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Aços Inoxidáveis Austeníticos

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1 – Introdução: Aços Inoxidáveis
Aço inoxidável é o nome dado à família de aços resistentes à corrosão e ao calor contendo no mínimo 10,5% de cromo. Enquanto há uma variedade de aços carbono estrutural e de engenharia atendendo a diferentes requisitos de resistência mecânica, soldabilidade e tenacidade há também uma grande variedade de aços inoxidáveis com níveis progressivamente maiores de resistência à corrosão e resistência mecânica. Isso é resultado da adição controlada de elementos de liga, cada um deles originando atributos específicos com relação à resistência mecânica e possibilidade de resistir a diferentes meios ambientes. Os tipos de aço inoxidável podem ser classificados em cinco famílias básicas: ferritico, martensitico, austenítico, dúplex e endurecível por precipitação. 
– Aço Inoxidável Austenítico
Os aços inoxidáveis austeníticos são os maiores, em termos de número de ligas e de utilização. Como os ferríticos, os austeníticos não podem ser endurecidos por tratamento térmico, tendo o nível de teor de carbono restrito, mas as adições principalmente de níquel muda a estrutura em temperatura ambiente para arranjo atômico cúbico de face centrado que é também não magnético (ou seja, tem uma baixa permeabilidade magnética). 
Esses aços são ligas à base de ferro, cromo (16-30%) e níquel (8-35%) predominantemente austeníticas após tratamento térmico adequado. O níquel melhora consideravelmente a resistência à corrosão e a resistência à oxidação a altas temperaturas, já que, na maioria dos reagentes, o níquel é mais nobre que o ferro e, além disso, forma uma camada de óxido que protege o aço espontaneamente. A restauração dessa película inerte protetora, caso tenha sido retirada, ocorre muito mais rápida em um aço inoxidável ao Cr-Ni que em um aço inoxidável somente ao cromo.
O molibdênio é adicionado em alguns dos aços austeníticos para aumentar sua resistência aos mecanismos de corrosão localizados tais como corrosão galvânica e por pite ou alveolar.
– Encruamento nos aços inox austeníticos
As propriedades mecânicas desses aços dependem essencialmente da condição do material (recozido ou encruado), da forma do produto acabado ou semiacabado (barras, fios, tiras, chapas etc.) e da composição química. Como esses aços não são endurecíveis por tratamento térmico de têmpera, o aumento da dureza e da resistência mecânica só pode ser obtido por encruamento.
Dependendo do teor de níquel os aços austeníticos respondem a trabalho a frio com aumento da resistência mecânica, podendo ser utilizado em operações severas de conformação, evitando ruptura prematura e trinca. 
Quando encruados, sua dureza aumenta bem mais do que aumentaria em outros aços submetidos à mesma deformação. Nota-se nesses aços que, à medida que o teor de níquel aumenta, o efeito do encruamento torna-se menos acentuado.
– Exemplos de aços inox austeníticos
301 e 302 – são os aços inoxidáveis austeníticos mais populares; são facilmente trabalhados e são empregados em ornamentação, utensílios domésticos, fins estruturais, equipamento para as indústrias química, naval, de fabricação de alimentos, de transporte etc.; 
302 B – devido à presença de silício, possui melhor resistência à formação de casca de óxido a temperaturas mais elevadas, sendo normalmente empregado em peças de fornos; 
303 – geralmente é empregado na fabricação de eixos, parafusos, porcas, peças de carburador, buchas, válvulas etc.; 
304 – este tipo é menos suscetível à corrosão intercristalina, por apresentar baixo teor de carbono; é utilizado em equipamentos para processamento de alimentos e recipientes criogênicos;
308 – maior resistência à corrosão que o 18-8 (Cr-Ni); é aplicado em fornos industriais e em eletrodos de solda. 
309 – apresenta boa resistência mecânica e à oxidação a altas temperaturas. É aplicado a equipamentos da indústria química, peças de fornos, estufas, peças de bombas etc.; 
309 S – devido ao baixo teor de carbono permite a soldagem com menor risco de corrosão intercristalina; 
310 – possui boa estabilidade à temperatura de soldagem, sendo, portanto, aplicado a eletrodos de solda, equipamentos para indústria química, peças de fornos e estufas. Resiste à oxidação até temperaturas de 1050ºC ou 1100ºC; 
316 – é bastante resistente à corrosão química, então é utilizado em equipamentos para indústria química; 
317 – possui resistência à corrosão ainda melhor que o 316; esse tipo de aço também se aplica a equipamentos para indústria química; 
321 e 347 – tipos 18-8 estabilizados contra corrosão intercristalina a temperaturas elevadas, dessa forma, aplicam-se quando se exige soldagem, como vasos de pressão, juntas de expansão etc.;
 201 e 202 – apresentam resistência à corrosão inferior à dos tipos ao Cr-Ni, porém, geralmente apresentam melhor resistência mecânica a temperaturas elevadas; 
304 N e 316 N – devido à presença de nitrogênio, possuem melhores limites de escoamento e ainda são bastante resistentes à corrosão, resultando em suas aplicações a estruturas como aparelhos de pressão na indústria química.
– Conclusão
1.5 - Referências Bibliográficas
Coletânea de informações técnicas – Aço Inoxidável. Disponível em: <http://www.abinox.org.br/upfiles/arquivos/biblioteca/tipos-de-acos-inoxidaveis.pdf> 
Aços Inoxidáveis. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAvb4AH/acos-inoxidaveis?part=2> 
CHIAVERI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos.
CARBÓ, Héctor. Aços Inoxidáveis: Aplicações e Especificações. Disponível em: <http://www.aperam.com/brazil/port/produtos_servicos/sucroalcooleiro/pdfs/apostila_tecnica.pdf>

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