes, e clientes satisfeitos e fiéis. Se os ativos e as capacidades intangíveis da empresa pudessem ser avaliados dentro do modelo de contabilidade financeira, as empresas que aumentassem esses ativos e capacidades poderiam comunicas as melhores aos funcionários, acionistas, credores e à comunidade. Por outro lado, quando as empresas esgotassem seus estoques de ativos intangíveis e capacidades, osefeitos negativos se refletiriam imediatamente na declaração de imposto de renda. Porém, realisticamente, a dificuldade de se atribuir um valor financeiro confiável a esses ativos, como os novos produtos em fase de pré-produção: processos inovadores; habilidades, motivação e flexibilidade dos funcionários; lealdade dos clientes; bancos de dados; e sistema, provavelmente impedirá que seja reconhecido algum dia nos balanços das empresas. Contudo, são esses os ativos e capacidades fundamentais para o sucesso no ambiente competitivo. (KAPLAN; NORTON, 2006) 2.2 Balanced Scorecard Durante a Era Industrial o sucesso das empresas era determinado pela maneira como se aproveitavam dos benefícios das economias de escala e do escopo. Durante esse período, sistemas de controle financeiro foram desenvolvidos com o intuito de facilitar e monitorar alocação eficiente de capital financeiro e físico. Nas últimas décadas do século XX o advento da Era da Informação tornou obsoleta muita das premissas fundamentais da concorrência industrial. (FREZATTI, 2009) As empresas não conseguem mais obter vantagens competitivas sustentáveis apenas com a rápida alocação de novas tecnologias a ativos físicos e com a excelência da gestão eficaz dos ativos e passivos financeiros. Kaplan e Norton (2006, P.9) ressaltam que as empresas estão baseadas em um novo conjunto de premissas operacionais: processos; ligação com clientes e fornecedores; segmentação de clientes; escala global; inovação e trabalhadores do conhecimento. Para a nova visão da criação de valor para as empresas, o desafio está no desempenho do gerenciamento do conhecimento, da adoção e implantação de estratégias alinhadas ao negócio e principalmente da sustentabilidade da gestão. Em função desta complexidade de ações, é que as empresas buscam sistemas gerenciais capazes de auxiliarem os gestores neste tipo de demanda. (RODRÍGUEZ, 2012) 4 Kaplan e Norton (2006, P.10) definiram inicialmente o BSC como um sistema de mensuração do desempenho e posteriormente, como um sistema de gestão estratégica, também é classificado como um sistema de suporte a decisão, pois pretende reunir os elementos-chave para poder acompanhar o cumprimento da estratégia. Esta definição recebe críticas, pois ele abrange mais do que a tomada de decisão, focando também a comunicação da estratégia e o feedback de seu cumprimento. O BSC estrutura a estratégia nas quatro perspectivas relacionadas ao negócio, de maneira que, cada perspectiva contemple objetivos, metas, indicadores e iniciativas. Através de uma relação de causa e efeito entre os objetivos estratégicos de suas perspectivas, o BSC visa de forma centralizada atingir à perspectiva financeira, criando valor para acionistas e clientes, (HERRERO, 2005). Figura 1 – Relação de causa e efeito Fonte: Kaplan e Norton (2006) A comunicação deve fluir através de um plano que: gere expectativa; busque o compromisso e a motivação dos empregados; leve o conhecimento da estratégia a todos os empregados e que seja um processo contínuo de não somente um projeto. Já na etapa de alinhamento dos objetivos dos colaboradores à estratégia, o objetivo é fazer com que haja alinhamento entre os objetivos individuais e os objetivos organizacionais (KAPLAN; NORTON, 2006). De acordo com Kaplan e Norton (2006), trata-se de buscar a contribuição da parte para o todo, garantindo consistência no conjunto de contribuições. A organização deve buscar aderência entre as responsabilidades de cada indivíduo na sua posição na estrutura organizacional e o que é requerido pelos desafios corporativos. O fundamental da convergência da parte para o todo, é despertar nos colaboradores o seu potencial de contribuição e a importância desta parcela com a estratégia da empresa, de modo a selar um compromisso a ser assumido com o futuro da organização da qual fazem parte. 