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DESCRIÇÃO Estudo dos elementos do sistema cardiovascular e da anatomia dos vasos sanguíneos em um contexto clínico. PROPÓSITO Entender aspectos morfofuncionais do coração e dos vasos sanguíneos do corpo humano é fundamental para a formação do profissional de Saúde. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer conceitos gerais sobre sistema cardiovascular, estrutura e função do coração e ainda circulação pulmonar e sistêmica MÓDULO 2 Identificar os principais vasos do corpo humano INTRODUÇÃO O sistema cardiovascular é formado, essencialmente, por três componentes que se relacionam entre si: O sangue O coração Os vasos sanguíneos Veremos que o sangue, fluído essencial para a manutenção da vida, transporta várias substâncias, ajuda a regular diversos processos vitais e oferece proteção contra doenças. Apesar de todas as suas semelhanças em origem, composição e funções, o sangue é tão único de uma pessoa para outra quanto a pele, os ossos e os cabelos. No primeiro módulo, abordaremos aspectos gerais do sangue relacionados à constituição, topografia, função, irrigação e inervação do coração, os conceitos sobre circulação sistêmica e pulmonar e a anatomia dos vasos da base. No segundo, estudaremos as diferenças entre as artérias e as veias, assim como os principais vasos do corpo humano. MÓDULO 1 Reconhecer conceitos gerais sobre sistema cardiovascular, estrutura e função do coração e ainda circulação pulmonar e sistêmica GENERALIDADES SOBRE O SANGUE O sangue é um líquido que pode ser classificado como um tecido conjuntivo composto por células e matriz extracelular. A maioria dos adultos tem cerca de 4 a 6 litros de sangue. O estudo do sangue e das células sanguíneas chama-se hematologia. A matriz é o plasma sanguíneo, um fluido amarelo claro que constitui um pouco mais da metade do volume sanguíneo. Suspensos no plasma estão os elementos celulares, que incluem células e fragmentos de células — glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. ATENÇÃO Nem todas podem ser chamadas de células porque as plaquetas são fragmentos de certas células da medula óssea. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS SANGUÍNEOS Os elementos que compõem o sangue podem ser classificados da seguinte forma: Classificação dos elementos que compõem o sangue Eritrócitos (Células vermelhas) Plaquetas Leucócitos (Células brancas) Granulócitos Neutrófilos Eosinófilos Basófilos Agranulócitos Linfócitos Monócitos Quadro: Classificação dos elementos que compõem o sangue. A análise do sangue é realizada em laboratório por meio da coleta de uma amostra. Você já deve ter colhido essa amostra para realização de exames, não é mesmo? Os eritrócitos são os elementos mais densos e se acomodam no fundo do tubo. Constituem entre 37% e 52% do volume total do sangue total — um valor denominado hematócrito. Já leucócitos e plaquetas se acomodam na camada leucocitária ou leucoplaquetária, logo acima dos eritrócitos. Eles totalizam 1% ou menos do volume de sangue. No topo do tubo está o plasma, geralmente, constituindo cerca de 47% a 63% do volume. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Distribuição dos elementos que constituem o sangue. FUNÇÕES DO SANGUE Veja as inúmeras funções do sangue: TRANSPORTE PROTEÇÃO REGULAÇÃO O CORAÇÃO Para que o sangue alcance todas as células do corpo com objetivo de trocar substâncias, ele precisa ser bombeado continuamente pelo coração por meio dos vasos sanguíneos. Desse modo, pode-se dizer que o coração funciona como uma bomba propulsora, que recebe e ejeta sangue, sendo considerado o órgão-chave do sistema cardiovascular. O coração é um órgão musculofibroso, ou seja, possui, em maior parte, componentes musculares e, em menor parte, uma porção fibrosa. Está situado dentro da cavidade torácica na região denominada mediastino médio, entre as pleuras e os pulmões. Em torno de 70% dele fica no lado esquerdo do corpo, sobre o diafragma. Pesa aproximadamente de 250 a 300g em um indivíduo adulto. Imagem: Shutterstock.com O coração humano e sua posição dentro da caixa torácica. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Topograficamente, o coração está situado entre o segundo e o quinto espaço intercostal. O nome que se dá para projeção da silhueta do coração na parede torácica durante exames clínicos é precórdio. SAIBA MAIS A dor na região precordial, por exemplo, é um sintoma indicativo de infarto cardíaco. Pode-se dizer que o coração tem o formato de um cone cujo ápice está voltado inferiormente e para a esquerda (Apex cordis – no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha medioclavicular) e cuja base está voltada superiormente. Ele é um órgão oco, dividido em quatro câmaras por meio de septos. Na porção superior, encontraremos as cavidades denominadas átrios, direito e esquerdo, enquanto, na porção média e inferior do coração, encontramos os ventrículos, direito e esquerdo. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Coração seccionado demonstrando as câmaras e os septos. Agora, analisaremos o coração mais detalhadamente! CAMADAS DE REVESTIMENTO E CAMADAS DA PAREDE CARDÍACA O coração é revestido por uma grande membrana denominada pericárdio. Essa membrana limita o coração dentro do mediastino, ao mesmo tempo que permite liberdade de movimento suficiente para a contração rápida e vigorosa. O pericárdio é dividido em pericárdio fibroso e pericárdio seroso. PERICÁRDIO FIBROSO É mais superficial e composto por tecido conjuntivo denso, duro, inelástico e não modelado. Impede o estiramento excessivo do coração, fornece proteção e ancora o coração no mediastino, fixando-o ao diafragma. Desse modo, está parcialmente fundido ao tendão central do diafragma e, portanto, atos como a respiração profunda facilitam a movimentação do sangue pelo coração. A sua extremidade livre fusiona-se, superiormente, ao tecido conjuntivo dos vasos da base do coração. Imagem: Shutterstock.com O pericárdio fibroso envolvendo o coração. PERICÁRDIO SEROSO É mais profundo e é caracterizado por ser uma membrana mais fina e delicada. Essa membrana forma uma camada dupla ao redor do coração: 1) A camada parietal (externa) do pericárdio seroso é fundida ao pericárdio fibroso. 2) A camada visceral (interna) do pericárdio seroso é chamada de epicárdio e a estudaremos adiante. Em meio às camadas parietal e visceral do pericárdio seroso, há um espaço virtual (cavidade pericárdica) preenchido por uma fina película de fluido seroso lubrificante (líquido pericárdico). Essa secreção proveniente das células pericárdicas reduz o atrito entre as camadas do pericárdio seroso à medida que o coração se move. VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM PERICARDITE OU DERRAME PERICÁRDICO? DESCREVA EM POUCAS PALAVRAS O QUE SERIA. RESPOSTA Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Coração normal e coração com pericardite, nitidamente mais ingurgitado. A parede cardíaca possui três componentes dispostos em camadas denominadas epicárdio, miocárdio e endocárdio. javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro As camadas de constituição do coração. EPICÁRDIO Forma a parede mais externa do coração e adere firmemente à superfície deste. Nessa camada, composta por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, estão alojados os vasos e nervos que irrigam e inervam a porção externa do coração. MIOCÁRDIO Camada muscular do coração situada internamente ao epicárdio. Responsável pela ação de bombeamento do coração e compõe aproximadamente 95% da parede do coração. As fibras musculares cardíacas se dispõem de forma semelhante às do músculo estriado esquelético, portanto, são revestidas por bainhas de tecido conjuntivo chamadas de endomísio e perimísio. O miocárdio é mais espesso no ventrículo esquerdo do que nas demais cavidades. As fibras do músculo estriado cardíaco são organizadas em feixes que giram diagonalmente ao redor do coração e são responsáveis pelas ações de bombeamento do coração. É válidoanastomoses com as veias ilíacas por meio das veias lombares ascendentes e com a veia renal direita. ATENÇÃO Existem veias tributárias que correspondem a ramos arteriais que suprem a parede torácica. Essas veias satélites costumam desaguar nas veias braquiocefálicas. Note na imagem que a veia ázigo situa-se à direita da coluna vertebral e recebe várias veias intercostais. Após isso, deságua na veia cava inferior, formada pela união das veias braquiocefálicas direita e esquerda. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain Interior da caixa torácica demonstrando o sistema ázigo. Principais tributárias da veia cava inferior 1) Abdome e pelve Nessa região, há a presença de inúmeras veias e plexos venosos. A veia ilíaca interna é responsável pela drenagem venosa dos órgãos pélvicos, da região glútea, dos órgãos genitais e do períneo. Desse modo, suas tributárias são veias satélites de vasos arteriais da artéria ilíaca interna. A veia ilíaca interna se une com a veia ilíaca externa ipsilateral para formar a veia ilíaca comum. A veia ilíaca comum recebe poucos ramos. Ela irá se juntar com a veia ilíaca comum contralateral para formar a veia cava inferior, que surge no nível da quinta vértebra lombar, no lado direito do corpo vertebral. A veia cava inferior recebe uma série de importantes tributárias: Veias lombares Veias gonadais Veias renais e suprarrenais Veias frênicas inferiores Veias hepáticas Após receber sangue das veias hepáticas, a veia cava inferior perfura o diafragma por meio de seu forame e entra no átrio direito. Na imagem, é possível observar as veias gonadais, as veias renais, as veias hepáticas e as veias frênicas inferiores drenando para ela. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro A veia cava inferior em sua porção abdominal. 2) Membro inferior As veias profundas do membro inferior são satélites das artérias que suprem os membros inferiores. As principais veias dessa região são: Veia poplítea Formada por veias satélites das artérias da região, em que há um mecanismo de bomba importante. Existem diversas veias profundas que drenam a musculatura da região posterior da perna. Essa musculatura, ao contrair, impulsiona o sangue venoso presente nas veias profundas para cima, auxiliando o retorno venoso. Na literatura médica, esse mecanismo possui o nome de coração periférico. Veia femoral A veia femoral nada mais é que a continuação da veia poplítea após emergir proximalmente da fossa poplítea. Recebe tributárias que são veias satélites que acompanham os ramos da artéria femoral. Veia ilíaca externa Essa veia receberá todo o sangue venoso proveniente do membro inferior e da porção inferior da parede abdominal por meio de algumas veias superficiais. Trata-se da continuação proximal da veia femoral, após esta passar pelo ligamento inguinal. As veias ilíacas externas (direita e esquerda) se unirão com as veias ilíacas internas dos seus respectivos lados para formar as veias ilíacas comuns (direita e esquerda). Veja na imagem a seguir: à esquerda, temos a bomba venosa periférica da panturrilha e, à direita, a drenagem venosa profunda e superficial do membro inferior. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Veias do sistema porta-hepático. O sistema porta-hepático é caracterizado por todas as veias que drenam o sangue da parte abdominal do tubo digestivo, do baço, pâncreas e vesícula biliar. O sangue venoso dessas vísceras é direcionado para a veia porta-hepática. As principais tributárias da veia porta-hepática são: veias esplênica, mesentérica superior, mesentérica inferior e gástricas. ATENÇÃO Essas tributárias recebem sangue venoso do território arterial suprido pela artéria homônima. A veia porta-hepática é formada pela união da veia mesentérica superior com a veia esplênica. Após entrar no fígado, ela se ramifica e termina em vasos chamados de sinusoides, semelhantes aos capilares. Esse sangue retorna via diversos ramos venosos que culminam em três grandes veias hepáticas (esquerda, média e direita). Essas desembocam na veia cava inferior após ela passar pelo seu forame no músculo diafragma. Imagem: Shutterstock.com Esquema da circulação porto-hepática. COMENTÁRIO O sangue venoso sofre uma espécie de filtração após passar pelo fígado, de modo que toxinas e metabólitos maléficos provenientes da digestão sejam impedidos de continuarem a circular. Uma anastomose importante do sistema porta-hepático com a circulação sistêmica é dada por meio de pequenas tributárias da veia porta: as veias paraumbilicais. Elas se anastomosam com as veias superficiais do abdome. Quando há obstrução portal, essa via de circulação colateral é ativada, mas essas veias superficiais não possuem capacidade de suportar a carga de sangue e acabam por tornar- se varicosas, dando um aspecto conhecido como caput medusae, ou seja, veias tortuosas e varicosas semelhantes à cabeça de uma medusa. VEIAS DO SISTEMA SUPERFICIAL Algumas regiões do corpo possuem um sistema de veias que se situa na tela subcutânea. Essas veias, ao contrário das profundas, não acompanham as artérias, mas levam seu sangue para as profundas. Veias superficiais da cabeça e pescoço Na face e no pescoço existem inúmeras veias superficiais. Algumas delas deságuam na veia jugular externa, enquanto outras na veia jugular interna. Imagem: Shutterstock.com Veias da cabeça. Veja algumas veias superficiais relacionadas à veia jugular externa: Veias superficiais relacionadas à veia jugular externa Veia facial Veia temporal superficial Veia occipital Veia maxilar Veia auricular posterior Veia retromandibular As cinco primeiras veias citadas são veias satélites das artérias homônimas. A veia temporal superficial se une com a veia maxilar para formar a veia retromandibular, que, por sua vez, se une para formar a veia jugular externa. A veia jugular externa recebe sangue da face. Inicia dentro da glândula parótida e desce pelo pescoço. Recebe algumas veias superficiais, como a veia jugular externa posterior, a veia jugular anterior, as veias cervicais transversas e a veia supraescapular. Deságua, por fim, na veia subclávia. Veias superficiais do membro superior Existem duas grandes veias superficiais no membro superior: a veia cefálica e a veia basílica. Elas nascem pela união de diversas veias superficiais presentes majoritariamente no dorso da mão. A veia cefálica situa-se lateralmente ao membro, enquanto a veia basílica situa-se medialmente. SAIBA MAIS Existem algumas veias superficiais que formam anastomoses na fossa cubital, região de transição entre antebraço e braço. Nessa fossa, há a presença de veias menores, como a veia cefálica acessória, veia basílica acessória, veia intermédia do cotovelo e a veia mediana do antebraço. A presença dessas veias varia, de modo que existem diversos padrões de conformação dessas anastomoses descritos na literatura. Essas veias são de extrema importância para a coleta de sangue venoso, pois são frequentemente puncionadas. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema de algumas superficiais do membro superior. Veias superficiais do tórax e abdome Tanto no tórax quanto no abdome temos um plexo venoso repleto de pequenas veias inominadas. Uma veia se destaca: a veia toracoepigástrica, que constitui importante via de circulação colateral de anastomoses com ramos venosos na região umbilical (Sistema porta-hepático) e por anastomoses com a veia femoral (Sistema da veia cava inferior) e a veia axilar (Sistema da veia cava superior) . ATENÇÃO Em casos de obstrução, essa via de circulação colateral é ativada, mas as veias toracoepigástricas e as inominadas da parede abdominal e torácica são incapazes de suportar o fluxo e se tornam varicosas, dando o aspecto de cabeça de medusa para as veias da região. Veias superficiais do membro inferior Existem duas grandes veias superficiais: Veia safena magna Éconsiderada a veia mais longa do corpo humano. Surge da face medial do dorso do pé por meio de um plexo venoso. Ascende até a face anterior da coxa e deságua na veia femoral por meio de uma abertura na fáscia (hiato safeno). Recebe veias menores e inominadas durante seu trajeto. Uma importante tributária é a veia toracoepigástrica. Veia safena parva Surge na face lateral do dorso do pé, graças a união de várias pequenas veias na região. Ascende pela face posterior da perna e deságua na veia poplítea. Frequentemente, se anastomosa com a veia safena magna. Essas veias são bastante conhecidas por estarem associadas à safenectomia. Parte da safena magna pode ser removida cirurgicamente e implantada no coração, de modo a realizar uma revascularização do miocárdio. SAFENECTOMIA Procedimento cirúrgico que visa remover uma safena varicosa. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema das veias superficiais do membro inferior. ANATOMIA DOS PRINCIPAIS VASOS DO CORPO HUMANO javascript:void(0) O especialista Silvio Rodrigues Marques Neto fala sobre a anatomia dos principais vasos do corpo humano. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O SISTEMA DE DRENAGEM VENOSA É DIVIDIDO EM UMA PORÇÃO PROFUNDA E UMA PORÇÃO SUPERFICIAL. SABE-SE QUE AS VEIAS PROFUNDAS GERALMENTE ACOMPANHAM AS ARTÉRIAS POR MEIO DE VEIAS SATÉLITES, ENQUANTO O SISTEMA SUPERFICIAL SITUA-SE NA TELA SUBCUTÂNEA. QUAL DAS VEIAS SUPERFICIAIS DO ANTEBRAÇO A SEGUIR CONTRIBUIRÁ PARA A FORMAÇÃO DA VEIA AXILAR? A) Veia cefálica B) Arco venoso dorsal da mão C) Veia basílica acessória D) Veia basílica E) Veia porta 2. A ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM POSTERIORMENTE SE DIVIDE EM ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA E ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA. A ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA FORNECERÁ RAMOS PARA O SISTEMA NERVOSO CENTRAL, JÁ A CARÓTIDA EXTERNA FORNECERÁ UMA SÉRIE DE RAMOS PARA O PESCOÇO E FACE. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A UM RAMO DA ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA: A) Artéria maxilar B) Artéria subclávia C) Artéria angular D) Artéria labial inferior E) Artéria radial GABARITO 1. O sistema de drenagem venosa é dividido em uma porção profunda e uma porção superficial. Sabe-se que as veias profundas geralmente acompanham as artérias por meio de veias satélites, enquanto o sistema superficial situa-se na tela subcutânea. Qual das veias superficiais do antebraço a seguir contribuirá para a formação da veia axilar? A alternativa "D " está correta. A veia basílica surge medialmente no antebraço, a partir do arco venoso do dorso da mão. À medida que ascende, pode anastomosar-se com diversas outras veias na fossa cubital. 2. A artéria carótida comum posteriormente se divide em artéria carótida externa e artéria carótida interna. A artéria carótida interna fornecerá ramos para o Sistema Nervoso Central, já a carótida externa fornecerá uma série de ramos para o pescoço e face. Assinale a alternativa que corresponde a um ramo da artéria carótida externa: A alternativa "A " está correta. A artéria maxilar é considerada um dos ramos terminais da artéria carótida externa. É uma artéria que supre regiões profundas da face, assim como origina ramos que irrigarão os dentes da arcada superior e inferior. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudamos as noções gerais da construção sanguínea e de suas funções, assim como o funcionamento geral do sistema cardiovascular. Exploramos o órgão-chave desse sistema, o coração, seus aspectos topográficos, morfológicos e funcionais, detalhando os elementos presentes na superfície cardíaca assim como nas suas cavidades, sua vascularização e a inervação, que é bastante especial sob o ponto de vista funcional. Abordamos também alguns aspectos clínicos do coração, como doenças congênitas e doenças arteriais. No segundo módulo, vimos a constituição dos vasos sanguíneos do corpo e suas peculiaridades. Em seguida, analisamos, por regiões, as principais artérias do corpo humano, assim como seus ramos, a divisão da circulação venosa em sistemas superficial e profundo e, ainda, os principais vasos venosos de forma topográfica e suas tributárias mais importantes. O sistema cardiovascular é essencial para a manutenção da vida e qualquer distúrbio nele pode gerar problemas graves. Trabalhamos aqui o conceito de circulação colateral, que tenta minimizar diminuições do aporte sanguíneo para um tecido, no qual uma série de ramos provenientes de artérias distintas ou de artérias contralaterais forma uma verdadeira rede anastomótica, criando, assim, vias colaterais de fluxo sanguíneo. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O'RAHILLY, R. R. Anatomia - Estudo Regional do Corpo Humano. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978. GOSS, C.M. (Ed.) Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. TESTUT, L.; LATARJET, A. Tratado de Anatomia Humana. 9. ed. Barcelona: Salvat, 1958. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Principles of Anatomy & Physiology. 14. ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2014. WARWICK, R.; WILLIAMS, P. L. Gray Anatomia. 35. