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Atualidades 1 - Negocionismo

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Atualidades para
redação
Negacionismo
Professora Celina Gil
Prof.ª Celina Gil
Atualidades para redação - Negacionismo
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ATUALIDADES PARA REDAÇÃO
www.estrategiami litares.co m.br
Sumário
Apresentação ......................................................................................................................... 3
São Camilo - 2019 .............................................................................................................................. 3
UFPR - 2019 ....................................................................................................................................... 5
UNICAMP - 2018 ................................................................................................................................ 7
USCS - 2016 ....................................................................................................................................... 9
INÉDITA ............................................................................................................................................ 11
Considerações finais ............................................................................................................. 12
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Apresentação
Olá!
Como parte de nosso curso de Red ação, selecionamos uma série de propostas sobre temas
relevantes para ajud ar você a praticar !
Todas as propostas aqui foram comen tadas nas nossas videoaulas. Por vezes, você verá
algumas propostas iné ditas também!
Não se esqueça que o aluno Estratégia Vestibulares tem direito a correç ões infinitas de
redação! Então aprove ite bem essa reta final e mande muito traba lho para nossa equipe!
Vamos lá?
São Camilo - 2019
Texto 1
A vacinação de crianças é uma obri gação dos pais e, caso não seja cumpri da, a família pode
ser obrigada a partici par de programas sociais, levar multas e até mesmo ter a guar da do filho
suspensa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (EC A), em seu parágrafo ún ico do artigo 14, de termina
a obri gatoriedade da vacin ação de crianç as nos casos recomendad os por autorida des. Além disso,
Ricardo Cabezón, presidente da co missão de direitos infanto -juvenis da O AB-SP, afirma que o a to de
não vacinar os filhos p ode s er juridicamente enquadrado como um crime contra a saúde blica,
considerando que a cr iança se torna um vetor de risco.
Mas a previsão le gal não é necessariamente refletida no co tidiano por falta de fiscalizaç ão.
“Nunca soubemos de multa”, diz Isabella B allalai, presid ente da Sociedade Br asileira de Imunização
(SBIm). De acor do co m Ba llalai, houve c asos e m que, a pa rtir de denú ncias, os pais fora m
obrigados por sentença judi cial a vacinar os filhos. Mas, antes de apelar para esferas legais, a
especialista defende que o pediatra busque conve ncer a família da importância da vaci nação.
Segundo Mario Aurélio Safadi, presidente do departamento de imunizações da Sociedade de
Pediatria de S ão Paulo, “medidas aut oritárias ou trucu lentas o são a solução para o pr oblema, que
deveria ser combatido co m informação”.
(Phillippe Watanabe. “ Pais que não vacinam os filhos pod em ser multados, mas pena não é aplicada”. www.folha1.u ol.com.br,
19.07.2018. Adaptad o.)
Texto 2
Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públic os de vacinação do
mundo, com os prin cipais imunizantes dispo níveis a todos gratuitamente, m ganh ando força no
país grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. Esses movimentos estão sendo
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apontados co mo um dos principa is fa tores responsáveis po r um re cente surto de sarampo na
Europa, onde mais de 7 mil pessoas f oram conta minadas. No Brasil, a disseminaçã o de
informações contra as vaci nas ocorre princi palmente em grupos de pais nas redes sociais. O jornal
O Estado de S.Paulo encontrou no Facebook cinco deles, reunindo mais de 13,2 mil pessoas. Nesses
espaços, os pais compartilham notícias publicadas em blogs, a maioria de outros países e em inglês,
sobre as supostas reaç ões às vacinas por exemplo, relacion ando-as ao auti smo.
Os pais també m trocam infor mações para n ão serem denu nciados, como não informar a os
pediatras sobre a decisão de não va cinar os filhos, além de estra tégias que acredi tam garantir a
imunização das crianç as de forma alternativa, com óleos, homeopatia e alimento s.
(Fabiana Cambricoli e Isabela Palhares. “Grupos con trários à vacinação avan çam no país e preocupam Mini stério da Saúd e”.
https://saude.estadao.co m.br, 21.05.2017. Ad aptado.)
Texto 3
Além das normas legais, os manu ais, pr otocolos e diretrizes técni cas que orientam a prátic a
profissional dos médicos e profissionais de s aúde atribuem ao ato de “não va cinar” as cr ianças o
juízo de valor de negligênc ia parental ou “omissão do cuidar ”.
Contudo, os participantes de um estudo realizado com pais de ca madas médias de São Paulo
expressaram diferentes significa ções sobre as normas brasil eiras de vacinação.
Os ca sais que vacinar am o s filho s re velaram qu e es sa deci são era um ato de deve r e de
responsabilidade parental. Ne sses, a to mada de decisão foi quase automatiz ada, influenci ada pela
reprodução de uma tr adição familiar e pela credibilidade da conduta pediátr ica, com con sequente
confirmação da vacinaçã o infantil como uma prática socia l valorada e legitimada.
