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© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. | www.solarize.com.br 
R. Paschoal Carlos Magno, 57 20240-290 Rio de Janeiro RJ | contato@solarize.com.br | CNPJ 28.150.768/0001-60 
 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. - Todos direitos reservados 
 
A convite da revista O Setor Elétrico começamos 
em janeiro de 2019 a publicar um manual sobre 
energia solar. Ele tem como objetivo ensinar as 
etapas para projetar um sistema fotovoltaico 
conectado à rede (SFCR), como é apresentado de 
forma mais completa dentro dos nossos cursos 
para projetistas. 
O manual está disponível gratuitamente no site 
www.solarize.com.br, junto com farto material 
adicional. A presente edição foi revisada em julho 
de 2024. 
1. Aproveitamento da energia solar 
No primeiro capítulo apresentaremos as 
diferentes formas de aproveitamento da energia 
solar. Delas, a geração distribuída com sistemas 
fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) é 
escolhido como foco do manual. 
Explicamos ainda como este tipo de sistema se 
comporta dentro da rede predial. 
 
2. O Projeto 
A elaboração do projeto técnico-comercial do 
SFCR começa com o levantamento de dados, 
passa pelo projeto técnicos e é concluído no 
cálculo do retorno financeiro. O capítulo dois 
abre a visão dessa sequência. 
Em todas as etapas é importante ponderar 
critérios técnicos, legais e estéticos para alcançar 
objetivos concorrentes. 
3. Módulos 
No terceiro capítulo abordamos a tecnologia 
fotovoltaica, que transforma a luz em energia, e 
as características elétricas e físicas dos módulos 
fotovoltaicos. 
A resposta das células fotovoltaicas à oscilação 
das condições climáticas também é explicada. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
 EDIÇÃO 2024 
 
 
Autor: Hans Rauschmayer, 
reconhecido especialista em 
energia solar e sócio-gerente da 
empresa Solarize Treinamentos 
Profissionais Ltda. 
https://manual.solarize.com.br/
http://www.solarize.com.br/
 MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 2 
4. Inversores 
 
O inversor é o componente que recebe a energia 
gerada pelos módulos e a transforma para que 
possa ser injetada na rede elétrica. 
O capítulo explica o funcionamento com 
características elétricas e aborda assuntos como 
instalação, monitoramento e o uso de baterias. 
5. Configuração do Arranjo 
Fotovoltaico com o Inversor 
O coração do projeto fotovoltaico é o 
dimensionamento adequado de módulos com o 
respectivo inversor. Vários critérios elétricos 
devem ser respeitados, que dependem, inclusive, 
das condições climáticas no local da instalação. 
Este capítulo inclui uma planilha, disponibilizada 
gratuitamente no site manual.solarize.com.br. 
6. Sombreamento e outras Formas 
de Descasamento 
Descasamento (inglês “mismatch”) ocorre 
quando as características elétricas de módulos 
interconectados não são iguais. 
Como não é sempre possível evitar o 
descasamento, precisamos aprender como viver 
com ele. É disso que trata o capítulo seis. 
7. Projeto Elétrico 
 
O projeto elétrico é dividido em duas partes: o 
lado da corrente contínua, entre módulos e 
inversores, e o lado da corrente alternada, na 
conexão do inversor à rede predial e da 
concessionária. 
O capítulo sete aborda as diferentes proteções 
necessárias, o cálculo do cabeamento e a 
inserção do projeto na instalação predial. 
8. Fixação dos Módulos na Estrutura 
de Base 
A estrutura de base para cada instalação deve ser 
escolhida com cuidado, para evitar infiltração e 
assegurar segurança e durabilidade da instalação. 
Aprende os princípios disso neste capítulo. 
9. Instalação Segura e 
Comissionamento 
Depois de termos estudado, nos capítulos 
anteriores, os conceitos do projeto de um sistema 
http://www.solarize.com.br/
http://manual.solarize.com.br/
 MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 3 
solar conectado à rede, entraremos agora na 
parte prática. 
A execução da instalação requer cuidados que 
são desconhecidos à maioria dos eletricistas, e 
que são importantes para prevenir acidentes ou 
incêndios. 
Explicaremos ainda como se faz o 
comissionamento do sistema na hora da entrega. 
10. Dimensionamento e 
Compensação da Energia Gerada 
O dimensionamento do sistema fotovoltaico é 
regido pela legislação que define como a energia 
gerada pode ser compensada em diferentes 
constelações. 
Explicaremos as linhas gerais do marco legal 
brasileiro com princípios do cálculo do retorno 
financeiro. 
11. Softwares de Planejamento e 
Simulação para Projetos 
Fotovoltaicos 
Softwares são fundamentais para elaborar um 
projeto tecnicamente impecável e para calcular o 
retorno financeiro com segurança. 
Afinal de contas, é preciso modelar a situação em 
3D para poder calcular o sombreamento. Outras 
perdas no sistema dependem de detalhes 
técnicos do equipamento além da realidade 
climática do local da instalação. 
No capítulo 11 apresentaremos as demandas 
para um software profissional e comparamos 
alguns produtos oferecidos no Brasil 
12. Legalização de Projetos 
Sistemas conectados à rede precisam ser 
legalizados junto à concessionária. O capítulo 12 
trata dessa etapa do projeto. 
13. Tendências do Mercado 
A energia solar entrou na realidade brasileira para 
valer em 2012, intitulada e “energia do futuro”. 
No ano seguinte conectamos nosso sistema à 
rede, sendo o primeiro do Rio de Janeiro. Viramos 
manchete, explicando a tecnologia a um público 
descrente. 
Agora, em 2024, uma parte significativa já 
conhece “placas solares” ou recebe sua energia 
limpa e barata. Muitos desejam o mesmo, 
aguardando condições de financiamento 
adequadas. 
Para fechar o manual, vamos apontar as 
tendências do mercado que devem marcar os 
próximos anos. 
 
Desejamos uma ótima leitura! 
http://www.solarize.com.br/
 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. | www.solarize.com.br 
R. Paschoal Carlos Magno, 57 20240-290 Rio de Janeiro RJ | contato@solarize.com.br | CNPJ 28.150.768/0001-60 
 
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1. Aproveitamento da energia 
solar 
Existem, basicamente, duas formas de se 
aproveitar a energia solar (fig. 1): aquecimento 
solar e energia fotovoltaica. O aquecimento solar 
aproveita a energia térmica em que se transforma 
a irradiação solar quando atinge um corpo. 
O corpo pode ser um coletor solar, onde o calor 
do sol é transferido para a água que percorre o 
coletor e encaminhada para o reservatório. O uso 
final é água quente para tomar banho, para uso 
em cozinhas ou em processos industriais. 
Aquecimento de ar é outra tecnologia simples e 
empregada em regiões com clima moderado, mas 
nunca ganhou grande escala. 
Resfriamento solar transforma o calor em frio, 
usando máquinas de gelo. Como é uma 
tecnologia bem mais complexa do que a 
combinação de energia fotovoltaica com 
aparelhos de ar condicionado comuns, ela perdeu 
viabilidade na medida que os painéis 
fotovoltaicos caíram de preço. 
Usinas termossolares concentram a irradiação 
mediante espelhos para aquecer um fluído e 
gerar energia numa turbina. A vantagem é o 
armazenamento da energia térmica por algumas 
horas após o pôr do sol e a consequente 
continuação de geração de eletricidade além da 
presença do sol. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
1 – APROVEITAMENTO DA ENERGIA SOLAR 
Figura 1: Formas de aproveitar a energia solar 
Arranjo fotovoltaico na residência do autor, potência: 4,1 
kWp, primeiro SFCR do Rio de Janeiro 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
1 – APROVEITAMENTO DA ENERGIA SOLAR 
 
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2. Tipos de sistemas 
fotovoltaicos 
Podemos dividir os sistemas fotovoltaicos em três 
grupos (fig. 2). O primeiro é representado por 
bombas solares, única aplicação onde os módulos 
fotovoltaicos são conectados diretamentepor baixo da 
instalação. 
 
Deseja aprender mais? 
Ensinamos a prática no curso de instalador, 
totalmente mão na massa: 
instalador.solarize.com.br 
http://www.solarize.com.br/
http://instalador.solarize.com.br/
 
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1. Introdução 
Figura 1: A sequência correta da montagem com medições 
assegura segurança e qualidade da instalação 
Depois de termos estudado, nos capítulos 
anteriores, os conceitos do projeto de um sistema 
solar conectado à rede, entraremos agora na 
parte prática. 
Há diversas características associadas à 
segurança e à qualidade que fogem do 
conhecimento dos eletricistas prediais e exigem 
cuidados especiais: a sequência da montagem do 
sistema e as medições durante instalação e 
manutenção asseguram a segurança da equipe e 
preservam o local da instalação. 
Em seguida introduziremos algumas medições 
obrigatórias para o comissionamento do sistema. 
2. Perigos específicos de 
sistemas fotovoltaicos 
Eletricistas prediais estão acostumados com 
instalações em corrente alternada, dotados de 
um disjuntor que permite desenergizar o circuito 
inteiro a partir de um ponto único. 
No sistema fotovoltaico, a energia vem de duas 
fontes: 
• Da rede predial em corrente alternada, 
protegida por um disjuntor; 
• Dos módulos que fornecem tensão 
sempre que recebem irradiação, 
energizando assim o circuito em corrente 
contínua. 
Como está fora do nosso alcance desligar o sol, 
devemos aprender a trabalhar com um circuito 
energizado sem colocar nossa vida e a integridade 
do prédio em risco. 
A equipe deve ser treinada também na norma 
regulatória NR-10, que trata da segurança em 
instalações elétricas; 
2.1. O arco voltaico 
Figura 2: O arco voltaico atravessa o ar. Com corrente 
contínua, ele apaga somente com o afastamento dos polos 
ou com dispositivos construídos para este fim. 
Ao abrir um circuito sob carga, isto é, com 
passagem de corrente, ocorre um arco voltaico: a 
corrente consegue ultrapassar o ar (figura 2). Em 
corrente alternada, o arco é rapidamente 
apagado quando a tensão é zerada, o que ocorre 
120 vezes ao segundo considerando a frequência 
de rede de 60 Hz. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
9 – INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
9 – INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 2 
Em corrente contínua, o arco fica estável até que 
os polos sejam afastados o suficiente para 
interromper a corrente ou ao acionar um 
dispositivo construído para este fim, como um 
disjuntor de corrente contínua. 
O arco danifica os contatos de ambos os lados, 
coloca em risco a saúde e a vida dos técnicos e 
pode causar um incêndio no local onde ocorre. 
Assista ao seguinte vídeo que demonstra o efeito 
e não deixe de apresentá-lo a todos os técnicos 
envolvidos na instalação ou manutenção! Em 
sistemas fotovoltaicos, trabalhamos com tensões 
superiores à do vídeo, chegando até 1.000 V em 
instalações pequenas e 1.500 V em usinas. 
2.2. Carga em c.c. e sua interrupção 
A carga no circuito em c.c. ocorre em diferentes 
situações: 
1. Funcionamento normal: o inversor 
recebe a energia em c.c. e a injeta no 
circuito em c.a.; 
2. Conexão errada: um dos strings está com 
polaridade invertida; 
3. Diferença de potencial por defeito: um 
módulo está com defeito, da forma que o 
string ao qual pertence produz uma 
tensão inferior aos outros strings; 
4. Diferença de potencial por erro de 
projeto ou execução: um string contém 
menos módulos do que o outro 
conectado em paralelo; 
5. Falha de isolamento em algum ponto do 
circuito (incluindo curto circuito em DPS 
defeituoso). 
O desligamento correto do sistema solar começa 
com o disjuntor em c.a., o que leva o inversor a 
abrir o circuito primário. 
O dispositivo interruptor-seccionador isola o 
inversor do circuito c.c., mas não abre a conexão 
paralela entre strings: a carga nas situações 2 a 5 
acima somente desaparecem ao cair da noite! 
É imprescindível verificar a ausência da corrente 
antes de abrir qualquer conexão em corrente 
contínua (fig. 3), seja conector MC4, conexão por 
parafuso ou remoção de um dispositivo (fusível, 
DPS)! Na dúvida, aguarde a noite! 
Como seria um procedimento seguro para a 
instalação do sistema solar? Durante a instalação 
devemos prevenir as situações de falha, e 
durante a manutenção precisamos detectá-las a 
fim de evitar acidentes. 
Figura 3: Exemplos de pontos do circuito onde pode ocorrer um arco voltaico 
http://www.solarize.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=hy5Xj6C32PI
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
9 – INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 3 
3. Procedimento seguro da 
instalação 
A instalação física e elétrica do sistema solar é 
dividida em três partes, que podem ser 
executadas simultaneamente: 
• Circuito do string: a montagem dos 
módulos e a interligação dos mesmos; 
• Circuito da caixa de junção: do cabo do 
string até o inversor; 
• O circuito em corrente alternada, do 
inversor até o quadro de distribuição: a 
montagem deste circuito é bem 
conhecida e segue as regras normais; 
3.1. Montagem do circuito do string 
O circuito do string é conectado em simultâneo à 
montagem dos módulos: 
• O conector positivo de cada módulo é 
ligado ao negativo do módulo adjacente; 
• O cabo do retorno acompanha os de 
interligação, para reduzir eventuais 
surtos (veja capítulo 7); 
• O fio de equipotencialização (terra) 
também é conectado durante a 
montagem. A continuidade da mesma 
deve ser verificada durante a instalação. 
É importante deixar o conector de saída do string 
aberto para manter o cabo desenergizado que 
segue até a caixa de junção. Este conector deve 
ser de fácil acesso para concluir a instalação e 
para permitir abertura em casos de manutenção. 
 
Figura 4: Divisão do circuito durante a instalação 
Figura 5: Durante a montagem dos módulos, o circuito do string é conectado, deixando apenas o último conector aberto 
http://www.solarize.com.br/
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
9 – INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 4 
3.2. Montagem do circuito da caixa 
de junção (string box) 
O circuito da caixa de junção, que começa com o 
fio descendo dos módulos e vai até o inversor, é 
montado em simultâneo com o circuito do string. 
Os fusíveis são removidos, evitando assim o 
paralelismo entre os strings, e o dispositivo 
interruptor-seccionador é aberto. 
3.3. Fechamento do último conector 
dos strings 
Depois de montar os três circuitos podemos 
então fechar o conector de saída de cada string e 
assim energizar o circuito da caixa de junção até 
a entrada dos porta-fusíveis. 
3.4. Verificação da polaridade 
O primeiro passo na verificação elétrica é a 
medição da polaridade, já que a polaridade 
invertida de apenas um dos strings causa um 
curto circuito com os outros conectados em 
paralelo e poderá ser aberto somente à noite. 
Técnicos sem prática de medição em c.c. devem 
ser bem treinados no uso correto do multímetro 
e no padrão de cores dos fios. 
3.5. Verificar a tensão do string em 
circuito aberto 
A tensão produzida por cada string é medida em 
simultâneo com a polaridade. Ela indica se o 
número correto de módulos foi efetivamente 
conectado, e se os strings são homogêneos entre 
si. 
Exemplo: 
• A ficha técnica do módulo informa a 
tensão nominal de circuito aberto UOC, 
módulo = 35 V – lembrando que ela é 
medida a 25 °C (condições STC, capítulo 
3); 
• A medição da tensão do string fornece 
UOC, string = 200 V; 
• O projeto elétricodo sistema 
solar baseado na regulamentação brasileira. 
No nosso país, o princípio da compensação da 
energia gerada na Geração Distribuída é a 
compensação da energia consumida. Não há 
venda da energia à concessionária. 
Esse regime, junto com a aplicação de taxas 
mínimas, determina o dimensionamento ideal de 
uma planta fotovoltaica para um determinado 
cliente, da forma apresentada no capítulo 2 e 
detalhada em seguida. 
2. O Marco Legal da Geração 
Distribuída 14.300/2022 
Em 7 de janeiro de 2022, foi promulgado a lei 
14.300, chamada o Marco Legal da Geração 
Distribuída, e que substituiu a REN ANEEL 
482/2012, normativa até então válida. 
Em seguida, a Agência Nacional de Energia 
Elétrica ANEEL adaptou sua resolução REN Aneel 
1000/2021, que define as “regras de prestação de 
serviço para distribuição de energia elétrica”. 
Tanto a lei quanto a resolução estão em 
constante evolução, buscando tornar as regras 
mais claras e incluindo novas tecnologias. 
 
