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Diagnóstico por Imagem Radiologia Registro fotográfico sob ação dos raios X em estruturas e objetos por ele sensibilizados. Variam entre o branco e o preto total. Os raios X atravessam os corpos e sensibilizam a placa/filme, os locais na placa que foram sensibilizados pelos raios X ficam mais pretos (radioluscente) e os raios que são absorvidos pelo objeto e não sensibilizam a placa vão formar uma imagem mais branca/clara (radiopaco). A composição do objeto interfere na projeção dele na placa, quanto maior o número anatômico do elemento estudado, mais raio X será bloqueado. O chumbo, por exemplo, bloqueia completamente a passagem de raio X. Formação da imagem A ampola de raio X contém um alvo com carga positiva, o anodo, e um filamento de carga negativa (fonte de elétrons), o catodo, em um envoltório de vidro. A ampola de raio X acelera os elétrons da porção negativa para a porção positiva, onde são formados os raios. Para criar as fontes de elétrons, uma corrente elétrica passa pelo filamento e aumenta sua temperatura, o calor permite que seja criada uma nuvem de elétrons livres com carga negativa. Como os elétrons são negativos são atraídos pelo alvo que tem carga positiva. A energia dos raios X produzidos dependem da energia dos elétrons que atingem o alvo. Os elétrons atingem o alvo e os raios X são produzidos por dois mecanismos: interações colisionais e radioativas. As interações colisionais ocorrem quando os elétrons incidentes atingem um elétron orbital (nuvem) e o ejeta do átomo alvo, a energia é liberada subsequentemente como raios X (menor quantidade). As interações radioativas ocorrem quando o elétron incidente passa próximo ao nucelo do átomo alvo de tungstênio, atraído pela carga oposta. O elétron incidente não atinge ou ejeta outro elétron ou tem qualquer iteração com o átomo alvo, mas perde sua velocidade (freia) ao curvar sua trajetória perto do núcleo e libera energia em forma de raios x. A maioria dos elétrons incidentes sofrem múltiplas interações de frenagem com o alvo e, assim, um único elétron pode levar a produção de múltiplos raios X (maioria). Quilovoltagem (kVp): velocidade dos elétrons. • O aumento do kVp aumenta a diferença de voltagem entre o filamento e o alvo e os elétrons são acelerados a velocidade maiores e têm mais energia ao atingir o alvo. • Os elétrons de maior energia podem produzir raios X de maior energia > maior penetração. Miliamperagem/tempo (mA): temperatura do filamento do catodo. • Quanto maior a mA, maior o número de elétrons que vão viajar de um polo para o outro > maior a radiação gerada. • Trabalhar com o mínimo de mA possível, para diminuir a exposição a radiação. Fatores importantes: • Nitidez: depende da distância da placa de imagem e objeto de estudo; quanto mais próximo o objeto estiver da placa, mais nítida será a imagem. • Tamanho: quanto mais próximo da fonte de radiação maior o grau de ampliação; quanto mais próximo mais forte é a distorção do tamanho. • Distância padrão: 1m ou 75cm. • Delinear o objeto em pelo menos dois planos (2 projeções, uma perpendicular a outra) para ter uma visão de 2 faces da estrutura (representação tridimensional). • O foco radiográfico sempre deve estar posicionado ao centro da placa. Densidade: quanto mais densa a estrutura, maior a absorção de raios; menor sensibiliza a placa > imagem mais clara (radiopaco); ex: ossos, músculos e gordura. Opacidade: mais clara/branca → radiopaco – absorveu mais raio X, não sensibilizou a placa; mais escuro/preto → radioluscente – absorveu menos raio X, sensibilizou a placa. Algumas estruturas/substâncias são usadas para dizer a opacidade: • Metal: bloqueio total do raio X – mais branco de todos • Osso/mineral (Ca++). • Líquido/tecido mole (sangue, quilo, transudato, exsudato). • Gordura (tendão). • Gás: mais preto de todos. Efeito somatório: quando tem duas estruturas com a mesma opacidade se sobrepondo, as opacidades se somam; em ossos, por exemplo, ficam mais radiopacas; não confundir com mineralização excessiva. Efeito de subtração: quando tem duas estruturas com opacidades opostas se sobrepondo, as opacidades diminuem; por exemplo, gás e osso se sobrepondo, a imagem fica mais escura; não confundir com desmineralização (fraturas, neoplasias). Sinais de Roentgen: tudo o que é avaliado na