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1 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS (SUPPLY CHAIN MANAGEMENT) 1 Sumário 1.1- METODOLOGIA ...................................................................... 5 3. A CADEIA DE SUPRIMENTOS DENTRO DAS EMPRESAS ... 10 5. REDES E CADEIAS DE SUPRIMENTOS ................................. 18 6.1- EVOLUÇÃO DO BI ................................................................ 19 8. DATA MINING ........................................................................... 22 9. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS E LOGÍSTICA ....... 26 11. MAS, O QUE É A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS? 30 Compras .................................................................................... 32 13. MELHORES PRÁTICAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS ...... 36 13.2- QUE ERROS O GESTOR NÃO PODE COMETER? ............. 39 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................... 45 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO A gestão da cadeia de suprimentos vem se tornando uma área de crescente importância para as organizações nas últimas décadas em função de diversos fatores. Primeiro, as organizações estão focando as suas competências centrais e repassando aos fornecedores o desenvolvimento e suprimento de atividades e itens que suportam às suas atividades principais. Segundo, a globalização e internacionalização dos mercados requer que as organizações utilizem outras organizações para atender às demandas em diferentes países (STOREY et al., 2006) ou mesmo diferentes localidades dentro de um mesmo país. Terceiro, a própria segmentação do mercado (STOREY et al., 2006) exige que as organizações utilizem outros parceiros para ajudar a segmentar seus produtos, distribuição, vendas, entre outras atividades. Por fim, a complexidade gerencial das organizações tende a ser reduzida com a alocação de certas atividades para outras empresas. A pesquisa acadêmica sobre gestão da cadeia de suprimentos também vem avançando crescentemente nas últimas décadas com amplos e diversificados estudos sobre o tema (BURGES; SINGH; KOROGLU, 2006). Estudos sobre os antecedentes necessários para a gestão da cadeia de suprimentos como, por exemplo, confiança e relacionamento (WU; CHOI, 2005; IRELAND; WEBB, 2006; McCARTER; NORTHCRAFT, 2006; GATTIKER; HUANG; SCHWARZ, 2007) e sobre as atividades organizacionais após as relações entre empresas já estarem desenvolvidas, tais como a troca de informações (BARRATT; OKE, 2006; CHU; LEE, 2006), a coordenação e cooperação entre empresas (SOUZA et al., 2004; DUDEK; STADLER, 2005; YUE et al., 2006) e a configuração da rede de fornecedores e parceiros (NAGURNEY et al., 2005; SIVADASAN et al., 2006) são alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos. Outro conjunto de pesquisas é direcionado para os resultados da gestão da cadeia de suprimentos. Esses estudos buscam explorar as consequências das relações entre fornecedores e compradores ao longo da cadeia, como o efeito chicote (bullwhip effect) (MIYAOKA; HAUSMAN, 2004; SHEU, 2005), o desempenho (MARQUEZ; BIANCHI; GUPTA, 2004; RAY; LI; 4 SONG, 2005; HULT et al., 2006) e a sustentabilidade da cadeia em si (LINTON; KLASSEN; JAYARAMAN, 2007). Apesar do avanço prático e acadêmico, a gestão da cadeia de suprimentos ainda não se solidificou enquanto teoria ou mesmo disciplina (HARLAND et al., 2006; STOREY et al., 2006). Como uma área relativamente jovem, a gestão da cadeia de suprimentos necessita de medidas e construtos, definições e perspectiva teórica robusta (BURGES; SINGH; KOROGLU, 2006). Burges, Singh e Koroglu (2006) ainda utilizam diversas teorias para explicar o tema. Por exemplo, Tan (2001) tenta unir uma abordagem de compras e outra de logística para definir a gestão da cadeia de suprimentos, enquanto Chen e Paulraj (2004) utilizam uma perspectiva teórica de compras para justificar seu modelo. Outros autores tentam criar e estabelecer construtos, modelos e medidas para, por exemplo, as práticas na área (LI et al., 2005) e os antecedentes da agilidade na cadeia de suprimentos (SWAFFORD; GHOSH; MURTHY, 2006). De fato, áreas das ciências sociais têm tentado entender e explicar o fenômeno, embora a área de produção e operações estejam mais voltadas para o tema (BURGES; SINGH; KOROGLU, 2006). Para solidificar-se como teoria e disciplina, a área requer, portanto, mais evidências, conclusões e debates (HARLAND et al., 2006). Diante de um tema complexo, relativamente amplo e ainda recente, o processo de escolha do objeto de pesquisa pelos pesquisadores e estudantes torna-se fundamental para que evidências empíricas ajudem o desenvolvimento da área. Apesar da contribuição e direcionamento proporcionados por artigos sobre o tema, não há um trabalho que sumarize os principais temas pesquisados e aponte lacunas a serem preenchidas por novas pesquisas. O objetivo deste material é apresentar uma perspectiva sobre os estudos feitos e os principais tópicos pesquisados sobre gestão da cadeia de suprimentos publicados nos principais periódicos acadêmicos internacionais da área de gestão de produção e operações entre os anos de 2004 e 2006. Para isso, apresenta-se um modelo de gestão da cadeia de suprimentos que serve de referência para este estudo. Duas dimensões foram utilizadas para classificar os artigos analisados: característica do periódico acadêmico (qualidade-relevância) e metodologia empregada (empiricismo-modelagem). 5 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica e descritiva, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica, a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. Outro método utilizado foi à metodologia de ensino Waldorf, esta metodologia é uma abordagem desenvolvida pelo filósofo Rudolf Steiner. Ele acreditava que a educação deve permitir o desenvolvimento harmônico do aluno, estimulando nele a clareza do raciocínio, equilíbrio emocional e a proatividade. O ensino deve contemplar aspectos físicos, emocionais e intelectuais do estudante. A pesquisa é descritiva, de campo e histórica, apoiada em técnicas de análise documentalbons canais de comunicação com fornecedores também é importante para resolver conflitos de maneira rápida e eficaz, solucionando problemas em conjunto. A comunicação ainda permite que o fornecedor conheça as necessidades da empresa, podendo, assim, tomar atitudes por conta própria para adequar seu atendimento. Por fim, a integração entre clientes e fornecedores também permite elevar o relacionamento à condição de parceria. É possível, portanto, desenvolver novos projetos e promover modernizações de maneira coordenada, fazendo com que todos ganhem com o aperfeiçoamento mútuo. Ignorar as tendências do mercado A essa altura, você já sabe que a flexibilidade é um dos principais desafios na gestão da cadeia de suprimentos. Isso não significa, contudo, que é preciso estar atento apenas às flutuações quantitativas de demanda, mas também entender a mudança dos hábitos de consumo dos compradores e, sobretudo, conhecer novas tecnologias e metodologias que possam melhorar a SCM. A cada dia são desenvolvidas novas tecnologias para melhorar os processos da cadeia de suprimentos. A Internet das Coisas é uma dessas novidades que prometem reduzir custos na cadeia logística. Com ela, é possível conectar cada item comprado ou estocado à internet, permitindo analisar sua movimentação por toda a cadeia e, com isso, saber exatamente quanto tempo levou do fornecedor até a empresa e da estocagem até a venda final. 42 14. COMO MELHORAR A SUPPLY CHAIN MANAGEMENT? Use ferramentas tecnológicas A alta complexidade da gestão da cadeia de suprimentos exige o uso de ferramentas tecnológicas. Afinal, cuidar de tudo manualmente é simplesmente impossível! Já falamos aqui sobre como a Internet das Coisas pode ajudar no controle logístico, mas existem outras soluções que podem se tornar importantes aliadas. Um bom exemplo vem do uso de ferramentas para o gerenciamento de transações digitais. Estamos falando do Agreement Cloud, suite de soluções para todas as etapas de um documento, desde o preparar o arquivo até para a assinatura eletrônica de documentos e a gestão automatizada de arquivos. Com as soluções do Agreement Cloud é possível se livrar da papelada e realizar determinadas tarefas de forma simples, rápida e segura — como a assinatura de contratos ou a emissão de pedidos de compra. Um case de sucesso dessa ferramenta vem de uma gigante da tecnologia: a HP. Com uma plataforma de Assinatura Eletrônica, a empresa conseguiu melhorar o tempo de turnaround de documentos em 93%, diminuiu 70% das etapas exigidas no ciclo de contratação de clientes e economizou cerca de 33 dólares por arquivo enviado, montante que seria gasto em impressão, fax e envio de papéis. Conte com um setor especializado Já está claro que a boa gestão de SCM depende da integração de diversos setores, correto? Mas é importante ter uma equipe dedicada a coordenar essas áreas e dar fluidez à comunicação entre as partes. Contar com um setor de suprimentos integrado ao departamento de compras pode, portanto, conferir mais segurança e agilidade à tomada de decisões, além de permitir que o controle de custos e de qualidade seja centralizado. 