 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
 
Figura 1: Ilustração de algumas formas de compensação da energia. 
Fonte: Guia de Constituição de Cooperativas de Geração Distribuída Fotovoltaica, OCB 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 2 
2.1. Princípios 
Os princípios básicos são os seguintes: 
• A energia gerada, inicialmente, abate o 
consumo da própria unidade; 
• A energia excedente é injetada na rede 
da concessionária e considerada 
emprestada à distribuidora. Em outro 
horário, ela é devolvida ao cliente e 
compensa consumo; 
• O faturamento mensal apura a energia 
consumida e injetada: a diferença 
positiva é cobrada; 
• Além disso, há cobrança da Taxa de Uso 
do Sistema de Distribuição (TUSD Fio B) 
referente à energia compensada; 
• O excedente mensal gera crédito que 
pode ser abatido em um dos meses 
subsequentes; 
• Os créditos podem ser transferidos para 
outras contas vinculadas; 
• Outras cobranças na conta de energia, 
como o custo de disponibilidade ou da 
demanda contratada, não são 
modificadas. 
3. Faturamento do consumidor 
grupo B 
Figura 2: Exemplo de fluxo de energia em um determinado 
mês com montantes faturados 
O grupo B reúne consumidores que recebem a 
energia em baixa tensão, por exemplo residências 
e pequenas empresas. Eles pagam uma tarifa 
única ao longo do dia (com exceção da Tarifa 
Branca, que é opcional e desvantajosa no caso da 
geração solar) e são faturados pelo consumo 
mensal. 
Para compreender como funciona o faturamento, 
vamos usar o exemplo da figura 2, que apresenta 
o fluxo de energia ao longo de um mês: 
• Neste mês, o sistema fotovoltaico gerou 
300 kWh; 
• Desta energia, 180 kWh foram 
consumidas por aparelhos ligados 
simultaneamente, o chamado 
“autoconsumo”; 
• O restante da energia gerada, 120 kWh, 
foi injetada na rede da concessionária; 
• O consumo total dos aparelhos elétricos 
nesta unidade somou 500 kWh; 
• Deste consumo, 180 kWh foram 
fornecidos pelo sistema solar e o 
restante, 320 kWh, vieram da rede da 
concessionária (consumo bruto da rede); 
• A concessionária recebeu da unidade 120 
kWh em energia injetada e a devolveu em 
outro horário. Ela precisou, portanto, 
comprar 200 kWh de outras usinas para 
completar o fornecimento (consumo 
líquido da rede). Este montante é 
faturado, aplicando a tarifa de consumo; 
• A energia que compensa o consumo, 
neste mês, é igual à energia injetada, 120 
kWh. Sobre este montante é faturado a 
Taxa de Uso do Sistema de Distribuição 
(TUSD Fio B); 
• Caso houvesse crédito acumulado de 
meses anteriores, então estes seriam 
aproveitados para compensar o 
consumo, mediante faturamento da 
TUSD Fio B. 
Precisamos de três leituras para estabelecer 
todos os números do fluxo de energia: 
• A leitura do medidor de consumo; 
• A leitura do medidor de injeção; 
• A leitura do inversor. 
É importante que o proprietário do sistema 
compreenda esta lógica. Em especial, ele deve 
estar ciente que a conta de energia apresenta 
apenas parte das informações. 
http://www.solarize.com.br/
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
© Solarize Treinamentos Profissionais Ltda. www.solarize.com.br Página 3 
3.1. A fase de transição da lei 14.300 
A lei 14.300/2022 introduziu como novidade a 
cobrança da TUSD Fio B. Para que essa cobrança 
não ocorresse de um dia para outro, 
inviabilizando o setor fotovoltaico, definiu-se 
uma fase de transição, durante a qual a cobrança 
aumenta a cada ano: 
Ano Cobrança 
2023 15% da TUSDg 
2024 30% da TUSDg 
2025 45% da TUSDg 
2026 60% da TUSDg 
2027 75% da TUSDg 
2028 90% da TUSDg 
2029 Valor “encontro das contas” 
Tabela 1: Cobrança do TUSD Fio B durante a fase de 
transição 
O percentual apresentado na tabela 1 é válido 
para solicitações de conexão desde 08/07/2023. 
A cobrança a ser aplicada a partir de 2029 será 
definida por uma comissão que deve reunir num 
cálculo benefícios e custos que a geração 
distribuída traz para o sistema energético do 
Brasil, levando ao “encontro de contas”. 
Conforme a lei, esse cálculo já deveria ter sido 
publicado até julho de 2023. 
3.2. O custo de disponibilidade 
Em meses com consumo muito baixo é cobrada 
uma taxa mínima, chamada “Custo de 
Disponibilidade”, no valor de 
• 30 kWh para ligações monofásicas; 
• 50 kWh para ligações bifásicas; 
• 100 kWh para ligações trifásicas. 
Esta taxa é aplicada para todos os consumidores 
do grupo B, independentemente de haver uma 
geração solar no local ou não. Com isso fica 
impossível zerar a conta com energia solar. 
A compensação da energia injetada ou do crédito 
acumulado é limitada pelo valor do Custo de 
Disponibilidade. 
4. Dimensionar o sistema solar 
para um consumidor do grupo B 
4.1. Analisar a conta do cliente 
A tarefa do projetista consiste em dimensionar o 
sistema fotovoltaico de forma adequada para 
cada cliente. 
Usamos o histórico de consumo ao longo dos 
últimos 12 meses, impresso na conta como base 
de cálculo, e formamos a média destes valores. 
4.2. Estipular a meta de geração 
Quanta energia deve ser gerada pelo futuro 
sistema solar? Via de regra, usamos o histórico 
como previsão para o futuro. 
No entanto é importante corrigir a média mensal 
pela expectativa de aumento do consumo: é 
frequente que o cliente seja mais generoso no 
consumo a partir da instalação do sistema solar – 
um aumento de 10% a 15% é comum. Mas ele 
pode também prever mudanças de hábito que 
reduzam o consumo de energia. 
Recomendável é aproveitar o momento para 
efetuar medidas de eficiência energética, antes 
do dimensionamento do sistema e analisar 
tecnologias complementares, como aquecimento 
solar para banho. 
Em unidades novas, sem histórico, deve-se 
estimar o futuro consumo a partir de unidades 
similares ou outros métodos da engenharia 
elétrica. 
 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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4.3. Estipular a potência do sistema 
ideal 
A irradiação varia entre as regiões do nosso país 
e com isso a potência do sistema fotovoltaico 
necessária para gerar a energia desejada. 
Vamos chamar de geração típica o fator usado 
para calcular essa potência. 
Exemplo: 
• Meta de geração: 600 kWh / mês 
• Rendimento típico: 120 kWh / mês kWp 
• Potência do sistema = 600 / 120 = 5 kWp 
O valor do rendimento típico pode ser obtido 
mediante simulação de um sistema padrão de 
1kWp usando software fotovoltaico. Com um 
pouco de prática, o projetista já conhece o valor 
para a região da sua atuação. 
4.4. Projetar o sistema fotovoltaico 
Agora chegou a hora de projetar o sistema real, 
ocupando parte da cobertura ou do terreno do 
cliente, comocontra superaquecimento e contra uma 
potência de entrada excessiva. Nestes 
casos, o inversor reduz sua potência de 
saída; 
• Ele ainda supervisiona o circuito da 
entrada em relação à resistência de 
isolamento entre os polos e a terra. Em 
casos de falhas, ele se desliga e dispara 
um alarme; 
• O mesmo ocorre em casos de passagem 
de corrente contínua para a rede de 
corrente alternada (para inversores sem 
transformador interno, o tipo comum); 
• A partir de 2024 passa a ser obrigatória 
uma proteção contra arcos voltaicos 
(AFCI). Ela detecta de forma eletrônica 
arcos e abre o circuito em c.c.. 
 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
Figura 1: O diagrama elétrico do sistema fotovoltaico conectado à rede 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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1.2. Funções opcionais 
Algumas funções são opcionais e incluídas 
conforme decisão do fabricante do inversor: 
• O monitoramento envia os dados de 
produção via internet para o servidor do 
fabricante. 
• Alguns inversores permitem conexão de 
sensores de irradiância, de temperatura 
ou medidores de energia com fins de 
enriquecer o monitoramento; 
• O inversor pode conter componentes 
elétricos como seccionadores, fusíveis ou 
dispositivos de proteção contra surtos. 
Estes componentes, alternativamente, 
seriam colocados em caixas separadas. 
1.3. Tipologias de Inversores 
Há diferentes tipologias de inversores a respeito 
do melhor aproveitamento de cada módulo: 
inversores com várias entradas (multi-MPPT), 
micro inversores e inversores com otimizadores 
de potência. Estes conceitos serão abordados no 
capítulo 6, após discutir a conexão entre módulos 
e inversores e questões de sombreamento. 
1.4. Normas para Inversores 
As características da conexão com a rede elétrica 
de distribuição foram definidas na norma ABNT 
NBR 16149:2013, e foram incluídas também nos 
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica 
no Sistema Elétrico Nacional PRODIST Módulo 3 
e nas normas da maioria das concessionárias. A 
respectiva norma internacional é a 
IEC62109:2011. 
2. As Características Elétricas 
2.1. As Características da Entrada 
em c.c. 
A entrada do inversor recebe a energia gerada 
pelo arranjo fotovoltaico, em c.c., que é 
especificada pelas seguintes características: 
• Potência nominal Pnom e potência máxima 
Pmax 
• Corrente máxima Imax 
• Tensão máxima Vmax 
• Faixa de tensão permitida em operação: 
VPMP min e VPMP max 
• Tensão mínima para início do trabalho 
Vstart 
O arranjo fotovoltaico, que consiste numa 
conexão série-paralela de módulos, deve ser 
configurado da forma que não passe das 
características acima. Como isso é calculado 
aprenderemos no próximo capítulo. 
2.2. As Características da Saída em 
c.a. 
A saída em corrente alternada é caracterizada 
pelas seguintes grandezas: 
• Potência nominal Pnom (igual à potência 
nominal de entrada) e potência máxima 
Pmax 
• Corrente máxima Imax 
• Tensão nominal e faixa de tensão 
• Quantidade de fases 
• Frequência nominal e faixa permitida 
A maioria dos inversores de baixa potência (até 
cerca de 5 kW) é oferecida com saída em 220 V 
monofásica. Estes inversores são conectados 
entre fase e neutro ou entre fase e fase, 
dependendo da tensão da rede local. Há poucos 
produtos com saída em 127 V. 
Figura 2: Instalação do inversor marca SMA durante o curso 
da Solarize 
http://www.solarize.com.br/
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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Verifique com os fabricantes quais inversores se 
adaptam a redes menos comuns no Brasil, com 
tensão em 115 V, 120 V, 208 V, 230 V e 254 V. 
Os inversores maiores apresentam saída trifásica 
com tensões variadas. Detalharemos este 
assunto no capítulo sobre a conexão elétrica. 
2.3. A Proteção de Anti-Ilhamento 
Figura 3: Comportamento do inversor sob variações da 
frequência da rede. Fonte: NBR 16149 
Inversores conectados à rede não devem 
trabalhar de forma ilhada, por duas razões: 
1. Eles fornecem a cada instante a potência 
recebida, que oscila em decorrência das 
condições climáticas (ex. passagem de 
nuvens), sem poder garantir a potência 
suficiente para o funcionamento de 
qualquer carga; 
2. A injeção de energia na rede desligada 
poderia expor ao risco de choque algum 
técnico que esteja fazendo manutenção 
da rede. 
O inversor deve operar normalmente na faixa de 
80% ... 110% da tensão nominal da rede e desligar 
quando a tensão sair disso. A faixa permitida da 
frequência vai de 57,5 Hz até 62 Hz, sendo que o 
inversor deve reduzir a potência gradativamente 
acima de 60,5 Hz conforme gráfico da fig. 3. 
Após um desligamento por falhas na rede, o 
inversor volta a operar automaticamente sem 
intervenção manual, da mesma forma que ele 
“acorda” toda manhã com a primeira claridade. O 
tempo de religamento é definido pela 
concessionária local e publicada na norma dela e 
varia de 30 a 300 segundos. 
Somente inversores com bateria conseguem 
trabalhar de forma ilhada – veja capítulo 12. 
2.4. A Eficiência do inversor 
Figura 4: Curva de eficiência de um inversor no software 
PV*SOL 
A eficiência do inversor é a relação entre a 
energia injetada na saída e a energia recebida na 
entrada. Ela depende das condições elétricas a 
cada instante (veja fig. 4). 
Além da eficiência máxima, a ficha técnica do 
inversor apresenta a “eficiência europeia”, um 
valor ponderado sobre a eficiência em diferentes 
faixas da potência do inversor que serve para 
comparar diferentes produtos. 
A eficiência efetiva pode ser estipulada usando 
programas que simulam o sistema fotovoltaico ao 
longo de um ano típico, em passos de hora ou de 
minuto, como PV*SOL ou PVSyst. 
 
 
http://www.solarize.com.br/
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4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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3. Onde Instalar o Inversor 
Figura 5: Distâncias mínimas para refrigeração, conforme 
manual de instalação da PHB 
Inversores aquecem internamente e dissipam o 
calor por convecção natural ou usando coolers 
internos. Por facilitar isso, deve-se escolher um 
local de instalação arejado, sem poeira e sem 
incidência do sol. O manual de instalação de cada 
fabricante informa sobre distâncias mínimas ao 
redor do inversor (fig. 5). 
Muitos inversores permitem até instalação ao 
tempo, já que contam com um grau de proteção 
IP 65 ou superior, mas isso não é recomendado. 
O inversor é acessado somente em casos de 
manutenção, e ele deve estar fora do alcance de 
crianças, especialmente quando há fios expostos. 
No entanto, a norma da Aneel exige um fácil 
acesso para o comissionamento pelo técnico da 
concessionária. 
Facilitar o cabeamento c.c. e c.a. também é 
importante, já que o comprimento do fio 
determina a bitola dele. Para monitoramento é 
importante verificar o acesso à internet, por cabo 
ou Wifi. 
Não deixe de conversar com o futuro proprietário 
sobre o local da instalação, para evitar queixas 
sobre a estética. 
 
 
4. Monitoramento 
Figura 6: Geração diária de um inversor (barras coloridas) 
comparadas com a meta calculado pela irradiância 
(triângulo) no sistema Solarize 
Os inversores atuais permitem acompanhar seu 
funcionamento pela internet. O proprietário 
deseja verificar a energia gerada ou mostrar a 
amigos sua nova aquisição. Além disso, ele 
precisa saber de defeitos muito antes de receber 
uma alta conta de energia. 
Já para o instalador, o monitoramento serve para 
averiguar se o sistema realmente está 
funcionando de forma satisfatória. Ele ainda pode 
detectar defeitos, planejar uma manutenção ou 
antecipar problemas remotamente e sem 
depender de uma irradiação forte durante uma 
eventual visita à instalação. 
O instalador usa os dados acumulados durante opodemos agora mapear as características 
elétricas dos módulos com as do inversor 
escolhido. Objetivo é definir o arranjo 
fotovoltaico, que é a associação de n séries 
fotovoltaicas (usamos a seguir o nome inglês, 
http://www.solarize.com.br/
https://materiais.solarize.com.br/manual-de-energia-solar-tecnologia-fotovoltaica-e-modulos
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
5 – CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO FOTOVOLTAICO COM O INVERSOR 
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string) em paralelo, cada com m módulos 
conectados em série (figura 3). 
Importante: O arranjo precisa ser 
homogêneo, usando somente um modelo 
de módulo e o mesmo número de módulos 
em todos os strings. Casos onde isto não é 
possível serão analisados no próximo 
capítulo, que tratará também de 
sombreamento parcial. 
Pelas leis ôhmicas, a tensão resultante de cada 
string é o produto do número de módulos m com 
a tensão de cada módulo. A corrente resultante 
do arranjo é o produto do número de strings n 
com a corrente de cada string. 
O mapeamento é feito por condições 
independentes que, depois, são reunidas. 
 
(A) Número máximo de módulos por string, 
pela tensão máxima do inversor 
A primeira condição calcula o número máximo de 
módulos m por string que podemos conectar em 
série, respeitando a limitação do inversor. 
O número máximo de módulos por string mmáx é 
igual à tensão máxima da entrada do inversor 
Vinv,máx, dividida pela tensão máxima do módulo 
em circuito aberto Vmod,OC,máx. 
 
(B) Número máximo de módulos por string, 
pela tensão de operação 
A segunda condição calcula, quantos módulos 
podemos conectar em série, considerando agora 
o limite de tensão de operação do inversor: 
Esta condição é calculada independentemente 
de (A), mas como resultado deve valer o menor 
número dos dois, ainda arredondado para baixo. 
(C) Número mínimo de módulos por string, 
pela tensão de operação 
O inversor exige um número mínimo de módulos 
para trabalhar, que é calculado dividindo a tensão 
mínima do inversor pela tensão mínima do 
módulo, ambos em condição de operação: 
O número resultante deve ser arredondado para 
cima. 
(D) Número máximo de strings 
O número máximo de strings conectados em 
paralelo é calculada dividindo a corrente máxima 
de entrada do inversor pela corrente gerada 
pelos módulos em condições padrão: 
 
(E) Número tolerado de strings 
Nos últimos anos, a corrente gerada pelos 
módulos cresceu numa velocidade que a 
engenharia dos inversores não conseguiu 
acompanhar devido ao ciclo maior de 
desenvolvimento. 
Desta forma, ficou comum conectar módulos ao 
inversor com uma corrente levemente acima do 
limite. 
Muitos fabricantes de inversores se adaptaram à 
nova realidade informando uma corrente 
máxima tolerada ou então a corrente máxima de 
curto-circuito, que representa o limite de 
corrente que pode ser conectada ao inversor 
sem que ele apresente defeito. 
Usando a mesma fórmula de cima, aplicando o 
limite tolerado chegamos ao número de strings 
tolerados: 
 
 
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5 – CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO FOTOVOLTAICO COM O INVERSOR 
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No entanto, toda corrente superior à corrente 
máxima será descartada, similar ao que acontece 
no efeito de clipping (veja Fator de 
Dimensionamento a seguir). 
(F) Potência máxima 
O fabricante indica a potência máxima do arranjo 
fotovoltaico na ficha técnica, que determina 
número máximo total de módulos que devem ser 
conectados: 
A potência máxima é correlacionada ao fator de 
dimensionamento, que discutiremos em seguida, 
e não representa uma restrição crítica. 
(G) Fator de Dimensionamento 
O Fator de Dimensionamento expressa a relação 
da potência entre o arranjo fotovoltaico e o 
inversor e costuma ser informado em porcento. 
É comum superdimensionar o arranjo, já que a 
potência nominal dos módulos raramente é 
alcançada em clima tropical. 
Um FDI entre 100% e 120% é considerado 
conservador. Um FDI mais alto traz a vantagem 
de reduzir o investimento, mas acarreta um corte 
de produção em horas de alta irradiância. 
A figura 4 mostra este efeito: o sistema com FDI 
de 158% (linha azul) perde energia quando a 
potência máxima do inversor é alcançada. Já o 
sistema com FDI de 119% raramente alcança a 
potência máxima. 
Por outro lado, o sistema com alto FDI consegue 
gerar energia em horas e dias de menor 
irradiação: na figura 4, são as horas durante a 
manhã e à tarde. Leia mais na nossa matéria 
sobrecarregamento.solarize.com.br e assista aos 
webinares disponíveis no site. 
Um FDI abaixo de 100% é aceitável quando não 
se encontra um inversor menor com potência 
adequada, algo frequente em sistemas muito 
pequenos. 
7. Verificação de Alternativas 
Depois de calcular as condições, podemos 
verificar alternativas do layout elétrico. Vamos 
usar um exemplo resumido para compreender 
este procedimento: 
• Pretendemos montar um sistema de 12 
kWp, usando 24 módulos de 500 Wp de 
um determinado modelo; 
• Um inversor de 10 kW seria adequado, 
levando em consideração um FDI de 
120%; 
• Usamos as fichas técnicas do módulo e do 
inversor para levantar os dados listados 
acima e calcular das condições listadas 
acima; 
• Com 24 módulos temos as seguintes 
alternativas de layout: 3 strings de 8 
módulos, 4 strings de 6 módulos ou 2 
strings de 12 módulos; 
• Testamos as alternativas contra as 
fórmulas apresentadas acima para 
determinar quais delas são permitidas. 
• Em termos elétricos, é favorável 
aumentar o número de módulos por 
string para manter a corrente baixa. No 
entanto pode haver outros critérios da 
execução que nos levam a priorizar uma 
alternativa diferente. 
Se nenhuma das alternativas for viável, então é 
necessário mudar a escolha do equipamento e 
Figura 4: Comparação entre um sistema com FDI de 119% 
(linha amarela) com um de 158% (linha azul), simulado no 
software PV*SOL 
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http://sobrecarregamento.solarize.com.br/
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5 – CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO FOTOVOLTAICO COM O INVERSOR 
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refazer o cálculo. Isso ocorre com certa 
frequência com inversores que apresentam uma 
faixa estreita de tensão. 
Se um determinado inversor, por exemplo, 
permitir somente 19 ou 20 módulos por string, 
então o número total de módulos deve ser 
divisível por 19 ou 20, e a área de montagem deve 
permitir a fixação deste número de módulos. 
8. Uso da Planilha 
Disponibilizamos no nosso site uma planilha 
(figura 5, acesse aqui) que efetua os cálculos 
apresentados neste capítulo e que contém um 
exemplo completo. A planilha serve para 
configurar projetos reais, ela não é meramente 
didática. 
Ela deve ser preenchida na seguinte sequência: 
1. Local da instalação: temperaturas 
máximas e mínimas; 
2. Dados do módulo: preencha os campos 
em azul. Os campos em cinza apresentam 
resultados intermediários e os em verde, 
resultados finais; 
3. Dados do inversor: procure os dados na 
ficha técnica; 
4. Após preencher os dados acima, o 
quadro “Cálculo” já apresenta as 
condições de mapeamento, com 
números mínimos e máximos de módulos 
e strings; 
5. Fator de dimensionamento: informe 
aqui o limite inferior e superior da faixa 
tolerada e da faixa ideal; 
6. Verificação de alternativas: preenche os 
campos “Nº de strings” e “Nº módulos 
por string” e observe o campo 
“Verificação” à direita, que testa a 
alternativa contra as condições no 
quadro “Cálculo” 
A planilha está com os campos todos abertos para 
que você possa verificar e, se for necessário, 
modificar as fórmulas. 
Ela segue o nosso padrão de coloração: 
• Preencha campos em azul; 
• Campos cinza mostram resultados 
intermediários; 
• Campos verde mostram resultados 
principais.contra superaquecimento e contra uma 
potência de entrada excessiva. Nestes 
casos, o inversor reduz sua potência de 
saída; 
• Ele ainda supervisiona o circuito da 
entrada em relação à resistência de 
isolamento entre os polos e a terra. Em 
casos de falhas, ele se desliga e dispara 
um alarme; 
• O mesmo ocorre em casos de passagem 
de corrente contínua para a rede de 
corrente alternada (para inversores sem 
transformador interno, o tipo comum); 
• A partir de 2024 passa a ser obrigatória 
uma proteção contra arcos voltaicos 
(AFCI). Ela detecta de forma eletrônica 
arcos e abre o circuito em c.c.. 
 
