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AGROSTOLOGIA E FORRAGICULTURA 1 e 2 aula

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Agrstologi Forragicultur
Resumo das aulas dos dias 03/09/2024 e 10/09/2024
Conceitos Fundamentais
Agrostologia
É a ciência que estuda as gramíneas, um grupo
importante de plantas que inclui espécies usadas
para pastagem e produção forrageira. Entre os
gêneros de gramíneas mais comuns estão:
Brachiaria (ex.:
Brachiaria decumbens
)
Cynodon (ex.: Tifton 85)
Panicum (ex.:
Panicum maximum
)
Essas plantas são fundamentais para o manejo
de pastagens, pois são resistentes e adaptadas a
diferentes climas e solos.
Forragicultura
Aforragicultura foca no estudo das plantas
forrageiras e sua interação com o solo, animais
e meio ambiente. O objetivo é fornecer
alimentação de qualidade para a pecuária, em
especial a produção de carne, leite e outros
derivados animais. As principais plantas
forrageiras podem ser classificadas em:
Gramíneas
Leguminosas
Cactáceas
A forragem inclui as partes comestíveis das
plantas, como folhas, caules e ramos,
usadas
para alimentar os animais, principalmente em
sistemas de pastejo.
As plantas forrageiras são essenciais para a
produção de carne, leite, e pele.Além disso,
elas:
Melhoram e conservam o solo,
dependendo do manejo;
Ocupar áreas consideradas inadequadas
para a agricultura;
Contribuem para a economia,
representando uma parte significativa
da pecuária nacional, que utiliza
pastagens em 95% da produção.
O setor agropecuário é um componente
significativo do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2020, por exemplo, o setor agropecuário
representou 6,8% do PIB brasileiro, ou
aproximadamente R$ 439,8 bilhões.
Amorfologia é o estudo das formas e estruturas
das plantas, essenciais para sua classificação e
manejo forrageiro. No caso das gramíneas e
leguminosas, a estrutura de caules, raízes e
folhas desempenha um papel crucial no seu uso
como forragem.
Características Desejáveis nas Plantas
Forrageiras
As plantas forrageiras de alta qualidade possuem
as seguintes características:
Alta relação folha-caule;
Rapidez na rebrota;
Ser perenes (sobrevivem por mais de dois
anos);
Resistência a extremos de temperatura,
pragas e doenças;
Produção de sementes viáveis;
Bom valor nutritivo e alta
aceitabilidade pelos animais.
Métodos de Pastejo e Conservação
Existem dois tipos de sistemas de pastejo:
Lotação Contínua:Os animais têm
acesso livre à pastagem.
Lotação Rotacionada:As áreas de
pastagem são alternadas para permitir a
recuperação da vegetação.
Os métodos de conservação de forragem, como a
produção de feno esilagem,garantem que a
alimentação animal esteja disponível durante
períodos de escassez, como o inverno.
Na lotação contínua,os animais têm acesso à
mesma área de pastagem o tempo todo, sem
rotação ou divisão do pasto. Eles podem comer
livremente em qualquer parte da área, durante
o período de pastejo.
Como Funciona:
Área única:Toda a pastagem é usada
como um único campo onde os animais
ficam o tempo todo.
Acesso livre:Os animais escolhem onde
querem comer, indo para as partes mais
verdes e frescas.
Exemplo:
Se você tem um campo de 10 hectares, as
vacas ficam o ano inteiro, sem
mudar de área. Elas vão pastar onde
quiserem, o que pode resultar em
algumas partes da pastagem ficando
mais usadas e outras menos.
Vantagens da Lotação Contínua:
Mais simples de gerenciar:Não precisa
ficar mudando os animais de um lugar
para outro.
Menos cercas necessárias:Porque toda a
área é usada de uma vez, então menos
divisões são necessárias.
Desvantagens:
Superpastejo em algumas áreas:Os
animais podem comer demais em certos
locais, deixando outras partes da
pastagem subutilizadas.
Menor controle do crescimento do
pasto:Algumas plantas podem não ter
tempo suficiente para se regenerar.
Lotação Rotacionada
Na lotação rotacionada, a pastagem é dividida
em várias áreas menores, chamadas de piquetes,
e os animais são movidos de um piquete para
outro em intervalos regulares. Isso permite que
cada área tenha tempo de descansar e as plantas
possam crescer novamente.
Como Funciona:
Divisão em piquetes:A pastagem é
dividida em várias partes, e os animais
pastam em uma parte de cada vez.
