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<p>Revista científica dos profissionais de fisioterapia</p><p>Ano 11 - Nº 4 - out / nov / dez - 2016</p><p>Fundamentação teórica para</p><p>®criolipólise polarys convencional,</p><p>reperfusão e contraste</p><p>Influência do Método Pilates nas</p><p>alterações pulmonar, postural e</p><p>psicossocial observadas na asma</p><p>As consequências da mastectomia:</p><p>enfoque físico e psicológico</p><p>Distância percorrida no teste de</p><p>caminhada de seis minutos como</p><p>preditora de óbito em cardiopatas:</p><p>um estudo retrospectivo</p><p>Fisioterapia oculomotora no tratamento</p><p>da presbiopia</p><p>Modificações de função pulmonar</p><p>mediante treinamento físico</p><p>Percepções pessoais da protetização e</p><p>o impacto na qualidade de vida e na</p><p>independência funcional de pacientes</p><p>com amputação transfemural unilateral</p><p>181</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>SUMÁRIO</p><p>181</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>ARTIGOS ORIGINAIS</p><p>Influência do Método Pilates nas alterações pulmonar, postural e psicossocial observadas na asma ............................... 183</p><p>Keila Soares da Silva, Anna Victória Ribeiro Porras, Charles da Cunha Costa, Rondinele de Jesus Barros, Alba Barros Souza Fernandes</p><p>As consequências da mastectomia: enfoque físico e psicológico ..................................................................................... 188</p><p>Marcela Rufino Araujo, Clícia Guilherme de Oliveira Paiva Araújo, Ana Vanessa Araujo Pedrosa, David Jonathan Nogueira Martins,</p><p>Thiago Brasileiro de Vasconcelos, Vasco Pinheiro Diógenes Bastos</p><p>Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos como preditora de óbito em cardiopatas:</p><p>um estudo retrospectivo .................................................................................................................................................. 195</p><p>Joédson da Silva, Vanessa do Carmo Correia, Júlio Marins de Castro, Patrícia dos S.V. de Abreu, Marco Orsini, Tiago Batista da Costa Xavier,</p><p>Mauricio de Sant Anna Jr, Dominique Babini Lapa de Albuquerque, Nathielly Carolina Silva Gonçalves, Paulo Henrique de Melo</p><p>Fisioterapia oculomotora no tratamento da presbiopia ................................................................................................... 199</p><p>Dominique Babini Lapa de Albuquerque, Nathielly Carolina Silva Gonçalves, Paulo Henrique de Melo</p><p>Modificações de função pulmonar mediante treinamento físico ...................................................................................... 203</p><p>M. S. Pinto, K. Marques, Araújo L.D., P. M. Sá</p><p>Percepções pessoais da protetização e o impacto na qualidade de vida e na independência funcional de</p><p>pacientes com amputação transfemural unilateral ........................................................................................................... 206</p><p>Angelina Maria dos Santos Oeby, Rebeca Andrade de Freitas, Monique Opuszcka Campos, Leandro Dias de Araujo</p><p>REVISÕES</p><p>Características anatomofisiológicas da articulação temporomandibular .......................................................................... 213</p><p>Aureliano da Silva Guedes, Antônio José da Silva Nogueira, Aureliano da Silva Guedes II</p><p>O uso da corrente russa na flacidez abdominal em mulheres no puerpério ..................................................................... 218</p><p>Izabel Cristina Melo de Oliveira, Maria dos Prazeres Carneiro Cardoso, Maykon Felipe Pereira da Silva, Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha</p><p>Prevenção de lesões em atletas no uso de protocolos: uma revisão integrativa ............................................................... 221</p><p>Maykon Felipe Pereira da Silva, Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha</p><p>Fundamentação teórica para criolipólise polarys® convencional, reperfusão e contraste .................................................. 224</p><p>Estela Sant�Ana</p><p>RESUMOS ....................................................................................................................................................................232</p><p>AGENDA ......................................................................................................................................................................239</p><p>NORMAS .....................................................................................................................................................................240</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>182</p><p>A Revista Fisioterapia Ser é um periódico Técnico-científico sobre fisioterapia, registrado no International Standard Se-</p><p>rial Number (ISSN), sob o código 1809-3469, com distribuição trimestral no Brasil e na América Latina. É uma publicação di-</p><p>rigida a fisioterapeutas, professores, pesquisadores, acadêmicos de fisioterapia, empresários e demais instituições da área.</p><p>Stevenson Edições e Recursos - Editora Ser - É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos publicados, sejam</p><p>quais forem os meios empregados (mimiografia, fotocópia, datilografia, gravação, reprodução em discos ou fitas), sem</p><p>permissão por escrito da Editora Ser. Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 122 e 130 da lei 5.988 de</p><p>14/12/83. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. As opiniões em artigos</p><p>assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores.</p><p>Conselho Científico</p><p>Alessandro dos Santos Pin (UFAM - Coari/AM)</p><p>Anke Bergmann (UNISUAM - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Aureliano da Silva Guedes (UFPA - Belém/PA)</p><p>Beatriz Helena de S. Brandão (HSE - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Elhane Glass Morari-Cassol (UFSM - Santa Maria/RS)</p><p>Fábio Oliveira Maciel (UFAM - Coari/AM)</p><p>Fernanda Luisi (UFCSPA - RS)</p><p>Geraldo Magella Teixeira (UNCISAL - Maceió/AL)</p><p>Jones Eduardo Agne (UFSM - RS)</p><p>Júlio Guilherme Silva (UNISUAM - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Maria Goretti Fernandes (UFS - SE)</p><p>Mário Bernardo Filho (UERJ - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Marta Lúcia Guimarães Resende Adorno (CEULP - Palmas/TO)</p><p>Mauricio de Sant´Anna Junior (IFRJ - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Nadja de Souza Ferreira (FRASCE - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Sérgio Nogueira Nemer (HCN - Niterói/RJ)</p><p>Silmar Silva Teixeira (UFPI - Parnaíba/PI)</p><p>Vasco Pinheiro Diógenes Bastos (CUEC/FIC - Fortaleza/CE)</p><p>Victor Hugo do Vale Bastos (UFPI - Parnaíba/PI)</p><p>Wilma Costa Souza (UCB - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Assessores</p><p>Alessandro Júlio de Jesus Viterbo de Oliveira (Avante - RS)</p><p>Alexandre Gomes Sancho (UNIGRANRIO - RJ)</p><p>Alexsander Evangelista Roberto (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Blair José Rosa Filho (UNIVERSO - Niterói/RJ)</p><p>Camila Costa de Araújo (UENP - PR)</p><p>Danúbia da Cunha de Sá Caputo (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Fábio dos Santos Borges (UNESA - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Fábio Marcelo Teixeira de Souza (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (IFRJ - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Hélio Santos Pio (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Henrique Baumgarth (ABCROCH - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Jefferson Braga Caldeira (UNIGRANRIO - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>José da Rocha Cunha (UNESA - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>José Tadeu Madeira de Oliveira (IBC - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Kátia Maria Marques de Oliveira (UCB - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Leandro Azeredo (IACES - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Leandro Gomes Barbieri (INTA - Sobral/CE)</p><p>Ludmila Bonelli Cruz (UNIVERSO - MG)</p><p>Márcia Maria Peixoto Leite (UFBA - Salvador/BA)</p><p>Nílton Petrone Vilardi Jr. (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Palmiro Torrieri (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Odir de Souza Carmo (Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Wagner Teixeira dos Santos (UCB - Rio de Janeiro/RJ)</p><p>Wellington Pinheiro de Oliveira (CESUPA - PA)</p><p>Esta revista é indexada pela CAPES com média QUALIS</p><p>B4 em Engenharia III, Interdisciplinar, Medicina II, Edu-</p><p>cação e Saúde Coletiva.</p><p>Assinaturas:</p><p>Anual � 4 números � R$ 168,00</p><p>Bianual � 8 números � R$ 252,00</p><p>Endereço:</p><p>Rua Adriano, 300 - Bl.: 19 / 204</p><p>Méier - Cep 20735-060 � Rio de Janeiro � RJ</p><p>Tel./Fax.: (21) 98661-2711 e 98014-2927</p><p>www.editoraser.com.br</p><p>Stevenson Gusmão</p><p>Diretor / Editor Executivo</p><p>Aline Figueiredo</p><p>Projeto Gráfico / Dir. Arte</p><p>Luana Menezes</p><p>Colaboradora de redação</p><p>183</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Artigo Original</p><p>Influência do Método Pilates</p><p>nas alterações pulmonar, postural e psicossocial</p><p>observadas na asma</p><p>Influence of pilates method</p><p>à cirurgia, o que pode ser explicado por Picaro,</p><p>Pelório21 em seu estudo, destacando que a reabilitação física</p><p>torna-se primordial, por apresentar um conjunto de possibi-</p><p>lidades terapêuticas suscetíveis de serem empregadas, desde</p><p>a fase mais precoce da recuperação funcional do membro</p><p>superior e cintura escapular até a profilaxia e tratamento de</p><p>sequelas, como aderências cicatriciais e linfedema.</p><p>Ao compararmos a ocupação anterior com a ocupação atu-</p><p>al das entrevistadas, houve um aumento no numero de mulheres</p><p>que se dizem donas de casa de 22,22% para 55,56% o que con-</p><p>firma Fernandes, Mamede27 a restrição das suas atividades pela</p><p>ocorrência da doença faz com que estas se sintam inúteis, e na</p><p>maioria das vezes chegam até deixarem seus empregos.</p><p>Silva e Rodrigues28 apontam, em seu estudo que o relacio-</p><p>namento familiar pode, na maioria das vezes, fortalecer, assim</p><p>como os laços afetivos e de intimidade com seus familiares</p><p>quando há o acometimento de uma patologia como o câncer</p><p>de mama, o que foi verificado no nosso estudo que, 100% das</p><p>entrevistadas afirmaram que tiveram o apoio da família, não</p><p>havendo nenhum relato de abandono por parte do companhei-</p><p>ro, o que fica claro na comparação entre os dados do estado ci-</p><p>vil, antes e após a mastectomia, onde 55% das mulheres eram</p><p>casadas e assim permaneceram após o procedimento e 88,89%</p><p>disseram sentir-se bem após a cirurgia.</p><p>O estudo de Fernandes, Mamede27 demonstra que o es-</p><p>tilo de vida atual no qual a individualidade é buscada em</p><p>detrimento do convívio social deve ser repensado. Dentre as</p><p>possibilidades de ajuda para enfrentamento das dificuldades</p><p>temos as associações, os serviços de saúde, os grupos e a</p><p>família, essa convivência faz com que as mulheres elevem</p><p>a autoestima e busquem se conscientizar de sua condição e</p><p>aprender a lidar com ela. O que pode justificar o fato de que</p><p>entre as entrevistadas do grupo 44,44% definem sua saúde</p><p>como boa e 33,33% como muito boa; 66,66% optaram por</p><p>não fazer uso de prótese mamária e 88,89% afirmaram que</p><p>não tiveram nenhum tipo de sentimento de revolta por terem</p><p>sido diagnosticadas com o câncer.</p><p>O câncer de mama e a mastectomia estão associados a</p><p>sofrimento, mutilação, perda da sexualidade e, a depender do</p><p>relacionamento existente entre a mulher mastectomizada e seu</p><p>parceiro, a qualidade de vida de ambos pode sofrer alteração.</p><p>No presente estudo as pesquisadas permaneceram com seus</p><p>parceiros após a retirada da mama. Estudo de Conde et al.29,</p><p>destacam que os companheiros de mulheres com câncer de</p><p>mama podem ser fontes de estresse ou de suporte emocional e</p><p>podem interferir ou contribuir na qualidade de vida das mes-</p><p>mas, pois, segundo pesquisa, mulheres satisfeitas com seus</p><p>parceiros referem estar bem psicológica e sexualmente.</p><p>Quanto ao questionário SF-36, se for feito um parale-</p><p>lo do que foi discutido até então com os resultados obtidos</p><p>na análise dos domínios do questionário, pode-se verificar</p><p>que os mais prejudicados foram o Aspecto Físico com escore</p><p>(2,78) e o Aspecto Emocional pontuando (40,40). Isso por-</p><p>que uma vez descoberta a doença, realizada a mastectomia e</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>194</p><p>o tratamento complementar, acarreta consequências em sua</p><p>saúde física e emocional, ocasionadas pela diminuição na</p><p>quantidade de tempo dedicado ao trabalho e a outras ativida-</p><p>des, realização de menos tarefas do que gostaria e dificulda-</p><p>des para fazer seu trabalho anterior, ou mesmo em casa. Nos</p><p>quesitos Aspectos Sociais (78,83) e Saúde Mental (74,67)</p><p>observou-se os melhores resultados entre os analisados pelo</p><p>questionário. Constatou-se através desses dados, que a inter-</p><p>venção cirúrgica e as suas complicações afetam diretamente</p><p>na qualidade de vida das mulheres diagnosticadas com cân-</p><p>cer de mama.</p><p>Conclusão</p><p>Concluímos que o impacto físico ficou mais evidente e</p><p>interfere diretamente na atividade dessas mulheres, que antes</p><p>exerciam suas profissões e atualmente estão impossibilitadas</p><p>de realiza-las. É relevante o inicio precoce de tratamento fisio-</p><p>terápico na prevenção sequelas e de disfunções relacionadas à</p><p>retirada da mama, como no tratamento de distúrbios já insta-</p><p>lados bem como a importância de uma abordagem multidis-</p><p>ciplinar dessas pacientes, considerando não apenas o quadro</p><p>patológico, mas também a reabilitação física, psicológica, so-</p><p>cial e profissional. No aspecto psicológico o suporte e apoio</p><p>familiar, bem como o convívio com um grupo social fazem</p><p>com que, emocionalmente, elas estejam mais preparadas para</p><p>lidar com a sua nova realidade. E toda essa repercussão está</p><p>diretamente associada ao prejuízo apresentado nos resultados</p><p>na analise de qualidade de vida dessas mulheres.