5 A contribuição do empregado pode ser gerida pela organização através de um sistema de gestão de desempenho, o qual irá determinar suas metas pessoais e de equipe que irão compor a estratégia e desta forma poderão ser negociada e acompanhada neste processo. (GHEMAWAT, 2010) 2.3 Premissas do BSC como Sistema Gerencial Boa parte das empresas trabalha com sistemas de medida de desempenho que incorporam dados financeiros e não financeiros, com isso a ideia de utilizar o BSC deve-se ao fato das empresas usarem indicadores não financeiros para orientar melhorias localizadas na linha de frente e nas operações que envolvem contato com o cliente. Davenport (2007, p.6) indica que medidas financeiras agregadas são usadas pela alta administração como se pudessem sintetizar adequadamente os resultados das operações realizadas pelos funcionários de hierarquias mais baixas. Com isso pode-se entender que as medidas financeiras e não financeiras têm somente a finalidade de dar um retorno tático e possibilitar o controle de operações de curto prazo. 2.3.1 As Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard O BSC complementa as medidas financeiras do desempenho, segundo Kaplan e Norton (2007, p.44), seus objetivos são provenientes da visão e da estratégia da empresa, o foco do desempenho organizacional está compreendido sob quatro perspectivas: Financeira, trata do retorno sobre o investimento e o valor econômico agregado. Cliente, trata da satisfação, retenção, participação de mercado e participação de conta. Processos internos, trata da qualidade, tempo de resposta, custo e lançamento de novos produtos. Aprendizado e crescimento, trata da satisfação dos funcionários e disponibilidade dos sistemas de informação. Figura 2 – As quatro perspectivas do BSC Fonte: Kaplan e Norton (2006) 6 2.4 Gestão Estratégica Colocar a estratégia em prática é efetivar uma transformação, e comunicá-la é iniciar um processo de mudanças pretendidas, que deverá mobilizar as pessoas e grupos, que passam a serem percebidos como agentes do processo de mudança e não apenas objetos do processo. (GHEMAWAT, 2010) Criar a compreensão da estratégia no meio organizacional é ter certeza de que todos realmente compreendem a estratégia. Torna-se fundamental que os líderes sejam os precursores da comunicação da estratégia, demonstrando coerência entre o que é dito e o que é feito, e que coletivamente seja perceptível a congruência entre os discursos dos diversos segmentos da liderança. Ghemawat (2010, p.35) indica que a comunicação deve fluir através de um plano que: gere expectativa; busque o compromisso e a motivação dos empregados; leve o conhecimento da estratégia a todos os empregados e que seja um processo contínuo de não somente um projeto. Já na etapa de alinhamento dos objetivos dos colaboradores à estratégia, o objetivo é fazer com que haja alinhamento entre os objetivos individuais e os objetivos organizacionais (GHEMAWAT, 2010). Trata-se de buscar a contribuição da parte para o todo, garantindo consistência no conjunto de contribuições. A organização deve buscar aderência entre as responsabilidades de cada indivíduo na sua posição na estrutura organizacional e o que é requerido pelos desafios corporativos. O fundamental da convergência da parte para o todo, é despertar nos colaboradores o seu potencial de contribuição e a importância desta parcela com a estratégia da empresa, de modo a selar um compromisso a ser assumido com o futuro da organização da qual fazem parte. De acordo com Frezatti (2009, p.24) desenvolver tais instrumentos sem a preocupação de monitorar o ambiente de uma organização, desenvolve a consciência das suas oportunidades e ameaças e também oportunidades do surgimento dos pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, por meio desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deveráseguir para aproveitar as oportunidades evitando assim os riscos. A contribuição do empregado pode ser gerida pela organização através de um sistema de gestão de desempenho, o qual irá determinar suas metas pessoais e de equipe que irão compor a estratégia e desta forma poderão ser negociada e acompanhada neste processo. Segundo Mansur (2010, p.17), o sucesso do planejamento estratégico