Nos re latos dos casais qu e não vaci naram, obs ervou -se u ma ideia baseada em referen ciais
que valorizam e buscam o pa rto humanizado, a vida mais sau dável, a menor intervenção médico -
hospitalar em pr ocessos de saúde (em contr aponto aos de doença). As justific ativas re latadas por
esses casais foram: o ar gumento de que a d oença está eliminad a ou é leve; o medo dos eventos
adversos; a crítica à co mposição das vacinas, à sua eficácia, ao calendário de vacinação preconizado
no Brasil e ao interesse financeiro e lucro das indústrias farmacêuticas; e, ainda, a escolha de outras
formas de proteção à saúde (com estilo de vida mais natural). Sobressai nas narrativas desses casais
que a normatização legal da vacinaçã o de forma univer sal assume pouco sentido aos seus modos de
vida e admitem u m posicionamen to no âmbit o pr ivado familiar na contramão do valor cultural
dominante associado à vacinação no país.
(Carolina L. A. Barbieri et al. “A (não) vacinação infantil entre a cultura e a lei: os significados atribuíd os por casais de camadas
médias de São Paulo, Brasil”. Cadernos de Saú de Pública, vol. 33, no 2, 2017. Adaptado.)
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UFPR - 2019
Leia o texto abaixo.
A web fa z parte do cotidiano de pe squisadores, ed itoras e instituições científica s.
Publicamos e lemo s periód icos on -line, e utiliz amos plataforma s da web social (T witter, Fa cebook,
blogues, YouTube etc.) para divulgar nossos trabalhos, fazer contato s, encontrar novos
colaboradore s… Nossas produções e resultados de pesquisa ta mbém circulam no ambiente on -lin e,
recebendo curtid as e comentários, sinalizan do um interesse que, até pouco tempo atrás, era muito
mais difícil de acompanhar. O padrão ouro da aval iação dos artigos científicos até a cada passada
era a citação. Diante da possibilidade de se ver e monitorar todo esse diálogo da ciência em ação na
internet, não seria inte ressante considerar essa uma nova forma de medir os impactos da ciência?
Quando olhamos para as ci tações qu e um ar tigo recebeu, estamos considerando um gr upo
relativamente limitado de pe ssoas qu e o usaram: aque le grup o qu e se in teressou, leu e utilizou
aquele texto para construir e public ar o seu próprio traba lho. Esse grup o com cert eza é muito
importante afinal, é assim qu e se fa z ciência, com pesquisador es usand o trabalhos de outros
pesquisadores para constru ir conhecimen to novo. Mas a citação não é o único uso que um artigo
científico pode ter. Estudantes leem artigos como parte da sua for mação profissional. Profissionais
leem artigos para fic ar em dia com novas tendênc ias da área e para resolver questões espec íficas,
como definir u m diagnóstico médico . Pacientes, gestores, ativi stas, amadores, wiki pedistas,
curiosos, muita gente pode se interessar pela literatura ci entífica, pelos mais diversos motiv os.
Hoje, nas rede s sociai s, encontramos tra ços desses interesse s por artigos cien tíficos e pela
ciência. O biólogo com partilha seu artigo novo no F acebook. A astrôno ma expl ica sua pes quisa em
um víde o no YouTube. A cientista social escre ve uma sequência no T witter mostrando com o que a
pesquisa acadêmica pode contr ibuir para a sociedade... São atos que não ne cessariamente geram
citações, mas demonstram qu e a util idade da ciênci a não se resu me ao que é publicado formalmente
em periódicos consagr ados.
As métricas dessa dis seminação de trabalh os científic os nas rede s sociai s, que ch amamos
altmetrias (do inglês altmetrics, en curtamento da expressão alterna tive metrics métricas
alternativas, em português), vão aos pouc os se incorpor ando ao no sso cotidiano. Em al guns
periódicos e repositórios, encontramos, junto aos dados de downl oad, informações sobr e quantas
vezes o arquivo foi co mpartilhado. Para al guns, as al tmetri as pod em ser indicadores do impacto
social da ciência, algo i mportante para a soci edade que quer e deve ac ompanhar o que se faz co m
os recursos públicos in vestidos em ciência.
Mas qu ais seriam e ssas métricas? Podemo s la nçar o olhar para a di sseminação dos conteúdos
em tuítes e posts de divulgação, ver a inter ação dos usuários a partir desses posts (as tais curtidas e
reações do Facebook e corações do T witter), os downloads dos artigos e sua incorp oração em
gestores de referência como o Mendeley e a geração de conteúdo a partir do uso dos artigos em
documentos como blo gues, sites e Wikipedi a. Podemo s avaliar qu antitativamente as dif erentes
reações (n o caso do Facebook), redes de relações e compartilhamen tos do s usuários , ler os
comentários e re spostas, enfim, ver todo esse processo que vai da divulgação científica ao diál ogo
entre pares, em um ol har sobre a ciência e sua disseminação e comunicação.
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Outro po nto important e é re conhecer os diferentes níveis de engajamento represen tados por
cada ato nas re des s oc iais. Um cl ique no bo tão ‘curtir’, por exe mplo, é um tipo de engaj amento
superficial, que pode ser uma demonstra ção de interesse mas demanda pouco esforço do usuário.
