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Modernismo e a Semana de Arte

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ESTUDO DAS OBRAS LITERÁRIAS 
PAULICEIA DESVAIRADA 
MODERNISMO 
 
SEMANA DE ARTE MODERNA 
 
• 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. 
• 2 ideias principais: experimentação de novas formas de produção de arte e a utilização desses 
modelos como forma de construir uma identidade nacional por meio da arte. 
 
1ª fase 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
• Antipassadismo 
• Iconoclastia 
• Irreverência (poema-piada, poema-pílula,poema-paródia). 
• Liberdade criadora 
• Nacionalismo crítico 
• Língua “brasileira” 
• Louvor da máquina 
• Temas do cotidiano 
 
MÁRIO DE ANDRADE 
 
• Chamado de o Papa do Modernismo. 
• Utiliza linguagem coloquial, metalinguagem, intertextualidade, monólogo interior 
 
PRINCIPAIS OBRAS 
 
• Paulicéia Desvairada (poesia) 
• Lira Paulistana (poesia) 
• Macunaíma – rapsódia (prosa) 
• Amar, Verbo Intransitivo (prosa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pauliceia Desvairada, obra de Mário de Andrade publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte 
Moderna, foi um marco da literatura brasileira e traçou os alicerces da estética do Modernismo no país. 
• A antologia de contos do escritor paulista foi a primeira obra realmente de vanguarda do movimento 
Modernista 
• Rompendo radicalmente com as obras anteriores de Mário de Andrade, Paulicéia Desvairada faz uma 
análise do provincianismo e da sociedade paulista do começo do século XX. 
• Anos mais tarde, na conferência “O Movimento Modernista”, o escritor definiu o livro como “áspero de 
insulto, gargalhante de ironia”. 
• Entre outros aspectos, Paulicéia Desvairada surgiu em um cenário de mudanças em São Paulo, que 
ganhava uma paisagem cada vez mais urbana e menos rural. 
• Além disso, naquele período teve início o processo de explosão demográfica na cidade e a chegada 
dos imigrantes de diversos países. 
• Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, um dos poemas de Paulicéia lidos ao público foi Ode 
ao Burguês. 
• A questão era que a própria plateia era o alvo de versos da poesia como: “Eu insulto o burguês! 
O burguês-níquel,/ o burguês-burguês!/ A digestão bem-feita de São Paulo!/ O homem-curva! 
O homem-nádegas!/ O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,/é sempre um cauteloso pouco-
a-pouco!”. 
• Ao contrário de outros artistas como Menotti del Picchia e Manuel Bandeira, Mário de Andrade foi 
quem rompeu com maior rispidez a relação entre o Modernismo e as escolas anteriores. 
• Esse desprendimento integral pode ser notado no famoso Prefácio Interessantíssimo, no qual o autor 
indica, de forma mordaz e espirituosa, as bases da criação de Paulicéia Desvairada. 
“Imagino o seu susto, leitor, lendo isto. Não tenho tempo para explicar: estude, se quiser (...)”, 
escreveu o autor. 
• Permeando as páginas de Paulicéia desvairada, são encontrados deboches, perturbações e suspeitas 
de Mário de Andrade em relação ao lugar em que foi criado: São Paulo. Porém, a grande inovação da 
obra estava em sua forma. 
• Conciliando estéticas diferentes para criar o panorama da cidade, o escritor apresenta uma nova 
realidade social, mas não incorpora os “ismos”, que eram as vanguardas da Europa como o 
Expressionismo, o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo, e o Surrealismo. 
• Dessa forma, a obra ficou marcada por sua crítica às lacunas sociais deixadas pela expansão 
paulistana, tendo como alvo os próprios leitores. 
• Essas manifestações são sempre ressaltadas por inovações estéticas. 
Canto da minha maneira. Que me importa si me não entendem? Não tenho forças bastantes para me 
universalizar? Paciência. Com o vário alaúde que construí, me parto por essa selva selvagem da 
cidade. Como o homem primitivo cantarei a princípio só. Mas canto é agente simpático: faz renascer 
na alma dum outro predisposto ou apenas sinceramente curioso e livre, o mesmo estado lírico 
provocado em nós por alegrias, sofrimentos, ideais. Sempre hei-de achar também algum, alguma que 
se embalarão à cadência libertária dos meus versos. Nesse momento: novo Anfitrião moreno e caixa-
d’ óculos, farei que as próprias pedras se reúnam em muralhas à magia do meu cantar. E dentro 
dessas muralhas esconderemos nossa tribo. 
 
