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Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Brena Bezerra Silva Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) • Introdução; • Revisão Teórica; • Revisão Tradicional; • Revisão Sistemática; • Revisão Bibliométrica; • Método de Pesquisa; • Resultados e Discussão; • Conclusão; • Citações e Referências. · Entender a estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e como elaborar cada elemento dessa estrutura. OBJETIVO DE APRENDIZADO Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Contextualização Desde que aprendemos a escrever redação no Ensino Médio, os professores nos passaram uma ordem de conteúdo que os parágrafos deveriam seguir para que o texto apresentasse um começo, meio e fim de modo coerente. Para a realização de um projeto de pesquisa ou de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nós também seguimos uma estrutura para que o conteúdo seja organizado de uma forma que tenhamos começo, meio e fim, nessa ordem. É claro que um texto de pesquisa, como um TCC, é mais longo que uma redação, mas comumente também possui um começo, meio e fim, que são distribuídos nas fases, iniciais, de desenvolvimento e de conclusão do trabalho. Assim, podemos organizar o nosso projeto de Graduação nas fases iniciais, desenvolvimento e conclusão, subdividindo-as em introdução, revisão teórica, método de pesquisa, resultados e referências, tal como apresentado na Figura 1: Começo: Fase Inicial Meio: Desenvolvimento Fim: Conclusão ou Considerações Introdução Revisão Teórica Conclusão Referências Método de pesquisa Resultados e discussões Figura 1 – Etapas para o desenvolvimento de um TCC Portanto, esta Unidade discorrerá sobre o que devemos apresentar em cada uma dessas etapas, as quais detalharemos. 8 9 Introdução A introdução de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ou um projeto de pesquisa deve apresentar o tema, problema de pesquisa, os objetivos e a justificativa para a realização da qual. Trata-se de uma etapa importante do trabalho, que conquistará o leitor – ou não – para a leitura completa. Assim, uma boa introdução esclarece quanto à importância do estudo e projeto de pesquisa. A introdução pode estar subdividida em tópicos ou não, porém, deve conter três aspectos principais: 1. Contextualização: deve apresentar o tema de pesquisa e a delimitação deste. A apresentação do tema deve mostrar como é importante termos mais pesquisas sobre o qual nos dias atuais; isto é, convencer os leitores de que devemos pesquisar mais sobre o tema, apresentando evidências acerca da relevância do mesmo. No decorrer da contextualização o leitor deve entender que essa seção o levará ao problema de pesquisa, este que pode ou não ser em forma de pergunta, mas sempre representando um questionamento que será respondido com a realização da pesquisa. Após o leitor conhecer o problema de pesquisa, entenderá o(s) objetivo(s) da investigação; 2. Objetivos: devem responder ao problema de pesquisa apresentado na contextualização. Assim, o objetivo geral ou principal será aquele que res- ponde ao questionamento principal da pesquisa. Porém, um trabalho cien- tífi co pode ter um objetivo geral ou principal e mais os objetivos específi cos ou secundários. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a formulação dos objetivos signifi ca defi nir com precisão o que se visa com o trabalho sobre dois aspectos: a) Geral: relacionado à ideia central que serve de “fi o condutor” no estudo proposto de fenômenos e eventos particulares: encontra-se ligado à compreensão geral do todo, vinculando-se diretamente à própria signifi cação da tese que se propôs defender e explanar; e b) Específi co: em âmbito mais restrito, compreende etapas intermediárias que, sob aspectos instrumentais, permite o objetivo geral. 3. Justifi cativa: deve apresentar o porquê de aquela pesquisa ser realiza- da. Segundo Marconi e Lakatos (2003), a justifi cativa é de suma impor- tância, geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na acei- tação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidade(s) que a fi nanciará(ão), se for o caso. Consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de condição prática que tornam importante a realização da pesquisa. Ademais, deve enfatizar: 9 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a) O estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema; b) As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: » Confirmação geral; » Confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa; » Especificação para casos particulares; » Clarificação da teoria; » Resolução de pontos obscuros etc.; » Importância do tema do ponto de vista geral; » Importância do tema para os casos particulares em questão; » Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto; » Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc. Revisão Teórica Chamada também de revisão bibliográfica, estudo da arte ou ainda referencial teórico, a revisão teórica é a fase na qual é desenvolvida a teoria sobre o assunto de pesquisa. Aqui, o pesquisador deve apresentar as definições, características, regras, pesquisas publicadas e discussões teóricas sobre o(s) tema(s) de pesquisa delimitado(s). Conforme Marconi e Lakatos (2003), uma pesquisa científica precisa de embasamento teórico para apoiar a interpretação dos resultados encontrados. Importante! Pesquisa atual alguma parte da “estaca zero”. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em dado local, alguém ou grupo, lugar etc., investigações iguais, semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida já foram realizadas. Importante! Assim, a procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se impres- cindível para evitar a duplicação de esforços, “descoberta” de ideias já expressas, inclusão de “lugares comuns” no trabalhoetc. A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comporta- mentos e atitudes. Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade, quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância. O primeiro passo para a elaboração da revisão teórica é a identificação das fontes bibliográficas adequadas, de modo que para fazê-lo, a contribuição do orien- tador se torna fundamental. Recomenda-se também a consulta a especialistas ou pessoas que já realizaram pesquisas na mesma área. 10 11 As fontes bibliográficas mais conhecidas são os livros de leitura corrente. No entanto, existem muitas outras de interesse para a pesquisa bibliográfica, tais como obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e de resumo (GIL, 2002). Para a construção de uma revisão teórica são necessárias pesquisas em fontes já publicadas como livros, revistas e artigos científicos, monografias, notícias, si- tes, dissertações e/ou teses. Para tanto, existem páginas on-line que reúnem, de forma categorizada, inú- meras referências para pesquisa e busca de fontes teóricas – tratam-se das bases científicas de dados, ou seja, websites que disponibilizam artigos científicos, se- jam de congressos ou revistas, trabalhos acadêmicos e capítulos de livros sobre inúmeros temas de pesquisa em diversas áreas de conhecimento. Algumas bases de dados são gratuitas, porém, uma boa parte é privada. Entretanto, universidades e centros de pesquisa podem possuir convênios com as bases de dados privadas e, assim, os alunos podem ter livre acesso às mes- mas. Entre as opções gratuitas no Brasil, figuram Scientific Electronic Library Online (Scielo), Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Google Acadêmico, por exemplo. Quanto às privadas, têm-se a Web of Science, Science Direct, Scopus, Taylor Francis e Emerald Insight, por exemplo. Considerando que existem diversas formas de se construir um bom refe- rencial teórico, veremos três tipos de revisões comuns: tradicional, sistemáti- ca e bibliométrica. Revisão Tradicional A revisão de literatura tradicional é realizada por meio de pesquisas em diferen- tes bases de dados, utilizando as palavras-chave definidas pelo pesquisador e sele- cionando as referências condizentes ao tema. Esse tipo de revisão é o mais comum para a elaboração de pesquisas acadêmicas, tais como monografias e artigos. O ponto negativo desse tipo de revisão é que o pesquisador seleciona ou rejeita referências por meio de critérios subjetivos e aleatórios. Não há garantia de que outros pesquisadores possam repetir esse tipo de revisão e encontrar resultados semelhantes. Para suprir esse ponto negativo, a revisão sistemática procura pré-determinar e esclarecer os critérios de aceitação e rejeição – a seguir será apresentada a revisão sistemática. Podemos resumir que uma revisão de literatura objetiva: · Fazer uma revisão crítica do conhecimento existente; · Analisar as publicações existentes, com o objetivo de compreender o esta- do da arte de um campo; 11 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) · Identificar e organizar os conceitos encontrados; · Comunicar aos leitores quais ideias e conhecimentos foram estabelecidos acerca do tema; · Ter uma base teórica para interpretar e analisar os resultados da pesquisa. Revisão Sistemática Diferente da revisão tradicional, a revisão sistemática requer determinação planejada de todas as decisões que serão tomadas ao longo de sua realização. Pode ser feita com o apoio de softwares como, por exemplo, o Start, desenvolvido por Zamboni e colaboradores (2010). Start é um software de revisão sistemática desenvolvido por estudantes do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos. O software é disponível