Se qu eremos transfor mar os tais pole gares e co rações em indicadores, eles precisam estar refletindo
mais do que mera repe rcussão viral e ir mais fundo .
(Fábio Castro Gou veia (Fundação Oswaldo Cruz) e Iara Vidal Pereira de Souza (U FRJ). Revista Ciência Hoje, edição 348, outubro
de 2018. Disponível e m: <http://cienciahoje.org.br/artigo /a -ciencia-compartilhada -na-rede>. Adapta do.)
Com ba se ne ssa leitur a, escreva um texto a rgumentativo sobre a relação entre ciência e redes
sociais, procur ando dar u ma resposta à ques tão que se l evanta no primeiro p arágrafo: não seria
interessante considera r a altmetria um a nova forma de medir os impac tos da ciência?
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UNICAMP - 2018
Você é um e studante d o Ensino Méd io e foi co nvidado pe lo Grêmio E studantil para fazer uma
palestra aos colegas sobre um fen ômeno recente: o da pós -ve rdade. Leia os textos abaixo e, a partir
deles, escreva um texto base pa ra a sua pales tra, qu e será lido e m vo z alta na íntegra. S eu texto deve
conter: a) uma explicação sobre o que é pós - verdade e sua relação com as re des sociais; b) al guns
exemplos de notícias falsas que ci rcularam nas r edes sociais e se tornaram pós -verd ade; e c)
consequências sociais qu e a disse minação de pós -verdades pode tra zer. Você poderá usar também
informações de outras fontes para compor o seu texto.
TEXTO A
TEXTO B
O que é “pós-verd ade”, a palavra do ano segu ndo a Universidade de Oxford
Anualmente, a Oxford Dictionarie s, parte do departamento de impr ensa da Universidade de
Oxford re sponsável pela elab oração de di cionários, el ege uma palavr a para a lín gua inglesa. A de
2016 foi “pós-verd ade” (post-truth).
A palavra é usada por quem avalia qu e a verdade está perden do importân cia no deba te
político. Por exemplo: o boato amplamente di vulgado de que o Papa Fra ncisco apoiava a ca ndidatura
de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que nega ram esta h istóri a. Segundo
Oxford Dictionar ies, a pa lavra vem send o empregada em an álises sobre do is im portantes
acontecimentos polític os: a eleiçã o de Donald T rump como presid ente dos Es tados Unido s e o
referendo que decidiu pela saída da Grã-Br etanha da União Euro peia, de signada como Brexit. Ambas
as campanha s fiz eram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a perman ência na União
Europeia custava à Grã -Bretanha US$ 470 milhõ es por semana , no caso do Brexit, ou a de que Barack
Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump.
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Em um artigo publ icado em sete mbro de 20 16, a in fluente revista britânica The Economist
destaca que políticos sempre mentir am, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de
muitos acad êmicos e da mídia tradiciona l é que as mentiras fizeram parte de u ma bem -suced ida
estratégia de apelar a prec onceitos e radi calizar posicion amentos do eleitorado. Apesar de
claramente infund adas, denunciar essa s informações co mo falsas não bastou pa ra mudar o vot o
majoritário.
Para diversos veíc ulos de imprensa, a pr oliferação de boatos no Facebook e a forma co mo o
feed de notícias funciona foram decisivos para que informaç ões falsas tivessem alcance e
legitimidade. Este e ou tros motivos têm sido apon tados para explicar a ascensão da pós-verdad e.
Plataformas como Facebook, T witter e Whatsapp fa vorecem a re plicação de boatos e
mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm
confiança, o que aumenta a apar ência de legitimidade das histór ias. Os algorit mos utilizados pelo
Facebook fazem com que usuários tenda m a receber informaçõ es que corr oboram seu ponto de
vista, formando bolhas que isolam as narrativas às qu ais aderem de q uestionamentos à esquerda ou
à direita.
(Adaptado d e André Cabette Fábio. O q ue é ‘pós-verdade’, a pala vra do ano segundo a Universidad e de Oxford. Nexo,
16/11/2016. Disponível e m https://www.nexojornal.co m.br/expresso/2016/11/16/O -que -é-‘pós-verdade’-a-palavra-do -ano-
segundo-a-Univer sidade-de-Oxford. Acessado em 01/ 12/2017).
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USCS - 2016
Texto 1
Em 1924, enquanto esteve preso, Adolf Hitler começou a escrever uma mistura de
autobiografia com pan fleto polític o no qual defendi a as id eias extremas e absurdas, calcadas no
racismo e no nacionalismo, qu e mais tarde seriam colocadas em prátic a enquanto esteve
comandando a Alemanha. O livro Minha luta (Mein Kampf, no original), com cerca de páginas, foi
lançado em 1925, vendeu mais de milhões de exemplares na época e se tornou uma das principais
plataformas para a difusão das ideias nazistas.