</p><p>Referências</p><p>1. Guirro E, Guirro RI. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, pato-</p><p>logias. São Paulo: Manole; 2002.</p><p>2. Camargo, M, Marx ÂG. Reabilitação física no câncer de mama. São Paulo: Roca; 2000.</p><p>3. Alves PC, Silva APS, Santos MCL, Fernandes AFC, Conhecimento e expectativas</p><p>de mulheres no pré-operatório da mastectomia. Revista da escola de enfermagem</p><p>da USP. 2010;44(4):989-995.</p><p>4. Facina T. Estimativa 2012 � Incidência de Câncer no Brasil. [Artigo de internet].</p><p>Disponível em: <http://www.inca.gov.br/rbc/n_57/v04/pdf/13_resenha_estimati-</p><p>va2012_incidencia_de_cancer_no_brasil.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2013.</p><p>5. Instituto Nacional Do Câncer (Brasil). [Artigo de internet]. Disponível em: <http://</p><p>www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/></p><p>Acesso em 15 de março de 2013.</p><p>6. Sabbi A R, Câncer: conheça o inimigo. Rio de Janeiro: Revinter; 2000.</p><p>7. Zelmanowicz AM. Câncer de Mama. ABC da Saúde. [Artigo de internet]. Dis-</p><p>ponível em: < http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?611.> Acesso em: 07 de</p><p>março de 2013.</p><p>8. Moura FMJSP, Silva MG, Oliveira SC, Moura LJSP. Os sentimentos das mulheres</p><p>pós-mastectomizadas. Escola de Anna Nery, 2010;14(3):477-484.</p><p>9. Venâncio JR. Importância da Atuação do Psicólogo no Tratamento de Mulheres</p><p>com Câncer de Mama. Revista Brasileira de Cancerologia, 2004;01(50):55-63.</p><p>10. Oliveira C, Ribeiro L, Leite RC. Câncer de mama prevenção e ratamento. São</p><p>Paulo: Ediouro; 2002.</p><p>11. Menke CH, Biazus JV, Xavier NL, Cavalheiro JA, Rabin EG, Bittelbrunn A, Ceri-</p><p>catto R. Rotinas em Mastologia.. Porto Alegre: Artmed; 2006.</p><p>12. Baracho E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos de</p><p>Mastologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.</p><p>13. Panobianco MS, Pimentel AV, Almeida AM, Oliveira ISB. Mulheres com Diag-</p><p>nóstico Avançado do Câncer do Colo do Útero: Enfrentando a Doença e o Tra-</p><p>tamento. Escola de enfermagem de ribeirão Preto da universidade de São Paulo.</p><p>2010. [Artigo de internet]. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/rbc//n_58/v03/</p><p>pdf/22_artigo_mulheres_diagnostico_avan%C3%A7ado_cancer_colo_utero_en-</p><p>frentando_doenca_tratamento.pdf>. Acesso em 10 de abril de 2013.</p><p>14. Arantes SL, Mamede MV. A participação das mulheres com câncer de mama na</p><p>escolha do tratamento um direito a ser conquistado. Rev. Latino-Am. Enfermagem,</p><p>2003;11(1):49-58.</p><p>15. Veronesi U. Mastologia Oncológica. Rio de Janeiro: Editora Medsi; 2002.</p><p>16. BRASIL. Ministério da Saúde. Normas e recomendações - Controle do Cân-</p><p>cer de Mama. Documento de Consenso. Revista Brasileira de Cancerologia</p><p>2004;50(2):77-90.</p><p>17. Pinheiro CPO, Silva RM, Mamede MV, Fernandes AFC. Participação em grupo de</p><p>apoio: experiência de mulheres com câncer de mama. Revista Latino-am Enferma-</p><p>gem,2008;16(4):733-738.</p><p>18. Manganiello, A. Sexualidade e qualidade de vida da mulher submetida a mastecto-</p><p>mia. [Dissertação de Mestrado] São Paulo: Escola de Enfermagem da Universida-</p><p>de de São Paulo. 2008.</p><p>19. COFFITO. Conselho Federal De Fisioterapia E Terapia Ocupacional -. Resolução</p><p>COFFITO-10, de 3 de julho de 1978. Aprova o código de ética pro! ssional de</p><p>Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Brasília: Diário O! cial da União. p. 5 265-5</p><p>268. 22 set. 1978. Seção I. parte II.</p><p>20. BRASIL. Ministério</p><p>da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de</p><p>Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério</p><p>da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. � 2.</p><p>ed. � Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.</p><p>21. Picaró P, Perloiro F. Evidência da Intervenção Precoce da Fisioterapia em Mulheres</p><p>Mastectomizadas: Estudo Comparativo. [Artigo de Internet]. Disponível em: < http://</p><p>www.pnfchi.com/fotos/literatura/1233837612.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2012.</p><p>22. Silva LC. Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados ao</p><p>feminino. Psicologia em Estudo, Maringá: 2008;13(2):231-237.</p><p>23. Stephenson RG, O�Connor LJ. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia.</p><p>São Paulo: Manole; 2004.</p><p>24. Lotti RCB, Barra AA, Dias RC, Makluf ASD. Impacto do tratamento do câncer de</p><p>mama na qualidade de vida. Revista Brasileira de Cancerologia 2008;54(4):367-371.</p><p>25. Batiston, A. P.; Santiago, S. M. Fisioterapia e complicações físico-funcionais após</p><p>tratamento cirúrgico do câncer de mama. Fisioterapia e Pesquisa 2005;12(3):30-35.</p><p>26. BRASIL. Resolução CNS n.º 196, de 10 de outubro de 1996. Aprovam diretrizes</p><p>e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Diário O! cial</p><p>da União. Brasília. n. 201. p. 21 082. 16 out. 1996. Seção 1.</p><p>27. Fernandes AFC, Mamede MV. Câncer de mama: mulheres que sobreviveram. For-</p><p>taleza: UFC, 2003.</p><p>28. Silva EL, Rodrigues RA. O cotidiano da mulher mastectomizada. Congresso Bra-</p><p>sileiro de Enfermagem. Rio Grande de Sul, 2004.</p><p>29. Conde DM, Pinto-Neto AM, Freitas Júnior R, Aldrighi JM. Qualidade de vida de</p><p>mulheres com câncer de mama. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2006;28(3):195-204</p><p>30. Magalhães G. Introdução à metodologia cientí! ca: caminhos da ciência e tecnolo-</p><p>gia. São Paulo: Ática; 2005.</p><p>31. Turato ER. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: de! nições, dife-</p><p>renças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública, 2005;39(3):507-514.</p><p>195</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Artigo Original</p><p>Distância percorrida no teste de caminhada</p><p>de seis minutos como preditora de óbito em</p><p>cardiopatas: um estudo retrospectivo</p><p>Distance on the six minutes walk test as predictor</p><p>of cardiac death in: a retrospective study</p><p>Joédson da Silva1, Vanessa do Carmo Correia2, Júlio Marins de Castro3, Patrícia dos S.V. de Abreu3,</p><p>Marco Orsini4, Tiago Batista da Costa Xavier5, Mauricio de Sant Anna Jr5</p><p>1. Serviço de Fisioterapia do Hospital Universi-</p><p>tário Clementino Fraga Filho � Universidade</p><p>Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) /</p><p>Preceptor de Estágio e Residência Multipro� s-</p><p>sional do HUCFF, Rio de Janeiro / Serviço de</p><p>Fisioterapia do Hospital Icaraí, Rio de Janeiro.