gratuitamente e o resultado da revisão sistemática pode gerar publicações de artigos. Para mais informações, acesse: https://goo.gl/8P7wn3 Ex pl or Após o pesquisador determinar os objetivos de pesquisa e da revisão sistemática, esta pode seguir quatro grandes fases: 1. Planejamento: nesta etapa o pesquisador deve determinar o objetivo da revisão sistemática que, provavelmente, estará alinhado ao objetivo da pesquisa. Além disso, deve determinar as palavras-chave, problema da pesquisa, bases de dados que a comporão, critérios de aceitação e exclusão de referências para as fases de seleção e extração; 2. Seleção: o pesquisador executará a primeira fase de seleção da pesquisa, isto é, analisará as referências com base nos critérios de escolha, os quais determinados na etapa de planejamento. Aqui não é realizada uma leitura completa das referências, mas resumos, títulos e palavras-chave a fim de adequação ao tema da pesquisa. Caso as referências não apresentem relação com o tema investigado, devem ser excluídas; 3. Extração: execução da segunda fase: o pesquisador deverá analisar as referências aceitas na etapa de seleção. Aqui, confirmará a escolha de referências com base em uma leitura completa das quais, isto é, terá maior rigor para a escolha das referências. Os critérios de aceitação e rejeição determinados na fase de planejamento deverão ser aplicados também na extração. Além disso, categorizará as referências, justificando e apresentando um panorama do que foi encontrado na pesquisa teórica; 4. Resumo: nesta fase, o pesquisador fará um resumo do que foi realizado na revisão sistemática, apontando as referências selecionadas de acordo com o objetivo da pesquisa. É comum a apresentação de gráficos e tabelas, 12 13 justifi cando as opções do pesquisador. A Figura 1 mostra o resumo de uma revisão sistemática: Figura 1 – Resumo da revisão sistemática Fonte: Acervo do Conteudista Note que o pesquisador poderá visualizar com maior facilidade como o tema de pesquisa escolhido é subdividido e investigado com outros temas. A revisão sistemática é muito aplicada quando se deseja investigar teorias existentes em determinado tema e garantir que outrem possam repetir os mesmos passos para estudos com outros temas. Assim, é garantida a replicação da pesquisa científica. Além disso, com as fases pré-determinadas, o pesquisador garante que investigou todas as abordagens possíveis sobre determinado tema. Revisão Bibliométrica Associa a leitura da revisão com técnicas estatísticas aplicadas por softwares bi- bliométricos. O objetivo da revisão bibliométrica é obter as referências mais citadas sobre determinado tema e os grupos de subtemas formados sobre o qual. Comumente, ao ser publicada, uma referência pode ser citada por outras op- ções publicadas posteriormente. Assim, há sites como Scopus, Web of Science e Science Direct, os quais fazem a contagem de citações que cada referência possui. Pode-se inferir que uma referência citada muitas vezes tem alta importân- cia em relação ao tema de pesquisa e por isso merece ser lida e incluída em uma pesquisa atual. 13 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Nesse contexto, a revisão bibliométrica resumirá todas as referências mais citadas sobre determinado tema de pesquisa. Para tanto, o pesquisador deve selecionar as bases de dados, palavras-chave, referências que serão analisadas e importar para determinado software bibliométrico, este que apresentará o resul- tado de citação de referências em ordem de maior para menor quantidade. Além desse ranqueamento de citação, o software poderá disponibilizar resulta- dos de grupos de subtemas, chamados também de clusters e que se referem às associações formadas sobre subtemas dentro de um tema maior. Por exemplo, se um tema de pesquisa for sustentabilidade corporativa, o software bibliométrico poderá apresentar clusters sobre sustentabilidade na cadeia de suprimentos, na estratégiada empresa, ambiental, na construção civil e em outros contextos; de modo que cada grupo poderá ser formado pelo próprio software. O pesquisador deverá realizar a pesquisa e interpretar os resultados gerados pelo software conforme o seu objetivo. Em geral, uma pesquisa que não é fa- miliar ao pesquisador poderá ter como ponto de partida a análise bibliométrica para encontrar as referências mais citadas e com base nessas ir ampliando o referencial teórico. Assim, garante-se que as referências clássicas não faltarão na revisão de literatura. Ademais, os tipos de revisões de literatura não são excludentes, sendo possível realizá-los em uma mesma pesquisa, mas em diferentes etapas. Quanto mais leitura o pesquisador fizer sobre o seu tema investigativo, mais esclarecimentos terá e mais sustentação teórica apoiará as interpretações dos resultados da