Após o suicídio do ditador, em 19 45, e m Be rlim, os di reitos da pu blicação ficaram com o
governo da Baviera, que vetou qu alquer nov a edição do calhamaço. No entanto, desde o dia de
janeiro de 2016, ano seguinte a se co mpletar sete décadas da morte de Hitler, Minha luta se tornou
um título de domíni o blico. O u seja , pode ser republicado po r qualque r pe ssoa no mu ndo, e ao
menos trê s editoras brasilei ras pretendem colocar a “bíblia” do nazismo nas livrarias brasileiras – ou
em parte delas no s próximos meses. Entretan to, essa decisão vem causand o controvérsias.
(Rodrigo Casarin. “ Livro escrito por Hitler volta às li vrarias brasileiras em meio a p olêmicas”. http://entret enimento.uol.co m.b r,
12.01.2016. Adaptad o.)
Texto 2
O Tribu nal de Justiça do Rio de Janeiro ( TJ -RJ) proibiu a comercializ ação, exposição e
divulgação do livro Minh a luta, de Adolf Hitler, em todo o Estado, conforme decisão do juiz Alberto
Salomão Junior. A justifica tiva do juiz foi qu e o livro incita prática s de in tolerância contr a grupos
sociais, étnicos e re ligiosos. Qu em de scumprir a decisão terá que pa gar multa de mil reai s. O
despacho, no entanto, deveria ser revisto, porque proíbe o acesso a um do cumento his tórico e
cultural algo que um a sociedade democráti ca jamais deveria fazer.
Segundo o advogado Cláud io Lins de Vasconc elos, diretor -relator da Associação Brasil eira da
Propriedade Intelectual (ABPI), a censura a o livro Minha luta o é apenas qu estionável, mas
ineficiente. “A proibição da ve nda da obra o é a melhor forma de combater suas ideias . O TJ -RJ
está lutando contra o autoritar ismo (de Hitler) com mais autoritarismo. Essa ação simples mente vai
fazer com que a curiosida de sobre o livro aumen te”.
Pela lógica da decisão do TJ-RJ, o combate à i ntolerância é um valor que se sobrepõe ao d a
livre circulação das ideias. É a mesma lógica adotada, por exemplo, pela Inglaterra , onde a Lei de
Relações Raciais proíbe os discursos de ód io racial, não apenas quando eles possam incitar à
violência, mas sob a alega ção de que represe ntantes de minorias de vem ser protegidos de insultos
raciais.
Uma co mpreensão diferente do tema vem dos Estados Unidos, que concedem à liberdade de
expressão uma amplitud e quase qu e abso luta, qu e englo ba até mesmo discurso s de ód io e
preconce ito. Segundo o constitucion alista americano Ronald D workin, permi tir qu e as ideias
circulem sem en traves é u m elemento fu ndamental da democrac ia “porque o Estado deve tra tar
todos o s cidadãos adultos como ag entes morais responsáveis, sen do esse um tra ç o essenc ial ou
constitutivo de uma sociedade política justa”.
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(“Por que a venda d e Minha luta, de Hitler, não deve ser proibid a”. http://veja.abril.com.br, 03.02.2016 . Adaptado.)
Texto 3
O possível retorno do li vro Minha luta, de Adolf Hitler, às prateleira s de livrarias e bibliotecas
envolve a tensão entre dois princípios basilares da Civilização Ocide ntal: a lib erdade e a dignid ade.
O que deve prevalecer : a liber dade de ci rculação de um livro, po r mais maldito que sej a? Ou a
dignidade das vítimas das atr ocidades patrocin adas pela ideologia contida na obra ? Tensão essa qu e
nenhum Estado moder no co nseguiu conciliar satisfatoriamente. Dev e ha ver co ntrole sobr e o que se
fala ou publica? Controlar um discurso de ódio não abre precedente pa ra a censura total do Estado?
Para Kendall T homas, professor de filosofia l egal pe la Universidade Columbia , a dignidade
deve prevalecer. “Permitir todo e qualquer tipo de di scurso de ódio sob o argumento de defender a
liberdade ignor a o pri ncípio da igualdade entr e cidadã os. É preci so entender qu e a re gulação a
demonstrações de ód io não vai de encontro aos princí pios democr áticos”, reflete. Thomas al erta
que não se pode conc iliar liberdade total e igu aldade total. O desafio do Estado é ju stamente
encontrar o eq uilíbrio. Afinal, valores fundam entais são protegido s por meio do co mbate ao discurso
de ódio. “O principal deles é o da dignidade individual e pública. Uma pe ssoa deve ter o direito de
usufruir o espaço públ ico se m ser cercada por texto s ou manifestações que firam sua hon ra”, afirma
Thomas.
(Gustavo Ribeiro. “A Al emanha prepara no va edição de Minha luta, livro ban ido de Hitler”. http://epoca.globo.com, 15. 05.2015.
Adaptado.)

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Sumário 
Apresentação ......................................................................................................................... 3 
São Camilo - 2019 .............................................................................................................................. 3 
UFPR - 2019 ....................................................................................................................................... 5 
UNICAMP - 2018 ................................................................................................................................ 7 
USCS - 2016 ....................................................................................................................................... 9 
INÉDITA ............................................................................................................................................ 11 
Considerações finais ............................................................................................................. 12 
 
 
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Como parte de nosso curso de Redação, selecionamos uma série de propostas sobre temas 
relevantes para ajudar você a praticar! 