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4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
Figura 1: O diagrama elétrico do sistema fotovoltaico conectado à rede 
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4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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1.2. Funções opcionais 
Algumas funções são opcionais e incluídas 
conforme decisão do fabricante do inversor: 
• O monitoramento envia os dados de 
produção via internet para o servidor do 
fabricante. 
• Alguns inversores permitem conexão de 
sensores de irradiância, de temperatura 
ou medidores de energia com fins de 
enriquecer o monitoramento; 
• O inversor pode conter componentes 
elétricos como seccionadores, fusíveis ou 
dispositivos de proteção contra surtos. 
Estes componentes, alternativamente, 
seriam colocados em caixas separadas. 
1.3. Tipologias de Inversores 
Há diferentes tipologias de inversores a respeito 
do melhor aproveitamento de cada módulo: 
inversores com várias entradas (multi-MPPT), 
micro inversores e inversores com otimizadores 
de potência. Estes conceitos serão abordados no 
capítulo 6, após discutir a conexão entre módulos 
e inversores e questões de sombreamento. 
1.4. Normas para Inversores 
As características da conexão com a rede elétrica 
de distribuição foram definidas na norma ABNT 
NBR 16149:2013, e foram incluídas também nos 
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica 
no Sistema Elétrico Nacional PRODIST Módulo 3 
e nas normas da maioria das concessionárias. A 
respectiva norma internacional é a 
IEC62109:2011. 
2. As Características Elétricas 
2.1. As Características da Entrada 
em c.c. 
A entrada do inversor recebe a energia gerada 
pelo arranjo fotovoltaico, em c.c., que é 
especificada pelas seguintes características: 
• Potência nominal Pnom e potência máxima 
Pmax 
• Corrente máxima Imax 
• Tensão máxima Vmax 
• Faixa de tensão permitida em operação: 
VPMP min e VPMP max 
• Tensão mínima para início do trabalho 
Vstart 
O arranjo fotovoltaico, que consiste numa 
conexão série-paralela de módulos, deve ser 
configurado da forma que não passe das 
características acima. Como isso é calculado 
aprenderemos no próximo capítulo. 
2.2. As Características da Saída em 
c.a. 
A saída em corrente alternada é caracterizada 
pelas seguintes grandezas: 
• Potência nominal Pnom (igual à potência 
nominal de entrada) e potência máxima 
Pmax 
• Corrente máxima Imax 
• Tensão nominal e faixa de tensão 
• Quantidade de fases 
• Frequência nominal e faixa permitida 
A maioria dos inversores de baixa potência (até 
cerca de 5 kW) é oferecida com saída em 220 V 
monofásica. Estes inversores são conectados 
entre fase e neutro ou entre fase e fase, 
dependendo da tensão da rede local. Há poucos 
produtos com saída em 127 V. 
Figura 2: Instalação do inversor marca SMA durante o curso 
da Solarize 
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4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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Verifique com os fabricantes quais inversores se 
adaptam a redes menos comuns no Brasil, com 
tensão em 115 V, 120 V, 208 V, 230 V e 254 V. 
Os inversores maiores apresentam saída trifásica 
com tensões variadas. Detalharemos este 
assunto no capítulo sobre a conexão elétrica. 
2.3. A Proteção de Anti-Ilhamento 
Figura 3: Comportamento do inversor sob variações da 
frequência da rede. Fonte: NBR 16149 
Inversores conectados à rede não devem 
trabalhar de forma ilhada, por duas razões: 
1. Eles fornecem a cada instante a potência 
recebida, que oscila em decorrência das 
condições climáticas (ex. passagem de 
nuvens), sem poder garantir a potência 
suficiente para o funcionamento de 
qualquer carga; 
2. A injeção de energia na rede desligada 
poderia expor ao risco de choque algum 
técnico que esteja fazendo manutenção 
da rede. 
O inversor deve operar normalmente na faixa de 
80% ... 110% da tensão nominal da rede e desligar 
quando a tensão sair disso. A faixa permitida da 
frequência vai de 57,5 Hz até 62 Hz, sendo que o 
inversor deve reduzir a potência gradativamente 
acima de 60,5 Hz conforme gráfico da fig. 3. 
Após um desligamento por falhas na rede, o 
inversor volta a operar automaticamente sem 
intervenção manual, da mesma forma que ele 
“acorda” toda manhã com a primeira claridade. O 
tempo de religamento é definido pela 
concessionária local e publicada na norma dela e 
varia de 30 a 300 segundos. 
Somente inversores com bateria conseguem 
trabalhar de forma ilhada – veja capítulo 12. 
2.4. A Eficiência do inversor 
Figura 4: Curva de eficiência de um inversor no software 
PV*SOL 
A eficiência do inversor é a relação entre a 
energia injetada na saída e a energia recebida na 
entrada. Ela depende das condições elétricas a 
cada instante (veja fig. 4). 
Além da eficiência máxima, a ficha técnica do 
inversor apresenta a “eficiência europeia”, um 
valor ponderado sobre a eficiência em diferentes 
faixas da potência do inversor que serve para 
comparar diferentes produtos. 
A eficiência efetiva pode ser estipulada usando 
programas que simulam o sistema fotovoltaico ao 
longo de um ano típico, em passos de hora ou de 
minuto, como PV*SOL ou PVSyst. 
 
 
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3. Onde Instalar o Inversor 
Figura 5: Distâncias mínimas para refrigeração, conforme 
manual de instalação da PHB 
Inversores aquecem internamente e dissipam o 
calor por convecção natural ou usando coolers 
internos. Por facilitar isso, deve-se escolher um 
local de instalação arejado, sem poeira e sem 
incidência do sol. O manual de instalação de cada 
fabricante informa sobre distâncias mínimas ao 
redor do inversor (fig. 5). 
Muitos inversores permitem até instalação ao 
tempo, já que contam com um grau de proteção 
IP 65 ou superior, mas isso não é recomendado. 
O inversor é acessado somente em casos de 
manutenção, e ele deve estar fora do alcance de 
crianças, especialmente quando há fios expostos. 
No entanto, a norma da Aneel exige um fácil 
acesso para o comissionamento pelo técnico da 
concessionária. 
Facilitar o cabeamento c.c. e c.a. também é 
importante, já que o comprimento do fio 
determina a bitola dele. Para monitoramento é 
importante verificar o acesso à internet, por cabo 
ou Wifi. 
Não deixe de conversar com o futuro proprietário 
sobre o local da instalação, para evitar queixas 
sobre a estética. 
 
 
4. Monitoramento 
Figura 6: Geração diária de um inversor (barras coloridas) 
comparadas com a meta calculado pela irradiância 
(triângulo) no sistema Solarize 
Os inversores atuais permitem acompanhar seu 
funcionamento pela internet. O proprietário 
deseja verificar a energia gerada ou mostrar a 
amigos sua nova aquisição. Além disso, ele 
precisa saber de defeitos muito antes de receber 
uma alta conta de energia. 
Já para o instalador, o monitoramento serve para 
averiguar se o sistema realmente está 
funcionando de forma satisfatória. Ele ainda pode 
detectar defeitos, planejar uma manutenção ou 
antecipar problemas remotamente e sem 
depender de uma irradiação forte durante uma 
eventual visita à instalação. 
O instalador usa os dados acumulados durante omês junto com a conta de energia para explicar 
ao cliente os fluxos da energia: este precisa 
aprender que a energia que é consumida na hora 
da geração não aparece na conta de energia, 
porque não passa pelo medidor (autoconsumo). 
Geralmente, os inversores enviam informações 
sobre a potência atual e sobre a energia 
acumulada ao longo do dia, mês e ano ao site do 
fabricante do equipamento. O acesso se dá via 
aplicativo, resumido e mais bonito, ou via site, 
com mais detalhes. Muitos sites ainda enviam 
avisos por e-mail quando o sistema está fora do 
ar ou apresenta defeitos. 
No entanto, não é simples verificar se um sistema 
está realmente funcionando bem. Afinal de 
contas, ele depende das condições climáticas que 
oscilam. Estratégias compreendem a comparação 
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4 – O INVERSOR FOTOVOLTAICO 
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entre inversores da mesma instalação, entre 
diferentes sistemas na mesma região (cuidado 
com microclima!), ou com sensores de 
irradiância. 
5. Inversores Híbridos com 
Baterias 
Inversores com baterias (fig. 7) carregam e 
descarregam baterias em paralelo à injeção na 
rede ou à alimentação de cargas. Eles podem 
servir a três propósitos: 
1. Backup solar: as baterias servem para 
alimentar cargas no caso de falhas na 
rede. Adicionalmente, o inversor pode 
acionar um gerador para recarregar as 
baterias; 
2. Remuneração da energia gerada: a 
energia é armazenada na energia em 
horários de tarifa baixa e descarregada 
em horários com tarifa alta. 
3. Gerenciar energia: as baterias podem 
amenizar picos de demanda (peak 
shaving), ou armazenar energia 
excedente num certo momento para 
limitar a energia injetada (redução da 
demanda de injeção; zero-grid); 
A primeira opção atende a um nicho de mercado 
crescente, já que segurança energética apresenta 
um valor alto para empresas e um conforto 
importante para residências. Os projetos 
combinam cálculos de sistemas autônomos (off-
grid) e sistemas conectados à rede e requerem 
uma intervenção na instalação elétrica do cliente 
para criar uma rede emergencial. Em caso de 
ilhamento, o sistema precisa garantir a 
desconexão do gerador da rede. 
As outras opções são viáveis quando o custo da 
energia armazenada fica abaixo da economia 
alcançada com ela. No capítulo 12 analisaremos 
essa tendência de mercado que se tornou 
realidade em vários países. 
Figura 7: Um inversor híbrido e suas possíveis conexões 
Deseja aprender mais? 
O primeiro passo é o curso de projetos 
fotovoltaicos conectados à rede: 
projeto.solarize.com.br 
Em seguida, avance para o curso de sistemas 
híbridos: hibridos.solarize.com.br 
http://www.solarize.com.br/
http://projeto.solarize.com.br/
http://hibridos.solarize.com.br/
 
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1. Introdução 
Nos capítulos anteriores abordamos 
características de sistemas fotovoltaicos 
conectados à rede (SFCR) e o passo-a-passo na 
elaboração de um projeto solar. Depois 
conhecemos os módulos fotovoltaicos e o 
inversor, componentes principais do nosso 
sistema. 
Chegou a hora de compreender como se 
configura um arranjo fotovoltaico com 
determinados módulos e o inversor escolhido e 
definir, chegando à conexão série-paralelo dos 
módulos. 
Uma planilha que efetua os cálculos 
apresentados neste capítulo está disponível na 
mesma página do manual. 
2. Visão Geral 
Figura 1: O arranjo fotovoltaico é uma conexão série-
paralela de módulos que precisa combinar com as 
características do inversor 
Costumo chamar a configuração entre módulos e 
inversor de “casamento”, já que ela deve 
funcionar por muitos anos, em dias de sol e de 
chuva, e em horas de calor e de frio. 
O casamento vai funcionar se os parâmetros 
elétricos de tensão, corrente e potência dos 
módulos e do inversor forem compatíveis, na 
conexão série-paralelo escolhida. 
Como a tensão do módulo depende da 
temperatura das células devemos levar ainda em 
consideração o local da instalação com suas 
condições climáticas, e a ventilação dos módulos 
na condição em que serão instalados (paralelo ao 
telhado ou em fileiras elevadas). 
3. Temperaturas no Local da 
Instalação 
Figura 2: Curva característica V-P em diferentes 
temperaturas, gerada no software PV*SOL 
Aprendemos no capítulo 3 que a tensão 
produzida pelo módulo é fortemente afetada 
pela temperatura, com comportamento inverso: 
quanto maior o calor do módulo, menor é a 
tensão de saída. 
• A faixa de temperatura do módulo em 
operação determina a faixa de tensão na 
saída do módulo VPMP. A temperatura 
máxima do módulo Tcélula,máx determina a 
menor tensão de saída do módulo em 
operação VPMP,mín. A literatura 
recomenda usar um valor 30°C a 40°C 
acima da máxima ambiental do local, 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
5 – CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO FOTOVOLTAICO COM O INVERSOR 
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5 – CONFIGURAÇÃO DO ARRANJO FOTOVOLTAICO COM O INVERSOR 
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dependendo da ventilação dos módulos e 
da ocorrência de vento no local. 
• A temperatura mínima da célula em 
operação Tcélula,mín determina a tensão 
VPMP,máx. É a temperatura que o módulo 
alcança com um pouco de irradiação. 
• A terceira condição climática a ser 
considerada é a temperatura mínima do 
local da instalação Tambiente,mín. Ela causa 
a tensão máxima que o módulo produz, 
VOC,máx. 
O INPE oferece a busca por dados climáticos, mas 
geralmente prevalece o bom senso e a 
experiência na definição do trio das 
temperaturas. A tabela 1 lista valores que podem 
servir como referência. 
Tabela 1: Valores referenciais para a escolha das temperaturas 
características 
Fonte Tcélula,máx Tcélula,mín Tambiente,mín 
Alemanha 70°C 15°C -10°C 
Sistema Solarize 
(Rio de Janeiro – RJ) 
75°C 25°C +10°C 
4. Dados Características do 
Módulo 
Para efetuar o cálculo, buscamos os seguintes 
dados na ficha técnica do módulo: 
• Potência nominal Pmód,nom; 
• Corrente de curto circuito Imód,SC; 
• Tensão PMP nominal Vmód,PMP; 
• Tensão em circuito aberto Vmód,OC; 
• Coeficiente da variação da tensão com a 
temperatura CoefV, comumente 
informado em % / °C ou % / K 
(observação: 1 K = 1 °C). 
Em seguida calculamos as tensões derivadas das 
temperaturas no local da instalação. As tensões 
informadas na ficha técnica foram medidas nas 
condições STC, sob 25°C (veja capítulo 3). A 
seguinte fórmula aplica o coeficiente da variação 
da tensão e a diferença da temperatura: 
 
Os valores derivados são: 
• Tensão máxima e circuito aberto 
Vmód,OC,máx 
• Tensão mínima e máxima em operação 
Vmód,PMP,mín e Vmód,MP,máx (obs.: usando a 
fórmula chegamos a um valor 
aproximado para Vmód,PMP, já que o valor 
exato pode ser determinado somente 
com um software de simulação). 
5. Dados Características do 
Inversor 
Na ficha técnica do inversor escolhido buscamos 
os seguintes dados: 
• Potência nominal Pinv,nom; 
• Potência máxima Pinv,máx; 
• Corrente máxima Iinv,máx; 
• Corrente máxima tolerada Iinv,máx, SC; 
• Tensão máxima Vinv,máx; 
• Faixa de tensão de operação Vinv,PMP,mín e 
Vinv,PMP,máx. 
O objetivo é calcular a combinação entre os 
módulos e o inversor, portanto devemos buscar 
os valores da entrada do inversor, em c.c.. No 
entanto, a potência nominal pode ser informada 
na seção c.c. ou c.a., dependendo do fabricante. 
6. O Cálculo do Arranjo 
Fotovoltaico 
Figura 3: O layout do arranjo fotovoltaico é determinado 
respeitando os limites do inversor 
Depois de colher as informações básicaspodemos agora mapear as características 
elétricas dos módulos com as do inversor 
escolhido. Objetivo é definir o arranjo 
fotovoltaico, que é a associação de n séries 
fotovoltaicas (usamos a seguir o nome inglês, 
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string) em paralelo, cada com m módulos 
conectados em série (figura 3). 
Importante: O arranjo precisa ser 
homogêneo, usando somente um modelo 
de módulo e o mesmo número de módulos 
em todos os strings. Casos onde isto não é 
possível serão analisados no próximo 
capítulo, que tratará também de 
sombreamento parcial. 
Pelas leis ôhmicas, a tensão resultante de cada 
string é o produto do número de módulos m com 
a tensão de cada módulo. A corrente resultante 
do arranjo é o produto do número de strings n 
com a corrente de cada string. 
O mapeamento é feito por condições 
independentes que, depois, são reunidas. 
 
(A) Número máximo de módulos por string, 
pela tensão máxima do inversor 
A primeira condição calcula o número máximo de 
módulos m por string que podemos conectar em 
série, respeitando a limitação do inversor. 
O número máximo de módulos por string mmáx é 
igual à tensão máxima da entrada do inversor 
Vinv,máx, dividida pela tensão máxima do módulo 
em circuito aberto Vmod,OC,máx. 
 
(B) Número máximo de módulos por string, 
pela tensão de operação 
A segunda condição calcula, quantos módulos 
podemos conectar em série, considerando agora 
o limite de tensão de operação do inversor: 
Esta condição é calculada independentemente 
de (A), mas como resultado deve valer o menor 
número dos dois, ainda arredondado para baixo. 
(C) Número mínimo de módulos por string, 
pela tensão de operação 
O inversor exige um número mínimo de módulos 
para trabalhar, que é calculado dividindo a tensão 
mínima do inversor pela tensão mínima do 
módulo, ambos em condição de operação: 
O número resultante deve ser arredondado para 
cima. 
(D) Número máximo de strings 
O número máximo de strings conectados em 
paralelo é calculada dividindo a corrente máxima 
de entrada do inversor pela corrente gerada 
pelos módulos em condições padrão: 
 
(E) Número tolerado de strings 
Nos últimos anos, a corrente gerada pelos 
módulos cresceu numa velocidade que a 
engenharia dos inversores não conseguiu 
acompanhar devido ao ciclo maior de 
desenvolvimento. 
Desta forma, ficou comum conectar módulos ao 
inversor com uma corrente levemente acima do 
limite. 
Muitos fabricantes de inversores se adaptaram à 
nova realidade informando uma corrente 
máxima tolerada ou então a corrente máxima de 
curto-circuito, que representa o limite de 
corrente que pode ser conectada ao inversor 
sem que ele apresente defeito. 
Usando a mesma fórmula de cima, aplicando o 
limite tolerado chegamos ao número de strings 
tolerados: 
 