</p><p>2. Coordenadora e Docente do Curso de Fisiote-</p><p>rapia do Centro Universitário Anhanguera de</p><p>Niterói (UNIAN), Niterói, Rio de Janeiro.</p><p>3. Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Anhan-</p><p>guera de Niterói � Niterói, Rio de Janeiro.</p><p>4. Doutor Professor do programa de doutorado</p><p>em Neurologia � UFF / Professor do Curso de</p><p>Mestrado em Urgência e Emergência Médica</p><p>� Universidade Severino Sombra (USS),</p><p>5. Professor do Curso de Fisioterapia do Instituto</p><p>Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do</p><p>Rio de Janeiro (IFRJ) / Grupo de Estudos em</p><p>Reabilitação na Alta Complexidade (GERAC)</p><p>/ Serviço de Fisioterapia Hospital Federal dos</p><p>Servidores do Estado (HFSE).</p><p>Endereço para correspondência: Prof. PhD.</p><p>Mauricio de Sant� Anna Jr. Instituto Federal</p><p>de Educação � Ciência e Tecnologia do Rio</p><p>de Janeiro (IFRJ) � Campus Realengo � Rua</p><p>Professor Carlos Wenceslau, 343 � Realengo</p><p>� Rio de Janeiro � CEP 21715-000 � Brasil �</p><p>Tel.: (+55.21) 3463-4497.</p><p>E-mail: mauricio.junior@ifrj.edu.br</p><p>Recebido para publicação em 13/10/2016 e acei-</p><p>to em 28/11/2016, após revisão.</p><p>Resumo</p><p>O objetivo do presente estudo foi realizar uma análise retrospectiva quanto à exis-</p><p>tência de óbito em pacientes cardiopatas que realizaram teste de caminhada de seis</p><p>minutos (TC6M) ambulatorialmente. Foi realizado contato telefônico, em horário co-</p><p>mercial, em dias úteis, onde foram feitos questionamentos sobre a condição atual do</p><p>paciente (clínica e físico-funcional), além do verificação de possíveis reinternações e</p><p>óbito no período. Posteriormente os resultados foram tabulados em planilha específica</p><p>e analisados. Para análise dos resultados foi utilizado o teste t student para comparação</p><p>entre a distância prevista e a obtida no TC6M sendo adotado o nível de significân-</p><p>cia p<0,05. Após serem aplicados os critérios de inclusão e exclusão a amostra foi</p><p>composta por 19 prontuários de pacientes de ambos os sexo com media de idade de</p><p>55,4±16,0 onde a distância média percorrida no TC6M foi de 451,7±166,2 metros.</p><p>Cinco indivíduos evoluíram com óbito no período de 4,1 anos sendo eles os indivíduos</p><p>que caminharam as menores distâncias no TC6M (300,0±119,6 metros equivalente</p><p>a 59,9% do previsto). Observamos que para a amostra avaliada o TC6M foi capaz</p><p>de estratificar o risco de óbito em pacientes cardiopatas que percorreram distâncias</p><p>inferiores à 300 metros estando de acordo com as evidências previamente apontadas</p><p>na literatura. Sugerimos que o TC6M seja realizado como rotina de follow up em pa-</p><p>cientes cardiopatas em acompanhamento ambulatorial.</p><p>Palavras-chave: capacidade funcional, estratificação de risco, prognóstico.</p><p>Abstract</p><p>The objective of the present study was to conduct a retrospective analysis of the</p><p>existence of death in patients with heart disease who underwent six-minute walk test</p><p>(6MWT) in the outpatient setting. A telephone contact was made during business</p><p>hours, on working days, where questions were asked about the patient�s current condi-</p><p>tion (clinical and physical-functional), as well as verification of possible readmissions</p><p>and death in the period. Subsequently the results were tabulated in a specific worksheet</p><p>and analyzed. For the analysis of the results, the student�s t test was used to compare</p><p>the predicted and obtained distance in the 6MWT. The level of significance was adop-</p><p>ted p <0.05. After applying the inclusion and exclusion criteria, the sample consisted</p><p>of 19 medical records of patients of both sex with mean age of 55.4±16.0, where the</p><p>mean distance walked on the 6MWT was 451.7±166.2 meters. Five individuals died in</p><p>the 4.1-year period, and they were the individuals who walked the shortest distances in</p><p>the 6MWT (300.0±119.6 meters equivalent to 59.9% of predicted). We observed that</p><p>for the sample evaluated the 6MWT was able to stratify the risk of death in patients</p><p>with heart disease who traveled distances of less than 300 meters, according to the</p><p>evidence previously mentioned in the literature. We suggest that the 6MWT should be</p><p>performed as a follow-up routine in patients undergoing ambulatory follow-up.</p><p>Keywords: risk stratification, function capacity, prognostic.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>196</p><p>Introdução</p><p>As doenças que acometem o sistema cardiovascular</p><p>apresentam grande incidência e prevalência, com destaque</p><p>para insuficiência cardíaca (IC), infarto agudo do miocárdio</p><p>(IAM)1-3 o que representa um importante gasto para o siste-</p><p>ma único de saúde. Tais condições cursam com importante</p><p>deterioração da capacidade funcional4,5.</p><p>O teste de caminhada de seis minutos (TC6M) é um teste</p><p>simples, de baixo custo, fácil aplicabilidade que visa utilizar</p><p>a atividade habitual como ferramenta de avaliação da capa-</p><p>cidade funcional. Ele foi idealizado na década de 19706,7,</p><p>com objetivo de avaliar funcionalmente portadores de do-</p><p>ença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)7,8, apresentado</p><p>correlação com o consumo de oxigênio de pico (VO2pico)9,</p><p>sendo indicado e amplamente aplicado em condições como:</p><p>comparação pré e pós tratamento (ex: IC, DPOC, hiperten-</p><p>são pulmonar, redução de volumes e capacidades pulmona-</p><p>res, dentre outras), avaliação da capacidade funcional (IC,</p><p>DPOC, doença vascular periférica, fibrose cística, dentre ou-</p><p>tras), além de ser uma</p><p>ferramenta importante na predição do</p><p>prognostico em diversas condições6,7,10,11,12,13.</p><p>Diversos estudos apontam que a distância percorrida</p><p>no TC6M é um importante indicador mortalidade estando</p><p>os pacientes que caminham distância inferior a 300 metros</p><p>com grave acometimento de sua condição físico-funcional</p><p>o que aumentaria substancialmente a chance de desfechos</p><p>sombrios, como o óbito13,14,15.</p><p>Por tratar-se de uma avaliação que envolve um mínimo</p><p>grau de complexidade para sua realização, o TC6M tem sido</p><p>utilizado como ferramenta para estratificação de risco quan-</p><p>to a morbidade e mortalidade10,16,17. Tendo em vista todo ex-</p><p>posto o objetivo do presente estudo foi realizar uma análise</p><p>retrospectiva quanto à existência de óbito em pacientes car-</p><p>diopatas que realizaram TC6M ambulatorialmente.</p><p>Metodologia</p><p>O presente estudo foi composto de análise retrospecti-</p><p>va de prontuários de pacientes com diagnóstico de doenças</p><p>cardiovasculares e/ou respiratórias que foram admitidos</p><p>no Núcleo de Atenção à Saúde Margarida Waldmann Lei-</p><p>te � Clínica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário</p><p>Anhanguera de Niterói no período de 2000 a 2015).