43 Qualifique sua rede de fornecedores Manter uma boa rede de fornecedores e parceiros é o mínimo necessário para garantir a integridade da sua cadeia de suprimentos. E os esforços nesse sentido devem começar desde cedo, com a pesquisa por potenciais parceiros, em uma ação que deve levar em conta preços, prazos, protocolos de qualidade e alinhamento de compliance. Diversificar sua rede também é importante para não se tornar dependente de um único provisor e, por isso, ter que lidar com problemas intransponíveis quando um dos fornecedores apresenta um problema pontual. Além disso, a variedade de fontes ainda permite um maior poder de barganha com cada um dos parceiros. Por fim, lembre-se de que é importante investir na integração constante com seus parceiros a fim de melhorar seus resultados cada vez mais. Promover treinamentos em conjunto, fazer visitas esporádicas e abrir as portas da sua empresa para receber os fornecedores ajuda a estreitar laços e cultivar relações mais saudáveis entre as empresas. Faça um planejamento estratégico Por fim, vale reforçar o ponto central da gestão de cadeia de suprimentos: o planejamento estratégico. Todos os fatores que listamos neste post, desde a seleção de fornecedores, passando pela observação das tendências do mercado até chegar ao uso de ferramentas e metodologias focadas em resultados devem fazer parte do planejamento empresarial. Isso significa que é preciso analisar todos os dados oriundos da cadeia de suprimentos de maneira ininterrupta, traduzindo essas informações em relatórios gerenciais e, a partir daí, traçar os próximos passos da empresa no futuro para manter a otimização da SCM. Um último alerta: embora o planejamento estratégico seja responsabilidade de gestores e lideranças, ele só é eficiente quando envolve todos os setores implicados na cadeia de suprimentos. Por isso, deve ser conduzido de forma integrada e, principalmente, divulgado para todos que fazem parte da SCM. 44 Seguindo as orientações deste post, a cadeia logística deixa de ser um possível foco de problemas e passa a ser um diferencial competitivo do seu negócio. Afinal, os custos serão reduzidos e as entregas serão mais rápidas e qualificadas, o que faz com que, na ponta da cadeia, a satisfação dos clientes aumente. Além disso, esse gerenciamento produz impactos significativos em todo o ciclo de uma empresa, sendo capaz de torná-la otimizada, mais eficiente e com maior potencial de rentabilidade. 45 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos últimos anos a Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) tem proporcionado oportunidades e desafios para criação de vantagens competitivas em um mercado globalizado, altamente competitivo e até certo ponto hostil em alguns segmentos. Esta realidade torna a gestão dos custos logísticos um fator de importante destaque, fazendo com que a sua eficiência se torne o principal fator de sucesso no mundo dos negócios. Por sua vez, o uso de um moderno sistema de custeio pode contribuir em muito no alcance desses resultados. Neste contexto, o artigo apresenta um estudo no intuito de analisar pormenorizadamente os conceitos científicos sobre cadeia de suprimentos (SC) e seus respectivos elos, bem como a forma mais adequada do gerenciamento dos custos através de um eficiente sistema de custeio. Diante do exposto, a aplicação da metodologia do custeia ABC na gestão da cadeia de suprimentos, torna-se uma ferramenta eficaz no controle dos custos logísticos. É uma forma eficiente de identificar e quantificar as atividades envolvidas ao longo de toda a cadeia, além de dimensionar corretamente os custos e tornar evidentes os direcionadores dos custos envolvidos em todo o processo. É bom lembrar que a diminuição dos custos logísticos no Brasil não depende unicamente de um bom modelo de gestão, mas depende também de outros fatores de igual importância como: investimento maciço do governo e das empresas privadas na reforma e melhoria da infra-estrutura logística do país; treinamento e capacitação de profissionais na área logística e melhor adequação da matriz do transporte brasileira, principalmente com utilização de sistemas intermodais, que contribuem de forma significativa nas reduções dos custos de transporte. 46 16. REFERÊNCIAS BACK, Luani. Gestão da cadeia de suprimentos: análise de uma indústria moveleira do oeste do Paraná. Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, Florianópolis, SC, Brasil, v. 7 , n. 14, p. 55-68, 2015. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:.BARBOSA, Camila. CASTRO, Sergio Francisco de Oliveira de. FRABETTI, João Luiz. OLIVEIRA, Gabriel Antonio Bom. SARAIVA, Antonio Wanderlan Pereira. Cadeia de suprimentos e seu espaço dentro das organizações. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:. CASTRO, Odair José. SANTOS, VANIA Souza Dos. Gestão da cadeia de suprimentos tema: logística empresarial. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:. CORREA, Rinaldi da Silva. NETO, Mario Sacomano. Cadeia de suprimentos (sc) - a importância da escolha do método de custeio na gestão dos custos logísticos. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em: . LACERDA, Daniel Pacheco. TEIXEIRA, Rafael. Gestão da cadeia de suprimentos: análise dos artigos publicados em alguns periódicos acadêmicos entre os anos de 2004 e 2006. Gest. Prod. vol.17 no.1 São Carlos 2010. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:. LEITE, Caio César Lemes. A logística e a gestão da cadeia de suprimentos: Um estudo de caso de uma empresa da região do Sul de Minas 47 Gerais. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:.sobre a legislação e os planos de ensino obtidos, bibliográfica (MALHOTRA, 2006; COOPER; SCHINDLER, 2003; VERGARA, 2003; LUNA, 2002), e de análise de conteúdo (BARDIN, 2004). O planejamento e a revisão da literatura ocorreram durante o segundo semestre de 2007; a coleta dos dados, a análise e a apresentação dos resultados ocorreu durante 2008. Ainda para a construção deste, foi utilizado a etnometodologia, pela fenomenologia e pelo legado de Wittgenstein, além de alguns elementos marxistas e outros pensamentos mais contemporâneos, como os desenvolvidos por Pierre Bourdieu e Anthony Giddens. Segundo Nicolini, Gherardi e Yanow (2003) a noção de prática, na sua essência filosófica, está baseada em quatro grandes áreas do saber - na tradição marxista, na fenomenologia, no interacionismo simbólico e no legado de 6 Wittgenstein, das quais podem ser citados fenômenos como: conhecimento, significado, atividade humana, poder, linguagem, organizações, transformações históricas e tecnológicas, que assumem lugar e são componentes do campo das práticas para aqueles que delas compartilham. Com tudo, o intuito deste modelo é possibilitar os estudos e contribuir para a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva. 7 2. A CADEIA DE SUPRIMENTOS Cadeia de suprimentos, também conhecida como supply chain, é constituída por um conjunto de organizações que na maioria são fornecedores, que supri as necessidades de uma organização que produz e distribui produtos e/ou serviços comercializados. Desta forma a cadeia de suprimentos pode ser definida como o ciclo de vida de processos que abrangem fluxos físicos, financeiros, informativos e de conhecimento, e as organizações que a utilizam têm como o objetivo à satisfação das expectativas do consumidor final na aquisição de produtos e serviços. É papel da cadeia de suprimentos controla o fluxo de informações e produtos de forma a equilibrá-los, evitando assim oscilações na demanda, objetivando o aumento os resultados como um todo, ou seja, as receitas e os custos como um valor global. “Toda cadeia de suprimentos é formada por elos que devem ser mantidos sempre muito bem coesos, pois se um deles se rompe, toda a cadeia é afetada. Então é muito importante manter uma boa administração em todos os níveis, para que eles possam assegurar uma boa desenvoltura e suprir com as necessidades de todos os envolvidos com a cadeia, devido também a interdependência de cada elo para com os resultados finais. Uma das tarefas mais difíceis