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Licenciado para - Thayane Queiroz Santos Jesus - 15662474702 - Protegido por Eduzz.com
REFORMA TRIBUTÁRIA 
Módulo VI – Repartição, Transição e Fundos 
 
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MÓDULO VI 
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS, REGRAS 
DE TRANSIÇÃO E FUNDOS CRIADOS 
 
 
Este é, sem dúvida alguma, o módulo mais difícil. Mas não desanime, pois, se chegou até aqui, 
possui o conhecimento necessário para entender para todo o conteúdo deste módulo. 
O tema Repartição de Receitas Tributárias, que já causava certa dificuldade pela quantidade 
de regras que precisam ser memorizadas, piorou, pois passaremos por um período de transição em 
que é necessário saber as regras dos tributos que caminham para a extinção e as dos novos tributos 
sobre o consumo. 
As regras de transição são um caso à parte do estudo da Reforma Tributária. Trata-se de um 
assunto extremamente complexo, mas que não pode ser negligenciado pela sua importância e 
extensão. Nesta parte do módulo VI, você saberá como e quando ocorrerá a substituição dos velhos 
tributos pelos novos, como se dará a migração da tributação na origem para o destino, conhecerá os 
mecanismos previstos para impedir que a carga tributária se eleve após a implementação da Reforma 
Tributária e saberá tudo sobre a importante figura denominada seguro-receita. 
Encerrando o módulo de uma forma mais leve, estudaremos os fundos criados para mitigar 
os efeitos negativos da Reforma Tributária, em especial aqueles que recairão sobre os entes que serão 
prejudicados com perda de arrecadação e de atratividade para manutenção e instalação de empresas. 
 
 
 
 
 
 
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Módulo VI – Repartição, Transição e Fundos 
 
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Questão 1 
Com relação às parcelas de receita pertencentes aos Municípios provenientes do produto da 
arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços distribuída aos Estados, julgue os itens a seguir: 
I- 85% (oitenta e cinco por cento) serão creditadas na proporção da população. 
II- 10% (dez por cento) com base em indicadores de melhoria nos resultados de 
aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de 
acordo com o que dispuser lei estadual; 
III- 5% (cinco por cento) em montantes iguais para todos os Municípios do Estado. 
À luz da Constituição Federal, pode-se afirmar que: 
(A) apenas o item I está correto 
(B) apenas o item II está correto 
(C) apenas o item III está correto 
(D) os itens II e III estão corretos 
(E) todos os itens estão corretos 
 
Pertencem aos Municípios 25% do valor arrecadado de IBS distribuído aos Estados, 
regra idêntica à aplicável ao ICMS arrecadado pelos Estados, que também repartem 25% com os 
Municípios (art. 158, IV, da Constituição Federal). 
Entretanto, os critérios de repartição desses impostos são diferentes. 25% do IBS estadual 
serão repartidos com os Municípios levando-se em conta os seguintes critérios, nos termos do art. 
158, § 2º, da Constituição Federal: 
“I - 80% (oitenta por cento) na proporção da população; 
II - 10% (dez por cento) com base em indicadores de melhoria nos resultados de 
aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de 
acordo com o que dispuser lei estadual; 
III - 5% (cinco por cento) com base em indicadores de preservação ambiental, de acordo 
com o que dispuser lei estadual; 
IV - 5% (cinco por cento) em montantes iguais para todos os Municípios do Estado.” 
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Perceba que o critério do valor adicionado, utilizado para a divisão de, no mínimo, 65% do 
ICMS destinado aos Municípios, não foi adotado para repartição do valor de IBS, pois esse critério 
pode gerar muitas distorções. Em que pese, regra geral, os municípios mais populosos sejam aqueles 
que realizam mais operações em seu território, há muitos casos em que municípios com baixa 
população, mas com empresas instaladas que realizam operações vultosas, recebem boa parte do 
ICMS repartido pelo Estado e, em tese, nem necessitam de tantos recursos para o seu adequado 
funcionamento. Assim, para o IBS, priorizou-se o critério populacional, pois quanto maior a população, 
de mais recursos o município necessita para a prestação de serviços. 
Outra diferença é que o percentual de ICMS repartido com base no valor adicionado é mínimo 
e o de acordo com o que dispuser lei estadual é máximo, enquanto, no caso do IBS, os percentuais são 
fixos. Com isso, a lei estadual que estabelece a repartição de até 35% do ICMS com os Municípios 
deve respeitar apenas o mínimo de 10% com base em indicadores de melhoria nos resultados de 
aprendizagem e de aumento da equidade, possuindo liberdade quanto aos critérios utilizados para o 
percentual restante. Já no caso do IBS, a lei estadual obrigatoriamente vai utilizar como critério 10% 
com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, 
considerado o nível socioeconômico dos educandos, e 5% com base em indicadores de preservação 
ambiental, não possuindo liberdade para definir outros critérios, como ocorre no caso da repartição 
do ICMS. À lei estadual que regular a repartição do IBS caberá basicamente definir quais serão os 
indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de preservação ambiental e o peso 
atribuído a cada indicador para o valor a ser recebido por cada Município. 
O texto da PEC 45/2019 aprovado pela Câmara dos Deputados continha exatamente a 
previsão dos itens dispostos na questão: 85% utilizando-se o critério populacional, 10% com base 
em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade e 5% 
igualmente para todos os Municípios do Estado. Porém, no Senado Federal, foi incluído um novo 
critério: indicadores de preservação ambiental. Foram retirados 5% do critério populacional para esse 
novo critério, como mais uma forma de expressão do princípio da defesa do meio ambiente. 
Assim, somente os itens II e III estão de acordo com o texto constitucional. 
 
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Gabarito: letra D 
 
 
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Questão 2 
Sobre a repartição das receitas tributárias, assinale a alternativa INCORRETA. 
(A) pertencem aos Municípios 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado 
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios e, em 
relação a veículos aquáticos e aéreos, cujos proprietários sejam domiciliados em seus 
territórios. 
(B) a União entregará 50% do produto da arrecadação do imposto sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, sobre produtos industrializados e sobre a produção, 
extração, comercialização e bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, 
dos quais 21,5% serão destinados ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito 
Federal, 25,5 % ao Fundo de Participação dos Municípios e 3% para aplicação em 
programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste. 
(C) pertencem aos Municípios 25% do produto da arrecadação do imposto sobre bens e 
serviços. 
(D) a União entregará 10% do produto da arrecadação do imposto sobre produtos 
industrializados e do imposto sobre a produção, extração, comercialização ou 
importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente aos Estados e 
ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de 
produtos industrializados. 
(E) os Estados entregarão aos respectivos Municípios 25% do que receberem doproduto 
da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados e do imposto sobre a 
produção, extração, comercialização de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio 
ambiente, observados os mesmos critérios utilizados para repartição aos Municípios 
do produto da arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços distribuído aos Estados. 
 
