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<p>SOCIOLOGIA MANUAL DO PROFESSOR</p><p>ACERTA ENEM MANUAL DO PROFESSOR SOCIOLOGIA Hugo Leonardo Cavalcanti da Silva edição São Paulo / 2020 EDITORA</p><p>Copyright 2020 Título original da obra: MWC EDITORA Acerta mais ENEM: Sociologia Av. Paulista, 37 4° andar Manual do Professor Cond. Parque Cultural Paulista edição / São Paulo, 2020 CEP 01311-000 São Paulo SP Brasil Edição CNPJ: 13.101.659/0001-86 Rodrigo Gonçalves Fone: (11) 2246.2848 comercial@mwceditora.com.br Assistência Editorial Janaína Ferreira Luísa Félix Preparação e revisão Dayane Oliveira Jéssica Tayrine Produção gráfica Gilberto Melo Diagramação Alexandre Cavalcanti Fernando Galdino Fernando Gabriel Gilberto Melo Wilker Mad Ilustração Lelo Alves Iconografia Anderson Figueiredo Projeto Gráfico Alexandre Cavalcanti Lopes Gilberto Melo Banco de imagens Shutterstock Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S58a Silva, Hugo Leonardo Cavalcanti da 1.ed. Acerta mais ENEM: sociologia: manual do professor / Hugo Leonardo Cavalcanti da Silva; [editor] Rodrigo Gonçalves. 1.ed. São Paulo: MWC Editora, 2020. 120 20,5 27,5 cm. ISBN 978-65-5662-006-0 1. Sociologia. 2. ENEM questões. 3. 4. Manual do professor. Gonçalves, Rodrigo. II. Na tentativa de cumprir todas as regulamentações determinadas CDD 300.7 pela legislação, realizamos todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das imagens e textos contidos Índices para catálogo sistemático: nesta obra. No entanto, caso tenha havido alguma omissão 1. Sociologia: manual do professor involuntária, a MWC Editora se compromete em corrigi-la na 2. ENEM: questões primeira oportunidade. 3. Vestibular Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode Bibliotecária responsável: Aline Graziele Benitez CRB-1/3129 ser reproduzida sem a permissão por escrito da editora.</p><p>Apresentação Prezado professor, Ao reconhecer a relevância de um material didático que sistematiza os conhecimentosrelacionados às competências e habilidades ao Exame Nacional do Ensino Médio Enem, a coleção Acerta Mais Enem foi elaborada para ser um suporte voltado a atender às necessidades de professores e estudantes do Ensino Médio. Os livros que compõem a coleção foram produzidos para apoiar o processo de preparação para as provas de cada área de conhecimento do Enem. Para isso, algumas estratégias foram adotadas. Em primeiro plano, os volumes, divididos por área de conhecimento, são subdivididos por componentes curriculares. Dessa forma, atende-se a um maior número de habilidades que podem ser desenvolvidas a partir das mediações pedagógicas realizadas pelos professores. Em relação aos recursos digitais, as videoaulas têm acesso facilitado via tecnologia QR Code, em que o estudante verifica a resolução das questões apresentadas nos livros. Já em relação ao manual do professor, é disponibilizado um quadro descritivo dos conteúdos, competências e habilidades para auxiliar no planejamento das aulas. É importante que o livro de redação é um volume único e foca no desenvolvimento da escrita do texto dissertativo-argumentativo explorando o processo de produção passo a passo. Em síntese, a etapa final da Educação Básica Ensino Médio deve concretizar um processo educativo pautado na formação integral, essencial à continuidade da vida escolar dos estudantes. Como consequência, a formação de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva será alcançada.</p><p>ENEM ENEM O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998 como forma de o desenvol- vimento de competências por parte dos egressos do ensino médio e, consequentemente, orientar a criação de políticas públicas que pudessem resultar em melhores desempenhos. Foi a partir de 2009 que o Novo Enem passou a avalian jovens e adultos brasileiros como mecanismo único, alternativo ou complementar aos processos de seleção para o acesso ao ensino superior no Brasil. Por ser uma avaliação complexa, sustentada em eixos cognitivos o domínio de linguagens, a com- preensão de fenômenos, o enfrentamento de situações-problema, a construção de argumentação e a ela- boração de propostas os alunos/participantes precisam estar preparados para atender aos requisitos de cada prova. Os eixos cognitivos são assim caracterizados: I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa. II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tec- nológica e das manifestações artísticas. III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informa- ções representados de diferentes formas, para tomar decisões e situações-problema. IV. Construir argumentação (CA): informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e conside- rando a diversidade sociocultural. Os eixos são os mesmos para as quatro áreas de conhecimento do ensino médio, que, de acordo com a Matriz de Referência do são: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação: referente aos componentes curriculares Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna (Inglês ou Espanhol), Literatura, Arte, Educação Física. Matemática e suas Tecnologias: referente ao componente curricular Matemática. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: referente aos componentes curriculares Química, Física e Biologia. Ciências Humanas e suas Tecnologias: referente aos componentes curriculares Geografia, História, Filosofia e Sociologia. 1 Conjunto de competências e habilidades elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela aplicação a prova. 4 MANUAL DO PROFESSOR</p><p>ACERTA MAIS ENEM PRESSUPOSTOS Conectado à Matriz de Referência do Enem, o ACERTA MAIS ENEM foi concebido com o objetivo geral de aprimorar o conhecimento com base no desenvolvimento de competências e habilidades, como um esforço para que o processo de aprendizagem seja focado na preparação dos alunos para os desafios do mundo contemporâneo. Assim, é importante considerar que: Competência é capacidade de mobilizar, cognitivamente, recursos - saberes, habi- lidades e informações visando resolver uma situação complexa. É o aluno saber saber ou saber conhecer. As competências são constituídas de um conjunto de habilidades. Habilidade é a aplicação prática de alguma competência para resolver uma situa- ção complexa, estando associada ao saber Para o desenvolvimento das competências e habilidades de cada componente curricular, a coleção ACERTA MAIS ENEM foi dividida em três obras Ciências Humanas e Linguagens, Ciências da Natu- reza e Matemática, e Redação tendo, as duas primeiras, 3 volumes e, a última, um volume único: Ciências Humanas: referente aos componentes curriculares Geografia, História, Filosofia e So- ciologia; e Linguagens: referente à Literatura, Interpretação, Inglês, Espanhol, Arte, Educação Fí- sica Volume 1, volume 2 e volume 3. Ciências da Natureza: referente aos componentes curriculares Química, Física e Biologia; e Ma- temática: referente ao componente curricular Matemática Volume 1, volume 2 e volume 3. Redação: Volume único. No Enem, agrupamento em quatro áreas não implica ques- tões relativas a uma única disciplina. Assim, ao len um enunciado do Exame, não é possível afirman que ele se refere apenas à litera- tura, à arte, ou à história, por exemplo. Essa estratégia evidencia que o conhecimento humano é historicamente adquirido e não se subdivide em "arquivos segmentados", devendo ser considerado MANUAL DO PROFESSOR 5</p><p>como uma ampla rede, mutável e heterogênea. Portanto, o conhecimento, no Exame, é apresentado de maneira interdisciplinar, apoiando a ideia de que apenas o conhecimento "enciclopédico" não é suficiente para que o aluno atinja uma boa nota. Nesse sentido, Blaise Pascal afirmou, no século XVII, uma premissa que ainda é válida: "Não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer todo sem conhecer as partes". Corroborando com a necessidade da interdisciplinaridade, Morin (2000) enfatiza que a aptidão do conhecimento é questão fundamental da educação e que, para torná-lo pertinente, é necessário tornar o contexto, o global, o multidimensional e completo evidentes: A esse problema universal confronta-se a educação do futuro, pois existe inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre, de um os saberes compartimenta- dos de outro, as realidades ou problemas cada vez mais transversais, multidi- globais e planetários (MORIN, 2000, p. Outra característica das questões do Enem é a contextualização, cujo objetivo é estabelecer associações entre conhecimento e o contexto de mundo que nos cerca, envolvendo aspectos sociais, políticos, culturais e científicos, sempre relacionados a problemas da realidade. Em relação à importância do contexto, Morin (2000) afirma que "O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso as informa- ções e os dados em seu contexto para que adquiram sentido" (p. 37). Em cada enunciado, as questões do Enem trazem uma situação-problema desafiadora e nitidamen- te ligada a um contexto. Para a resolução, o candidato deve apoiar-se nas informações contidas no pró- prio enunciado e em conhecimentos prévios. Por esse motivo, é muito importante uma leitura atenta do enunciado, uma vez que este pode apresentar as informações necessárias e suficientes para a resolução da questão, garantindo um bom desempenho. Assim, se pudéssemos indicar a principal competência para as provas do Enem seria a leitora, ou seja, a capacidade de compreender e interpretar o que foi lido. Para isso, deve-se considerar não apenas a leitura dos textos verbais, mas também dos textos multissemióticos ou multimodais que circulam em nossa sociedade, como mapas, diagramas, infográficos, tirinhas, charges, campanhas de publicidade etc. Ao realizar as provas do Enem, o aluno/participante receberá cinco notas diferentes, uma para cada área de conhecimento e uma para a redação. Não haverá peso diferente para cada uma dessas notas. No entanto, ao usarem as notas em seus respectivos processos seletivos, as instituições de ensino superior poderão conferir a elas pesos distintos, a fim de classificar os candidatos entre as carreiras concorridas. OBJETIVOS DA COLEÇÃO Por meio de atividades com grau de complexidade progressivo e adequado à série à qual se destina, a coleção ACERTA MAIS ENEM tem como objetivos específicos: Auxiliar na aprendizagem de conteúdos das quatros áreas de conhecimento previstas na Matriz de Referência do Enem. Contribuir com processo de desenvolvimento de competências e habilidades de diferentes áreas de conhecimento. Disponibilizar materiais digitais pedagógicos de cada componente curricular do ensino médio para alunos e professores. a aprendizagem por meio de simulados no modelo Enem, com correção baseada na Teo- ria de Resposta ao Item (TRI). 1 Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. 3 ed. São Paulo: DF: 2000. 6 MANUAL DO PROFESSOR</p><p>Em Ciências Humanas, o objetivo é as aprendizagens nos componentes curriculares Filosofia, Geografia, História e Sociologia, propondo que os estudantes desenvolvam a capacidade de estabelecer diálogos entre indivíduos, grupos sociais e cidadãos de diversas nacionalidades, saberes e culturas dis- tintas elemento essencial para a aceitação da alteridade e a adoção de uma conduta ética em sociedade. Em Linguagens, o objetivo é ampliar as aprendizagens nos componentes Literatura, Interpretação, Língua Inglesa, Língua Espanhola, Arte e Educação Física, considerando a garantia dos direitos linguísti- aos diferentes povos e grupos sociais brasileiros. Para tanto, prevê que os estudantes desenvolvam competências e habilidades que lhes possibilitem mobilizar e articular, simultaneamente, conhecimentos desses componentes a dimensões socioemocionais, em situações de aprendizagem que lhes sejam signi- ficativas e relevantes para sua formação integral. Em Ciências da Natureza, é levado em consideração a interpretação e a aplicação de modelos ex- plicativos para fenômenos naturais e sistemas tecnológicos, aspectos fundamentais do fazer ampliando aprendizagens nos componentes curriculares Física, Química e Biologia. Em Matemática, o foco é a construção de uma visão integrada da Matemática, aplicada à reali- dade, em diferentes contextos, levando em consideração as vivências cotidianas dos estudantes do ensino médio a fim de promover ações que ampliem o letramento matemático. Além das áreas de conhecimento, tendo em vista a complexidade do ato de escrever e o peso que a Redação possui na média final do Exame, elaboramos o ACERTA MAIS ENEM Redação, um material que orienta o(a) candidato(a) a uma nota de excelência na produção textual, auxi- liando trabalho do professor em sala de aula. O livro é pautado nos referenciais teóricos da Matriz de Competências da Redação do Enem, com propostas de produção textual e temas de viés social e de interesse público. O objetivo é desenvolver as competências necessárias para a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo, considerando o domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa; a compreensão da proposta de redação e a aplicação de conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolvimento do tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo- -argumentativo em prosa; a seleção, a relação, a organização e a interpretação de informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e a elaboração de proposta de intervenção que res- peite os direitos humanos. Para atingir tais objetivos, a coleção considera como ponto de partida os conhecimentos prévios dos estudantes, disponibilizando os conteúdos de forma no intuito de estabelecer um diálo- go entre aluno e professor para a sistematização dos conteúdos da aprendizagem. Dessa forma, o aluno se torna protagonista de sua própria aprendizagem, e desenvolve colaborativamente com os colegas, com os professores e com a comunidade. PLATAFORMA ON-LINE E APLICATIVO ACERTA MAIS Para complementar o trabalho do professor em sala de aula, a partir da concepção de todo o material pode ser acessado pelo aplicativo ACERTA MAIS, tornando o aprendizado disponível a qual- quer momento, e também pela plataforma on-line de acesso dinâmico e simples, que fornece banco de questões, videoaulas, correção personalizada de redação, simulados e muito mais. O projeto parte da revisão dos conhecimentos explorados pelo Enem, utilizando, para isso, a dis- cussão de teorias abordadas em diferentes componentes curriculares e a prática de exercícios em sala de aula, que demanda uma carga horária destinada para o projeto. Em consonância a isso, as videoau- las da plataforma e os simulados que os professores podem gerar para acompanhar a evolução e o desempenho da turma dão suporte extraclasse, contribuindo para os estudos diários dos estudantes. 2 Técnica que consiste em utilizar estratégias e recursos dos jogos digitais, criando uma dinâmica motivacional para pessoas e resolver problemas. MANUAL DO PROFESSOR 7</p><p>Em relação à Redação, as propostas de produção presentes no material estão alinhadas às da plata- forma on-line, com correção e envio de feedbacks individuais em até 5 dias Essa atividade otimiza tempo em sala de aula para o professor, que pode explorar as discussões temáticas sem a necessidade de detalhadamente as produções textuais realizadas pelos estudantes. A avaliação da aprendizagem é realizada pela aplicação de simulados impressos com 180 questões, no modelo Enem, com correção pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), sendo distribuídas nas 4 áreas de conhecimento: 45 questões de Linguagens, 45 questões de Ciências Humanas, 45 questões de Ciências da Natureza e 45 questões de Matemática e redação. Em suma, a coleção ACERTA MAIS ENEM incentiva uma formação voltada ao pensamento crítico, à capacidade de formular hipóteses e solucionar problemas diversos, em face de realidades que estão em constante transformação. No final deste caderno, você encontrará um quadro designando as competências e habilidades que orientaram a seleção dos conteúdos das aulas dos três volumes do ACERTA MAIS ENEM. Você pode utilizá-lo para o planejamento pedagógico. Além disso, os gabaritos comentados das atividades também são disponibilizados para a consulta. 