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GESTÃO DA INTELIGÊNCIA DE CRIMES A1

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UNIJORGE CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO Tecnologia em Investigação Forense e Perícia Criminal VANNILY OLIVEIRA PEREIRA GESTÃO DA INTELIGÊNCIA DE CRIMES SEGURANÇA PÚBLICA EM SALVADOR: UMA VISÃO INTEGRADA ATRAVÉS DA PSICOLOGIA E DA INVESTIGAÇÃO FORENSE SALVADOR 2024.11. Introdução A violência em Salvador, como em diversas cidades brasileiras, se configura como um problema social complexo e multifacetado. Compreender suas raízes e buscar soluções eficazes exige uma abordagem abrangente que integre diferentes áreas do conhecimento, como a psicologia e a investigação forense. Este texto tem como objetivo analisar as causas da violência em Salvador, explorando as perspectivas da psicologia e da investigação forense, e propor medidas para construir uma cidade mais segura para todos. 2. Compreendendo as Causas da Violência: Uma Abordagem Psicológica. Do ponto de vista psicológico, a violênciaem Salvador está profundamente enraizada em fatores como: Desigualdade Social: Um Abismo que Gera Desesperança A profunda disparidade entre ricos e pobres em Salvador é um terreno fértil para o florescimento da violência. A frustração, o ressentimento e a exclusão que acompanham essa realidade lançam muitos jovens à marginalidade e ao crime, buscando alternativas, muitas vezes ilícitas, para sobreviver em um mundo que parece lhes negar oportunidades. Falta de Perspectivas: A Luz Que se Apaga A escassez de oportunidades em educação, trabalho e moradia rouba esperanças e sonhos, apagando a luz do futuro para muitos jovens em Salvador. Sem perspectivas de um futuro melhor, muitos se veem aprisionados em um ciclo de pobreza e desesperança, tornando-se mais suscetíveis ao crime e à violência. Desintegração Familiar: Alicerces Fracos, Laços Frágeis A ausência de um ambiente familiar acolhedore estruturado pode gerar laços frágeis e dificultar o desenvolvimento de valores éticos e sociais. A violência doméstica, a negligência e a falta de apoio emocional dentro do lar podem ser fatores que contribuempara o comportamento agressivo e a propensão à violência em indivíduos. Violência Doméstica: Um Ciclo de Sofrimento A vivência da violência no lar, muitas vezes desde a infância, normaliza o comportamento agressivo e aumenta a probabilidade de se tornar vítima ou agressor. As crianças e adolescentes expostas à violência doméstica podem ter sua saúde mental e emocional comprometidas, tornando-se mais propensas a reproduzir esse padrão de violência em suas próprias vidas.Saúde Mental Negligenciada: Feridas Silenciosas acesso precário a serviços de saúde mental em Salvador impede o tratamento adequado de traumas, transtornos psicológicos e problemas de dependência, perpetuando o ciclo da violência. As pessoas que sofrem com esses problemas muitas vezes não recebem o apoio necessário, o que pode levar ao agravamento de seus quadros e ao aumento da agressividade. 3. Compreendendo as Causas da Violência: Uma Abordagem Geral. As causas da violência em Salvador são complexas e multifacetadas, mas alguns dos principais fatores incluem: Desigualdade social: A profunda desigualdade racial e socioeconômica na cidade contribui para a marginalização e exclusão de grupos populacionais, tornando-os mais vulneráveis à violência e ao crime. Falta de oportunidades: A escassez de oportunidades em áreas como educação, emprego e moradia limita as perspectivas de futuro para muitos jovens, aumentando o risco de envolvimento em atividades criminosas. Tráfico de drogas: tráfico de drogas é um problema grave em Salvador, alimentando a violência e a criminalidade organizada. Fraqueza do sistema de segurança pública: A falta de recursos, treinamento adequado e efetividade das forças policiais contribui para a impunidade e a perpetuação da violência. Acesso precário à educação: Escolas públicas com infraestrutura deficiente, carência de professores qualificados e distorção idade-série empurram jovens para fora do sistema educacional, limitando suas oportunidades de futuro. Falta de oportunidades no mercado de trabalho: A alta taxa de desemprego, especialmente entre os jovens, dificulta a obtenção de renda digna e contribui para a inserção em atividades Moradia precária: A proliferação de favelas e áreas de risco expõe a população à violência, à falta de saneamento básico e à insegurança jurídica, perpetuando um ciclo de pobreza e exclusão. Falta de acesso a serviços básicos: A carência de serviços públicos como saúde, transporte e lazer limita o desenvolvimento social e individual, aprofundando as desigualdades e alimentando a frustração. 