dentro de uma empresa é ter uma cadeia de suprimentos bem equilibrada, balanceada, isto é, com elos firmes que mantenham estabilidade e uma racionalidade quando da tomada de decisões.” (Abreu, 2009). A estruturação de uma cadeia de suprimentos exige que a empresa conheça algumas informações sobre a sua aplicação, como o tipo de demandas a serem atendidas, o nível dos serviços requeridos pelo consumidor final, a localização da maior parte de seus clientes, os custos envolvidos, dentre outros. Uma cadeia de suprimentos deve conter alguns elementos básicos, os quais são expostos por Brustello (2006) como sendo: Produção: a empresa deve se focar na produção de produtos procurados pelos consumidores e o que a demanda de mercado exige, como qualidade, valores, quantidades, etc. 8 Fornecedor: a organização deve buscar por fornecedores que possam produzir com capacidade focando a economia e a eficiência dos produtos necessários, onde a terceirização é um item relevante quando a empresa não tem como objetivo a fabricação de determinados tipos de componentes dos produtos fabricados. Estoque: a partir desse ponto a empresa deve concentrar–se em um equilíbrio entre controlar um grande estoque, o qual envolve em alto custo para a mesma, ou não controlar, quando não há necessidade, um exemplo, estoque enxuto (por encomenda), havendo o comprometimento da capacidade de atendimento da demanda. Localização: a empresa deve decidir onde serão implantadas suas instalações, dependendo assim de sua demanda de mercado e satisfação dos clientes, onde devem ser consideras a localização das linhas de produção, dos centros de distribuição e de estoques. Transporte: a empresa deve buscar pela forma de transporte dos produtos, sendo este um ponto crucial de decisão, já que aproximadamente 30% do custos do produto são abordados pelo transporte. Informação: a empresa deve utilizar as informações adquiridas dentro desta mesma e também de seus clientes, de forma a melhorar os processos de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Para que uma empresa obtenha o sucesso na utilização de sua cadeia, não é necessário somente realizar a entrega dos produtos comercializados a um preço justo ou aceitável, com qualidade atribuída por padrões e com serviços otimizados oferecidos ao consumidor, mas sim viabilizar também a minimização dos custos envolvidos. A melhoria nos processos é um fator de fundamental importância no aumento da competitividade de uma empresa em relação ao mercado altamente competitivo que temos atualmente. A padronização de um processo, ou seja, dar condições de repetibilidade é uma forma de reduzir custos para a empresa, tendo em vista que 9 um padrão permite a produção em velocidade muito mais rápida, e a estipulação de um padrão de qualidade. Deve-se assim considerar a velocidade de realização das entregas, sendo este um fato essencial para a obtenção de sucesso em um mercado competitivo, e também a formalização de características próprias de trabalho da empresa, diferenciando assim seu fornecimento frente às demais empresas concorrentes. A empresa deve ter uma própria política e seu tipo de planejamento, que para os olhos do mercado deve ter seu diferencial. Abaixo, alguns pontos onde as organizações podem trabalhar para que se torne única em suas atividades: Preço: os preços mantêm as empresas mais competitivas, dessa forma as mesmas devem se aprimorar continuamente através da diminuição de gastos com estoque, utilizando-se ao mesmo tempo, da melhor maneira possível, os ativos existentes; Prazo de entrega: os prazos definidos aos primeiros clientes afetam consequentemente os prazos posteriores, desta forma também são afetadas a velocidade e flexibilidade da cadeia de suprimentos como um todo. Sendo assim, quanto menor for o prazo de entrega determinado pela empresa, os ganhos relacionados à competitividade serão maiores; Confiabilidade: a empresa ganha através de bons atendimentos, preços mais baixos, pontualidade nas entregas, etc., quando a empresa atinge as perspectivas dos consumidores. Responsabilidade: dispõe da habilidade de fornecer informações, tanto ao cliente quanto aos fornecedores, informações como potencialidades, distinções de produtos, sobre o tipo de produção, responsabilidade em verificar se há disponibilidades para o fornecimento, tanto em material quanto em capacidade, priorizando assim a demanda determinada pelo gerenciamento. Plano estratégico: possibilita a satisfação dos clientes e o mercado consumidor. Esse processo tem o objetivo de maximização da lucratividade da cadeia de suprimentos e beneficia a lucratividade da organização. Gerenciamento de demanda: a organização deve estar ciente da procura dos clientes, dos tipos dos produtos, quantidade, tendências, etc. 10 3. A CADEIA DE SUPRIMENTOS DENTRO DAS EMPRESAS A cadeia de suprimentos que está presente nas organizações é especializada como uma ferramenta de ligação entre o mercado, as redes de distribuição, os processos de produção e as atividades de compra e venda, de forma que os consumidores obtenham um serviço de alto nível relacionado a um baixo custo total, fazendo assim um processo de negócios complexo com um ganho de eficiência considerável.Com intuito é dar uma resposta rápida ao cliente, por meio do compartilhamento de informações de forma bidirecional e reorganização da cadeia para que ela se torne mais ágil no atendimento às necessidades dos clientes. Utiliza-se o conceito de o ECR. o ECR sigla para Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Consumidor, o ECR é uma nova estratégia ligada à oferta de produtos aos clientes. Ela envolve o contato entre fabricantes, atacadistas e/ou varejistas, e se baseia na troca de informações relevantes. A ideia é que, por meio desse fluxo de dados, seja possível criar uma cadeia de valor contínua. Ou seja, a indústria e a distribuidora deixam de ser “concorrentes” e passam a trabalhar juntas pela melhoria dos resultados. O principal objetivo é tornar os negócios capazes de oferecer o que os clientes esperam, no momento que desejam e da forma que preferem. Tudo isso só é possível graças à troca de dados relevantes entre as partes. Esse conceito é muito utilizado no varejo, como, por exemplo, em supermercados e em lojas de departamentos. “Assim a gestão da cadeia de suprimentos se refere à integração de todas as atividades associadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços, desde as empresas fornecedoras de matéria-prima até o usuário final incluindo o fluxo de informação necessário para o sucesso.” (BALLOU et.al. 2004). Na cadeia de suprimentos, as partes envolvidas mantêm um relacionamento baseado em confiança e comprometimento, onde a interação 11 desses valores permite que as partes perseverem para o aprimoramento total da cadeia de suprimentos, uma vez que os comportamentos oportunistas não são temidos e o entendimento de que os benefícios e prejuízos são divididos de forma igual é verídico. São expressos por Brustello (2006) três pontos importantes para a implantação de uma cadeia de suprimentos dentro de uma organização: Base de dados: envolvidos na cadeia de suprimentos que devem estar todas conectadas, de modo a estarem sempre atualizados e a veracidade dos dados de produtos serem garantida. Planejamento e sincronismo: com a utilização da cadeia de suprimentos interligada pela base de dados, deve haver uma metodologia integrada de planejamento e sincronismo entre os envolvidos. O processo de planejamento e o sincronismo além de incluir a identificação das informações também abrangem os processos físicos contidos na cadeia de suprimentos. Gerenciamento de relatórios: a comunicação é parte importante do gerenciamento da cadeia de suprimentos, induzindo assim a comunicação entre os participantes através de relatórios gerenciais. “O Supply Chain Management (SCM) ou gerenciamento da cadeia de suprimentos é uma evolução na operação logística, pois a otimização na produção para a redução em até 25% os custos de uma organização. O SCM, que começa a ganhar cada vez mais espaço nas economias, inicia no estudo da demanda de mercado de consumo final de um determinado produto, origem das informações que vão balizar toda a ação da cadeia produtiva daquele produto, desde seu suprimento, na matéria-prima. É o consumo final que interessa e que rege a quantidade a ser produzida, eliminando os estoques desnecessários e incertos, mas mantendo os estoques de risco, tal ação pode ter a ótica econômica marxista, que dizia que o valor do produto é o resultado, na verdade, provém do valor que o consumidor está disposto a pagar em função da utilidade que esse produto tem para ele”. (Guimarães, 2008). Pode-se considerar que a cadeia de suprimentos tem por objetivo o atendimento geral do fluxo de produtos e serviços, desde a sua produção, até a entrega dos mesmos aos consumidores finais atendendo assim suas expectativas do que foram oferecidos, algo com qualidade. 