consiste no controle e avalição isto só é possível com a existência de ferramentas cujo resultado é seguro e confiável, como o BSC. Neste sentido a adequação Gerencial proporcionaria apoio necessário ao processo de planejamento como um todo. Com isso percebe-se que há uma ligação entre planejamento estratégico e o tático e para atender tal requisito os gestores devem possuir todas as informações como: premissas, plano de Marketing, plano de produção, suprimentos e estocagens, planos de recursos humanos, plano de investimentos e projeções contábeis. A definição de direcionadores de gestão trata do estabelecimento e revisão da Missão e Visão, mantendo o alinhamento constante com o Plano Estratégico da empresa. Com base nos direcionadores de gestão são formuladas as Estratégias que são desdobradas em iniciativas estratégicas. Cada iniciativa estratégica possui um gestor responsável pela sua condução e sua situação atual pode ser acompanhada através das informações disponibilizadas em um painel de desempenho. (FREZZATI, 2009) A figura três apresenta os elementos constantes do planejamento estratégico de uma empresa. O quanto uma entidade possa estar alinhada aos elementos é variável, 7 dependendo da visão de custo benefício que os gestores tenham do processo como um todo. Figura 3 – Elementos da visão de planejamento e controle do negócio Fonte: Frezatti (2009) 3 Materiais e Métodos O objetivo do trabalho é avaliar o Desempenho da Gerência em termos de atingimento dos Objetivos Estratégicos formulados no Desdobramento das Estratégias por meio do estudo de caso. Os dados utilizados foram obtidos através de pesquisas na intranet da Petrobras, local que divulga mensalmente seus resultados. O acesso é apenas para a força de trabalho e serve para medir o desempenho das gerências em relação ao desdobramento das metas em função do orçamento disponibilizado pelo governo para ser aplicado em P&D. O resultado deste trabalho proporcionará a estruturação da gestão da atividade da Gerência de forma sintetizada, através do mapa estratégico. Os objetivos, indicadores e metas estarão representados no BSC para auxiliar no alinhamento dos objetivos. Portanto o desdobramento dos objetivos da Gerência, em indicadores (descrição e fórmula), metas e iniciativas serão indicados como ações de melhoria, na avaliação do estudo de caso. 3.1 Contextualização Grande parte das métricas de desempenho está alinhada com a estratégia do negócio como os setores de Saúde, Recursos Humanos e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que está subdividida em: P&D em Geociências; P&D em Geoengenharia e Engenharia de Poço; 8 P&D Produção; Engenharia Básica de Exploração e Produção; P&D Abastecimento e Biocombustíveis P&D em Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável; Engenharia Básica de Abastecimento, Gás e Energia; Gestão Tecnológica A Visão da Gerência ODG é monitorar o sistema organizacional e estruturar o sistema de desempenho. Inicialmente é feito o mapeamento dos macroprocessos da gerência para ter uma visão geral dos processos e interfaces do setor. Neste momento é possível identificar os gargalos (processos intermediários anteriores que atrasam os processos posteriores) e ter a oportunidade de saná-los. O sistema de desempenho irá auxiliar as áreas a identificar seu papel e atribuição dentro da gerência, organizando através de indicadores (BSC), emitindo relatórios de análises e fazendo o desdobramento de metas para os funcionários, visando a melhoria da qualidade nos serviços prestados, conforme indicado na figura quatro. Figura 4 – Fluxo de desempenho ODG Fonte: http://sig.cenpes.petrobras.com.br/ (2014) 3.2 Situação Problema Para obter cada vez mais controle do que está sendo planejado e também, cada vez mais, justificar o que está sendo realizado, faz-se necessário uso das mais variadas ferramentas de acompanhamento, entre elas o BSC. O presente estudo pretende mostrar com o auxílio do uso da ferramenta de gestão do BSC, como é possível estruturar a gestão da atividade da ODG, de forma a garantir o alinhamento e a integração aos princípios estratégicos da Petrobras que visa determinar como o P&D agrega valor aos processos, encontrar indicadores de inovação e comparações aplicáveis, desenhar um sistema de causa e efeito das ações (sistema de desempenho), considerar os dados e informações mais relevantes, alcançar o nível do indivíduo e analisar os dados e informações de forma integrada. 