4. Construindo uma Salvador Mais Segura: Ações para o Futuro A construção de uma Salvador mais segura exige um esforço conjunto e multidisciplinar que combine medidas repressivas e preventivas, com foco em: Modernização das Forças de Segurança Pública: Investindo em Pessoas e TecnologiaTreinamento continuado: Oferecer treinamento continuado para os policiais nasáreas de técnicas de investigação, mediação de conflitos, direitos humanos e uso progressivo da força. Melhoria da infraestrutura: Investir em delegacias, unidades policiais e presídios, proporcionando melhores condições de trabalho para os policiais e promovendo a humanização do sistema prisional. Modernização do parque tecnológico: Equipar as forças policiais com armamento, dispositivos de proteção individual e tecnologia de ponta, como drones, sistemas de videomonitoramento e inteligência artificial, para o combate mais efetivo ao crime. Aumento do efetivo policial: Aumentar o número de policiais para garantir melhor patrulhamento das ruas e uma resposta mais rápida às ocorrências policiais. Valorização salarial: Investir na valorização salarial dos policiais para atrair e reter talentos, reduzindo a rotatividade e aumentando o comprometimento com a corporação. Promoção da integração entre as polícias: Fortalecer a integração entre as polícias Civil, Militar e Federal, promovendo o compartilhamento de informações e o planejamento conjunto de ações policiais. Polícia Comunitária: Investir em programas de polícia comunitária que aproximem a população das forças policiais, promovendo a confiança e a colaboração no combate à criminalidade. Ampliação do Acesso à Saúde Mental: Investindo no Bem-Estar Emocional da População Aumento do número de profissionais: Investirna formação e contratação de psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e outros profissionais da saúde mental para atender a demanda da população. Descentralização do atendimento: Criar Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em diferentes bairros da cidade, facilitando o acesso da população aos serviços de saúde mental, especialmente nas periferias. Atendimento especializado: Oferecer atendimento especializado para diferentes públicos, como crianças, adolescentes, adultos, idosos e dependentes químicos. Quebra de estigma: Realizar campanhas de conscientização para desmistificar o preconceito em torno da saúde mental, incentivando a população a buscar ajuda quando necessário. Tratamento gratuito e acessível: Garantir o acesso gratuito e universal aos serviços de saúde mental, tanto na rede pública quanto na rede conveniada. Integração com outros serviços: Integrar os serviços de saúde mental com outros serviços sociais, como assistência social, segurança pública e educação, para uma abordagem multidisciplinar e holística do cuidado. Ampliação do Acesso à Saúde:Construção de novas unidades de saúde: Ampliar a rede de unidades de saúde, incluindo Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, para garantir atendimento médico de qualidade e acessível à toda a população. Aquisição de equipamentos e insumos: Investir na aquisição de equipamentos médicos modernos e insumos hospitalares para garantir um atendimento digno e eficiente à população. Contratação de profissionais: Contratar mais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais de saúde para suprir a carência de pessoal e garantir um atendimento humanizado e de qualidade. Implementação de programas de saúde preventiva: Implementar programas de saúde preventiva, como campanhas de vacinação, exames periódicos e ações de educação em saúde, para promover a saúde da população e prevenir doenças. Combate à Violência Doméstica: Campanhas de conscientização: Realizar campanhas de conscientização sobre a violência doméstica, sensibilizando a população sobre o problema, seus efeitos negativos e os canais de denúncia disponíveis. Apoio às vítimas: Criar e ampliar a rede de atendimento às vítimas de violência doméstica, oferecendo apoio psicológico, jurídico e social, garantindo sua segurança e bem-estar. Medidas punitivas contra agressores: Aprimorar a legislação e garantir a efetividade das medidas contra agressores, combatendo a impunidade e prevenindo novas ocorrências de violência. Educação para o respeito e a igualdade: Implementar programas de educação nas escolas e comunidades que promovam o respeito, a igualdade de gêneroe a resolução pacífica de conflitos, combatendo a cultura de violência e discriminação. Ampliação do Acesso à Educação: Construção de novas escolas: Construir novas escolas em áreas com déficit de vagas, especialmente nas periferias da cidade, para garantir o acesso universal à educação de qualidade. Ampliação do horário escolar: Ampliar o horário escolar para oferecer atividades extracurriculares, como reforço escolar, oficinas culturais e esportivas, proporcionando um ambiente de aprendizado mais completo e estimulante para os alunos. Investimento em formação de professores: Investir na formação continuada de professores, oferecendo cursos, workshops e treinamentos para aprimorar suas habilidades e conhecimentos, garantindo um ensino de qualidade para todos os alunos. Distribuição de material escolar gratuito: Distribuir material escolar gratuito para todos os alunos da rede pública de ensino, garantindo que todos tenham acesso aos recursos necessários para aprender.Implementação de programas de educação especial: Implementar programas de educação especial para atender às necessidades de alunoscom deficiências e transtornos de aprendizagem, garantindo-lhes o direito à educação e à inclusão social. Ampliação do Acesso à Moradia: Construção de casas populares: Construir casas populares em áreas com infraestrutura adequada, como saneamento básico, transporte