 
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No entanto, toda corrente superior à corrente 
máxima será descartada, similar ao que acontece 
no efeito de clipping (veja Fator de 
Dimensionamento a seguir). 
(F) Potência máxima 
O fabricante indica a potência máxima do arranjo 
fotovoltaico na ficha técnica, que determina 
número máximo total de módulos que devem ser 
conectados: 
A potência máxima é correlacionada ao fator de 
dimensionamento, que discutiremos em seguida, 
e não representa uma restrição crítica. 
(G) Fator de Dimensionamento 
O Fator de Dimensionamento expressa a relação 
da potência entre o arranjo fotovoltaico e o 
inversor e costuma ser informado em porcento. 
É comum superdimensionar o arranjo, já que a 
potência nominal dos módulos raramente é 
alcançada em clima tropical. 
Um FDI entre 100% e 120% é considerado 
conservador. Um FDI mais alto traz a vantagem 
de reduzir o investimento, mas acarreta um corte 
de produção em horas de alta irradiância. 
A figura 4 mostra este efeito: o sistema com FDI 
de 158% (linha azul) perde energia quando a 
potência máxima do inversor é alcançada. Já o 
sistema com FDI de 119% raramente alcança a 
potência máxima. 
Por outro lado, o sistema com alto FDI consegue 
gerar energia em horas e dias de menor 
irradiação: na figura 4, são as horas durante a 
manhã e à tarde. Leia mais na nossa matéria 
sobrecarregamento.solarize.com.br e assista aos 
webinares disponíveis no site. 
Um FDI abaixo de 100% é aceitável quando não 
se encontra um inversor menor com potência 
adequada, algo frequente em sistemas muito 
pequenos. 
7. Verificação de Alternativas 
Depois de calcular as condições, podemos 
verificar alternativas do layout elétrico. Vamos 
usar um exemplo resumido para compreender 
este procedimento: 
• Pretendemos montar um sistema de 12 
kWp, usando 24 módulos de 500 Wp de 
um determinado modelo; 
• Um inversor de 10 kW seria adequado, 
levando em consideração um FDI de 
120%; 
• Usamos as fichas técnicas do módulo e do 
inversor para levantar os dados listados 
acima e calcular das condições listadas 
acima; 
• Com 24 módulos temos as seguintes 
alternativas de layout: 3 strings de 8 
módulos, 4 strings de 6 módulos ou 2 
strings de 12 módulos; 
• Testamos as alternativas contra as 
fórmulas apresentadas acima para 
determinar quais delas são permitidas. 
• Em termos elétricos, é favorável 
aumentar o número de módulos por 
string para manter a corrente baixa. No 
entanto pode haver outros critérios da 
execução que nos levam a priorizar uma 
alternativa diferente. 
Se nenhuma das alternativas for viável, então é 
necessário mudar a escolha do equipamento e 
Figura 4: Comparação entre um sistema com FDI de 119% 
(linha amarela) com um de 158% (linha azul), simulado no 
software PV*SOL 
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http://sobrecarregamento.solarize.com.br/
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refazer o cálculo. Isso ocorre com certa 
frequência com inversores que apresentam uma 
faixa estreita de tensão. 
Se um determinado inversor, por exemplo, 
permitir somente 19 ou 20 módulos por string, 
então o número total de módulos deve ser 
divisível por 19 ou 20, e a área de montagem deve 
permitir a fixação deste número de módulos. 
8. Uso da Planilha 
Disponibilizamos no nosso site uma planilha 
(figura 5, acesse aqui) que efetua os cálculos 
apresentados neste capítulo e que contém um 
exemplo completo. A planilha serve para 
configurar projetos reais, ela não é meramente 
didática. 
Ela deve ser preenchida na seguinte sequência: 
1. Local da instalação: temperaturas 
máximas e mínimas; 
2. Dados do módulo: preencha os campos 
em azul. Os campos em cinza apresentam 
resultados intermediários e os em verde, 
resultados finais; 
3. Dados do inversor: procure os dados na 
ficha técnica; 
4. Após preencher os dados acima, o 
quadro “Cálculo” já apresenta as 
condições de mapeamento, com 
números mínimos e máximos de módulos 
e strings; 
5. Fator de dimensionamento: informe 
aqui o limite inferior e superior da faixa 
tolerada e da faixa ideal; 
6. Verificação de alternativas: preenche os 
campos “Nº de strings” e “Nº módulos 
por string” e observe o campo 
“Verificação” à direita, que testa a 
alternativa contra as condições no 
quadro “Cálculo” 
A planilha está com os campos todos abertos para 
que você possa verificar e, se for necessário, 
modificar as fórmulas. 
Ela segue o nosso padrão de coloração: 
• Preencha campos em azul; 
• Campos cinza mostram resultados 
intermediários; 
• Campos verde mostram resultados 
principais.9. Outros tipos de inversores 
Apresentamos o cálculo para a tipologia chamada 
de “inversor string”, com apenas uma entrada. 
Há outras opções, cuja discussão detalhada 
extrapola o espaço do capítulo: 
• Inversores múlti-MPPT oferecem mais 
do que uma entrada, cada uma com seu 
seguidor de ponto de máxima potência 
SPMP (inglês MPPT). Neste caso, o 
cálculo deve ser repetido para cada 
entrada separadamente, cujas 
características podem ser diferentes, e 
também para o inversor como um todo; 
• A configuração de Micro inversores, que 
atendem de um a quatro módulos, usa 
os mesmos cálculos apresentados acima; 
• Para sistemas com otimizadores de 
potência é necessário efetuar o cálculo 
para cada otimizador separadamente. 
Além disso, há regras para o número de 
otimizadores que podem ser conectados 
a cada entrada do inversor. Consulte a 
documentação do fabricante. 
 
Figura 5: A planilha de configuração 
Deseja aprender mais? 
No curso de projetos fotovoltaicos 
conectados à rede abordamos todas as 
tecnologias com planilhas avançadas: 
projeto.solarize.com.br 
http://www.solarize.com.br/
https://www.solarize.com.br/site-content/11-blog/288-manual-de-energia-solar-288
http://projeto.solarize.com.br/
 
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1. Visão Geral 
Figura 2: Exemplo de sistema fotovoltaico com 
sombreamento pela árvore numa manhã de inverno, 
modelado no software PV*SOL premium 
Descasamento (inglês “mismatch”) ocorre 
quando as características elétricas de módulos 
interconectados não são iguais. Possíveis causas 
são 
• Defeitos técnicos; 
• Diferentes modelos; 
• Insolação diferente devido a 
sombreamento parcial (veja figura 1) ou 
instalação em planos divergentes 
(consulte capítulo 3). 
2. O Efeito Elétrico do 
Descasamento 
Frequentemente se escuta que um módulo 
sombreado inibe a série inteira de módulos 
(string) de gerar energia, em analogia ao caso de 
um rádio com pilhas, das quais uma está 
esgotada. Essa comparação é simplista demais – 
no nosso caso precisamos analisar a curva 
característica do string. 
Vamos aproveitar o exemplo da figura 1: do string 
que ocupa a metade da esquerda do telhado, 
quatro módulos recebem pleno sol e os outros 
têm algum sombreamento (o software informa 
valores entre 2% e 8%). 
A figura 2 retrata a curva característica do string 
no exato instante daquela imagem. 
• A curva azul (corrente versus tensão) 
evidencia que apenas parte dos módulos 
consegue gerar a corrente total de aprox. 
2,7 A, enquanto o restante é limitado a 
uma corrente de 0,8 A; 
• A curva preta (potência versus tensão) 
apresenta dois máximos locais, um com 
um pouco mais de 500 W e o outro pouco 
acima de 300 W. 
• Se o inversor conectado ao string 
encontrar o ponto PMP1, então ele vai 
fornecer 500 W. Dependendo das 
condições, ele pode encontrar somente 
PMP2 e permanecer na geração de 300 
W. Ambos os pontos não aproveitam a 
potência dos módulos por completo 
(veremos alternativas mais adiante). 
Já a figura 3 mostra a curva característica duas 
horas depois, quando todos os módulos se 
encontram sob pleno sol. As duas curvas são 
uniformes com somente um ponto de máxima 
potência, com mais de 2000 W. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
6 – SOMBREAMENTO E OUTRAS FORMAS DE DESCASAMENTO 
Figura 1:Curvas características geradas no software PV*SOL para a 
situação da figura 1, com sombreamento 
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6 – SOMBREAMENTO E OUTRAS FORMAS DE DESCASAMENTO 
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3. Diodos de Desvio 
O descasamento não somente causa perdas, ele 
também pode danificar módulos, devido à 
conexão em série das células: quando todas as 
células recebem a mesma radiação, elas 
produzem a mesma corrente. 
No momento em que uma célula é sombreada, 
ela deixa de produzir e vira resistência por onde 
passa a corrente gerada pelas outras células. 
Em consequência, a célula aquece (efeito hot 
spot). Sem proteção, este aquecimento poderia 
até derreter a célula. Por isso, os módulos contam 
com diodos de desvio (by-pass), que conduzem a 
corrente reversa, tirando as células inoperantes 
do circuito. 
Normalmente, há três diodos de desvio por 
módulo, cada um protegendo duas fileiras do 
módulo. 
Em módulos Half-cell (veja cap. 3), a perda por 
sombreamento é reduzida, porque as células na 
metade superior são conectadas em paralelo às 
células na metade inferior. 
4. Sombreamento 
Vamos analisar o grande vilão, o sombreamento, 
começando pelo percurso do sol. 
4.1. Geometria solar 
A figura 4 mostra o percurso do sol para a latitude 
do Rio de Janeiro: 
• Durante o inverno, o sol nasce no 
Nordeste, passa pelo Norte, e se põe no 
Noroeste; 
• No verão, o percurso começa no Sudeste 
e termina no Sudoeste. O ápice chega ao 
zênite no solstício do verão (dia 21 de 
dezembro); 
• Ao longo do ano, o sol faz um percurso 
entre os dois apresentados na figura. 
Em latitudes menores (locais mais próximos ao 
equador), a altura do sol no inverno é maior e o 
sol do verão passa mais ao sul. Já em latitudes 
maiores, o sol do meio-dia fica mais baixo e mais 
ao norte, com uma variação maior entre nascer e 
pôr do sol. 
4.2. Sombra Distante 
Figura 5: Sombreamento pelo horizonte no diagrama e na 
modelagem 3D no software PV*SOL premium 
Objetos distantes da nossa planta solar afetam 
todos os módulos da mesma forma, num efeito 
liga/desliga. Eles são modelados como horizonte 
(figura 5). 
Um meio simples para analisar o horizonte é o 
aplicativo Sun Surveyor para smartfones que 
projeta a curva solar na imagem captada pela 
câmera. Publicamos um manual de uso do 
aplicativo no site. 
Figura 3: O percurso solar nas estações do ano. 
Fonte: pacearquitetura.ning.com 
Figura 4:Curvas características sem sombreamento 
http://www.solarize.com.br/
http://www.pvsol.com.br/
https://www.solarize.com.br/site_content/17-base-de-conhecimento/118-analise-do-sombreamento-com-o-aplicativo-sun-surveyor
https://www.solarize.com.br/site_content/17-base-de-conhecimento/118-analise-do-sombreamento-com-o-aplicativo-sun-surveyor
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
6 – SOMBREAMENTO E OUTRAS FORMAS DE DESCASAMENTO 
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4.3. Sombreamento próximo 
Figura 6: Sombreamento pela antena parabólica 
Objetos próximos ao nosso arranjo fotovoltaico 
causam sombra que afeta parte dos módulos e se 
“movimenta” pelos módulos conforme percurso 
solar diário e anual: 
• A sombra visível na figura 1 ocorre no dia 
21/06 às 9hs. Durante o verão, a casa 
deste exemplo fica fora da sombra da 
árvore; 
• Em contrapartida ocorre sombreamento 
pela antena parabólica durante os meses 
do verão (figura 6). 
4.4. Análise da Situação 
Figura 7: Frequência de sombreamento ao longo do ano 
(visualização PV*SOL premium) 
A visualização da sombra (figuras 1 e 6) ajuda a 
compreender causas do sombreamento, mas 
retrata apenas certos instantes. O cálculo do 
percentual das horas com sombra ao longo do 
ano (figura 7) é uma informação mais rica e ajuda 
ao projetista tomar decisões sobre a colocação 
dos módulos: 
• Neste exemplo, percebemos um alto 
percentual próximo à antena, indicando 
que deveríamos afastar os módulos dela 
(ou então remover a antena para outro 
lugar); 
• Na sombra da árvore há outros valores 
elevados. Estes seriam os primeiros 
módulos a serem retirados se uma 
potência reduzida fosse suficiente para o 
cliente. 
5. Como Otimizar um Sistema 
com Descasamento 
O projetista deve reduzir as perdas por 
descasamento, pela seleção do módulo 
apropriado, a melhor colocação dos módulos, a 
devida escolha da tecnologia do inversor e aadequada interligação do arranjo. 
5.1. Inversor String ou Multi-MPPT 
O inversor string recebe a energia de uma grande 
quantidade de módulos em cada entrada dele 
(chamado de SPMP ou MPPT, veja capítulos 4 e 5) 
e exige mais homogeneidade no subarranjo que é 
conectado a uma entrada: Use o mesmo modelo 
de módulos, todos com a mesma orientação 
geográfica e com a mesma inclinação. 
No entanto é possível dividir o arranjo e conectar 
partes com características diferentes em 
entradas MPPT separadas. No nosso exemplo é 
recomendável escolher um inversor com duas 
entradas, no mínimo, e separar os módulos do 
lado esquerdo, sombreados pela árvore, dos da 
direita, sombreados pela antena. 
Além disso, deve-se escolher um inversor com 
otimização de sombreamento. Essa função 
percorre a curva característica (figura 2) de 
tempos em tempos com objetivo de identificar o 
maior PMP existente (ex. SMA Shade Fix). 
http://www.solarize.com.br/
http://www.pvsol.com.br/
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6 – SOMBREAMENTO E OUTRAS FORMAS DE DESCASAMENTO 
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5.2. Micro Inversores 
A figura 8 mostra o monitoramento de uma 
instalação com micro inversores, com a foto real 
à direita. Os números no gráfico à esquerda, e as 
barras cor laranja representam a energia gerada 
naquele instante. 
É visível que os módulos da fileira inferior sofrem 
com o sombreamento pela platibanda, 
especialmente os centrais, onde a platibanda é 
mais alta (o monitoramento retrata um momento 
de manhã cedo, diferente da hora quando a foto 
foi tirada). 
Neste caso real, os micro inversores foram 
vantajosos também para aproveitar o telhado ao 
máximo: instalamos módulos pequenos na fila 
inferior, maiores na superior e ainda dois 
adicionais na água oposta, não visível na foto. 
Micro inversores aumentam ainda a segurança da 
instalação, por terem cabos c.c. curtos e em 
baixíssima tensão. 
5.3. Inversores com Otimizadores 
de Potência 
O inversor fotovoltaico é feito de dois 
componentes principais: os Seguidores do Ponto 
de Máxima Potência (SPMP, inglês Maximum 
Power Point Tracker MPPT) e o inversor 
propriamente dito. 
No conceito de otimizadores de potência, esses 
componentes são separados (figura 9): 
• O otimizador de potência, que contém o 
SPMP se torna individual para cada 
módulo, da forma que ele consegue 
extrair a maior potência a cada instante. 
Ele é fixado numa caixinha junto ao 
módulo; 
• O inversor efetua somente a conversão 
de c.c. para c.a. e atende a vários 
otimizadores. 
Este conceito traz as mesmas vantagens do micro 
inversor em termos de melhor aproveitamento 
energético de cada módulo e monitoramento. 
Ele ainda ganha nos quesitos de manutenção, por 
concentrar o inversor num aparelho instalado em 
local abrigado e acessível, e na escalabilidade da 
solução. 
Otimizadores de potência são uma solução em 
instalações onde há a exigência de desenergizar o 
cabo em c.c. em caso de emergência: 
dependendo do modelo, os otimizadores 
desligam sua saída quando o inversor é 
desconectado da rede. 
 
Figura 8: Monitoramento de sistema com micro inversores 
Figura 9: Diagrama do inversor com otimizadores 
Deseja conhecer mais? 
Assista à gravação da série de webinares 
sobre sombreamento disponível 
gratuitamente no nosso site. 
http://www.solarize.com.br/
https://www.solarize.com.br/component/search/?searchword=webinar%20sombreamento&searchphrase=all&areas%5b0%5d=content
https://www.solarize.com.br/component/search/?searchword=webinar%20sombreamento&searchphrase=all&areas%5b0%5d=content
 
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1. Introdução 
Nos capítulos anteriores aprendemos como o 
projeto de um sistema solar conectado à rede é 
elaborado, e como são configurados os principais 
componentes, módulos e inversores. 
O presente capítulo trata do projeto elétrico, 
dividido em duas partes: o lado da corrente 
contínua, entre módulos e inversores, e o lado da 
corrente alternada, na conexão do inversor à 
rede predial e da concessionária. 
Em função da profundidade do tema e do espaço 
restrito aqui, recomendamos ao leitor 
acrescentar estudos de normas e literatura e 
capacitar-se num curso profissional para 
complementar o conhecimento: entre no nosso 
site solarize.com.br – estamos sempre com 
turmas abertas. 
 
 
2. Conexão entre Gerador e 
Inversor em c.c. 
A figura 1 apresenta o exemplo de um projeto de 
sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR). 
Este diagrama serve como guia para o presente 
capítulo. 
Iniciaremos a descrição com o lado da corrente 
contínua, entre os módulos e o inversor, 
lembrando que as características dos módulos e a 
configuração dos módulos em séries fotovoltaicas 
(usaremos em seguida o termo inglês string) já 
foram abordadas em capítulos anteriores. 
A norma que regulamenta o projeto é a ABNT 
NBR 16690 – Instalações Elétricas de Arranjos 
Fotovoltaicas. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
7 – O PROJETO ELÉTRICO 
Figura 1: Diagrama exemplar de um projeto fotovoltaico conectado à rede. 
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7 – O PROJETO ELÉTRICO 
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2.1. Conectores Fotovoltaicos 
Módulos para sistemas conectados à rede já são 
equipados com conectores específicos para este 
fim. O modelo mais comum é chamado de MC4 
(figura 2). 
Os conectores foram projetados para conduzir a 
corrente durante muitos anos nas condições 
encontradas embaixo dos módulos (calor e 
chuva). 
Eles são polarizados e evitam acidente com curto 
circuito durante a instalação. Invista em alta 
qualidade, visto que conectores são uma fonte 
frequente de falhas! 
2.2. Cabo do String 
A figura 3 mostra a ligação de um string: os 
módulos são interconectados em série, usando 
diretamente os próprios conectores pré-
montados nos cabos dos módulos (representado 
pelas caixinhas verdes na figura; a norma 
proposta exige que os conectores interligados 
sejam do mesmo fabricante). 
Dois fios distintos levam o polo negativo e o 
positivo à caixa de junção – eles formam o cabo 
do string. Por serem expostos a intempéries e 
altas temperaturas, estes fios devem atender à 
norma ABNT NBR 16612:2017 (Cabos de potência 
para instalações fotovoltaicas). 
É importante evitar laços na fiação que possam 
aumentar a tensão induzida por uma descarga 
atmosférica próxima ao sistema. Por isso, o fio 
conectado ao último módulo percorre todo o 
arranjo paralelamente aos fios dos módulos (na 
figura, é o fio negativo). 
Observe que o cabo do string está energizado 
sempre que há incidência de luz nos módulos. 
Este fato implica em cuidados especiais durante a 
instalação e manutenção que serão abordados no 
capítulo 9. 
2.3. Fusíveis 
Os fusíveis protegem os módulos do string, ao 
qual estão conectados, contra uma possível 
corrente reversa gerada pelos strings conectados 
em paralelo. Esta situação pode ocorrer no caso 
de um curto-circuito entre o polo positivo e o 
negativo em algum ponto deste string. A 
consequência seria o aquecimento e potencial 
derretimento das células que recebem a corrente 
reversa. 
Os fusíveis devem ser específicos para sistemas 
fotovoltaicos, tipo gPV conforme norma IEC 
60269-6. A corrente nominal é indicada pelo 
fabricante do módulo – usar fusíveis com 
amperagem inferior não é recomendado, porque 
causaria perdas em momentos de alta 
irradiância! 
 