9 4 Estudo de Caso Foi observado que existem processos e indicadores na atividade da ODG, metas de desempenho pessoal, porém, não há um alinhamento estratégico dos objetivos da ODG para a Petrobras. A estrutura de processos da ODG necessita de formatação e alinhamento estratégico com a Petrobras, para que possa servir como base para a gestão de desempenho individual e plano de capacitação da equipe. 4.1 Planejamento Após a avalição corporativa da qualidade, iniciou-se o plano de ação das oportunidades de melhoria da gestão. Tal plano de ação faz parte do ciclo de melhoria contínua que tem como fundamento a melhoria da gestão. Com isso, foi feito um levantamento dos macroprocessos do CENPES. Os macroprocessos são processos que envolvem mais de uma função na empresa e sua operação possui um impacto significativo nas demais áreas. Partindo deste pressuposto, foi feito um levantamento dos macroprocessos para enfim realizar o desdobramento das estratégias e das práticas de gestão, a Tabela um apresenta os principais macroprocessos mapeados pela gerência entre os quais está o denominado FTEC – Função Tecnologia que será objeto de estudo. Tabela 1 – Macroprocessos da ODG Macroprocesso Descrição Produtos Assessoria à Organização das Gerências Consultorias as gerências com foco em Organização Estudo de organizacional FTEC - Função Tecnologia Relação entre o Orçamento Planejado e o Orçamento Realizado Relatório final em Excel baseado em dados BSC Assessoria à Gestão das gerências Consultorias as gerências com foco em Gestão Estudo de gestão Análise e desenho dos processos Avaliar os processos com insumos de outras avaliações e elaborar desenhos e interfaces. Mapeamento de processos Identificação de interfaces Desempenho de Processo Análise e definição de indicadores dos processos críticos do CENPES Indicadores Metodologia de medição Sistemática de acompanhamento Treinamento e Desenvolvimento Elaboração e Acompanhamento do Plano de Desenvolvimento Individual Passagem do Bastão Comunicar o BSC Divulgação do novo mapa estratégico do CENPES para a força de trabalho Noticia disponibilizada ( portal, e-mail ….) Acompanhamento de Marcos Críticos Aprimorar a rotina de acompanhamento dos marcos críticos. Marcos críticos atualizados Realização de benchmarking Orientar a atuação das consultorias contratadas visando obter novas informações sobre avaliação de desempenho tecnológico. Informações relevantes obtidas de mercado Fonte: Autoria Própria 10 4.1 Desenvolvimento Com base no macroprocesso FTEC – Função Tecnologia, apresentado no quadro um, foi feito um estudo visando uma informação mais clara e defácil interpretação para os gestores, seguindo a orientação da diretoria, foi elaborado um relatório com os gráficos das curvas Orçamentárias - Planejado x Realizado. Utilizando as informações no sistema da intranet denominado Pan de Gastos, que possui todo planejamento orçamentário anual e os valores dos custos realizado, custos estes que são alimentados mensalmente, é extraída uma grande base de dados para ser usada na composição do relatório. O sistema fornece apenas uma grande em forma de tabela com os lançamentos, isso aumenta muito a resistência e torna difícil interpretação por parte dos gestores. Figura 5 – Base de Dados – Pan de Gastos Fonte: Sistema Pan de Gastos O Sistema Pan de Gastos permite a extração ou download dos dados diretamente para o Microsoft Office Excel. Desta forma, é feita uma análise e a respectiva validação dos dados e assim a base de dados pode ser formatada para gerar o gráfico. Tabela 2 – Base formatada do Pan de Gastos Gerência Geral OAI Descrição Carteira Descrição Projeto PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 PDEP 20LE P&D PT-149 E&P PT-149.60.10899 Fonte: Autoria Própria Utilizando as funções do Microsoft Excel é gerada uma tabela que busca as informações na base de dados e as convertem no indicador Gráfico ou Curva “S”, conforme indicado na Tabela três. 11 Tabela 3 – Base do Indicador