8 MANUAL DO PROFESSOR</p><p>ACERTA ENEM SOCIOLOGIA Obra coletiva concebida e produzida pela MWC Editora. edição São Paulo / 2020 EDITORA</p><p>Copyright 2020 Título original da obra: Acerta mais ENEM: Ciências Humanas MWC EDITORA e Linguagens Volume 1 Av. Paulista, 37 4° andar edição / São Paulo, 2020 Cond. Parque Cultural Paulista CEP 01311-000 Edição São Paulo SP Brasil Rodrigo Gonçalves CNPJ: 13.101.659/0001-86 Fone: (11) 2246.2848 Assistência Editorial comercial@mwceditora.com.br Ferreira Luísa Félix Preparação e revisão Dayane Oliveira Jéssica Tayrine Produção gráfica Gilberto Melo Diagramação Alexandre Cavalcanti Fernando Galdino Fernando Gabriel Gilberto Melo Wilker Mad Ilustração Lelo Alves Iconografia Anderson Figueiredo Projeto Gráfico Alexandre Cavalcanti Caio Lopes Gilberto Melo Banco de imagens Shutterstock Na tentativa de cumprir todas as regulamentações determinadas pela legislação, realizamos todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das imagens e textos contidos nesta obra. No entanto, caso tenha havido alguma omissão involuntária, a MVC Editora se compromete em corrigi-la na primeira oportunidade. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem a permissão por escrito da editora.</p><p>Mensagem Prezado estudante, Parafraseando Vinicius de Moraes, um livro sem apresentação é como um rio sem pontes, portanto, faz-se necessária essa breve, porém imprescindível introdução. Você está iniciando uma nova etapa do ciclo escolar: o Ensino Médio. Reconhece- mos os desafios da educação na sociedade atual e entendemos que a juventude vive hoje as transformações geradas por um mundo globalizado e impulsionado pelas tecnologias cada vez mais virtuais e impessoais. No entanto, convidamos você, com entusiasmo, a enfrentar os desafios que essa nova jornada apresenta, pois isso é necessário para o seu desenvolvimento não apenas como sujeito do saber, mas também como cidadão. Além disso, é nessa etapa que se vislumbra o Ensino Superior, principal objetivo para consolidar essa trajetória de sucesso. A coleção ACERTA MAIS ENEM irá auxiliá-lo nessa jornada. Sabe-se que hoje, no Brasil, a principal porta de entrada de estudantes con- cluintes do Ensino Médio para o nível superior de ensino é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que avalia os conhecimentos dos candidatos em quatro áreas de conhecimento: Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Nature- za e suas Matemática e suas Tecnologias e; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Considerando que em cada uma dessas áreas é requerido dos estudantes certas competências e habilidades que os tornam aptos para ingresso no Ensino Supe- rior, buscamos, de forma didática e objetiva, prepará-lo para uma compreensão interdisciplinar dos diferentes domínios e temáticas exigidas pelo Enem. Para tanto, nos valemos de resumos sucintos e completos dos conteúdos e de ques- tões práticas, no mesmo estilo da avaliação, associadas às tecnologias da plata- forma on-line e do App ACERTA MAIS, nos quais você encontrará videoaulas, simulados, correção de redações e muito mais. Pensando nas suas necessidades, nosso objetivo é oferecer um material de alta qualidade que contribua para o seu projeto de vida, suas metas e seus planos de estudos diários. Esperamos que você encontre no ACERTA MAIS ENEM o supor- te necessário para o desenvolvimento de suas atuais habilidades e das potenciais competências que você conquistará durante a sua formação no Ensino Médio. Lembre-se: com foco e perseverança, você pode conquistar todos os seus objetivos!</p><p>Sumário CONHEÇA ACERTA MAIS ENEM 14 VOLUME 1 AULA 01 Sociologia: origem e desdobramentos 18 AULA 02 Cultura e sociedade I 23 AULA 03 Cultura e sociedade II 27 AULA 04 Breve análise conceitual I 31 AULA 05 Breve análise conceitual II 35 VOLUME 2 AULA 01 Diversidades 42 AULA 02 Movimentos sociais I 48 AULA 03 Movimentos sociais II 53 AULA 04 Sociologia no Brasil e seus principais representantes 58 AULA 05 Estratificação social 63 S VOLUME 3 AULA 01 Política 70 AULA 02 Trabalho e Sociologia Econômica I 76 AULA 03 Trabalho e Sociologia Econômica II 82 AULA 04 Escola de Frankfurt 87 AULA 05 Sociologia Contemporânea I 92 AULA 06 Sociologia Contemporânea II 97 GABARITO E COMENTÁRIOS QUADRO DESCRITIVO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 104 VOLUME 1 105 VOLUME 2 110 VOLUME 3 115</p><p>Sumário VOLUME 1 AULA 01 Sociologia: origem e desdobramentros 146 AULA 02 Cultura e sociedade I 151 AULA 03 Cultura e sociedade II 155 AULA 04 Breve análise conceitual I 159 AULA 05 Breve análise conceitual II 163 VOLUME 2 AULA 01 Diversidades 152 AULA 02 Movimentos sociais I 158 AULA 03 Movimentos sociais II 163 AULA 04 Sociologia no Brasil e seus principais representantes 168 AULA 05 Estratificação social 173 VOLUME 3 AULA 01 Política 166 AULA 02 Trabalho e Sociologia Econômica I 172 AULA 03 Trabalho e Sociologia Econômica II 178 AULA 04 Escola de Frankfurt 183 AULA 05 Sociologia Contemporânea I 188 AULA 06 Sociologia Contemporânea II 193</p><p>Conheça Revisa ENEM Nosso material oferece uma abordagem atual dos temas exigidos no Enem, a fim de que você possa enxergar o mundo de forma ampla e conectada. Conheça o ACERTA MAIS e tudo que ele oferece como solução educacional. LIVROS ACERTA O livro LINGUAGENS E CIÊNCIAS HUMA- ENEM NAS e o livro MATEMÁTICA E CIÊNCIAS DA NATUREZA organizam as aulas com os compo- nentes curriculares específicos de cada área de conhecimento, nas quais são apresentados os conceitos de cada assunto e sugeridas questões inéditas e de Enem anteriores. Nossa proposta é que você faça a leitura das temáticas e em seguida HUMANAS LINGUAGENS resolva questões relacionadas a fim de a sua aprendizagem. ACERTA ENEM ACERTA ENEM REDAÇÃO IZA CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMATICA Na seção QUESTÕES, assista, em vídeos, à resolução de algumas questões acessando-as por meio do QR Code. 14</p><p>PLATAFORMA ON-LINE Imagine ter em um único local tudo o que você precisa para o seu plano de estudos direcio- nado ao Em nossa plataforma on-line, você Módulo 1 tem acesso a mais de 300 videoaulas ministradas por experientes professores que seguiram a se- ENEM quência de aulas dos livros que você tem em mãos. Você dispõe, ainda, da opção de gerar simulados com o banco de mais de 3000 questões gabarita- das e comentadas que preparamos para a sua rotina de aprendizagem. As videoaulas possuem a tradução em Libras como forma de inclusão para todos os estudantes. RevisgENEM APP ACERTA MAIS Em tempos de redes sociais, em que todos interagem sobre as diversas áreas da vida, o App Login ACERTA MAIS é um aplicativo que propõe a inte- ração entre diversos estudantes com o propósito de compartilhar dúvidas, assuntos e informações de forma rápida. Por meio do App, além de se co- nectar com outros colegas, você pode assistir às videoaulas, gerar simulados e enviar sua redação para correção, a fim de obter um feedback rápido e útil para o seu Todas as suas ações no App acumulam pon- tos para um ranking de competição com seus co- legas. Você pode, ainda, trocar os pontos acumu- lados com suas conquistas por prêmios em nossa loja virtual. Livros + Plataforma on-line e App: leia as aulas dos livros e acesse todo o conteúdo digital complementar oferecido. Utilize todos os recursos que o ACERTA MAIS oferece e tenha a certeza de ter em suas mãos um suporte necessário para conquistar o sucesso no Enem e garantir sua vaga na Universidade. 15</p><p>Acesse as videoaulas desta disciplina. SOCIOLOGIA</p><p>AULA Sociologia: origem e 01 desdobramentos Nas ciências humanas, a Sociologia é a parte que es- NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA tuda o comportamento humano em função do meio O surgimento da Sociologia registra uma mudan- e dos processos que interligam os indivíduos em as- ça na maneira de se pensar a realidade social. Afastan- sociações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo do-se das preocupações especulativas e metafísicas, na sua singularidade é estudado pela psicologia, a So- essa disciplina se diferencia enquanto forma racional ciologia tem uma base teórico-metodológica voltada e sistemática de compreensão das relações humanas. para o estudo dos fenômenos sociais, tentando expli- Quanto a sua origem, é importante que cá-los e analisando os seres humanos em suas rela- o termo Sociologie foi criado por Auguste Comte, em ções de interdependência. Compreender as diferentes 1838, que ambicionava unificar, nessa disciplina, todos sociedades e culturas é um dos objetivos da Sociologia. os estudos concernentes ao ser humano inclusive Disponível em: história, psicologia e economia. Montesquieu também Acesso em: 15 de out. 2019. pode ser considerado como um dos fundadores da So- ciologia, seja como o último pensador clássico ou o pri- A SOCIOLOGIA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS meiro pensador moderno. A palavra Sociologia vem da fusão de dois termos: 1955 COMTE termo em latim que significa sociedade, e logos, termo grego que significa estudo, ciência. Sociologia significa, portanto, o estudo científico da sociedade, das formas de convivência humana. estudo sistemático da sociedade humana teve início na Antiguidade. O grande filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), autor de Política, afirmou que "o homem nasce para viver em sociedade". Nesse sentido, a Sociologia estuda as relações sociais e a forma de associação entre os homens. É uma disciplina que POSTA 20 considera as interações que ocorrem na vida em sociedade: REPUBLICA ROMINA envolve o estudo dos grupos e dos fatos sociais, das divisões Série comemorativa de selos impressos na Romênia, por volta em classes e da mobilidade social e da interação en- de mostra Charles-Louis de Secondat (Barão de Montes- quieu) e Auguste Comte tre as pessoas e os grupos que as constituem. Em síntese, é uma ciência que estuda a sociedade por meio da observação Em Comte, o projeto sociológico é tipicamente do comportamento humano. É uma ciência social. positivista (método de observação dos fenômenos). O É importante ressaltar que os métodos utilizados nas filósofo acreditava que todas as sociedades humanas, ciências sociais são diferentes daqueles usados nas ciências de diferentes épocas, teriam passado pelas mesmas naturais, que empregam vários métodos precisos, como cál- etapas históricas e que, uma vez que se pudesse com- culos, previsibilidade e demonstrações, enquanto as ciências preender esse progresso, poderíamos os sociais empregam processos quantitativos e de observação. problemas de ordem social. O objetivo da Sociologia é o conhecimento Os acontecimentos políticos e econômicos do sobre o ser humano em suas interações sociais, revelando século XVIII, como as Revoluções Industrial e France- a sociedade como é de fato, não como deveria ser. O seu sa, resultaram em mudanças significativas na vida em propósito é contribuir para uma compreensão da sociedade, principalmente no que diz respeito as suas sociedade, pois isso permite que medidas sejam tomadas formas passadas e tradicionais. A Sociologia surge, en- para melhorar a vida daqueles que dela fazem parte. tão no início do século seguinte, na tentativa de com- Embora seja uma área de interesse muito recen- essas mudanças e explicá-las. Além disso, é te, foi a primeira ciência social a se institucionalizar, an- importante ressaltar que o nascimento dessa disciplina tes mesmo da ciência política e da antropologia. está ligado à consolidação do capitalismo moderno. 18 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>A Revolução Industrial significou, para o pensa- Esse movimento cultural e filosófico sus- mento social, a racionalização da produção da mate- tentou as ideias de liberdade política e econômica que rialidade da vida. O avanço da indústria capitalista embalaram as principais revoluções sociais do século pouco a pouco, concentrando as máquinas, as terras e XVIII, sobretudo, a Revolução Francesa. as ferramentas sob o controle de um grupo social deter- minado, transformando boa parcela das massas campo- A SOCIOLOGIA HOJE nesas em trabalhadores urbanos. Assim, consolidou-se a Os resultados de uma pesquisa sociológica não são de sociedade capitalista, que organiza seus membros entre interesse apenas de sociólogos. Cobrindo todas as áreas burgueses (donos dos meios de produção) e proletários do convívio humano desde as relações na família até (força de trabalho). Paralelamente, houve, também, uma a organização das grandes empresas, o papel da política ampliação do funcionalismo do Estado, o que represen- na sociedade ou o comportamento religioso a Socio- tou um aumento da de suas funções, liga- logia pode vir a em diferentes graus de in- do, majoritariamente, às camadas médias da população. a diversas outras áreas do saber. [...] Por essa Os efeitos dessa reorganização social, como a di- razão, o conhecimento sociológico, através de seus con- minuição dos proprietários rurais, dos artesãos indepen- ceitos, teorias e métodos, pode ser um excelente instru- dentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho mento de compreensão das situações da vida cotidiana. etc., tiveram efeito traumático sobre milhares de pes- Ocupando-se das observações do que é repetitivo nas soas, modificando radicalmente as formas tradicionais relações sociais, para daí formular generalizações teóri- de vida. Não demorou para que surgissem manifesta- cas, a Socilogia também se interessa por eventos únicos ções de revolta por parte dos trabalhadores. Máquinas sujeitos à inferência sociológica (como o surgimento foram destruídas, houve atos de sabotagem, exploração do capitalismo ou a gênese do Estado Moderno), pro- de algumas roubos e crimes. Os atos revoltosos curando explicá-los em seu significado e importância evoluíram para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos revolucionários. singulares. Hoje, os sociólogos pesquisam macroestrutu- Todos esses acontecimentos foram importantes para ras inerentes à organização da sociedade, como raça ou o nascimento da Sociologia, pois colocaram a sociedade, classe e gênero, além de instituições como a de modo geral, em um contexto de análise relevante, como família; processos sociais que representam divergência, objeto de estudo e investigação, tanto por seus problemas ou desarranjos nessas estruturas, inclusive crime e di- inerentes quanto por seu novo protagonismo político. Isso vórcio; e microprocessos, como relações interpessoais. porque, associado às transformações de ordem econômica, A Sociologia pesquisa também as estruturas de força e aparece o papel ativo dos indivíduos na sociedade, afastan- de poder do Estado e de seus membros, e a forma como do-se da percepção de que esse protagonismo político seja o poder se estrutura através de microrrelações de força. privilégio do Estado que se sobrepõe ao povo. Um dos aspectos que têm sido alvo dos seus estudos, as- sim como da antropologia, é a forma como os indivíduos constituintes da sociedade podem ser manipulados para a manutenção da ordem social e do monopólio da força física legitimada. Sociólogos fazem uso frequente de téc- nicas quantitativas de pesquisa social (como a estatística) para descrever padrões generalizados nas relações sociais. Isso ajuda a desenvolver modelos capazes de entender mudanças e como os indivíduos responderão a elas. Disponível em: Acesso em: 15 de out. 2019. Exemplo do uso da estatística em pesquisa sociológica MENTES ANSIOSAS Representação de uma revolta de trabalhadores do século XIX MENINAS MENINOS Contudo, as transformações econômicas em cur- de Por sexo 30% 14 12 17 no ocidente europeu, desde o século XVI, não pode- 216% riam de provocar mudanças também na forma de conhecer a natureza e a cultura. Por isso, atreladas 17 44.1% das menidas 27.7% dos meninos algum de à Revolução Industrial, concorrem para a formação da transtorno mentac 17 Sociologia as correntes de pensamento oriundas do Estudos de CIÊNCIAS HUMANAS . 