Figura 2: Conectores fotovoltaicos tipo MC4, com crimpagem 
(acima) ou sem crimpagem (abaixo, marca Weidmüller PV-Stick) 
Figura 3: Cabeamento do string sem laço para redução de 
indução de surtoshttp://www.solarize.com.br/
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7 – O PROJETO ELÉTRICO 
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Geralmente, fusíveis são necessários em arranjos 
com três ou mais strings em paralelo. Para 
entender isso, vamos ver um exemplo ilustrativo, 
usando valores comuns de módulos de 60 células. 
Considere a seguinte situação: 
• Corrente de curto circuito do módulo, 
conforme ficha técnica do módulo Imód,SC = 13 
A; 
• Corrente reversa máxima do módulo 
Imód reversa max = 20 A; 
• Três strings conectados em paralelo; 
• No caso de curto-circuito em um dos strings, a 
corrente gerada nos outros dois strings é igual 
a I = 2 x 13 A = 26 A. Esta corrente é superior à 
corrente reversa permitida de 20 A, o que 
indica a necessidade dos fusíveis. 
Diodos de bloqueio e disjuntores, que poderiam 
ser meios alternativos de proteção, não se 
mostraram confiáveis na prática. 
2.4. Dispositivo de Proteção contra 
Surtos (DPS) 
O dispositivo de proteção contra surtos (DPS) 
protege o inversor contra surtos ou descargas 
atmosféricas provindo do circuito fotovoltaico e 
evita que estes surtos sejam propagados à 
instalação predial por indução. 
O DPS deve ser do tipo fotovoltaico conforme 
norma EN 50539-11 (exemplo na figura 4). 
A tensão nominal do DPS deve ser superior à 
tensão máxima do string em circuito aberto 
(Vmód,OC,máx, veja capítulo 5). Quanto menor a 
diferença entre a tensão nominal do DPS e a do 
string, melhor será a proteção – o mercado 
oferece tensões na faixa de 600 V, 1000 V e 1500 
V. 
2.5. Dispositivo Interruptor-
Seccionador 
O dispositivo interruptor-seccionador deve ser 
capaz de abrir o circuito sob plena carga na 
máxima corrente de falta (manobra de 
interrupção) e manter o circuito aberto de forma 
segura (seccionamento). Recomenda-se usar um 
dispositivo com capacidade de abertura de uma 
corrente 25% acima da corrente de curto-circuito 
do string. 
Ele precisa ser aprovado pelo fabricante para 
operar em corrente contínua – jamais use 
componentes de corrente alternada! Verifique 
especificações adicionais na norma NBR 16690. 
2.6. Cabo do Arranjo Fotovoltaico 
Figura 3: Opções de isolamento para o cabo em corrente 
contínua (NBR 16690) 
O cabo do arranjo fotovoltaico interliga a caixa de 
junção ao inversor. Por ser abrigado, ele não 
precisa ser um cabo fotovoltaico. No entanto, a 
norma 16690 exige duplo isolamento para cada 
polo (figura 5). 
A boa prática recomenda que a bitola dos fios em 
corrente contínua nunca seja inferior à dos 
módulos (usualmente cobre de 4 mm²) e que ela 
seja calculada para que a perda de potência seja 
inferior à 1% da potência nominal do lado da c.c. 
Na página do manual de energia solar 
disponibilizamos uma planilha que calcula a bitola 
e a perda associada. 
 
Figura 2: DPS fotovoltaico da marca DEHN 
http://www.solarize.com.br/
https://www.solarize.com.br/site-content/11-blog/288-manual-de-energia-solar-288
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2.7. Caixa de Junção e Localização 
dos Componentes 
Lembrando que o diagrama da figura 1 é 
exemplar, cabe ao projetista avaliar variantes 
dele e especificar o local da instalação de cada 
componente: 
• A caixa de junção (normalmente se usa o 
termo inglês stringbox), costuma ser 
instalada do lado do inversor, o que 
facilita a verificação e manutenção; 
• Outra possibilidade é instalar o stringbox 
ou um stringbox adicional próximo aos 
módulos. Vantagem é a unificação dos 
cabos dos strings e uma melhor proteção 
da rede predial contra surtos; 
• A norma exige DPS adicionais, caso o 
cabo em c.c. tenha mais que 50m. 
Alguns inversores são produzidos com 
dispositivos embutidos, o que dispensa a 
duplicação deles dentro do stringbox ou com 
espaço previsto dentro do involucre do inversor. 
2.8. Separação entre Corrente 
Contínua e Corrente Alternada 
As normas NBR 5410 e NBR 16690 exigem que 
circuitos em corrente contínua e alternada 
devem ser separados. 
É ainda altamente recomendável sinalizar dutos e 
caixas de passagem de corrente contínua para 
evitar que algum técnico não capacitado os 
acesse e cause um acidente (veja sugestão na 
NBR 16690). 
3. Conexão do Inversor à Rede 
Predial em c.a. 
A conexão do inversor à rede predial, a princípio, 
apresenta poucos detalhes que diferem de uma 
instalação comum. No entanto, ela representa 
uma modificação do projeto original do local da 
instalação e requer uma reconsideração das 
premissas consideradas durante a elaboração 
daquele projeto. 
Isto vale especialmente para locais de afluência 
de público (NBR 13570) ou com ambiente 
classificado. O projeto de energia solar deve ser 
elaborado seguindo todos os conceitos da 
engenharia. 
Seguimos com a descrição dos elementos 
apresentados na figura 1, agora do lado da 
corrente alternada. 
3.1. Caixa de Proteção 
A caixa de proteção contém um disjuntor, 
dimensionado de acordo com a corrente máxima 
de saída do inversor, e um DPS que protege o 
inversor contra surtos vindo da rede predial. 
3.2. Quadro de Distribuição 
No quadro onde ocorre a conexão do inversor à 
rede predial é acrescentado um disjuntor que 
desarma em casos de curto-circuito no inversor 
ou no cabo que leva a ele. 
A saída deste disjuntor é conectada ao 
barramento do quadro, por onde ele descarrega 
a energia gerada, alimentando as outras cargas. 
Em certos momentos, a geração pode superar o 
consumo destas cargas e o fluxo de energia no 
quadro inteiro pode ser invertido e até chegar a 
injetar energia na rede da concessionária, como 
vimos no primeiro capítulo. 
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3.3. Dispositivo de Proteção contra 
Surtos (DPS) 
O DPS do quadro geral protege toda a rede 
predial contra surtos ou descargas atmosféricas 
entrando pela rede da concessionária e pode 
tornar dispensável um DPS específico do inversor. 
3.4. Dispositivo Residual (DR) 
Os módulos fotovoltaicos apresentam um efeito 
capacitivo que aparenta ser uma fuga de corrente 
na amplitude de 10 mA por cada kWp de potência 
instalada (norma IEC 62109-2). 
Dispositivos Residuais (DR) instalados para 
proteger pessoas em caso de choque elétrico 
devem ter sensibilidade de 30 mA e podem 
desarmar, caso instalado no circuito do sistema 
solar, mesmo sem falha técnica. 
O circuito do inversor, neste caso, deve ser 
conectado separadamente dos outros circuitos 
protegidos por DR, e pode receber um DR com 
sensibilidade de 300 mA, que atua em casos de 
fuga decorrente de incêndio (IEC 62109-2). 
3.5. Cabo em corrente alternada 
O cabo em corrente alternada e os dutos devem 
ser dimensionados conforme NBR 5410. Boa 
prática é prever uma perda de potência abaixo de 
1% relativo à potência nominal. 
3.6. Balanceamento das fases 
A maioria dos inversores pequenos (até 5 .. 6 kW) 
tem saída monofásica em 220 V, com conexão 
entre fase e neutro ou entre duas fases, 
dependendo da rede local (veja exemplos na 
figura 6). Não há necessidade de gerar energia em 
todas as fases da rede predial. 
No caso da instalação com mais de um inversor, 
faz-se um balanceamento das fases, observando 
os limites impostos pela concessionária. Os 
inversores se ajustam automaticamente à 
sequência das fases. 
Inversores de potência maior são trifásicos e 
precisam de um transformador, caso a tensão de 
saída seja diferente da tensão da rede. 
3.7. Aterramento 
O sistema solar necessita de um aterramento 
sólido. Ele serve como referência para o inversor, 
é conectado aos DPS e é usado para aterrar a 
estrutura e as molduras dos módulos. 
Em muitos locais é necessário reforçar o 
aterramento presente. Ele deve ser interligado 
com o existenteno barramento PEN. Somente em 
esquemas TT é admitido ter-se aterramentos 
separados para alimentação e equi-
potencialização. 
Figura 4: Exemplos de conexão de inversores à rede e balanceamento das fases 
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4. O Padrão de Entrada 
O padrão de entrada é definido pela 
concessionária local, que publica também uma 
norma para conexão de sistemas de geração 
distribuída à rede dela com base na 
Regulamentação Normativa da Aneel 1000/2021 
e no Módulo 3 do PRODIST. 
A concessionária não pode exigir uma atualização 
do padrão de entrada por causa da solicitação de 
conexão do sistema solar, a não ser que o padrão 
existente esteja fora dos padrões da época da 
conexão original da unidade ou que não seja 
possível substituir o medidor atual pelo modelo 
bidirecional. Este item merece avaliação 
criteriosa, já que a atualização do padrão de 
conexão pode ser custosa. 
Na microgeração, a concessionária não pode 
cobrar pela troca do medidor. Na minigeração, 
ela cobra o valor e pode ainda exigir obras na rede 
dela, caso necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Proteção contra Raios e 
Surtos 
Um estudo de uma seguradora alemã aponta que 
28% dos danos em plantas solares são causadas 
por raios ou surtos. Considerando que a 
incidência de raios no Brasil supera a da 
Alemanha em grande parte do seu território 
(figura 7), podemos constatar que o tema 
extremamente relevante. 
Nosso sistema deve ser protegido tanto por raios 
e surtos entrando pelo arranjo fotovoltaico 
quanto pela rede da concessionária. A 
especificação depende da existência ou não de 
um Sistema de Proteção contra Raios e Surtos 
(SPDA) e da distância mantida dele. 
A abordagem excede o espaço disponível aqui. 
Acesse uma apresentação a respeito na página do 
manual de energia solar. 
 
Figura 5: Densidade de raios nas regiões do Brasil, 
comparado com a Alemanha 
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https://www.solarize.com.br/site-content/11-blog/288-manual-de-energia-solar-288
 
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1. Introdução 
Agora entraremos em questões mecânicas e 
estruturais: como fixar os módulos em estruturas 
de base de forma segura e durável. 
A discussão evidencia o fato de que o projeto 
fotovoltaico é multidisciplinar, requerendo 
conhecimento de várias áreas. 
Vale ressaltar que o trabalho na cobertura é tão 
importante quanto a instalação elétrica do 
projeto, porém exige muito mais do instalador 
por causa do desconforto de trabalhar sob o sol, 
do perigo de trabalhar em altura, e por causa do 
risco de infiltração com possíveis danos de alto 
prejuízo. Por isso é frequente contratar 
especialistas de telhado para as equipes de 
instalação. 
2. Estruturas de Base 
Já aprendemos que as células fotovoltaicas 
perdem eficiência com o aumento da 
temperatura (veja terceiro capítulo). Por isso é 
fundamental que os módulos possam dissipar o 
calor não somente pela frente, mas também por 
trás. 
Em consequência, os módulos nunca são 
colocados diretamente sobre telhas, mas sempre 
sobre uma estrutura que garanta a circulação do 
ar por baixo dos módulos, diferente de coletores 
para aquecimento solar. 
Os princípios para escolher a correta base de 
fixação são os seguintes: 
• Local da instalação: telhado inclinado, 
laje, solo ou fachada; 
• Forma da fixação, que o local permite; 
• Resistência estrutural da cobertura onde 
os módulos serão instalados 
• Montagem fixa ou com seguidor do sol; 
• Especificações do fabricante dos 
módulos. 
Em seguida mostraremos várias tipologias. 
3. Telhado inclinado 
A instalação de módulos em telhados inclinados 
ocorre paralela à cobertura. Procuramos a 
melhor face em relação à irradiação e ao 
sombreamento, respeitando preferências 
estéticas e funcionais do telhado. 
A instalação paralela ao telhado é leve, simples de 
executar e causa pouca carga de vento. Essas 
vantagens, junto à queda de preço dos módulos, 
fazem com que, hoje em dia, raramente se corrija 
uma orientação ou inclinação desfavorável da 
cobertura. 
As condições encontradas são simplesmente 
avaliadas num software fotovoltaico. Caso 
necessário, aumenta-se a potência do gerador. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
8 – FIXAÇÃO DOS MÓDULOS EM ESTRUTURAS DE BASE 
Figura 1: Montagem de sistema solar em laje 
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8 – FIXAÇÃO DOS MÓDULOS EM ESTRUTURAS DE BASE 
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3.1. Telhado de barro 
Em telhado de barro, a estrutura é fixada no 
madeiramento do telhado (figura 2): 
• Ganchos são fixados nos caibros, da 
forma que eles passem entre uma telha e 
outra. Ajustes laterais e de altura 
permitem a adequação da estrutura ao 
telhado; 
• Na parte superior do gancho entra o 
trilho. Aqui também há ajustes para 
adequar a distância dos trilhos à 
especificação dos módulos (veja a 
seguir); 
• Os grampos seguram o módulo no trilho: 
o grampo terminal é usado no início e no 
final de cada fileira, e o grampo 
intermediário, entre os módulos. 
O maior desafio na fixação em telhados de barro 
é a falta de padronização: o formato das telhas 
varia muito, o que dificulta não somente a 
instalação, mas também a reposição de telhas 
quebradas. 
3.2. Telhado ondulado 
(fibrocimento) 
Figura 3: Fixação com parafuso prisioneiro em telhado 
ondulado. Fonte: Solar Group 
Em telhado ondulado usam-se parafusos 
prisioneiros que atravessam as telhas e que são 
fixados na estrutura do telhado (figura 3). Os 
parafusos são oferecidos com diferentes tipos de 
roscas e pontas na parte inferior, para base de 
madeira e metal. 
O comprimento dos parafusos varia também e 
deve ser escolhido conforme a altura da 
ondulação das telhas. 
Na parte superior da rosca é fixado um adaptador 
fazendo a conexão com o trilho, que é o mesmo 
da telha de barro. Aliás, o sistema de parafusos 
pode ser aplicado também em telhados de barro. 
Figura 4: Fixação com mini trilho em telhado ondulado. 
Fonte: Solar Group 
Uma solução nova são mini trilhos, aparafusados 
na estrutura do telhado abaixo das telhas (fig. 4). 
É comum que a subestrutura do telhado precisa 
ser reforçada nas distâncias das fixações. 
Figura 2: Componentes da estrutura de base para telhado de barro 
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3.3. Telhado metálico 
Figura 5: Mini trilhos em telhado metálico trapezoidal, 
prontos para receberem os módulos. Fonte: TRITEC 
No caso de coberturas metálicas, a estrutura é 
fixada diretamente na telha. A estrutura mais 
comum consiste em mini trilhos, presos por 
parafusos ou rebites (exemplo na figura 5). 
A baixa inclinação deste tipo de telhado 
compromete a autolimpeza dos módulos que 
deve ser considerada no plano de manutenção. 
4. Laje 
Figura 6: Base para laje com dormentes de concreto como 
lastro. Fonte: Solar Group 
A instalação em laje requer uma base elevada. 
Como não é aconselhável perfurar a laje, usam-se 
lastros como ancoragem contra a força do vento 
em formato de dormentes ou bloquetes (fig. 6). 
Até poucos anos atrás, a inclinação e a orientação 
eram determinadas otimizando a geração de 
energia por cada módulo. Este conceito mudou 
na decorrência da redução do preço dos módulos. 
Hoje, a inclinação costuma variar entre 10° e 15°, 
minimizando assim a carga de vento sem abrir 
mão da autolimpeza. 
Seguindo o mesmo princípio, atualmente as 
fileirassão alinhadas com a laje, simplificando 
projeto e instalação e aproveitando melhor o 
espaço disponível. 
4.1. Distância entre Fileiras 
Figura 7:Índice de sombreamento em módulos num projeto 
em laje, causado pela platibanda e pelas outras fileiras. 
Cálculo no software PV*SOL. 
A distância entre as fileiras deve respeitar dois 
quesitos: 
(1) A movimentação dos técnicos durante a 
instalação e manutenção (mín. 50 cm). 
(2) O aproveitamento energético: havendo 
espaço sobressalente vamos distanciar mais as 
fileiras e evitar o sombreamento entre elas (veja 
figura 7 e capítulo 6). 
Em espaços apertados e quando o objetivo do 
cliente for gerar o máximo de energia, então será 
necessário aumentar o número das fileiras, 
mesmo que a sombra causa perdas nos meses do 
inverno. 
É essencial usar um software que permita 
experimentar de forma rápida alternativas, 
variando equipamento, conexão elétrica e 
configuração da montagem elevada (inclinação, 
orientação, altura, afastamento). 
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4.2. Base Leste-Oeste 
Figura 8: A base Leste-Oeste aproveita melhor o espaço 
Já bastante popular na Europa, a base Leste-
Oeste, também chamada de “telhadinho”, 
começou a chegar ao Brasil. Ela aproveita melhor 
o espaço disponível, por economizar um corredor 
a cada duas fileiras. Outra vantagem é a proteção 
melhor do cabeamento contra eventuais 
intervenções por pessoas não capacitadas. 
No nosso país, próximo ao equador, esta base 
pode ser instalada em qualquer orientação. Use o 
software para simular o rendimento anual. 
Algumas bases, como a da figura 8, economizam 
material, mas devem ser homologadas pelo 
fabricante do módulo. 
Vale lembrar que os módulos de diferentes 
orientações não devem ser conectados juntos, 
como descrito no capítulo 6. 
5. Estruturas em Solo 
Figura 9: Planta fotovoltaica em solo 
Usinas fotovoltaicas de grande porte usam 
estruturas específicas que requerem estudos 
geológicos e máquinas especiais. A maioria delas 
usa mesas que seguem o percurso do sol ao longo 
do dia (rastreador/tracker). 
Em usinas de pequeno porte, como trabalhadas 
nesta série de capítulos, usam-se soluções mais 
simples, normalmente bases fixas com fundação 
de concreto. O fabricante costuma fornecer o 
projeto básico de acordo com sua solução. 
Neste caso, o layout das mesas é adequado ao 
layout elétrico, da forma que uma mesa 
comporte strings inteiros. 
6. Outras Estruturas 
6.1. Telhas fotovoltaicas 
Telhas fotovoltaicas geram grandes expectativas 
por serem consideradas mais bonitas do que 
módulos comuns, em função de sua integração 
arquitetônica. No entanto, há várias 
desvantagens que comprometem a viabilidade: 
• O formato das telhas dificilmente é o 
mesmo do telhado existente e demanda 
uma reconstrução; 
• A reposição de telhas danificadas será 
restrita ao mesmo modelo e depende da 
existência do fornecedor; 
• Cada telha representa, em termos 
elétricos, um módulo e é equipado com 
dois conectores, aumentando assim os 
riscos de má conexão; 
• Mesmo com uma ventilação interna, as 
telhas esquentam mais do que os 
módulos comuns, causando perdas 
adicionais. O calor ainda é transferido à 
própria edificação, um efeito indesejado 
no nosso país tropical; 
• A manutenção e a simples limpeza das 
telhas requerem técnicos capacitados. 
 
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6.2. Estacionamento (carport) 
Para estacionamentos com cobertura 
fotovoltaica (carports) existem no mercado 
estruturas específicas com vedação entre os 
módulos. Consulte os fabricantes para obter mais 
informações. 
6.3. Fachadas 
Fachadas podem receber módulos opacos, 
cobrindo muros, ou translúcidos, em substituição 
a vidros. Como a fachada recebe menos 
irradiação do que a cobertura, fica difícil viabilizar 
uma usina vertical somente pela energia gerada. 
O cálculo da viabilidade é diferente em casos de 
construções novas ou em retrofit de prédios: o 
custo adicional da função fotovoltaica, quando 
comparado com uma fachada comum, pode 
trazer um retorno financeiro interessante. 
Além disso ocorre uma valoração do prédio pelo 
aspecto de sustentabilidade. 
 