Rotação regular:Depois de um período
(dias ou semanas), os animais são
movidos para outro piquete, enquanto
o primeiro descansa e recupera a
forragem.
Exemplo:
Se você tem 10 hectares,você divide essa
área em 5 piquetes de 2 hectares cada. As
vacas pastam no primeiro piquete por
alguns dias, depois são movidas para o
segundo, e assim por diante,
permitindo que o pasto nos piquetes
desocupados se recupere.
Vantagens da Lotação Rotacionada:
Melhor uso da pastagem:As plantas têm
tempo para se regenerar, evitando o
superpastejo.
Melhor qualidade da forragem:Como as
plantas têm tempo para crescer
novamente, os animais recebem
forragem mais fresca e nutritiva.
Controle da saúde da pastagem:Ajuda a
manter a pastagem saudável a longo
prazo.
Desvantagens:
Mais trabalho:É necessário mover os
animais regularmente e monitorar o
crescimento do pasto.
Mais cercas e infraestrutura:Dividir a
pastagem em piquetes requer mais cercas
e, às vezes, mais bebedouros ou cochos.
Comparação Simples:
Lotação Contínua:Os animais ficam na
mesma área o tempo todo. É mais fácil
de gerenciar, mas pode causar
superpastejo em algumas partes da
pastagem.
Lotação Rotacionada:Os animais são
movidos de uma área para outra,
permitindo que a pastagem descanse e
cresça novamente. mais trabalho,
mas mantém a pastagem mais saudável
e produtiva.
Resumo:
Alotação contínua é mais simples, mas
pode levar à degradação da pastagem.
Alotação rotacionada exige mais
manejo, mas ajuda a manter a
qualidade do pasto e a sustentabilidade
a longo prazo.
Esses dois métodos podem ser usados de acordo
com os objetivos do produtor e as condições das
pastagens.
Métodos de Conservação de Forragem
A forragem pode ser conservada para uso
durante períodos de escassez, como na estação
seca. Alguns métodos de conservação incluem:
Fenação: A desidratação das plantas para
produzir feno, que é um volumoso seco.
Ensilagem: A conservação de forragem em
ambientes sem oxigênio (silos), o que resulta em
silagem, um alimento úmido e altamente
energético.
Fenação (Produção de Feno)
Afenagem é o processo de secar a forragem
(gramíneas ou leguminosas) para
transformá-la em feno, que pode ser
armazenado por longos períodos e utilizado
como alimento para os animais.
Como Funciona:
1. Corte da forragem: A forragem (plantas
como capim ou alfafa) é cortada
quando está em boa fase de
crescimento, geralmente antes de
florescer.
2. Secagem:Após o corte, as plantas são
deixadas no campo para secar ao sol. O
objetivo é reduzir o teor de água da
planta para cerca de 15%.
3. Armazenamento:Quando a forragem
está seca o suficiente, ela é recolhida,
empacotada em fardos e armazenada em
locais protegidos da chuva e da
umidade.
Exemplo:
Você corta capim em um dia
ensolarado, deixa-o secar por alguns
dias e depois o empacota como feno para
alimentar os animais durante o
inverno.
Vantagens do Feno:
Longa durabilidade:O feno pode ser
armazenado por meses ou até anos se
mantido em boas condições.
Praticidade:Fácil de manusear e
transportar.
Desvantagens:
Dependência do clima:Para produzir
feno de qualidade, é necessário tempo
seco e ensolarado. A chuva pode
prejudicar o processo de secagem.
Ensilagem (Produção de Silagem)
Aensilagem é o processo de conservar a
forragem em um ambiente sem oxigênio,
promovendo a fermentação. Esse método cria
silagem,um alimento úmido e nutritivo, ideal
para ser usado em períodos de escassez de
pastagem.
Como Funciona:
1. Corte da forragem:A forragem
(geralmente milho, sorgo ou capim) é
cortada ainda verde, quando tem o
máximo de nutrientes.
2. Armazenamento sem oxigênio:A
forragem é colocada em um silo (que
pode ser um buraco no chão, trincheira,
ou silos de superfície), compactada para
remover o ar, e fechada para que o
processo de fermentação ocorra.
3. Fermentação:Na ausência de oxigênio, a
forragem fermenta e se preserva,
podendo ser usada como alimento para
os animais.
Exemplo:
Você corta milho verde, coloca-o em um
silo, compacta e cobre para fermentar.
Depois de algumas semanas, a silagem
está pronta para ser usada no período de
seca.
Vantagens da Silagem:
Alta qualidade nutritiva:A silagem
mantém grande parte dos nutrientes
da planta fresca.