19</p><p>QUESTÃO 3 (ENEM) QUESTÕES Se vamos ter mais tempo de lazer no futuro automati- zado, o problema não é como as pessoas vão consumir essas unidades adicionais de tempo de lazer, mas que QUESTÃO 1 (ENEM) capacidade para a experiência terão as pessoas com esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do Para o sociólogo Don Slater, as pessoas compram a tempo se torna menos compulsiva, as pessoas talvez versão mais cara de um produto não porque tem maior tenham de reaprender algumas das artes de viver que valor de uso do que a versão mais barata, mas porque foram perdidas na Revolução Industrial: como preen- significa status e exclusividade; e, claro, esse status pro- cher os interstícios de seu dia com relações sociais e vavelmente será indicado pela etiqueta de um designer pessoais; como derruban mais uma vez as barreiras en- ou de uma loja de departamentos. tre o trabalho e a vida. R. Sedução para consumo. E. Costumes em comum: estudos sobre a cultura Revista Filosofia, n. 66. ano 2011. popular São Paulo: Cia. das 1998 (adaptado). Os meios de comunicação, utilizados pelas empresas A partir da reflexão do historiador, um argumento como forma de venden seus produtos, fazem parte do contrário à transformação promovida pela Revolução cotidiano social e têm por um de seus objetivos induzir Industrial na relação dos homens com o uso do tempo as pessoas a um(a) livre é o(a) vida livre de ideologias. intensificação da busca do lucro econômico. pensamento reflexivo e crítico. B flexibilização dos períodos de férias trabalhistas. consumo desprovido de modismos. esquecimento das formas de sociabilidade tra- D atitude consumista massificadora. dicionais. E postura despreocupada com estilos. D aumento das oportunidades de confraternização familiar. QUESTÃO 2 (ENEM) E multiplicação das possibilidades de entretenimen- to virtual. Acompanhando a intenção da burguesia renascentis- QUESTÃO 4 (ENEM) ta de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores invenção tecnológica, os cientistas também iriam se que vos mantêm na miséria? atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas movimento, o espaço, a luz, a con e mesmo a expressão que vossos tiranos vestem? e o sentimento. Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o tú- N. Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984. mulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor texto apresenta um espírito de época que afetou ah, que bebem vosso sangue? também a produção artística, marcada pela constante SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud L. In: relação entre História da Riqueza do Rio de Janeiro: Zahar, 1982. A análise do trecho permite identificar que o poeta ro- fé e misticismo. mântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradi- ciência e arte. ção nas condições socioeconômicas da nascente classe cultura e comércio. trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada D política e economia. na pobreza dos empregados, que estava dissociada E astronomia e religião. da riqueza dos patrões. 20 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>o salário dos operários, que era proporcional aos ao mesmo tempo, sob que ângulo e em que contexto seus esforços nas indústrias. de atividade os objetos foram até agora perceptíveis ao grupo ou ao indivíduo. na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado. Ideologia e utopia. Porto Alegre: Globo, 1950 (adaptado). D no trabalho, que era considerado uma garantia de Ilustrando uma proposição básica da sociologia do conhecimento, argumento de Karl Mannheim de- E na que não era usufruída por aqueles que fende que o(a) a produziam. conhecimento sobre a realidade é condicionado socialmente. QUESTÃO 5 (ENEM) submissão ao grupo manipula conhecimento do mundo. Nossas vidas são dominadas não só pelas inutilida- divergência é um privilégio de indivíduos excepcionais. des de nossos como também pe- D educação formal determina o conhecimento do las de homens que já morreram há várias gerações. idioma. Além disso, cada inutilidade ganha credibilidade e reverência com cada década passada desde sua E domínio das línguas universaliza o conhecimento. promulgação. Isso significa que cada situação social em que nos encontramos não só é definida por nos- SOS como ainda predefinida por QUESTÃO 7 (ENEM) nossos predecessores. Esse fato é expresso no afo- rismo segundo o qual os mortos são mais poderosos Uma fábrica na qual os operários fossem, efetiva e in- que os vivos. tegralmente, simples peças de máquinas executando P. Perspectivas sociológicas: uma visão cegamente as ordens da direção pararia em quinze Petrópolis: Vozes. 1986 (adaptado). minutos. O capitalismo só pode funcionar com a con- tribuição constante da atividade propriamente humana Segundo a perspectiva apresentada no texto, os indi- de seus subjugados que, ao mesmo tempo, tenta redu- víduos de diferentes gerações convivem, numa mesma zin e desumanizar o mais possível sociedade, com tradições que instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. permanecem como determinações da organiza- ção social. texto destaca, além da dinâmica material do capitalis- mo, a importância da dimensão simbólica da sociedade, promovem o esquecimento dos costumes. que consiste em configuram a superação de valores. significações e valores no mundo para dotá-lo D sobrevivem como heranças sociais. de um sentido que transcende a concretude da vida. E atuam como aptidões instintivas. B estabelecer relações lúdicas entre a vida e a rea- lidade sem a pretensão de transformar o mundo dos homens. QUESTÃO 6 (ENEM) atuar sobre a vivência real e modificá-la para esta- belecen relações interpessoais baseadas no inte- resse Só num sentido muito restrito, o indivíduo cria com D discursos destinados a exercer o convenci- seus próprios recursos modo de falan e de pensar que mento sobre audiências, independentemente das lhe são atribuídos. Fala o idioma de seu grupo; pensa à posições defendidas. maneira de seu grupo. Encontra a sua disposição ape- nas determinadas palavras e significados. Estas não só a caridade como realização pessoal, por determinam, em grau considerável, as vias de acesso meio de práticas assistenciais, na defesa dos menos mental ao mundo circundante, mas também mostram, favorecidos. CIÊNCIAS HUMANAS 21</p><p>QUESTÃO 8 (ENEM) QUESTÃO 9 (INÉDITA) Para a compreensão da realidade global, é indispen- A sociologia é o estudo dos fenômenos sociais, da inte- sável o entendimento do que é a vida nas diferen- ração e da organização social, é importante para cada tes regiões; de seus funcionamentos específicos, dia de nossas vidas, pois fornece instrumentos para de suas espacializações, de suas relações, de entender as forças externas que regulam nossos pen- seu arranjo particular. Um mesmo elemento um samentos, percepções e ações. banco, um shopping center, uma casa de comércio Disponível em: de insumos agrícolas, uma escola superior, a verti- ciologia.htm. Acesso em: 09 nov. 2019. calização da habitação, financiamentos governa- A sociologia, enquanto ciência, preza pelo caráter mentais, uma autoestrada, um aeroporto etc. terá impactos diferentes em áreas distintas de um país A subjetivo. ou do planeta. parcial. SANTOS. M. Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóri- cos e Metodológicos da Geografia. São Paulo: Editora da Universida- objetivo. de de São 2008 (fragmento). D interventor. Ao tratar das diferenciações espaciais, o autor provoca sensitivo. uma reflexão sobre as relações entre espaços diversos, que são exemplificadas QUESTÃO 10 (INÉDITA) no espaço rural atual, que apresenta uma desvincu- lação da produção agrícola e do consumo alimen- A sociologia surgiu, na primeira metade do século tar. Há, também, uma articulação mais aguçada entre o agrícola e o industrial, fenômeno que não sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução estava claro até meados do século XX. Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por esses acontecimentos criaram na análise dos espaços urbanos, como histori- a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvo- camente relacionados a industrialização, o que de uma nova sociedade. não se pode afirmar dos espaços rurais, que vem papel decisivo da "dupla revolução" foi amplificado passando por processos de modernização tec- pelo debate intelectual da época. A discussão girava em nológica, mas conservando a desarticulação com torno do caráter exemplar desses eventos, com as opi- as cidades. niões divididas na avaliação de que se tratava ou não na transição do modo de produção feudal para o de desdobramentos irreversíveis da história. As diver- modo de produção capitalista, em que a cidade gências na atribuição de significado à "nova sociedade" surgiu como um espaço de reprodução das rela- consolidaram três correntes intelectuais e políticas: ções servis dos feudos. Somente após processos conservadores, liberais e radicais. as cidades passaram a represen- Disponível em: blogdaboitempo.com.br/2012/11/23/ tar a liberdade. Acesso em: 09 nov. 2019. D na desarticulação entre os espaços rurais e ur- banos que se deu, historicamente, pelo fato de o A sociologia nasce, portanto, como uma reflexão acerca campo não ter se subordinado a cidade, no que dos contornos da nova configuração histórica daí sua se refere a questão das técnicas e tecnologias. preocupação permanente em distinguir e contrapor a Esse fato explica, hoje, o grande avanço tecnoló- sociedade moderna e as sociedades tradicionais. gico na agricultura. Das concepções a seguir, qual se caracteriza como tra- E no espaço urbano onde é possível perceber uma dicional e clássica? desarticulação entre os processos sociais, econô- micos e territoriais. Essa desarticulação se mani- A Modernidade líquida. festa nas diferentes e desiguais paisagens presen- B Pós-modernidade. tes nas cidades. Positivismo. D Modernidade reflexiva. E Hipermodernidade. 22 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>AULA ERTA 02 Cultura e sociedade I CULTURA, DIFERENÇA E IDENTIDADE formatura usando trajes de banho (e, provavelmente, mesmo em cerimônias que estejam sendo realizadas em uma praia), por exemplo. O que determina essa atitude é o significado atribuído socialmente a esta ou àquela forma de vestuário, para além do fato de ser es- teticamente interessante ou cobrir a nudez. A palavra cultura vem de colere, ou seja, colher, mas ganhou outra conotação no cenári io étnico. Cultura é um conjunto de crenças, costumes, hábitos e lingua- gens utilizado por grupos ou complexos mais abrangen- tes. É através dela que podemos identificar um povo e/ ou uma nação. A dimensão cultural, portanto, não é algo dado, natural, mas uma intervenção ampla dos seres huma- nos naquilo que conhecemos por natureza. Como so- Cultura indígena mos seres partimos, obviamente, de nossa condi- Assim, tão importante ou mais até quanto a ção biológica, dependente do meio utilidade concreta de um objeto ou utensílio cultural é essa mesma condição é constantemente modificada o sentido simbólico atribuído a ele. Dessa forma, ao vi- pela tecnologia (entendida aqui em seu sentido amplo) vermos em sociedade, partilhamos objetos, sentimen- e pelo trabalho tos e símbolos de identidade. A partir desse raciocínio, É importante que a noção de cultura en- podemos problematizar a noção de identidade cultural, volve tanto uma dimensão material, ligada a instrumentos no sentido de ampliá-la, a fim de a diver- e objetos (de brinquedos a vestuário, passando também sidade constitutiva de todas as sociedades. pelos alimentos que consumimos), como uma dimensão O antropólogo norte-americano Ralph Linton, ao não material (visões de mundo, formas e padrões de com- escrever sobre a difusão cultural, no livro homem: portamento, doutrinas religiosas etc). Vale que uma introdução à antropologia, afirmou que, na grande essas dimensões não são isoladas e se relacionam a todo maioria das sociedades humanas, a maior parte das o momento. invenções e descobertas partilhadas tem origem em Assim, há um fator quando falamos sociedades diferentes, ou seja, muitas vezes, o que em cultura, que é pensá-la como um elemento das socieda- chamamos de "típico" ou "comum", em termos culturais, des humanas que articula os aspectos materiais e simbóli- pode ter tido origem em outro país ou sociedade. COS. Um exemplo bastante simples e facilmente observável Em um trecho bastante interessante, escreveu é uso de peças do vestuário. Usamos as roupas por pelo Linton que a vida cotidiana de um cidadão norte-ame- menos três motivos, em maior ou menor grau: necessidade ricano "típico" contém elementos de outras socieda- de proteção, desejo de enfeitar-se e pudor. des: o papel, inventado na China; o vidro, originário do No entanto, há regras para uso das diversas Egito; os talheres, inventados na Índia e na Europa; a formas de vestuário, dependendo da situação ou do imprensa, processo inventado na Alemanha; o inglês é contexto em que nos encontramos. No Brasil, não po- uma língua indo-europeia; e Deus cristão, que é uma demos (ou não devemos) in a um casamento ou a uma divindade de origem hebraica. CIÊNCIAS HUMANAS . 