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. EXPLORE+ Para saber mais sobre os conteúdos abordados, busque os seguintes vídeos no YouTube: Sistema de Condução do Coração e ECG, Animação. Alila Medical Media Português, que descreve o funcionamento do sistema de condução cardíaca e as ondas do eletrocardiograma; Arterial Puncture for Blood Gas Analysis NEJM, do canal Pulmonary Resident Essentials, que explica o procedimento de gasometria arterial. CONTEUDISTA Marcio Antonio Babinski CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);lembrar que, embora seja estriado como o músculo estriado esquelético, o músculo estriado cardíaco é involuntário como o músculo liso. ENDOCÁRDIO Componente mais interno do coração. Trata-se de uma fina camada de endotélio sobreposta a uma fina camada de tecido conjuntivo. Fornece um revestimento liso para a superfície interna das câmaras do coração e cobre suas válvulas. Seu principal papel é minimizar o atrito dessas superfícies conforme o sangue corre pelas câmaras cardíacas. O endocárdio é contínuo com o revestimento endotelial dos vasos da base. SAIBA MAIS Clinicamente, endocardite é o nome que se dá a uma inflamação do endocárdio e que, geralmente, envolve as válvulas cardíacas. Na maioria dos casos, a endocardite é causada por bactérias (Endocardite bacteriana) . Os sinais e sintomas de endocardite incluem febre, sopro cardíaco, batimento cardíaco irregular ou rápido, fadiga, perda de apetite, suores noturnos e calafrios. O tratamento é feito com antibióticos intravenosos. ANATOMIA EXTERNA DO CORAÇÃO Como vimos, o coração se assemelha a um cone cujo ápice está voltado para baixo e para a esquerda, enquanto a base está voltada para cima e para a direita. Em geral, descreve-se o coração como tendo, além do ápice e da base, quatro faces: Face anterior (esternocostal) - face profunda ao esterno e nas costelas. Face inferior (diafragmática) - face do coração que repousa sobre o diafragma e está entre o ápice e a face direita. Face pulmonar direita - voltada para o pulmão direito e se estende da face inferior até a base. Face pulmonar esquerda - voltada para o pulmão esquerdo e se estende da base ao ápice. ATENÇÃO Alguns autores descrevem que o coração possui bordas, mas que essas não são definidas devido à superfície arredondada do órgão. Ainda é válido ressaltar que seu ápice não é pontiagudo, e sim, arredondado. A base do coração é formada pelos átrios e se dirige para trás. Dessa forma, os átrios são cavidades mais posteriores em relação aos ventrículos. Podemos observar a presença das veias cavas inferior e superior penetrando no coração por meio do átrio direito. Na superfície cardíaca, vemos duas projeções dos átrios em forma de orelha, são as aurículas esquerda e direita, respectivamente. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Vista anterior do coração. S Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Vista posterior do coração. Em alguns espécimes anatômicos, pode ser observada a presença de um sulco no átrio direito, denominado sulco terminal, ocupado em partes pelo nó sinoatrial. Trata-se de uma importante estrutura do sistema de condução cardíaca. Esse sulco corresponde a uma crista muscular na parte interna do átrio, chamada de crista terminal. Observamos, também, na superfície externa do coração, a presença de sulcos que separam as cavidades: Sulco coronário (ou atrioventricular) - forma limite entre átrios e ventrículos. Esse sulco é preenchido pelas artérias coronárias direita e esquerda e pelo seio coronário, a maior veia que drena o coração. Sulco interatrial - delimita átrio esquerdo e direito. É um sulco pouco expressivo. Sulco interventricular anterior - aloja a artéria homônima, na face anterior do coração. Sulco interventricular posterior - aloja a artéria homônima, na face diafragmática do coração. Cabe ressaltar que esses sulcos são preenchidos, além dos vasos, por gordura proveniente do epicárdio, assim como o fato de que esses quatro sulcos correspondem, na superfície interna, aos septos atrioventricular, interatrial e interventricular, respectivamente. CÂMARAS CARDÍACAS Cada câmara cardíaca possui características anatômicas, forma, tamanho e espessura distintas, assim, convém-se analisá-las separadamente. Para isso, iremos descrevê-las na sequência que o sangue percorre ao chegar no coração. Átrio direito Ventrículo direito Átrio esquerdo Ventrículo esquerdo Átrio direito O átrio direito forma a superfície direita do coração. É a cavidade que recebe o sangue venoso do corpo inteiro por meio de três veias: Veia cava superior - responsável pela drenagem da cabeça, pescoço, membro superior e tórax). Veia cava inferior - responsável pela drenagem venosa do abdome, pelve e membros inferiores. Seio coronário - responsável pela drenagem venosa do coração. SAIBA MAIS A veia cava inferior e o seio coronário possuem válvulas, denominadas válvula da veia cava inferior (de Eustáquio) e válvula do seio coronário (de Tebésio). Essas válvulas estão parcialmente unidas por uma prega fibrosa, conhecida na literatura cirúrgica como tendão de Todaro. O átrio direito tem cerca de 2 a 3mm de espessura. A superfície interna da sua parede anterior e posterior são bastante diferentes. A parede posterior é lisa, enquanto a parede anterior é rugosa devido à presença de pregas musculares denominadas músculos pectíneos (formato de pente). Esses músculos pectíneos estão presentes também na aurícula direita — uma projeção em forma de orelha do átrio. Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma fina parede: o septo interatrial. Nesse septo, podemos observar a fossa oval, pequena depressão ovalada remanescente do forame oval (de Botallo) — uma comunicação entre os átrios que se fecha após o nascimento. Por fim, o sangue venoso passa do átrio direito para o ventrículo direito graças à válvula tricúspide, que veremos à frente. Ventrículo direito O ventrículo direito possui em torno de 4 a 5mm de espessura e forma a maior parte da face anterior do coração. Na superfície interna, podemos observar a válvula tricúspide, vista inferiormente, e a presença de finas e longas cordas denominadas cordas tendíneas, que emergem da válvula tricúspide e se dirigem a projeções do miocárdio em forma de cone: os músculos papilares. Após um estímulo nervoso, esses músculos papilares tracionam a válvula por meio das cordas tendíneas, fazendo com que ocorra o fechamento dela. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Átrio e ventrículo direito abertos. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Ventrículo direito aberto. Ainda, no interior do ventrículo direito, podemos observar cristas formadas por fibras musculares: as trabéculas cárneas. Existem duas cristas especiais nesse ventrículo: Crista supraventricular (de His), que separa a porção de “entrada” de sangue e a porção de “saída” de sangue. Trabécula septomarginal (banda moderadora, corda de Da Vinci), responsável por levar fibras nervosas para a parede anterior do ventrículo direito. Quando o sangue venoso é ejetado, ele corre por uma região lisa denominada cone arterial (ou infundíbulo). A partir daí, ele chega ao pulmão por meio de uma artéria chamada de tronco pulmonar. Essa artéria possui um tipo de válvula semilunar: a válvula pulmonar. O tronco pulmonar se divide em artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda. É o único exemplo em que veremos uma artéria carregar sangue “venoso”, ou seja, rico em gás carbônico. SAIBA MAIS São nos alvéolos pulmonares que ocorre a troca de gases: um processo denominado hematose, no qual o gás carbônico é substituído por oxigênio. Átrio esquerdo O átrio esquerdo possui uma espessura semelhante à do direito e forma a maior parte da base do coração. Recebe sangue dos pulmões por meio de quatro veias pulmonares. Único exemplo em que veremos uma veia carregar sangue “arterial”, rico em oxigênio. A parede posterior do átrio esquerdo é lisa e o número de músculos pectíneos na parede anterior é escasso. Os músculos pectíneos são encontrados em pouca quantidade especialmente na aurícula esquerda. Também podemos observar a fossa oval, mas ela encontra-se menos expressiva do que no átrio direito. VOCÊ SABIA O sangue passa para o ventrículo esquerdo por meio da válvulabicúspide ou válvula mitral. Descrita em torno de 1500 por Vesalius, a válvula mitral carrega esse nome por se assemelhar ao chapéu de um bispo, denominado mitra. Estudaremos essa válvula ainda neste módulo. Ventrículo esquerdo É a câmara mais espessa do coração com cerca de 10 a 15mm de espessura. Forma parte da face diafragmática e o ápice do coração. Assim como no ventrículo direito, podemos observar a presença das cordas tendíneas, dos músculos papilares e das trabéculas cárneas. O sangue rico em oxigênio passa do ventrículo esquerdo para a artéria aorta por meio da válvula aórtica. Nascendo da aorta ascendente, podemos observar as artérias coronárias, que irrigam o coração. O restante do sangue segue pelas demais porções e ramificações da aorta. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Átrio e ventrículo esquerdo abertos. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Ventrículo direito aberto. ESQUELETO FIBROSO E VÁLVULAS CARDÍACAS Como vimos, o coração é um órgão musculofibroso, ou seja, apesar de ser formado majoritariamente por tecido muscular, também possui uma arquitetura fibrosa que forma uma base estrutural para as válvulas cardíacas e impede o estiramento excessivo das válvulas à medida que o sangue passa por elas. O esqueleto fibroso atua como um ponto de ancoragem dos feixes de fibras musculares cardíacas e como um sistema elétrico isolante entre os átrios e os ventrículos. Ele consiste em quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as válvulas do coração. Esses anéis fundem-se e formam a parte superior do septo interventricular, assim como formam uma estrutura especial no átrio direito que serve como ponto de fixação das válvulas da veia cava inferior e do seio coronário, o tendão de Todaro, como visto anteriormente. Trata-se de uma estrutura importante para a localização do trígono de Koch, durante cirurgias. As válvulas cardíacas podem ser classificadas como: A) Válvulas atrioventriculares Situadas entre os átrios e os ventrículos. São duas: Válvula tricúspide, entre o átrio direito e o ventrículo direito. Válvula bicúspide (ou mitral), entre o átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. Estruturalmente, o que as difere é o número de cúspides ou folhetos. Como o nome indica, a tricúspide possui 3 folhetos, enquanto a bicúspide possui 2 cúspides. Quando uma válvula atrioventricular se abre, as extremidades arredondadas das cúspides projetam-se para o ventrículo. Quando os ventrículos estão relaxados (diástole), os músculos papilares também ficam relaxados, as cordas tendíneas ficam frouxas e o sangue passa de uma pressão mais alta nos átrios para uma pressão mais baixa nos ventrículos devido ao fato dessas válvulas estarem abertas. Quando os ventrículos se contraem (sístole), a pressão do sangue impulsiona as cúspides para cima até que suas bordas se encontrem e fechem a abertura. Ao mesmo tempo, os músculos papilares se contraem, o que puxa e tensiona as cordas tendíneas. Isso evita que as cúspides das válvulas se evertam (prolapso) para o átrio em resposta à alta pressão ventricular. Caso haja alguma lesão nas válvulas atrioventriculares ou se cordas tendíneas estiverem danificadas, o sangue pode regurgitar (refluir) para os átrios quando os ventrículos se contraem. B) Válvulas semilunares Situadas em alguns vasos, são classificadas dessa forma por possuírem três pequenas cúspides em formato de meia lua. A válvula pulmonar, presente no tronco pulmonar, e a válvula aórtica, presente na porção ascendente da aorta, possuem a função de evitar refluxo sanguíneo para os ventrículos. Quando os ventrículos se contraem, há um aumento da pressão. Com isso, as válvulas semilunares abrem, quando a pressão nos ventrículos excede à pressão nas artérias, permitindo a ejeção de sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os ventrículos relaxam, o sangue começa a fluir de volta para o coração. Esse refluxo de sangue preenche as cúspides das válvulas, o que faz com que as bordas livres das válvulas semilunares entrem em contato. Imagem: Dr. Johannes Sobotta / Wikimedia Commons / Public domain adaptada por Luís Salgueiro Válvulas atrioventriculares e semilunares fechadas. Vista superior. Durante os movimentos de contração e relaxamento do coração, há uma passagem de volume de sangue de um átrio para um ventrículo ou de um ventrículo para uma artéria. Essas válvulas abrem e fecham de acordo com as mudanças de pressão, à medida que o coração se contrai ou relaxa. ATENÇÃO Cada uma das quatro válvulas ajuda a garantir o sentido único do fluxo de sangue: abrem para deixar o sangue passar e fecham para evitar refluxo. IRRIGAÇÃO DO CORAÇÃO O coração é um órgão altamente vascularizado, possui um verdadeiro circuito vascular, denominado circulação coronariana ou circulação cardíaca. VOCÊ SABIA A palavra coronariana vem de coroa, pois os vasos formam uma verdadeira coroa ao redor do coração. Tal vascularização é iniciada a partir de dois ramos da artéria aorta ascendente: A artéria coronária esquerda A artéria coronária direita Elas nascem a partir dos seios aórticos direito e esquerdo (de Valsalva). Enquanto o coração está se contraindo, pouco sangue flui nas artérias coronárias porque elas estão fechadas. Quando o coração relaxa, no entanto, a alta pressão do sangue na aorta o leva, por meio das artérias coronárias, para os capilares e, então, para as veias coronárias. Isso significa que as artérias coronárias são preenchidas por sangue arterial durante a fase de relaxamento do coração (diástole). Ressalta-se que a maioria das partes do corpo recebe sangue de ramos de mais de uma artéria, ou seja, o território vascular de uma região geralmente é dado por dois ou mais ramos e estes com frequência se conectam. Essas conexões (anastomoses) fornecem rotas alternativas (circulação colateral), com isso, mediante uma obstrução, o sangue ainda consegue chegar a um órgão ou tecido. ANASTOMOSES Rede de canais que se bifurcam e se recombinam em vários pontos. SAIBA MAIS O miocárdio contém muitas anastomoses que conectam ramos de uma determinada artéria ou se estendem entre ramos de diferentes artérias coronárias. Isso deve ser lembrado durante o estudo dos vasos coronários. Descreveremos a seguir as artérias e veias que participam da circulação coronariana. Artéria coronária esquerda Trata-se de um tronco curto que passa inferiormente à aurícula esquerda e logo se divide nos ramos: INTERVENTRICULAR ANTERIOR (RAMO DESCENDENTE ANTERIOR) Artéria interventricular anterior situa-se no sulco interventricular anterior e fornece sangue oxigenado para as paredes de ambos os ventrículos. Ela é responsável por emitir uma série de ramos septais que irrigam o septo interventricular. Também emite um pequeno ramo para a região que denominamos cone arterial (ramo para o cone arterial). javascript:void(0) CIRCUNFLEXO A artéria circunflexa encontra-se no sulco atrioventricular e distribui sangue oxigenado para as paredes do ventrículo esquerdo e átrio esquerdo. Ela emite ramos pequenos para a aurícula esquerda e dois ramos mais calibrosos para o ventrículo, sendo um deles chamado de ramo marginal esquerdo. Artéria coronária direita A artéria coronária direita é mais longa e está próxima à aurícula direta. Fornece pequenos ramos para o átrio direito durante seu trajeto inicial. Um irriga o nó sinoatrial (ramo para o nó sinoatrial), um componente vital do sistema de condução cardíaca. A artéria coronária direita continua inferiormente à aurícula direita e se divide nos ramos: INTERVENTRICULAR POSTERIOR Segue o sulco interventricular posterior e supre as paredes dos dois ventrículos com sangue oxigenado. A artéria interventricular posterior emite ramos septais posteriores que irrigam o septo interventricular. RAMOS MARGINAIS Esses ramos se anastomosam com os ramos septaisanteriores da artéria interventricular anterior. O ramo marginal direito segue para além do sulco coronário e corre ao longo da margem direita do coração, levando o sangue oxigenado para a parede direita do ventrículo. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema das artérias coronárias e seus principais ramos. Veias cardíacas Depois que o sangue passa pelas artérias coronárias, ele flui para os capilares, onde fornece oxigênio e nutrientes para o músculo cardíaco e coleta dióxido de carbono e resíduos, movendo-se para as veias coronárias. A maior parte do sangue retorna por meio de um grande seio situado posteriormente e entre o átrio direito e ventrículo direito: o seio coronário. A circulação venosa segue a circulação arterial, drenando o sangue para o átrio direito. Principais veias do coração Veia cardíaca magna (veia interventricular anterior) - acompanha a artéria interventricular anterior e drena áreas supridas pela coronária esquerda. Recebe a veia marginal esquerda. Drena para o seio coronário; Veia cardíaca média (veia interventricular posterior) - acompanha o ramo interventricular posterior no sulco interventricular posterior e drena as regiões adjacentes para o seio coronário; Veia cardíaca parva - acompanha parte da trajetória da artéria coronária direita. Drena para o seio coronário que drena o átrio direito e ventrículo direito; Veias cardíacas anteriores - drenam o ventrículo direito e abrem diretamente no átrio direito; Veias cardíacas mínimas (de Tebésio) - são microvasos que não aparecem na superfície do coração e são mais numerosos no átrio direito. Abrem-se nas quatro cavidades cardíacas. INERVAÇÃO DO CORAÇÃO O coração possui um sistema de condução especial, pois é um órgão involuntário e, desse modo, sua função é exercida independentemente da nossa vontade. Para tal, existem fibras musculares que se “autoexcitam” e funcionam como um verdadeiro marca-passo, fazendo com que a musculatura cardíaca se contraia e relaxe de forma coordenada. VOCÊ SABIA Essas fibras continuam a estimular a contração cardíaca mesmo após um coração ser removido do restante do corpo! Durante o desenvolvimento embrionário, apenas cerca de 1% das fibras musculares cardíacas tornam- se fibras autorrítmicas. Elas possuem duas funções: Agem isoladamente como um marca-passo, definindo o ritmo da excitação elétrica que causa a contração do coração. Formam, em conjunto, o sistema de condução cardíaca, uma rede que fornece um caminho para cada ciclo de excitação que progride pelas regiões do coração. Esse sistema de condução garante que as câmaras cardíacas se contraiam de forma coordenada. Apesar desse sistema ser independente, ele é regulado por componentes do Sistema Nervoso Autônomo (simpático e parassimpático), que fazem com que a sístole e a diástole ocorram com maior ou menor frequência. SAIBA MAIS A análise do sistema elétrico do coração é dada pelo eletrocardiograma. Veja agora os elementos que compõem o sistema de condução cardíaca e o Sistema Nervoso Autônomo que atuam no coração. Elementos do sistema de condução NÓ SINOATRIAL O nó sinoatrial é considerado o marca-passo do coração. Trata-se de um aglomerado de células cardíacas especiais autoexcitatórias. Esse aglomerado de células situa-se na parede do átrio direito, inferior e lateralmente à desembocadura da veia cava superior. Cada potencial de ação se propaga ao longo de ambos os átrios, por meio de junções de hiato no discos de fibras musculares atriais. Seguindo a ação potencial, os dois átrios se contraem ao mesmo tempo. NÓ ATRIOVENTRICULAR Esse estímulo elétrico chega ao nó atrioventricular por fibras musculares atriais. O nó atrioventricular está localizado no septo interatrial, anteriormente à abertura do seio coronário. Aqui, a velocidade do estímulo elétrico diminui para dar tempo para os átrios levarem o sangue para os ventrículos. FEIXE ATRIOVENTRICULAR (DE HIS) O potencial de ação chega a uma estrutura chamada de feixe atrioventricular (feixe de His), responsável pela transmissão do potencial elétrico dos átrios para os ventrículos, visto que o próprio esqueleto fibroso do coração isola eletricamente essas câmaras. Emite um ramo para o ventrículo direito, que alcança a parede por meio da trabécula septomarginal e um ramo para o ventrículo esquerdo, que se espalha na parede do ventrículo. PLEXO SUBENDOCÁRDICO DE CONDUÇÃO (FIBRAS DE PURKINJE) As fibras de Purkinje são fibras musculares de grande diâmetro e conduzem rapidamente o potencial de ação, começando no ápice do coração, para cima, para o restante do miocárdio ventricular. Em seguida, os ventrículos se contraem, empurrando o sangue para cima, em direção às válvulas semilunares. Elementos do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático Esse sistema é responsável pela regulação da frequência de contração e relaxamento do coração. Os nervos derivam da divisão autônoma do Sistema Nervoso Periférico. É válido ressaltar que as fibras simpáticas aumentam a velocidade e força de contração, enquanto as fibras parassimpáticas fazem o oposto. As fibras simpáticas chegam por meio dos nervos cardíacos do tronco