Menos dependente do clima:Diferente
do feno, a ensilagem não depende de
dias ensolarados para ser produzida.
Desvantagens:
Necessidade de infraestrutura:É preciso
ter silos adequados para armazenar a
forragem sem a presença de oxigênio.
Custo maior:O processo de ensilagem
pode ser mais caro que a fenação, devido
à necessidade de equipamentos e manejo
mais detalhado.
Comparação Entre Feno e Silagem:
Feno: Alimento seco, armazenado por
longos períodos. Mais simples de
produzir, mas depende de tempo seco.
Silagem: Alimento fermentado e
úmido. Mantém alta qualidade, mas
requer mais infraestrutura e
equipamento.
Outros Métodos de Conservação:
1. Enfardamento de Forragem Verde:
Similar à ensilagem, mas em pequenos
fardos selados que fermentam
individualmente.
2. Desidratação Artificial:A forragem é
seca de maneira rápida usando sistemas
artificiais de secagem, mas é um
método caro e menos comum.
Por que Usar a Conservação de
Forragem?
Alimentar os animais durante períodos
de seca ou inverno.
Garantir qualidade nutricional estável
para o rebanho.
Evitar desperdício de forragem que seria
perdida por falta de condições de
pastejo.
Resumindo:Feno Forragem seca, armazenada
para ser usada quando não pasto disponível.
Depende de tempo seco.
Silagem:Forragem fermentada em ambiente
sem oxigênio, que mantém a umidade e a
qualidade nutritiva. Requer mais
infraestrutura, mas é menos dependente do
clima.
Esses métodos ajudam a garantir que os animais
tenham uma fonte de alimentação confiável
durante todo o ano.
Terminologias Importantes na Forragicultura
Várias terminologias específicas da
forragicultura são detalhadas, essenciais para o
manejo eficiente:
Forragem: Partes comestíveis das
plantas (exceto grãos) que podem ser
utilizadas na alimentação animal.
Pastagem Anual:Com espécies que
produzem forragem apenas em uma
época do ano, como o outono/inverno
(ex.: aveia e azevém).
Pastagem Permanente:Formada por
plantas que duram por mais de cinco
anos, geralmente gramíneas e
leguminosas perenes.
Pastagem Temporária:Utilizada em
rotação com outras culturas agrícolas
(ex.: milho e algodão).
astagem Naturalizada:PFormada por
espécies exóticas adaptadas a uma região,
mas que não recebem manejo adequado.
Capineira:Área cultivada
exclusivamente para corte, geralmente
com gramíneas de alta produção.
A alimentação dos animais é dividida
em:
Volumosos: Alimentos fibrosos, como
forragens secas (feno) e úmidas
(silagens e cactáceas), que são ricos em
fibra, mas com baixa digestibilidade.
Concentrados:Alimentos com menos
fibra e maior valor nutritivo,
divididos em energéticos (baixo teor de
proteína) e proteicos (alto teor de
proteína).
A correta combinação de volumosos e
concentrados é essencial para garantir o bom
desempenho nutricional dos animais.
Volumosos (Alimentos Fibrosos)
Os volumosos são alimentos com alto teor de
fibra, que constituem a base da dieta de animais
ruminantes, como bovinos, ovinos e caprinos.
Eles são responsáveis por fornecer energia
através da fermentação de fibras no rúmen dos
animais, o que resulta na produção de ácidos
graxos voláteis, a principal fonte de energia
para esses animais.
Características dos Volumosos:
Alto teor de fibra:Geralmente possuem
mais de 25% de fibra em detergente
neutro (FDN),uma medida que reflete a
quantidade de fibras insolúveis em
água, como celulose e hemicelulose.
Baixa densidade energética:Comparados
com concentrados, volumosos
fornecem menos energia por unidade de
massa, pois a digestão de fibras é mais
lenta e menos eficiente.
Variabilidade na digestibilidade:A
digestibilidade dos volumosos pode
variar conforme a maturidade da
planta e o método de conservação. Por
exemplo, o feno muito seco ou a silagem
mal fermentada podem ter uma
digestibilidade reduzida.
Tipos de Volumosos:
1. Forragens Secas:
Feno: É o produto da desidratação de plantas
forrageiras, como gramíneas e leguminosas,
para armazenamento a longo prazo. O feno é
cortado, seco e armazenado para uso durante
períodos de escassez de pastagem.
Palhas:Subproduto de culturas agrícolas, como
palha de trigo e arroz. Embora tenha menor
valor nutritivo, ainda é utilizada em dietas de
manutenção.