público e áreas de lazer, proporcionando moradia digna e acessível para famílias de baixa renda. Regularização fundiária: Regularizar a situação fundiária de assentamentos precários, garantindo segurança jurídica aos moradores e facilitando o acesso a serviços públicos e infraestrutura. Programa de aluguel social: Implementar um programa de aluguel social para auxiliarfamílias de baixa renda a pagar o aluguel de suas moradias, diminuindo o déficit habitacional e promovendo a inclusão social. Ampliação do Acesso ao Lazer e à Cultura: Construção de espaços públicos de lazer: Construir parques, praças, quadras esportivas e outros espaços públicos de lazer para que a população tenha acesso a atividades de lazer e cultura, promovendo a qualidade de vida e a integração social. Apoio a eventos culturais: Apoiar a realização de eventos culturais, como shows, apresentações teatrais e festivais, para promover a cultura local e democratizar o acesso à cultura para a população. Criação de programas de educação em arte e cultura: Implementar programas de educação em arte e cultura nas escolas e em espaços comunitários, para estimular a criatividade, a expressão artística e o apreço pela cultura. Conclusão Ao aliar a compreensão das causas psicológicas da violência com a atuação estratégica da investigação forense e perícia criminal, podemos traçar um caminho para uma Salvador mais segura. Investir em ações de prevenção social, aliadas a um sistema de justiça criminal fortalecido, é fundamental para romper o ciclo da violência e construir uma cidade onde todos possam conviver com harmonia e segurança. Como profissional da área de Investigação Forense e Perícia Criminal, posso contribuir para a segurança pública de Salvador através de: Participação na elaboração de relatórios periciais minuciosos que auxiliem na condenação de criminosos e previnam a impunidade. Auxílio no desenvolvimento de técnicas investigativas mais modernas e eficientes para combater o crime organizado e a violência urbana.Ministrando cursos e palestras para disseminar o conhecimento da área e colaborar na formação de profissionais capacitados para atuarem na segurança pública. Realizando pesquisas científicas que contribuam para o mapeamento do crime e a identificação de padrões criminais, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas mais direcionadas. Através da análise criminal e da compreensão dos fatores psicológicos que contribuem para a violência, podemos: Identificar Perfis Criminais: Estabelecendo perfis criminais baseados em modus operandi e motivações, podemos antecipar ações delituosas e otimizar a investigação policial. Programas de Reabilitação Baseados em Fatores Psicológicos: Desenvolver programas de reabilitação para criminosos que considerem aspectos psicológicos como traumas, transtornos mentais e ausência de perspectivas. Prevenção através da Psicologia Social: Implementar campanhas educativas e programas de intervenção social baseados em psicologia social para prevenir o engajamento na violência e promover a cultura da paz. A segurança pública de Salvador exige um esforço coletivo. A união de diferentes áreas do conhecimento, como a psicologia, a investigação forense e a própria comunidade, é a chave para transformar a cidade em um ambiente mais justo, seguro e inclusivo para todos os seus habitantes. Referências: JACCOUD, L. B.; BEGHIN, N. Desigualdade racial no Brasil: um balanço da intervenção governamental. Brasília: Ipea, 2002. PEREIRA, P. A. P. Discussões conceituais sobre política social como política pública e de direito de cidadania. In: BOSCHETTI, I. (Org.). Política social no capitalismo: tendências contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2009. SILVA, J. (2020). Segurança pública: desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Segurança Pública, 35(2), 45-58. AMORIM, Antônio Leonardo; DE ARAÚJO BALIEIRO, Danilo. O RACISMO ESTRUTURAL E AS RELAÇÕES DE VIOLÊNCIA E LETALIDADE POLICIAL NO BRASIL. Caderno de Graduação Ciências Humanas e Sociais UNIT SERGIPE, [S. V. 8, n. 2, p. 54-73, 2023. Disponível em: Acesso em: 12 maio. 2024. ALEXANDER, Michelle. A nova segregação: racismo e encarceramento em massa. Tradução de Pedro Davoglio. São Paulo: Boitempo, 2017.BORGES, Juliana. O que é encarceramento em massa? Belo Horizonte: Letramento e Justificando, 2018. CARVALHO, Sílvio Roberto Bastos de. Os custos da (in)segurança na Bahia: Um estudo exploratório. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Análise Regional. Universidade Salvador. Salvador Bahia. 2007. FREITAS, Felipe da Silva. Discursos e práticas das políticas de controle de homicídios: umaanálise do "Pacto pela Vida" do estado da Bahia (2011 - 2014). 2015. 159 f., il. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015. CESCA, Taís Burin. papel do psicólogo jurídico na violência intrafamiliar: possíveis articulações. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, V. 16, n. 3, p. 41-46, set./dez. 2004. Sawaia, B. B. (2007). O sofrimento ético-político como categoria de análise da dialética In B. B. Sawaia (Org.), As artimanhas da exclusão: uma análiseético-psicossocial da desigualdade ed., pp. 97-119). Petrópolis, RJ: Vozes.

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