Questões sobre repartição das receitas tributárias são muito comuns e as bancas vão, 
obviamente, explorar o conhecimento acerca das repartições dos tributos criados pela Reforma 
Tributária. Quem já sabia como era a repartição das receitas tributárias antes da Reforma Tributária 
não precisa se preocupar tanto, basta realizar as devidas adequações quanto aos tributos que 
surgiram para acertar as questões. 
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Se antes da Reforma Tributária, os Municípios já ficavam com 50% do IPVA dos veículos 
automotores licenciados em seus territórios, basta adicionar os veículos aquáticos e aéreos, 
tomando-se o devido cuidado: o IPVA, nessas duas novas hipóteses, pertencerá ao Municípios 
cujos proprietários sejam domiciliados em seus territórios, não onde esses veículos sejam 
licenciados, regra que somente se aplica aos veículos terrestres (art. 158, III, da Constituição 
Federal). Até mesmo porque aeronaves são registradas na ANAC e embarcações, inscritas nas 
Capitanias dos Portos, sendo o termo “licenciamento” próprio de veículos terrestres, referente à 
autorização para o veículo circular em vias públicas, concedida pelo DETRAN de cada estado. 
Essa é a literalidade que você deve levar para a prova, mas, em questão que exija 
conhecimento da jurisprudência, o entendimento do candidato deve ser diferente, conforme será 
explicado a partir de agora. 
A Constituição Federal, em seu art. 155, III, apenas atribui competência aos Estados e ao 
Distrito Federal para instituir o imposto sobre propriedade de veículos automotores, mas não 
estabelece o critério que define o Estado competente para a cobrança do imposto. Mas deixou uma 
pista ao determinar, no art. 158, III, que 50% do produto da arrecadação do IPVA pertence aos 
Municípios nos quais os veículos automotores encontram-se licenciados. 
Nada mais dispondo a Constituição Federal sobre esse tema, teria a lei complementar a 
função de estabelecer normas gerais sobre o imposto, conforme determina seu art. 146, III. Mas, em 
que pese o IPVA exista em nosso ordenamento jurídico desde antes da Constituição de 1988, essa lei 
complementar ainda não foi editada. Diante da ausência de normais gerais sobre o IPVA, os Estados 
exercem a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º, da CF/88), 
e editam as leis necessárias à sua aplicação (art. 34, § 3º, do ADCT). 
Como consequência, os Estados legislam sobre o critério espacial para definição de incidência 
do IPVA de forma a maximizar sua arrecadação, alguns elegendo o local de licenciamento do veículo, 
independentemente do domicílio ou sede do proprietário, e outros, o domicílio ou sede do detentor 
do bem, a despeito do local em que ocorreu seu licenciamento, ocasionando a chamada “guerra fiscal”. 
Se o proprietário de um veículo automotor o licencia em determinado Estado, mas tem domicílio em 
outro, qual é o Estado competente para cobrança do imposto? 
Essa pergunta foi respondida pelo STF, no RE 1016605 / MG. O caso levado à Suprema 
Corte tratava-se de uma empresa proprietária de veículo sediada em Uberlândia/MG que o licenciou 
no Estado de Goiás e não recolheu o IPVA ao Estado de Minas Gerais, que realizou a cobrança. Na 
ocasião, fixou-se a seguinte tese para fins de repercussão geral (Tema 708): “A Constituição 
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autoriza a cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) somente 
pelo Estado em que o contribuinte mantém sua sede ou domicílio tributário.” 
Como decorrência lógica dessa decisão, 50% desse IPVA terrestre pertencerá ao Município 
em que o contribuinte mantém sua sede ou domicílio tributário, que não necessariamente coincidirá 
com o Município em que ocorreu o licenciamento do veículo, critério este que não tem preponderância 
sobre o domicílio do proprietário. E, como essa regra também foi escolhida pela Reforma Tributária 
para o IPVA aquático e aéreo, não importa qual seja o tipo de veículo, 50% do IPVA pertencerá ao 
Município em que domiciliado o proprietário. 
O critério do domicílio do proprietário para repartição do IPVA aquático e aéreo 
provavelmente causará um conflito entre os Municípios, pois quem possui embarcação e, 
principalmente, aeronave sujeitas ao IPVA normalmente possui mais de um domicílio, mas encontra-
se em sintonia com o entendimento do Supremo. Logo, alternativa A: correta. 
 
 
A União entrega, atualmente, 50% do IR + IPI ao Fundo de Participação dos Estados e do 
Distrito Federal (21,5%), ao Fundo de Participação dos Municípios (25,5%) e para aplicação em 
programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (3%), 
conforme art. 159, I, da Constituição Federal. 
O IR manteve-se intacto, mas a Reforma Tributária promoveu as seguintes alterações que 
gravitam em torno do IPI: o imposto continuará existindo, porém será cobrado somente de fabricantes 
de produtos produzidos na Zona Franca de Manaus que estejam estabelecidos fora dessa região, e o 
setor produtivo “ganhou” o imposto seletivo, que não terá a abrangência do IPI, que incide sobre os 
produtos industrializados em geral, restringindo-se a bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio 
ambiente. 
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Portanto, a adaptação que deve ser realizada é, no lugar do IPI “Raiz” (anterior à Reforma 
Tributária), deve ser acrescentado o IPI “Nutella”, que terá alíquotas reduzidas a zero a partir de 2027 
(exceto em relação aos produtos que tenham industrialização incentivada na Zona Franca de 
Manaus), e o Imposto Seletivo, que, apesar de suas prometidas alíquotas elevadas, possui incidência 
limitada. E agora teremos a União entregando 50% do IR + IPI + IS para aos mesmos Fundos e em 
idêntico percentual. 
Sabe-se que 10% do que é arrecadado com o IPI “Raiz” são repartidos com os Estados e DF, 
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados, para 
compensar a imunidade nas operações de exportação de ICMS. Como também se previu a imunidade 
do IBS nas operações de exportação, seguindo o mesmo raciocínio, deduz-se que 10% do IPI 
“Nutella” mais o Imposto Seletivo (IPI + IS) serão entregues pela União aos Estados e ao Distrito 
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados 
(art. 159, II, da CF/88). 
Cabe destacar que se mantém a regra, agora devidamente adaptada, de que a nenhuma 
unidade federada poderá ser destinada parcela superior a 20% do valor repartido pela União 
com os Estados acima (10% de IPI + IS), devendo o eventual excedente ser distribuído entre os 
demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido 
(proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados), conforme 
previsão do art. 159, § 2º, da CF/88. 
Como, muito provavelmente, o somatório IPI “Nutella” + IS não irá superar o valor arrecadado 
pelo IPI “Raiz” e a ideia da Reforma Tributária é manter o nível de arrecadação dos entes, a EC 132/23 
previu, em seu art. 7º, que, a partir de 2027, a União compensará eventual redução no montante 
dos valores entregues nesses dois casos (50% de IR+ IPI + IS aos Fundos e 10% de IPI + IS aos 
Estados) em razão da substituição da arrecadação do IPI pela arrecadação do Imposto Seletivo, 
nos termos de lei complementar. 
Portanto, letras B e D corretas. 
Os Municípios recebem 25% da arrecadação de ICMS. Natural, pois, que a eles também 
pertençam 25% do produto da arrecadação do IBS distribuído aos Estados (IBS estadual) pelo CG-
IBS, conforme art. 158, IV, “b”, da CF/88. Logo, o Município contará com o IBS Municipal 
(“equivalente” ao ISS) e 25% do IBS estadual (“equivalente” ao ICMS). Desta forma, a letra C 
também se encontra correta. 
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Finalmente analisaremos a alternativa E, nosso gabarito. Se os Estados entregam aos 
respectivos Municípios 25% do que recebem do produto da arrecadação do imposto sobre produtos 
industrializados, deve-se também acrescentar a esse cálculo o valor arrecadado com o imposto 
seletivo (25% de 10% de IPI + IS pertencem aos Municípios). 
O problema da alternativa é encontrado em sua parte final, nos critérios de repartição aos 
Municípios, que, diferentemente do que vimos nas demais alternativas, trata-se de uma verdadeira 
novidade. Conforme o § 3º do art. 159, os critérios para repartição desses 25% aos Municípios 
dependerão do imposto a ser repartido. A parcela relativa ao IPI observará os mesmos critérios 
estabelecidos para a repartição do ICMS, ao passo que parcela relativa ao IS deve obedecer aos 
mesmos critérios de repartição do IBS. Essa associação do IPI com o ICMS já existia, o que temos 
de novo é essa relação do IS com o IBS. Ou seja, do que é arrecadado de imposto velho (IPI) obedece-
se a regras de repartição de imposto velho (ICMS), já o imposto novo (IS) segue as regras de imposto 
novo (IBS). 
Em outras palavras, 25% dos 10% dos Estados (2,5 %) referentes a IP serão repartidos aos 
Municípios conforme os seguintes critérios: 
1 - 65%, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação 
de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; e 
2- até 35%, de acordo com o que dispuser lei estadual, observada, obrigatoriamente, a 
distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos 
resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos 
educandos. 
E os 25% dos 10% dos Estados (2,5 %) referentes a IS serão creditados Municípios de 
acordo com os seguintes critérios: 
1 - 80% na proporção da população; 
2 - 10% com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento 
da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de acordo com o que dispuser lei 
estadual; 
3 - 5% com base em indicadores de preservação ambiental, de acordo com o que dispuser 
lei estadual; 
4 - 5% em montantes iguais para todos os Municípios do Estado. 
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O erro da alternativa E está em afirmar que tanto o que o Estado recebe da União a título de 
arrecadação de IPI quanto de IS seguirão os mesmos critérios de repartição aos Municípios do produto 
da arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços distribuído aos Estados. 
 