pesquisa. Portanto, devemos ler o máximo que pudermos para um bom trabalho científico. Método de Pesquisa O método de pesquisa, chamado também de metodologia, é a etapa na qual o pesquisador esclarece qual caminho seguirá para alcançar o objetivo proposto na introdução. Para tanto, deverá esclarecer ao leitor o que foi realizado em todas as etapas, tais como coleta e análise dos dados. Segundo Marconi e Lakatos (2003), o método de pesquisa deve abordar os seguintes tópicos: · Método de abordagem: determinar se a abordagem de pesquisa é qua- litativa, quantitativa ou quali-quantitativa; · Métodos de procedimento: descrever os procedimentos utilizados na etapa de revisão teórica, seleção da população, do instrumento de co- leta de dados, coleta de dados em si, análise dos dados e elaboração do resumo final; · Técnicas: apresentar e explicar quais foram as técnicas utilizadas para a realização da pesquisa, sejam de análise ou coleta dos dados. Assim, o 14 15 leitor poderá compreender melhor os resultados da pesquisa, tal como outros pesquisadores poderão replicar o estudo; · Delimitação do universo: determinar qual é a população que fará par- te da coleta de dados – que basicamente é o público-alvo para a fi nalida- de da pesquisa. Por exemplo, na Engenharia de Produção poderão ser todas as empresas de um determinado setor/região, ou que aplicam certa ferramenta. O pesquisador deve tentar ao máximo coletar dados para a quantidade de empresas da população estabelecida; contudo, por questão de tempo e recursos disponíveis, é difícil conseguir dados de toda a população. Assim, a pesquisa contará com o resultado da amostra dessa população, que serão as empresas que disponibilizaram os dados necessários ao estudo – entenda amostra como o subconjunto de uma população; · Tipo de amostragem: trata-se de como o pesquisador determinou a ordem de coleta de dados de uma população. A amostragem pode ser aleatória, quando o pesquisador não tem uma ordem pré-defi nida; ou sistemática, quando há uma ordem pré-defi nida para a execução da co- leta de dados. Na área da Engenharia de Produção existem métodos de pesquisas mais comu- mente utilizados, de modo que Nakano (2012) apresenta os seguintes exemplos: · Survey: caracterizado pela aplicação em uma população previamente defi nida e coleta de dados em amostras grandes, análise estatística dos dados e uso de um único instrumento para a coleta dos quais – geralmen- te um questionário; · Estudo de caso: marcado pela aproximação entre o pesquisador e o ob- jeto de estudo – comumente empresas – por meio de visitas para a rea- lização de análises de um ou mais casos, com a utilização de múltiplos instrumentos de coleta de dados; · Modelagem/simulação: trata-se do uso de técnicas de modelagem ma- temática e softwares computacionais para descrever, analisar, simular e propor melhores opções a determinado processo em estudo; · Experimento e quase-experimento: caracterizado por pesquisas em am- bientes controlados, comumente laboratórios, para estudo de relaciona- mentos entre duas ou mais variáveis de um sistema; e · Teórico/conceitual: estabelecido por pesquisas com base em discussões conceituais de diversas fontes da literatura acadêmica, tais como artigos científi cos de congressos e journals, livros, dissertações e teses. Os métodos de pesquisa serão de- talhados nas próximas unidades desta Disciplina. 15 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Resultados e Discussão Os resultados da investigação devem apresentar o que foi encontrado, por meio da aplicação do método de pesquisa, na coleta de dados. Nessa etapa devem ser realizadas as análises, interpretação e discussão dos resultados. Conforme o método escolhido, o pesquisador deverá apresentar diferentes técni- cas de análise dos dados. Por exemplo, survey pode empregar técnicas estatísticas como correlação, regressão linear, análise fatorial e de clusters em sua construção. O método de pesquisa modelagem pode utilizar técnicas de modelagem matemáti- ca para a análise dos resultados. Já o estudo de caso pode utilizar análises descritiva e de conteúdo para o exame dos resultados. Dessa forma, os métodos de análise deverão ser determinados coerentemente ao procedimento de pesquisa aplicado. Segundo Marconi e Lakatos (2003), os dados deverão ser apresentados de acor- do com a sua análise estatística, incorporando no texto tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações estritamente necessárias à compreensão do desenrolar do racio- cínio. É importante lembrar que a função de um relatório não é aliciar o leitor, mas demonstrar as evidências a que se chegou por meio da pesquisa. Portanto, na seleção do material a ser apresentado – e deverá haver uma sele- ção – o pesquisador não pode ser dirigido pelo desejo natural de ver