Todas as propostas aqui foram comentadas nas nossas videoaulas. Por vezes, você verá 
algumas propostas inéditas também! 
Não se esqueça que o aluno Estratégia Vestibulares tem direito a correções infinitas de 
redação! Então aproveite bem essa reta final e mande muito trabalho para nossa equipe! 
Vamos lá? 
 
São Camilo - 2019 
Texto 1 
A vacinação de crianças é uma obrigação dos pais e, caso não seja cumprida, a família pode 
ser obrigada a participar de programas sociais, levar multas e até mesmo ter a guarda do filho 
suspensa. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu parágrafo único do artigo 14, determina 
a obrigatoriedade da vacinação de crianças nos casos recomendados por autoridades. Além disso, 
Ricardo Cabezón, presidente da comissão de direitos infanto-juvenis da OAB-SP, afirma que o ato de 
não vacinar os filhos pode ser juridicamente enquadrado como um crime contra a saúde pública, 
considerando que a criança se torna um vetor de risco. 
Mas a previsão legal não é necessariamente refletida no cotidiano por falta de fiscalização. 
“Nunca soubemos de multa”, diz Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização 
(SBIm). De acordo com Ballalai, já houve casos em que, a partir de denúncias, os pais foram 
obrigados por sentença judicial a vacinar os filhos. Mas, antes de apelar para esferas legais, a 
especialista defende que o pediatra busque convencer a família da importância da vacinação. 
Segundo Mario Aurélio Safadi, presidente do departamento de imunizações da Sociedade de 
Pediatria de São Paulo, “medidas autoritárias ou truculentas não são a solução para o problema, que 
deveria ser combatido com informação”. 
(Phillippe Watanabe. “Pais que não vacinam os filhos podem ser multados, mas pena não é aplicada”. www.folha1.uol.com.br, 
19.07.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do 
mundo, com os principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm ganhando força no 
país grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. Esses movimentos estão sendo 
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apontados como um dos principais fatores responsáveis por um recente surto de sarampo na 
Europa, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. No Brasil, a disseminação de 
informações contra as vacinas ocorre principalmente em grupos de pais nas redes sociais. O jornal 
O Estado de S.Paulo encontrou no Facebook cinco deles, reunindo mais de 13,2 mil pessoas. Nesses 
espaços, os pais compartilham notícias publicadas em blogs, a maioria de outros países e em inglês, 
sobre as supostas reações às vacinas — por exemplo, relacionando-as ao autismo. 
Os pais também trocam informações para não serem denunciados, como não informar aos 
pediatras sobre a decisão de não vacinar os filhos, além de estratégias que acreditam garantir a 
imunização das crianças de forma alternativa, com óleos, homeopatia e alimentos. 
(Fabiana Cambricoli e Isabela Palhares. “Grupos contrários à vacinação avançam no país e preocupam Ministério da Saúde”. 
https://saude.estadao.com.br, 21.05.2017. Adaptado.) 
Texto 3 
Além das normas legais, os manuais, protocolos e diretrizes técnicas que orientam a prática 
profissional dos médicos e profissionais de saúde atribuem ao ato de “não vacinar” as crianças o 
juízo de valor de negligência parental ou “omissão do cuidar”. 
Contudo, os participantes de um estudo realizado com pais de camadas médias de São Paulo 
expressaram diferentes significações sobre as normas brasileiras de vacinação. 
Os casais que vacinaram os filhos revelaram que essa decisão era um ato de dever e de 
responsabilidade parental. Nesses, a tomada de decisão foi quase automatizada, influenciada pela 
reprodução de uma tradição familiar e pela credibilidade da conduta pediátrica, com consequente 
confirmação da vacinação infantil como uma prática social valorada e legitimada. 
Nos relatos dos casais que não vacinaram, observou-se uma ideia baseada em referenciais 
que valorizam e buscam o parto humanizado, a vida mais saudável, a menor intervenção médico-
hospitalar em processos de saúde (em contraponto aos de doença). As justificativas relatadas por 
esses casais foram: o argumento de que a doença está eliminada ou é leve; o medo dos eventos 
adversos; a crítica à composição das vacinas, à sua eficácia, ao calendário de vacinação preconizado 
no Brasil e ao interesse financeiro e lucro das indústrias farmacêuticas; e, ainda, a escolha de outras 
formas de proteção à saúde (com estilo de vida mais natural). Sobressai nas narrativas desses casais 
que a normatização legal da vacinação de forma universal assume pouco sentido aos seus modos de 
vida e admitem um posicionamento no âmbito privado familiar na contramão do valor cultural 
dominante associado à vacinação no país. 
(Carolina L. A. Barbieri et al. “A (não) vacinação infantil entre a cultura e a lei: os significados atribuídos por casais de camadas 
médias de São Paulo, Brasil”. Cadernos de Saúde Pública, vol. 33, no 2, 2017. Adaptado.) 