• Nessa poética aberta, há afinidades com a teoria da escrita automática, que os surrealistas pregavam 
como forma de libertar as zonas noturnas do psiquismo, o ditado do inconsciente. 
• Ao lado dessa entrega lírica às matizes pré-conscientes da linguagem, o Prefácio mostra a admiração 
da experiência cubista, que, por meio da deformação abstrata, rompe os moldes pseudoclássicos da 
arte acadêmica. 
• O Prefácio não fica nestas generalidades, há uma descrição dos processos de estilo que conferem à 
obra a medida de sua modernidade – a teoria da palavra em liberdade, os princípios da colagem (ou 
montagem) que caracterizavam a pintura de vanguarda na época, a elisão, a parataxe e as rupturas 
sintáticas como meios correntes na poesia moderna para exprimir o novo ambiente, objetivo e 
subjetivo, em que vive o homem da grande cidade, a poesia-telegrama, a visão global de uma cidade 
e sua vida, ironia, versos livres, arcaísmos, coloquialismos, aliterações, rimas complicadas, trechosem 
língua estrangeira, eruditismo, etc. 
 
 
 
 
 
Inspiração 
 
São Paulo! Comoção de minha vida... 
Os meus amores são flores feitas de original... 
Arlequina!... Traje de losangos... Cinza e ouro... 
Luz e Bruna...Forno e inverno morno... 
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... 
Perfumes de Paris... Arys! 
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... 
São Paulo! Comoção de minha vida... 
Galicismo a berrar nos desertos da América! 
 
• Inspiração se remete “às musas”, muito utilizadas na poesia épica. 
• A primeira palavra é São Paulo que revela uma efusão lírica do autor que usa e abusa das reticências 
(...), ao longo de todo poema vemos versos longos composto por palavras “soltas”, há também o uso 
maior de substantivos do que de verbos, diferenciando a poesia de Mário de Andrade a outros poetas. 
• Podemos perceber a apresentação do tema que será desenvolvido no livro, que é a cidade paulista. 
Há vários pares de oposição (cinza e ouro; forno e inverno morno, por exemplo) e foca na região 
específica do Trianon, refletindo a característica social da burguesia com “galicismo”, sendo ecos de 
Paris, influência e uso superficial da cultura francesa. 
• Cabe ressaltar que a cidade estava em um processo de urbanização e por isso “desertos” significa um 
lugar ainda vazio, na expressão “Galicismos a berrar nos desertos da América” e berrar sugere à 
animalização dos homens. 
 
O trovador 
 
Sentimentos em mim do asperamente 
dos homens das primeiras eras... 
As primaveras do sarcasmo 
Intermitentemente... 
Outras vezes é um doente, um frio 
na minha alma doente como um longo som redondo... 
Cantabona! Cantabona! 
Dlorom... 
Sou um tupi tangendo um alaúde! 
 
• No segundo poema da obra há apresentação de “quem” é o autor: é o tupi como poeta, e termo 
trovador mostra uma relação de ambiguidade. 
• O poema explora muito a sonoridade, quer ser música a partir da utilização de palavras sem sentido 
e pares em antítese, inclusive nas obras de Mário de Andrade é possível ver o quanto ele utilizou da 
música para compor seus trabalhos. 
• O tupi aparece como a figura nacional do indígena, Mário de Andrade faz assim uma retomada da 
cultura brasileira. 
 