 
Gabarito: letra E 
 
Questão 3 
A Constituição Federal dispõe sobre regras de transição para implementação da Reforma 
Tributária. Sobre o tema, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) o IBS e a CBS serão cobrados a partir de 2026, porém o contribuinte poderá compensar 
o montante recolhido com os valores devidos de PIS/COFINS. 
(B) todo o valor arrecadado de IBS em 2026 será aplicado no financiamento do Comitê 
Gestor do Imposto e, em caso de sobra de recursos, irá compor o Fundo de 
Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais do ICMS. 
(C) a CBS será cobrada integralmente a partir de 2027. 
(D) o Imposto Seletivo será cobrado a partir de 2027. 
(E) o IPI será extinto em 2027. 
O tema mais difícil, para não dizer chato, na Reforma Tributária, é “regras de transição”. 
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O IBS e a CBS serão cobrados a partir de 2026. O IBS nesse ano será cobrado apenas 
pela alíquota estadual, de 0,1%. E a CBS será cobrada à alíquota de 0,9% (art. 125, caput, do 
ADCT). Trata-se de um ano de teste, em que o contribuinte não sofrerá o encargo tributário desses 
novos tributos, pois poderá compensar esse 1% de IBS mais CBS com valores devidos de 
PIS/COFINS (art. 125, § 1º, do ADCT). 
A lei complementar pode ainda dispensar desse recolhimento teste os sujeitos passivos 
que cumprirem as obrigações acessórias relativas aos tributos (art. 125, § 4º, do ADCT). Isso 
porque o objetivo principal é obter as informações necessárias à fixação das alíquotas de referência, 
o que é possível a partir das declarações enviadas. Caso a lei complementar não dispense aqueles 
que cumprirem com as obrigações acessórias do recolhimento desses tributos e o contribuinte não 
possua débitos suficientes de PIS/COFINS para efetuar a compensação, o valor recolhido poderá 
ser compensado com qualquer outro tributo federal ou ser ressarcido em até 60 dias, mediante 
requerimento (art. 125, § 2º, do ADCT). 
À primeira vista, pode parecer estranho abater valor recolhido de IBS com PIS/COFINS. 
Porém esse valor será utilizado para o financiamento do Comitê Gestor do Imposto e, em caso de 
sobra (dificilmente), para compor o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-
Fiscais do ICMS (art. 125, § 3º, do ADCT). E, futuramente, a União será ressarcida pelo Comitê Gestor 
do IBS por esses custos despesas necessárias para sua instalação, conforme art. 14 da EC 132/23. 
A partir de 2027, haverá a cobrança integral da CBS e do IS (este sem passar por período 
de transição) e a extinção da contribuição para o PIS e a COFINS (art. 126, I e II, do ADCT). Já o 
IPI não será extinto, ele terá suas alíquotas reduzidas a zero, exceto em relação aos produtos que 
tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus, conforme critérios estabelecidos em 
lei complementar (art. 126, III, do ADCT). Repare que o período de teste da CBS será de apenas um 
ano (2026) e o IS iniciará sua cobrança de forma imediata e integral, em 2027, juntamente com a 
“desidratação” do IPI. 
A única alternativa incorreta é a E, já que o IPI, como vimos, não será extinto. Ele continuará 
incidindo sobre os produtos que tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus 
(produzidos fora dessa Zona) e também terá incidência sobre os demais produtos industrializados 
(aqueles cuja industrialização não seja incentivada na Zona Franca de Manaus), porém, como a 
alíquota será reduzida a zero, o imposto não será devido, pois, obviamente, alíquota zero multiplicada 
por qualquer base de cálculo não gera débito de imposto ao contribuinte. 
Gabarito: letra E 
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Questão 4 
Acerca das regras de transição da Reforma Tributária promovida pela Emenda Constitucional 
nº 132/23, marque a alternativa INCORRETA: 
(A) em 2027 e 2028, o IBS, que em 2026 será cobrado apenas à alíquota estadual, será 
cobrado também à alíquota municipal, sendo esse valor compensado pela redução da 
alíquota da CBS. 
(B) Resolução do Senado Federal fixará, para cada ente federativo, as alíquotas de 
referência do IBS e da CBS, observados a forma de cálculo e os limites previstos em lei 
complementar. 
(C) a partir de 2029, haverá uma redução gradativa das alíquotas de ICMS e ISS,acompanhada do início da cobrança efetiva do IBS. 
(D) tanto o ISS quanto o ICMS serão extintos partir de 2033. 
(E) as alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, com base 
em cálculo realizado pelo Tribunal de Contas da União, e sujeitam-se apenas à 
anterioridade anual. 
 
Diferentemente da CBS, que terá apenas um ano de teste (2026), por se tratar de um 
tributo que envolve apenas a União, o IBS passará por três anos de teste: 2026, com a alíquota 
estadual de 0,1%, 2027 e 2028, aplicando-se a alíquota estadual de 0,05% e a municipal com os 
mesmos 0,05% (at. 127, caput, do ADCT). Em 2026, como ainda existirá PIS/COFINS, o 0,1% 
cobrado de IBS será compensado com valores devidos desses tributos. Em 2027, iniciada a cobrança 
da CBS, o 0,1% cobrado de IBS (0,05% estadual + 0,05% municipal) será compensado pela redução 
de 0,1% da nova contribuição (at. 127, parágrafo único, do ADCT). 
 