12 Sua implantação nas empresas exige o conhecimento de características do dia a dia, iguais as que influenciam na qualidade de processos tanto internos quanto externos, como por exemplo, o tipo de demandas a serem atendidas, o nível dos serviços requeridos pelo consumidor final, a localização da maior parte de seus clientes, os custos envolvidos, dentre outros. Contudo, para que a organização destaque-se em frente às demais, na utilização da cadeia de suprimentos, é necessário que a mesma, possua características próprias, podendo ser estas características relacionadas a preços, prazos de entrega, confiabilidade, responsabilidade, transparência, planos estratégicos, gerenciamento de demandas, planejamento de fornecimento e programação da produção. 13 4. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A cadeia de suprimentos é formada por três elementos, sendo eles estrutura da cadeia de suprimentos, processos da cadeia de suprimentos e componentes de gestão da cadeia de suprimentos. Os componentes de gerenciamento são as variáveis de gestão pelo qual a empresa e os processos são integrados e gerenciados em toda a cadeia de suprimentos (LAMBERT & COOPER, 2000). Segundo Martin Christopher (2010), em “Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos”, a cadeia de suprimento é uma rede de organizações envolvidas por meio dos vínculos a montante e a jusante, nos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços destinados ao consumidor final, ele também salienta que gerenciamento da cadeia de suprimento não é “integração vertical.” A integração vertical normalmente se implica em ser o proprietário de fornecedores a montante e de clientes a jusante. O conceito de cadeia de suprimento do livro é. “A gestão das relações a montante e a jusante com fornecedores e clientes, para entregar mais valores ao cliente, a um custo menor para a cadeia de suprimento como um todo.”. Martin Christopher. Segundo o dicionário da APICS, uma cadeia de suprimentos (Supply Chain) pode ser definida como: • Os processos que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a fonte inicial de matéria prima até o ponto de consumo do produto acabado; • As funções dentro e fora de uma empresa que garantem que cadeia de valor possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes (Cox et al. 1995). Para o Supply Chain Council, uma SC abrange todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto final, desde o, (primeiro) fornecedor do fornecedor até o (ultimo) cliente do cliente, quatro processos 14 básicos definem esses esforços, que são: Planejar (plan), abastecer (source), fazer (make) e entregar (delivery). Para Quinn (1997), uma SC pode ser definida como todas as atividades associadas com o movimento de bens desde estagio de matéria-prima ate o usuário final. Para Lee e Billington (1993), uma SC representa uma rede de trabalho (network) para as funções de busca de material, sua transformação em produtos intermediários e acabados e a distribuição desses produtos acabados aos clientes finais. Lummus e Albert (1997) relatam que uma SC é uma rede de entidades na qual o material flui. Essas entidades podem incluir fornecedores, transportadores, fábricas centros de distribuição, varejistas e clientes finais. Argumenta ainda que o termo cadeia (chain) é uma metáfora imperfeita para tratar das questões consideradas no contexto da SCM, visto que elas raramente apresentam um comportamento linear, sugere que o uso de rede de suprimentos (supply network) seria mais apropriado. Todas as definições convergem em termos gerais e ainda conforme Pires et al, 2001, uma SC é uma rede de companhias autônomas, ou semi-autônomas efetivamente responsáveis pela obtenção, produção e liberação de um determinado produto e/ou serviço ao cliente final. No dia a dia, logística e Supply Chain são tratados como sinônimos. Apesar de reconhecida semelhança entre os conceitos, há diferenças entre os termos. De acordo comBertaglia, Supply Chain significa: A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem (BERTAGLIA, 2009, p. 5). Dessa forma, a gestão da cadeia de suprimentos é um processo estratégico. Lida com a previsão da demanda, seleção dos fornecedores, fluxo de materiais, contratos, estuda informações e movimentações financeiras, cria 15 novas instalações como fábricas, armazéns, centros de distribuição; se relaciona com clientes, e trata também de questões mais amplas como a economia, a sociedade, o meio ambiente. O seu processo se dá por meio de: A. Identificar as incertezas do cliente e da cadeia de suprimentos: consiste em verificar as expectativas do consumidor sobre o que deseja consumir. Além do mais, é preciso conhecer as incertezas do processo, isto é, identificar as variáveis que podem sofrer alterações ao longo do processo e compreender de que forma a gestão poderá lidar com elas de maneira satisfatória. Tais incertezas podem ser relacionadas à demanda, as interrupções de fluxo e os atrasos. B. Identificar as potencialidades da supply chain: Cada modelo de supply chain pode trazer vantagens e desvantagens. A proximidade de clientes realizada por instalação de mais centros de distribuição, por exemplo, implica um aumento de custos, no entanto, agiliza as operações de entrega e conhecê-las é imprescindível para o alinhamento estratégico das operações. C. Alinhamento estratégico da supply chain: consiste na ultima etapa para atingir ao alinhamento estratégico, que consiste na análise apurada entre as expectativas do consumidor e as capacidades e potencialidades da rede, a fim de propor ações que alinhem esses dois aspectos. Ou seja, busca- se um alinhamento entre o padrão de qualidade do produto, a flexibilidade de produção, a rapidez na entrega e as capacidades da empresa como seu potencial em quantidade de produção, em qualidade do produto, em rapidez e fluidez nas operações e na entrega, e potencialidades da rede de suprimentos. Complementando, Novaes (2007, p. 40) aponta que o Supply Chain management “é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente”. Todo este processo de controle feito pela cadeia de abastecimento tem como facilitador, a tecnologia da informação (TI). A TI é para os executivos de logística uma ferramenta de melhoria da produtividade e da competitividade, pois historicamente a comunicação era a parte falha dessa área empresarial 16 (BOWERSOX, 2010). Ainda segundo o autor (2010), a logística integrada e o Supply Chain se beneficiam de cinco tecnologias específicas, a saber: o intercâmbio eletrônico de dados (EDI), computadores pessoais, inteligência artificial e sistemas especialistas, comunicações e código de barras e leitura óptica. Abaixo, o autor define e elenca as funções de cada uma das tecnologias citadas: O intercâmbio eletrônico de dados (EDI) funciona como um meio de comunicação virtual de forma padronizada, e tem como objetivo aumentar a produtividade interna e externa, auxiliar na eficácia dos relacionamentos entre canais, torna a empresa apta à competitividade internacional e reduzir os custos operacionais, pois reduz a mão-de-obra, sua multifuncionalidade exclui a utilização de outras formas de comunicação e diminui o custo burocrático. A utilização de computadores pessoais passou a ser um equipamento de trabalho de todos os departamentos das empresas, pois segundo Bowersox os PCs auxiliam no gerenciamento logístico, reduzindo o custo devido ao acesso rápido às informações, permitindo a descentralização dos processos e deixando a organização mais flexível. Muitos dos mercados que dependem da logística para poder operar utilizam da inteligência artificial e de sistemas especialistas, que para o autor, é definida como um grupo de tecnologias que tem por finalidade imitar o raciocínio humano. Os sistemas especialistas têm a capacidade de aumentar a produtividade e a qualidade logística, pois tem a finalidade de interpretar dados e extrai-los em conhecimento útil para tomadas de decisões. O acesso eficiente às informações sempre foi um problema na área da logística, e a este fato, a comunicação por radiofrequência (RF), por satélite e pelo processo de imagens eletrônicas possibilitou às empresas a obter melhores condições na prestação de serviços aos clientes. Por último, o código de barras e leitura óptica segundo o autor, funciona como a identidade dos produtos, onde através da leitura óptica é possível identificar as especificidades dos itens, caixas, contêineres ou vagões ferroviários. Esta identificação tem como finalidade indexar o maior número de informações do produto, em uma menor área possível (BOWERSOX, 2010). 