23</p><p>Dessa podemos depreender, de um lado, D profunda desigualdade social entre as regiões bra- que a diversidade e a diferença são elementos constitu- sileiras. tivos das culturas humanas e, de outro, que as formas de E discriminação dos nordestinos nos grandes preconceito cultural são, assim, uma manifestação clara da centros urbanos. ignorância dos processos históricos e das trocas culturais. ALGUMAS DEFINIÇÕES QUESTÃO 2 (ENEM) Multiculturalismo (ou pluralismo cultural) é um ter- mo que descreve a existência de muitas culturas em A recuperação da herança cultural africana deve levar uma localidade cidade ou país sem que uma delas em conta o que é próprio do processo cultural: seu predomine sobre a outra, consituindo o que se con- movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, vencionou de "mosaico cultural". portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu Relativismo cultural é um movimento que conside- cultivo nostálgico, mas de procurar perceben o próprio ra as culturas, de modo geral, diferentes umas das rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu mo- outras em relação aos postulados básicos, embora vimento para melhor compreendê-lo historicamente. tenham características comuns. MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Belo Horizonte: Arquivo Público 1988. Etnocentrismo é o fato de que, como o homem vê o mundo através de sua cultura, tem como Com base no texto, a análise de manifestações culturais cia a propensão em considerar o seu modo de vida de origem africana, como a capoeira ou candomblé, como o mais correto e natural. deve consideran que elas Padrão cultural é uma norma na qual os indivíduos permanecem como reprodução dos valores e cos- geralmente agem de acordo com os padrões estabe- tumes africanos. lecidos pela sociedade em que vivem. perderam a relação com seu passado histórico. derivam da interação entre valores africanos e a QUESTÕES experiência histórica brasileira. D contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. E demonstram a maior complexidade cultural dos QUESTÃO 1 (ENEM) africanos em relação aos europeus. Minha vida é andar Por esse país QUESTÃO 3 (ENEM) Pra ver se um dia Descanso feliz As mulheres quebradeiras de coco-babaçu dos Estados Guardando as recordações do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins, na sua grande Das terras onde passei maioria, vivem numa situação de exclusão e subalterni- Andando pelos sertões dade. termo quebradeira de assume o caráter E dos amigos que lá deixei de identidade coletiva na medida em que as mulheres L.: CORDOVIL, H. A vida de viajante, 1953. que sobrevivem dessa atividade e reconhecem sua po- Disponível em: sição e condição desvalorizada pela lógica da domina- Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento). ção, se organizam em movimentos de resistência e de A letra dessa canção reflete elementos identitários que luta pela conquista da terra, pela libertação dos baba- representam a pela autonomia do processo produtivo. Passam a atribuir significados ao seu trabalho e as suas expe- valorização das características naturais do Sertão riências, tendo como principal referência sua condição nordestino. preexistente de acesso e uso dos recursos naturais. denúncia da precariedade social provocada pela seca. M. A luta das mulheres quebradeiras de coco-baba- experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante. pela libertação do coco preso e pela posse da terra. In: Anais do VII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural, Quito, 2006 (adaptado). 24 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>A organização do movimento das quebradeiras de COCO QUESTÃO 5 (ENEM) babaçu é resultante da A constante violência nos na confluência de O sociólogo espanhol Manuel Castells sustenta que a terras maranhenses, piauienses, paraenses e tocanti- comunicação de valores e a mobilização em torno do nenses, região com elevado índice de homicídios. sentido são fundamentais. Os movimentos culturais (entendidos como movimentos que têm como objetivo falta de identidade coletiva das trabalhadoras, mi- defender ou propor modos próprios de vida e sentido) grantes das cidades e com pouco vínculo histórico com as áreas rurais do interior do Tocantins, Pará, constroem-se em torno de sistemas de comunicação Maranhão e Piauí. essencialmente a internet e os meios de comunicação porque esta é a principal via que esses movimentos escassez de água nas regiões de veredas, ambien- encontram para àquelas pessoas que podem tes naturais dos babaçus, causada pela construção eventualmente partilhar os seus valores, e a partir daqui de açudes particulares, impedindo o acesso público aos recursos hídricos. atuar na consciência da sociedade no seu conjunto. Disponível em: www.compolitica.org. D progressiva devastação das matas dos cocais, em Acesso em: 2 mar. 2012 (adaptado). função do avanço da sojicultura nos chapadões do Meio-Norte brasileiro. Em 2011, após uma forte mobilização popular via redes E dificuldade imposta pelos fazendeiros e posseiros sociais, houve a queda do governo de Hosni Mubarak no no acesso aos localizados no interior de Egito. Esse evento ratifica o argumento de que suas propriedades. a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usuários. QUESTÃO 4 (ENEM) B a consciência das sociedades foi estabelecida com o advento da revolução tecnológica tem como principal objetivo a Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, deposição de governantes antidemocráticos. a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens D os recursos tecnológicos estão a serviço dos opres- sores e do fortalecimento de suas práticas políticas. culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, E os sistemas de comunicação são mecanismos im- as línguas, as festas e diversos outros aspectos e mani- portantes, de adesão e compartilhamento de va- festações devem ser levados em consideração. Os afro- lores sociais. -brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemen- te na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que QUESTÃO 6 (ENEM) concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. A África também já serviu como ponto de partida para MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015. Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de Considerando a abordagem do texto, os bens ima- tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação teriais enfatizam a importância das representações rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme ame- culturais para a ricano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos. construção da identidade nacional. E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no vel Acesso em: 17 abr. 2010. elaboração do sentimento religioso. afirmação da igualdade social. A produção cinematográfica referida no texto contri- bui para a constituição de uma memória sobre a África D reprodução do trabalho coletivo. e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligen- E definição da legitimidade política. cia, respectivamente, os seguintes aspectos do conti- nente africano: CIÊNCIAS HUMANAS 25</p><p>A história e a natureza. As diversas formas de dança são demonstrações da di- O exotismo e as culturas. versidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por A sociedade e a D comércio e o ambiente. A possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma na- E A diversidade e a política. ção ou região. as tradições e costumes de determinados QUESTÃO 7 (ENEM) povo ou regiões distintas de uma mesma nação. cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização D necessitar de vestuário específico para a sua práti- social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os di- o qual define seu país de origem. reitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e E acontecer em salões e festas e ser influenciada por fazer respeitar todos os seus bens. diversos gêneros musicais. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2017. QUESTÃO 9 (ENEM) A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse preceito normativo tem em vista a vinculação Estendida à "nação" ela [a cultura] participa da histórica fundamental entre mesma incerteza; ela é expressão de uma consciência nacional que se questiona sobre o caráter específico do A etnia e miscigenação racial. povo alemão que não conseguiu ainda a sua unificação B sociedade e igualdade jurídica. política. Diante do poder dos Estados vizinhos, a França e a Inglaterra em particular, a enfraque- espaço e sobrevivência cultural. cida pelas divisões políticas, esfacelada em múltiplos D progresso e educação ambiental. principados, procura afirmar sua existência glorifican- E e modernização econômica. do sua cultura. Denys. o Conceito de Cultura nas Ciências Tradução de Viviane 2 ed. Bauru: EDUSC. 2002. QUESTÃO 8 (ENEM) A evolução do significado de cultura no debate en- Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como tre esses dois países marcou a formação das duas dança aristocrática, oriunda dos salões franceses, de- concepções de cultura que estão na base dos estu- pois difundida por toda a Europa. dos das Ciências Sociais. entendimento francês de No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por cultura como característica do gênero humano deu sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para origem ao conceito sua ocorrência, é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as A universalista. figurações diversas que os dançadores desenvolvem. relativista. Observa-se a constância das seguintes marcações: particularista. "Tour". "En "Chez desdames", "Chez "Cestinha de "Caminho da roça", "Olha a D emancipacionista. chuva", "Passeio", "Coroa de "Coroa E monista. de espinhos" etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado o uso de gravações substi- tui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: 1976. 26 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>AULA 03 Cultura e sociedade II MULTICULTURALISMO Contudo, vale salientan que não existe uma socie- conceito de multiculturalismo tem sido usado dade totalmente multicultural no sentido político. Os em todos os países europeus, desde meados dos anos Estados Unidos, por exemplo, são uma sociedade multi- cultural e assimilativa, comunitária e contratualista. Na 1980. A noção de interculturalidade também é utiliza- Europa, existem diferentes formas de multiculturalismo. da, no entanto, sem uma clara distinção do conceito de Ele pode estar, por sua vez, alinhado com a tradição dos As políticas de multiculturalismo, começando Países Baixos, na Bélgica, ou com o pluralismo no Reino Unido e nas sociedades escandinavas. Na maioria des- nos anos 1970 no Reino Unido e na Suécia, e depois na década de 1980 na Alemanha e na Holanda, e mais ses países, o pluralismo é frequentemente preferido ao recentemente em outros lugares, são bem diferentes, Políticas multiculturais têm seus limites relaciona- mas tentam articular, de modo geral, considerações de diversidade cultural, religiosa, linguística, entre outras, dos ao próprio exercício da democracia: como articular de forma mais ou menos avançada, com respeito pelo direitos individuais e coletivos, princípios universalistas princípio da igualdade entre os indivíduos (igualdade e particularistas, direito comum e tratamento diferen- formal, de tratamento e de oportunidades), mantendo ciado, diferença e igualdade, identificação com a comuni- a coesão do conjunto nacional. dade política nacional e com a comunidade cultural. Seu Tal articulação não é facilmente construída e vá- risco é a acentuação dos particularismos. Os conceitos de multiculturalismo e intercultu- rios experimentos nacionais e locais surgiram. Contu- ralismo foram desenvolvidos através de numerosos do, pode-se dizer que o multiculturalismo se refere ao trabalhos do Conselho da Europa e da UE, particular- reconhecimento institucional de múltiplas identidades culturais, étnicas e sociais (como de mulheres, de ho- mente no contexto de programas de formação de pro- fessores. A referência ao multiculturalismo nos textos mossexuais etc.) dentro da mesma sociedade, reconhe- cendo a legitimidade dessas identidades, sua capacida- europeus não se relaciona ao multiculturalismo políti- de de transformar e desafian o processo de assimilação no sentido do reconhecimento dos direitos dos gru- (também chamado de princípio de monoculturalismo). pos minoritários dentro dos estados-nação europeus Essas identidades são carregadas por determi- (multiculturalismo político). Essencialmente, trata-se nados grupos aos quais são atribuídos direitos, que de respeitar as liberdades individuais, de acordo com os direitos humanos. visam garantir o respeito das várias culturas em pre- sença. A representação dos diferentes grupos é vista Para que o multiculturalismo se torne verdadei- como uma maneira de incluí-los e sua participa- ramente uma riqueza, devemos estabelecer uma espé- ção na comunidade. cie de interpenetração entre as culturas, sem apagar a Portanto, o multiculturalismo é articulado ao prin- identidade específica de cada uma delas. cípio dos direitos iguais dos indivíduos (o que implica na neutralidade do Estado). Isso define o multiculturalis- mo político. Existem também versões mais culturais do que multiculturais, que consistem essencialmente em reconhecer a diversidade cultural e permitir que ela seja praticada. Devemos, portanto, distinguir dois níveis: o nível da realidade concreta, que torna possível re- conhecer a sociedade multicultural como onde coe- xistem várias e o nível de concepções e polí- ticas, em que a qualificação de multicultural significa um modo específico, organizando um sistema de re- conhecimento e participação. Interculturalismo CIÊNCIAS HUMANAS 27</p><p>Objeto de legislação recente, enfrentamento do pro- QUESTÕES blema mencionado resultou na A criação de novos ofícios. ampliação de direitos sociais. QUESTÃO 1 (ENEM) redução da desigualdade de gênero. D fragilização da representação sindical. NASA DIVULGA A E erradicação da atividade informal. FOTO PELO OPPORTUNITY NO SOLO DE MARTE. QUESTÃO 3 (ENEM) VEJA: A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervo- sa, pedindo desculpas por não possuir títulos nem co- mas orgulhosa ofereceu a sua pena que "sem ser hábil, é, em compensação, guiada pelo poder da Maria Tomásia pronunciava orações que levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava, declamando seus poemas. Aquelas "an- gélicas senhoras", "heroínas da caridade", levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu en- tusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fa- zerem alforrias gratuitamente. Opportunity é o nome de um veículo explorador que As práticas culturais narradas remetem, historica- aterrissou em Marte com a missão de enviar informa- mente, ao movimento ções à Terra. A charge apresenta uma crítica ao (à) A feminista. A gasto exagerado com de robôs a outros planetas. B sufragista. B exploração indiscriminada de outros planetas. socialista. circulação digital excessiva a autorretratos. D republicano. D vulgarização das descobertas espaciais. abolicionista. E mecanização das atividades humanas. QUESTÃO 4 (ENEM) QUESTÃO 2 (ENEM) Baile Charme, uma das mais conhecidas manifesta- ções culturais do povo carioca, fica cadastrado como bem cultural de natureza imaterial da cidade. O de- Num país que conviveu com trabalho escravo du- creto considera o Baile Charme uma genuína inven- rante quatro séculos, o trabalho doméstico é ainda ção carioca, e destaca a riqueza de sua origem na mu- considerado um subemprego. E os indivíduos que sicalidade africana, que abriga ritmos como soul, o atuam nessa área são, muitas vezes, vistos pelos pa- funk e o rythim'n blues, da fonte norte-americana, e o trões como um mal necessário: é preciso ter em casa choro, o samba e a bossa-nova, criações nascidas no alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e Rio. O Baile Charme é cultuado, principalmente na arrume a gaveta. Existe uma inegável desvalorização Zona Norte da cidade, seja em clubes, agremiações das atividades domésticas em relação a outros tipos recreativas e espaços públicos como a área do Viadu- de trabalho. to de Madureira. C. Domésticas: nascer, deixar, permanecer ou simples- Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado). mente estar. In: E. (Org.). Negritude, cinema e educação. Belo Horizonte: Mazza, 2011 (adaptado). 