2. Forragens Úmidas:
Silagem: Conservada por fermentação
anaeróbica em silos, geralmente feita a partir
de milho, sorgo ou gramíneas. A silagem tem
alta umidade e oferece uma boa fonte de energia
durante a estação seca.
Cactáceas: Espécies como o mandacaru e a palma
são comumente usadas em regiões semiáridas,
oferecendo alta umidade e alguma fibra.
Concentrados
Os concentrados são alimentos com baixo teor
de fibra e alta densidade energética ou proteica.
Eles são usados principalmente para
complementar a dieta dos animais quando o
volumoso sozinho não atende às necessidades
nutricionais, como em sistemas de alta
produção de leite ou carne.
Tipos de Concentrados:
1. Energéticos:
São alimentos com baixo teor de proteína
(menos de 20%) ealto teor energético.
Exemplos incluem cereais como milho, sorgo e
seus subprodutos (farelo de trigo, polpa cítrica).
Esses concentrados fornecem energia rápida,
importante para animais em lactação ou em
fase de crescimento.
2. Proteicos:
São alimentos com alto teor de proteína (mais
de 20%), essenciais para o crescimento,
produção de leite e manutenção muscular dos
animais. Podem ser de origem vegetal, como o
farelo de soja e farelo de algodão, ou de origem
animal, como farinha de carne e ossos (em
algumas regiões).
Características dos Concentrados:
Baixa fibra:Possuem menos de 18% de
fibra bruta,o que significa que são mais
facilmente digeridos e metabolizados.
Alta densidade energética ou proteica:
Por serem mais ricos em nutrientes
concentrados, são usados para suprir
necessidades específicas que o volumoso
não consegue atender.
Rápida digestibilidade:Como os
concentrados têm menos fibra, eles são
rapidamente fermentados no rúmen, o
que aumenta a eficiência alimentar,
especialmente para animais de alta
produção.
Importância da Combinação de Volumosos e
Concentrados
Na alimentação dos ruminantes, o equilíbrio
entre volumosos econcentrados é crucial para
garantir uma dieta balanceada que atenda às
necessidades nutricionais dos animais sem
sobrecarregar o sistema digestivo.
Volumosos:Fornecem fibra essencial para
manter a saúde ruminale estimular a
ruminação, que é importante para a digestão
eficiente dos alimentos. ELES são abundantes e
geralmente mais baratos, especialmente em
sistemas de pastejo, mas podem ter menor valor
nutricional, especialmente em períodos secos.
Concentrados:Complementam a dieta ao
fornecer energia e proteínas necessárias para o
crescimento, produção de leite e carne,
especialmente em animais em fases de maior
demanda nutricional.são ricos em nutrientes e
aumentam a eficiência alimentar, mas são
mais caros e precisam ser utilizados com
cuidado para evitar problemas como acidose
ruminal, que ocorre quando excesso de
carboidratos de rápida digestão na dieta.
Por exemplo, uma vaca leiteira em alta produção
pode não obter toda a energia de que precisa
apenas com volumosos. Nesse caso, a adição de
concentrados energéticos como o milho moído
ou proteicos como o farelo de soja é
fundamental para garantir a produção de leite
sem comprometer a saúde do animal.
A correta utilização dos volumosos e
concentrados na alimentação animal é
essencial para o manejo eficiente e econômico
em sistemas de produção animal. O equilíbrio
entre esses dois tipos de alimentos permite
maximizar a produtividade e manter a saúde dos
animais em diferentes fases da produção.
1. Ramoneio
Oramoneio é o ato de consumo de partes
específicas das plantas por animais, como
folhas, ramos jovens, inflorescências e frutos,
mas diferentemente do pastejo, ele se refere ao
consumo de plantas não herbáceas. Ou seja,
enquanto o pastejo está associado ao consumo
de gramíneas e outras plantas rasteiras, o
ramoneio está ligado ao consumo de arbustos e
árvores, que muitas vezes possuem ramos mais
elevados.
Características do Ramoneio:
Seleção de Partes Específicas:O animal,
geralmente, procura as partes mais
nutritivas ou tenras da planta, como
brotos jovens e folhas mais novas.
Ocorrência em Vegetações Nativas: O
ramoneio é comum em ecossistemas
com vegetação arbustiva ou arbórea,
como nas regiões de caatinga ou
cerrado, onde as gramíneas podem ser
escassas.