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Em 2029, inicia-se a cobrança efetiva do IBS. Concomitantemente, inicia-se uma redução 
gradativa das alíquotas de ICMS e ISS (ar. 128, caput, do ADCT), que serão fixadas, nesse ano, em 
9/10 das alíquotas previstas nas respectivas legislações (redução de 10%). Essa redução será 
constante até 2032. Ou seja, em 2030, teremos uma redução de 20%, em 2031, 30% e, em 2032, 
40% (6/10 das alíquotas previstas). Por exemplo, se a alíquota-regra do ICMS no Estado do Rio de 
Janeiro, em 2028, estiver fixada em 20%, e a de ISS, no Município do Rio de Janeiro, estiver em 5%, 
teremos alíquotas de ICMS e ISS, em 2029, de 18% e 4,5%, e, em 2032, de 12% e 3%, 
respectivamente (caso não alteradas nesse período). Em 2033, finalmente, ICMS e ISS estão 
extintos (art. 129 do ADCT). 
E o que fazer com os créditos não apropriados ou não utilizados dos tributos que serão 
extintos? 
O art. 135 do ADCT dispõe que lei complementar disciplinará a forma de utilização desses 
créditos, inclusive presumidos, de IPI e PIS/COFINS. Já vimos que o IPI não será extinto e, embora 
um pouco esquisita a redação desse dispositivo, entende-se que terá aplicação nos casos em que o 
contribuinte produza bens que não concorram com a Zona Franca de Manaus e, nesse caso, por ter 
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suas alíquotas reduzidas a zero, terá que utilizar seus eventuais créditos. Poderão os contribuintes 
realizar a compensação desses valores com outros tributos federais, inclusive com CBS, ou o 
ressarcimento em dinheiro. 
O art. 134 disciplina os saldos credores de ICMS existentes ao final de 2032. Para 
utilização dos créditos, o contribuinte deve apresentar pedido de homologação e o ente federativo 
deverá se pronunciar no prazo estabelecido na lei complementar. Na ausência de resposta ao pedido 
de homologação no prazo estabelecido pela lei complementar, os respectivos saldos credores serão 
considerados homologados (homologação tácita). 
O saldo dos créditos homologados, tática ou expressamente, será informado pelos 
Estados e pelo Distrito Federal ao CG-IBS para que seja compensado com o IBS. O prazo para 
compensação dos valores de ICMS dependerá da classificação do bem. Relativamente aos créditos 
decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, a 
compensação ocorrerá pelo prazo remanescente (o que restar para completar 48 meses). Nos 
demais casos, em 240 parcelas mensais, iguais e sucessivas. 
 
 
 
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A transição do ICMS e ISS para o IBS acontecerá em 7 anos, sendo 3 de arrecadação-teste 
(2026 a 2028) e 4 de cobrança parcial dos tributos extintos e novos, com redução gradual das 
alíquotas de ICMS e ISS e o consequente aumento das alíquotas do IBS ao longo dos anos (2029 a 
2032). 
O objetivo não é aumentar ou diminuir a arrecadação dos entes com os novos tributos, mas 
sim garantir que ela seja equivalente à redução da receita dos tributos a serem extintos. 
Conforme previsão do art. 130, I a III do ADC, a responsabilidade dessa manutenção do nível 
arrecadação é do Senado Federal, que fixará, mediante Resolução, para todas as esferas 
federativas, as alíquotas de referência do IBS e da CBS, de forma a assegurar que: 
1- entre 2027 e 2033, as receitas da CBS e do IS sejam equivalentes aos valores que eram 
arrecadados de PIS/COFINS, às perdas decorrentes da “desidratação” IPI e da receita de IOF sobre 
operações de seguros; 
2- entre 2029 e 2033, a receita dos Municípios e do Distrito Federal com o IBS Municipal 
seja equivalente à redução da receita de ISS; 
3- entre 2029 e 2033, a receita dos Estados e do Distrito Federal com o IBS Estadual seja 
equivalente à redução da receita de ICMS e das receitas destinadas a fundos estaduais financiados 
por contribuições estabelecidas como condição à aplicação de diferimento, regime especial ou outro 
tratamento diferenciado, relativos ao ICMS, em funcionamento em 30 de abril de 2023 (excetuadas 
as receitas dos fundos destinados a investimentos em obras de infraestrutura e habitação e 
financiados por contribuições sobre produtos primários e semielaborados estabelecidas como 
condição à aplicação de diferimento, regime especial ou outro tratamento diferenciado, relativos ao 
ICMS, já que, para compensar a perda desses valores, poderão os Estados instituir Contribuição sobre 
Produtos Primários e Semielaborados, estudada nas questões 17 a 19 do Módulo II). 
Assim, teremos uma alíquota de referência por esfera federativa. Ou seja, uma para a 
União, uma para todos os Estados e outra para todos os Municípios. A alíquota do Distrito Federal 
será o somatório da alíquota Estadual com a Municipal. Não se trata, portanto, de uma alíquota de 
referência fixada para cada ente federativo (uma para o RJ, outra para SP etc.), como afirmado na 
alternativa B, nosso gabarito. 
Como vimos, Resolução do Senado Federal fixará as alíquotas de referência, mas o TCU 
que ficará encarregado pelos cálculos. E, para que esses cálculos sejam mais precisos, é importante 
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analisar praticamente todo o ano anterior. Por esse motivo não se previu o respeito à anterioridade 
nonagesimal para a fixação das alíquotas de referência, pois haveria a desconsideração de dados 
dos últimos 3 meses do ano em seus cálculos (art. 130, § 1º, do ADCT). 
 
Gabarito: letra B 
 
 
 
Questão 5 
A Constituição Federal dispõe sobre regras de transição para implementação da Reforma 
Tributária. Sobre o tema, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) em 2033, ano de extinção do ISS e ICMS, a retenção do IBS para ser distribuído entre 
os Estados, o Distrito Federal e os Município, proporcionalmente à receita média de 
cada ente federativo, será em percentual superior à retenção ocorrida no período em 
que esses impostos irão conviver no Sistema Tributário Nacional (2029 a 2032). 
(B) a partir de 2033, o percentual retido para ser distribuído entre os Estados, o Distrito 
Federal e os Município, proporcionalmente à receita média de cada ente federativo, 
será reduzido gradativamente até ser finalizada a transição da tributação da origem 
para o destino, em 2077. 
(C) a CBS, em 2027, substituirá as Contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS. 
(D) os recursos provenientes do produto da arrecadação dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios com o IBS poderão ser vinculados para prestação de garantias às 
operações de crédito por antecipação de receita,para pagamento de débitos com a 
União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. 
(E) durante a transição da tributação da origem para o destino, em relação ao IBS, é vedado 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fixar alíquotas próprias do imposto 
inferiores às necessárias para garantir a retenção dos valores a serem distribuídos 
entre os Estados, o Distrito Federal e os Município, proporcionalmente à receita média 
de cada ente federativo, e a retenção para o Seguro-Receita. 
 