17 O surgimento do Estado Neoliberal no final da década de 1980 e início da de 1990, no Brasil, representou a abertura econômica e o início das atividades nos mercados estrangeiros. A este fato, a internacionalização da economia trouxe para o país a competitividade e forçou as indústrias a planejarem de maneira sistêmica suas atividades (SOUZA, 2011). A figura 2 ilustra as atividades que a logística integrada interage: Os quatro Ps de Porter (Produto, Preço, Praça e Promoção), geradores da demanda, retratados na figura 2, remete que a logística “deva ser tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes interligados, trabalhando de forma coordenada, com o objetivo de atingir um objetivo comum” (FLEURY, 2000, p. 35). Logo, os serviços logísticos da empresa trabalharão em conformidade com os fatores geradores da demanda, conforme descrito no modelo acima. 18 5. REDES E CADEIAS DE SUPRIMENTOS No livro Gestão e Cadeias de Suprimentos (Supply Chain), Pires et al, 2001, cita que vários autores da área utilizam a expressão Rede de Suprimentos (Supply Network), ao invés de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), enfatizando que a lógica da cadeia remete-nos a uma seqüência linear de processos e/ou atividades executadas em uma ordem bem definida, onde o contato com o cliente final é feita quase que exclusivamente através do elo final da cadeia. A lógica de rede remete-nos a uma estrutura mais complexa em que raramente existe uma linearidade na execução dos processos e/ou atividades e o contato com o cliente final não tende a ser exclusivo do elo final da rede, até porque é difícil definir qual é o último elo da rede. Uma cadeia de suprimentos responsiva é aquela que consegue atender a demanda do cliente assim que lhe é requisitada. Por outro lado, esta movimentação pode ter aumento de gastos, o que torna a cadeia menos eficiente. Eficiente é a cadeia que melhor consegue gerenciar produção e custos, com foco no valor. O lado para o qual vai pender a cadeia (responsividade ou eficiência) varia conforme a demanda o produto. Itens que apresentam alto índice de incerteza dos pedidos (como produtos novos), devem ter a cadeia mais responsiva. Já commodities, com que se consegue ter uma razoável certeza da demanda, a cadeia pode ser eficiente. As cadeias de suprimentos eficientes são mais econômicas do que as responsivas. 19 6. BUSINESS INTELLINGENCE (BI) Business Intelligence (BI), basea-se em tecnicas de computadores utilizadas na identificação, extração e análise de dados empresariais, tais como receita de vendas de produtos e/ ou departamentos, ou por custos associados e rendas. Por sua vez, as Tecnologias de BI fornecem históricos, pontos de vista atuais e prospectivasdas operações de negócios. Funções comuns de tecnologias de business intelligence são relatórios, processamento analítico on- line, análise, mineração de dados, mineração processo, processamento de eventos complexos, gestão de desempenho de negócios, benchmarking text mining e análise preditiva. Assim sendo, o Business Intelligence visa apoiar melhor a tomada de decisões. Dessa forma, um sistema de BI pode ser chamado de um sistema de apoio à decisão (DSS). Embora o termo Business Intelligence é por vezes utilizado como sinônimo de inteligência competitiva, porque ambos dão apoio à decisão a ser tomada, o BI utiliza tecnologias, processos e aplicações para analisar principalmente internos, dados estruturados e processos de negócios, enquanto inteligência competitiva reúne, analisa e dissemina informações com um foco tópica sobre os concorrentes da empresa. Business intelligence entendida em sentido lato pode incluir o subconjunto de inteligência competitiva. 6.1- EVOLUÇÃO DO BI Em um artigo de 1958, pesquisador da IBM Hans Peter Luhn usou o termo Business Intelligence. Ele definiu a inteligência como: "a capacidade de apreender as inter-relações dos fatos apresentados de tal forma a orientar a ação para um objetivo desejado". Business Intelligence como é entendido hoje é dito ter evoluído a partir dos sistemas de apoio à decisão, que começou na década de 1960 e desenvolvido ao longo de meados da década de 1980. DSS originados nos 20 modelos auxiliados por computador criados para auxiliar na tomada de decisão e planejamento. De DSS, data warehouses, Sistemas de Informação Executivos, OLAP e business intelligence entrou em foco no início dos anos 80. Em 1989, Howard Dresner propôs "business intelligence" como um termo guardachuva "para descrever conceitos e métodos para melhorar a tomada de decisão empresarial por meio de sistemas baseadas em fatos de apoio". 21 7. BUSINESS INTELLIGENCE E DATA WAREHOUSING Muitas aplicações de BI usam os dados recolhidos a partir de um data warehouse ou data mart. No entanto, nem todos os armazéns de dados são utilizadas para inteligência de negócios, nem todas as aplicações de business intelligence exigem um data warehouse, a fim de distinguir entre os conceitos de business intelligence e armazéns de dados, Forrester Research, muitas vezes define a inteligência de negócios de duas maneiras: Usando uma definição ampla: "Business Intelligence é um conjunto de metodologias, processos, arquiteturas e tecnologias que transformam dados brutos em informações significativas e úteis usado para habilitar ideias mais eficaz estratégico, tático e operacional e a tomada de decisão". Ao usar esta definição, a inteligência de negócios também inclui tecnologias como a integração de dados, qualidade dos dados, data warehousing, gerenciamento de dados mestre de texto e análise de conteúdo, e muitos outros que o mercado, por vezes, caroços no segmento de gestão de Informação. Portanto, a Forrester refere-se a preparação de dados e uso de dados como dois segmentos distintos, mas estreitamente ligadas, a pilha de business intelligence de arquitetura. Forrester define ainda que o mercado mais restrito de inteligência de negócios como "referindo-se apenas as camadas superiores da pilha de BI de arquitetura, tais como relatórios, análises e dashboards." 22 8. DATA MINING Data Mining, ou Mineração de Dados, pode ser entendido como o processo de extração de informações, sem conhecimento prévio, de um grande banco de dados e seu uso para tomada de decisões. É uma metodologia aplicada em diversas áreas que usam o conhecimento, como empresas, indústrias e instituições de pesquisa. Data Mining define o processo automatizado de captura e análise de grandes conjuntos de dados para extrair um significado, sendo usado tanto para descrever características do passado como para predizer tendências para o futuro. Para encontrar respostas ou extrair conhecimento interessante, existem diversos métodos de Data Mining disponíveis na literatura. Mas, para que a descoberta de conhecimentos seja relevante, é importante estabelecer metas bem definidas. Essas metas são alcançadas por meio dos seguintes métodos de Data Mining: Classificação, Modelos de Relacionamento entre Variáveis, Análise de Agrupamento, Sumarização, Modelo de Dependência, Regras de Associação e Análise de Séries Temporais, conforme citação e definição feita por Fayyad et al. (1996a). É importante ressaltar que a maioria desses métodos é baseada em técnicas das áreas de aprendizado de máquina, reconhecimento de padrões e estatística. Essas técnicas vão desde as tradicionais da estatística multivariada, como análise de agrupamentos e regressões, até modelos mais atuais de aprendizagem, como redes neurais, lógica difusa e algoritmos genéticos. 