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Agr�stologi� � Forragicultur�
Resumo das aulas dos dias 03/09/2024 e 10/09/2024
Conceitos Fundamentais
Agrostologia
É a ciência que estuda as gramíneas, um grupo
importante de plantas que inclui espécies usadas
para pastagem e produção forrageira. Entre os
gêneros de gramíneas mais comuns estão:
● Brachiaria (ex.: Brachiaria decumbens)
● Cynodon (ex.: Tifton 85)
● Panicum (ex.: Panicum maximum)
Essas plantas são fundamentais para o manejo
de pastagens, pois são resistentes e adaptadas a
diferentes climas e solos.
Forragicultura
A forragicultura foca no estudo das plantas
forrageiras e sua interação com o solo, animais
e meio ambiente. O objetivo é fornecer
alimentação de qualidade para a pecuária, em
especial a produção de carne, leite e outros
derivados animais. As principais plantas
forrageiras podem ser classificadas em:
● Gramíneas
● Leguminosas
● Cactáceas
A forragem inclui as partes comestíveis das
plantas, como folhas, caules e ramos, usadas
para alimentar os animais, principalmente em
sistemas de pastejo.
As plantas forrageiras são essenciais para a
produção de carne, leite, lã e pele. Além disso,
elas:
● Melhoram e conservam o solo,
dependendo do manejo;
● Ocupar áreas consideradas inadequadas
para a agricultura;
● Contribuem para a economia,
representando uma parte significativa
da pecuária nacional, que utiliza
pastagens em 95% da produção.
O setor agropecuário é um componente
significativo do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2020, por exemplo, o setor agropecuário
representou 6,8% do PIB brasileiro, ou
aproximadamente R$ 439,8 bilhões.
A morfologia é o estudo das formas e estruturas
das plantas, essenciais para sua classificação e
manejo forrageiro. No caso das gramíneas e
leguminosas, a estrutura de caules, raízes e
folhas desempenha um papel crucial no seu uso
como forragem.
Características Desejáveis nas Plantas
Forrageiras
As plantas forrageiras de alta qualidade possuem
as seguintes características:
● Alta relação folha-caule;
● Rapidez na rebrota;
● Ser perenes (sobrevivem por mais de dois
anos);
● Resistência a extremos de temperatura,
pragas e doenças;
● Produção de sementes viáveis;
● Bom valor nutritivo e alta
aceitabilidade pelos animais.
Métodos de Pastejo e Conservação
Existem dois tipos de sistemas de pastejo:
● Lotação Contínua: Os animais têm
acesso livre à pastagem.
● Lotação Rotacionada: As áreas de
pastagem são alternadas para permitir a
recuperação da vegetação.
Os métodos de conservação de forragem, como a
produção de feno e silagem, garantem que a
alimentação animal esteja disponível durante
períodos de escassez, como o inverno.
Na lotação contínua, os animais têm acesso à
mesma área de pastagem o tempo todo, sem
rotação ou divisão do pasto. Eles podem comer
livremente em qualquer parte da área, durante
o período de pastejo.
Como Funciona:
● Área única: Toda a pastagem é usada
como um único campo onde os animais
ficam o tempo todo.
● Acesso livre: Os animais escolhem onde
querem comer, indo para as partes mais
verdes e frescas.
Exemplo:
● Se você tem um campo de 10 hectares, as
vacas ficam lá o ano inteiro, sem
mudar de área. Elas vão pastar onde
quiserem, o que pode resultar em
algumas partes da pastagem ficando
mais usadas e outras menos.
Vantagens da Lotação Contínua:
● Mais simples de gerenciar: Não precisa
ficar mudando os animais de um lugar
para outro.
● Menos cercas necessárias: Porque toda a
área é usada de uma vez, então menos
divisões são necessárias.
Desvantagens:
● Superpastejo em algumas áreas: Os
animais podem comer demais em certos
locais, deixando outras partes da
pastagem subutilizadas.
● Menor controle do crescimento do
pasto: Algumas plantas podem não ter
tempo suficiente para se regenerar.
Lotação Rotacionada
Na lotação rotacionada, a pastagem é dividida
em várias áreas menores, chamadas de piquetes,
e os animais são movidos de um piquete para
outro em intervalos regulares. Isso permite que
cada área tenha tempo de descansar e as plantas
possam crescer novamente.
Como Funciona:
● Divisão em piquetes: A pastagem é
dividida em várias partes, e os animais
pastam em uma parte de cada vez.
● Rotação regular: Depois de um período
(dias ou semanas), os animais são
movidos para outro piquete, enquanto
o primeiro descansa e recupera a
forragem.