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A resposta dessa questão é uma pegadinha relativamente fácil, mas que pegará muitos 
candidatos desatentos ou com pressa nas provas. Comentaremos ao final. 
Antes, vamos analisar os demais aspectos dessa questão, que envolvem conhecimentos 
relevantes para se entender como se dará a transição da tributação sobre o consumo da origem para 
o destino. Obviamente, só faz sentido abordar a transição da origem para o destino em relação ao 
IBS, já que a CBS é de competência exclusiva da União. 
Passado o período de teste do IBS (2026 a 2028), o valor total arrecadado de IBS sofrerá 
duas retenções. A primeira é delas é para separar um montante a ser distribuído aos entes de 
acordo com a receita média. Essa retenção inicia-se, em 2029, com 80% produto da arrecadação 
do imposto de cada Estado, do Distrito Federal e de cada Município apurada com base nas 
alíquotas de referência, e mantém-se nesse patamar até 2032 (art. 131, § 1º, I, do ADCT). Após 
essa primeira retenção, haverá uma segunda retenção, desta vez para o Seguro- Receita. Do IBS 
total apurado com base nas alíquotas de referência (não do IBS arrecadado, apurado com base 
nas alíquotas fixadas pelos entes), deduz-se a primeira retenção e aplica-se a alíquota de 5% (art. 
132, caput, do ADCT). 
Em síntese, do valor total arrecadado de IBS, devem ser realizadas duas retenções: uma para 
ser distribuído aos entes de acordo com a receita média e outra para o compor o Seguro-Receita. O 
que sobrar, após essas deduções, será destinado aos entes de acordo com o destino da operação, 
conforme definido em lei complementar (art. 131, § 4º, do ADCT). 
Em 2033, o valor retido aumentará para 90%, pois nesse momento não mais existirão ISS 
e ICMS (apurados na origem), justificando-se a necessidade de um percentual maior de retenção a 
ser distribuído de acordo com a receita média. 
Vejamos o exemplo abaixo: 
Período: janeiro de 2033 
Valor pago pelos contribuintes ao Comitê Gestor do IBS (apurado com base nas alíquotas 
fixadas pelos entes): 100 bilhões 
Valor apurado de IBS com base nas alíquotas de referência fixadas pelo Senado Federal: 96 
bilhões 
1ª retenção - Valor retido para ser distribuído proporcionalmente à receita média de cada 
ente federativo: 90% de 96 bilhões = 86,4 bilhões. 
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2ª retenção - Seguro-receita: 5% (valor apurado de IBS com base nas alíquotas de referência 
– retenção 1): 5% x (96 – 86,4) = 480 milhões 
Valor a ser distribuído de acordo com o destino da operação: Valor pago pelos contribuintes 
– retenção 1 (valor distribuído proporcionalmente à receita média) – retenção 2 (valor do seguro-
receita) = 100 – 86,4 – 0,48 = 13,12 bilhões 
 Em resumo, os 100 bilhões recebidos pelo Comitê Gestor do IBS terão a seguinte destinação: 
- 86,4 bilhões: distribuído proporcionalmente à receita média de cada ente federativo; 
- 13,12 bilhões: distribuído de acordo com o destino da operação; e 
- 480 milhões: seguro-receita. 
Em 2034, a retenção será reduzida 1/45 avos (menos 2%), ou seja, será de 88%. Como 
consequência, teremos mais valores a serem distribuídos de acordo com o destino da operação. Essa 
redução de 2% do valor retido ocorrerá anualmente (131, § 1º, III, do ADCT), até 2077, ano em 
que o valor retido a ser distribuído proporcionalmente à receita média de cada ente federativo será 
de apenas 4% (não 2%, como a lógica nos faz supor). E, finalmente, em 2078, não haverá mais essa 
retenção e o valor arrecadado pelo Comitê Gestor do IBS será distribuído de acordo com o 
destino da operação, restando finalizada a transição da origem para o destino (apenas haverá a 
retenção do seguro-receita, que se desaparecerá somente ao final de 2097, conforme art.132, §3º 
do ADCT). 
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Mas como se chegar ao valor da “receita média”? O montante retido, de acordo com o texto 
da PEC aprovado inicialmente Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, continha a seguinte 
previsão: “será distribuído entre os Estados, o Distrito Federal e os Municípios proporcionalmente à 
receita média de cada ente federativo entre 2024 e 2028”. Advinha o que os Estados fizeram! 
Aumentaram sua alíquota de ICMS para garantir uma maior arrecadação no futuro (o RJ aumentou 
de 18 para 20%). Assim, no retorno do texto à Câmara dos Deputados, o período a ser considerado 
no cálculo da receita média foi retirado e os parâmetros para apuração da receita média serão 
definidos em lei complementar, devendo, porém, ser considerados, em relação ao Estado, a 
arrecadação do ICMS (após a entrega de 25% aos Municípios) e os valores do Fundo de 
Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais do ICMS, e, quanto aos Municípios, a 
arrecadação de ISS e o valor repartido de ICMS (art. 131, § 2º, do ADCT). 
No caso do Distrito Federal, será, obviamente, considerada a arrecadação de ICMS mais a de 
ISS. Observe que os parâmetros pré-estabelecidos pela Constituição Federal são todos bem lógicos, 
exceto a consideração do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais do ICMS, 
que causará uma maior receita média aos Estados que receberão recursos desse Fundo. 
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Quanto à alíquota de referência, é importante entender que não se trata de uma alíquota 
mínima ou máxima a ser fixada pelos entes, mas que os entes devem fixar uma alíquota tal que 
seja possível realizar as retenções devidas (art. 131, § 6º, do ADCT), pois o valor retido para ser 
distribuído proporcionalmente à receita média de cada ente federativo e o seguro-receita são 
calculados utilizando-se a alíquota de referência. 
Não podem, portanto, os entes fixarem alíquotas muito inferiores à de referência, pois assim 
não haveria recursos suficientes para serem retidos, especialmente no início da transição da origem 
para o destino. Por exemplo: em 2033, haverá uma retenção de 90% do IBS calculado com base nas 
alíquotas de referência (art. 131, § 1º, II, do ADCT). Se o IBS calculado, em determinado período, com 
base na alíquota de referência for de 100 bilhões, deverá haver uma retenção de 90 bilhões. Nesse 
caso, o IBS arrecadado (com base nas alíquotas fixadas pelos entes) deve ser de superior a 90 bilhões, 
o que impõe a fixação de alíquotas não muito distantes da de referência. 
Lembrando que, da diferença entre o IBS apurado com base na alíquota de referência e a 
retenção citada, haverá uma segunda retenção, destinada ao seguro-receita (art.132 do ADCT). 
Logicamente, com o passar dos anos, isso terá menos relevância, já que haverá cada vez menos 
retenção de IBS para ser distribuído de acordo com a receita dos entes anteriormente à Reforma 
Tributária, com o objetivo de sobrarem mais recursos a serem distribuídos de acordo com o destino. 
Sabe-se que é vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa 
(princípio da não - vinculaçãoda receita de impostos), mas que a vinculação desses recursos para 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita e para pagamento de 
débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia é permitida, tratando-se de 
exceções a esse princípio (art. 167, IV). A mesma regra deve ser aplicada à receita do IBS, o que apenas 
foi ratificado pelo art. 131, § 5º, III, do ADCT. 
Por fim, vimos que a CBS, em 2027, substituirá as Contribuições para o PIS e a COFINS. Não 
há dispositivo da EC 132/23 extinguindo a Contribuição para o PASEP; pelo contrário, o art.20 
dispõe que, até que lei disponha sobre a matéria, a contribuição para o Programa de Formação 
do Patrimônio do Servidor Público, permanecerá sendo cobrada na forma dos dispositivos legais 
a ele referentes em vigor na data de publicação da Emenda Constitucional. 
 