confirmadas as suas previsões à custa de dados que as refutam. Todos os dados pertinentes e significativos devem ser apresentados, de modo que se algum resultado for incon- clusivo, precisará ser apontado. Ademais, torna-se necessário assinalar os seguin- tes pontos: · Discrepâncias entre os fatos obtidos e previstos nas hipóteses; · Comprovação ou refutação da hipótese; ou ainda a impossibilidade de realizá-la; · Especificação da maneira pela qual foi realizada a validação das hipóteses no que concerne aos dados; · O valor da generalização dos resultados ao universo, no que se refere aos objetivos determinados; · Maneiras pelas quais pode-se maximizar o grau de verdade das generalizações; · Como a convalidação empírica permite atingir o estágio de enunciado de leis; · Como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria, determinan- do a sua limitação, ou mesmo a sua rejeição. Assim, os resultados deverão representar o que foi encontrado da coleta de dados e o pesquisador precisará garantir, ao máximo, fidelidade e ética aos dados, evitando enviesar a pesquisa. 16 17 Conclusão Na conclusão, o pesquisador deverá apresentar o fechamento da pesquisa evi- denciando se alcançou ou não o objetivo proposto na Introdução, apresentando recomendações, sugestões e próximos estudos. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a apresentação e análise dos da- dos, assim como a interpretação dos resultados encaminham naturalmente às conclusões, as quais devem: · Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo; · Indicar as limitações e reconsiderações; · Apontar a relação entre os fatos verifi cados e a teoria; · Representar a súmula em que os argumentos, conceitos, fatos, as hipó- teses, teorias e modelos se unem e se completam. A maneira de redigir as conclusões deve ser precisa e categórica, sendo as mesmas pertinentes e ligadas às diferentes partes do trabalho. Dessa forma, não podem perder-se em argumentações, mas, ao contrário, devem refletir a relação entre os dados obtidos e as hipóteses enunciadas. Já as recomendações devem apresentar indicações, de ordem prática, de inter- venções na natureza ou sociedade, de acordo com as conclusões da pesquisa. Por sua vez, as sugestões são importantes ao desenvolvimento da Ciência, uma vezque apresentam novas temáticas de pesquisa, levantando, inclusive, novas hipóteses, abrindo caminho a outros pesquisadores (MARCONI; LAKATOS, 2003). Citações e Referências Devem acompanhar as normas do trabalho, as quais comumente utilizadas para referências em trabalhos acadêmicos, tais como monografias, utilizando citações de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); porém, trabalhos publicados internacionalmente ou em congressos nacionais deverão seguir as normas descritas no evento ou periódico. Segundo o Manual de normas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade de Franca (2009), a ABNT fixa normas exigíveis para a apresentação de citações e referências em documentos, destinadas a orientar autores e editores, de modo que fundamentam a argumentação do autor, sendo imprescindível a indicação das fontes consultadas; de modo que é esperado realizar tais indicações a partir dos procedimentos apontados a seguir. 17 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Citações Nas citações do sistema autor-data, as entradas na sentença devem se dar pelo sobrenome do autor, seguido do ano de publicação e do número da página citada. Caso a citação ocorra no início da frase ou no contexto do texto, deve ser com o sobrenome do autor, na sentença, aparecendo com letras maiúsculas e minúsculas, conforme: Ex.: Para Dewey (1978, p. 25), “a atividade educativa deve ser sempre entendida como uma libertação de forças e tendências existentes no indivíduo”. Ex.: Conforme Dewey, “a atividade educativa deve ser sempre entendida como uma libertação de forças e tendências existentes no indivíduo” (1978, p. 25). Caso a citação ocorra no fim da sentença, o sobrenome do autor, na sentença, deve aparecer com letras maiúsculas, conforme: Ex.: “A atividade educativa deve ser sempre entendida como uma libertação de for- ças e tendências existentes no indivíduo” (DEWEY, 1978, p. 25). Tendo a publicação até três autores, deve-se colocar os sobrenomes dos três, seguidos do ano de publicação. Caso a publicação tenha mais que três autores, deve-se colocar o sobrenome do primeiro autor seguido da abreviação latina et al., que significa “e outros autores”; e depois o ano de publicação, conforme: Ex.: A generalização à fala encadeada é vista como um indício de que “a criança integrou o que foi aprendido sobre a produção do som e seu uso em seu próprio sistema fonológico” (ELBERT et al., 1990, p. 694). Há ainda publicações que não possuem uma autoria específica e sim um órgão ou instituição, uma página na internet ou enciclopédia, por exemplo. Nesses casos, deve-se citar a instituição, a página da internet ou o nome da en- ciclopédia e o ano publicado. Ex.: Conforme a definição de letalidade (ENCICLOPÉDIA BARSA, 1982). Ex.: Esta ênfase está em concordância com as recomendações do Ministério da Edu- cação e Cultura (1999) ao definir o atual perfil deste profissional. Apresentamos aqui os padrões mais comuns para citação. Para demais infor- mações, veja a Norma Brasileira (NBR) 10520:2002, que apresenta todas as regras específicas para diferentes tipos de citações. 