8.1- METODOS TRADICIONAIS DE DATA MINING Os principais métodos de Data Mining são: Classificação: associa ou classifica um item a uma ou várias classes categóricas pré-definidas. Uma técnica estatística apropriada para classificação 23 é a análise discriminante. Os objetivos dessa técnica envolvem a descrição gráfica ou algébrica das características diferenciais das observações de várias populações, além da classificação das observações em uma ou mais classes predeterminadas. A ideia é derivar uma regra que possa ser usada para classificar, de forma otimizada, uma nova observação a uma classe já rotulada. Segundo Mattar (1998), a análise discriminante permite que dois ou mais grupos possam ser comparados, com o objetivo de determinar se diferem uns dos outros e, também, a natureza da diferença, de forma que, com base em um conjunto de variáveis independentes, seja possível classificar indivíduos ou objetos em duas ou mais categorias mutuamente exclusivas. Modelos de Relacionamento entre Variáveis: associa um item a uma ou mais variáveis de predição de valores reais, consideradas variáveis independentes ou exploratórias. Técnicas estatísticas como regressão linear simples, múltipla e modelos lineares por transformação são utilizadas para verificar o relacionamento funcional que, eventualmente, possa existir entre duas variáveis quantitativas, ou seja, constatar se há uma relação funcional entre X e Y. Observa-se, conforme Gujarati (2000), que o método dos mínimos quadrados ordinários, atribuído a Carl Friedrich Gauss, tem propriedades estatísticas relevantes e apropriadas, que tornaram tal procedimento um dos mais poderosos e populares métodos de análise de regressão. Análise de Agrupamento (Cluster): associa um item a uma ou várias classes categóricas (ou clusters), em que as classes são determinadas pelos dados, diversamente da classificação em que as classes são pré-definidas. Os clusters são definidos por meio do agrupamento de dados baseados em medidas de similaridade ou modelos probabilísticos. A análise de cluster (ou agrupamento) é uma técnica que visa detectar a existência de diferentes grupos dentro de um determinado conjunto de dados e, em caso de sua existência, determinar quais são eles. Nesse tipo de análise, segundo Pereira (1999), o procedimento inicia com o cálculo das distâncias entre os objetos estudados dentro do espaço multi plano constituído por eixos de todas as medidas realizadas (variáveis), sendo, a seguir, os objetos agrupados conforme a proximidade entre eles. Na sequência, efetua-se os agrupamentos por proximidade geométrica, o que permite o reconhecimento dos passos de 24 agrupamento para a correta identificação de grupos dentro do universo dos objetos estudados. Sumarização: determina uma descrição compacta para um dado subconjunto. As medidas de posição e variabilidade são exemplos simples de sumarização.de custeio que forneça informações gerenciais, permitindo, assim, um melhor monitoramento dos custos logísticos. É importante lembrar que o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM) pressupõe a visão integrada de custos, considerando conjuntamente todos os componentes da cadeia, inclusive estoques. Adaptando o conceito do método de custeio ABC ao gerenciamento da cadeia de suprimento, pode-se dizer que o ponto central do custeio ABC é o conceito de atividade. Padoveze (2003) define atividade como o menor segmento de responsabilidade, neste caso, dentro da cadeia de suprimento, que gera um determinado serviço e consome recursos para a execução da atividade necessária à geração desses serviços. Uma atividade deve congregar várias outras atividades menores, normalmente denominadas tarefas. Assim, para desenvolver uma atividade, é necessário o desenvolvimento de várias tarefas, normalmente realizadas por funcionários especializados, encarregados dessas funções. Entende-se que ao longo da cadeia de suprimento cada elemento chave exerce uma atividade, e cada atividade congrega várias outras atividades menores que podem ser chamadas de micro atividades. O conceito base do método ABC aplicado ao gerenciamento dos custos da cadeia de suprimento, é a constatação de que o consumo de recursos de 29 cada elemento chave da cadeia é determinado pelo evento ou eventos que são executados pela atividade. Em outras palavras, cada atividade dentro da cadeia de suprimento nasce em função da necessidade de se executar determinados trabalhos ou tarefas, geralmente denominados atividades e que podem ser representados contabilmente como eventos econômicos. Naturalmente, para o desenvolvimento dessas atividades, há a necessidade de se consumir recursos (equipamentos, mão-de-obra, despesas); portanto, pode-se concluir que as atividades são as causadoras dos custos da cadeia de suprimento. Diante disso, na concepção desse método de custeio e modelo de gestão, a administração adequada dos custos da cadeia de suprimentos deverá ser feito pela gestão das atividades, por meio de sua identificação, mensuração, registro e acumulação contábil, ao longo de cada elemento chave da cadeia. Sendo as atividades causadoras dos custos ao longo de toda a cadeia, é necessário identificar os trabalhos ou tarefas principais que cada atividade executada, pois, quanto maior a necessidade do desenvolvimento dessas atividades, maior é a necessidade de consumo de recursos e, portanto, de custos. 30 11. MAS, O QUE É A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS? Nenhuma empresa é uma ilha. Além de precisar se relacionar com clientes, investidores e parceiros, qualquer negócio deve cuidar ainda do relacionamento com fornecedores de suprimentos. Só assim é possível que a empresa mantenha o seu funcionamento a todo vapor e consiga otimizar os processos que fazem parte da sua rotina operacional, a fim de caminhar rumo ao sucesso! É nesse contexto que a gestão da cadeia de suprimentos, também conhecida como Supply Chain Management (SCM), tem enorme importância. Tendo em vista esse cenário, então, vamos detalhar o conceito de gestão da cadeia de suprimentos, mostrar quais profissionais precisam estar envolvidos na sua execução e apontar os maiores desafios a serem superados na área. Quando o assunto é Supply Chain Management, muitos gestores só conseguem pensar no cuidado logístico — quais fornecedores escolher, quanto pagar por um produto ou serviço prestado e quais devem ser as estratégias para receber, estocar e, finalmente, distribuir os bens que comercializa. Trata-se de uma visão incompleta de todo o processo. Os fornecedores de produtos ou matérias primas devem ser constantemente e sistematicamente avaliados, justamente porque oferecer produtos de qualidade aos clientes, ou produtos que atendam à expectativa dos clientes, torna-o fidelizado, além de promover a organização diferencial competitivo. Nesse caso, a organização deve utilizar dos seguintes critérios para avaliar seus fornecedores: Desempenho comercial. Cumprimentos de prazos de entrega. Qualidade do produto. Desempenho de produtos em serviços. Não restam dúvidas de que a gestão logística é ponto-chave dentro da realidade de uma empresa e, portanto, exige cuidados especiais para a obtenção de processos mais ágeis, produtivos, com custos controlados e, na medida do 31 possível, sem erros. De toda forma, precisamos ressaltar que a gestão da cadeia de suprimentos vai muito além do setor logístico! Uma visão mais completa da Supply Chain Management entende que um produto só chega até o cliente final depois do esforço cumulativo de uma série de atores, desde a própria empresa, passando por seus fornecedores até chegar aos transportadores e órgãos públicos. É importante ter em mente que essa relação não é resumida a processos de compra, transporte, estocagem e venda. Além da troca de materiais em si, o compartilhamento de informações estratégicas, a adoção de políticas conjuntas de conformidade e compliance e o esforço constante de integração de processos também estão envolvidos. Com essas perspectivas em mente, o momento é ideal para listar as principais atividades realizadas dentro do âmbito da gestão de suprimentos. São elas: • Localização e seleção de fornecedores; • Compra de materiais e insumos; • Desenvolvimento e fabricação de produtos; • Transporte de suprimentos e produtos; • Gestão do fluxo diário de materiais; • Coordenação da ação de fornecedores, transportadores e clientes; • Criação e manutenção de canais de comunicação entre atores da cadeia de suprimentos. 11.1- QUEM É RESPONSÁVEL PELA ÁREA? Como a gestão da cadeia de suprimentos é uma tarefa bem complexa, deve ser realizada com a integração de vários setores da empresa. É comum que algumas organizações tenham uma área específica para o SCM, com uma equipe de profissionais ficando responsável pela coordenação e a tomada de decisões estratégicas centrais. Mesmo assim, é importante detalharmos o papel de cada setor no processo. Acompanhe! 