Gabarito: letra C 
 
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Questão 6 
Sobre o Seguro-Receita, Fundo delineado no art. 132 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT), instituído para compensar os entes que mais perderão recursos, 
proporcionalmente à sua arrecadação proveniente de impostos sobre o consumo, em virtude da 
mudança da tributação da origem para o destino, julgue os itens a seguir: 
I- Do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios apurado com base nas alíquotas de referência, deduzido o montante retido para ser 
distribuído entre os Estados, o Distrito Federal e os Municípios proporcionalmente à receita média de 
cada ente federativo, será retido o montante correspondente a 5% para distribuição aos entes com as 
maiores razões entre o valor de IBS efetivamente recebido pelos entes e a respectiva receita média. 
II- O percentual de retenção, para distribuição aos entes considerados maiores 
perdedores de arrecadação, será fixo até 2097, quando finalmente estará concluída a Reforma 
Tributária. 
III- Todos os entes que tiverem perda de arrecadação deverão receber recursos do Fundo. 
À luz da Constituição Federal, pode-se afirmar que: 
(A) apenas o item I está correto 
(B) apenas o item II está correto 
(C) apenas o item III está correto 
(D) os itens I e II estão corretos 
(E) todos os itens estão errados 
Este assunto está longe de ser tranquilo, principalmente para quem tem dificuldade com 
exatas. Espero que entenda com os exemplos que darei, mas, se ainda assim, restar qualquer dúvida, 
não hesite em me perguntar. 
Com a mudança da tributação sobre o consumo da origem para o destino estabelecida pela 
Reforma Tributária, alguns entes serão beneficiados, outros, prejudicados, principalmente aqueles 
que mais produzem do que consomem, a exemplo dos Estados e Municípios localizados na região 
Centro-Oeste do país. 
Além da transição lenta da origem para o destino, que irá durar até 2077, previu-se um outro 
mecanismo para minimizar os impactos da Reforma Tributária: o seguro-receita, fundo composto por 
5% da diferença entre o IBS apurado com base nas alíquotas de referência e o valor retido para ser 
distribuído proporcionalmente à receita média de cada ente federativo (art. 132, caput), com o 
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objetivo de compensar os entes que sofrerão maiores perdas de arrecadação com a substituição do 
ICMS e ISS pelo IBS. 
Esse percentual será fixo até 2077, porém, a partir de 2078, será reduzido 
gradativamente até sua extinção (art. 132, § 3º), pois, como de 2078 a 2097 não haverá mais esse 
valor retido, por ser toda a arrecadação distribuída de acordo com o destino, não seria razoável a 
manutenção desse percentual 
A transição da origem para o destino se encerrará, se não for promulgada outra emenda 
constitucional no futuro, em 2077, mas o seguro-receita irá perdurar por mais 20 anos, até 2097. 
Essa foi mais uma solução encontrada para convencer os parlamentares a aprovarem a Reforma 
Tributária, sob o argumento de que, completada a transição da origem para o destino, teriam ainda 
mais um bom tempo para avaliar de forma mais precisa quais os entes realmente prejudicados com 
essa mudança, com a possibilidade de compensá-los. 
A lógica para saber quais os entes devem ser compensados é relativamente simples: verifica-
se o valor efetivamente recebido pelo ente a título do IBS e divide pela receita média recebida de ICMS 
e/ou ISS (art. 132, caput, I e II). Por exemplo: se o Município do Rio de Janeiro receber, em 
determinado período, 8 bilhões de IBS, mas sua receita média de ISS + repartição de ICMS for de 10 
bilhões, significa uma perda de 2 bilhões de arrecadação e uma razão de 0,8 (8/10). Se o Município 
de São Paulo receber, nesse mesmo período, 18 bilhões de IBS, mas sua receita média de ISS + 
repartição de ICMS for de 20 bilhões, terá a mesma perda de 2 bilhões de arrecadação que teve o Rio 
de Janeiro, mas, proporcionalmente, uma perda menor, com uma razão maior, de 0,9 (18/20). Apesar 
da perda de arrecadação, nominalmente, ser a mesma, o Rio de Janeiro tem uma razão menor, por ter 
uma perda, proporcionalmente à sua arrecadação, maior que o Município de São Paulo, e, por isso, 
estará à frente na fila de recebimento de recursos do Fundo. 
Porém, o Fundo, não necessariamente, terá recursos suficientes para compensar todos 
os entes prejudicados. Os recursos serão distribuídos na ordem dos entes de menor razão para 
maior razão, de forma que, para todos os entes que receberem recursos, seja observada a mesma 
a razão entre o somatório do valor recebido pelo ente a título do IBS e do Fundo e receita média. 
(art. 132, § 1º, I e II). 
No nosso exemplo, se houver recursos disponíveis no Fundo para compensar as perdas dos 
Municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, deverá ser efetuado um cálculo que iguale não só razão de 
ambos, após o recebimento dos recursos do Fundo, mas de todos os entes compensados. Por exemplo, 
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se o Rio de Janeiro receber 1,5 bilhões, sua razão passará a ser 0,95 (8 + 1,5/10). Como a razão de 
São Paulo também deve ser de 0,95, deverá receber 1bilhão (18 +1/20). 
Após a explicação do tema, vamos apontar o erro de cada item: 
I- O erro deste item está em afirmar que o seguro-receita será para distribuição aos entes 
com as maiores razões entre o valor de IBS efetivamente recebido pelos entes e a respectiva receita 
média, pois vimos que o correto seria a distribuição aos entes com menores razões, que são aqueles 
com maiores perdas proporcionais de arrecadação. 
II- Vimos que o percentual de 5% será fixo somente até finalização da transição da origem 
para o destino (2077). De 2078 a 2097, esse percentual será reduzido gradativamente, até sua 
extinção juntamente com o fim do seguro-receita. Item errado. 
III- Não necessariamente todos os entes prejudicados serão compensados pelo seguro-
receita. Isso só será possível se o Fundo tiver recursos suficientes. Essa conclusão é tirada do trecho 
destacado do § 1º do art. 132, abaixo: 
 
§ 1º Os recursos serão distribuídos, sequencial e sucessivamente, aos entes com as menores 
razões de que trata o caput, de maneira que, ao final da distribuição, para todos os entes que 
receberem recursos, seja observada a mesma a razão entre: 
I - a soma do valor apurado nos termos do inciso I do caput com o valor recebido nos termos 
deste artigo; e 
II - a receita média apurada na forma do inciso II do caput.” 
Logo, item também errado. 
 
 
Gabarito: letra E 
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Questão 7 
A Reforma Tributária prevê mecanismos que objetivam assegurar que os contribuintes não 
sofram com uma maior carga tributária em decorrência da instituição dos novos tributos. Em linhas 
gerais, a ideia do legislador constituinte é comparar, em determinados momentos, o valor arrecadado 
com os novos tributos com o que era arrecadado com os tributos extintos. E, em caso de aumento de 
arrecadação (proporcionalmente ao PIB), haverá redução das alíquotas de referência, como uma 
espécie de trava à arrecadação. 
A Constituição Federal define conceitos necessários à avaliação da necessidade dessa 
redução das alíquotas de referência. Marque a alternativa que NÃO corresponde a um conceito 
definido pelo texto constitucional, por não se tratar um parâmetro a ser considerado no momento de 
se analisar se a alíquota de referência da União e/ou dos entes subnacionais deverá ser reduzida ou 
não. 
(A) Teto de Referência da União 
(B) Teto de Referência dos Entes Subnacionais 
(C) Teto de Referência Total 
(D) Receita-Base da União 
(E) Receita-Base dos Entes Subnacionais 
 