18 19 Referências Todas as citações feitas ao longo de um trabalho devem ser referenciadas no tópico Referências, de modo que para montá-las é necessário, em primeiro lu- gar, ordená-las alfabeticamente. Importante! Lembre-se de que todas as citações devem estar nas referências. Importante! Da mesma forma que as citações possuem regras, para as referências devemos prestar atenção às normas de formatação. Comumente usamos também a ABNT, mas a depender do congresso ou da revista, podemos ter padrões específicos para as referências – a seguir serão apresentados alguns. Livro Livros devem ser referenciados na seguinte ordem: autor(es), título, subtítulo – se houver –, edição, local, editora e data de publicação. A ABNT adota duas formas para referenciar os primeiros nomes dos autores: por meio de letras ou os nomes completos. Ademais, os títulos devem ser destacados em itálico ou negrito. Ex.: CARRAHER, D. W. Senso crítico: do dia-a-dia às ciências hunamas. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. Fontes em que o Autor é uma Entidade As obras de responsabilidade de entidades – órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários etc. – têm entrada pelo seu próprio nome por extenso – ou seja, nome completo em letras maiúsculas. Ex.: INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões do governo do Estado São Paulo. São Paulo, 1994. Ex.: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Nor- mas Pedagógicas. Proposta curricular para o ensino da Matemática 1º grau. São Paulo: SE/CENP, 1998. Artigos de Periódicos ou Congressos Para referências destas naturezas devemos aplicar regras específicas conforme o formato, vejamos: 19 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) · Artigos de congresso: nomes dos autores, título do artigo, congresso de publicação/apresentação do trabalho, ano do congresso, anais do con- gresso, cidade do evento, local do evento, ano, página do artigo; Ex.: OLIVEIRA, C. J. A. de. A meremática escolar e a matemática do dia-a-dia. In: EN- CONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E ENCONTRO DE PROFESSORES PESQUISADORES, 1., 1998, Fraca. Anais... Franca: Universidade de Franca, 1998. p. 294. · Artigos de periódicos: autores, título do artigo, título do periódico ou revista, local de publicação, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informações de páginas e data de sua publicação. Ex.: DROGUETT, J. G. D. Psicanálise e educação. Educação & Linguagem, Universi- dade Metodista de São Paulo, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 73-86, 2007. Existem mais regras para a adequada referência de trabalhos científicos, as quais podem ser conferidas na NBR 6023:2002. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Aplicação de Produção Enxuta: um Estudo de Caso na Indústria de Implementos Rodoviários BERNARDES, C. D. Aplicação de produção enxuta: um estudo de caso na indústria de implementos rodoviários. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de Produção) - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2017. Como Elaborar um Projeto de Pesquisa GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Minidicionário Acadêmico de Engenharia de Produção JABBOUR, A. B. L. S.; PEREIRA, D. G.; LIMA, J. V. P. Minidicionário acadêmico de Engenharia de Produção. São Paulo: Alta Books, 2015. Guia para Elaboração de Monografia e TCC em Engenharia de Produção MARTINS, R. A.; MELLO, C. H. P.; TURRIONI, J. B. Guia para elaboração de monografia e TCC em Engenharia de Produção. São Paulo: Atlas, 2014. 21 UNIDADE Estrutura de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências. Rio de Janeiro, 2002a. ________. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002b. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científi- ca. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. UNIVERSIDADE DE FRANCA. Manual de normas para elaboração e apresen- tação de trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. ampl. Franca, SP, 2009. ZAMBONI, A. et al. State of the art through systematic review: start. In: Labora- tório de Pesquisa em Engenharia de Software (Lapes). 2010. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2018. 22