28 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>Segundo o cadastramento do Baile Charme andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos como bem imaterial da cidade do Rio de Janeiro ocor- fossos e erigir novas muralhas que barrem o movimen- reu porque essa manifestação cultural to daqueles que em consequência perdem, física ou es- piritualmente, suas raízes. possui um grande apelo de público. BAUMAN. Globalização.: as consequências humanas. simboliza uma região de relevância social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. contém uma pluralidade de gêneros musicais. A ressignificação da ideia de fronteira D reflete um gosto fonográfico de camadas pobres. compreende a E representa uma diversidade de costumes populares. liberação da circulação de pessoas. B preponderância dos limites naturais. QUESTÃO 5 (ENEM) supressão dos obstáculos aduaneiros. A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é che- D desvalorização da noção de nacionalismo. fe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o E seletividade dos mecanismos segregadores. chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo QUESTÃO 7 (ENEM) não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encar- Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra regado de eliminar conflitos que podem surgir entre "pobre". O indivíduo é pobre quando não tem parentes. indivíduos, famílias, linhagens, o chefe só dispõe, para A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivên- lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente pres- cia. Os consultores internacionais, especialistas em ela- tígio não significa poder, e os meios que o chefe detém relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao conta o impacto dramático da destruição dos laços fami- uso exclusivo da palavra. liares e das relações de entreajuda, nações inteiras estão P.A sociedade contra Estado. tornando-se e a mendicidade parece ser a única O modelo político das sociedades discutidas no texto via de uma agonizante sobrevivência. contrasta com o do Estado liberal burguês porque se M. E se Obama fosse baseia em: São Paulo: Companhia das 2009. Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o au- Imposição ideológica e normas hierárquicas. tor associa o acirramento da pobreza à Determinação divina e soberania Intervenção consensual e autonomia comunitária. afirmação das origens ancestrais. D Mediação jurídica e regras contratualistas. fragilização das redes de sociabilidade. E Gestão coletiva e obrigações tributárias. padronização das políticas educacionais. D fragmentação das propriedades agrícolas. QUESTÃO 6 (ENEM) globalização das tecnologias de comunicação. Texto As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem QUESTÃO 8 (ENEM) e articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem social tanto quanto do conflito. L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o a nação e seu retrato seguinte: sempre que se cante a uma criança uma can- tiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma adi- Texto vinha, uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro crianças ou na escola; sempre que ditos e provérbios, e das mercadorias e informação que rendem dinheiro fábulas, histórias bobas e contos populares sejam re- CIÊNCIAS HUMANAS 29</p><p>presentados; aí veremos o folclore em seu próprio do- QUESTÃO 10 (ENEM) mínio, sempre em ação, vivo e sempre pronto a e assimilar novos elementos em seu caminho. Cultura é o quê? Essa é uma pergunta com muitas res- UTLEY, L. Uma definição de folclore. In: que é postas, mas a gente precisa construir, juntos, essas res- folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado). postas. E estamos aqui para isso, para perguntar princi- O texto tem como objeto a construção da identidade palmente qual o papel do Estado em relação à cultura. cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendo Para perguntar como é que ele pode avançar junto com uma manifestação associada à preservação das raízes a população na construção de políticas públicas para e da memória dos grupos sociais, que a cultura numa comunidade, numa cidade, nele como um todo, tenha de fato o seu papel assegurado, A está sujeito a mudanças e reinterpretações. papel de promotora e propulsora do desenvolvimento deve ser apresentado de forma escrita. humano. Não é possível desenvolvimento econômico sem desenvolvimento humano e é assim que essa nova segue os padrões de produção da moderna indús- administração do Estado entende o papel da cultura. tria cultural. Trecho extraído do pronunciamento do Secretário Estadual D tende a ser materializado em peças e obras de arte de Cultura, Márcio Meirelles, no vídeo de apresentação da eruditas. Conferência Estadual de Cultura. 26 out. 2007. E expressa as vivências contemporâneas e os anseios Existem distintos conceitos e usos da palavra cultura futuros desses grupos. em voga na contemporaneidade. A cultura possui cará- ter transversal, pois QUESTÃO 9 (ENEM) delimita a aceitação de acordo com os costumes de uma determinada região. A profusão das dos mercados e dos pro- dutos culturais na atualidade; o acelerado desenvol- exclui formas agregadas culturais. vimento das sócio-tecnologias de criação e produção marginaliza outros modos de comportamento. o aumento inusitado dos criadores; o D perpassa diferentes campos da vida cotidiana. surgimento de novas modalidades e habilidades cul- a concentração de recursos nunca vista neste E ultrapassa qualquer mecanismo de controle social. campo sugerem não só a importância do campo cultu- ral na contemporaneidade, mas abrem, sem garantir, perspectivas de uma rica diversidade (multi)cultural e possibilidades de reorganizações da cultura. Antonio Albino Políticas culturais: entre o possi- vel e o In: Teorias e Políticas da Gisele Marchiori (org). Salvador: 2007. A produção, distribuição e consumo de bens e servi- que conformam o sistema de produção cultural se tornou estratégica para desenvolvimento das na- ções, na medida em que estas atividades movimentam uma cadeia produtiva em expansão, contribuindo para a geração de emprego e renda. Esse aspecto é classi- ficado como: Antropologia cultural. História da cultura. Economia da cultura. D Política cultural. Filosofia da cultura. 30 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>AULA 04 Breve análise conceitual I A TRADIÇÃO POSITIVISTA A lei dos três estados Em síntese: A tradição positivista ganhou notoriedade com Saint Simon e, principalmente, com seu idealizador 1°. Estado teológico ou fictício nessa primeira fase, August Comte. Ganhou notabilidade na França no as comunidades se formaram por um caráter de cren- século espalha-se por diversos países euro- ça no sobrenatural, em forças anímicas e credo em peus e avança além-man até ao Brasil. Teve deuses. Segundo Comte, seri a fase menos desenvol- grande repercussão entre os militares no início da vida, na qual não ia nenhum tipo de sustentação República brasileira. verídica. Foi subdividida em três partes: fetichismo (crença em fantasias); (crença em vários AUGUSTE COMTE (1798-1857) deuses); e monoteísmo (crença em um único deus). Estado metafísico ou abstrato nessa segunda fase, há uma substituição do ente divino pelo abs- trato. Aqui surge a Filosofia ou Metafísica como de- finidores da verdade. Até mesmo sistemas políticos esboçam orientar pelo caminho da razão, se- gundo Comte, sem sucesso. Estado positivo ou científico e, por fim, o está- gio mais evoluído, aquele em que o científico entra em cena. Nesse momento, a precisão do posi- tivismo, com seu viés objetivo, trilha o caminho para encontrar a verdade. ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) Os três princípios básicos do positivismo comteano primeiro princípio se refere à predominância do todo sobre a parte, ou seja, a ideia de objeto, de co- letividade, é mais importante do que a de sujeito, de individualidade. segundo princípio diz que o pro- gresso do conhecimento é característica da sociedade humana, pois existe um processo de evolução natural na constituição do ser humano e de suas atividades. terceiro princípio sugere que o ser humano é o mesmo por toda a parte e em todos os termos, pois sua consti- Também em Durkheim a questão da ordem so- tuição biológica é a mesma em todos os lugares. cial seria uma preocupação constante. De forma sis- CIÊNCIAS HUMANAS . 31</p><p>temática, ocupou-se ainda em estabelecer o objeto de Exterioridade estudo da Sociologia, assim como o seu méto- Os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, do de investigação. Por meio dele, a Sociologia foi in- isto é, consistem em ideias, normas ou regras de con- serida nas universidades. duta que não são criadas isoladamente por esses indi- Sua obra foi elaborada em um período de cons- víduos, mas foram concebidas pela coletividade, já exis- tantes crises econômicas, que causavam desemprego tindo fora destes quando nascem. e miséria entre os trabalhadores, ocasionando o agu- çamento das lutas de classe, com os operários passan- Coercitividade do a utilizar a greve como instrumento de luta e fun- As ideias, normas e regras pré-estabecidas de- dando sindicatos. vem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se Não obstante, o início do século XIX também é isso não acontece, se alguém as desobedece, é puni- marcado por progressos no campo tecnológico, como do, de alguma maneira, pelo resto do grupo. a utilização do petróleo e da eletricidade, o que criava um clima de euforia e de esperança no progresso eco- Ao o caráter exterior e coercitivo dos nômico. Durkheim discordava das teorias fatos sociais, Durkheim menosprezou a criatividade principalmente quanto à ênfase que elas atribuíam aos dos seres humanos no processo histórico. Estes sur- fatos econômicos para diagnosticar a crise das socieda- gem, em sua Sociologia, como seres passivos, incapa- des europeias. Ele acreditava que a raiz dos problemas zes de negar e transformar a sua realidade histórica. de seu tempo não era de natureza econômica, e sim de uma certa fragilidade moral da época em ade- quadamente o comportamento dos indivíduos. Assim como Comte, Durkheim também acredi- QUESTÕES tava que a ciência poderia encontrar soluções para os problemas de sua época e possuía uma visão específi- ca da nascente sociedade industrial. Considerava que a crescente divisão do trabalho acarretaria, em vez de QUESTÃO 1 (INÉDITA) conflitos sociais, em um sensível aumento de solidarie- dade e cooperação entre os homens. Na antiguidade, qual foi a forma de governo que pre- Se isso não ocorria na Europa recém-industriali- sidia a marcha progressiva da humanidade? Qual é a zada, é porque ali as transformações socioeconômicas que trouxe a maior soma de civilização? Qual é a que desenvolveram-se de forma muito veloz, em que line- presidiu aos destinos dos povos modernos? Qual tem xistia ainda um conjunto de ideias morais para guiar o sido, pois, o ideal de liberdade em todos os tempos? [...] comportamento dos indivíduos. A sociedade estava em Qual foi a época mais brilhante de Roma, sob governo estado de anomia, ou seja, uma ausência de regras ade- ou sob a República? quadas àquele novo momento. CESAR, Guilhermino. História da Literatura do Rio Grande do Sul. 3. ed. Porto Alegre, 2006. Além disso, para Durkheim, a sociedade preva- lece sobre o indivíduo. Ela é um conjunto de normas No texto, existem referências a um modelo progressista de ação, pensamento e sentimento, que não existe de análise da sociedade. Essa visão inaugurada pelo pen- apenas na consciência dos indivíduos, mas é construí- francês Augusto Comte ficou conhecida como: do exteriormente, isto é, fora das consciências indivi- duais. Em outras palavras, na vida em sociedade, o ser A Darwinismo Social. humano se defronta com regras de conduta que não Organicismo. foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas na vida em sociedade e, por isso, devem Positivismo. ser seguidas por todos. D Marxismo. As leis são um bom exemplo do raciocínio de E Existencialismo. Durkheim. Em toda sociedade existem leis que or- ganizam a vida em conjunto. O indivíduo isolado não cria leis nem pode modificá-las. Para Durkheim, QUESTÃO 2 (INÉDITA) o objeto de estudo da Sociologia deve ser tais fatos sociais. Para ele, esses fatos possuem duas caracte- [...] cabe que a retórica do cientificismo atingiu rísticas básicas: exterioridade e coercitividade. mais diretamente aquelas disciplinas que mantinham vínculos estreitos com a política. A literatura sofreu 32 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>menos intensa e mais diretamente a influência do po- realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações sitivismo e afins que a história ou ensaio moralizante, já às vezes tão amplas e tão apressadas não são susce- que esses últimos podiam ser utilizados como efetiva- tíveis de nenhum tipo de prova. mente foram para formular ou a imagem E. estudo de sociologia. que as elites políticas tinham de seu passado, de seus São Paulo: Martins Fontes, 2000. valores de suas tarefas futuras. O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em Nelson. Rio Grande de Augusto Comte. In: DACANAL, José construir uma sociologia com base na filósofo francês Augusto Comte estabeleceu a lei dos vinculação com a filosofia como saber unificado. três estados na seguinte ordem evolutiva: B reunião de percepções intuitivas para demonstração. Teológico, metafísico e positivo. formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. Positivo, metafísico e teológico. D adesão aos padrões de investigação típicos das Espiritual, ontológico e onírico. ciências naturais. D Escatológico, providencial e místico. E incorporação de um conhecimento alimentado Guerreiro, pacífico e normativo. pelo engajamento político. QUESTÃO 3 (INÉDITA) QUESTÃO 5 (ENEM) "[o] fato social é reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os Você se preocupa com sua família, com seu trabalho e indivíduos; e a presença deste poder é reconhecível, com sua casa. E com você? por sua vez, seja pela existência de alguma sanção de- terminada, seja resistência que o fato opõe a qualquer A mulher conquistou um espaço de destaque no am- empreendimento individual que tenda a violentá-lo". biente profissional, além de cuidan da casa e do bem- As regras do método sociológico. 17. ed. Tradução -estar da família. Acompanhada por essa mudança, de Maria Isaura Pereira de Queiroz. São Paulo: Companhia Editora também veio uma nova vida, com antigos hábitos tipi- 2002. camente masculinos, como o estresse, a falta de tempo fato social é o principal conceito de Nele, para se cuidar, o tabagismo e a maior incidência de obe- foi estabelecido três características principais. São elas: sidade e depressão. Isso aumentou muito os casos de infarto e doenças cardiovasculares. Elas já respondem Longevidade, generalidade e parcialidade. por 30% do número total dos casos, que matam seis ve- zes mais do que o câncer de mama. Generalidade, exterioridade e coercitividade. Cuide-se. Preocupe-se com sua saúde. Visite e incenti- Positivo, metafísico e teológico. ve quem você gosta a visitar um cardiologista. D Primário, secundário e terciário. Cláudia, ano 52, fev. 2013 (adaptado). E Imparcialidade, fisicalidade e coercitividade. Esse texto, publicado em uma revista, inicialmente aponta modificações ocorridas na sociedade e, em seguida, QUESTÃO 4 (ENEM) descreve as diferentes atividades das mulheres hoje em dia. estimula as leitoras a buscar sua realização na A sociologia ainda não ultrapassou a era das cons- vida profissional. truções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir alerta as mulheres para a possibilidade de proble- a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do mas cardíacos. campo social, ela prefere buscar as brilhantes gene- ralidades em que todas as questões são levantadas D informa as leitoras sobre mortes por câncer de sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não mama e por infarto. é com exames sumários e por meio de intuições rá- E valoriza as mulheres preocupadas com o bem- pidas que se pode a descobrir as leis de uma -estar da família. CIÊNCIAS HUMANAS . 33</p><p>QUESTÃO 6 (INÉDITA) objetividade. subjetividade. parcialidade. Religiões no Brasil 2007 D singularidade. 1.7% 0.7% individualidade. 