Gráfico Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Planejado 45 84 304 1.594 1.640 1.680 3.326 3.366 3.581 3.772 3.812 3.851 Realizado 327 844 547 621 918 1762 2.559 2.700 2.706 3.154 3.154 3.301 Fonte: Autoria Própria A figura seis indica algumas das funções utilizadas, que podem ser usadas para gerar outros indicadores; Figura 6 – Base de Dados – Pan de Gastos Fonte: Autoria Própria Após realizar as etapas de consulta e extração da base no Sistema Pan de Gastos, formatação da base e criação da tabela para o gráfico, é gerado o gráfico com os valores orçamentários planejados em função do realizados. Figura 7 – Acompanhamento Orçamentário - Curva “S” (Visão Gerencial) Fonte: Autoria própria 4 Resultados O produto obtido através do BSC visa elucidar de uma forma mais simples a análise gerencial, uma vez, que por se tratar de um setor orçamentário o gestor constantemente precisa justificar seus desvios para a diretoria. O sistema Pan de Gastos gera uma base de 12 dados bastante híbrida e de difícil análise principalmente para quem não é do setor financeiro. Ao analisar o gráfico em curva “S”, sem precisar olhar nem um valor, apenas pelo comportamento do gráfico, é possível perceber se as curvas do orçamento Planejado em função do orçamento Realizado estão: iguais, convergentes ou divergentes. Além de uma interface mais amigável, a ideia é que o gestor possa analisar diversos dados em curva “S”, por exemplo: Gráfico com valor total da gerência, Gráfico com valor por Carteira (projetos agrupados). A figura oito indica a capa do relatório e cada botão em azul representa um relatório extraído do sistema Pan de Gastos. Figura 8 – Capa do Gráfico Orçamentário Fonte: Autoria Própria A figura nove é a curva “S” das Carteiras de Projetos, ou seja, cada projeto possui um determinado subgrupo e este grupamento é denominado carteira. Este relatório indica se o grupo está dentro do planejamento orçamentário. Figura 9 – Curva “S” por Carteira Fonte: Autoria Própria 13 A figura dez indica a Curva “S” por projeto, cada projeto possui um responsável direto pela sua realização orçamentária e reporta para o gestor da carteira, com esse gráfico o gestor da carteira pode visualizar o andamento ou até mesmo entender melhor quando questionar o responsável do projeto em relação a não realização ou “estouro” orçamentário. Figura 10 – Curva “S” por Projetos Fonte: Autoria Própria Com isso, ao invés de analisar inúmeras tabelas com valores em linha e ter que ficar fazendo cálculos ou comparando percentuais, os Gráficos em curva “S”, apresentam os possíveis desvios visualmente e de forma rápida dando assim mais tempo para o gestor detalhar os desvios e assim poder justificá-los. O relatório Orçamentário em Curva “S” foi desenvolvido de maneira sistêmica, podendo ser aplicado em várias gerencias. Com o uso de um tutorial, descrevendo detalhadamente os passos apresentados, ele pode ser criado e atualizado mensalmente. 5 Conclusão O estudo de caso apresentou um problema evidenciado pela falta de alinhamento específico dos processos da ODG, com os objetivos estratégicos da Petrobras. Em consequência disto o trabalho objetivou a estruturação do processo de análise financeira das Gerências, mediante o uso da ferramenta de suporte do Balanced Scorecard. Desta forma, através da criação do Gráfico Orçamentário ou Curva “S”, buscou-se demonstrar o alinhamento entre os objetivos estratégicos dos níveis gerenciais na gestão orçamentária. Em síntese, este foi o objeto do trabalho; a partir da estruturação dos processos no modelo de gestão do BSC, verificou-se o alinhamento dos objetivos das gerências e a partir daí, como a delimitação do estudo era voltada para a área da ODG, traçou-se um plano de processos visando à melhoria contínua, orientando as mudanças necessárias a serem feitas nos objetivos estratégicos, plano de metas e plano de capacitação. Outro produto bastante expressivo alcançado com a aplicação desta metodologia e vinculado ao que preconiza o BSC é a visualização do desempenho projetado para cada perspectiva do mapa estratégico, contribuindo desta forma com as gerências em aumento na disciplina orçamentária. 14 Referências bibliográficas DAVENPORT, Thomas H. 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