Mais um assunto bem difícil. Porém, não o despreze, pois, se cair na sua prova, você terá 
condições de responder sem medo e seu ponto será valioso. 
Como dito no enunciado, o Governo adotará mecanismos com vistas à manutenção da 
arrecadação. Assim, haverá, grosso modo, em momentos definidos no texto constitucional, a 
comparação da receita média dos valores arrecadados pelos tributos extintos com a receita-base dos 
novos tributos. Em resumo, na hipótese de a receita-base (tributos novos) superar a média de 
receita (tributos extintos), a alíquota de referência é reduzida. Isso poderá acontecer em dois 
momentos, conforme veremos. 
No caso da União, temos o chamado “Teto de Referência da União”, que é a média da 
receita de 2012 a 2021 (10 anos) do IPI, PIS/COFINS e IOF-Seguros (art. 130, § 3º, I, do ADCT), 
e a Receita-Base da União, que é composta pela CBS e pelo IS (art. 130, § 3º, III, do ADCT). Se a 
média da Receita-Base da União em 2027 e 2028 exceder o Teto de Referência da União, a 
alíquota de referência da CBS será reduzida em 2030 (art. 130, § 4º). 
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Cabe ressaltar que essa comparação entre o Teto de Referência e a Receita-base não é 
realizada com base em valores nominais, pois eles são apurados como proporção do PIB, para que seja 
possível comparar arrecadações em períodos distintos. Por exemplo, se a receita média da União (IPI 
+ PIS/COFINS + IOF-Seguros), de 2012 a 2021, correspondeu a 10% do PIB e se a média da Receita-
Base da União (CBS +IS), em 2027 e 2028, corresponder a 11% do PIB, em 2030, a alíquota de 
referência da União será reduzida de forma que a Receita-Base seja igual ao respectivo Teto de 
Referência (art. 130, § 6º, I, do ADCT), ou seja, que reduza a alíquota da CBS (IS não tem alíquota de 
referência) de forma que a arrecadação de CBS mais IS corresponda a 10% do PIB. 
No caso dos Entes Subnacionais, não temos um Teto de Referência de Estados e 
Municípios como vimos em relação à União. Isso porque só existem dois mecanismos de trava de 
arrecadação possíveis: um, já visto, em relação à União (2030) e outro que irá comparar a receita-
base (tributos novos) com a média de receita (tributos extintos) considerando-se todas as 
esferas federativas (2035). 
Com isso, teremos o Teto de Referência Total, que é a média da receita, no período de 
2012 a 2021, de IPI + PIS/COFINS + IOF-Seguros + ISS + ICMS (art. 130, § 3º, II, do ADCT), e a 
Receita-Base Total, que corresponde à soma da Receita-Base da União (CBS +IS) com a Receita-
Base dos Entes Subnacionais (IBS Estadual + IBS Municipal), conforme art. 130, § 3º, III, IV e V, do 
ADCT. 
Caso a média da Receita-Base Total, entre 2029 e 2033, exceda o Teto de Referência 
Total, as alíquotas de referência da CBS e do IBS sofrerão reduções em 2035, proporcionais para 
as alíquotas de referência federal, estadual e municipal (art. 130, § 5 e § 6º, II, do ADCT). 
Perceba que poderá haver, em 2030, uma redução da alíquota de referência da União. E, em 
2035, a redução, se for o caso, será aplicada sobre as alíquotas de referência federal, estadual e 
municipal. Não há que se falar em redução de alíquota de referência de IBS, estadual ou municipal, 
isoladamente, nessas hipóteses apresentadas. Note também que essas hipóteses de redução das 
alíquotas de referência ocorrem em momentos distintos (2030 e 2035), sendo mais precoce em 
relação, exclusivamente, à alíquota de referência da União do que em relação a de todos os entes, 
tendo em vista que a transição do IBS será demorada mais que a da CBS. 
Do conjunto de conceitos definidos pela Constituição Federal, apenas não consta o disposto 
na alternativa B. Conforme vimos, não existirá um Teto de Referência dos Entes Subnacionais, mas 
tão-somente um Teto de Referência da União e um Teto de Referência Total, já que, se a receita-base 
superar a média de receita, ou teremos a redução da alíquota de referência da União (2030) ou a 
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redução das alíquotas de referência da União, Estados e Municípios, mas não a redução das alíquotas 
de referência dos Estados e Municípios, exclusivamente, até mesmo como forma de minimizar a 
interferência na autonomia dos entes federativos. 
 
 
 
Gabarito: letra B 
 
 
Questão 8 
Dentre os fundos criados pela Reforma Tributária, destaca-se o Fundo de Compensação de 
Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais do ICMS. Sobre o tema, nos termos da EC 132/23, é 
INCORRETO afirmar que: 
(A) foi criado com a finalidade de compensar, entre 1º de janeiro de 2029 e 31 de dezembro 
de 2032, pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias de isenções, incentivos e benefícios 
fiscais ou financeiro-fiscais relativos ao ICMS. 
(B) a União será responsável por entregar recursos ao Fundo, de 2025 a 2032. 
(C) aplica-se aos titulares de benefícios fiscais, onerosos ou não, referentes ao 
ICMS, regularmente concedidos até 31 de maio de 2023. 
(D) lei complementar estabelecerá os procedimentos de análise, pela União, dos requisitos 
para habilitação do requerente à compensação pelo Fundo. 
(E) eventual saldo financeiro existente em 31 de dezembro de 2032 será transferido ao 
Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional. 
 
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A criação de Fundos é um dos temas mais difíceis da Reforma Tributária. 
O Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiros-Fiscais está intimamente 
ligado à LC 160/2017, que só é objeto de estudo por aqueles que se debruçam sobre legislação 
tributária estadual. Portanto, eventual questão sobre o assunto muito provavelmente será literal, mas 
se faz necessário seu entendimento, até mesmo como forma de facilitar a memorização dos 
dispositivos. 
O art. 12 da EC 132/23 instituiu o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou 
Financeiros-Fiscais, com o objetivo de compensar, entre 2029 e 2032, os contribuintes que 
possuem benefícios fiscais de ICMS concedidos por prazo certo e sob condição, que terão perda 
do benefício fiscal proporcional à redução das alíquotas de ICMS para esse período (art. 128, § 3º, do 
ADCT). 
Conforme art. 178 do CTN, quando o benefício fiscal é concedido por prazo certo e sob 
condição (chamado de oneroso), não pode ser modificado ou revogado a qualquer tempo. Isso porque 
o contribuinte atendeu às condições exigidas pela norma concessiva (criação de postos de trabalho, 
arrecadação mínima etc.), ou seja, realizousua contrapartida e se planejou para utilizar o benefício 
até determinada data. Nos termos da Súmula 544 do STF, “isenções tributárias concedidas, sob 
condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. Logo, esses contribuintes devem receber 
recursos desse Fundo criado para compensar, no período de transição, a perda gradativa do benefício 
fiscal de ICMS. Mas não basta que o benefício fiscal de ICMS seja oneroso para que o contribuinte 
faça jus a esse Fundo. Mais um importante requisito é exigido e será explicado detalhadamente a 
partir de então, pois seu entendimento não é trivial. 
De acordo com o art. 12, § 4º, II, da EC 132/23, a compensação por esse Fundo não se aplica 
aos titulares de benefícios decorrentes do disposto no art. 3º, § 2º-A, da LC nº 160/2017, norma que 
permitiu aos Estados e ao DF deliberar sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, 
decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais de ICMS 
instituídos sem autorização de Convênio CONFAZ e a reinstituição dessas benesses. 
Segundo esse dispositivo, a partir de 1º de janeiro do 12º ano posterior à produção de 
efeitos do respectivo convênio autorizado pela LC 160/2017, a concessão e a prorrogação dos 
benefícios fiscais de ICMS destinados à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais, às 
prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in natura e à 
manutenção ou ao incremento das atividades portuária e aeroportuária vinculadas ao comércio 
internacional deverão observar a redução em 20% ao ano. 
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp160.htm#art3%C2%A72a
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Pois bem, o Convênio em questão é o 190/2017, publicado em 15/12/2017. Logo, 1º de 
janeiro do 12º ano posterior à produção de seus efeitos corresponde a 01/01/2029. Com a redução 
prevista de 20% ao ano, os benefícios fiscais de ICMS destinados à manutenção ou ao incremento 
das atividades comerciais, às prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos 
vegetais in natura e à manutenção ou ao incremento das atividades portuária e aeroportuária 
vinculadas ao comércio internacional seriam extintos paulatinamente de 2029 a 2033 e os demais, de 
uma vez só, em 2033, conforme veremos. 
Segundo o art. 3º, § 2º, da LC 160/2017, regra geral, o prazo de fruição dos benefícios fiscais 
regularizados não poderá ultrapassar 31 de dezembro do 15º ano posterior à produção de efeitos do 
Convênio CONFAZ 190/2017, ou seja 31/12/2032, justamente o último dia de vida do ICMS. 
Entretanto, como vimos, o § 2º-A do art. 3º dividiu os benefícios fiscais de ICMS em 2 grupos: o 1º, 
composto pelos benefícios fiscais comerciais, agropecuários interestaduais e os portuários e 
aeroportuários vinculados ao comércio internacional, que sofreriam uma redução de 20% ao ano, a 
contar de 2029; o segundo, composto pelos demais tipos de benefícios fiscais de ICMS (industriais, 
inclusive o agroindustrial, agropecuários internos, e os destinados ao investimento em infraestrutura 
rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano, bem como quanto 
àqueles destinados a templos de qualquer culto e a entidades beneficentes de assistência social), que 
não sofreriam essa redução de 20% e, assim como os do 1º grupo, ficariam extintos em 2033. 
Para entender definitivamente o segundo requisito exigido para o contribuinte receber 
recursos desse Fundo, é necessário recorrer ao § 2º do art. 128 do ADCT, acrescentado pela EC 
132/23, segundo o qual aos benefícios e incentivos fiscais ou financeiros referidos no art. 3º da LC 
160/2017 não será aplicada a redução prevista no § 2º-A do art. 3º da referida Lei Complementar 
(20% ao ano aos benefícios fiscais comerciais, agropecuários interestaduais e os portuários e 
aeroportuários vinculados ao comércio internacional). Assim, a EC 132/23 revogou o § 2º-A do art. 
3º da LC 160/2017. 
Perceba que a EC 132/23 não fez distinção entre os benefícios fiscais de ICMS: todos eles 
serão reduzidos na mesma proporção em que o ICMS será reduzido entre 2029 e 2032 (9/10, 8/10, 
7/10 e 6/10), ou seja, 10% ano. 
Daí, conclui-se que somente devem ser compensados com recursos do Fundo os 
contribuintes que não sofreriam essa redução em seus benefícios fiscais de 20% ao ano a partir de 
2029, que serão de fato prejudicados com a perda parcial do benefício fiscal com a extinção gradativa 
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do ICMS no período de transição (2029 a 2032). Para aqueles que já sofreriam essa redução de 20% 
ano, a situação melhorou, pois agora essa redução será de 10%, não fazendo sentido compensá-los. 
Em resumo, além da exigência de o benefício fiscal de ICMS ser oneroso e concedido 
regularmente (autorizado pelo CONFAZ e mediante lei específica do ente) até 31 de maio de 
2023, sem prejuízo de ulteriores prorrogações ou renovações, ou regularizado pela LC 160/2017, 
para o contribuinte receber recursos do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou 
Financeiro-Fiscais do ICMS, o benefício fiscal deve ser industrial, inclusive o agroindustrial, 
agropecuário (exceto interestadual) ou destinado a investimento em infraestrutura rodoviária, 
aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano, ou a templos de 
qualquer culto e a entidades beneficentes de assistência social. 
Superada a explicação do tema, seguem os dispositivos da EC 132/23 que embasam cada 
alternativa: 
(A) art. 12, caput 
(B) art. 12, § 1º 
(C) art. 12, § 4º, I 
(D) art. 12, § 6º, II 
(E) art. 12, § 9º 
O erro está em afirmar, na alternativa C, que o Fundo se aplica a compensar contribuintes 
que possuem benefícios fiscais, onerosos ou não, pois, como dito exaustivamente, apenas os titulares 
de benefícios onerosos devem ser compensados. 
 