</p><p>Amostra</p><p>A amostra foi composta por 3.400 prontuários arquiva-</p><p>dos na Clinica Escola de Fisioterapia do Centro Universitá-</p><p>rio Anhanguera de Niterói.</p><p>Critérios de inclusão</p><p>Foram incluídos no estudo prontuários de indivíduos</p><p>com diagnóstico de doença cardiovascular com idade entre</p><p>18 a 85 anos e que realizaram TC6M.</p><p>Critérios de exclusão</p><p>Foram adotados como critérios de exclusão: pron-</p><p>tuários que não apresentavam registros de realização do</p><p>TC6M, que não tivessem registros adequados (distância</p><p>percorrida no TC6M, idade, contato telefônico, diagnóstico</p><p>clínico) menores de 18 anos e inviabilidade de realização</p><p>de contato telefônico (mudança de número de telefone) e</p><p>prontuários que de pacientes que realizaram TC6M mas</p><p>não apresentavam cardiopatias.</p><p>Protocolo de pesquisa</p><p>Foi realizado contato telefônico, em horário comercial,</p><p>em dias úteis, onde foram feitos questionamentos sobre a</p><p>condição atual do paciente (clínica e físico-funcional), além</p><p>do verificação de possíveis reinternações e óbito no período.</p><p>Posteriormente os resultados foram tabulados em planilha</p><p>específica e analisados.</p><p>Para a determinação da distância prevista a ser percorri-</p><p>da foi utilizada a equação proposta por Brito et al. para popu-</p><p>lação brasileira13 [DPTC6M=890,46-(6,11 x idade)+(0,0345</p><p>x idade2)+(48,87 x gênero)-(4,87x IMC) sendo gênero = 1</p><p>(homens) e gênero = 0 (mulheres)].</p><p>Análise estatística</p><p>Os dados obtidos foram tabulados e organizados em</p><p>planilha de cálculos e descritos como média±desvio padrão</p><p>e porcentagem. Para caracterização da distribuição dos da-</p><p>dos foram aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov com</p><p>correção de Lilliefors (distribuição normal). Para análise dos</p><p>resultados e confecção dos gráficos foi utilizado o GraphPad</p><p>Prims 5®. O teste t student foi utilizado para comparação en-</p><p>tre a distância prevista e a obtida no TC6M sendo adotado o</p><p>nível de significância quando P<0,05.</p><p>Resultados</p><p>Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão per-</p><p>maneceram no estudo para análise 19 prontuários, conforme</p><p>apresentado na figura 1. As características demográficas dos</p><p>componentes da amostra encontram-se descritas na tabela 1.</p><p>Dos prontuários avaliados 14 pertenciam ao sexo feminino</p><p>(73,7%) e 5 pertenciam ao sexo masculino (23,3%).</p><p>Figura 1: Organograma dos critérios de exclusão. TC6M =</p><p>teste de caminhada de seis minutos.</p><p>Tabela 1: características demográficas dos componentes</p><p>da amostra.</p><p>Variáveis Média±desvio padrão</p><p>Idade (anos) 55,4±16,0</p><p>Estatura (m) 1,60±0,08</p><p>Massa Corporal (kg) 72,9±18,7</p><p>IMC (kg/m²) 28,8±8,1</p><p>IMC = índice de massa corporal.</p><p>Os componentes da amostra apresentavam como diag-</p><p>nósticos clínicos: insuficiência cardíaca (42,1%), doença ar-</p><p>terial coronariana (42,1%) e revascularização do miocárdio</p><p>(15,8%). As comorbidades associadas encontram-se descri-</p><p>tas na tabela 2.</p><p>197</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Tabela 2: Características clínicas dos componentes da amostra.</p><p>Comorbidades %</p><p>Infarto agudo do miocárdio 34</p><p>Doença pulmonar obstrutiva crônica 25</p><p>Obesidade 10</p><p>Hipertensão arterial sistêmica 9</p><p>Asma 9</p><p>Acidente vascular encefálico 5</p><p>Bronquiectasia 4</p><p>Pneumotórax 4</p><p>No que tange a distância percorrida no TC6M os compo-</p><p>nentes da amostra caminharam 416,7±172,1 metros. Obser-</p><p>vamos que os indivíduos percorreram uma distância inferior</p><p>ao previsto, com significância estatística (P=0,0096), con-</p><p>forme descrito na figura 2.</p><p>Figura 2: Compara-</p><p>ção entre a distância</p><p>prevista e a obtida</p><p>no teste de caminha-</p><p>da de seis minutos</p><p>por todos os compo-</p><p>nentes da amostra.</p><p>Valores descritos</p><p>em média±desvio</p><p>padrão. *Significância</p><p>estatística (P<0,05).</p><p>Dos 19 prontuários analisados, observamos que 14 in-</p><p>divíduos (9 mulheres e 5 homem) apresentavam condições</p><p>favoráveis no período de 6,8±1,2 anos após alta do tratamen-</p><p>to fisioterapêutico, dos quais 29% seguiram praticando ativi-</p><p>dade física e apenas 7% necessitou de internação hospitalar,</p><p>porém os motivos da hospitalização não tiveram relação com</p><p>a condição cardiovascular.</p><p>A média de idade desses sujeitos foi de 51,5±17,9 anos.</p><p>A distância percorrida no TC6M foi de 451,7±166,2 metros</p><p>obtendo 85,9% do previsto não apresentando diferenças sig-</p><p>nificativas (P=0,1347), conforme apresentado na figura 3.</p><p>Figura 3: Compara-</p><p>ção entre a distância</p><p>prevista e a obtida</p><p>no teste de caminha-</p><p>da de seis minutos</p><p>pelos componentes</p><p>da amostra que não</p><p>evoluíram com óbi-</p><p>to. Valores descritos</p><p>em média±desvio</p><p>padrão.</p><p>Em cinco casos foi observado o de óbito como desfe-</p><p>cho (4 mulheres e 1 homem) tendo sido apontado em 100%</p><p>dos casos pelos familiares a IC com causa. A média de idade</p><p>desses sujeitos foi de 67,0±8,5 anos, o tempo entre a alta</p><p>do tratamento fisioterapêutico e o óbito foi de 4,4±1,1 anos</p><p>e a distância percorrida por esses indivíduos no TC6M foi</p><p>de 300,0±119,6 metros (59,9% do previsto) com diferença</p><p>significativa (P=0,0079) conforme apresentado na figura 4.</p><p>Figura 4: Compara-</p><p>ção entre a distância</p><p>prevista e a obtida</p><p>no teste de caminha-</p><p>da de seis minutos</p><p>pelos componentes</p><p>da amostra que evo-</p><p>luíram com óbito.</p><p>Valores descrito em</p><p>média±desvio pa-</p><p>drão. * Significância</p><p>estatística (P<0,05).</p><p>Discussão</p><p>O presente estudo teve como objetivo realizar uma aná-</p><p>lise retrospectiva quanto à existência de óbito em pacientes</p><p>cardiopatas que realizaram TC6M ambulatorialmente.</p><p>O TC6M é uma ferramenta útil no que diz respeito à ava-</p><p>liação da capacidade funcional, além de poder ser aplicado na</p><p>prática clínica como uma ferramenta de estratificação de risco</p><p>e avaliação da efetividade de programas de reabilitação, tendo</p><p>como grande fator positivo o fato de ser de fácil aplicabilida-</p><p>de, reprodutibilidade e de intensidade submáxima10.</p><p>A realização do TC6M é padronizada pela ATS6,7, porém</p><p>para obtenção dos valores previstos a serem percorridos por</p><p>cada indivíduo é sugerido pelo documento que seja utilizada</p><p>a equação proposta pelos pesquisadores Enright e Sherrill19,</p><p>porém essa equação não é aplicável a realidade da população</p><p>brasileira, por esse motivo em nosso estudo para quantifica-</p><p>ção da distância total a ser percorrida utilizamos a equação</p><p>proposta por Britto et al18 sendo a mesma específica e vali-</p><p>dada para a população estudada.