radiologia. Tamanho, forma, localização, número, contorno e radiopacidade. Posição radiográfica: • Ventrodorsal (VD) e dorsoventral (DV): o primeiro, exemplo dorso é onde entra a imagem, e o final, ventral, é onde sai. • Laterais: cabeça do paciente fica para a esquerda do examinador. Raio X de membro em grandes animais é, quase sempre, lateromedial. Para avaliar uma radiografia: • Avaliar todo o filme, da periferia ao centro. • Fazer a primeira avaliação sem o histórico do paciente. E depois com o histórico. • Como avaliar: identificar estruturas na imagem > elaborar possíveis explicações para anomalias observadas > correlacionar imagem com as manifestações cínicas e exames complementares > listar possíveis diagnósticos. • Diferentes doenças podem produzir imagens radiográficas semelhantes e a mesma doença pode se manifestar de vários modos. Ultrassonografia Produção de ondas sonoras, inaudíveis pelo ouvido humano (morcegos escutam). Essas ondas são medidas em mega-hertz (MHz). A frequência é o número de vezes em que uma onda é repetida por segunda. O comprimento de onda é a distância percorrida por uma onda sonora em um ciclo, o comprimento é expresso em milímetros (mm). O comprimento da onda é importante para a resolução da imagem. • O aumento da frequência de uma onda sonora, aumenta a resolução da imagem. • Uma menor frequência, ou seja, maior penetração da onda no corpo, leva a uma pior resolução de imagem. • A profundidade de penetração da onda varia de forma inversa à frequência. Maior frequência > menor penetração e menor frequência > maior penetração. Na ultrassonografia, os transdutores convertem a corrente elétrica em ondas sonoras e vice-versa. A conversão é feita em um cristal piezelétrico, que após a aplicação de uma carga elétrica, o cristal se deforma (vibra) e gera uma onda sonora. As ondas sonoras são criadas na superfície corporal, atravessam os tecidos, atinge a superfície refletora e volta ao transdutor. O transdutor emite em menos de 1% do tempo e as recebe em mais de 99% do tempo. • Convexos (macro ou micro), lineares, frequência única ou múltipla, setoriais, atenuação. maior fr, menos penetra, melhor img Sinal de retorno (eco): o eco é a imagem que volta para o projetor e está totalmente relacionada com a estrutura que está sendo examinada. • Menos eco > imagem mais preta. • Mais eco > mais branca/cinza. • Os ecos de estruturas mais profundas são mais fracos do que os originários de estruturas mais próximas ao transdutor. →No monitor, a imagem se posiciona com relação ao tempo que leva para voltar. Como exemplo, a pele aparece na parte superior, o fígado no meio e o rim na parte inferior. Vantagens do US: método não invasivo, imagem em tempo real, avaliação de função dinâmica (motilidade intestinal, coração, feto), não requer anestesia ou sedação, permite colheita de amostra para biopsia. Desvantagens do US: investimento no equipamento, presença de artefatos que podem dificultar a interpretação, não permite a avaliação interna de estruturas mineralizadas. Uma das desvantagens do US é o preparo do paciente: tricotomia e limpeza da pele, gel, jejum alimentar, eliminação de gases (dimeticona), bexiga cheia, posições de decúbito D ou L (ECO – cães e gatos), decúbito external ou posição quadrupedal. Modo de exibição: modo B (mais usado) é a imagem dinâmica emtempo real, e o modo M é usado para avaliar como as estruturas se movem (avaliação cardíaca). Doppler: marca as vascularizações. • Vermelho: fluxo que vai em direção ao transdutor. • Azul: fluxo que vai ao contrário do transdutor. Impedância acústica: dificuldade que um tecido oferece a transmissão do som, a diferença determina a reflexão do som/eco, maior > mais eco, menor > menos eco. Anecoico: completamente preto (eco não retorna). Hipoecoico: cinza escuro (volta pouco eco – leve impedância acústica). Ecogênico: cinza mais claro (maior retorno do eco – maior impedância acústica). Hipercoico: branco claro (grande retorno de eco). Sequência de ecogenicidade (do preto > branco): urina, bile > medula renal > músculo > córtex renal > fígado > gordura de reserva > baço > próstata > pelve renal > gordura estrutural > osso, gás e limite dos órgãos. Artefatos ultrassonográficos: erros na apresentação da imagem. • Sombras acústicas: regiões de menor ecogenicidade (+ pretas) distais a estruturas de alta refletividade, naturalmente encontradas