 
7. Projeto e Execução 
O objetivo da base é oferecer sustentação aos 
módulos pela vida útil deles, estimada em mais de 
25 anos. Esta responsabilidade justifica um 
planejamento detalhado do projeto que tornará 
a execução mais segura e rápida. 
7.1. Faixa para Fixação do Módulos 
Figura 11: Faixa para fixação do módulo 
O manual de instalação dos módulos especifica as 
condições da fixação deles, em especial a faixa 
permitida para fixação (fig. 11). Esta faixa precisa 
ser respeitada para assegurar a resistência física 
da instalação e para manter as condições de 
garantia – é frequente observar erros em fotos 
divulgadas pelos instaladores. 
Figura 10: Princípios da disposição do arranjo no telhado 
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7.2. Disposição no telhado 
A figura 10 mostra os princípios do projeto físico 
do arranjo fotovoltaico: 
• Os trilhos são montados paralelos às 
ripas; 
• Os pontos de apoio dos trilhos (ganchos 
ou parafusos) devem ser distribuídos 
conforme especificações do fabricante 
do sistema de base. A distância mínima 
depende da resistência do trilho e da 
velocidade máxima de ventos na região 
da instalação; 
• Emendas de trilhos precisam ser 
conectadas por junções, para evitar que a 
dilatação provoque danos nos módulos; 
• A distância vertical entre os trilhos deve 
respeitar as exigências do fabricante dos 
módulos em todas as fileiras (veja item 
anterior); 
• A distância entre os módulos e a 
cumeeira lateral deve ser igual nos dois 
lados. 
Na execução é extremamente importante alinhar 
o primeiro módulo com muito cuidado, já que 
todo o resto do arranjo será alinhado com ele. Um 
pequeno desvio será multiplicado pelo número 
de módulos na fileira e será visível a olho nu. A 
correção posterior causa um retrabalho enorme. 
7.3. Sequência da Execução 
Vários fatores determinam a melhor sequência 
da execução: 
• Acesso e movimentação dos técnicos, 
respeitando NR-35 (segurança de 
trabalho em altura) e NR-33 (espaços 
confinados). É proibido pisar nos 
módulos e deve-se tomar muito cuidado 
para não danificar os mesmos com os 
mosquetões do talabarte. 
• Içamento dos módulos: procure uma 
solução adequada, que pode ser 
içamento manual, com elevador escada 
ou usando um caminhão Munck; 
• Local da passagem dos cabos para dentro 
do telhado (sempre protegido por um 
duto resistente às intempéries); 
• Interligação dos módulos: o cabo de 
retorno do string (veja capítulo 7) é 
conduzido em paralelo à colocação dos 
módulos; 
• Equipotencialização: para o aterramento 
dos módulos existem soluções com 
chapinhas integradas à fixação ou usando 
os orifícios previstos no módulo. Consulte 
o fabricante sobre restrições; 
• O trilho também deve ser aterrado. 
7.4. Resistência da Cobertura 
O arranjo fotovoltaico impõe uma carga adicional 
à cobertura, pelo peso dos módulos (aprox. 12 
kg/m²), da base de montagem e do lastro (em 
caso de lajes). 
A força oposta ocorre durante ventanias, 
chamada de carga de vento. Esta é mínima em 
instalações paralelas ao telhado, mas 
considerável em montagens elevadas. 
Quem fornece a garantia de que a cobertura 
resiste a estas forças, é o engenheiro calculista. 
Ele emitirá uma Anotação de Responsabilidade 
Técnica (ART), indispensável quando há 
movimentação de pessoaspor baixo da 
instalação. 
 
Deseja aprender mais? 
Ensinamos a prática no curso de instalador, 
totalmente mão na massa: 
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1. Introdução 
Figura 1: A sequência correta da montagem com medições 
assegura segurança e qualidade da instalação 
Depois de termos estudado, nos capítulos 
anteriores, os conceitos do projeto de um sistema 
solar conectado à rede, entraremos agora na 
parte prática. 
Há diversas características associadas à 
segurança e à qualidade que fogem do 
conhecimento dos eletricistas prediais e exigem 
cuidados especiais: a sequência da montagem do 
sistema e as medições durante instalação e 
manutenção asseguram a segurança da equipe e 
preservam o local da instalação. 
Em seguida introduziremos algumas medições 
obrigatórias para o comissionamento do sistema. 
2. Perigos específicos de 
sistemas fotovoltaicos 
Eletricistas prediais estão acostumados com 
instalações em corrente alternada, dotados de 
um disjuntor que permite desenergizar o circuito 
inteiro a partir de um ponto único. 
No sistema fotovoltaico, a energia vem de duas 
fontes: 
• Da rede predial em corrente alternada, 
protegida por um disjuntor; 
• Dos módulos que fornecem tensão 
sempre que recebem irradiação, 
energizando assim o circuito em corrente 
contínua. 
Como está fora do nosso alcance desligar o sol, 
devemos aprender a trabalhar com um circuito 
energizado sem colocar nossa vida e a integridade 
do prédio em risco. 
A equipe deve ser treinada também na norma 
regulatória NR-10, que trata da segurança em 
instalações elétricas; 
2.1. O arco voltaico 
Figura 2: O arco voltaico atravessa o ar. Com corrente 
contínua, ele apaga somente com o afastamento dos polos 
ou com dispositivos construídos para este fim. 
Ao abrir um circuito sob carga, isto é, com 
passagem de corrente, ocorre um arco voltaico: a 
corrente consegue ultrapassar o ar (figura 2). Em 
corrente alternada, o arco é rapidamente 
apagado quando a tensão é zerada, o que ocorre 
120 vezes ao segundo considerando a frequência 
de rede de 60 Hz. 
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9 – INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO 
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Em corrente contínua, o arco fica estável até que 
os polos sejam afastados o suficiente para 
interromper a corrente ou ao acionar um 
dispositivo construído para este fim, como um 
disjuntor de corrente contínua. 
O arco danifica os contatos de ambos os lados, 
coloca em risco a saúde e a vida dos técnicos e 
pode causar um incêndio no local onde ocorre. 
Assista ao seguinte vídeo que demonstra o efeito 
e não deixe de apresentá-lo a todos os técnicos 
envolvidos na instalação ou manutenção! Em 
sistemas fotovoltaicos, trabalhamos com tensões 
superiores à do vídeo, chegando até 1.000 V em 
instalações pequenas e 1.500 V em usinas. 
2.2. Carga em c.c. e sua interrupção 
A carga no circuito em c.c. ocorre em diferentes 
situações: 
1. Funcionamento normal: o inversor 
recebe a energia em c.c. e a injeta no 
circuito em c.a.; 
2. Conexão errada: um dos strings está com 
polaridade invertida; 
3. Diferença de potencial por defeito: um 
módulo está com defeito, da forma que o 
string ao qual pertence produz uma 
tensão inferior aos outros strings; 
4. Diferença de potencial por erro de 
projeto ou execução: um string contém 
menos módulos do que o outro 
conectado em paralelo; 
5. Falha de isolamento em algum ponto do 
circuito (incluindo curto circuito em DPS 
defeituoso). 
O desligamento correto do sistema solar começa 
com o disjuntor em c.a., o que leva o inversor a 
abrir o circuito primário. 
O dispositivo interruptor-seccionador isola o 
inversor do circuito c.c., mas não abre a conexão 
paralela entre strings: a carga nas situações 2 a 5 
acima somente desaparecem ao cair da noite! 
É imprescindível verificar a ausência da corrente 
antes de abrir qualquer conexão em corrente 
contínua (fig. 3), seja conector MC4, conexão por 
parafuso ou remoção de um dispositivo (fusível, 
DPS)! Na dúvida, aguarde a noite! 
Como seria um procedimento seguro para a 
instalação do sistema solar? Durante a instalação 
devemos prevenir as situações de falha, e 
durante a manutenção precisamos detectá-las a 
fim de evitar acidentes. 
Figura 3: Exemplos de pontos do circuito onde pode ocorrer um arco voltaico 
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https://www.youtube.com/watch?v=hy5Xj6C32PI
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3. Procedimento seguro da 
instalação 
A instalação física e elétrica do sistema solar é 
dividida em três partes, que podem ser 
executadas simultaneamente: 
• Circuito do string: a montagem dos 
módulos e a interligação dos mesmos; 
• Circuito da caixa de junção: do cabo do 
string até o inversor; 
• O circuito em corrente alternada, do 
inversor até o quadro de distribuição: a 
montagem deste circuito é bem 
conhecida e segue as regras normais; 
3.1. Montagem do circuito do string 
O circuito do string é conectado em simultâneo à 
montagem dos módulos: 
• O conector positivo de cada módulo é 
ligado ao negativo do módulo adjacente; 
• O cabo do retorno acompanha os de 
interligação, para reduzir eventuais 
surtos (veja capítulo 7); 
• O fio de equipotencialização (terra) 
também é conectado durante a 
montagem. A continuidade da mesma 
deve ser verificada durante a instalação. 
É importante deixar o conector de saída do string 
aberto para manter o cabo desenergizado que 
segue até a caixa de junção. Este conector deve 
ser de fácil acesso para concluir a instalação e 
para permitir abertura em casos de manutenção. 
 
Figura 4: Divisão do circuito durante a instalação 
Figura 5: Durante a montagem dos módulos, o circuito do string é conectado, deixando apenas o último conector aberto 
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3.2. Montagem do circuito da caixa 
de junção (string box) 
O circuito da caixa de junção, que começa com o 
fio descendo dos módulos e vai até o inversor, é 
montado em simultâneo com o circuito do string. 
Os fusíveis são removidos, evitando assim o 
paralelismo entre os strings, e o dispositivo 
interruptor-seccionador é aberto. 
3.3. Fechamento do último conector 
dos strings 
Depois de montar os três circuitos podemos 
então fechar o conector de saída de cada string e 
assim energizar o circuito da caixa de junção até 
a entrada dos porta-fusíveis. 
3.4. Verificação da polaridade 
O primeiro passo na verificação elétrica é a 
medição da polaridade, já que a polaridade 
invertida de apenas um dos strings causa um 
curto circuito com os outros conectados em 
paralelo e poderá ser aberto somente à noite. 
Técnicos sem prática de medição em c.c. devem 
ser bem treinados no uso correto do multímetro 
e no padrão de cores dos fios. 
3.5. Verificar a tensão do string em 
circuito aberto 
A tensão produzida por cada string é medida em 
simultâneo com a polaridade. Ela indica se o 
número correto de módulos foi efetivamente 
conectado, e se os strings são homogêneos entre 
si. 
Exemplo: 
• A ficha técnica do módulo informa a 
tensão nominal de circuito aberto UOC, 
módulo = 35 V – lembrando que ela é 
medida a 25 °C (condições STC, capítulo 
3); 
• A medição da tensão do string fornece 
UOC, string = 200 V; 
• O projeto elétricoindica que 6 módulos 
compõem o string; 
• Dividimos a tensão medida pelo número 
dos módulos e chegamos à tensão gerada 
por cada módulo: UOC, mod = 200 V / 6 = 
33,3 V 
Figura 6: O circuito da caixa de junção (string box) é montado em paralelo com o do string 
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• O resultado coincide com uma 
temperatura dos módulos pouco acima 
de 25 °C, o que pode ser verificado com 
um toque manual. Se a instalação 
estivesse errada, com 5 ou 7 módulos no 
string, então a tensão estaria 
significativamente diferente (mais 
adiante abordaremos o 
comissionamento, que exige uma 
medição mais precisa); 
• Portanto podemos concluir que o 
número de módulos no string está 
correta. 
A medição deve ser executada separadamente 
para cada string, e os resultados devem ficar 
dentro de uma faixa de 5%. 
3.6. Verificar a corrente do string 
em curto circuito 
Para aferir a corrente é necessário fechar um 
curto-circuito no string. A forma mais simples 
com uso da caixa de junção é o seguinte 
procedimento: 
• Abra o dispositivo interruptor-
seccionador (abreviamos o termo em 
seguida).; 
• Interligue o polo positivo da seccionadora 
com o negativo; 
• Insira o fusível do primeiro string e feche 
o porta-fusível; 
• Feche a seccionadora 
• Meça a corrente; 
• Abra a seccionadora e o porta- fusível. 
Repita o procedimento para todos os strings. Os 
resultados devem ficar dentro de uma faixa de 
5%. É importante que a irradiância não mude 
entre uma medição e outra, e que não haja 
sombra nos módulos, já que a corrente oscila 
instantaneamente com a irradiância. 
Em instalações sem caixa de junção usa-se uma 
caixa de curto-circuito, como apresentada a 
figura 7, que contém um interruptor c.c., ao invés 
da seccionadora. Tome muito cuidado com 
acidentes por arcos voltaicos entre fios 
desencapados! 
3.7. Iniciar o inversor 
Depois de aferir todos os strings e corrigir 
eventuais erros podemos colocar os fusíveis, 
fechar a seccionadora e o disjuntor c.a. e iniciar o 
inversor. Estude o manual com cuidado e respeite 
a sequência correta dos passos de configuração. 
Figura 7: Exemplo de uma caixa de curto circuito 
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4. Comissionamento 
O instalador do sistema solar é obrigado, pela 
norma ABNT NBR 16274:2014, a efetuar ensaios 
e entregar uma documentação ao cliente. Este 
comissionamento não deve ser confundido com 
aquele que a concessionária de energia efetua: 
ela se interessa somente por eventuais perigos 
para sua rede de distribuição e não com o 
funcionamento ou riscos fora do escopo dela. 
O desafio do comissionamento do sistema solar 
consiste na fonte: a irradiação é variável e com 
isso, a energia gerada. Nunca teremos certeza de 
que o sistema está realmente funcionando 
perfeitamente. 
O que podemos fazer é medir as grandezas 
climáticas junto às elétricas, e é isso que a norma 
exige. A seguir apresentamos os principais 
ensaios – estude a norma para complementar a 
informação e acesse nosso minicurso sobre o 
tema no site. 
Todos os ensaios devem ser executados para 
cada string, e o resultado não pode ultrapassar 
uma faixa de 5% da média. 
4.1. Verificar a tensão conforme 
temperatura 
A tensão produzida pelo módulo depende da 
temperatura atual da célula. Portanto, devemos 
medir as duas grandezas simultaneamente. A 
seguinte fórmula calcula a tensão nominal de um 
string em determinada temperatura Vstring,OC,temp, 
usando 
• O número de módulos por string n; 
• A tensão de curto circuito nominal do 
módulo Vmód,OC; 
• A temperatura atual da célula T; 
• O coeficiente da variação da tensão com 
a temperatura CoefV; 
Confira também capítulos 3 e 5. Para medir a 
temperatura da célula, coloque um sensor com 
corte quadrado por baixo do módulo e o 
pressione contra a célula. 
4.2. Verificar a corrente conforme 
irradiância 
A corrente depende da irradiância e esta relação 
é linear na faixa superior da escala. Por isso, a 
norma exige um comissionamento em condições 
estáveis com irradiância acima de 700 W/m². 
Podemos usar a seguinte fórmula para calcular a 
corrente esperada Iirrad, a partir da 
• Corrente nominal do módulo Inom; e 
• Irradiância geral medida G 
4.3. Ensaiar o isolamento do circuito 
em c.c. 
A norma exige o ensaio do isolamento entre os 
polos e a terra, porque falhas podem causar 
acidentes ou incêndios. O próprio inversor ensaia 
o isolamento e deixa de iniciar quando detecta 
um problema. 
Figura 8: Equipamento profissional de comissionamento agiliza a 
medições e aumenta a precisão (exemplo Seaward Solar PV200) 
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O ensaio é efetuado por um megômetro, que 
mede a resistência enquanto injeta uma tensão 
superior à do arranjo fotovoltaico (detalhes na 
norma). Se a tensão ficar próxima à tensão 
nominal do DPS, então este deve ser 
desconectado do circuito. 
4.4. Equipamento para 
comissionamento 
Um solarímetro com termômetro é essencial para 
efetuar os ensaios (figura 8 apresenta um 
exemplo à direita). Além disso, existem 
multímetros específicos que efetuam os 
principais ensaios de forma automática, recebem 
os dados do solarímetro e gravam os resultados 
na memória para posterior exportação ao 
computador. 
4.5. Planilhas de verificação 
Disponibilizamos na página do manual duas 
planilhas que facilitam a verificação: 
• A primeira calcula tensão e corrente para 
o string de um determinado módulo a 
partir das medições de temperatura e 
irradiância, e compara as medições com 
o cálculo; 
• A segunda permite cadastrar as medições 
para vários strings e compara cada uma 
com a média, apontando desvios. 
Ambas planilhas, quando usadas em notebook, 
tablet ou até celular, podem ser preenchidas no 
ato do comissionamento. Erros são detectados na 
hora, permitindo um conserto imediato. 
Uma apresentação, também disponibilizada no 
site, detalha melhor os passos do 
comissionamento. 
 
Comissionamento: aferição da medição de um string
Fabricante Jinko Configuração do string
Modelo JKM270PP-60 N° de módulos em série 6
Ficha técnica Valor Parâmetros climáticos medidos
P nom [Wp] 270 Irradiância [W/m²] 654
I SC [A] 9,09 Temperatura módulo [°C] 60
I MPP nom [A] 8,52
V MPP nom [V] 31,7 Medição fora de operação Medido Calculado Diferença Observação
V OC [V] 38,8 I SC [A] 6,0 5,9 0,9% ok
Coef V [%/°C] -0,30% V OC [V] 200 208,4 -4,0% ok
Preenche ou veri fique os campos em azul Medição em operação Medido Calculado Diferença Observação
Campos cinzas mostram resultados intermediários I MPP [A] 5,8 5,6 4,1% ok
Campos verdes apresentam resultados principais V MPP [V] 160 170,2 -6,0% diferença acima de 5%!
Parte do Manual de energia solar 
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Figura 9: Planilhas de comissionamento ajudam a detectar problemas no ato 
Deseja aprender mais? 
Os procedimentos da instalação segura 
fazem parte do nosso curso de instalador: 
instalador.solarize.com.br 
http://www.solarize.com.br/
http://manual.solarize.com.br/
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1. Introdução 
Os nove capítulos anteriores ensinaram conteúdo 
técnico que tem validade no mundo inteiro, 
independentemente do local da instalação 
fotovoltaica. No presente capítulo, 
apresentaremos o dimensionamentodo sistema 
solar baseado na regulamentação brasileira. 
No nosso país, o princípio da compensação da 
energia gerada na Geração Distribuída é a 
compensação da energia consumida. Não há 
venda da energia à concessionária. 
Esse regime, junto com a aplicação de taxas 
mínimas, determina o dimensionamento ideal de 
uma planta fotovoltaica para um determinado 
cliente, da forma apresentada no capítulo 2 e 
detalhada em seguida. 
2. O Marco Legal da Geração 
Distribuída 14.300/2022 
Em 7 de janeiro de 2022, foi promulgado a lei 
14.300, chamada o Marco Legal da Geração 
Distribuída, e que substituiu a REN ANEEL 
482/2012, normativa até então válida. 
Em seguida, a Agência Nacional de Energia 
Elétrica ANEEL adaptou sua resolução REN Aneel 
1000/2021, que define as “regras de prestação de 
serviço para distribuição de energia elétrica”. 
Tanto a lei quanto a resolução estão em 
constante evolução, buscando tornar as regras 
mais claras e incluindo novas tecnologias. 
 