 
 
 
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UFPR - 2019 
Leia o texto abaixo. 
 A web já faz parte do cotidiano de pesquisadores, editoras e instituições científicas. 
Publicamos e lemos periódicos on-line, e utilizamos plataformas da web social (Twitter, Facebook, 
blogues, YouTube etc.) para divulgar nossos trabalhos, fazer contatos, encontrar novos 
colaboradores… Nossas produções e resultados de pesquisa também circulam no ambiente on-line, 
recebendo curtidas e comentários, sinalizando um interesse que, até pouco tempo atrás, era muito 
mais difícil de acompanhar. O padrão ouro da avaliação dos artigos científicos até a década passada 
era a citação. Diante da possibilidade de se ver e monitorar todo esse diálogo da ciência em ação na 
internet, não seria interessante considerar essa uma nova forma de medir os impactos da ciência? 
Quando olhamos para as citações que um artigo recebeu, estamos considerando um grupo 
relativamente limitado de pessoas que o usaram: aquele grupo que se interessou, leu e utilizou 
aquele texto para construir e publicar o seu próprio trabalho. Esse grupo com certeza é muito 
importante – afinal, éassim que se faz ciência, com pesquisadores usando trabalhos de outros 
pesquisadores para construir conhecimento novo. Mas a citação não é o único uso que um artigo 
científico pode ter. Estudantes leem artigos como parte da sua formação profissional. Profissionais 
leem artigos para ficar em dia com novas tendências da área e para resolver questões específicas, 
como definir um diagnóstico médico. Pacientes, gestores, ativistas, amadores, wikipedistas, 
curiosos, muita gente pode se interessar pela literatura científica, pelos mais diversos motivos. 
Hoje, nas redes sociais, encontramos traços desses interesses por artigos científicos e pela 
ciência. O biólogo compartilha seu artigo novo no Facebook. A astrônoma explica sua pesquisa em 
um vídeo no YouTube. A cientista social escreve uma sequência no Twitter mostrando com o que a 
pesquisa acadêmica pode contribuir para a sociedade... São atos que não necessariamente geram 
citações, mas demonstram que a utilidade da ciência não se resume ao que é publicado formalmente 
em periódicos consagrados. 
As métricas dessa disseminação de trabalhos científicos nas redes sociais, que chamamos 
altmetrias (do inglês altmetrics, encurtamento da expressão alternative metrics – métricas 
alternativas, em português), vão aos poucos se incorporando ao nosso cotidiano. Em alguns 
periódicos e repositórios, encontramos, junto aos dados de download, informações sobre quantas 
vezes o arquivo foi compartilhado. Para alguns, as altmetrias podem ser indicadores do impacto 
social da ciência, algo importante para a sociedade que quer e deve acompanhar o que se faz com 
os recursos públicos investidos em ciência. 
Mas quais seriam essas métricas? Podemos lançar o olhar para a disseminação dos conteúdos 
em tuítes e posts de divulgação, ver a interação dos usuários a partir desses posts (as tais curtidas e 
reações do Facebook e corações do Twitter), os downloads dos artigos e sua incorporação em 
gestores de referência como o Mendeley e a geração de conteúdo a partir do uso dos artigos em 
documentos como blogues, sites e Wikipedia. Podemos avaliar quantitativamente as diferentes 
reações (no caso do Facebook), redes de relações e compartilhamentos dos usuários, ler os 
comentários e respostas, enfim, ver todo esse processo que vai da divulgação científica ao diálogo 
entre pares, em um olhar sobre a ciência e sua disseminação e comunicação. 
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Outro ponto importante é reconhecer os diferentes níveis de engajamento representados por 
cada ato nas redes sociais. Um clique no botão ‘curtir’, por exemplo, é um tipo de engajamento 
superficial, que pode ser uma demonstração de interesse mas demanda pouco esforço do usuário. 
Se queremos transformar os tais polegares e corações em indicadores, eles precisam estar refletindo 
mais do que mera repercussão viral e ir mais fundo. 
 (Fábio Castro Gouveia (Fundação Oswaldo Cruz) e Iara Vidal Pereira de Souza (UFRJ). Revista Ciência Hoje, edição 348, outubro 
de 2018. Disponível em: . Adaptado.) 
 
Com base nessa leitura, escreva um texto argumentativo sobre a relação entre ciência e redes 
sociais, procurando dar uma resposta à questão que se levanta no primeiro parágrafo: não seria 
interessante considerar a altmetria uma nova forma de medir os impactos da ciência? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNICAMP - 2018 
Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil para fazer uma 
palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os textos abaixo e, a partir 
deles, escreva um texto base para a sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve 
conter: a) uma explicação sobre o que é pós-verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns 
exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram pós-verdade; e c) 
consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar também 
informações de outras fontes para compor o seu texto. 
TEXTO A 
 
 
TEXTO B 
O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford 
Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de 
Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 
2016 foi “pós-verdade” (post-truth). 
A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate 
político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura 
de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo 
Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes 
acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o 
referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. Ambas 
as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União 
Europeia custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack 
Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump. 