</p><p>Nossos achados apontaram para uma elevada taxa de</p><p>óbito nos pacientes cardiopatas, em especial os portadores de</p><p>IC. Encontramos descrito na literatura um elegante estudo de-</p><p>senvolvido por estudo Mac Gowan et al20 que demonstraram</p><p>que pacientes portadores de IC submetidos ao teste de esforço</p><p>cardiopulmonar (ergoespirometria) que apresentavam consu-</p><p>mo de oxigênio de pico (VO2 pico) inferior à 15 mL O2/kg/min</p><p>apresentavam 88% chance de mortalidade em 3,8 anos, quan-</p><p>do comparados a pacientes com IC que apresentavam VO2 pico</p><p>maior que 15 mL O2/kg/min20. Esse achados são significativos</p><p>em virtude de o</p><p>VO2 pico</p><p>ser o padrão ouro no que diz respeito a</p><p>avaliação da capacidade aeróbica, que normalmente encontra-</p><p>-se consideravelmente deteriorada na presença da IC20.</p><p>É consolidado na literatura que o TC6M possui uma ampla</p><p>relação com o VO2 pico</p><p>9,1011,17, isso nos permite fazer uma inferên-</p><p>cia de que os indivíduos de nossa amostra que evoluíram com</p><p>óbito provavelmente apresentavam VO2 pico inferior a 15 mL O2/</p><p>kg/min sendo uma das possíveis justificativas para o falecimen-</p><p>to no período de 4,4±1,1 anos após a realização do TC6M.</p><p>A distância percorrida no TC6M foi utilizada por Cahalin</p><p>et al21. como ferramenta para predição do VO2 pico em portado-</p><p>res de IC além de avaliação de sobrevida. Participaram do pro-</p><p>tocolo 45 sujeitos com média de idade de 49±8 anos, com uma</p><p>fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) de 20±6%,</p><p>em uma classe funcional da New York Heart Association</p><p>(NYHA) de 3,3±0,6 que foram submetidos à avaliação ergo-</p><p>espirométrica e ao TC6M. Foi observado que a distância per-</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>198</p><p>corrida foi de 310±100 metros e VO2 pico 12,2±4,5 mL/kg/min,</p><p>assim como em outros estudos a distância percorrida apresen-</p><p>tou correlação com o consumo de oxigênio (r=0.64, p<0.001).</p><p>Como desfecho verificado que os pacientes que caminhavam</p><p>distância inferior a 300 metros apresentavam maiores chances</p><p>de internação e óbito no período de seis meses.</p><p>Esses achados são similares aos descrito no Studies of</p><p>Left Ventricular Dysfunction (SLOVD) um estudo clássico</p><p>que apresenta a distância percorrida no TC6M em pacientes</p><p>com IC como sendo um importante índice de internação hos-</p><p>pitalar e também preditor de mortalidade, afirmando que dis-</p><p>tâncias caminhadas superiores à 450 metros são indicadores</p><p>de bom prognóstico e que distâncias entre 150 à 300 metros</p><p>caracterizam pior prognóstico. Esse estudo tornou-se impor-</p><p>tante na literatura científica por ter sido um dos pioneiros na</p><p>demonstração da distância percorrida no TC6M como variá-</p><p>vel independente de morbidade e mortalidade em pacientes</p><p>com IC, principalmente. Nossos resultados encontra-se em</p><p>consonância aos descritos no SLOVD.</p><p>Outro estudo que investigou o impacto da distância</p><p>percorrida no TC6M no valor prognóstico no que tange a</p><p>estratificação de risco foi o realizado por Ingle et al22, que</p><p>avaliaram uma população de 1.592 pacientes portadores de</p><p>IC, com média de idade de 74±2 anos e que foram acom-</p><p>panhado pelo período de 36 meses, onde observou-se uma</p><p>mortalidade de 13,3% ao longo do estudo apresentando uma</p><p>relação diretamente proporcional com a distância percorrida</p><p>no TC6M onde os indivíduos que caminharam uma distância</p><p>inferior a 300 metros evoluíram com a maior taxa de óbito,</p><p>um risco de aproximadamente 8% nos primeiros doze meses</p><p>e aproximadamente 12% em vinte quatro meses. Esses acha-</p><p>dos são condizentes aos encontrados em nosso estudo, po-</p><p>rém os componentes de nossa amostra evoluíram com óbito</p><p>em um período de tempo superior, aproximadamente meses.</p><p>Os estudos citados acima apresentam resultados que cor-</p><p>roboram aos encontrados pelo nosso grupo, uma vez que todos</p><p>os indivíduos que evoluíram com óbito em nossa população</p><p>apresentavam como causa morte a IC e não coincidentemente</p><p>caminharam uma distância no TC6M inferior à 300 metros, o</p><p>que ratifica a importância da utilização do TC6M como ferra-</p><p>menta de avaliação funcional e estratificação de risco.</p><p>Um dos mais elegantes trabalhos envolvendo o TC6M em</p><p>uma população de cardiopatas com doença arterial coronariana</p><p>(DAC) foi realizado por Beatty et al17. Eles avaliaram a distân-</p><p>cia percorrida no TC6M e capacidade de exercício em esteira de</p><p>556 pacientes ambulatoriais. Os indivíduos foram acompanha-</p><p>dos por 8,0 anos sendo definido como desfechos para eventos</p><p>cardiovasculares IC, infarto do miocárdio e óbito.</p><p>Ao dividir a distância percorrida em quartil (Q1 = 87 �</p><p>419 metros, Q2 = 420 � 480 metros, Q3 = 481 � 543 metros e</p><p>Q4 = 544 � 837 metros) observou-se que a distância percorri-</p><p>da no TC6M foi capaz de prever eventos cardiovasculares em</p><p>portadores de DAC e que os indivíduos que caminhavam dis-</p><p>tâncias entre 87 a 419 (Q1) metros apresentavam quatro vezes</p><p>maior a chance de eventos quando comparados aos indivíduos</p><p>que caminhavam distâncias entre 544 a 837 (Q4) metros.</p><p>Em uma análise comparativa aos resultados encontra-</p><p>dos em nosso estudo observamos que os indivíduos de nossa</p><p>amostra que não evoluíram com óbito encontram distribuídos</p><p>de acordo com Beatty no segundo quartil (Q 2) com uma dis-</p><p>tância média percorrida de 451,7 metros o que reduz em apro-</p><p>ximadamente 40% a chance de um dos desfechos descritos.</p><p>Já os indivíduos de nossa amostra que evoluíram com</p><p>óbito caminharam uma distância média de 300 metros o que</p><p>no processo de comparação os colocaria no primeiro quartil</p><p>(Q1) composto justamente pelos indivíduos que caminharam</p><p>a menor distância e apresentam o maior número percentual</p><p>de todos os desfechos incluindo óbito.</p><p>Limitações do estudo</p><p>Apesar do elevado número de prontuários revisados</p><p>encontramos um pequeno número de documentos elegíveis</p><p>para ingresso em nosso estudo, porém mesmo com núme-</p><p>ro reduzido foi possível perceber a importância da distância</p><p>percorrida no TC6M tendo o óbito como desfecho.</p><p>Outro fator limitante foi o fato de não encontrarmos des-</p><p>crito à classificação funcional da NYHA o que nos impossi-</p><p>bilitou de fazer maiores inferências entre a classe funcional,</p><p>a distância percorrida e o desfecho clínico.</p><p>Conclusão</p><p>Observamos que para a amostra avaliada o TC6M foi ca-</p><p>paz de estratificar o risco de óbito em pacientes cardiopatas</p><p>que percorreram distâncias inferiores à 300 metros estando de</p><p>acordo com as evidências previamente apontadas na literatura.</p><p>Sugerimos que o TC6M seja realizado como rotina de follow up</p><p>em pacientes cardiopatas em acompanhamento ambulatorial.