4.3% 7,4% QUESTÃO 8 (INÉDITA) Como a vida escolar não é senão o germe da vida so- cial os principais processos pelos quais uma funciona devem ser encontrados na outra. Pode-se, pois, espe- rar que a Sociologia, ciência das instituições sociais, nos auxilie a melhor o que são as instituições Católica apostólica romana pedagógicas e a o que devam ser para Assembléia de Deus e evangélicas pentecostais melhor resultado do próprio trabalho. Sem religião Batista e evangélica de missão E. Educação e sociologia. 3. ed. São Paulo: 1952. Umbanda e candomblé Testemunhas de modo peculiar como Durkheim concebeu a socieda- Católica apostólica brasileira e outras religiões de direcionou, inevitavelmente, a sua atenção para as D. Atlas da Situação Mundial. São Pau- questões educacionais, considerando que a escola era lo: Cia. Editora Nacional, 2007 (adaptado). por ele reconhecida como Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Bra- A agrupamento humano. sil foi a existência, no passado colonial e da comunidade organizada. sociedade unificada. incapacidade do cristianismo de aspectos de outras religiões. D instituição social responsável pelo processo educa- tivo dos indivíduos. incorporação da ideia de liberdade religiosa na es- E tribos isoladas da realidade. fera pública. permissão para o funcionamento de igrejas não QUESTÃO 9 (ENEM) D relação de integração entre Estado e Igreja. E influência das religiões de origem africana. rapaz que pretende se casar não nasceu com esse imperativo. Ele foi insuflado pela sociedade, reforçado QUESTÃO 7 (INÉDITA) pelas incontáveis pressões de histórias de família, edu- cação, moral, religião, dos meios de comunicação e da Émile Durkheim (1858-1917) tem sido frequentemente publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um acusado de desenvolver uma espécie de "sociologismo", instinto, e sim uma instituição. cuja principal característica seria a negação do sujeito. Sua BERGER, P. Perspectivas sociológicas: uma visão teoria sociológica, sem dúvida herdeira do legado iluminis- Petrópolis: 1986 (adaptado). ta, principalmente no que concerne à valorização da razão casamento, conforme é tratado no texto, possui humana como instrumento promotor de reformas em to- como característica o(a) dos os níveis, não deixa, por um lado, de desvelar critica- mente as ilusões humanistas do projeto oitocentista e, por A consolidação da igualdade sexual. outro, de oferecer, através da nova ciência social, formas de ordenamento das relações sociais. superar as consequentes frustrações do século das luzes. conservação dos direitos naturais. Uma das principais características desse autor é a D superação das tradições culturais. E questionamento dos valores cristãos. 34 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>AULA 05 Breve análise conceitual II SOCIOLOGIA COMPREENSIVA como o Estado, o mercado econômico e as religiões, só existem porque muitos indivíduos orien- MAX WEBER (1864-1920) tam, de forma recíproca, suas ações em determinado sentido. Por isso, esse sociólogo define como objeto da Sociologia a ação social. Conceito de ação social É qualquer ação que o indivíduo pratica orien- tando-se pela ação de outros. Um eleitor, por exem- plo, define seu voto orientando-se pela ação dos demais eleitores. Para Weber, toda vez que se esta- belece uma relação significativa, isto é, algum tipo de sentido entre várias ações sociais, teremos relações sociais. Nem todas as ações de um indivíduo são so- ciais. Por exemplo, um choque entre dois passantes, em uma calçada, não é ação social, mas, se eles se co- municarem após o choque ou se agredirem, então se estabelece uma relação social entre eles. Quando os indivíduos agem com intencionalidade, estabelecem relações significativas entre si. Há quatro tipos de ação social: Tradicional conceitualizada por um costume ou um hábito arraigado. Exemplo: um consumidor que compra um tênis que sua família e seus amigos es- tão acostumados a comprar. Afetiva determinada por afetos ou estados emo- cionais. Exemplo: um consumidor que compra um par de tênis porque gosta dele, isto é, sua escolha foi baseada na sua afeição. Racional com relação a valores crença conscien- Para Durkheim, instituição é um conjunto de te em um valor considerado importante, indepen- normas e regras de vida que se consolidam fora dos dente de êxito desse valor na sociedade. Exemplo: indivíduos e que as gerações transmitem umas às ou- um consumidor que compra um tênis sem levar em tras. Exemplo: família, religião, educação. Enquanto conta o preço, mas sim o valor que ele atribui à de- para ele a ênfase da análise recai na sociedade, para terminada marca que é vista por ele como sendo o sociólogo Max Weber a análise deve centrar-se nos a melhor. atores e em suas ações. Racional com relação a fins determinada pelo Segundo Weber, a sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos, como para Durkheim. Para cálculo racional que estabelece fins e organiza os ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do meios necessários. Exemplo: comprar o tênis que conjunto das ações individuais reciprocamente refe- estiver mais adequado à finalidade proposta (jogar ridas. As normas e regras sociais são o resultado do vôlei, por exemplo), considerando também o preço mais conjunto de ações individuais, e os agentes escolhem, o tempo todo, diferentes formas de conduta. As ideias CIÊNCIAS HUMANAS 35</p><p>SOCIOLOGIA CRÍTICA nada possuem, a não ser o seu corpo e sua disposi- ção para trabalhar. KARL MARX (1818-1883) Estabelece-se, entre essas duas classes, uma constante relação de que poderia ser resolvi- da somente mediante uma sociedade socialista. Marx participou ativamente dos movimentos de organiza- ção dos operários. Ele chegou até mesmo a integrar a chamada Primeira Internacional Comunista, que era uma organização de cunho socialista criada para unifi- car os trabalhadores na luta contra a opressão do sis- tema capitalista e realizar a revolução socialista. Foi precisamente com a intenção de os trabalhadores para uma luta internacional que ele e Friedrich Engels escreveram o Manifesto do Partido Comunista. Nessa obra, eles expõem uma intensa crí- tica à sociedade capitalista e apontam para a necessi- dade de união dos trabalhadores do mundo todo para fim a esse modo de produção. Conceito de Classe Social Durkheim e Max Weber forjaram os con- ceitos de fato social e ação social, respectivamente, para explicar e a sociedade moderna. Já Karl Marx partiu do conceito de classe social para en- os conflitos que ocorrem nas sociedades. Ele acreditava que, em um momento histórico remoto, os Diferentemente de Émile Durkheim e Max Weber, indivíduos produziam os víveres necessários à sobre- Marx considerava que não se pode pensar a relação in- vivência coletivamente, e os frutos da atividade labo- divíduo-sociedade separadamente das condições mate- ral eram compartilhados por todos. Com o aprimora- riais em que essas relações se apoiam. Segundo ele, as mento das técnicas produtivas, ocorreu a produção de condições materiais de toda a sociedade condicionam um excedente na sociedade, o que consistiu na apro- as demais relações sociais. Em outras palavras, para vi- priação por poucos sujeitos. É o caso do surgimento ver, os seres humanos têm de, inicialmente, transformar da propriedade privada, elemento responsável pelas a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, distinções sociais e pela produção da desigualdade. utensílios etc., pois sem isso não poderiam existir como A partir disso, alguns sujeitos se distinguirão de seres vivos. Essas relações sociais de produção são a outros; os sujeitos distintos, proprietários, exercerão base que condiciona todo o resto da sociedade. poder de mando sobre uma população subjugada, Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda submetida. A classe dominante, proprietária, detém a estrutura social. Na sociedade antiga, por exemplo, um poder de fruição e agrega elementos de distinção a relação social básica era a relação senhor/escravo. social significativos. A classe dominada, despossuída, Não podemos, de acordo com ele, entender a política depende da classe dominante, pois é a detentora da ou a cultura dessa época sem primeiramente propriedade privada e dos meios de produzir os pro- essa relação básica que condicionava o restante da dutos necessários à subsistência. Nesse caso, a popu- sociedade. lação despossuída/dominada se submete à exploração Marx realizou um amplo estudo sobre a socie- porque precisa sobreviver; produz e recebe um valor dade capitalista. Em seus estudos, ele afirmou que pelo exercício de sua força de trabalho. Essa relação nessa sociedade as relações sociais de produção de- é de "luta" porque as duas classes possuem estilos de finem dois grandes grupos: de um lado, os capitalis- vida diferentes, um pautado em fruição e acumulação, tas, que são aquelas pessoas que possuem os meios outro em carência e exploração. Esse antagonismo é de produção (máquinas, ferramentas, capital etc.) responsável pelo conflito social e possibilita as mu- necessários para transforman e produzir mercado- danças históricas por meio da revolução social. Na e do outro, os trabalhadores, também chama- modernidade, as classes em conflito são a burguesia dos, no seu conjunto, de proletariado, aqueles que (classe dominante) e o proletariado (classe dominada). 36 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>BRO. dução correspondem a um estágio definido de desen- volvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura eco- nômica da sociedade fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de cons- ciência social. MARX 'Prefácio à Crítica da economia In: K.: F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado). Para o autor, a relação entre economia e política esta- belecida no sistema capitalista faz com que CAN YOU TELL IT AGAIN. A o proletariado seja contemplado pelo processo Meme com o tripé da Sociologia: Marx e em uma de mais-valia. conversa de bar B o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. a consolidação das forças produtivas seja QUESTÕES vel com o progresso humano. D a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento QUESTÃO 1 (ENEM) a burguesia revolucione o processo social de for- mação da consciência de classe. Modelo 1 QUESTÃO 3 (ENEM) servo pertence à terra e rende frutos ao dono da Fornecedor Estoque Produção Estoque Cliente terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se Modelo 2 a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão Requisição horas da sua vida, dia após dia, a quem me- Entrega Entrega pagar, ao proprietário das dos Cliente Produção Fornecedor instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista. Na imagem, estão representados dois modelos de pro- K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. dução. A possibilidade de uma crise de superprodução São Paulo: Expressão Popular, 2010. é distinta entre eles em função do seguinte fator: O texto indica que houve uma transformação dos espa- A Origem da matéria-prima. urbanos e rurais com a implementação do sistema Qualificação da mão de obra. capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao Velocidade de processamento. A desenvolvimento agrário e ao regime de D Necessidade de B aumento da produção rural, que fixou a população Amplitude do mercado consumidor. nesse meio. E desenvolvimento das zonas urbanas e às novas re- lações de trabalho. QUESTÃO 2 (ENEM) D aumento populacional das cidades associado ao re- gime de servidão. E desenvolvimento da produção urbana associada às Na produção social que os homens realizam, eles relações servis de trabalho. entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de pro- CIÊNCIAS HUMANAS 37</p><p>ação calculada e planejada para obter rentabilidade. QUESTÃO 4 (ENEM) D socialização das condições de produção. A crescente intelectualização e racionalização não indi- mercantilização da força de trabalho. cam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quisés- semos, poderíamos esse conhecimento a qualquer QUESTÃO 6 (ENEM) momento. Não há forças misteriosas po- demos dominar todas as coisas pelo cálculo. Texto M. A ciência como vocação. In: Cidadão MILLS. W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Tá vendo aquele edifício, moço? / Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição / Eram quatro condução Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Duas pra ir, duas pra voltar / Hoje depois dele pronto Weber a respeito do processo de desencantamento do Olho pra cima e fico tonto / Mas me vem um cidadão mundo evidencia o(a) E me diz desconfiado/ "Tu tá aí admirado progresso civilizatóri io como decorrência da expan- Ou tá querendo roubar?" / Meu domingo tá perdido são do industrialismo. Vou pra casa entristecido / Dá vontade de beben E pra meu tédio / Eu nem posso olhar pro prédio extinção do pensamento mítico como um desdo- Que eu ajudei a fazer bramento do capitalismo. L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio emancipação como consequência do processo de de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). racionalização da vida. Texto D afastamento de crenças tradicionais como uma ca- racterística da modernidade. O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e exten- E fim do monoteísmo como condição para a consoli- são. trabalhador torna-se uma mercadoria ainda dação da ciência. mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato sim- plesmente subentende que o objeto produzido pelo QUESTÃO 5 (ENEM) trabalho, seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do K. Manuscritos (Primeiro manus- dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro crito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado). não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalis- Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo mo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer de produção capitalista é que tem sido comum a toda sorte e condição huma- nas em todos os tempos e em todos os países, sem- baseada na desvalorização do trabalho especiali- pre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva zado e no aumento da demanda social por novos para tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a postos de emprego. busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da fundada no crescimento proporcional entre o nú- empresa permanente, capitalista e racional. Pois as- mero de trabalhadores e o aumento da produção sim deve ser: numa ordem completamente capitalista de bens e serviços. da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria estruturada na distribuição equânime de renda e condenada à extinção. no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. WEBER, M. A ética protestante e o do capitalismo. São D instaurada a partir do fortalecimento da luta de Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado). classes e da criação da economia solidária. O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresen- E derivada do aumento da riqueza e da ampliação da ta como característica fundamental a exploração do trabalhador. competitividade decorrente da acumulação de capital. B implementação da flexibilidade produtiva e comercial. 38 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>QUESTÃO 7 (ENEM) QUESTÃO 9 (INÉDITA) [...] o aumento da intensidade do trabalho pressupõe dispêndio de trabalho no mesmo espaço de tempo. A jornada de trabalho de maior intensidade corporifica- -se, por isso, em mais produtos do que a jornada de tra- balho de menor intensidade, mas da mesma duração. Sem dúvida, a jornada cuja duração não se altera fornece mais produtos, se aumenta a produtividade. Mas, neste caso, cai o valor de cada produto, por custar menos trabalho do que antes; no caso anterior, esse valor permanece inalte- rado, pois cada produto continua a custar a mesma quan- tidade precedente de trabalho. O número dos produtos E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com aumenta, sem cain o preço da unidade. Acesso em: 15 fev. 2013. K. o capital: livro volume 2. Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organi- São Paulo: Civilização 2012. zação do trabalho, a representação contida no cartum é Tanto o aumento da intensidade quanto o aumento da caracterizada pelo pessimismo em relação à produtividade do trabalho reduzem o tempo de trabalho A ideia de progresso. para produzir cada mercadoria, produzindo, por exem- plo, na jornada diária de 8h, uma quantidade de concentração do capital. valores-de-uso. Um dos principais conceitos que eluci- noção de sustentabilidade. dam esse processo nos escritos de Marx é a(o): D organização dos sindicatos. A Superestrutura. E obsolescência dos equipamentos. B Mais-valia. Fato social. QUESTÃO 8 (ENEM) D Burocracia. O próprio movimento operário não pode ser reduzi- E Ideologia. do a um conflito de interesses econômicos ou a uma reação contra a proletarização. Ele é animado por QUESTÃO 10 (INÉDITA) uma imagem de "civilização" industrial, pela ideia de um progresso das forças de produção utilizado para o Para Weber, a sociologia é a ciência que pretende en- bem de todos. O que é bem diferente da utopia igua- tender a ação social, interpretando-a, e busca explicá-la litarista simples, pouco preocupada com as condições de crescimento. causalmente em seu desenvolvimento e efeitos. Segun- do (1995), "a compreensão da ação so- Os movimentos sociais. In: cial, longe de constituir um simples elo da exemplifica- M. MARTINS. J.S. (Org.). Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e ção causal, é o método específico da sociologia, que daí extrai, por essa razão, sua denominação". Considerando a caracterização apresentada pelo texto, V. 7. 2. Abr./Jun. 2003. a busca pela igualdade pressupõe o(a) Conforme Weber, a sociologia deve ser: A estímulo da luta política. adoção da ideologia marxista. A Especulativa. coletivização dos meios de produção. B Objetiva. D aprofundamento dos conflitos sociais. Positiva. E intensificação do crescimento econômico. D Factual. Compreensiva. CIÊNCIAS HUMANAS 39</p><p>Acesse as videoaulas desta disciplina. SOCIOLOGIA</p><p>AULA 01 Diversidades Cada vez mais precisamos nos comprometer em a legitimidade da pretensão de verdade que cada desenvolver uma educação voltada para a valorização religião avança em relação as outras; porém, insta da diversidade. Saber reconhecer e a riqueza também escolhas práticas a partir da convivência na das diferenças, sejam elas na aparência, nos costumes, mesma sociedade. nas crenças ou na cultura, deve ser uma grande expe- A liberdade religiosa diz respeito ao direito tanto riência de encontro, de troca de conhecimento e jamais de escolher determinada convicção ou tradição religio- de discriminação ou intolerância. sa quanto ao de não proferir religião alguma. Brasil é um grande exemplo de sociedade com pluralismo DIVERSIDADE RELIGIOSA religioso. A laicidade do Estado se institui como meca- nismo democrático e constitucional, como pressuposto e garantia da liberdade de religião, filosofias, crenças, opiniões e bem como do convívio em igual- dade entre todas as religiões. No entanto, quando tratamos do complexo mun- do das crenças, experimentamos dificuldades de com- preensão, respeito e tolerância às formas de crença e cultos alheios, talvez, até mesmo por falta de conheci- mento. Daí surge a importância do diálogo, pois é atra- vés dele, da troca de conhecimento e experiências, que conseguimos alcançar o respeito, a tolerância e o reco- das vivências religiosas dos outros. Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa realizada desde 2008, no Rio de Janeiro, reúne diversas correntes religiosas e da sociedade ci- vil, com o objetivo de visibilizar o tema da into- lerância religiosa no país, especialmente no que concerne às religiões afro-brasileiras. As religiões constituem uma pedra angular da convi- vência social e de organização política. De entidades residuais, como foram consideradas durante a afirma- ção do secularismo, voltaram a ocupar o espaço públi- CO, levantando muitas questões novas. Hoje, as longas ondas da globalização vêm causando a miscigenação das culturas, impondo uma pluralidade de formas de fé. Falar da religião significa enfrentar a pluralidade de diferentes crenças, cada uma portadora de suas pró- prias histórias, tradições e identidades. Quinta Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, Giovanni Santambrogio, 2017. na Praia de Copacabana A diversidade religiosa modela cada vez mais Disponível em: www.midiagospel.com.br/brasil/ as relações e as dinâmicas do Ocidente. Um mundo copacabana. Acesso em: 29 out. 2019. plural por "diversidade religiosa" levanta questões teóricas sobre a natureza da fé individual e sobre 42 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>Dialogar, conhecer, o universo religioso se são atividades fascinantes, interessantes e servem, so- A cultura da diversidade reli- bretudo, para acabar com fundamentalismos radica- lismo religioso que cultiva a ideia de uma única religião giosa, que depende, para bus- a hegemonia social, da adesão de todos, verdadeira e, por consequência, todas as demais cren- avança, num ritmo menor do que o da into- ças devem ser abolidas. É comum a convivência de pessoas de diferentes lerância religiosa. Não se justificam guerras e conflitos em nome de religiões, pois inde- religiões e, consequentemente, com tradições e hábitos diversificados numa mesma sociedade. Por isso, res- pendente da crença, empatia e respeito ao próximo são valores universais. Se, mesmo peitar essas diferenças é fundamental, principalmente porque o objetivo principal das religiões é transmitir por meio de diferentes caminhos, as religiões buscam o mesmo fim, por que a intolerância? valores positivos aos seres humanos, relacionando-os a sua natureza, a seus princípios e valores, tendo sempre em mente o respeito mútuo. PRINCIPAIS RELIGIÕES DO MUNDO E DO BRASIL DIVERSIDADE DE GÊNERO Toda e qualquer cultura ou civilização desenvol- Independentemente do sexo (masculino ou femi- veu um sistema religioso ou, antes, desenvolveu-se nino), identidade de gênero se refere à identificação do junto a esse sistema. Entre as principais religiões do indivíduo com determinado gênero, homem, mulher mundo, encontram-se aquelas com mais complexidade ou outros gêneros possíveis e até mesmo nenhum de- de organização e maior envergadura les ou, ainda, os dois ao mesmo tempo (andrógenos). É importante entendermos que a identidade de gênero Religiões abraâmicas: Cristianismo e é também uma construção social e não um signo físico e biológico, por isso, pode se referir a uma identidade Religiões asiáticas: Hinduísmo, Budismo, Confucio- socialmente atribuída ao indivíduo, tendo como base o nismo, Xintoísmo e o que se reconhece como indicações normativas de gê- nero (roupas, corte de cabelo etc.). Religiões africanas: Vodu e Candomblé. No primeiro caso, acredita-se que a identidade Brasil, em virtude da colonização portuguesa, é de gênero se constitui como fixa e como tal não sofren- predominantemente cristão católico. Entretanto, o nú- do variações, independentemente do papel social de mero de cristãos protestantes vem crescendo bastante gênero que a pessoa apresente para ela. No segundo, no país. Além disso, há outras variantes religiosas, como acredita-se que a identidade de gênero possa ser afe- o Espiritismo a Umbanda (que nasceu do sincretismo tada por uma variedade de estruturas sociais, incluindo entre o catolicismo popular e o Candomblé) e o próprio etnicidade, trabalho, religião ou irreligião e família. Candomblé, herdado dos povos africanos. fato é que a identidade de gênero independe do sexo biológico ou da orientação sexual (orientação do desejo: homossexual, heterossexual, bissexual, entre outras). É a forma como o indivíduo se reconhece e de- seja que os outros o reconheçam. Isso inclui a maneira de agir (o jeito de ser), de vestir, de andar e falar (voca- bulário utilizado). É comum que se confunda identidade de gêne- ro com orientação sexual. Um exemplo é a associação equivocada de travestilidade com homossexualidade, por considerar apenas as características femininas do travestido, gerando a crença de que uma travesti se sente, atraída por homens. Na rea- lidade, travestis podem sentir atração sexual (orienta- ção do desejo) tanto por homens quanto por mulheres e, até mesmo, por outras travestis. É importante destacarmos também a transsexuali- dade, que se refere aos indivíduos que não se reconhecem em seu corpo biológico, ou seja, se identificam com o gêne- CIÊNCIAS HUMANAS 43</p><p>ro oposto ao do nascimento. Geralmente, buscam ção de gênero, baseado nas expectativas que a cultura cirurgicamente seus corpos, para aproximar-se do sexo de uma sociedade tem em relação a cada sexo. Assim, com que se reconhecem. Para a ciência, especialmente a ao nascer, uma pessoa deve ter determinada condu- medicina, são consideradas pessoas com transtorno de ta e seguir normas e comportamentos "aceitáveis" de identidade de gênero e, portando, carecem de recursos acordo com seu gênero. Um exemplo disso se dá em um para as características anatômicas ao sexo com o passado recente, em que as mulheres não podiam estu- qual se identificam, por meio de tratamentos hormonais, dar, votar ou trabalhar fora de casa, e deveriam exercer N terapias psicológicas e intervenções cirúrgicas. exclusivamente o papel da maternidade. Os homens Desde os anos 1990, com o crescimento dos também estão presos ao seu papel de masculinidade, movimentos sociais que lutam pelo reconhecimento como não poder suas fragilidades, por exemplo. dos direitos humanos de tem sido usado em algumas siglas o termo transgênero para as necessidades e exigências de travestis e transexuais, conjuntamente. No entanto, o termo pode ser contro- QUESTÕES verso e, por vezes, inadequado, pois trata da mesma forma demandas que são, geralmente, diferentes. Existem outras categorias, tais como drag queens/ QUESTÃO 1 (ENEM) drag kings e que não se adequam ao termo transgênero, pois apenas lançam mão da per- formance artística para elementos relativos ao ELLA SERIA ADORAVEL masculino e/ou feminino, e tal expressão pode ocorrer, por exemplo, apenas em um evento específico, só por não fosse doentia alguns instantes. Desse modo, o sujeito não quer ser uma saude perfeita das mulher belleza e encanto ca- pazes de a adoravel reconhecido com um gênero diferente do que ele ex- Para for uma saude assim, tome pressa diariamente. "A SAUDE DA o que traz no nome o resumo dos "A SAUDE DA regulariza o do COMO GÊNERO FUNCIONA NAS RELAÇÕES cado organismo SOCIAIS? A questão de gênero surgiu como importante re- flexão para o movimento feminista. No fim dos anos 1940, a filósofa francesa Simone de Beauvoir afirmou que ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher. Ao afirmar isso, ela contesta o pensamento determinista do final do século XIX, que usava a Biologia para ex- plicar a inferiorização do sexo feminino e as desigual- dades sociais entre os gêneros. Para a filósofa, o "ser mulher" é uma construção social e cultural. A SAUDE DA MULHER Tônico para a saúde da mulher. Acesso em: 28 nov. 2017. anúncio publicitário da década de 1940 reforça os seguintes estereótipos atribuídos historicamente a uma suposta natureza feminina: A Pudor inato e instinto maternal. Fragilidade física e necessidade de aceitação. C Isolamento social e procura de Simone de Beauvoir, autora do livro o segundo sexo. D Dependência econômica e desejo de ostentação. Para tornar-se homem ou mulher é preciso sub- E Mentalidade e conduta hedonista. meter-se a um processo que chamamos de socializa- 44 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>QUESTÃO 2 (ENEM) QUESTÃO 4 (ENEM) A participação da mulher no processo de decisão po- Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum lítica ainda é extremamente limitada em praticamente destino biológico, psíquico, econômico define a for- todos os países, independentemente do regime eco- ma que a fêmea humana assume no seio da socieda- nômico e social e da estrutura institucional vigente em é o conjunto da civilização que elabora esse pro- casa um deles. É fato público e notório, além de em- duto intermediário entre o macho e o castrado que piricamente comprovado, que as mulheres estão em qualificam o feminino. geral sub-representadas nos órgãos do poder, pois a S. segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. proporção não corresponde jamais ao peso relativo dessa parte da população. Na década de 1960, a proposição de Simone de Beau- TABAK, G. Mulheres públicas: participação política e poder. voir contribuiu para estruturar um movimento social Rio de Janeiro: Letra Capital, 2002. que teve como marca o(a) No âmbito do Poder Legislativo brasileiro, a tentativa A ação do Poder Judiciário para a violên- de reverten esse quadro de sub-representação tem en- cia sexual. volvido a implementação, pelo Estado, de B pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho. A leis que combatem à violência doméstica. B cotas de gêneros nas candidaturas partidárias. organização de protestos púbicos para garantir a igualdade de gênero. programas de mobilização política nas escolas. D oposição de grupos religiosos para impedir o casa- D propaganda de incentivo ao voto consciente. mento homoafetivos. apoio financeiro às lideranças femininas. E estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas. QUESTÃO 3 (ENEM/PPL) QUESTÃO 5 (FUNDEP ADAPTADA) Analise as charges a seguir. No Brasil, assim como em vários outros países, os mo- Figura dernos movimentos LGBT representam um desafio às formas de condenação e perseguição social contra desejos e comportamentos sexuais anticonvencionais associados à vergonha, imoralidade, pecado, degenera- ção, doença. Falar do movimento LGBT implica, portan- to, chaman a atenção para a sexualidade como fonte de estigmas, intolerância, opressão. J. Homossexualidade e movimento LGBT: estigma, diver- sidade e cidadania. In: BOTELHO, A.: L. M. Cidadania, um projeto em construção. São Paulo: Claro Enigma, 2012 (adaptado). O movimento social abordado justifica-se pela defesa do direito de A organização sindical. participação partidária. manifestação religiosa. D formação profissional. E afirmação identitária. Disponível em: www.rtmuruguay.org/2016/10/unos tipos-peligrosos-2.html Acesso em: 20 set. 2017. CIÊNCIAS HUMANAS 45</p><p>Figura II dos de intolerância religiosa envolveram violência físi- ca (20% dos casos do ano). Até julho de 2014, outros 18 haviam sido registrados (12%). Fiéis de religiões de matriz africana (candomblé e umbanda) são os alvos mais comuns dos relatos de intolerância recebidos pelo serviço - um terço dos episódios em que há esse tipo de detalhamento. N Folha de S. Paulo, Disponível em: www1.folha. Acesso em: 04 ago. 2017. Gráfico 37 Percentual da população residente, segundo os grupos de religião Brasil 2000/2010 % 73.6 64.6 Disponível em: 22.2 manca-fudamentalismo. Acesso em: 20 set. 2017. 