32 Compras É o setor que lida diretamente com os fornecedores, responsável por realizar pedidos de insumos e matérias-primas com parceiros selecionados. Cabe ao setor de compras identificar as melhores oportunidades de negociação, notadamente sobre preços, condições de pagamento e prazos de entrega. Estoque O estoque é peça fundamental na SCM. Afinal, ali serão concentrados os produtos e os insumos recebidos antes da venda. O importante é entender que o estoque está no meio do caminho entre o fornecedor e o cliente final, consistindo em uma peça chave para todo o processo comercial. Por isso, manter seu fluxo constante pode fazer toda a diferença no controle de custos e na eficiência das entregas, de modo a, inclusive, evitar eventuais atrasos junto ao consumidor ou mesmo impedir o acúmulo excessivo de suprimentos. O estoque também é responsável por averiguar a qualidade das entregas que foram recebidas dos fornecedores. É, assim, um importante setor para o controle de qualidade da empresa, supervisionando o estado de todos os insumos recebidos. Uma boa gestão da cadeia de suprimentos resulta em um estoque mais enxuto, menos custoso e capaz de dar a agilidade necessária ao fluxo de caixa do negócio. Vendas Por mais que a entrega do produto para o cliente possa parecer apenas a pontinha final da cadeia de suprimentos, a verdade é que toda a movimentação de materiais e insumos tem a oportunidade de melhorar as condições de vendas para o consumidor, tornando-as mais atrativas a ele. Influenciando tanto o preço como a qualidade final de cada produto, a SCM deve estar sempre no radar dos profissionais de vendas. É importante lembrar ainda que o volume de vendas atual oua previsão de demandas é o que realmente impacta o setor de compras. O departamento de vendas deve ser encarado, portanto, como o principal fornecedor de informações relevantes para a tomada de decisões quando envolver (direta ou 33 indiretamente) a cadeia de suprimentos. É o setor de vendas que, em geral, orienta a necessidade de novas aquisições. Marketing O setor de marketing tem um papel bastante parecido com o do departamento de vendas quando o assunto é supply chain. A grande diferença é que seu foco está no dimensionamento de demandas futuras, de forma a fazer a estimação do que será preciso adquirir. Afinal de contas, ações de marketing buscam justamente aumentar o volume de vendas, com os profissionais dessa área sendo capazes de estimar o tamanho desse aumento de forma bastante precisa. Isso significa que o marketing tem um papel relevante no planejamento estratégico da aquisição de materiais, podendo ser um norteador de compras futuras. Além disso, o setor de promoções e publicidade também pode auxiliar na correção de eventuais falhas cometidas pelo setor de estoque ou departamento de vendas. No caso de estoque parado, por exemplo, o marketing pode sugerir a promoção de queimas de estoque para melhorar o fluxo de saída de itens. Jurídico A conexão entre empresas e fornecedores é sempre ancorada em contratos, que devem ser redigidos com o objetivo não só de estabelecer as condições de cumprimento de um acordo, mas também de melhorar a transparência das relações e garantir tanto os direitos como os deveres das partes envolvidas. Por isso, esses documentos não devem ser vistos apenas como promessas de pagamento, mas como ferramentas de gestão de relacionamento. Contar com o devido apoio jurídico para a redação do instrumento contratual garante a segurança legal dessas relações e ainda ajuda no compartilhamento de compliance entre fornecedores e clientes. O jurídico também pode ser importante quando há problemas na ponte entre os envolvidos, sendo importante para arbitrar conflitos ou, em caso de necessidade, assegurar os direitos da empresa. 34 Tecnologia da Informação Como falamos, a gestão da cadeia de suprimentos não se restringe à movimentação de materiais. Ela também presume uma troca eficiente de informações, permitindo ações coordenadas para o alcance do objetivo final, ou seja, a finalização da venda. Então, anote aí: o uso da tecnologia é essencial em cada uma das etapas do SCM. As soluções tecnológicas podem estar presentes na localização dos materiais esticados, no controle de tempo gasto com o transporte de suprimentos e produtos, na gestão de documentos intrínsecos da gestão de fornecedores e na abertura de canais de comunicação direta via mensageiros virtuais, e-mails e videoconferência. É possível, por exemplo, usar a assinatura eletrônica para diminuir a papelada e a burocracia no envio e assinatura de contratos e pedidos, tornando o processo mais rápido, seguro, controlável e sem a necessidade de reuniões presenciais. Afinal, boas plataformas de assinatura eletrônica são capazes de armazenar e organizar documentos assinados de forma automática, automatizando o fluxo de contratos. Recursos Humanos Cada área do negócio depende de profissionais qualificados e bem treinados, certo? Pois essa realidade não é nada diferente no caso da SCM. Nesse contexto, o RH pode ser importante para detectar e reter talentos, além de conseguir apontar a necessidade de treinamentos específicos para a melhoria da atuação das equipes na cadeia de suprimentos. O treinamento constante permite que colaboradores conheçam com precisão o funcionamento das etapas do negócio e desenvolvam a capacidade técnica necessária para executar os protocolos corporativos exigidos, ajuda a integrar os diversos setores da empresa envolvidos na cadeia de suprimentos e ainda pode ser eficiente na aproximação entre profissionais da própria empresa e colaboradores externos. 35 12. PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE SUPPLY CHAIN O desenvolvimento tecnológico aliado à inovação em serviços no âmbito administrativo tem gerado diversas possibilidades de aprimoramento na gestão da cadeia de suprimentos. Essa junção vem contribuindo para a emergência de tendências cada vez mais aplicáveis a esse tipo de gerenciamento. Na sequência, vamos abordar as principais. Não deixe de conferir! Internet das Coisas Com potencial para permitir a conexão entre dispositivos eletrônicos por meio de uma rede sem fio, criando uma rede de equipamentos inteligentes, a internet das coisas pode ser implementada nos mais variados segmentos da cadeia de suprimentos. Assim, a automatização propiciada por essa tendência pode englobar os processos de armazenamento, gerenciamento do estoque, transporte de mercadorias e atendimento ao cliente. No controle do estoque, por exemplo, os produtos armazenados podem ser controlados por sensores que, instalados em cada prateleira, são capazes de registrar em um sistema os itens que são retirados, sem haver a necessidade de registro manual. Cadeia de suprimentos autônoma Impressoras 3D, automação de linhas de produção, entregas por meio de drones e até mesmo veículos autodirigidos são alguns dos exemplos de automações que podem ser implantadas em uma cadeia de suprimentos. A ideia é que, com as diversas possibilidades trazidas pela tecnologia, os processos relativos ao Supply Chain se tornem cada vez mais autônomos. Omnichannel O aumento expressivo do e-commerce em conjunto à tendência do varejo em praticar omnichannel, ou seja, oferecer variados canais de venda aos seus clientes, impõe a necessidade de remodelar alguns aspectos da cadeia de suprimentos. Isso porque as vendas passam a ser cada vez mais fracionadas, exigindo que as empresas encontrem alternativas para otimizar a sua logística. 36 Realinhamento do C-Suite O C-Suite é o conjunto de gestores de uma corporação que tem a expressão "chief" em sua nomenclatura de cargo. Por não lidarem de forma mais efetiva com alguns dos pontos que compõem a cadeia de suprimentos de uma companhia, não é incomum que altos funcionários tenham dificuldades para gerenciar o Suppy Chain. Nesse contexto, torna-se essencial o realinhamento desses profissionais. 13. MELHORES PRÁTICAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Promover com excelência a gestão da cadeia de suprimentos de um negócio exige a implantação de uma cultura que tenha como base a integração entre setores, colaboradores e atividades operacionais. Somente assim será possível fomentar as melhores práticas para efetuar esse tipo de gerenciamento. A seguir mostramos quais são as principais. Mapeamento de processos Mapear processos não significa apenas fazer um levantamento inicial do conjunto de procedimentos, ações e tarefas que são executados em uma empresa, mas envolve também acompanhar o seu desenvolvimento. Portanto, trata-se de uma prática contínua, que deve fazer parte da rotina administrativa da empresa. É por meio do mapeamento permanente de processos que a companhia tem condições de avaliar periodicamente o seu desempenho em todo o seu fluxo produtivo. Essa prática possibilita que o gestor realize melhorias ao longo de todas as etapas que abrangem ou dependem da cadeia de suprimentos da empresa. Estoque mais baixo Um dos pilares para uma gestão eficiente de cadeia de suprimentos é o controle de estoque, já que o seu volume pode causar impactos no funcionamento geral da empresa. Dessa maneira, ainda que em algumas 37 situações, como nas oportunidades de compras com grandes percentuais de descontos, a companhia opte por elevar a sua quantidade de matéria-prima e suprimentos, o ideal é manter o estoque sempre mais baixo. Essa prática evita uma série de problemas para o negócio. Entre os principais, estão osurgimento de dificuldades financeiras para a aquisição de novos produtos, a falta de espaço para o armazenamento e até mesmo a necessidade de vender o que foi estocado por valores mais baixos do que o previsto, de modo a diminuir a lucratividade. Para o aumento do estoque, é fundamental haver um bom planejamento. Cooperação entre os profissionais Para gerir de forma eficiente a cadeia de suprimentos de um negócio, é essencial estimular o trabalho em equipe entre todos os funcionários e departamentos da empresa. É justamente a cooperação integrada dos profissionais que permite tanto a otimização das rotinas operacionais da companhia, aumentando a sua produtividade, quanto a identificação de eventuais gargalos que estejam interferindo na performance corporativa. 