</p><p>Referências</p><p>1. 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Ob-</p><p>jetivo: Investigar a eficácia da fisioterapia oculomotora como recurso terapêutico no</p><p>tratamento de pacientes com presbiopia. Metodologia: O grupo de estudo foi consti-</p><p>tuído por 10 indivíduos, de ambos os gêneros, na faixa etária entre 40 e 50 anos, com</p><p>diagnóstico clínico de presbiopia, avaliados e submetidos a 20 sessões de Fisioterapia</p><p>compostas pelas seguintes condutas: movimentos oculares horizontais, verticais, dia-</p><p>gonais e espirais com e sem ponto, zigue zague, ponto em três direções, exercícios com</p><p>a ponta do lápis, cartelas de três e dez bolas e figuras de sobreposições. Para análise es-</p><p>tatística utilizou-se o Teste de student, com nível de significância de 5%. Resultados:</p><p>Foi verificada redução de todos os sintomas que acompanham a presbiopia avaliados,</p><p>com destaque para dificuldade em focalizar objetos próximos (p:0,005), cansaço visual</p><p>durante a leitura (p:0,014), dor ocular (p:0,036) e cefaleia (p:0,039). Considerações</p><p>Finais: A fisioterapia oculomotara através do protocolo de tratamento proposto pare-</p><p>ceu ser eficaz no tratamento da presbiopia, melhorando a capacidade de realização das</p><p>atividades diárias e laborais de maior precisão.</p><p>Palavras-chave: presbiopia, acomodação ocular, músculos oculomotores, fisioterapia.</p><p>Abstract</p><p>Introduction: Presbyopia is the most common refractive disorder of adulthood and is</p><p>associated with decreased amplitude of accommodation. Presbyopia can impair the</p><p>ability of the individual to perform their activities of daily and professional life related</p><p>to reading and performing precise manual activities. The physiotherapeutic treatment</p><p>primarily consists of giving tone to the musculature, providing a better interaction be-</p><p>tween the individual, their functions and the surrounding environment. Objective: To</p><p>investigate the efficacy of oculomotor physiotherapy as a therapeutic resource to treat</p><p>patients with presbyopia. Methodology: The study sample consisted of 10 individuals,</p><p>of both genders, aged between 40 and 50 years, with clinical diagnosis of presbyo-</p><p>pia, evaluated and submitted to 20 physiotherapy sessions composed of the following</p><p>exercises: horizontal, vertical, diagonal and spiral eye movements with and without</p><p>point, zig zag, point in three directions, exercises with the point of a pencil, cards of</p><p>three and ten balls and overlapping figures. Statistical analysis was performed using</p><p>Student�s t-test, with 5% significance level. Results: A reduction of all symptoms that</p><p>accompany the evaluated presbyopia was verified, especially regarding difficulty fo-</p><p>cusing on near objects (p=.005), eye strain while reading (p=.014), eye pain (p=.036)</p><p>and headache (p=.039). Conclusion: Oculomotor physiotherapy through the proposed</p><p>treatment protocol appeared to be effective in treating presbyopia, improving the abili-</p><p>ty to perform daily activities and more precise work.</p><p>Keywords: presbyopia, ocular accommodation, oculomotor muscles, physiotherapy.</p><p>1. Fisioterapeuta, Doutoranda em Saúde da</p><p>Criança e do Adolescente pela Universidade</p><p>Federal de Pernambuco (UFPE) / Mestre em</p><p>Educação pela Universidade de São Paulo</p><p>(USP), Coordenadora do Curso de Fisiotera-</p><p>pia da Faculdade de Comunicação e Turismo</p><p>de Olinda (FACOTTUR), Docente do Centro</p><p>Universitário Maurício de Nassau (UNINAS-</p><p>SAU), Recife, PE-Brasil, e-mail: dbabini.! sio-</p><p>terapeuta@gmail.com</p><p>2. Fisioterapeuta, graduada pelo Centro Universi-</p><p>tário Maurício de Nassau (UNINASSAU), Re-</p><p>cife, PE-Brasil, e-mail: nathiellygoncalves@</p><p>gmail.com</p><p>3. Fisioterapeuta, graduado pelo Centro Univer-</p><p>sitário Maurício de Nassau (UNINASSAU),</p><p>Recife, PE-Brasil, e-mail: e-mail: pauldmelo@</p><p>gmail.com</p><p>Endereço para correspondência: Rua do Futu-</p><p>ro, 800, apt. 203 � A" itos � Recife � Pernam-</p><p>buco � Brasil � CEP: 52050-010.</p><p>Recebido para publicação em 05/09/2017 e acei-</p><p>to em 10/11/2017, após revisão.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>200</p><p>Introdução</p><p>O olho normal, sem vício de refração, é um sistema ópti-</p><p>co composto pela córnea e o cristalino. A córnea é a primeira</p><p>lente deste sistema óptico e está localizada na parte externa</p><p>do olho. O cristalino é uma lente natural interna, dentro do</p><p>olho, e somente pode ser vista ou examinada com aparelhos</p><p>específicos1,2. Enquanto a córnea é uma estrutura estática,</p><p>sem capacidade de modificar a sua forma e, portanto o seu</p><p>poder como lente de um sistema óptico, o cristalino é uma</p><p>lente dinâmica modificando a sua forma, permitindo focali-</p><p>zar a visão para diferentes distâncias. A este mecanismo cha-</p><p>mamos de acomodação3,4.</p><p>Porém, o cristalino sofre deterioração com o tempo, ou</p><p>seja, a capacidade que o ser humano tem de acomodação da</p><p>visão ativamente para perto se extingue entre os 40 a 50 anos</p><p>de idade e recebe o nome de presbiopia,</p><p>atingindo 100% da</p><p>população desta faixa etária5,6. A presbiopia é a mais comum</p><p>das desordens refrativas da vida adulta, estando relacionada</p><p>à diminuição da amplitude de acomodação7,8.</p><p>Em indivíduos emétropes, a presbiopia se manifesta em</p><p>torno dos 40 anos, havendo necessidade de óculos para lei-</p><p>tura ou lentes de contato. Os sintomas começam com uma</p><p>dificuldade em focalizar objetos próximos e avançam com</p><p>cansaço visual durante a leitura, às vezes acompanhado</p><p>de ardência ocular e lacrimejamento9,10. Apesar dos custos</p><p>anuais acarretados por este problema, as causas básicas da</p><p>presbiopia ainda restam inexplicadas. Quando se consideram</p><p>várias possibilidades, qualquer teoria proposta deve levar em</p><p>consideração o conhecido declínio da habilidade ocular de</p><p>alterar o seu foco com a idade11,12.</p><p>O tratamento desta disfunção pode ser conservador, atra-</p><p>vés do uso de óculos ou lentes de contato ou cirúrgico por</p><p>meio da realização de lensectomia refrativa13,14,15. Há alguns</p><p>anos a Fisioterapia passou a ser mais uma opção terapêutica</p><p>no tratamento da presbiopia, sendo conhecida como fisiote-</p><p>rapia oculomotora ou oftalmológica, que faz uso de exercí-</p><p>cios musculares, equipamentos eletrônicos e ferramentas de</p><p>estimulação motora e sensorial, como lentes prismáticas e</p><p>filtros, para corrigir distúrbios da visão e resgatar a capaci-</p><p>dade visual dos pacientes16.</p><p>O tratamento fisioterapêutico consiste basicamente em</p><p>dar tônus à musculatura, proporcionando uma melhor intera-</p><p>ção entre o indivíduo, suas funções e o ambiente que o cerca.