Exemplo:
● Se você tem 10 hectares, você divide essa
área em 5 piquetes de 2 hectares cada. As
vacas pastam no primeiro piquete por
alguns dias, depois são movidas para o
segundo, e assim por diante,
permitindo que o pasto nos piquetes
desocupados se recupere.
Vantagens da Lotação Rotacionada:
● Melhor uso da pastagem: As plantas têm
tempo para se regenerar, evitando o
superpastejo.
● Melhor qualidade da forragem: Como as
plantas têm tempo para crescer
novamente, os animais recebem
forragem mais fresca e nutritiva.
● Controle da saúde da pastagem: Ajuda a
manter a pastagem saudável a longo
prazo.
Desvantagens:
● Mais trabalho: É necessário mover os
animais regularmente e monitorar o
crescimento do pasto.
● Mais cercas e infraestrutura: Dividir a
pastagem em piquetes requer mais cercas
e, às vezes, mais bebedouros ou cochos.
Comparação Simples:
● Lotação Contínua: Os animais ficam na
mesma área o tempo todo. É mais fácil
de gerenciar, mas pode causar
superpastejo em algumas partes da
pastagem.
● Lotação Rotacionada: Os animais são
movidos de uma área para outra,
permitindo que a pastagem descanse e
cresça novamente. Dá mais trabalho,
mas mantém a pastagem mais saudável
e produtiva.
Resumo:
● A lotação contínua é mais simples, mas
pode levar à degradação da pastagem.
● A lotação rotacionada exige mais
manejo, mas ajuda a manter a
qualidade do pasto e a sustentabilidade
a longo prazo.
Esses dois métodos podem ser usados de acordo
com os objetivos do produtor e as condições das
pastagens.
Métodos de Conservação de Forragem
A forragem pode ser conservada para uso
durante períodos de escassez, como na estação
seca. Alguns métodos de conservação incluem:
Fenação: A desidratação das plantas para
produzir feno, que é um volumoso seco.
Ensilagem: A conservação de forragem em
ambientes sem oxigênio (silos), o que resulta em
silagem, um alimento úmido e altamente
energético.
● Fenação (Produção de Feno)
A fenagem é o processo de secar a forragem
(gramíneas ou leguminosas) para
transformá-la em feno, que pode ser
armazenado por longos períodos e utilizado
como alimento para os animais.
Como Funciona:
1. Corte da forragem: A forragem (plantas
como capim ou alfafa) é cortada
quando está em boa fase de
crescimento, geralmente antes de
florescer.
2. Secagem: Após o corte, as plantas são
deixadas no campo para secar ao sol. O
objetivo é reduzir o teor de água da
planta para cerca de 15%.
3. Armazenamento: Quando a forragem
está seca o suficiente, ela é recolhida,
empacotada em fardos e armazenada em
locais protegidos da chuva e da
umidade.
Exemplo:
● Você corta capim em um dia
ensolarado, deixa-o secar por alguns
dias e depois o empacota como feno para
alimentar os animais durante o
inverno.
Vantagens do Feno:
● Longa durabilidade: O feno pode ser
armazenado por meses ou até anos se
mantido em boas condições.
● Praticidade: Fácil de manusear e
transportar.
Desvantagens:
● Dependência do clima: Para produzir
feno de qualidade, é necessário tempo
seco e ensolarado. A chuva pode
prejudicar o processo de secagem.
● Ensilagem (Produção de Silagem)
A ensilagem é o processo de conservar a
forragem em um ambiente sem oxigênio,
promovendo a fermentação. Esse método cria
silagem, um alimento úmido e nutritivo, ideal
para ser usado em períodos de escassez de
pastagem.
Como Funciona:
1. Corte da forragem: A forragem
(geralmente milho, sorgo ou capim) é
cortada ainda verde, quando tem o
máximo de nutrientes.
2. Armazenamento sem oxigênio: A
forragem é colocada em um silo (que
pode ser um buraco no chão, trincheira,
ou silos de superfície), compactada para
remover o ar, e fechada para que o
processo de fermentação ocorra.
3. Fermentação: Na ausênciaRamoneio
O ramoneio é o ato de consumo de partes
específicas das plantas por animais, como
folhas, ramos jovens, inflorescências e frutos,
mas diferentemente do pastejo, ele se refere ao
consumo de plantas não herbáceas. Ou seja,
enquanto o pastejo está associado ao consumo
de gramíneas e outras plantas rasteiras, o
ramoneio está ligado ao consumo de arbustos e
árvores, que muitas vezes possuem ramos mais
elevados.
Características do Ramoneio:
● Seleção de Partes Específicas: O animal,
geralmente, procura as partes mais
nutritivas ou tenras da planta, como
brotos jovens e folhas mais novas.