simpático. Existem três pares de nervos, são os nervos cardíacos superior, médio e inferior, que nascem, respectivamente dos gânglios cervicais superior, médio e inferior (estrelado). As fibras parassimpáticas chegam ao coração por meio de ramos cardíacos provenientes do nervo vago direito e esquerdo, o décimo par de nervo craniano. A união dessas fibras nervosas forma o plexo cardíaco, que é dividido em uma porção superficial, situada inferiormente ao arco aórtico, e uma porção profunda, entre o arco aórtico e a bifurcação da traqueia. Essas fibras nervosas alcançam os componentes do sistema de condução, os vasos coronarianos e seus ramos, assim como a musculatura atrial e ventricular. Além desse sistema regulatório, temos: As aferentes viscerais, fibras responsáveis por levar informações do coração para o Sistema Nervoso Central. As fibras que carregam informações a respeito de frequência cardíaca e pressão sanguínea chegam ao coração por meio dos ramos cardíacos do nervo vago. Desse modo, são fibras nervosas associadas aos reflexos cardíacos. Já as fibras aferentes que estão relacionadas ao Sistema Nervoso Simpático carregam estímulos dolorosos. Essas fibras alcançam os segmentos cervicais e o primeiro segmento torácico do tronco simpático. Nessa região, existem anastomoses nervosas com nervos espinhais que suprem o membro superior. Isso explica, por exemplo, que, em casos de infarto, o paciente geralmente sente dor referida no membro superior, além da dor precordial. NOTAS CLÍNICAS SOBRE O CORAÇÃO (TÓPICO ESPECIAL) O coração pode ser alvo de inúmeras doenças congênitas. As anormalidades mais comuns envolvem defeito nos septos atrial e ventricular. Essas deformidades permitem na vida adulta que o sangue passe de um lado do coração para o outro – um shunt ou desvio. javascript:void(0) DOENÇAS CONGÊNITAS Doenças que acontecem durante o período embrionário. A comunicação interatrial permite que o sangue oxigenado flua do átrio esquerdo (pressão mais alta) para átrio direito (pressão mais baixa). A gravidade da doença gira em torno do tamanho dessa comunicação, visto que casos assintomáticos geralmente possuem uma abertura muito pequena. Essas comunicações geralmente envolvem a permanência do forame oval. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Defeito no septo interatrial. A mesma lógica procede para as comunicações interventriculares, porém, esta é mais grave: frequentemente causam hipertrofia do ventrículo direito e hipertensão na artéria pulmonar e exigem correção cirúrgica. As comunicações interventriculares afetam mais a porção superior do septo interventricular, que é fibrosa. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Defeito no septo interventricular. Outro defeito congênito é a transposição de grandes vasos.Geralmente, a aorta nasce do ventrículo direito, enquanto o tronco pulmonar nasce do ventrículo esquerdo (forma mais comum de transposição). Essa anomalia faz com que o sangue desoxigenado do lado direito do coração seja bombeado imediatamente pela aorta e circule por todo o corpo e pelo próprio coração, desviando completamente dos pulmões. Nessa mesma condição, o lado esquerdo do coração bombeia continuamente o sangue oxigenado de volta para os pulmões por meio da artéria pulmonar, em vez de sair para a circulação do corpo. Com isso, dois sistemas circulatórios separados são criados. É chamado de defeito cardíaco congênito cianótico porque o recém-nascido fica azul (cianótico) devido à falta de oxigênio. RECOMENDAÇÃO O tratamento é realizado de forma cirúrgica e esse defeito deve ser corrigido o mais rápido possível. Em relação à circulação coronariana, temos a doença arterial coronariana, que é caracterizada por um estreitamento das artérias coronárias. Isso resulta em um fluxo sanguíneo insuficiente para manter o miocárdio vivo. Geralmente, a doença coronariana é causada por aterosclerose, um distúrbio vascular em que depósitos de gordura se formam na parede arterial, causando degeneração arterial e obstrução do fluxo sanguíneo. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Doença arterial coronariana. Note a placa de ateroma obstruindo a luz do vaso. ATENÇÃO A placa aterosclerótica (ateroma) é composta por lipídios, músculo liso e tecido cicatricial e pode progredir para uma placa complicada calcificada, tornando as paredes arteriais rígidas. O infarto do miocárdio pode ocorrer quando a artéria fica tão obstruída que o músculo cardíaco começa a morrer por falta de oxigênio. A obstrução parcial de uma artéria pode causar uma sensação temporária de peso e dor no peito, chamada de angina (angina pectoris) quando a artéria se contrai. SAIBA MAIS Existem várias maneiras pelas quais um ateroma pode levar a um ataque cardíaco. O próprio ateroma pode bloquear tanto a artéria que o fluxo sanguíneo é insuficiente para sustentar o músculo cardíaco especialmente durante o exercício, quando a necessidade metabólica do miocárdio aumenta drasticamente. Além disso, as plaquetas podem aderir aos ateromas e produzirem coágulos, que podem se soltar e bloquear outro vaso menor. VASOS DA BASE São quatro grandes vasos que chegam ou emergem da base do coração. VEIAS CAVAS VEIA CAVA SUPERIOR É a segunda maior veia do corpo humano e possui em torno de 2cm de diâmetro. É formada pela união das veias braquiocefálicas direita e esquerda, no nível da articulação esternoclavicular. Na base do coração, penetra o pericárdio fibroso, no nível da segunda cartilagem costal, e entra no átrio direito, no nível da terceira cartilagem costal. Em geral, recebe sangue da extremidade superior do corpo humano: cabeça, pescoço e membros superiores via veias braquiocefálicas e tórax via veia ázigo. VEIA CAVA INFERIOR Formada pela união das veias ilíacas comuns direita e esquerda. Essa união ocorre no nível da quinta vértebra lombar, no lado direito do corpo. Atravessa o diafragma pelo forame da veia cava e atravessa o pericárdio fibroso, no nível da oitava vértebra torácica, e se abre no átrio direito. Em seu orifício, podemos observar a válvula venosa, a válvula da veia cava inferior (de Eustáquio), rudimentar no adulto, mas que durante a vida fetal possui papel importante de redirecionar o fluxo. A veia cava inferior recebe tributárias do abdome e dos órgãos da cavidade abdominal, da pelve e dos órgãos pélvicos, assim como dos membros inferiores. TRONCO PULMONAR Surge a partir do ventrículo direito, de uma região chamada de cone arterial ou infundíbulo. Está associada à aorta ascendente por uma bainha em comum. Corre em direção posterior e à esquerda e se divide em: Artéria pulmonar direita, que se dirige posteriormente à aorta ascendente para alcançar o pulmão direito. Artéria pulmonar esquerda, que corre inferiormente pelo arco da aorta para alcançar o pulmão esquerdo. O tronco pulmonar possui uma válvula do tipo semilunar: a válvula do tronco pulmonar. Entre o tronco pulmonar e a aorta há a presença de uma estrutura fibrosa denominada ligamento arterioso (ligamento de Botallo), remanescente embrionário do ducto arterioso, que desvia sangue do tronco pulmonar para a aorta, visto que os pulmões do feto não exercem a hematose. Esse ducto fecha logo após o nascimento, transformando-se no ligamento arterioso. ATENÇÃO Ocasionalmente, esse ducto pode permanecer aberto. Quando isso ocorre, o sangue oxigenado no arco aórtico (pressão mais alta) entra no tronco pulmonar (pressão mais baixa) e produz hipertensão pulmonar. Essa doença é conhecida como persistência do ducto arterioso ou ducto arterioso patente. VEIAS PULMONARES São dois pares de vasos provenientes dos pulmões direito e esquerdo, que desembocam separadamente no átrio esquerdo, na sua superfície posterior, carregando sangue rico em oxigênio para o lado esquerdo do coração. AORTA É a maior artéria do corpo humano: Nasce do ventrículo esquerdo e possui cerca de 3cm de diâmetro. Ascende em direção ao pescoço e, logo em seguida, curva-se posteriormente para a esquerda. Desce pelo interior da cavidade torácica e perfura o diafragma pelo hiato aórtico. Ao chegar no abdome, divide-se no nível da quarta vértebra lombar nas artérias ilíacas comuns. Devido ao seu amplo trajeto, pode ser dividida em quatro porções: aorta ascendente, arco aórtico, aorta torácica e aorta abdominal (ou porções torácica e abdominal da aorta descendente). Cada uma de suas porções emite importantes vasos que irão fornecer a vascularização do corpo humano inteiro. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema dos vasos da base. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E CIRCULAÇÃO PULMONAR Na circulação, o coração bombeia o sangue em dois circuitos fechados a cada batimento: CIRCULAÇÃO PULMONAR O lado direito do coração é a bomba da circulação pulmonar. Recebe todo o sangue vermelho-escuro desoxigenado que retorna da circulação sistêmica. O sangue venoso do corpo inteiro chega pelo átrio direito e passa para o ventrículo direito. O sangue é ejetado do ventrículo direito e flui para o tronco pulmonar, que se ramifica nas artérias pulmonares, levando sangue para os pulmões direito e esquerdo. Nos capilares pulmonares, o sangue venoso libera CO2, que é exalado e capta oxigênio do ar inspirado. O sangue recém-oxigenado, denominado arterial, flui para as veias pulmonares e retorna ao átrio esquerdo. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA O lado esquerdo do coração é a bomba da circulação sistêmica. O sangue rico em oxigênio vai dos pulmões para o átrio esquerdo graças às veias pulmonares, é passado do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, que ejeta sangue para a aorta. Da aorta, o sangue entra em artérias sistêmicas progressivamente menores que o transportam para todos os órgãos do corpo, exceto os alvéolos dos pulmões, que são supridos pela circulação pulmonar. Nos tecidos, as artérias dão origem a arteríolas de menor diâmetro, que finalmente levam a extensos leitos de capilares sistêmicos. A troca de nutrientes e gases ocorre por meio das paredes finas dos capilares. O sangue leva oxigênio para o tecido e capta dióxido de carbono. Na maioria dos casos, o sangue flui por meio de apenas um capilar e então entra em uma vênula sistêmica. As vênulas carregam o sangue pobre em oxigênio dos tecidos e se fundem para formar veias sistêmicas maiores. Por fim, o sangue retorna ao átrio direito. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema da circulação pulmonar e da circulação sistêmica. ANATOMIA DO CORAÇÃO O especialista Silvio Rodrigues Marques Neto faz um breve resumo do módulo: o coração e sua estrutura anatômica, os vasos que determinam o aporte sanguíneo e a circulação pulmonar e sistêmica: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS MÚSCULOS PAPILARES SÃO FUNDAMENTAISPARA O FUNCIONAMENTO DO COMPLEXO VALVAR DO CORAÇÃO. NO VENTRÍCULO DIREITO, SÃO, GERALMENTE, TRÊS, ENQUANTO, NO VENTRÍCULO ESQUERDO, SÃO, GERALMENTE, UM PAR. OS MÚSCULOS PAPILARES ANCORAM, EM ÚLTIMA INSTÂNCIA, AS VÁLVULAS ATRIOVENTRICULARES. PARA TAL, CONECTAM-SE A ESTRUTURAS DENOMINADAS: A) Nó sinoatrial. B) Cordas tendíneas. C) Trabéculas cárneas. D) Crista supraventricular. E) Trabécula septomarginal. 2. O MIOCÁRDIO É A CAMADA MUSCULAR DO CORAÇÃO. SABEMOS QUE ELE ADQUIRE ESPESSURAS DIFERENTES DE ACORDO COM A CAVIDADE CARDÍACA ESTUDADA. QUAL DAS CAVIDADES APRESENTA O MAIOR ESPESSAMENTO DO MIOCÁRDIO? A) Átrio direito. B) Ventrículo direito. C) Átrio esquerdo. D) Ventrículo esquerdo. E) Todas as cavidades são iguais. GABARITO 1. Os músculos papilares são fundamentais para o funcionamento do complexo valvar do coração. No ventrículo direito, são, geralmente, três, enquanto, no ventrículo esquerdo, são, geralmente, um par. Os músculos papilares ancoram, em última instância, as válvulas atrioventriculares. Para tal, conectam-se a estruturas denominadas: A alternativa "B " está correta. As cordas tendíneas conectam as válvulas atrioventriculares aos músculos papilares dentro dos ventrículos. Várias cordas tendíneas anexam-se a cada folheto de cada aba das válvulas. 2. O miocárdio é a camada muscular do coração. Sabemos que ele adquire espessuras diferentes de acordo com a cavidade cardíaca estudada. Qual das cavidades apresenta o maior espessamento do miocárdio? A alternativa "D " está correta. O ventrículo esquerdo possui a maior espessura de miocárdio. Isso se dá pelo fato de que esta cavidade necessita ejetar sangue via aorta para o corpo inteiro, ou seja, exerce mais força e ejeta o sangue com maior pressão. MÓDULO 2 Identificar os principais vasos do corpo humano MORFOLOGIA E FUNÇÃO DOS VASOS SANGUÍNEOS Vimos anteriormente a constituição do coração, órgão central do sistema cardiovascular, seus vasos associados e como ocorrem as circulações sistêmica e pulmonar. Agora, estudaremos as artérias e veias, os principais vasos do corpo humano, dividindo o estudo por regiões. Veremos que os cinco principais tipos de vasos sanguíneos são: Artérias Arteríolas Capilares Vênulas Veias As artérias são responsáveis por transportar sangue do coração para outros órgãos e podem ser divididas em: elásticas (grande calibre) e musculares (médio calibre). Conforme as arteríolas (menores divisões das artérias) entram em um tecido, elas se ramificam em vasos minúsculos chamados de capilares. As finas paredes dos capilares permitem a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Grupos de capilares dentro de um tecido se reúnem para formar pequenas veias: as vênulas, que se fundem para formar progressivamente vasos sanguíneos maiores chamados de veias. As veias são os vasos que transportam sangue dos tecidos de volta para o coração. Estudaremos a constituição histológica desses vasos, e, em seguida, ressaltaremos as características de cada um. ESTRUTURA DE UM VASO SANGUÍNEO Em geral, a parede de um vaso sanguíneo possui três camadas, ou túnicas, de diferentes tecidos: um revestimento interno epitelial (túnica íntima), uma camada intermediária consistindo em músculo liso e tecido conjuntivo elástico (túnica média) e uma camada externa de tecido conjuntivo (túnica adventícia). Modificações nessas túnicas dão o aspecto especial de cada tipo de vaso sanguíneo. TÚNICA ÍNTIMA Forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo e está em contato direto com o sangue enquanto ele flui por meio da luz (ou lúmen). Embora essa camada tenha várias partes, os componentes do tecido contribuem minimamente para a espessura da parede do vaso. Sua camada mais interna é a camada endotelial, uma camada fina de células achatadas que reveste a superfície interna do todo o sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) e reduz o atrito durante o fluxo sanguíneo. Além da camada endotelial, a túnica íntima possui uma membrana basal, que fornece suporte para o endotélio, e uma camada elástica interna, que possui aberturas que facilitam a difusão de produtos para a próxima túnica. TÚNICA MÉDIA É o revestimento intermédio de um vaso. Trata-se de uma camada de tecido conjuntivo (fibras elásticas) e músculo liso que forma um verdadeiro anel ao redor da luz do vaso e regulam o diâmetro dele. O estímulo para a contração ou relaxamento do músculo liso vem do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático, respectivamente. O fenômeno de contração dessa musculatura leva à vasoconstricção (diminui o lúmen do vaso) Enquanto o relaxamento leva a vasodilatação (aumento). Uma camada, denominada lâmina elástica externa, separa a túnica média da túnica adventícia. TÚNICA ADVENTÍCIA É a camada mais externa de um vaso sanguíneo, formada por fibras elásticas e de colágeno. A adventícia aloja vários nervos e, nos vasos de grande calibre, também comporta vasos microscópicos que suprem a parede dos vasos — são os vasa vasorum. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Principais diferenças entre as túnicas das artérias, das veias e dos capilares. TIPOS DE VASOS SANGUÍNEOS Artérias VOCÊ SABIA Nos tempos antigos, as artérias eram encontradas vazias após a morte. Desse modo, pensava-se que continham apenas ar, daí o nome artérias: vasos que carregavam ar. A parede de uma artéria tem as três camadas típicas e a túnica média é bastante espessa. Devido às suas fibras elásticas abundantes, as artérias possuem alta “complacência”: suas paredes se esticam facilmente ou se expandem sem rasgar, em resposta a um pequeno aumento na pressão. As artérias podem ser divididas em: Elásticas São as maiores do corpo humano. Podemos dizer que o tronco pulmonar, a aorta e seus principais ramos são artérias elásticas. Possuem um papel fundamental: impulsionar o sangue mesmo após o relaxamento dos ventrículos. Isso é possível graças às fibras elásticas, que armazenam momentaneamente a energia mecânica e funcionam como reservatórios de pressão. Musculares As artérias de médio calibre são conhecidas como artérias musculares porque a túnica média possui mais músculo liso e menos fibras elásticas em relação à classificação anterior. Essas artérias possuem as paredes bem grossas. Devido a isso, são capazes de ajustar o fluxo sanguíneo mediante vasoconstricção e vasodilatação. Artérias musculares abrangem uma variedade de tamanhos, desde um lápis, em artérias femorais e axilares, até artérias do tamanho de fios, que entram nos órgãos, medindo apenas 0,5mm de diâmetro. As artérias braquial, ulnar, tibial anterior e posterior são exemplos de artérias musculares. SAIBA MAIS Como essas artérias musculares vão se ramificando e diminuindo seu tamanho à medida que penetram nos órgãos e tecidos são chamadas de distributivas. Arteríolas São as menores divisões das artérias e possuem menos de 100 micrômetros de diâmetro. A parede é predominantemente composta por musculatura lisa. Esses vasos são responsáveis pela máxima resistência do fluxo sanguíneo e sua constrição tem como propósito reduzir a pressão do sangue antes que este passe para os capilares, vasos que se anastomosam com as arteríolas e vênulas. Capilares São vasos que recebem sangue oxigenado das arteríolas. Formam uma verdadeira rede anastomótica. Suas paredes funcionam como membranas semipermeáveis e permitem a passagem de água, proteínas plasmáticas e demais substâncias. Esses nutrientes presentes no sangue oxigenado passam da parede do capilar para os tecidos. Em seguida, o sangue retorna rico em gás carbônico aos mesmos capilares, mas pela extremidade venosa. Isso se dá por meio de anastomoses com as vênulas. Nesse sentido, os capilares formam uma anastomose entre as arteríolas e vênulas. Vênulas Vênulas e veias têm paredes finas que não mantêm prontamente sua forma. As vênulas drenam o sangue capilar e aqui é iniciado o fluxo de retorno do sangue ao coração (circulação centrípeta). ATENÇÃO As vênulas que fazem o primeiro contato com os capilares são denominadas vênulas pós-capilares, possuem de 15 a 20 micrômetros, somente uma túnica interna e nenhum músculo liso. São bastante porosas e permitem trocas com tecidos adjacentes, assim como a passagem de leucócitos. À medida que se afastam dos capilares, essas vênulas vão adquirindo maior calibre, sendo classificadas em vênulas musculares. Possuem entre 50 e 200 micrômetros de diâmetro, uma parede de músculo liso e não possuem poros. Veias Possuem uma cor azul-escuro no indivíduo vivo, diâmetros a partir de 0,5 milímetro e as mesmas três camadas que as artérias (adventícia, média e íntima). Porém, a espessura dessas camadas é menor. SAIBA MAIS As veias não possuem as lâminas elásticas externa e interna, presentes nas artérias, o que faz com que as veias não sejam capazes de suportar alterações significativas de pressão. O sangue que corre nas veias possui pouca pressão. Isso se torna evidente quando observamos um sangramento mediante o rompimento de vaso: caso um vaso arterial seja rompido, o sangue tende a sair em “jato”, enquanto o sangue venoso tende a sair vagarosamente. Algumas veias, especialmente, as dos membros, possuem válvulas. Essas válvulas venosas são desdobramentos da túnica íntima que se projetam para a luz do vaso. As válvulas auxiliam o retorno venoso impedindo refluxo. Defeitos nas válvulas venosas são conhecidos como varizes. EXEMPLO Algumas veias são avalvulares, como, por exemplo, as veias da cabeça e pescoço. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Diferença entre uma veia normal e uma veia varicosa. O sistema de drenagem venosa possui um componente profundo e um superficial. Esses dois sistemas formam anastomoses entre si por meio de veias comunicantes ou perfurantes. As veias profundas, em geral, acompanham as artérias e possuem os mesmos nomes, salvo algumas exceções. Por isso, são denominadas veias “satélites” e, frequentemente, são pares. Por exemplo: a artéria radial é acompanhada por duas veias satélites: as veias radiais. Já o sistema de drenagem venosa superficial é formado por um conjunto de veias que se situa na tela subcutânea. Existem algumas regiões em que elas podem ser vistas a olho nu mediante uso de torniquete, como é o caso das veias superficiais do antebraço. Seios, sinusoides e tecido cavernoso Existem alguns canais vasculares que não podem ser classificados em veias ou artérias, pois se diferem em sua estrutura. Vamos conhecê-los. Os seios venosos são vasos que carregam sangue venoso, mas possuem somente uma fina parede de endotélio e não apresentam nenhum tecido muscular liso (incapazes de modificar o diâmetro). O que dá suporte aos seios venosos é o tecido conjuntivo denso de estruturas adjacentes. Podemos encontrá-los no coração (seio coronário) e na dura-máter (seios da dura-máter) — uma camada de revestimento do Sistema Nervoso Central. Os sinusoides podem ser considerados capilares especiais, mais tortuosos e calibrosos. Possuem poros mais amplos que permitem a passagem de substâncias maiores e são encontrados no fígado, baço, medula óssea, hipófise e glândulas suprarrenais. Formam circulações “portais”, presentes nos órgãos supracitados (sistema porta-hepático, sistema porta-hipofisário etc.). O tecido cavernoso está presente no pênis e no clitóris. São verdadeiros espaços repletos de sangue. O tecido cavernoso forma septos compostos por músculo liso, cuja parede é similar à de um capilar. Anastomoses As estruturas do corpo humano recebem sangue de mais de uma artéria e são drenadas por mais que uma veia. RELEMBRANDO A união entre ramos de uma mesma artéria ou de artérias distintas ou a união entre tributárias de uma mesma veia ou veias distintas, como vimos, é denominado anastomose. As anastomoses, fornecem rotas alternativas para o sangue atingir ou sair um tecido ou órgão. Se o fluxo de sangue parar por um curto período, quando movimentos normais comprimem um vaso, ou se um vaso está bloqueado por doença, lesão ou cirurgia, então a circulação para uma parte do corpo não necessariamente é interrompida. Isso é conhecido na literatura como circulação colateral e pode ser bem observado quando a circulação do coração, dos órgãos da cavidade abdominal e do encéfalo são estudados. ATENÇÃO Anastomoses também podem ocorrer entre as veias e entre arteríolas e vênulas (anastomoses arteriovenosas). São encontradas em locais como a pele do nariz, lábios, palmas das mãos etc. Funcionam como um desvio dos capilares e ajudam a evitar a perda de calor. Artérias que não se anastomosam são conhecidas como artérias terminais. A obstrução de uma artéria terminal interrompe o sangue em todo um segmento de um órgão, produzindo a necrose (morte) desse segmento. Um exemplo disso é a artéria que irriga a retina, que, caso obliterada, gerará cegueira. PRINCIPAIS VASOS SANGUÍNEOS DO CORPO HUMANO Agora, veremos os principais vasos sanguíneos do corpo humano e alguns de seus ramos: As artérias As veias do sistema profundo As veias do sistema superficial A descrição desses vasos será dada de forma topográfica. ARTÉRIAS A artéria aorta é o principal vaso do corpo humano. Dela, nascem todos os demais, que, por sua vez, vão se ramificando. A aorta é dividida em quatro porções: ascendente, arco aórtico, torácica e abdominal. Descreveremos inicialmente o arco da aorta e seus ramos para a cabeça, pescoço e membros superiores. Em seguida, a aorta torácica e seus ramos para o tronco. Por fim, a aorta abdominal e seus principais ramos para o abdome, pelve e membros inferiores. Arco aórtico e tronco braquiocefálico O arco da aorta começa no nível da borda superior da segunda articulação esternocostal do lado direito. Corre superiormente e se curva para a esquerda e posteriormente, alcançando o mediastino posterior. Situa-se à esquerda da traqueia. O arco da aorta é curto e, a partir dali, já se pode considerar como próxima porção da aorta. Possui íntimas relações com a traqueia, pulmões, timo, assim como nervo vago esquerdo e nervo frênico. Apresenta três grandes ramos, que se dispõem da seguinte forma, da direita para a esquerda: Tronco braquiocefálico Artéria carótida comum esquerda Artéria subclávia direita ATENÇÃO O tronco braquiocefálico normalmente não dá ramos, porém, pode ser ponto de origem para a artéria tireóidea ima. Ele se bifurcará posteriormente em artéria carótida comum direita e artéria subclávia direita. Observe na imagem, da direita para esquerda: tronco braquiocefálico, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda, e sua relação com a traqueia. Imagem: Shutterstock.com O arco da aorta e seus ramos. Existem variações na disposição dos ramos do arco aórtico. Em alguns casos, a artéria subclávia esquerda nasce à direita do tronco braquiocefálico, fazendo com que ela percorra um trajeto mais longo e passe entre estruturas como esôfago e traqueia, gerando certo desconforto durante a deglutição (disfagia). Nessas situações, a artéria subclávia esquerda carrega o nome de artéria lusória. 1) Artérias para o pescoço, cabeça e membros superiores Esta região é suprida principalmente pela artéria carótida comum e em partes pela artéria subclávia. A artéria subclávia origina a artéria axilar, fundamental para a irrigação do membro superior. Essas artérias serão pontos de partida para explorarmos territórios vasculares. a) Artéria carótida comum A artéria carótida comum direita é ligeiramente diferente da esquerda, especialmente em seu comprimento e em sua origem: A direita nasce do tronco braquiocefálico. Enquanto a esquerda surge do arco da aorta. ATENÇÃO É válido notar que a carótida comum está contida em uma bainha com o nervo vago e a veia jugular interna. A artéria carótida comum possui uma dilatação (seio carotídeo) que ocorre no ponto de bifurcação e, nessa região, há um aglomerado de quimiorreceptores denominadocorpo (ou glomo) carotídeo, capaz de perceber níveis baixos de oxigênio no sangue e reage estimulando a frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória. A artéria carótida comum se bifurca em: ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA Vamos analisá-las. ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA Situa-se lateralmente à faringe, sendo parcialmente coberta pelo músculo esternocleidomastóideo. É um vaso de extrema importância, visto ser um ponto crucial para verificar a frequência cardíaca via pulsação em casos de emergência. Seus principais ramos são as artérias: tireóidea superior, faríngea ascendente, lingual, facial, occipital, auricular posterior, temporal superficial (ramo terminal) e maxilar (ramo terminal). Todos esses ramos se anastomosam intensamente com os ramos do lado oposto, formando uma verdadeira via de circulação colateral. A artéria maxilar, além de suprir a mandíbula, maxilar e regiões profundas, como a fossa pterigopalatina, é responsável por enviar alguns ramos para a meninge, em especial, a artéria meníngea média, que pode ser fonte de hemorragia e hematoma extradural ou epidural em casos de lesão. A artéria maxilar também envia ramos para a órbita, faringe e cavidade nasal. ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA Situa-se mais profundamente em relação à artéria carótida externa na maior parte do seu trajeto. A artéria carótida interna não fornece nenhum ramo para o pescoço ou face. Em vez disso, ela ascende em direção ao crânio e penetra no canal carotídeo, situado na base do crânio, e atinge o interior da caixa craniana. Pode ser dividida em porções cervical, petrosa, cavernosa e cerebral. javascript:void(0) javascript:void(0) Seus principais ramos são as artérias: oftálmica, cerebral anterior, cerebral média e comunicante posterior. A artéria oftálmica participará da irrigação da órbita, do olho e de seus componentes acessórios. Também emite ramos para a parte superior da cavidade nasal, pálpebras e nariz, anastomosando-se com ramos da artéria carótida externa. Já as artérias cerebral anterior, média e comunicante posterior formarão parte do círculo arterial cerebral (de Willis), responsável pela irrigação do encéfalo e demais estruturas do Sistema Nervoso Central e elementos presentes na cavidade craniana. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro A artéria carótida comum e seus ramos. b) Artéria subclávia Vimos que a artéria subclávia possui diferentes origens quando falamos em subclávia direita (surge do tronco braquiocefálico) e esquerda (arco aórtico). É uma artéria bastante complexa, pois irriga diversos territórios vasculares distintos. A artéria subclávia é dividida em três partes de acordo com seu trajeto: Considera-se como primeira parte o início da artéria até a borda do músculo escaleno anterior. A segunda parte situa-se posteriormente a esse músculo. A terceira parte vai até a borda externa da primeira costela, onde torna-se axilar. Seus principais ramos são: artérias vertebral e basilar (formada pela união da artéria vertebral direita com a esquerda), tronco tireocervical (emite ramos para a glândula tireoide, região escapular e pescoço), artéria torácica interna, tronco costocervical e artéria escapular descendente. A artéria vertebral corre em direção ao forame das seis primeiras vértebras cervicais e penetra na cavidade craniana para se juntar com a artéria vertebral contralateral, formando a artéria basilar. Artéria vertebral Emite ramos para a medula espinal e cerebelo. Artéria basilar Emite ramos para diversas porções do cerebelo, tronco encefálico e encéfalo, participando do círculo arterial cerebral em conjunto com a artéria carótida interna. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro A artéria subclávia e a artéria vertebral. A artéria torácica interna, denominada, antigamente, artéria mamária, irriga a parede anterior da cavidade torácica e é um importante vaso para procedimentos de revascularização do miocárdio. Emite ramos para o pericárdio, diafragma, parede torácica, espaços intercostais e participa de anastomoses arteriais com artérias da parede abdominal por meio de um de seus ramos terminais: a artéria epigástrica superior. c) Artéria axilar A artéria axilar é a continuação da artéria subclávia e irá irrigar todo o membro superior e parte da parede torácica. Situa-se na axila e, por isso, possui relações íntimas com elementos nervosos do plexo braquial. Pode ser dividida em três partes, devido à sua relação com o músculo peitoral menor durante sua trajetória: O ramo da primeira parte é a artéria torácica suprema. Os principais ramos da segunda parte são as artérias toracoacromial e torácica lateral. Os principais ramos da terceira parte são as artérias subescapular, circunflexa posterior do úmero e circunflexa anterior do úmero. ATENÇÃO A artéria axilar continua como artéria braquial após passar pela borda inferior do tendão do músculo redondo maior. d) Artéria braquial Essa artéria corre distalmente no membro superior. Situa-se medialmente ao músculo bíceps braquial. Ao chegar na fossa antecubital, uma região de transição entre braço e antebraço, a artéria braquial está separada da veia mediana cubital por uma estrutura denominada aponeurose bicipital. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Vasos que irrigam e drenam o membro superior. Na fossa cubital, divide-se em seus ramos terminais: a artéria radial e a artéria ulnar. Ao longo do seu trajeto, a artéria braquial fornece alguns ramos, dentre eles, as artérias: braquial profunda, nutrícia (para o úmero), colateral ulnar superior, colateral ulnar inferior, radial e ulnar. Alguns desses ramos participarão de uma rede anastomótica ao redor da articulação do cotovelo. SAIBA MAIS A artéria braquial, pelo fato de se situar superficialmente em relação aos demais vasos, pode ser lesionada durante punções venosas, gerando condições como as pseudoaneurismas. A artéria radial segue na borda radial do antebraço. Emite importantes ramos para a rede de anastomose ao redor do cotovelo; ramos musculares e ramos para o punho e mão. Forma, em conjunto com a artéria ulnar, os arcos palmares superficial e profundo, na mão. A artéria ulnar segue na borda ulnar do antebraço. Emite ramos similares ao da artéria radial. Ambos os vasos são extremamente importantes para coleta de sangue arterial. A análise do sangue arterial é realizada pelo exame denominado gasometria arterial, que visa avaliar o pH e pressão. 2) Artérias para o tórax A parede torácica é suprida por ramos da artéria axilar e subclávia. Podemos destacar: ARTÉRIA TORÁCICA INTERNA ARTÉRIA TORÁCICA LATERAL A aorta, em sua porção torácica, emite ramos que auxiliarão na vascularização da parede. São as artérias intercostais posteriores e subcostais. A aorta torácica é responsável, ainda, por irrigar diversas estruturas presentes na cavidade torácica e, para tal, fornece ramos cujo nome já indicam para onde se dirigem: Ramos pericárdicos Ramos bronquiais Ramos esofágicos Ramos mediastinais Artérias frênicas superiores 3) Artérias para o abdome e pelve A parede abdominal é irrigada em partes por ramos da artéria ilíaca externa e da artéria femoral. Nessa região, temos a presença também da artéria epigástrica superior, proveniente da artéria torácica interna. ATENÇÃO A epigástrica superior irá se anastomosar com a artéria epigástrica inferior, proveniente na maioria das vezes da ilíaca externa. Forma-se, então, uma via de circulação colateral. O conteúdo da cavidade abdominal é majoritariamente irrigado por ramos provenientes da porção abdominal da aorta. Os ramos da aorta abdominal podem ser divididos em: VISCERAIS Irão em direção às vísceras e aos órgãos presentes na cavidade abdominal. Os principais são: Tronco celíaco (estômago, baço, fígado, vesícula biliar, duodeno e pâncreas) Artéria mesentérica superior (pâncreas, intestino delgado e parte do intestino grosso) javascript:void(0)javascript:void(0) Artéria mesentérica inferior (parte do intestino grosso) Artérias suprarrenais médias (parte da suprarrenal) Artérias renais (rins) Artérias gonadais (os testículos nos homens e os ovários nas mulheres) PARIETAIS São elementos que constituem o arcabouço ósseo, muscular e articular cavidade abdominal. Os principais são: Artérias frênicas inferiores (face inferior do diafragma e parte das suprarrenais) Artérias lombares (parede posterior e lateral do abdome) Sacral mediana (sacro) Imgem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro A aorta abdominal e seus principais ramos. Após emitir todos os ramos anteriormente citados, a aorta abdominal se bifurca em duas artérias ilíacas comuns, uma direita e uma esquerda. A artéria ilíaca comum normalmente não emite ramos e se divide em artéria ilíaca externa, que irá irrigar o membro inferior, e artéria ilíaca interna, que, em geral, irá irrigar as vísceras e a parede pélvica. A artéria ilíaca interna, antigamente denominada artéria hipogástrica, é um vaso calibroso que se inicia no nível da articulação lombossacral e segue um trajeto curto. Seus ramos também podem ser divididos em viscerais e parietais. Principais ramos viscerais Principais ramos parietais Artéria umbilical ARTÉRIA UMBILICAL Trata-se somente de um remanescente da artéria umbilical do feto, emite ramos para a bexiga urinária – artérias vesicais superiores – vesículas seminais e ureter Artéria obturatória ARTÉRIA OBTURATÓRIA Emite ramos para a fossa ilíaca, bexiga urinária, pube, musculatura adutora da coxa, acetábulo e ísquio. Artéria vesical inferior ARTÉRIA VESICAL INFERIOR Bexiga urinária, vesículas seminais, ureter e próstata. Artéria pudenda interna ARTÉRIA PUDENDA INTERNA Reto, períneo, uretra, pênis, clitóris e demais órgãos sexuais associados. Artéria retal média Artéria iliolombar javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) ARTÉRIA RETAL MÉDIA Reto, anastomosa-se com ramos retais da mesentérica inferior. ARTÉRIA ILIOLOMBAR Irriga o ílio e a musculatura da parede posterior do abdome. Artéria uterina ARTÉRIA UTERINA Irriga o útero, ovário, tuba uterina e vagina; é um vaso bastante tortuoso para acomodar o útero em um estado gravídico. Artéria sacral lateral (Sacro) Artéria glútea superior e artéria glútea inferior (Região glútea) Quadro: Principais ramos viscerais e parietais da artéria ilíaca interna. javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema de alguns ramos da artéria ilíaca interna e artéria ilíaca externa. 4) Artérias para o membro inferior O membro inferior é, em partes, suprido por ramos da artéria ilíaca interna (glúteo) e ramos da artéria ilíaca externa. A artéria ilíaca interna contribui para a irrigação do glúteo, emitindo uma série de vasos, dos quais os principais são: artéria glútea superior e artéria glútea inferior. A artéria glútea inferior é mais calibrosa e forma uma anastomose com vasos provenientes da artéria femoral (anastomose cruciforme). Já a artéria ilíaca externa torna-se artéria femoral ao passar inferiormente pelo ligamento inguinal. Situa-se na região trígono femoral (de Scarpa). A artéria femoral dá uma série de ramos na coxa, sendo os principais: artéria femoral profunda e artéria descendente do joelho. A artéria femoral profunda emite dois grandes ramos (artéria circunflexa femoral lateral e artéria circunflexa femoral medial), que contornam o fêmur, formando uma espécie de anel vascular. Irrigam os músculos adjacentes e a articulação. Também formam, com a artéria glútea inferior, parte da anastomose cruciforme. Essa artéria femoral profunda emite três ramos que perfuram a musculatura e se dirigem para a face posterior da coxa, irrigando a região. A primeira perfurante participa da anastomose cruciforme. Já a artéria descendente do joelho auxiliará na anastomose ao redor da articulação do joelho. À medida que a artéria femoral desce, ela muda sua trajetória, de modo que passa por um túnel denominado canal dos adutores (de Hunter ou de Tillaux) e se dirige à fossa poplítea: a região posterior do joelho. Na fossa, ela troca de nome e se torna artéria poplítea, que, além de enviar ramos para a articulação do joelho, emite três principais ramos para a perna: artérias tibial anterior e posterior e artéria fibular. Esses ramos seguem pela perna e continuam a emitir ramos para a região. A artéria tibial anterior, ao chegar no pé, torna-se a artéria dorsal do pé. As artérias tibial posterior e fibular irrigarão a planta, a face medial e a face lateral do pé. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema de alguns vasos que irrigam o membro inferior. VEIAS DO SISTEMA PROFUNDO As veias que fazem parte do sistema profundo, na maioria dos casos, são denominadas veias satélites e, geralmente, estão dispostas em pares e acompanham as artérias e seus ramos em sua trajetória. Entretanto, algumas veias profundas possuem calibre significativo e outras formam plexos venosos especializados. Vamos descrever as principais veias profundas por região. Principais tributárias da veia cava superior 1) Membro superior O membro superior possui diversas veias satélites que correm concomitantemente aos vasos arteriais, como a artéria ulnar, radial e braquial e ramos arteriais menores que irão aos músculos, punho, mãos e dedos. Nessa região, podemos destacar duas grandes veias: Veia axilar Formada pela união das duas veias braquiais com uma veia do sistema superficial: a veia basílica. Além das tributárias que correspondem aos ramos da artéria axilar, a veia axilar recebe outra veia superficial: a veia cefálica. Veia subclávia Formada a partir do momento que a veia axilar passa proximalmente pela borda externa da primeira costela. Recebe tributárias que correspondem aos ramos da artéria subclávia e algumas veias superficiais do pescoço: a veia jugular externa e a veia jugular anterior. A veia subclávia se une à veia jugular interna para formar a veia braquiocefálica. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Luís Salgueiro Esquema das veias que drenam o membro superior. 2) Cabeça e pescoço As veias profundas da cabeça e pescoço são geralmente desprovidas de válvulas, pois o próprio retorno venoso, aqui, recebe auxílio da gravidade. As principais veias do sistema profundo dessa região são: Seios da dura-máter Veias vertebrais e plexo vertebral Veia jugular interna Veia braquiocefálica Esses seios e veias drenam diretamente o Sistema Nervoso Central e seus componentes acessórios. SAIBA MAIS • Os seios, são canais incapazes de modificarem seu diâmetro devido à ausência de uma parede composta por músculo liso. • As veias vertebrais são satélites da artéria vertebral e deságuam nas veias braquiocefálicas ipsilaterais. A veia jugular interna, tanto do lado direito quanto do esquerdo, é continuação de um dos seios da dura- máter. O seio sigmoide, ao passar pela fossa jugular na base do crânio, recebe inúmeras veias que seguem os ramos arteriais da artéria carótida externa e se une à veia subclávia ipsilateral para formar a veia braquiocefálica. As veias braquiocefálicas são dois grandes troncos venosos, sendo a da direita mais curta do que a esquerda. A união das duas formará a veia cava superior. A veia braquiocefálica recebe veias que drenam parte da parede torácica, glândula tireoide e algumas veias que formam os plexos da coluna vertebral. Imagem: Shutterstock.com Os plexos venosos vertebrais. Vista lateral após um corte sagital mediano. 3) Tórax O tórax possui um sistema venoso bastante importante, chefiado por uma veia ímpar denominada veia ázigo, responsável por receber as veias intercostais, a veia hemiázigo, a veia hemiázigo acessória e algumas veias bronquiais. A veia ázigo situa-se exclusivamente do lado direito da coluna, dentro da cavidade torácica. O sistema ázigo possui