O rebanho 
 
Oh! Minhas alucinações! 
Vi os deputados, chapéus altos, 
sob o palio vesperal, feito de mangas-rosas, 
saírem de mãos dadas do Congresso... 
Como um possesso num acesso em meus aplausos 
aos salvadores do meu estado amado!.. 
Desciam, inteligentes, de mãos dadas, 
entre o trepidar dos táxis vascolejantes, 
a rua Marechal Deodoro... 
Oh! Minhas alucinações! 
Como um possesso num acesso em meus aplauos 
aos heróis do meu Estado amado!.. 
E as esperanças de ver tudo salvo! 
Duas mil reformas, três projetos... 
Emigraram os futuros noturnos... 
E verde, verde, verde!... 
Oh! Minhasalucinações! 
Mas os deputados, chapéus altos, 
mudavam-se pouco a pouco em cabras! 
Crescem-lhes os cornos, descem-lhe as barbinhas... 
E vi que os chapéus altos do meu estado amado, 
com os triângulos de madeira no pescoço, 
nos verdes e esperanças, sob as franjas de oiro da tarde, 
se punham a pastar 
rente do palácio do senhor presidente... 
Oh! Minhas alucinações! 
 
• O eu-lírico ao longo do poema se mostra num processo de perda de esperança acerca da política; 
essa mudança está bem evidente após as duas primeiras estrofes, a transformação dos deputados de 
inteligentes em animais a pastar, culmina no fim da esperança. 
• Há uma crítica quando Mário de Andrade diz em “...e as esperanças de ver tudo salvo! 
Duas mil reformas, três projetos... Emigram os futuros noturnos...”, ou seja, os projetos elaborados 
não saem do papel, só ficam na teoria, as mudanças não ocorrem na prática. 
 
ODE AO BURGUÊS 
 
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 
O burguês-burguês! 
A digestão bem feita de São Paulo! 
O homem-curva! o homem-nádegas! 
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, 
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco! 
 
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampeões! Os condes Joões! Os duques zurros! 
Que vivem dentro de muros sem pulos; 
E gemem sangues de alguns milréis fracos 
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
E tocam o Printemps com as unhas! 
 
Eu insulto o burguês-funesto! 
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! 
Fora os que algarismam os amanhãs! 
Olha a vida dos nossos setembros! 
Fará sol? Choverá? Arlequinal! 
Mas às chuvas dos rosais 
O êxtase fará sempre Sol! 
Morte à gordura! 
Morte à adiposidades cerebrais! 
Morte ao burguês-mensal! 
Ao burguês-cinema! ao burguês tílburi! 
Padaria Suiça! Morte viva ao Adriano! 
“- Ai, filha, que te darei pelos teus anos? 
- Um colar... – Conto e quinhentos!!! 
Mas nós morremos de fome!” 
 
Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! 
Oh! purée de batatas morais! 
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! 
Ódio aos temperamentos regulares 
Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia! 
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! 
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, 
Sempiternamente as mesmices convencionais! 
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! 
Dois a dois! Primeira posição! Marcha! 
Todos para a Central do meu rancor inebriante 
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! 
Morte ao burguês de giolhos. 
Cheirando religião e que não crê em Deus! 
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! 
Ódio fundamento, sem perdão! 
 
Fora! Fu! Fora o bom burguês!... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Profº Juliane Nadal 
 
ESTUDO DAS OBRAS LITERÁRIAS 
 
PAULICEIA DESVAIRADA 
MÁRIO DE ANDRADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios 
01. (UPF – Verão 2023) Sobre a obra Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade, analise as afirmativas abaixo: 
 
I. Obra publicada em 1922, constitui-se em livro de poemas com verso livre, linguajar simples, coloquial e 
irreverente. 
II. Paulicéia desvairada, que revolucionou a linguagem poética brasileira, foi a primeira obra modernista 
publicada por Mário de Andrade. 
III. A obra retrata a cidade de São Paulo e sua população heterogênea, sem, no entanto, apontar as lacunas 
sociais deixadas pela expansão da cidade. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) I e II, apenas. 
b) I, apenas. 
c) III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
02. (ACAFE Inverno 2023) A partir da leitura da obra Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade, é correto afirmar. 
 