 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
 
Figura 1: Ilustração de algumas formas de compensação da energia. 
Fonte: Guia de Constituição de Cooperativas de Geração Distribuída Fotovoltaica, OCB 
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10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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2.1. Princípios 
Os princípios básicos são os seguintes: 
• A energia gerada, inicialmente, abate o 
consumo da própria unidade; 
• A energia excedente é injetada na rede 
da concessionária e considerada 
emprestada à distribuidora. Em outro 
horário, ela é devolvida ao cliente e 
compensa consumo; 
• O faturamento mensal apura a energia 
consumida e injetada: a diferença 
positiva é cobrada; 
• Além disso, há cobrança da Taxa de Uso 
do Sistema de Distribuição (TUSD Fio B) 
referente à energia compensada; 
• O excedente mensal gera crédito que 
pode ser abatido em um dos meses 
subsequentes; 
• Os créditos podem ser transferidos para 
outras contas vinculadas; 
• Outras cobranças na conta de energia, 
como o custo de disponibilidade ou da 
demanda contratada, não são 
modificadas. 
3. Faturamento do consumidor 
grupo B 
Figura 2: Exemplo de fluxo de energia em um determinado 
mês com montantes faturados 
O grupo B reúne consumidores que recebem a 
energia em baixa tensão, por exemplo residências 
e pequenas empresas. Eles pagam uma tarifa 
única ao longo do dia (com exceção da Tarifa 
Branca, que é opcional e desvantajosa no caso da 
geração solar) e são faturados pelo consumo 
mensal. 
Para compreender como funciona o faturamento, 
vamos usar o exemplo da figura 2, que apresenta 
o fluxo de energia ao longo de um mês: 
• Neste mês, o sistema fotovoltaico gerou 
300 kWh; 
• Desta energia, 180 kWh foram 
consumidas por aparelhos ligados 
simultaneamente, o chamado 
“autoconsumo”; 
• O restante da energia gerada, 120 kWh, 
foi injetada na rede da concessionária; 
• O consumo total dos aparelhos elétricos 
nesta unidade somou 500 kWh; 
• Deste consumo, 180 kWh foram 
fornecidos pelo sistema solar e o 
restante, 320 kWh, vieram da rede da 
concessionária (consumo bruto da rede); 
• A concessionária recebeu da unidade 120 
kWh em energia injetada e a devolveu em 
outro horário. Ela precisou, portanto, 
comprar 200 kWh de outras usinas para 
completar o fornecimento (consumo 
líquido da rede). Este montante é 
faturado, aplicando a tarifa de consumo; 
• A energia que compensa o consumo, 
neste mês, é igual à energia injetada, 120 
kWh. Sobre este montante é faturado a 
Taxa de Uso do Sistema de Distribuição 
(TUSD Fio B); 
• Caso houvesse crédito acumulado de 
meses anteriores, então estes seriam 
aproveitados para compensar o 
consumo, mediante faturamento da 
TUSD Fio B. 
Precisamos de três leituras para estabelecer 
todos os números do fluxo de energia: 
• A leitura do medidor de consumo; 
• A leitura do medidor de injeção; 
• A leitura do inversor. 
É importante que o proprietário do sistema 
compreenda esta lógica. Em especial, ele deve 
estar ciente que a conta de energia apresenta 
apenas parte das informações. 
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10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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3.1. A fase de transição da lei 14.300 
A lei 14.300/2022 introduziu como novidade a 
cobrança da TUSD Fio B. Para que essa cobrança 
não ocorresse de um dia para outro, 
inviabilizando o setor fotovoltaico, definiu-se 
uma fase de transição, durante a qual a cobrança 
aumenta a cada ano: 
Ano Cobrança 
2023 15% da TUSDg 
2024 30% da TUSDg 
2025 45% da TUSDg 
2026 60% da TUSDg 
2027 75% da TUSDg 
2028 90% da TUSDg 
2029 Valor “encontro das contas” 
Tabela 1: Cobrança do TUSD Fio B durante a fase de 
transição 
O percentual apresentado na tabela 1 é válido 
para solicitações de conexão desde 08/07/2023. 
A cobrança a ser aplicada a partir de 2029 será 
definida por uma comissão que deve reunir num 
cálculo benefícios e custos que a geração 
distribuída traz para o sistema energético do 
Brasil, levando ao “encontro de contas”. 
Conforme a lei, esse cálculo já deveria ter sido 
publicado até julho de 2023. 
3.2. O custo de disponibilidade 
Em meses com consumo muito baixo é cobrada 
uma taxa mínima, chamada “Custo de 
Disponibilidade”, no valor de 
• 30 kWh para ligações monofásicas; 
• 50 kWh para ligações bifásicas; 
• 100 kWh para ligações trifásicas. 
Esta taxa é aplicada para todos os consumidores 
do grupo B, independentemente de haver uma 
geração solar no local ou não. Com isso fica 
impossível zerar a conta com energia solar. 
A compensação da energia injetada ou do crédito 
acumulado é limitada pelo valor do Custo de 
Disponibilidade. 
4. Dimensionar o sistema solar 
para um consumidor do grupo B 
4.1. Analisar a conta do cliente 
A tarefa do projetista consiste em dimensionar o 
sistema fotovoltaico de forma adequada para 
cada cliente. 
Usamos o histórico de consumo ao longo dos 
últimos 12 meses, impresso na conta como base 
de cálculo, e formamos a média destes valores. 
4.2. Estipular a meta de geração 
Quanta energia deve ser gerada pelo futuro 
sistema solar? Via de regra, usamos o histórico 
como previsão para o futuro. 
No entanto é importante corrigir a média mensal 
pela expectativa de aumento do consumo: é 
frequente que o cliente seja mais generoso no 
consumo a partir da instalação do sistema solar – 
um aumento de 10% a 15% é comum. Mas ele 
pode também prever mudanças de hábito que 
reduzam o consumo de energia. 
Recomendável é aproveitar o momento para 
efetuar medidas de eficiência energética, antes 
do dimensionamento do sistema e analisar 
tecnologias complementares, como aquecimento 
solar para banho. 
Em unidades novas, sem histórico, deve-se 
estimar o futuro consumo a partir de unidades 
similares ou outros métodos da engenharia 
elétrica. 
 
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10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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4.3. Estipular a potência do sistema 
ideal 
A irradiação varia entre as regiões do nosso país 
e com isso a potência do sistema fotovoltaico 
necessária para gerar a energia desejada. 
Vamos chamar de geração típica o fator usado 
para calcular essa potência. 
Exemplo: 
• Meta de geração: 600 kWh / mês 
• Rendimento típico: 120 kWh / mês kWp 
• Potência do sistema = 600 / 120 = 5 kWp 
O valor do rendimento típico pode ser obtido 
mediante simulação de um sistema padrão de 
1kWp usando software fotovoltaico. Com um 
pouco de prática, o projetista já conhece o valor 
para a região da sua atuação. 
4.4. Projetar o sistema fotovoltaico 
Agora chegou a hora de projetar o sistema real, 
ocupando parte da cobertura ou do terreno do 
cliente, comoabordado nos capítulos anteriores. 
É possível que a área disponível não seja 
suficiente para o sistema ideal e nos força a 
restringir a potência ou a procurar soluções de 
geração remota. 
4.5. Verificar o dimensionamento 
Figura 3: Consumo (barras cinzas) e geração simulada 
(barras amarelas) a cada mês. Diagrama do software 
PV*SOL. 
O último passo na elaboração do projeto 
fotovoltaico é a simulação dele. 
Usamos os componentes selecionados na 
configuração prevista com o máximo de detalhes 
possíveis, como orientação e inclinação dos 
módulos e sombreamento (veja capítulo 11). 
O resultado (fig. 3) mostra se o sistema projetado 
atende à demanda, ou se ele precisa ser ajustado. 
4.6. Retorno financeiro 
Para calcular o retorno financeiro pode-se optar 
por diferentes indicadores financeiros: 
• Retorno simples: em quanto tempo se 
paga o sistema, desconsiderando juros 
ou inflação? 
• Retorno descontado: em quanto tempo 
se paga o sistema, considerando juros 
que o dinheiro poderia render se fosse 
aplicado no banco? 
• Taxa Interna de Retorno (TIR): imagine o 
investimento no sistema fotovoltaico 
como aplicação no banco por 25 anos. A 
TIR representa os juros ganhos 
anualmente com essa aplicação e 
permite a comparação fácil com outras 
aplicações, ex. CDB; 
• Valor presente líquido (VPL): qual é o 
valor que o sistema representa para o 
proprietário, trazendo todos os ganhos 
futuros para hoje com a correção 
monetária conforme inflação esperada? 
Escolher o indicar mais adequado para cada 
cliente ajuda no processo de venda do sistema. 
4.7. Limite conforme demanda 
disponibilizada 
Toda unidade de consumo é conectada à rede 
conforme a demanda de potência informada pelo 
proprietário. O disjuntor geral da unidade, junto 
com a norma da concessionária, permite 
determinar a demanda máxima. 
Essa demanda é o limite para a potência injetada 
à rede. Se desejar instalar um sistema maior será 
necessário solicitar um aumento de carga à 
concessionária ou prever um controle que limita 
a potência injetada (veja cap. 12). 
 
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https://www.solarize.com.br/software-pv-sol
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10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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5. Dimensionar o sistema solar 
para um consumidor do grupo A 
Consumidores do grupo A recebem energia em 
média tensão. A fatura deles é dividida em 
diversas rubricas. Segue uma abordagem 
resumida, sem entrar nos detalhes e nas 
diferentes opções: 
• O consumo é separado pelo horário de 
Ponta e Fora de Ponta, aplicando tarifas 
diferentes; 
• A demanda contratada é cobrada 
mensalmente com um valor fixo, 
independentemente do consumo 
ocorrido; 
• Há ainda multas por demanda acima da 
contratada e por excesso de energia 
reativa. 
A abordagem simples segue o cálculo 
apresentado para o grupo B, usando o consumo 
no horário Fora de Ponta. 
A demanda contratada limita a potência do 
sistema solar e faz com que o sistema solar, em 
quase todos os casos, gere apenas uma parte do 
consumo. A razão disso é simples: o sol não gera 
energia com 100% da potência de 8 às 18 hs, 
muito menos à noite. 
Ao compensar energia gerada durante o horário 
fora ponta no consumo de ponta é aplicada o 
fator da diferença das tarifas, exigindo então uma 
geração muito mais alta. 
5.1. Opções para ajustar a demanda 
em projetos do grupo A 
Há várias opções para conduzir o projeto: 
a) Restringir-se à demanda contratada: a 
implantação será mais simples e mais 
barata; 
b) Esticar o Fator de Dimensionamento até 
o limite permitido pelo inversor, da forma 
que a energia gerada aumente 
consideravelmente; 
c) Aumentar a potência do sistema 
fotovoltaico, mas limitar a energia 
injetada através de um controle 
dinâmico; 
d) Aumentar a demanda de geração além da 
demanda de consumo: isso acarretará 
numa obra na conexão à rede e em 
custos mensais com TUSDg (TUSD de 
geração); 
e) Migrar para o Mercado Livre de Energia 
(ACL) onde a geração fotovoltaica pode 
ocorrer junto à carga ou remotamente. 
6. Compensação remota 
Figura 4: Ilustração da compensação remota. 
Fonte: Guia de Constituição de Cooperativas de GD 
A compensação local é a forma mais simples: o 
sistema solar é instalado na própria unidade de 
consumo. Neste caso, aplicam-se as regras 
descritas anteriormente. 
No entanto, a legislação permite diversas formas 
de compensação remota, onde o excedente da 
energia na unidade de geração é transferido para 
outras unidades. A compensação é efetuada de 
forma contábil e é restrita à mesma área de 
concessão. 
Todas as formas de compensação remota têm em 
comum a transferência em kWh, independente 
da tarifa da origem e do destino, e a cobrança do 
TUSD Fio B sobre a energia compensada. 
A legislação não prevê compensação entre 
diferentes concessionárias ou diferentes áreas de 
concessão. 
6.1. Autoconsumo remoto 
O excedente da energia gerada pode ser 
transferido para uma outra unidade do mesmo 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
10 – DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA 
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titular. Se for pessoa física, então as duas contas 
devem estar cadastradas no mesmo CPF. 
No caso da pessoa jurídica é permitida a 
transferência entre diferentes filiais (CNPJ 
idêntico antes da barra). 
Na unidade de origem, se for do grupo B, é 
cobrado o custo de disponibilidade. Na unidade 
receptora, também, se o consumo líquido ficar 
abaixo deste valor. 
O excedente pode ser transferido para mais do 
que uma unidade. Neste caso, o proprietário 
declara à concessionária o percentual que cada 
unidade deve receber. 
Eventuais créditos permanecem na respectiva 
unidade. 
6.2. Geração compartilhada 
Grupos de empresas podem formar um consórcio 
e construir uma usina em conjunto. No contrato 
é definido o percentual de energia que cada 
consorciado recebe. 
Regras similares permitem a geração 
compartilhada para condomínios (múltiplas 
unidades de consumo, MUC) ou cooperativas. 
A lei 14.300 permitiu a constituição de 
“condomínios voluntários” para o mesmo fim, 
sem detalhar ainda seu funcionamento. 
7. Modelos de Negócio 
A construção e a operação da planta fotovoltaica 
não precisam, necessariamente, serem 
executadas pelo cliente em propriedades dele. 
Além da venda do equipamento há modalidades 
de locação do equipamento, do local da 
instalação e de locação virtual de partes de uma 
usina maior. 
Todos os modelos exigem muita atenção para a 
correta contratação em consideração à legislação 
fora do setor elétrico, evitando conflitos com o 
monopólio da distribuidora local. 
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1. Introdução 
O tema do presente capítulo são softwares de 
planejamento e simulação de projetos 
fotovoltaicos, fundamentais para elaborar um 
projeto tecnicamente impecável, para calcular o 
retorno financeiro com segurança e para efetuar 
vendas de forma eficiente, como já vimos em 
outros capítulos. 
2. Requisitos ao Software 
Fotovoltaico 
A engenharia de software, formação original do 
autor deste manual, ensina que se deve iniciar a 
escolha de um software pela análise dos 
requisitos. Em seguida, é preciso priorizar as 
demandas para então escolher uma solução. 
2.1. O Fluxo de Trabalho 
O segundo capítulo apresentou o passo-a-passo 
da elaboração de um projeto fotovoltaico 
conectado à rede (figura 1). 
As fases principais são 
1. A análise das informações que embasam 
o projeto; 
2.A elaboração do projeto técnico; 
3. O cálculo do retorno do investimento 
(custo / benefício). 
O resultado do terceiro passo pode levar a uma 
revisão do projeto, por questões técnicas ou 
financeiras. O software ideal conduz o projetista 
no fluxo natural do seu trabalho, ao mesmo 
tempo que oferece flexibilidade conforme o tipo 
do projeto e o perfil do usuário. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
11 – SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO PARA PROJETOS 
FOTOVOLTAICOS 
 
 
Figura 1: As etapas da elaboração do projeto fotovoltaico 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
11 - SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO 
PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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2.2. Os Diferentes Atores 
Cada ator envolvido no projeto tem interesses 
próprios, com demandas de informações, que 
devem ser atendidas pelo software (figura 2). 
Vamos entender os principais. 
2.2.1. O Vendedor 
O vendedor recolhe as informações do cliente e 
elabora um projeto primário que precisa ter o 
detalhamento suficiente para garantir a 
viabilidade técnica e calcular o retorno do 
investimento. Com esta informações, ele prepara 
uma proposta para iniciar as negociações com o 
cliente. 
Na realidade brasileira, o processo da venda é 
mais desafiador do que os processos técnicos, por 
causa da baixa taxa de conversão. 
Com isso, a qualidade da proposta é fundamental 
para aumentar as vendas, e a agilidade na 
elaboração reduz o tempo que, possivelmente, 
não será remunerado. Ambas são questões onde 
um software pode ajudar muito. 
2.2.2. O Projetista 
O projetista recebe o projeto primário do 
vendedor e o detalha com objetivo de aprimorar 
questões técnicas e financeiras. 
Ele produz listas de materiais e diagramas 
técnicos para planejamento, aprovação e 
execução do projeto. 
2.2.3. O Cliente 
O cliente tem vários papéis neste processo, que 
podem ser acumulados: 
• No papel de investidor, ele compara o 
rendimento do sistema solar com outras 
aplicações financeiras; 
• Sendo proprietário do local da instalação, 
ele se preocupa com a estética e 
segurança da instalação; 
• No caso de uma empresa pode haver 
outros interesses, como marketing verde 
ou proteção contra aumentos da tarifa. 
O software ideal oferece diversidade de 
informações técnicas e financeiras, que serão 
utilizadas de acordo com o perfil de interesse do 
cliente 
2.2.4. A Distribuidora de Energia 
A distribuidora espera receber a documentação 
padronizada conforme normas próprias e da 
ANEEL, para então aprovar o projeto. 
Figura 2: O projeto fotovoltaico visto por diferentes atores 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
11 - SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO 
PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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2.2.5. Instituições 
Outras instituições recebem a documentação do 
projeto, conforme o caso: 
• Conselhos de engenharia ou de técnicos; 
• Bancos ou investidores; 
• Seguradoras; 
• Instituições públicas, como por exemplo 
órgãos ambientais, EPE (Empresa de 
Pesquisa Energética, no caso de leilões de 
usinas), órgãos de preservação de 
patrimônio histórico etc. 
2.3. Escopo do projeto 
Podemos diferenciar as seguintes categorias de 
projetos (figura 3): 
2.3.1. Projetos de Pequeno Porte 
Projetos residenciais ou comerciais de pequeno 
porte devem priorizar a venda individualizada ao 
cliente, com propostas assertivas. A margem de 
lucro, geralmente reduzida, exige que o processo 
de venda e instalação seja eficiente. 
2.3.2. Prédios Comerciais 
Projetos em prédios comerciais costumam 
apresentar uma série de exigências técnicas: 
coberturas repletas de obstáculos (casa de 
máquinas, caixas d´água, aparelhos de ar-
condicionado, ...) e uma maior complexidade na 
conexão elétrica. O software ideal permite um 
trabalho interativo com grande flexibilidade. 
Este tipo de cliente exige também um cálculo do 
rendimento mais apurado. 
2.3.3. Usinas em Solo 
No caso de usinas em solo, o projeto técnico é 
modular e repetitivo. Podemos diferenciar ainda 
usinas de grande porte, que usam rastreadores 
(tracking), de usinas menores, com aplicação de 
tecnologias mais simples. 
O financiador destas usinas deseja receber 
informações detalhadas e altamente confiáveis, e 
as insere nas suas próprias planilhas financeiras. 
2.4. Questões Técnicas 
2.4.1. Cálculo Confiável 
Pelo ponto de vista do investidor, a questão 
fundamental é a confiabilidade dos resultados. 
Um software com reputação internacional ganha 
pontos na avaliação. 
2.4.2. Dados Meteorológicos Detalhados 
Os dados meteorológicos formam a entrada 
principal dos algoritmos de simulação. O formato 
padrão se chama TMY (typical metereological 
year), em detalhamento horário. 
Este detalhamento é essencial para simular o 
sistema fotovoltaico, porque a eficiência dos 
componentes varia conforme irradiância e 
temperatura momentânea, e porque as perdas 
dependem da potência gerada a cada instante. 
Há empresas internacionais que fornecem séries 
de dados a partir de medições de solo e por 
satélite (ex. Meteonorm). As fontes brasileiras, do 
atlas solarimétrico, infelizmente não são 
Figura 3: Projetos de portes diferentes apresentam características diferenciadas 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
11 - SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO 
PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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fornecidas na resolução horária, mas apenas por 
médias mensais. 
2.4.3. Flexibilidade da Configuração dos 
Inversores 
O software deve providenciar as regras 
específicas para inversores string, micro 
inversores e otimizadores de potência. 
A associação dos módulos a inversores deve ser 
resultado da modelagem 3D. 
Já o projetista deve ter a liberdade total na 
configuração: juntar módulos de diferentes 
prédios, modificar limites de configuração (ex. 
fator de dimensionamento, veja capítulo 5) e 
definir a sequência dos strings (figura 4). 
Telhados em arco são um exemplo onde pode ser 
necessário juntar módulos de diferentes 
inclinações no mesmo string. O software deve 
calcular as perdas causadas no descasamento, o 
que é possível somente com dados climáticos 
detalhados. 
2.4.4. Tratamento Diferenciado da Sombra 
por Objetos Próximos e Distantes 
Objetos distantes como, por exemplo, morros 
causam um efeito “liga/desliga” no arranjo 
fotovoltaico inteiro. Eles representam o 
horizonte do cenário. 
Objetos próximos, como prédios, árvores ou 
antenas, projetam uma sombra que parece andar 
por cima do arranjo. A cada momento, a sombra 
atinge outras partes dos módulos. 
As duas formas causam efeitos elétricos 
diferentes, o que exige uma modelagem 
diferente no software. 
3. Comparação de Softwares 
Mais Utilizados 
Nos últimos anos foram desenvolvidos muitos 
softwares fotovoltaicos. A seguir analisaremos as 
características dos mais populares no Brasil. 
Como nenhum software é perfeito, 
recomendamos priorizar pelo tipo de projeto 
mais utilizado e testar o programa antes de 
efetuar a compra. 
Figura 4: Exemplo de uma instalação comercial, onde o projetista definiu a configuração dos módulos de forma semi-
automática (PV*SOL premium) 
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11 - SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO 
PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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3.1. PVSyst 
Figura 5: Foto de uma usina com tracking e a simulação do 
sombreamento no software PVSyst 
PVSyst é o programa clássico para usinas de 
grande porte. Parâmetros específicos permitem 
aos especialistas modelarem detalhes que são 
importantes para esta categoria de projetos. 
PVSyst permite também analisar sombreamento 
em instalações com tracking (rastreamento, 
figura 5). 
A interface do usuário é antiquadae pouco 
amigável e não foi traduzida completamente para 
português. A modelagem em 3D não é intuitiva, o 
que restringe o uso do software a especialistas. 
PVSyst não oferece uma análise financeira do 
projeto. 
Os dados meteorológicos são horários e 
fornecidos pela empresa Meteonorm, mas é 
possível importar outras fontes. O programa 
consegue gerar dados em minuto para simular 
sombreamento com mais precisão. 
3.2. Solergo 
Solergo foi o primeiro programa a ser traduzido 
para português e recebeu adaptações ao Brasil, o 
que o tornou bastante popular. 
Ele pertence a uma família de programas para 
elaborar diagramas elétricos (figura 7). E é neste 
quesito que ele tem sua maior força: o banco de 
dados contém normas e catálogos de dispositivos 
de proteção. 
O programa trabalha baseado em imagens de 
satélite e extrusão de prédios, com pouca 
versatilidade de importação. 
O fluxo de trabalho dentro do Solergo parte da 
premissa que o projetista iniciou o projeto num 
software CAD para definir o número de módulos 
a serem colocados em cada cobertura – um passo 
que idealmente deveria ser indicado pelo próprio 
software de planejamento fotovoltaico. 
É fácil modelar projetos simples, porém falta 
apoio para projetos complexos. A liberdade de 
Figura 7: Exemplo de diagrama elétrico gerado pelo 
software Solergo 
http://www.solarize.com.br/
Solergo%20recorte.wmv
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
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PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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configuração dos inversores também é restrita e 
pouco interativa. 
Os dados meteorológicos abrangem somente 
médias mensais, não permitindo uma simulação 
de perdas por sobrecarregamento de inversores, 
entre outros. 
3.3. Helioscope 
Helioscope é um programa online que usa 
imagens de satélite como base (figura 8). Ele é 
oferecido somente em inglês. Diferente dos 
outros programas, a cobrança é por mensalidade, 
o que o torna mais caro a longo prazo. 
A interface dele é muito intuitiva, com alto grau 
de automação, o que facilita projetos simples. No 
entanto, a automatização pode atrapalhar em 
projetos mais complexos, onde o projetista 
precisa ter mais autonomia de decisão. 
Como não foi adaptado às regras do Brasil, o 
software exige planilhas financeiras à parte. 
 