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Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britânica The Economist 
destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de 
muitos acadêmicos e da mídia tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida 
estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de 
claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou para mudar o voto 
majoritário. 
Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o 
feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e 
legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade. 
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e 
mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm 
confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo 
Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de 
vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou 
à direita. 
(Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 
16/11/2016. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-é-‘pós-verdade’-a-palavra-do-ano-
segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acessado em 01/12/2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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USCS - 2016 
Texto 1 
Em 1924, enquanto esteve preso, Adolf Hitler começou a escrever uma mistura de 
autobiografia com panfleto político no qual defendia as ideias extremas e absurdas, calcadas no 
racismo e no nacionalismo, que mais tarde seriam colocadas em prática enquanto esteve 
comandando a Alemanha. O livro Minha luta (Mein Kampf, no original), com cerca de páginas, foi 
lançado em 1925, vendeu mais de milhões de exemplares na época e se tornou uma das principais 
plataformas para a difusão das ideias nazistas. 
Após o suicídio do ditador, em 1945, em Berlim, os direitos da publicação ficaram com o 
governo da Baviera, que vetou qualquer nova ediçãodo calhamaço. No entanto, desde o dia de 
janeiro de 2016, ano seguinte a se completar sete décadas da morte de Hitler, Minha luta se tornou 
um título de domínio público. Ou seja, pode ser republicado por qualquer pessoa no mundo, e ao 
menos três editoras brasileiras pretendem colocar a “bíblia” do nazismo nas livrarias brasileiras – ou 
em parte delas – nos próximos meses. Entretanto, essa decisão vem causando controvérsias. 
(Rodrigo Casarin. “Livro escrito por Hitler volta às livrarias brasileiras em meio a polêmicas”. http://entretenimento.uol.com.br, 
12.01.2016. Adaptado.) 
Texto 2 
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) proibiu a comercialização, exposição e 
divulgação do livro Minha luta, de Adolf Hitler, em todo o Estado, conforme decisão do juiz Alberto 
Salomão Junior. A justificativa do juiz foi que o livro incita práticas de intolerância contra grupos 
sociais, étnicos e religiosos. Quem descumprir a decisão terá que pagar multa de mil reais. O 
despacho, no entanto, deveria ser revisto, porque proíbe o acesso a um documento histórico e 
cultural – algo que uma sociedade democrática jamais deveria fazer. 
Segundo o advogado Cláudio Lins de Vasconcelos, diretor-relator da Associação Brasileira da 
Propriedade Intelectual (ABPI), a censura ao livro Minha luta não é apenas questionável, mas 
ineficiente. “A proibição da venda da obra não é a melhor forma de combater suas ideias. O TJ-RJ 
está lutando contra o autoritarismo (de Hitler) com mais autoritarismo. Essa ação simplesmente vai 
fazer com que a curiosidade sobre o livro aumente”. 
Pela lógica da decisão do TJ-RJ, o combate à intolerância é um valor que se sobrepõe ao da 
livre circulação das ideias. É a mesma lógica adotada, por exemplo, pela Inglaterra, onde a Lei de 
Relações Raciais proíbe os discursos de ódio racial, não apenas quando eles possam incitar à 
violência, mas sob a alegação de que representantes de minorias devem ser protegidos de insultos 
raciais. 
Uma compreensão diferente do tema vem dos Estados Unidos, que concedem à liberdade de 
expressão uma amplitude quase que absoluta, que engloba até mesmo discursos de ódio e 
preconceito. Segundo o constitucionalista americano Ronald Dworkin, permitir que as ideias 
circulem sem entraves é um elemento fundamental da democracia “porque o Estado deve tratar 
todos os cidadãos adultos como agentes morais responsáveis, sendo esse um traço essencial ou 
constitutivo de uma sociedade política justa”. 
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(“Por que a venda de Minha luta, de Hitler, não deve ser proibida”. http://veja.abril.com.br, 03.02.2016. Adaptado.) 
 
Texto 3 
O possível retorno do livro Minha luta, de Adolf Hitler, às prateleiras de livrarias e bibliotecas 
envolve a tensão entre dois princípios basilares da Civilização Ocidental: a liberdade e a dignidade. 
O que deve prevalecer: a liberdade de circulação de um livro, por mais maldito que seja? Ou a 
dignidade das vítimas das atrocidades patrocinadas pela ideologia contida na obra? Tensão essa que 
nenhum Estado moderno conseguiu conciliar satisfatoriamente. Deve haver controle sobre o que se 
fala ou publica? Controlar um discurso de ódio não abre precedente para a censura total do Estado? 
Para Kendall Thomas, professor de filosofia legal pela Universidade Columbia, a dignidade 
deve prevalecer. “Permitir todo e qualquer tipo de discurso de ódio sob o argumento de defender a 
liberdade ignora o princípio da igualdade entre cidadãos. É preciso entender que a regulação a 
demonstrações de ódio não vai de encontro aos princípios democráticos”, reflete. Thomas alerta 
que não se pode conciliar liberdade total e igualdade total. O desafio do Estado é justamente 
encontrar o equilíbrio. Afinal, valores fundamentais são protegidos por meio do combate ao discurso 
de ódio. “O principal deles é o da dignidade individual e pública. Uma pessoa deve ter o direito de 
usufruir o espaço público sem ser cercada por textos ou manifestações que firam sua honra”, afirma 
Thomas. 