em tecido mole com gás (intestino e pulmão) e patologicamente encontrado em cálculos renais e vesiculares. cálculo renal • Espelho: duplicação de uma estrutura do lado oposto. • Intensificação acústica ou reforço posterior: área de maior ecogenicidade atrás de uma estrutura de baixa atenuação (mais escura, ex. vesícula biliar). • Reverberação: ondas sonoras se refletem várias vezes, ocorre em órgãos com presença de gás. • Cauda de cometa: é uma variação da reverberação, são linhas finas ou em formado triangulas mais claras (cinza claro). Interpretação (parâmetros avaliados): protocolo de obtenção de imagens padronizado, ecogenicidade (homogênea ou uniforme/heterogênea), textura ou ecotextura (homogênea ou uniforme/heterogênea), localização, tamanho e forma, motilidade e função. Noções sobre Termografia e Endoscopia A endoscopia é uma técnica de imagem que utiliza fonte de luz e câmera (fibra óptica que leva a imagem a algum visualizador). Endoscopia significa “olhar dentro do paciente”. É usado um fibroscópio (aparelho - tubo fino, formado de fibras ópticas flexíveis com câmera conectada a um monitor) e um videoendoscópio (monitor de vídeo) para a realização do procedimento. Os endoscópios podem ser flexíveis ou rígidos. Aplicações e indicações: • Rinoscopia; • Laringoscopia; • Traqueoscopia; • Broncoscopia; • Cistoscopia; • Histeroscopia; • Uretroscopia; • Esofagoscopia; • Gastroscopia; • Colonoscopia; • Artroscopia; • Tonoscopia; • Laparoscopia; • Toracoscopia. Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética A TC e RM oferecem possibilidades diagnósticas superiores à radiografia convencional por causa de duas vantagens, a natureza tomográfica e maior resolução de contraste. A TC e a RM examinam os tecidos em cortes finos, o que elimina a sobreposição, facilitando a identificação e a diferenciação de órgãos e outras estruturas. Os conjuntos de dados de volume da TC e da RM podem ser reformatados em qualquer plano de imagem ou como projeções tridimensionais (3D), melhorando as representações das relações estruturais anatômicas. Resolução de contraste: capacidade do sistema de representação precisa das diferenças em características teciduais, físicas e bioquímicas, que são associadas à atenuação dos raios X (TC) ou à intensidade de sinal (RM). • Quanto melhor a resolução de contraste, maior a probabilidade das variações sutis dos componentes do tecido sejam exibidas como pixels de diferentes tonalidades de cinza. Resolução espacial: corresponde a separação mínima resolvível entre objetos de alto contraste, é mais limitada na TC e RM, do que na radiografia. • Radiografia é melhor, pois a eliminação de sobreposição e a resolução de contraste superiores compensa essa limitação. Cada imagem de TC ou RM representa um fino corte do corpo e é composta por uma matriz de pequenos cortes cúbicos, conhecidos como voxels ou elementos de volume. Cada voxel associado a maior intensidade de sinal do tecido à RM ou à atenuação de raios X à TC é mostrado como um pixel mais brilhante ou mais branco, enquanto a ausência de sinal ou atenuação de raios X, como exemplo no ar, parece escuro. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA As imagens podem ser adquiridas apenas paralelamente ao portal do sistema, assim, as imagens normalmente são transversais às partes do corpo que repousam na mesa de TC. Pode diferenciar líquidos puros de tecidos moles. Conceito fundamental da TC: um feixe de raios X com colimação fina em rotação ao redor do paciente, podem gerar finos cortes de tecidos pelo computador, cada um com sua própria matriz de voxels associados a valores definitivos de atenuação. Tecnológica da TC: possibilidade de produção da imagem de um objeto por meio de um número infinito de projeções. Equipamento: unidade de escaneamento (portal) com uma ampola de emissão de raios X e um sistema detector, mesa e computador sofisticado. Os dispositivos eletromecânicos com anel deslizante, possibilitaram a rotação ininterrupta da ampola, que abriu portas para o escaneamento helicoidal (espiral). Na TC helicoidal, uma região inteira do corpo pode ser examinada sem interrupção e em alta velocidade. Esses exames são muito rápidos, reduzindo a ocorrência de artefatos de movimentação e permitindo a realização de procedimentos angiográficos que requerem o rastreamento preciso do contraste. É padrão na medicina veterinária. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA É possível a obtenção de cortes de imagens em qualquer plano: plano transversal, sagital, dorsal ou qualquer plano oblíquo. Grande resolução de contraste, que pode ser aumentado pelo uso combinado de diferentes sequencias de imagens, permitindo a caracterização dos tecidos moles com maior sensibilidade do que a TC. A alta resolução de contraste se dá pelas propriedades eletromagnéticas dos núcleos (prótons) de hidrogênio, que são abundantes nos tecidos do corpo. A transferência de energia entres estes prótons pode ser espacialmente localizada (voxels) e é a fonte de formação da imagem. A RM é usada principalmente na investigação de doenças neurológicas, mas pode ser usada em qualquer parte do corpo, bastante usada em equinos. Energia de radiofrequência: o imã gera um campo magnético externo em que o paciente é coloco. A corrente elétrica passa por um fio gerando um campo magnético perpendicular proporcional a sua potência. Formação da imagem: cada próton de hidrogênio tem carga positiva e gira em seu eixo, como um pião. Cada um destes prótons em rotação (spins) age como um minúsculo imã. As movimentações e colisões moleculares geram interações magnéticas entre spins que flutuam de forma constante, afetando o comportamento destes spins, gerando sinais durante o processo de escaneamento. Sistema Musculoesquelético – Fraturas Avaliação – Sinais de Roentgen: • Tamanho. • Forma. • Localização (luxações). • Número (ex. dedos). • Contorno (reação periosteal). • Radiopacidade (destruição da cortical óssea, atrofia por desuso – reações que causam aumento ou diminuição da calcificação do osso, alterando a cor). Estruturas ósseas: • Diáfise: osso compacto, denso. • Metáfise: osso esponjoso entre a diáfise e a epífise. • Epífise: extremidades, centros de crescimento. • Cartilagem: são radioluscente (preto). Osso: tecido vivo com remodelação constante (cicatrização). Osteoblastos: matriz osteóide, mineralização, fosfatase alcalina (fraturas), ficam localizados nas regiões de cartilagem de crescimento e periósteo. Osteoclastos: reabsorção óssea, ficam nas regiões de cartilagem de crescimento e periósteo. Osteócitos:em casos de fratura, voltam a ser osteoclastos na matriz calcificada. O forame nutrício (caminho percorrido pelo vaso que irriga o osso) é radioluscente e pode ser confundido com fratura. Exame radiográfico: • Projeções perpendiculares (ortogonais – duas no mínimo). • Estudo padronizado • Membros (craniocaudal, dorsopalmar/plantar). • Oblíquas. • Flexionadas. • Sob apoio/peso (quando em apoio – espaço articular maior, quando sem – espaço menor). • Estresse lateral/medial (puxa medialmente para radiografar o ligamento lateral). Resposta óssea a lesão: 1. Opacidade diminuída – lise óssea - Ponto menos radiopaco do que o osso normal seria (mais preto/escuro que o normal). - Traumas, desuso, neoplasias, doenças metabólicas ou infecciosas. - Comparar contralateral. 2. Opacidade aumentada – esclerose óssea - Local fica mais radiopaco que o resto (mais branco). - Neoformação óssea, trauma constante, atrito, aumento da mineralização. FRATURAS Avaliação da fratura: considerar o osso envolvido, considerar as alterações de tecidos moles (quanto mais tecido mole, mais radiopaco), estruturas normais podem simular fratura (forame nutrício, ossos sesamoides, fises abertas). Classificação: • Fratura aberta: contaminação do tecido ósseo. • Fratura fechada: pele integra em todo o redor da fratura – melhores prognósticos. • Fratura completa: se estendem através de todo o osso. • Fratura incompletas: acomete somente um córtex do osso, não causa separação em fragmentos. • Fratura simples: somente uma linha de fratura, divide o osso em dois fragmentos (proximal e distal). • Fratura cominutiva: possui mais de uma linha de fratura que se comunicam em um ponto ou plano e dividem o osso em 3 ou mais fragmentos. • Fratura múltipla: mais de um foco de fratura no mesmo osso, não se comunicam. • Fraturas epifiseais: acomete a placa epifisária em um paciente em crescimento (aberta), classificação segundo Salter- Harris. o Tipo I: ocorrem ao longo da placa epifisária. o Tipo II: ocorrem ao longo da placa epifisária e em uma porção da metáfise. o Tipo III: ocorrem ao longo da placa epifisária e epífise, são usualmente fraturas articulares. o