 
 
 
 
 
3.4. PV*SOL premium 
PV*SOL premium é um software que ganhou 
reconhecimento em mais de 20 anos de 
existência. Ele foi traduzido para português do 
Brasil e adaptado às tarifas nacionais, o que o 
tornou o software mais usado no país (estudo 
Greener, 09/2023). 
Ele se diferencia pelo fluxo natural com qual ele 
conduz o usuário: cada passo é consequência dos 
passos anteriores e resolvido dentro do próprio 
PV*SOL. 
O vendedor gasta pouco tempo para elaborar 
propostas bonitas, aproveitando escolhas 
automáticas e simplificadas. 
O projetista, em seguida, tem toda liberdade para 
detalhar e modificar o projeto. O software 
permite controle total sobre a configuração dos 
módulos com os inversores e a sequências da 
conexão em strings. 
Os diagramas elétricos permitem desenhar um 
diagrama unifilar, satisfatório para a legalização 
na concessionária. Para ir além disso, recomenda-
se o uso de um software CAD. 
Figura 6: Helioscope trabalha com extrusão a partir de imagens de 
satélite 
Figura 7: Projeto elaborado a partir de modelagem 3D obtida por 
aerofotogrametria com drones (PV*SOL premium) 
http://www.solarize.com.br/
https://www.solarize.com.br/software-pv-sol
Helioscope%20recorte.wmv
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11 - SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO 
PARA PROJETOS FOTOVOLTAICOS 
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A planta da cobertura também é produzida pelo 
software e pode ser importada no CAD. 
A simulação é baseada em dados climáticos 
horários, permitindo também a geração de dados 
em minutos. Diversos coeficientes de perdas 
podem ser aplicados: sujeira, degradação, cabos 
com cálculo da bitola, entre outros. Cada 
parâmetro é simulado separadamente, e as 
informações ajudam a otimizar o sistema. 
Os parâmetros econômicos incluem o valor do 
investimento, custos com financiamento, 
despesas com operação e manutenção e a taxa de 
desconto. As tarifas permitem cálculos conforme 
a lei 14.300/2021. 
O relatório do cálculo econômico traz vários 
indicadores, como retorno de investimento e taxa 
interna de retorno com um aspecto apresentável. 
Uma qualidade importante é a versatilidade da 
modelagem: ela pode partir da imagem de 
satélite ou de uma planta baixa, mas permite 
também uma modelagem de maquete com 
dimensões dos prédios. 
A forma muito usada no Brasil é a importação de 
modelos 3D criados por drone, importante no 
interior onde o Google fornece uma baixa 
resolução, e facilitador em coberturas complexas 
que, antes, necessitavam um levantamento 
demorado dos obstáculos (figura 8). 
A importação de programas de arquitetura é 
outra opção, essencial para a colaboração com 
arquitetos. 
O software PV*SOL simula ainda sistemas 
híbridos e veículos elétricos. 
Consideramos PV*SOL o software mais completo 
para projetos de geração distribuída simples e 
complexos. 
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1. Introdução 
O presente capítulo encerra a série do manual de 
energia solar. Aprenderemos como legalizar um 
projeto fotovoltaico na concessionária. 
2. Legalização de Projetos 
Fotovoltaicos – Princípios 
O estado oferece diversas concessões. No nosso 
contexto estamos falando da distribuição 
regional de energia. Portanto, seria mais correto 
usar o termo “distribuidora” ao invés de 
“concessionária”. 
A distribuidora local tem o monopólio de 
fornecimento de energia elétrica na sua área de 
concessão. Ela ganhou o direito de vender 
energia e assumiu a obrigação de atender a todos 
os clientes naquela área. 
Além de vender energia, ela também distribui 
energia dentro do Ambiente de Contratação Livre 
(ACL), também chamado de “Mercado Livre”. E é 
isso que ela faz na Geração Distribuída também: 
ela recebe energia gerada pelo consumidor 
produtor, sem qualquer cunho comercial, e a 
devolve em outro horário. 
O relacionamento entre o cliente e a distribuidora 
envolve diferentes esferas: 
• A esfera contratual: consumo e produção 
de energia; 
• O faturamento da energia; 
• A esfera técnica: como acessar à rede 
para receber e injetar energia. 
O lado contratual é padronizado pela Aneel, de 
forma simplificada. Sobre o faturamento falamos 
no capítulo 10 – ele também é padronizado. 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
12 – LEGALIZAÇÃO DE PROJETOS 
 
Figura 1: Etapas do processo de legalização de um projeto fotovoltaico conectado à rede 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
12 – LEGALIZAÇÃO DE PROJETOS 
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Ambas estão descritas na Regulação Normativa 
REN 1000/2021 ANEEL. 
O lado técnico é o mais delicado para a 
distribuidora, porque envolve equipamento 
individual e pode causar impactos na rede e em 
outros clientes dela. 
3. Normas para definir o acesso 
à rede 
Além das regras da Aneel, cada distribuidora 
publica uma norma própria que alinha as regras 
da REN 1000 à sua norma do acesso à rede. 
4. O Processo da Legalização 
4.1. Os Atores 
O processo da legalização envolve três atores: 
• Oacessante, que é o proprietário ou 
locatário da unidade de consumo onde o 
sistema solar será conectado; 
• Um profissional habilitado que conduz o 
processo e representa o cliente frente à 
distribuidora, que pode ser engenheiro 
eletricista ou eletricista predial; 
• A distribuidora de energia. 
4.2. O Processo 
A figura 1 apresenta as etapas do processo: 
• O profissional elabora o projeto e 
prepara a documentação; 
• Opcionalmente, ele solicita o Orçamento 
Estimado. Este passo é recomendado 
quando há incertezas se o projeto será 
aprovado ou se o acesso envolve custos 
adicionais, como, por exemplo, obras na 
subestação da distribuidora; 
• A solicitação do Orçamento de Conexão 
(também chamado de Orçamento Prévio) 
representa o início da legalização e deve 
ser acompanhada pelos documentos 
necessários (veja a seguir); 
• A distribuidora analisa os documentos e 
o ponto de conexão no local e informa 
pendências ou condições específicas; 
• Depois da resolução das pendências, a 
distribuidora emite o Orçamento de 
Conexão e envia, junto, os contratos com 
o cliente, que passa a ser fornecedor de 
energia; 
• O orçamento tem validade de 120 dias, 
que é o prazo para instalar o sistema; 
• Concluída a instalação, o profissional 
solicita a vistoria; 
• A distribuidora realiza a vistoria e troca o 
medidor; 
• Eventuais pendências devem ser 
adequadas antes da troca do medidor e 
liberação do acesso. 
A figura 1 indica os prazos máximos da 
distribuidora para cada passo em caso de micro e 
minigeração. Para eventuais obras de reforço da 
rede, os prazos são maiores. 
4.3. A Documentação 
A REH ANEEL 3171/23 define a documentação a 
ser entregue junto à solicitação, que é feita no 
site da distribuidora: 
• O formulário de solicitação; 
• A ART de projeto e execução. Procure 
informações sobre os detalhes da ART 
que a respectiva distribuidora espera; 
• Diagrama unifilar, diagrama de blocos e 
memorial descritivo; 
• Os certificados Inmetro dos inversores; 
• Dados para registro do sistema no banco 
de dados da ANEEL; 
• No caso de compensação remota, a lista 
das unidades com o percentual que cada 
uma deve receber da energia excedente; 
• Eventuais documentos que comprovam a 
relação entre os participantes do rateio. 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
12 – LEGALIZAÇÃO DE PROJETOS 
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4.4. O Projeto Unifilar 
Frequentemente percebe-se entre empresas 
iniciantes neste setor uma preocupação com o 
conteúdo ou formato do projeto unifilar a ser 
entregue à distribuidora. No entanto, ele é 
bastante simples e repetitivo e inclui poucos 
elementos. Figura 2 apresenta um exemplo. 
Várias distribuidoras fornecem modelos de 
diagramas e documentos para padronizar seu 
trabalho e reduzir erros. 
4.5. Microgeração versus 
Minigeração 
Na definição dos procedimentos, a ANEEL partiu 
da premissa que o cliente que deseja instalar um 
sistema de microgeração (até 75 kW de potência) 
deve ter um acesso simplificado sem custo 
adicional. 
Já nos casos de minigeração, a concessionário 
efetua estudos sobre proteções adicionais e 
informa ao cliente exigências técnicas com o 
respectivo custo, caso contratado com a própria 
distribuidora. Por isso recomenda-se executar a 
Consulta de Acesso em casos de dúvidas. 
4.6. Zero grid 
Sistemas zero grid contam com um controle que 
impede a injeção da energia na rede. Este tipo 
de sistema deve ser informado à distribuidora, 
mas não necessita da autorização. 
 
 
 
Figura 2: Exemplo de projeto unifilar para legalização do projeto 
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1. Sistemas Híbridos 
Figura 1: Crescimento mundial de sistemas híbridos 
O uso de baterias abre um leque de novas 
oportunidades que estamos apenas começando a 
entender. Estamos falando de temas muito 
variados, como: 
• Segurança energética, para suprir falhas 
na rede; 
• Economia tarifária; 
• Aumento do autoconsumo sem aumento 
da demanda contratada; 
• Estabilização das redes, com objetivo de 
reduzir risco de blackout e para evitar 
investimento em transmissão; 
• Despacho de energia em horário de alta 
demanda, sem custo e poluição das 
termelétricas. 
A Alemanha usa sistemas híbridos distribuídos 
como usinas virtuais, onde uma central de 
operação gerencia o carregamento e 
descarregamento de baterias espalhadas de 
acordo com o valor instantâneo da energia na 
bolsa. 
A figura 1 mostra a expansão desse mercado no 
segmento residencial. Em 2023, 79% das 
instalações fotovoltaicas residenciais na 
Alemanha já incluíram baterias, tornando essa 
tecnologia o novo normal. 
No Brasil, a drástica redução do preço das 
baterias (29% em 2023) fez com que metade dos 
integradores oferecessem sistemas híbridos 
(estudo Greener, 2024). 
A Cela (Clean Energy Latin America) prevê um 
crescimento de 12,8% ao ano, mesmo sem 
incentivos legais. Com incentivos, essa previsão 
pode até triplicar. 
Regulamentações para essas formas inovadoras 
estão sendo elaboradas e estabelecerão uma 
base que permite a investidores analisar a 
viabilidade dos projetos. 
2. Aquecimento fotovoltaico 
Aquecimento solar é uma tecnologia muito bem 
estabelecida: coletores solares recebem a 
irradiação e aquecem água num circuito com o 
reservatório (boiler). 
Na medida que o preço dos módulos 
fotovoltaicos vem caindo, surgiu a opção de usar 
energia elétrica para aquecer a água. 
Em países como Portugal, essa modalidade já está 
em amplo uso. Lá, se usam bombas de calor, 
MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
13 –TENDÊNCIAS DO MERCADO 
 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
13 –TENDÊNCIAS DO MERCADO 
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trazendo a vantagem que cada kWh elétrico é 
multiplicado por até quatro vezes ao gerar calor. 
O reservatório armazena então a energia 
sobressaliente durante o dia, similar a baterias. 
Outra vantagem é a sazonalidade: durante o 
inverno há mais demanda de energia para 
aquecimento, enquanto, no verão, o ar-
condicionado representa uma carga maior. A 
energia fotovoltaica consegue atender às duas 
demandas. 
3. Drones como Ferramenta de 
Trabalho 
Drones surgiram como equipamento de diversão. 
Logo em seguida foram usados para filmar festas 
e eventos. 
No setor de energia solar, muitas instaladoras já 
costumam filmar suas instalações executadas 
com drones. Além de documentar o sistema, o 
vídeo e permite ao proprietário compartilhar a 
aquisição com seus amigos – marketing perfeito 
para a integradora. 
Em usinas de porte maior, o drone pode tirar uma 
foto por dia, sempre do mesmo lugar, para 
mostrar o progresso no estilo time-lapse. A 
filmagem permite também um acompanhamento 
remoto. 
Para uma usina em funcionamento é 
imprescindível detectar e consertar defeitos, 
antes que acumulem prejuízos financeiros. 
Drones com câmeras termográficas conseguem 
apontar módulos ou células com problemas, 
porque estes esquentam mais do que as em 
funcionamento normal. 
Mapeamento aéreo 
No planejamento de instalações lança-se mão do 
mapeamento aéreo de terrenos ou edificações. O 
drone é programado para sobrevoar a área de 
interesse e tirar fotos com uma sobreposição 
definida. 
As fotos, depois, são tratadas em softwares 
específicos e geram dois produtos: 
• Mapas ortomosaicos, similares a imagens 
de satélite, só que com uma definição e 
precisão muito superior; 
• Modelos em 3D para levantamento 
integralde coberturas: a figura 2 mostra 
uma laje típica, repleta de obstáculos, 
entre os quais foram encaixados os 
módulos, respeitando o sombreamento. 
Um voo de drone de 10 minutos substitui 
várias horas gastas para levantamento da 
planta da cobertura e substitui acesso 
pessoal. 
O aproveitamento completo destas técnicas se 
faz com um software de modelagem interativo, 
como o PV*SOL premium é um exemplo disso 
(leia mais no capítulo 11). 
4. Veículos elétricos 
Veículos elétricos estão aparecendo cada vez 
mais nas nossas ruas. 
O primeiro grande mercado é o uso comercial em 
serviços urbanos. Nestas aplicações, os veículos 
Figura 2: Exemplo de uma laje, onde o levantamento por 
drone economiza o trabalho 
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MANUAL DE ENERGIA SOLAR 
13 –TENDÊNCIAS DO MERCADO 
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rodam, diariamente, um percurso conhecido e 
são recarregadas durante a noite. As questões da 
autonomia restrita e da demora na recarga não 
aparecem. 
A grande vantagem dos veículos elétricos é o 
custo menor por quilômetro rodado e da 
manutenção, quando comparado aos veículos 
equipados com motores a explosão. Publicamos 
estudos para carros elétricos, onde o valor caiu de 
0,60 R$ / km com gasolina para 0,13 R$ / km com 
energia da concessionária (acesse na coletânea 
de apresentações do nosso site). 
Com energia solar, o custo por quilômetro cai 
ainda mais, a meros R$ 0,06 R$. Imbatível, 
quando a montadora oferece modelos de aluguel 
para diluir o valor de compra mais alto. 
Podemos afirmar que os mercados de energia 
solar e de veículos elétricos andam de mãos 
dadas: quem se interesse por uma dessas 
tecnologias, invariavelmente vai querer a outra 
também. Uma vantagem para empresas que 
conhecem ambas. 
A questão chave para o uso de veículos elétricos 
é a infraestrutura de carregamento: a potência do 
eletroposto define o tempo da recarga e a 
conexão na rede predial e na distribuidora. 
As opções de faturamento devem ser estudadas 
para uso compartilhado em edifícios ou pontos 
públicos de recarga, que foram liberadas pela 
ANEEL na Resolução 819/2018. 
4.1. Hidrogênio verde 
Petróleo e gás natural estão sendo banidos 
porque contribuem para os efeitos do 
aquecimento global. A grande aposta industrial 
de substituição é hidrogênio, que precisa ser 
gerado a partir de fontes sustentáveis para 
entregar a energia limpa no destino. 
O Brasil apresenta condições perfeitas para 
produzir o hidrogênio verde, por causa das fontes 
de energia abundantes, e está se preparando 
para um papel de liderança mundial neste setor. 
5. Conclusão 
A energia solar entrou na nossa realidade e não 
sairá mais dela, porque combina um preço baixo 
com áreas ociosas de geração, especialmente na 
geração distribuída. 
Além disso, permite um crescimento rápido a fim 
de atender as novas demandas de eletricidade, 
previstas por causa do avanço da inteligência 
artificial. 
Agradecemos ao convite da revista O SETOR 
ELÉTRICO para apresentar em 12 fascículos o 
conteúdo resumido do nosso curso para projetos 
fotovoltaicos conectados à rede. 
Esperamos que tenha gostado do Manual de 
Energia Solar! O compartilhe entre colegas e 
amigos e acesse o material adicional no site 
manual.solarize.com.br – é grátis. No caso de 
sugestões ou dúvidas não hesite em nos contatar. 
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cursos: oferecemos turmas para iniciantes e para 
experientes, sempre inovando de acordo com as 
novidades do mercado. 
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Figura 3: A Guarda Municipal de São José dos Campos com 
seus carros elétricos (foto do site da prefeitura) 
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