a) Os poemas da “Paulicéia desvairada” representam um retrato da São Paulo como experimentada na infância 
do autor, daí a remissão a paisagens bucólicas ao longo da obra. 
b) Nos versos “Era uma vez um rio... / Porém os Borbas-Gatos dos ultranacionais esperiamente! / [...] As 
embarcações singravam rumo do abismal Descaminho... / Arroubos... Lutas... Setas... Cantigas... Povoar! 
[...] Foram-se os ouros... / E o hoje das turmalinas!...”, o poeta lamenta que o rio Tietê represente a vitória 
do colonizador. 
c) Os textos poéticos da obra apresentam um confronto de estéticas, misturando ora coloquialismos, ora 
vocabulário erudito, tendo como marcas a ironia e o saudosismo perante uma cidade em rápida 
transformação. 
d) “Minha Londres das neblinas finas... / Pleno verão. Os dez mil milhões de rosas paulistanas.” são os 
primeiros versos do poema Paisagem № 1, denotam o sentimento de brasilidade no exílio, que será uma 
marca do Movimento Modernista. 
 
03. (UERN) 
Ode ao burguês 
 
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 
O burguês-burguês! 
A digestão bem-feita de São Paulo! 
O homem-curva! O homem-nádegas! 
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, 
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco! 
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros! 
Que vivem dentro de muros sem pulos; 
E gemem sangues de alguns mil-réis fracos 
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
E tocam os “Printemps” com as unhas! […] 
Fora! Fu! Fora o bom burguês! 
(De pauliceia desvairada. Mário de Andrade. Disponível em: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/mario4.html.) 
 
O poema de Mário de Andrade, exposto em 1922 na Semana de Arte Moderna, causou furor com essa visão 
crítica do burguês capitalista. 
 
O significado do termo “burguês”, destacado pelo poeta, 
 
a) Difere-se da visão inicial de “burguesia”, como “moradores citadinos” que praticavam o comércio, buscando 
autonomia e uma nova forma de organização social. 
b) Refere-se à visão de “burguês” preconizada na fase inicial do sistema feudal, quando os comerciantes 
reativaram o comércio, e controlaram as instituições sociais. 
c) Reforça a maneira como o burguês era identificado na Europa pré-capitalista: como sustentáculo de uma 
sociedade hierarquizada e uma economia de subsistência. 
d) Se distingue da forma como era visto na Idade Antiga, uma vez que a burguesia representava a classe 
servil, submissa aos ritos de vassalagem tradicionais no feudo. 
 
04. (UEFS) 
A vista renasce na manhã bonita. 
 
Pauliceia lá embaixo epiderme áspera 
Ambarizada pelo Sol vigoroso, 
Com o sangue do trabalho correndo nas veias das ruas. 
Fumaça bandeirinha. 
Torres. 
Cheiros. 
Barulhos 
E fábrica... 
Naquela casa mora, 
Mora, ponhamos: Guaraciaba... 
A dos cabelos fogaréu!... 
Os bondes meus amigos íntimos 
Que diariamente me acompanham pro trabalho...[...] 
ANDRADE, Mário de. Pauliceia desvairada. Poesias completas. São Paulo: Círculo 
do Livro, s.d. p. 99. 
http://www/
Assinale V ou F, conforme sejam as afirmações verdadeiras ou falsas. 
 
O texto é revelador da poesia modernista da geração de 22, porque apresenta 
 
( ) 
( ) 
( ) 
( ) 
( ) 
descrição objetiva e precisa do espaço urbano. 
valorização da linearidade do discurso. 
ruptura com cânones poéticos. 
compromisso com a cor local. 
uso de imagens sensoriais. 
 
A alternativa que contêm a sequência correta, de cima para baixo, é a 
 
a) V- V- V- V- V 
b) F- V- F- V- F 
c) V- F- V- F- V 
d) V- V- F- F- F 
e) F- F- V- V- V 
 
05. No livro “Pauliceia desvairada” (1922), Mário de Andrade prega a vanguarda brasileira do desvairismo, pautado 
especialmente no: 
 
a) impressionismo 
b) parnasianismo. 
c) surrealismo 
d) regionalismo. 
e) versilibrismo. 
 