● Ocorrência em Vegetações Nativas: O
ramoneio é comum em ecossistemas
com vegetação arbustiva ou arbórea,
como nas regiões de caatinga ou
cerrado, onde as gramíneas podem ser
escassas.
● Animais que Praticam o Ramoneio:
Animais como caprinos e ovinos são
conhecidos por serem ramoneadores,
especialmente em áreas onde o pasto é
limitado, e recorrem a essas plantas
como fonte de alimento.
2. Massa de Forragem
A massa de forragem refere-se à quantidade
total de forragem disponível em uma área
específica em um dado momento. Ela é medida
em termos de peso seco (kg ou toneladas) por
unidade de área (hectare ou metro quadrado). A
massa de forragem é fundamental para
determinar a capacidade de suporte de uma
pastagem e para o planejamento do manejo
alimentar dos animais.
Importância da Massa de Forragem:
Indicador de Disponibilidade Alimentar: A
massa de forragem disponível determina
quanta forragem há para ser consumida pelos
animais, auxiliando no cálculo da oferta de
alimento.
Manejo Sustentável: Um conhecimento
adequado da massa de forragem ajuda a evitar o
superpastejo, que pode levar à degradação do
pasto, ou o subpastejo, que resulta em sobras de
forragem não aproveitada.
Cálculo do Pastejo: Com base na massa de
forragem, pode-se calcular a quantidade de
animais que podem ser colocados em uma área
de pastagem, ajustando a lotação animal
(número de animais por hectare) para evitar
sobrecarga.
Medição da Massa de Forragem:
A massa de forragem é medida geralmente
cortando e secando uma amostra representativa
da pastagem, e depois pesando essa amostra para
determinar o peso seco por unidade de área. Esse
valor é extrapolado para toda a área da pastagem.
3. Unidade Animal (UA)
A Unidade Animal (UA) é uma medida-padrão
que corresponde a um animal adulto pesando
aproximadamente 450 kg de peso vivo. Esse
conceito é utilizado para facilitar o cálculo da
capacidade de suporte de uma área de pastagem,
ou seja, quantos animais uma determinada área
pode sustentar sem causar degradação.
Cálculo de Unidade Animal:
A Unidade Animal foi estabelecida para
padronizar o cálculo de lotação, pois diferentes
espécies ou mesmo diferentes tamanhos de
animais possuem demandas alimentares
variadas. Por exemplo:
Um animal menor, como um bezerro, pode ser
equivalente a 0,5 UA.
Um bovino de grande porte pode equivaler a 1,2
ou até 1,5 UA.
Importância da UA no Manejo de Pastagens:
Planejamento de Lotação: A UA permite que os
produtores determinem quantos animais uma
área pode suportar com base na massa de
forragem disponível e na demanda de alimento
dos animais.
Ajuste da Carga Animal: Se a lotação exceder a
capacidade de suporte da pastagem, pode ocorrer
superpastejo, resultando em degradação do solo
e da vegetação. Se a lotação for muito baixa,
pode haver subutilização da forragem.
Exemplo de Aplicação:
Se uma área de pastagem tem uma massa de
forragem suficiente para sustentar 1.000 kg de
peso vivo por hectare, ela pode suportar 2,22 UA
por hectare (1.000 kg ÷ 450 kg = 2,22 UA). Esse
cálculo é ajustado conforme o tipo de pastagem,
a qualidade da forragem e as necessidades
nutricionais dos animais.
lotação Animal
A lotação animal é o número de animais que
ocupam uma determinada área de pastagem
durante um certo período de tempo. Ela é expressa
como número de animais por hectare.
Exemplo:
● Se você tem 10 vacas em uma área de 10
hectares, a lotação animal é de 1 vaca
por hectare.
A lotação animal deve ser ajustada para evitar o
superpastejo (quando há muitos animais para
pouca pastagem, o que degrada o solo e as
plantas) ou o subpastejo (quando há poucos
animais e a pastagem é subutilizada).
Oferta de Forragem
A oferta de forragem é a quantidade de
forragem disponível para cada animal em uma
determinada área. Ela é expressa como a relação
entre a massa de forragem (kg) e o peso vivo
total dos animais (kg) em uma área.
Exemplo:
● Se você tem 500 kg de forragem
disponíveis e 5 vacas de 500 kg cada
(2.500 kg de peso vivo), a oferta de
forragem será:
Uma boa oferta de forragem significa que os animais têm alimento suficiente para suprir suas
necessidades nutricionais sem danificar a pastagem.