Tipo IV: ocorre na epífise, atravessam a placa epifisária e acometem a metáfise, usualmente fraturas articulares. o Tipo V: são fraturas de esmagamento ou compressão que envolvem a placa epifisária; causam fechamento prematuro da placa, levando a deformidade de crescimento. • Fratura por avulsão: ocorrem em locais de ligação de tendões, ligamentos ou capsulas articulares, são causadas por força excessiva sobre essa estrutura. • Fratura patológica: ocorrem sem trauma anormal ou evidente, como resultado de enfraquecimento secundário do osso por uma doença adjacente; relacionada com hiperparatireoidismo e neoplasias ósseas. • Fratura transversa: seguem perpendiculares (diâmetro) ao eixo longo do osso. • Fratura oblíqua: seguem em menos de 90º (entra subindo) com relação ao eixo longo. • Fratura espirais/elíptica/helicoidal: associadas a trauma por torção significativa, fraturas oblíquas que se enrolam ao redor do eixo longitudinal do osso longo. Neoplasia óssea tem maior envolvimento do tecido mole (edema), mas é difícil de diferenciar de infecção óssea. Cicatrização óssea: Padrão primário, onde ocorre a substituição por tecido ósseo, ocorre sob rígida fixação (procedimentos ortopédicos). • Ausência de calo ósseo. • Perda gradual da radiopacidade nas extremidades da fratura. • Desaparecimento progressivo da linha da fratura. • Restabelecimento rápido da cortical e medular. Padrão secundário, mais frequente (tala). • 1ª semana: perda das margens dos fragmentos e discreto aumento dos espaços entre os fragmentos. • 2ª semana: calo ósseo levemente mineralizado sobre os fragmentos, margens irregulares e pouco distantes do espaço da fratura. • 4ª semana: linha de fratura estreita, calo ósseo iniciando ponte óssea sobre a linha de fratura, calo ósseo liso e levemente opaco. • Após 4ª semana: linha de fratura obliterada, calo ósseo ligado a fratura e de densidade semelhante ao osso. Não união de fratura: ocorre por mobilidade de foco de fratura, suprimento sanguíneo insuficiente, infecção (cães de pequeno porte = causa incerta). • Hipertrófica: 1- Linha visível muito tempo após trauma. 2- Calo não forma ponte. 3- Extremidades arredondadas. 4- Esclerose da cavidade medular. • Atrófica: 1 e 4 - Pouca ou nenhuma formação de calo ósseo, extremidades tendem a estreitamento. • Pseudoartrose: a fratura não mostra evidências radiográficas de progressão do processo de consolidação, indicadas por esclerose nas extremidades da fratura. Lesões ósseas agressivas: a presença de qualquer uma das três alterações indica lesão agressiva → destruição cortical, reação periosteal, distinção do limite entre lesão óssea e osso normal. Exemplos: neoplasias e infeções. Lesões ósseas não agressivas: exemplo → cistos ósseos. Classificação Destruição cortical Reação periosteal Zona de transição Agressiva Sim Ativa - irregular Não distinta Não agressiva Nenhuma Nenhuma Distinguível Destruição da cortical: • Perda da definição da cortical óssea. • Região da destruição deve ser atingida tangencialmente. • Nem toda destruição óssea causa destruição da cortical. • Subclassificação: ruído de traça (lesões irregulares pequenas, tamanhos diferentes), permeativo (circulares) e lesão geográfica (grande e definida). Mais agressivo → ruído de traça e permeativo. Reação periosteal: • Pode ser espiculada, em coluna, explosão solar. • Ativa: margens irregulares (agressiva). • Margem suave: recuperação óssea. Doenças Ósseas em Cães e Gatos Osteocondrose e Osteocondrose Dissecante Falha na ossificação endocondral normal; progressão da condromalácia. Decorrente da necrose da cartilagem epifisária. Osteocondrose → defeito no osso subcondral. Osteocondrose dissecante → presença de flaps (fragmentos/ retalhos de cartilagem ou osso) devido o defeito do osso subcondral. Localização: aspecto caudal da cabeça proximal do úmero, aspecto distomedial da tróclea do úmero, côndilos femorais lateral e medial, tróclea femoral, crista troclear medial e lateral do tálus. Sinais radiográficos: • Aplainamento ou concavidade da superfície do osso subcondral (radioluscente). • Esclerose do osso subcondral adjacente (radiopaco). • Efusão articular ou espessamento da capsula articular 9aumento de volume). • Lesão em beijo (defeito no osso subcondral é ocasionalmente observado envolvendo a superfície articular oposta à lesão primária). • DAD. • Fenômeno de