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 30 
 
 
Gabarito: letra C 
 
 
Questão 9 
Com relação ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, marque a alternativa que se 
encontra em desacordo com o texto constitucional 
(A) o Fundo foi criado com objetivo de reduzir as desigualdades regionais e sociais. 
(B) é vedada a retenção ou qualquer restrição ao recebimento dos recursos de que trata 
esse Fundo. 
(C) os recursos do Fundo podem ser utilizados para a concessão de subvenções 
econômicas e financeiras. 
(D) os recursos do Fundo serão entregues aos Estados e ao Distrito Federal de acordo com 
a população (peso de 70%) e com o coeficiente individual de participação no Fundo de 
Participação dos Estados e do Distrito Federal (peso de 30%). 
(E) caberá aos Estados e ao Distrito Federal a decisão quanto à aplicação dos recursos, 
priorizando-se projetos que prevejam ações de sustentabilidade ambiental e redução 
das emissões de carbono. 
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Com a Reforma Tributária, a concessão de benefício fiscal está restrita às hipóteses 
dispostas na Constituição e a tributação do IBS será no destino. Consequentemente, os Estados 
perderam seu principal instrumento de atração das empresas para seus territórios: a redução da carga 
tributária de ICMS. 
Se nenhuma medida fosse adotada, naturalmente haveria uma tendência das empresas em 
cada vez mais se instalarem em regiões com melhores infraestruturas, portos, aeroportos, mais 
próximas aos mercados consumidores, o que aumentaria ainda mais as diferenças regionais. 
Como formade minimizar os efeitos negativos em razão da falta desse instrumento, em 
especial aos Estados menos desenvolvidos do país, criou-se o Fundo Nacional de Desenvolvimento 
Regional (FNDR). 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional está previsto no art. 159-A da 
Constituição Federal. Seu caput deixa claro seu objetivo: “reduzir as desigualdades regionais e 
sociais”, em cumprimento a um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. E 
acrescenta que o FNDR funcionará “mediante a entrega de recursos da União aos Estados e ao 
Distrito Federal”. 
Primeiramente, é importante destacar que o FNDR não guarda relação com a arrecadação 
de qualquer tributo de competência da União e, consequentemente, não se trata de um mecanismo 
de repartição indireta de receita tributária. Os recursos que abastecerão o FNDR sairão do caixa da 
União, não serão compostos por um percentual de algum tributo de sua competência. 
Logo, em que pese o FNDR também esteja localizado na Seção que trata da Repartição das 
Receitas Tributárias, não se pode confundir esse fundo, criado para substituir a função do ICMS de 
atrair empresas para o território, com os fundos que possuem o papel de repartir receita tributária 
indiretamente, a exemplo do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e do Fundo de 
Participação dos Municípios. 
Os incisos do caput do art. 159-A determinam a aplicação dos recursos recebidos pelos 
Estados e Distrito Federal em: 
“I - realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura 
II - fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda, 
incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e 
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III - promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à 
inovação.” 
Repare que o inciso II possibilita que o Estado se torne atrativo pela injeção de recursos 
diretamente nas empresas. 
 
 
Caberá aos Estados e ao Distrito Federal a decisão quanto à aplicação dos recursos recebidos 
da União (art. 159-A, § 3º), que priorizarão, em sintonia com o princípio da defesa do meio 
ambiente, projetos que prevejam ações de sustentabilidade ambiental e redução das emissões 
de carbono (art. 159-A, § 2º). 
Nos termos do § 1º do art. 159-A, é vedada a retenção ou qualquer restrição ao 
recebimento dos recursos desse fundo pelos Estados e DF. 
De acordo com o art. § 4º do art. 159-A, os recursos serão entregues aos Estados e ao 
Distrito Federal de acordo com coeficientes individuais de participação, calculados pelo TCU (art. 
159-A, § 5º), com base nos seguintes indicadores: população do Estado ou do Distrito Federal e seu 
coeficiente individual de participação no Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal. 
Como a preocupação do constituinte reformador com a criação desse Fundo é evitar que os 
Estados menos desenvolvidos (em regra, menos populosos) tornem-se menos atrativos, a lógica 
impõe um peso maior ao coeficiente individual de participação no Fundo de Participação dos Estados 
e do Distrito Federal do que o critério populacional. Por isso, previu-se um peso de 70% para o 
coeficiente individual de participação no Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal 
contra 30% para o indicador “população do Estado ou do Distrito Federal”. Assim, a inversão dos 
percentuais na alternativa D a torna errada, atendendo ao comando da questão. 
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Por fim, é necessário mencionar o surgimento de mais dois fundos com a Reforma Tributária. 
Lei complementar instituirá o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado 
do Amazonas, que será constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação 
do Estado do Amazonas na definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e 
a diversificação das atividades econômicas no Estado (art. 92-B, § 2º, do ADCT), e o Fundo de 
Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá, que também será 
constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação desses Estados na 
definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação de suas 
atividades econômicas (art. 92-B, § 6º, do ADCT). 
 
Gabarito: letra D 
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