06. (ACAFE – Verão 2023) Mário de Andrade foi poeta, ficcionista, cronista, crítico literário e pesquisador do folclore 
– da música e das artes plásticas nacionais. Em relação à obra Pauliceia Desvairada avalie as afirmativas a 
seguir: 
 
I. Pauliceia Desvairada não tem um roteiro definido, sendo um livro de poemas que utiliza um linguajar simples, 
coloquial e irreverente para falar sobre a cidade de São Paulo. 
II. A obra revolucionou a linguagem poética brasileira e disseminou o verso livre. Pela primeira vez, foi feita 
uma poesia sintética,fragmentada e antirromântica, retratando os problemas de uma cidade grande e 
heterogênea. 
III. Pauliceia Desvairada surge em um cenário de grandes mudanças na cidade de São Paulo, que passava 
por intensos processos de urbanização e explosão demográfica, recebendo imigrantes de várias partes do 
mundo. 
IV. A obra Pauliceia Desvairada não se mostra engajada politicamente. 
V. Em termos de construção ou de recursos técnicos, Mário de Andrade aproxima a poesia à música, como os 
simbolistas, adotando a teoria da “polifonia poética”, segundo a qual um poema deve combinar versos 
melódicos (lineares ou gramaticais) e versos harmônicos, tornando-se, assim, polifônico, isto é, de múltiplas 
vozes e formas. 
 
São corretas as afirmativas: 
 
a) I, II, IV e V. 
b) I, II, III e IV. 
c) I, II, III e V. 
d) II, III, IV e V. 
 
07. A partir da leitura da obra Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade, são verdadeiras todas as afirmativas, 
exceto. 
 
a) Os poemas trazem várias referências à industrialização de São Paulo, que fez com que a paisagem urbana, 
rapidamente, se modificasse e contrastasse com os elementos rurais presentes na memória do autor. 
b) A exemplo de outras obras do movimento modernista, Paulicéia desvairada apresenta uma estética literária 
na qual se percebe um gradual afastamento dos movimentos artísticos anteriores. 
c) Ode ao burguês, apesar do título, apresenta uma crítica à sociedade paulista, ao mesmo tempo em que 
reforça valores do modernismo, como a busca pela brasilidade. 
d) A evocação da loucura, do desvario, da subversão das regras, é uma característica marcante em todos os 
poemas da obra, explicitada pelo experimentalismo na composição dos versos e na criação de palavras. 
 
08. Além de Machado de Assis, Mario de Andrade, importante modernista na elaboração do programa da “Semana” 
de 1922, também estabelece diálogo com a música. O “Prefácio interessantíssimo” que Mario de Andrade 
elabora para “Pauliceia Desvairada” é exemplo de como o autor tem em seu horizonte não apenas a feitura da 
poesia, mas também a sua teorização e a sua recepção crítica. Para tanto, a música “ajuda-o a arrumar ideias 
sobre dois sistemas de compor: o melódico e o harmônico. [...] Temos aí, transpostos em termos de teoria 
musical, os princípios da colagem (ou montagem) que caracterizam a pintura de vanguarda da época. E, de 
fato, a elisão, a parataxe e as rupturas sintáticas passariam a ser os meios correntes na poesia moderna para 
exprimir o novo ambiente, objetivo e subjetivo, em que vive o homem da grande cidade, que anda de carro, 
ouve rádio, vê cinema, fala ao telefone, e está cada vez mais sujeito ao bombardeio da propaganda.” 
 (Alfredo Bosi, “História concisa da Literatura Brasileira”). 
 
É correto afirmar, a partir da leitura de Bosi sobre “Pauliceia Desvairada”, que 
 
a) no “Prefácio interessantíssimo”, Mario de Andrade declara ter fundado o desvairismo, método caracterizado 
como uma poética hermética e de rigidez formal. 
b) Mario de Andrade produz uma teorização eclética na qual se percebe uma desconfiança para com o puro 
racional e certo “antinaturalismo” bem do século XX. 
c) no “Prefácio interessantíssimo”, Mario de Andrade declara ter fundado o desvairismo, poética centrada nas 
vanguardas europeias e na continuidade do programa parnasiano. 
d) o “Prefácio interessantíssimo”, não traz a descrição de processos de estilo, caracterizando a poética do 
desvairismo de modo mais generalista. 
 