vácuo (gás no espaço articular – osteocondrose no ombro de cães). • Flap calcificado ou mineralizado ao lado da lesão ou no espaço articular. Displasia do Cotovelo Causas: não união do ancôneo, fragmentação do processo coronoide medial da ulna e a osteocondrose do aspecto distomedial da tróclea umeral. Normalmente acomete as duas articulações (contralateral). A incongruência da articulação do cotovelo leva a não união ou fratura do processo ancôneo, fragmentação ou fratura do processo coronoide medial. • Não união do processo ancôneo: radiografia lateral do cotovelo em flexão, projeções laterais e craniocaudal. o Sinais radiográficos: linha radioluscente entre processo ancôneo e olecrano – faixa irregular e larga; DAD. • Fragmentação do processo coronoide medial: normalmente bilateral, alguns casos são cartilaginosos. o Sinais radiográficos: contorno anormal ou mal definido da margem cranial do processo coronoide medial à projeção lateral; incongruência ou subluxação articular; osteofítos na margem proximal do processo ancôneo;esclerose do osso subcondral. Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur Comprometimento do suplemento sanguíneo à epífise da cabeça do fêmur causa necrose do osso subcondral. Pode ser bilateral. Sinais radiográficos: • Transparências lineares abaixo da cabeça do fêmur (radioluscente). • Achatamento e a irregularidade do colo e cabeça femorais. • Remodelamento da cabeça do fêmur. • Áreas de menor opacidade na epífise e metáfise do fêmur. • Aumento do espaço articular e subluxação coxofemoral. • Atrofia muscular. • DAD. Hiperparatireoidismo Secundário Nutricional Causado pela dieta com deficiência de cálcio ou desequilíbrio de cálcio e fosforo, aumenta paratormônio > retira cálcio do osso → reabsorção de cálcio ósseo e osteomalácia generalizada. Sinais radiográficos: • Opacidade óssea diminuída. • Corticais ósseas delgadas. • Perda de definição da densa lâmina que circunda os dentes. • Deformidades da coluna vertebral e fraturas patológicas. Panosteíte Doença idiopática que afeta ossos longos. Machos são mais predispostos. Lesões originadas e mais pronunciadas próximo ao forame nutrício. Sinais radiográficos: • Manchas e acentuação da trabeculação do osso afetado. • Opacidade nodulares circuncristas (radiopaca, tipo osso) na cavidade medular da diáfise. • Reação periosteal suave. Osteopetrose Doença metabólica hereditária rara, causada por uma anomalia na função dos osteoclastos. Animais afetados tem aumento na opacidade óssea com comprometimento específico das cavidades medulares. Sinais radiográficos: • Aumento da opacidade generalizada. • Padrão trabecular diminui. • Acomete vertebras e costelas. Raquitismo Defeito na mineralização da matriz óssea devido inadequação da vitamina D ou doenças hereditárias que afetam o metabolismo ou deficiência de vitamina D. Sinais radiográficos: • Extensa dilatação das fises com grandes fendas não mineralizadas com alargamento e concavidade das epífises e metáfises adjacentes. • Dilatação das junções osteocondrais das costelas – rosário raquítico. • Osteopenia difusa com córtex fino > fraturas em dobradura. Osteodistrofia Hipertrófica Suplementação excessiva de minerais e vitaminas, hipovitaminose C e a inflamação supurativa sem isolamento de agentes infecciosos. Histo: resposta inflamatória neutrofílica. Sinais clínicos: febre, diarreia e hiperqueratose dos coxins. →Cinomose canina. Sinais radiográficos: • Zonas transparentes em orientação transversal na metáfise. • Esclerose do osso subcondral. • Sinal fisário duplo (porção distal rádio e ulna). • Reações periosteal irregular ao redor da metáfise. • Aumento do volume de tecidos moles. • Dilatação, concavidade e aumento da opacidade das extremidades distais das costelas. • Zona de transição indistinta. Retenção do Centro Cartilaginoso Ocorre na metáfise ulnar distal ou no côndilo femoral lateral. Causada pela perda da progressão normal da ossificação endocondral com retenção de células cartilaginosas hipertrofiadas na metáfise central. Sinais radiográficos: • Área cônica radiotransparente na metáfise ulnar distal ou no côndilo femoral lateral. • Esclerose pode cercar área radiotransparente. • Deformidade angular do membro. • DAD do cotovelo e do carpo. Artropatias em Cães Doença Articular Degenerativa Doença lentamente progressiva das articulações sinoviais na qual