(Gustavo Ribeiro. “A Alemanha prepara nova edição de Minha luta, livro banido de Hitler”. http://epoca.globo.com, 15.05.2015. 
Adaptado.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INÉDITA 
As teorias conhecidas como negacionistas vêm ganhando adeptos em diversos lugares do 
mundo. Termos como “revisionismo histórico” e “negação à ciência” têm sido cada vez mais comuns 
nos textos jornalísticos e em conversas cotidianas, mostrando que, para muitos, a pesquisa 
acadêmica e científica já não é mais considerada de confiança. Esses novos ideais podem aparecer 
de diversas maneiras: o movimento antivacina, que já é considerado pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) como um dos dez maiores riscos à saúde global, e a teoria do terraplanismo, que coloca 
em xeque conhecimentos comprovados há séculos sobre o universo, são apenas algumas das faces 
da disseminação de desinformação, frequentemente impulsionada pela comunicação digital. 
A partir da leitura dos excertos apresentados a seguir, redija um texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa. Os textos poderão servir como subsídios 
para a sua argumentação, mas não devem ser integralmente copiados. 
Texto 1 
De tempos em tempos, diversas pesquisas de opinião são realizadas pelo mundo para medir 
o quanto as pessoas acreditam no sucesso das missões Apollo. O nível de descrença varia de 6% a 
57% - este último impressionante número é de levantamento divulgado ano passado pelo VTsIOM, 
o instituto nacional de pesquisas de opinião da Rússia, e deve refletir sobretudo os esforços de 
contrapropaganda da Guerra Fria, quando a então União Soviética era rival dos Estados Unidos na 
chamada corrida espacial. 
Levantamento semelhante realizado pelo instituto Gallup nos Estados Unidos apontou que 
6% dos americanos não acreditam que o homem tenha pisado na Lua. Mas outras sondagens 
chegam a apontar que esse número pode ser bem maior: na casa dos 20%. 
De acordo com pesquisa recente realizada pela empresa YouGov, um em cada seis britânicos 
acredita que a conquista da Lua foi encenada. E, entre os jovens de até 35 anos, "informados" 
intensamente por canais de YouTube e fóruns de internet, esse número é ainda maior: 21%. 
Fonte: Acesso em: ago.2019 
 
Texto 2 
Como Chris French explicou à BBC News, as teorias conspiratórias “são transversais em 
termos de classe social, gênero e idade”, e pressupõem a falácia de que os dois lados de uma disputa 
científica, social ou política devem ter a mesma veracidade. Se somarmos a isso que uma teoria 
conspiratória tem, como norma, a capacidade narrativa de criar padrões regulares, podemos 
compreender que sejam objeto de sedução. Nosso presente parece ter acelerado o poder das 
conspirações: são cada vez mais frequentes as ideias tóxicas sobre elites que controlam o mundo ou 
planos delirantes para a introdução de migrantes de origem muçulmana com ajudas 
governamentais. 
Fonte: Acesso em: ago.2019 
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Texto 3 
Atire os primeiros bloquinho e caneta quem nunca ouviu a frase “jornalista tem que ouvir os dois 
lados”. Acontece que, em ciência, as coisas podem ser um pouco mais complicadas. Ora, não há 
razão para entrevistar um indivíduo que acredita que a Terra é plana em toda matéria sobre o nosso 
planeta redondo, muito menos dar voz a alguém que não acredita em vacinas nas reportagens sobre 
os imunizantes. Nosso guia precisa ser a evidênciacientífica e o que ela nos assegura (ou não) sobre 
determinado assunto. 
 Numa palestra inspiradora, a cientista Naomi Oreskes, coautora do livro Merchants of doubt 
(Mercadores da dúvida, em tradução livre), mostra como a própria indústria se aproveitou desse 
princípio jornalístico de isonomia para semear um ponto de interrogação na cabeça das pessoas. 
Isso ocorreu (e ocorre), por exemplo, em questões ligadas ao cigarro ou ao aquecimento global. Nas 
palavras da própria Naomi, precisamos rejeitar esse conceito de equidade cega e indiscriminada 
quando fazemos jornalismo de ciência. “Se continuarmos apostando nesse senso errôneo de justiça, 
cairemos numa falsa equivalência em que misturamos informações factuais com mentiras e 
desinformação”, afirma. 
Fonte: Acesso em ago.2019. 
 
Considerações finais 
 Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você 
não acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir. 
 Na próxima aula, vamos nos aprofundar no estudo da introdução, pensando principalmente 
em contextualizações. 
 Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou nas redes sociais. 
Prof.ª Celina Gil 
 
 
/professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil 
 
 
Versão Data Modificações 
1 24/03/2019 Primeira versão do texto.

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