09. (UDESC 2010) – A Semana da Arte Moderna de 1922 tinha como uma das grandes aspirações renovar o 
ambiente artístico e cultural do país, produzindo uma arte brasileira afinada com as tendências vanguardistas 
europeias, sem, contudo, perder o caráter nacional; para isso contou com a participação de escritores, artistas 
plásticos, músicos, entre outros. 
Analise as proposições em relação à Semana da Arte Moderna, assinale (V) para as verdadeiras e para as 
falsas. 
 
a) O movimento Modernista buscava resgatar alguns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre 
a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo simples da linguagem. 
b) A exposição da artista plástica Anita Malfatti representou um marco para o modernismo brasileiro; suas 
obras apresentavam tendências vanguardistas europeias, o que de certa forma chocou grande parte do 
público; foi criticada pela corrente conservadora, mas despertou os jovens para a renovação da arte 
brasileira. 
c) o escritor Graça Aranha foi quem abriu o evento com a sua conferência inaugural “A emoção estética na 
Arte Moderna”; em seguida, apresentou suas obras Paulicéia desvairada e Amar, verbo intransitivo. 
d) O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana; neste 
ano comemoram-se 50 anos de sua morte. 
e) As esculturas de Brecheret, impregnadas de modernidade, foram um dos estandartes da Semana; sua 
maquete do Movimento às Bandeiras foi recusada pelas autoridades paulista; hoje, uma das esculturas 
públicas mais admiradas em São Paulo. 
 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. 
 
a) V – F – V – F – V 
b) F – F – V – V – V 
c) F – V – F – V – V 
d) V – V – F – V – F 
e) V – V – V – V – V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Para responder à questão, leia alguns trechos do “Prefácio Interessantíssimo” de Pauliceia Desvairada, de 
Mário de Andrade, obra considerada marco do Modernismo brasileiro e publicada originalmente em julho de 
1922. 
 
Leitor: 
Está fundado o Desvairismo. 
* 
Este prefácio, apesar de interessante, inútil. 
* 
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só 
para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo. 
* 
E desculpe-me por estar tão atrasado dos movimentos artísticos atuais. Sou passadista, confesso. Ninguém pode 
se libertar duma só vez das teorias-avós que bebeu; e o autor deste livro seria hipócrita se pretendesse representar 
orientação moderna que ainda não compreende bem. 
* 
Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o. Tenho pontos de contato com o futurismo. Oswald de Andrade, 
chamando-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia da existência do artigo e deixei que saísse. Tal foi o 
escândalo, que desejei a morte do mundo. Era vaidoso. Quis sair da obscuridade. Hoje tenho orgulho. Não me 
pesaria reentrar na obscuridade. Pensei que se discutiram minhas ideias (que nem são minhas): discutiram minhas 
intenções. 
* 
Um pouco de teoria? Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou 
confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada. 
(Mário de Andrade. Poesias completas, 2013.) 
 
Mário de Andrade recorre à metalinguagem no seguinte trecho: 
 
a) “Está fundado o Desvairismo.” 
b) “Não me pesaria reentrar na obscuridade.” 
c) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” 
d) “Sabia da existência do artigo e deixei que saísse.” 
e) “Quis sair da obscuridade.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
01. a 
02. c 
03. a 
04. e 
05. c 
Ele defendia uma escrita automática e sua poesia é guiada pelos seus afetos: “São Paulo! comoção de minha 
vida...”. 
06. c 
A afirmativa IV está incorreta: A obra Pauliceia Desvairada não se mostra engajada politicamente. Ao contrário, a 
obra Pauliceia Desvairada mostra-se engajada politicamente. Mário de Andrade propõe uma aproximação efetiva e 
igualitária entre o intelectual e as pessoas do povo, podendo ser interpretada como uma obra interessada, uma obra 
de ação, inovadora em termos de arte poética, divertida, multifacetada, retratista e, sobretudo, simples de ser lida e 
apreciada. Tudo está ali entregue. 
07. b 
A obra Paulicéia desvairada apresenta um contraste e um rompimento radical com padrões estéticos de períodos 
anteriores, um traço característico do autor Mário de Andrade nesta e em outras obras. 
08. b 
09.c 
10. c 
	Pauliceia-Desvairada2023.pdf
	Página em branco
	Paulicéia desvairada

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