efusão sinovial e degradação da cartilagem são componentes principais. É uma anormalidade comum em pequenos animais. • Sinovite discreta não supurativa com aumento de massa sinovial e com alteração do formato do coxim de gordura infrapatelar (joelho). • Degeneração focal da cartilagem articular com aumento do espaço articular. • Osteofitose. Displasia Coxofemoral Desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral. É uma condição hereditária, onde os fatores ambientais influenciam no desenvolvimento e a supernutrição também influencia. • Erosão da cartilagem peritoneal. • Hipertrofia do ligamento redondo da cabeça do fêmur. • Efusão sinovial. • Sinovite. Teste da frouxidão articular (precoce). Alterações que causam DAD: osteofítos, remodelamento da cabeça e colo femoral, remodelamento do acetábulo, linha de Morgan, esclerose. Em gatos: subluxação coxofemoral, entesofítos na margem acetabular, remodelamento e alteração degenerativa da cabeça e colo femoral. Métodos de avaliação: identificar de forma precoce a frouxidão articular, buscar evidências radiográficas de DAD, método de obtenção da projeção da articulação coxofemoral estendida OFA, método PennHIP (precoce). Osteopatia Hipertrófica Distúrbio osteoprodutivo generalizado do periósteo que afeta osso tubulares longos e curtas dos membros. Causa: massa torácica, doença cardiopulmonar ou doenças pulmonares inflamatórias. Características de Tumores Ósseos • Quase todas as lesões ósseas neoplásicas e inflamatórias possuem aparência radiográfica agressiva. Osteossarcoma Canino É a neoplasia óssea mais comum, acomete cães de 2 anos e depois da vida adulta. Localização: metáfise de ossos longos, mas pode originar em qualquer lugar. Mais comum no úmero proximal e radio distal. Podem ser líticos, produtivos ou mistos. Causa reação periosteal e apresenta área neoplásica óssea em tecido mole. Triângulo de Coodman (ocorre em infecção óssea também). Patologias de Crânio Hidrocefalia Acúmulo excessivo de LCE dentro do sistema ventricular do cérebro. Sinais radiográficos: • Abaulamento da calvaria e adelgaçamento da cortical. • Fontanela persistente. • Aparência homogênea do cérebro (perda da visualização de circunvoluções cerebrais normais). • US: avalia tamanho e aparência dos ventrículos. • TC e RM: avaliação do tamanho ventricular, capacidade de avaliar todo o cérebro na busca de causas para a hidrocefalia. Displasia Occipital É a extensão dorsal do forame magno, secundaria a um defeito de desenvolvimento do osso occipital. É mais comum/normal em cães braquiocefálicos. Raças miniaturas e toy. Tamanho e características do forame magno podem ser avaliados por TC e RM. Displasia da Articulação Temporomandibular Travamento da mandíbula com boca aberta, ocorre após hiperextensão da mandíbula, movimentação lateral excessiva do processo condilar e subsequente aprisionamento lateral do arco zigomático. A TC é mais usada para diagnóstico. ANOMALIAS METABÓLICAS Hiperparatireoidismo primário ou secundário Causas: adenoma ou carcinoma de paratireoide, hiperplasia adenomatosa de uma ou ambas as glândulas paratireoides, hiperparatireoidismo 1º ou 2º de origem renal ou nutricional. Sinais radiográficos: • Perda da lâmina dura. • Desmielinização generalizada dos ossos do crânio. • Adelgaçamento cortical grau de osteólise generalizada e osteomalácia. • US: avaliar paratireoide. Tumores nasais Cães e gatos idosos. • 2/3: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma indiferenciado. • 1/3: fibrosarcoma, condrossarcoma, osteossarcoma, sarcoma indiferenciado. • Linfoma intranasal (gatos +). Possuem potencial metastático baixo, são localmente invasivos. • Aparência radiográfica agressiva, com invasão óssea e perda do detalhamento das conchas nasais. • Pode ser uni ou bilateral, causam aumento da opacidade de tecidos moles na cavidade nasal com destruição subjacente das conchas. • Destruição de ossos adjacentes e cavidade nasal também é comum. • Aumento da opacidade do seio frontal (muco > RM ou TC). Tumores Mandibulares e Maxilares Carcinomas de células escamosas, fibrosarcoma e melanoma maligno. Impossível determinar o tipo neoplásico pela radiografia. A mandíbula rostral é o local mais comum de carcinoma oral de células escamosas.