13.1- PRINCIPAIS DESAFIOS A complexidade da gestão da cadeia de suprimentos é, por si só, um grande desafio para qualquer negócio. Como mostramos, todo o processo envolve diversas áreas da empresa, inclui o relacionamento com toda a cadeia de fornecedores e ainda precisa respeitar as regras jurídicas dos locais de atuação da companhia. Tendo em vista que o primeiro passo para superar desafios é conhecê- los com exatidão, vamos a eles? Lembrando que, quando falamos em gestão de cadeia de suprimentos e logística, podemos dividi-los em 3 grandes eixos. Confira quais são! 38 Coordenação de equipes A coordenação de equipes não diz respeito apenas às áreas internas envolvidas na cadeia de suprimentos. Ela também deve acontecer com fornecedores, fabricantes e transportadores. O problema é que, como cada empresa tem políticas e processos próprios, conseguir alinhar as diretrizes de atuação é sempre um desafio que não pode ser ignorado. O segredo aqui está na comunicação constante e transparente, bem como na elaboração de contratos objetivos. É importante deixar claro quais são as expectativas da empresa em relação a seus parceiros, quais são os padrões de qualidade esperados e que políticas de conformidade legal e ética devem ser levadas em conta. Averiguação de resultados Todo gestor sabe que um bom planejamento estratégico para o futuro depende das análises dos resultados do presente. É preciso saber, assim, o que vem dando certo e o que deve ser aprimorado nos processos atuais para tomar as devidas ações corretivas. A própria complexidade das iniciativas envolvidas na SCM pode tornar a averiguação de resultados nebulosa. Nesse caso, a solução é dividir para conquistar. Trabalhe com índices de performance específicos para cada etapa logística e controle a qualidade dos fornecedores individualmente. Lembre-se também de comparar dados isolados para conseguir uma melhor visão global sobre a cadeia de suprimentos. É possível, por exemplo, relacionar a quantidade de perdas no estoque com a velocidade de entregas de matérias-primas à empresa ou o volume de vendas ao aumento de gastos com transporte. É importante usar a tecnologia para tornar a monitoria de resultados mais eficiente a partir do uso de bancos de dados diversos. Sistemas de gestão empresarial conseguem coletar informações de diferentes partes da cadeia produtiva e logística, gerando relatórios automáticos que relacionam essas informações. Tudo isso é feito por meio de interfaces simples, ricas em gráficos e relatórios de leitura acessível para facilitar a tomada de decisões estratégicas. 39 Flexibilidade e precisão Muitos gestores acreditam que o grande aparato administrativo montado para lidar com a cadeia de suprimentos resulta em práticas e processos rígidos e lentos. O detalhe é que, como o mercado sofre mudanças constantes, a simples variação da demanda exige respostas rápidas e certeiras para que a empresa não perca competitividade e, consequentemente, deixe de faturar. O desafio, portanto, está em tornar a cadeia de suprimentos precisa e, ao mesmo tempo, flexível ao atendimento de novas demandas. Mais uma vez, a boa coordenação dos times surge como forma de superar os desafios. Também é possível apostar em contratos que prevejam flutuações no volume de compras e pedidos, ação que evita a necessidade de aditivos que podem não ser implementados, a depender das condições dos fornecedores, ou, se forem, custarem bem mais do que o valor definido no contrato inicial. Por fim, vale o alerta: ser flexível não significa abrir mão do planejamento a longo prazo. É mais que viável prever alterações naturais de demanda, como o aumento de trabalho em épocas comemorativas. Se a empresa já estiver preparada para essas alterações com a antecedência necessária, conseguirá reduzir custos e aumentar a produtividade sem precisar passar por qualquer tipo de trauma. 13.2- QUE ERROS O GESTOR NÃO PODE COMETER? Na prática, quem não entende os desafios acaba cometendo erros recorrentes. E errar na gestão da cadeia de suprimentos e logística significa perder eficiência e dinheiro. Como você certamente não quer que isso aconteça no seu negócio, é melhor continuar a leitura. Pronto para conhecer os erros mais comuns da SCM e saber como evitá-los? Veja! Apostar no feeling A gestão empresarial nunca deve ser baseada em achismos. Então saiba: mesmo no caso das micro e pequenas empresas, cada decisão deve ser apoiada 40 em dados concretos. Negligenciar informações sólidas e tomar atitudes intempestivas acaba criando gargalos logísticos que, no fim das contas, são traduzidos em perdas financeiras. A partir de hoje, portanto, nada de fazer compras só porque acredita que determinado produto final vai fazer um sucesso estrondoso nos próximos meses. Mesmo que confie no desenvolvimento de soluções internas, a resposta do mercado pode não ser tão acolhedora e rápida quanto gostaria. Desconsiderar os riscos A análise de riscos é outro ponto-chave na SCM. Afinal, sua cadeia de suprimentos estar suscetível a uma série de problemas, como perdas durante a fabricação, o transporte e até a armazenagem de materiais e insumos. Ainda é preciso levar em conta problemas externos praticamente imprevisíveis, como roubos de carga e atrasos causados por greves ou más condições das estradas, além de outros problemas relativamente comuns por aqui. Isso significa que é preciso estar preparado para perdas ao mesmo tempo em que se toma atitudes para diminuir os riscos. É preciso tanto agir preventivamente como estabelecer estratégias de resposta rápida para lidar com eventualidades que possam quebrar sua cadeia de suprimentos. Descuidar dos custos A gestão da cadeia de suprimentos busca uma maior eficiência dos processos internos. E o reflexo mais aguardado disso é a redução de custos! Mas você não conseguirá economizar se não souber exatamente com que e em quais circunstâncias seu negócio gera despesas. Mais uma vez, vale lembrar que a extensão da cadeia de suprimentos não deve ser uma desculpa para negligenciar os detalhes. É preciso ter controle absoluto de cada contrato, entrega e pagamento. Lembre-se de que isso não envolve apenas o pagamento direto dos fornecedores, mas também as despesas com treinamentos de equipe, gastos com energia, combustível e água, bem como investimento em tecnologias de gestão. 41 Negligenciar a comunicação com fornecedores Falhas de comunicação entre empresas e seus fornecedores são um dos erros mais recorrente em SCM. Isso acontece porque ainda existem gestores que acreditam que contratar um parceiro é o mesmo que ir a um supermercado, pegar um produto, pagar e ir embora. O que realmente acontece é que as relações entre as empresas são muito mais complexas que um simples contato de compra e venda. Nesse cenário, é preciso alinhar diretrizes, prazos, políticas e níveis de qualidade nas entregas. E isso tudo só pode ser feito com uma troca constante de informações entre as partes envolvidas. EstabelecerBARBOSA, Camila. CASTRO, Sergio Francisco de Oliveira de. FRABETTI, João Luiz. OLIVEIRA, Gabriel Antonio Bom. SARAIVA, Antonio Wanderlan Pereira. Cadeia de suprimentos e seu espaço dentro das organizações. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/vMcgcKop5 OVXyxL_2013-5-10-11-11-23.pdf>. CASTRO, Odair José. SANTOS, VANIA Souza Dos. Gestão da cadeia de suprimentos tema: logística empresarial. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:<http://www.fatecguaratingueta.edu.br/fateclog/artigos/ Poster_194.PDF>. CORREA, Rinaldi da Silva. NETO, Mario Sacomano. Cadeia de suprimentos (sc) - a importância da escolha do método de custeio na gestão dos custos logísticos. Acessado em: 16 de agosto de 2020. Disponível em:<http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/491.pdf> . LACERDA, Daniel Pacheco. TEIXEIRA, Rafael. Gestão da cadeia de suprimentos: análise dos artigos publicados em alguns periódicos acadêmicos entre os anos de 2004 e 2006. Gest. Prod. vol.17 no.1 São Carlos 2010. Acessado em: 16 de agosto de 2020. 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