8.0 2.7 Nas três charges pode-se identificar diferentes mani- 0.3 1.8 0.2 0.1 Católica Evangélica Espirita Umbanda Outras Sem Não sabe festações religiosas que se sustentam Apostólica Candomblé religiosidades religião não declarou Romana 2000 A na tolerância e na capacidade de abertura do pen- Fonte: Censo samento para as crenças, valores e comportamen- Levando em consideração os dados apresentados, tos diferentes. no direito de grupos religiosos que são intolerantes A os casos de intolerância religiosa registrados pelo com tradições que desvirtuam a vontade e revela- Disque 100 influenciaram a perda de adeptos das ção divinas. religiões que são o principal alvo dos relatos de in- na intolerância, que implica na aceitação de que tolerância, entre os anos 2000 e 2010. pode haver discordância entre valores e compor- mesmo com uma diversidade religiosa, as religiões tamentos de determinados grupos religiosos, sem com mais adeptos no Brasil são as politeístas. sanções ou atos violentos. as principais vítimas de intolerância religiosa no D na intolerância, que leva à violência por não tole- Brasil pertencem aos grupos religiosos com menor os valores ou símbolos de tradições religiosas número de adeptos. divergentes. E na tolerância, atitude pela qual se tende a compreen- D as religiões de matriz africana foram as únicas que der os erros, falhas, limitações, defeitos, etc. de outras não tiveram aumento no número de adeptos no pe- pessoas, evitando contínuas reprovações ou brigas. ríodo de 2000 a 2010. E a diminuição do número de adeptos da religião QUESTÃO 6 (UFPR) católica apostólica romana entre 2000 e 2010 de- monstra que o Brasil vem se tornando um país mais aberto à diversidade religiosa. Considere o texto e o gráfico abaixo. A cada três dias, em média, uma denúncia de intole- rância religiosa chega à Secretaria de Direitos Huma- QUESTÃO 7 (FUMARC ADAPTADA) nos da Presidência da República. Entre 2011 e 2014, 504 queixas desse tipo foram relatadas à pasta pelo Com exceção das Américas, os conflitos religiosos in- Disque 100 canal de denúncias para violações dos ternos aumentaram no mundo em 2012 até alcançar direitos humanos, que são repassadas à polícia e ao o nível mais elevado dos últimos seis anos, segundo Ministério Público. [...] Em 2013, 45 episódios relata- estudo divulgado nesta terça-feira pelo americano Pew Research Center. Um terço dos 198 países ana- 46 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>lisados experimentou em 2012 altos ou muito altos QUESTÃO 9 (INÉDITA) níveis de confrontos religiosos, tais como violên- cia sectária, terrorismo ou assédio, contra 29% em Religião significa relação entre o homem e o poder so- 2011 e 20% em 2010. bre humano no qual ele acredita ou do qual ele acre- Disponível em: dita ou do qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança, medo), con- Acesso em: 29 out. 2019. ceitos (crenças) e ações (culto e ética). TIELE apud o livro das religiões. Para a resolução desses conflitos, é preciso São Paulo: Companhia das Letras. 2000. a unificação das religiões, desaparendo, assim, as Toda sociedade, em determinado contexto histórico, diferenças e contradições. social e cultural, procura respostas para suas indaga- das opiniões alheias ou se utilizar da força ções através da religião, que pode ter como base o pró- e de ameaças. prio ser humano, o ser sobrenatural, um Deus ou vários deuses. Uma dessas perspectivas é a manifestação do promover uma cultura de paz e tolerância, provan- sagrado que se traduz pelo termo do que é possível a coexistência de religiões distin- tas no mesmo território. A ortodoxia. D aceitar tudo como igualmente correto, demons- heterodoxia. trando, assim, tolerância. estigmas. E converter a uma mesma fé a maior parte da po- pulação mundial, a fim de que tenhamos uma re- D orações. ligião predominante. hierofania. QUESTÃO 8 (INÉDITA) QUESTÃO 10 (INÉDITA) As religiões constituem uma pedra angular da convi- Assim, o caráter laico do Estado, que lhe permite se- vência social e de organização política. De entidades parar-se e distinguir-se das religiões, oferece à esfera residuais, como foram consideradas durante a afirma- pública e à ordem social a possibilidade de convivência ção do secularismo, voltaram a ocupar o espaço públi- da diversidade e da pluralidade humana. Permite, tam- CO, levantando muitas questões novas. Hoje, as longas bém, a cada um dos seus, individualmente, a perspec- ondas da globalização vêm causando a miscigenação tiva da escolha de ser ou não crente, de associar-se ou das culturas, impondo uma pluralidade de formas de fé. não a uma ou outra instituição religiosa. decidindo da religião significa enfrentar a pluralidade de di- por crer, ou tendo o apelo para tal, é a laicidade do Es- ferentes crenças, cada uma portadora de suas próprias tado que garante, a cada um, a própria possibilidade da histórias, tradições e identidades. liberdade de escolher em que e como crer, enquanto é Disponível plenamente cidadão, em busca e no esforço de cons- -a-diversidade-religiosa. Acesso em: 30 ago. 2019. trução da igualdade. A diversidade religiosa modela cada vez mais as rela- Roseli. Estado Educação, Tolerância e Cidadania ou simplesmente não crer. Factash 2012. ções e as dinâmicas do Ocidente. Não é coincidência que tenha surgido o termo A importância do Estado laico se observa principal- mente no(a) A sociedade ortodoxa. sociedade heterodoxa. cerceamento das crenças não oficiais. igreja do povo. B intolerância propagada pela constituição. D sociedade pós-secular. direito à liberdade religiosa. E igreja pré-apostólica. D teocracia implementada no Brasil. E afastamento do contato com Deus. CIÊNCIAS HUMANAS 47</p><p>AULA 02 Movimentos sociais I Os grupos minoritários sofrem com o que Axel beçada por instituições estatais, em decorrência do Honneth (2011) chama de "carência de estima so- chamado racismo institucional. significando que mulheres, negros, LGBTQs+ e outros grupos sociais vulneráveis sejam desrespei- tados e violentados constantemente pelo que repre- sentam na Desse modo, Honneth afirma em Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais (2003) que tais grupos estão enga- jados pela luta por respeito social (reconhecimento). Esta é empreendida no contexto dos chamados mo- vimentos sociais organizados. Os movimentos sociais organizados possuem uma característica em comum: mobilizam a ação co- municativa para expressar as suas demandas ao Esta- do e à sociedade. O movimento feminista, por exem- BASTA plo, busca sensibilizar a sociedade para os efeitos AO GENOCIDIO prejudiciais da violência contra a mulher, da desigual- DA JUVENTUDE NEGRA dade de gênero em certas profissões e no rendimento salarial, na naturalização da desigualdade e opressão Imagem utilizada pelo movimento negro nacional para evidenciar o contra a mulher, bem como do controle e normatiza- racismo institucional ção do corpo O movimento por sua vez, procura evidenciar a sofrimento e a ca- rência de direitos básicos que afetam lésbicas, gays, NO bissexuais, devido ao preconceito por MEU CORPO parte de setores tradicionais da sociedade. A LGB- QUEM T+fobia incide sobre esses indivíduos por assumirem MANDA uma sexualidade divergente da heteronormativa ou SOU EU por expressarem uma identidade de gênero que não se coaduna com os sociais. Manifestação do Movimento Feminista O movimento negro, por sua vez, faz uma refle- xão sobre o racismo persistente na sociedade con- temporânea e alerta para o genocídio do povo negro. Ainda chama atenção para a falta de oportunidades Parada do orgulho LGBT reúne milhares de pessoas na Avenida Pau- que atinge a população negra historicamente, enca- lista todos os anos 48 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>QUESTÃO 2 (ENEM/PPL) QUESTÕES Flor da negritude QUESTÃO 1 (ENEM) Nascido numa casa antiga, pequena, com grande quin- tal arborizado, localizada no subúrbio de Lins de Vas- concelos, o Renascença Clube foi fundado por 29 só- cios, todos negros. Buscava-se instaurar, por meio do Renascença, um campo de relações em que os filhos de famílias negras bem-sucedidas pudessem encontrar pessoas consideradas do mesmo nível social e cultural, para fins de amizade ou casamento. Os homens usa- vam trajes obrigatoriamente formais, flores na lapela, às vezes de summer ou até de fraque. As mulheres se vestiam com muitas cetins e rendas, não esque- cendo as luvas e os chapéus. S. M. Revista de História da Biblioteca 19 set. 2007 (adaptado). No início dos anos 1950, a fundação do Renascença Clube, como espaço de convivência, demonstra o(a) A inexperiência associativa que levou a elite negra a os clubes dos brancos. isolamento da comunidade destacada que ignorava a democracia racial brasileira. C interesse de um grupo de negros na afirmação so- cial para se livrar do preconceito. D existência de uma elite negra imune ao preconceito pela posição social que ocupava. Fotografia de Augusto Gomes Leal e da ama de leite Mônica, cartão E criação de um racismo invertido que impedia a pre- de visita de 1860 sença de pessoas brancas nesses clubes. A fotografia, datada de 1860, é um indício da cultura escravista no Brasil, ao expressar a QUESTÃO 3 (ENEM/PPL) A ambiguidade do trabalho doméstico exercido pela Sempre teceremos panos de seda ama de leite. desenvolvendo uma relação de proxi- E nem por isso vestiremos melhor midade e subordinação em relação aos senhores. Seremos sempre pobres e nuas integração dos escravos aos valores das classes E teremos sempre fome e sede médias, cultivando a família como da socieda- Nunca seremos capazes de tanto de imperial. Que possamos ter melhor comida. CHRÉTIEN DE TROYES. Yvain ou le chevalier au lion melhoria das condições de vida dos escravos ob- (1177-1181). Apud J. R. A mulher na Idade servada pela roupa associando o trabalho São Paulo: 1992 (adaptado). doméstico a privilégios para os cativos. O tema do trabalho feminino vem sendo abordado pe- D esfera da vida privada, centralizando a figura femi- los estudos históricos mais recentes. Algumas fontes nina para o trabalho da mulher na educação são importantes para essa abordagem, tal como o poe- letrada dos infantes. ma apresentado, que alude à E distinção étnica entre senhores e escravos, demar- cando a convivência entre estratos sociais como inserção das mulheres em atividades tradicional- meio para superar a mente masculinas. CIÊNCIAS HUMANAS 49</p><p>ambição das mulheres em ocupar lugar preponde- As figuras indicam mudanças no universo feminino, rante na sociedade. como a possibilidade de mobilidade social das mulheres na indústria têxtil medieval. A decadência da Monarquia, revelada pela aparição solitária e informal das nobres. D exploração das mulheres nas manufaturas têxteis no mundo urbano medieval. redução na escolaridade, simbolizada pela vida di- nâmica e sem dedicação à leitura. E servidão feminina como tipo de mão de obra vigen- te nas tecelagens europeias. ampliação do conferida pela passagem do local rústico para os jardins do palácio. QUESTÃO 4 (ENEM/PPL) D inclusão na política, representada pela diferença entre o espaço privado e o espaço público. E valorização do corpo, salientada pelo uso de rou- pas mais curtas e pela postura mais relaxada. QUESTÃO 5 (ENEM/PPL) Quem acompanhasse os debates na Câmara dos Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de fazendeiros do Rio de Janeiro: "Ninguém no Brasil sustenta a escravidão pela escravidão, mas não há um só brasileiro que não se oponha aos peri- gos da desorganização do atual sistema de trabalho". Livres os negros, as cidades seriam invadidas por "tur- bas ignaras", "gente refratária ao trabalho e ávida de ociosidade". A produção seria destruída e a segurança das famílias estaria ameaçada. Veio a Abolição, o Apo- Princesa Alexandra calipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou será que alguém duvida?). Passados dez anos do início do USA debate em torno das ações afirmativas e do recurso às cotas para o acesso dos negros às universida- des públicas brasileiras, felizmente é possível conferir a consistência dos argumentos apresentados contra essa iniciativa. De saída, veio a advertência de que as cotas exacerbariam a questão racial. Essa ameaça vai completar 18 anos e não se registraram casos signifi- cativos de exacerbação. E. As cotas e a Folha de S. 03 jun. O argumento elaborado pelo autor sugere que as cen- suras às cotas raciais são A politicamente ignoradas. socialmente justificadas. culturalmente qualificadas. D historicamente equivocadas. E economicamente fundamentadas. de Cambridge 50 CIÊNCIAS HUMANAS</p><p>QUESTÃO 6 (ENEM) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento. seu rebaixamento de status social frente aos homens. Texto D seu afastamento das funções domésticas em perío- Ela acorda tarde depois de ido ao teatro e à dança; dos de guerra. ela lê romances, além de desperdiçan o tempo a olhar E sua igualdade política em relação aos homens. para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado um QUESTÃO 8 (INÉDITA) número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança. (...) todas as entidades, de qualquer natureza, e todas Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos as ações, de qualquer tempo compreendidas, mes- (1839) apud SILVA Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotasi Revista de Estudos Juiz de Fora, V. n 1998. mo aquelas que visavam à autodefesa física e cultural do fundadas e promovidas por pretos e negros Texto (...). Entidades religiosas [como terreiros de candomblé, As janelas e portas gradeadas com treliças não eram por exemplo], assistenciais [como as confrarias colo- cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspec- niais], recreativas [como "clubes de artísticas to e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e [como os inúmeros grupos de dança, capoeira, teatro, maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e poesia], culturais [como os diversos "centros de pesqui- as esposas. e políticas [como o Movimento Negro Unificado]; J.M. da Rua do Ouvidor (1878). Disponível em: e ações de mobilização política, de protesto anti-discri- www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 2013 (adaptado). minatório, de aquilombamento, de rebeldia armada, de movimentos artísticos, literários e toda A representação social do feminino comum aos dois essa complexa dinâmica, ostensiva ou encoberta, ex- textos é o(a) temporânea ou cotidiana, constitui o movimento negro. A submissão de gênero, apoiada pela concepção pa- SANTOS. Joel: "Movimento negro e crise Atrás do muro da noite; dinâmica das culturas afro-brasileiras. Ministério da triarcal de família. Cultura/Fundação Cultural Brasília, p. 1994. acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos. Essa definição do movimento negro, elaborada por Ru- ampliação do espaço de voltado fino dos Santos, só faz sentido do ponto de vista às distintas classes sociais. historiográfico. D proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte. B social. E valorização do casamento cristão, respaldado pe- antropológico. los interesses vinculados à herança. D filosófico. E militante. QUESTÃO 7 (ENEM/PPL) Mirem-se no exemplo QUESTÃO 9 (INÉDITA) Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Seja politicamente, em decorrência das limitações da Orgulho e raça de Atenas. República no que se refere ao sufrágio e as outras for- C.: A. Mulheres de In: Meus caros mas de participação política; seja social e psicologica- amigos, 1976. Disponível em: letras.terra.com.br. Acesso em: mente, em face das doutrinas do racismo científico e da 04 dez. 2011 (fragmento). "teoria do branqueamento"; seja ainda economicamen- Os versos da composição remetem à condição das mu- te, devido às preferências em termos de emprego em lheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época, favor dos imigrantes europeus. em razão de George Reid Andrews. protesto político negro em São Paulo (1888- 1988). Estudos Afro n. 21, Rio de 1991, p. 32. sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses. Logo após a abolição da escravatura, foi proclamada a República no Brasil (1889). No entanto, o novo sistema CIÊNCIAS HUMANAS 51</p>