Pressão de Pastejo
A pressão de pastejo é a relação entre o peso total dos animais (em kg) e a quantidade de forragem
disponível (em kg) na área de pastagem. Ela reflete a intensidade com que os animais estão usando a
pastagem.
Exemplo:
● Se você tem 5 vacas de 500 kg cada (2.500 kg de peso vivo) em uma área com 1.000 kg de forragem
disponível, a pressão de pastejo será:
Pressão alta: Muitos animais para pouca forragem, o que pode levar ao superpastejo.
Pressão baixa: Pocos animais para muita forragem, o que pode causar subutilização da pastagem.
Resumindo:
● Lotação Animal: Número de animais por área (hectare).
● Oferta de Forragem: Quantidade de forragem disponível por peso vivo total dos animais.
● Pressão de Pastejo: Intensidade de uso da pastagem pelos animais, baseado no peso deles e na
quantidade de forragem disponível.
Superpastejo
O superpastejo acontece quando há muitos
animais em uma área pequena ou quando os
animais ficam muito tempo na mesma
pastagem. Isso faz com que as plantas sejam
muito consumidas e não tenham tempo para se
recuperar.
Exemplo:
Imagine que você tem uma área de pastagem que
pode alimentar 5 vacas, mas você coloca 10
vacas nessa área. As vacas vão comer a pastagem
muito rápido, e as plantas não terão tempo de
crescer de novo. Com o tempo, a pastagem fica
degradada e o solo pode até perder sua qualidade.
Problemas do Superpastejo:
● As plantas ficam danificadas ou
morrem.
● O solo pode ficar exposto, levando à
erosão.
● A produção de forragem diminui, e os
animais podem não ter alimento
suficiente.
Pastejo Ótimo
O pastejo ótimo acontece quando há um
equilíbrio perfeito entre o número de animais e
a quantidade de pastagem disponível. Nesse caso,
os animais comem o suficiente para que a
pastagem se mantenha saudável e possa se
regenerar adequadamente.
Exemplo:
Se uma área de pastagem pode alimentar 10 vacas
e você coloca exatamente 10 vacas, isso seria um
exemplo de pastejo ótimo. As vacas vão comer, e
a pastagem terá tempo para crescer novamente,
mantendo um ciclo saudável de alimentação e
recuperação.
Benefícios do Pastejo Ótimo:
● As plantas têm tempo para se recuperar e
continuar crescendo.
● A pastagem se mantém produtiva e
saudável.
● Os animais recebem forragem de boa
qualidade.
Subpastejo
O subpastejo acontece quando há poucos animais
em uma área muito grande, ou seja, há muita
forragem disponível e ela não é totalmente
utilizada pelos animais. Isso pode levar ao
desperdício de pastagem.
Exemplo:
Se uma área pode alimentar 10 vacas, mas você
coloca apenas 3 vacas, as plantas vão crescer
demais e algumas podem até secar ou ficar
velhas e menos nutritivas. As vacas não
conseguem comer tudo, e parte da forragem é
desperdiçada.
Problemas do Subpastejo:
● A pastagem pode ficar subutilizada e
menos eficiente.
● Algumas plantas podem ficar maduras
demais e perder qualidade nutritiva.
● O crescimento descontrolado das
plantas pode dificultar o pastejo.
Resumindo com Exemplos:
1. Superpastejo: Colocar 10 vacas em uma
área que só aguenta 5 vacas. O pasto será
muito consumido, e as plantas não
terão tempo de se recuperar.
2. Pastejo Ótimo: Colocar exatamente 10
vacas em uma área que pode alimentar
10 vacas. As plantas têm tempo para
crescer, e os animaissempre têm o que
comer.
3. Subpastejo: Colocar apenas 3 vacas em
uma área que pode alimentar 10 vacas.
Parte da forragem é desperdiçada, e as
plantas podem crescer demais e perder
qualidade.
Esses três tipos de manejo influenciam
diretamente a saúde da pastagem e o
desempenho dos animais, por isso é importante
sempre buscar o pastejo ótimo para garantir um
sistema sustentável e produtivo.sempre têm o que
comer.
3. Subpastejo: Colocar apenas 3 vacas em
uma área que pode alimentar 10 vacas.
Parte da forragem é desperdiçada, e as
plantas podem crescer demais e perder
qualidade.
Esses três tipos de manejo influenciam
diretamente a saúde da pastagem e o
desempenho dos animais, por isso é importante
sempre buscar o pastejo ótimo para garantir um
sistema sustentável e produtivo.

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