• Variável lise óssea, metástase regional ou distante é rara. Fibrosarcoma oral pode afetar maxila ou mandíbula com uma predileção pelo palato. • Lise óssea. • Sobrevida média maior que outros sarcomas. Melanomas malignos em cães de raças grandes e pequenos. • Metastizam para linfonodos regionais e pulmões. • Variável lise óssea. Carcinoma de células escamosas em gatos afeta a mandíbula ou maxila. • Alterações escleróticas ou líticas ao osso. Anomalias da Coluna Vertebral Blocos Vertebrais Fusão de dois ou mais corpos vertebrais adjacentes. Os arcos vertebrais também podem se fundir. Hemivértebras Decorrente de um problema no desenvolvimento e na ossificação final de parte de uma vertebra. O formato da hemivértebra depende da parte em que não houve desenvolvimento. • Vertebra cuneiforme: desenvolvimento incompleto do aspecto ventral do corpo da vertebra. • Cifose: pode causar compressão extradural da medula espinhal. • Aspecto de borboleta: ausência do desenvolvimento do aspecto medial do corpo da vertebra. Vertebra de Transição Apresentam características de duas diferentes divisões anatômicas. Ocorre nas junções cervicotorácicas, toracolombares e lombossacras. • Costela de T13 malformadas, hipoplásicas ou ausentes. • L1 com costelas, simétricas ou assimétricas. Maior incidência de discopatia lombossacra e compressão da raiz nervosa em cães. Espinha Bífida Causada pela ausência do desenvolvimento do arco vertebral e pode ser associada a defeitos do tubo neural. • Fenda na parte dorsal do arco vertebral e ausência ou separação do processo espinhoso. • Defeito extenso no arco neural pode levar ao desenvolvimento de meningocele ou meningomielocele. Manifestação radiográfica: divisão do processo espinhoso. Alterações mais graves nas junções lombossacras, com defeito laminar e defeito do tubo neural. Subluxação Atlantoaxial Axis é dorsalmente deslocado em relação ao atlas. • Compressão extradural da medula espinhal. Decorrente de uma malformação congênita (ausência do processo odontoíde, deficiências nos ligamentos que sustentam a articulação Atlantoaxial e impedem a flexão) quanto por um trauma. Diagnosticada na projeção lateral. Espondilomielopatia Cervical Malformação do corpo vertebral e dos processos articulares, má articulação, instabilidade e mau alinhamento e a estenose do canal vertebral. Alterações secundarias: hipertrofia do ligamento dorsal e do ligamento flavo e a protusão do disco e/ou hérnia. • Achatamento cranioventral das vertebras acometidas. • Degeneração dos discos com protusão e/ou expulsão com hipertrofia concomitante do ânulo fibroso dorsal e do ligamento longitudinal. Doença do Disco Intervertebral Decorrente da extensão do disco intervertebral intacto ou do material nuclear do disco no canal vertebral, com compressão da medula espinhal ou das raízes dos nervos espinhais. Locais comuns: C2/C3, C3/C4, T12/T13 e T13/L1. Lesão discoide traumática ou em míssil: • Extrusão não progressiva aguda no núcleo pulposo. • Ocorre quando o disco não degenerado e saudável é submetido a uma pressão suprefisiológica. • Pode causar lesão por concussão da medula espinhal, geralmente acompanhada de resposta inflamatória secundaria no canal vertebral. Sinais radiográficos – protusão do disco intervertebral: • Estreitamento do espaço intervertebral. • Estreitamento do espaço intervertebral do espaço articular. • Forame intervertebral pequeno. • Maior opacidade no interior do forame intervertebral. • Material mineralizado discoide no canal vertebral. Mielografia é valiosa na identificação do local de protusão do disco e o grau de compressão. Discoespondilite Inflamação de um disco intervertebral e suas placas vertebrais terminais adjacentes. Causada por bactérias: E.coli, Brucella, Streptococcus e Staphylococcus. Características radiográficas: • Lise irregular da placa terminal com extensão no corpo vertebral. • Colapso do espaço intervertebral. • Esclerose periférica a lise da placa terminal. • Subluxação. Sinais clínicos: febre, leucocitose, parestesia, paresia e rara paralisia. Pode levar a meningite se houver extensão do processo inflamatório. Espondilose Deformante Anquilose de uma articulação vertebral. Ocorre pincipalmente na região toracolombar e lombossacra. Doença de inserções das articulações vertebrais, com acometimento das fibras que unem os disco intervertebrais as placas vertebrais terminais. • Formação de entesofítos vertebrais, que podem transpor o espaço intervertebral, levando a fusão.