</p><p>Além da presbiopia, a fisioterapia oculomotora atua no tra-</p><p>tamento de diversos transtornos oculares, como estrabismo,</p><p>alterações sensoriais, estereopsia, ambliopia, adaptação de</p><p>lentes de contato, fotofobia, distúrbios de leitura, baixa de</p><p>visão por miopia, astigmatismo e hipermetropia acentuados,</p><p>lesões oculares causadas por paralisias faciais e diabetes e na</p><p>readaptação de moradia, locomoção e vida profissional de</p><p>portadores de deficiência visual16.</p><p>A presbiopia se constitui em um importante problema</p><p>de saúde pública, devido à sua elevada frequência, à existên-</p><p>cia de meio corretivo disponível e às limitações funcionais</p><p>e implicações mórbidas que interferem com a qualidade de</p><p>vida dos indivíduos, principalmente quando os constantes</p><p>avanços tecnológicos demandam progressivamente de boa</p><p>higidez visual para perto17,18, justificando, assim, a realização</p><p>desta pesquisa que objetivou investigar a eficácia da fisiote-</p><p>rapia oculomotora como recurso terapêutico no tratamento</p><p>de pacientes com presbiopia.</p><p>Metodologia</p><p>Trata-se de um estudo experimental, analítico e prospec-</p><p>tivo, do tipo série de casos, o qual foi constituído por uma</p><p>amostra de 10 indivíduos, de ambos os gêneros, na faixa en-</p><p>tre 40 e 50 anos, com diagnóstico clínico de presbiopia.</p><p>Foram excluídos do estudo indivíduos que apresentaram am-</p><p>bliopia, astigmatismo e estrabismo, baixo nível cognitivo, e/ou</p><p>que realizaram tratamento cirúrgico para correção da presbiopia.</p><p>A pesquisa foi desenvolvida na Clínica-Escola de Fisiote-</p><p>rapia do Centro Universitário Maurício de Nassau após a ob-</p><p>tenção de parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa,</p><p>segundo o parecer de nº 09071413.6.0000.5193, e assinatura</p><p>do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, atendendo a</p><p>Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.</p><p>Os participantes foram submetidos a uma avaliação ela-</p><p>borada pelas pesquisadoras do estudo, a fim de coletar seus</p><p>dados pessoais (nome, idade, gênero, estado civil, raça), pro-</p><p>fissionais (profissão, atividade atual, tempo de serviço), so-</p><p>cioeconômicos (renda per capita e escolaridade) e condições</p><p>visuais (percepção da higiene visual, tempo de dificuldade</p><p>visual e recomendação de correção visual).</p><p>Foi investigada também a presença de sintomas associa-</p><p>dos à presbiopia, a saber: dificuldade em focalizar objetos</p><p>próximos, cansaço visual durante a leitura, ardência ocular,</p><p>lacrimejamento, dor nos olhos, cefaleias, dificuldade em ler</p><p>letras pequenas na distância habitual, borramento da imagem</p><p>e dificuldade em ler com pouca luz.</p><p>Posteriormente, os participantes foram submetidos a 20</p><p>sessões de Fisioterapia Oculomotora, realizadas 02 vezes por</p><p>semana, com duração de 40 minutos cada. As sessões foram</p><p>compostas pelas seguintes condutas: movimentos oculares ho-</p><p>rizontais, verticais, diagonais e espirais com e sem ponto, zi-</p><p>gue zague, ponto em três direções, exercícios com a ponta do</p><p>lápis, cartelas de três e dez bolas e figuras de sobreposições.</p><p>Ao final do tratamento os pacientes foram reavaliados,</p><p>a fim de se verificar possíveis alterações na sintomatologia</p><p>apresentada pelos mesmos. Os dados coletados foram avalia-</p><p>dos segundo a estatística descritiva, através de percentuais,</p><p>médias e desvios padrões, representados através da distribui-</p><p>ção tabular e gráfica, utilizando-se a Microsoft Excel 2010.</p><p>Para análise das diferenças estatísticas dos escores das cate-</p><p>gorias antes e depois da fisioterapia, foi aplicado o Teste de</p><p>student, considerando-se um p<0,05.</p><p>Resultados</p><p>Entre os participantes da amostra, houve predominância</p><p>do gênero feminino (70.0%), estado civil casado (60.0%) e</p><p>raça branca (40.0%). Os indivíduos apresentaram idade va-</p><p>riando entre 41 e 48 anos, com média de 44,8±3,15 anos.</p><p>A avaliação das condições visuais dos participantes da</p><p>pesquisa pode ser evidenciada na tabela 1. Com relação à</p><p>percepção da higiene visual, 40.0% dos pacientes relataram</p><p>dificuldade para enxergar de perto e de longe, em sua maio-</p><p>ria, iniciada acerca de 6 a 10 anos (60.0%). Todos fazem uso</p><p>201</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>de correção visual, sendo 80.0% do tipo óculos, recomenda-</p><p>dos pelo médico.</p><p>Tabela 1: Condições visuais.</p><p>Variáveis (%) n=10</p><p>Percepção da higiene visual:</p><p>Normal -</p><p>Dificuldade para perto 40.0</p><p>Dificuldade para longe 20.0</p><p>Ambos 40.0</p><p>Tempo da dificuldade visual:</p><p>De 1 a 5 anos 30.0</p><p>De 6 a 10 anos 60.0</p><p>Mais de 10 anos 10.0</p><p>Uso de correção visual:</p><p>Sim 100.0</p><p>Não -</p><p>Tipo de correção visual:</p><p>Óculos 80.0</p><p>Lentes de contato -</p><p>Ambos 20.0</p><p>Recomendação de correção visual:</p><p>Médico 80.0</p><p>Balconista da ótica 20.0</p><p>Familiar -</p><p>Outros -</p><p>Após o término do tratamento fisioterapêutico, houve re-</p><p>dução estatística significativa da presença dificuldade em fo-</p><p>calizar objetos próximos (p:0,005), bem como, da sensação de</p><p>cansaço visual (p:0,014). Antes do tratamento os participantes</p><p>referiram cansaço visual após 32,3 minutos de leitura, aumen-</p><p>tando para 56,5 minutos ao término do tratamento.</p><p>O sintoma de dor nos olhos também apresentou redução</p><p>estatística significativa após a fisioterapia (p:0,036). A inten-</p><p>sidade e a frequência de dor ocular diminuiram de 8,4 para</p><p>4,7 e de 4,1 para 3,1 dias por semana, respectivamente.</p><p>A maior parte dos participantes apresentou queixa de ce-</p><p>faleia associada à leitura. Após o tratamento fisioterapêutico</p><p>houve redução estatística significativa deste sintoma (p:0,039),</p><p>conforme a figura 4. A intensidade e a frequência semanal de</p><p>cefaleia também diminuíram ao termino da fisioterapia, de 7,8</p><p>para 5,1 e de 4,6 para 3,5 dias por semana, respectivamente.</p><p>Outros sintomas associados à presbiopia também diminuí-</p><p>ram após a fisioterapia oculomotora, de acordo com a tabela 2.</p><p>Houve redução estatística significativa das queixas de ardência</p><p>ocular e lacrimejamento durante a leitura. Para os outros sinto-</p><p>mas não foram verificadas diferenças estatísticas significativas.</p><p>Tabela 2: Variáveis do exame ocular antes e depois da fi-</p><p>sioterapia.</p><p>Variáveis (%) Antes Depois Valor de p</p><p>Dificuldade em focalizar</p><p>objetos próximos 100.0 40.0 0.005*</p><p>Sensação de cansaço visual 100.0 50.0 0.014*</p><p>Dor nos olhos 70.0 30.0 0.036*</p><p>Cefaleia 70.0 40.0 0.039*</p><p>Ardência ocular 80.0 40.0 0.036*</p><p>Lacrimejamento 70.0 30.0 0.036*</p><p>Dificuldade em ler letras</p><p>pequenas na distância habitual 60.0 30.0 0.081*</p><p>Borramento da imagem 40.0 10.0 0.081*</p><p>Dificuldade em ler com pouca luz 60.0 40.0 0.167*</p><p>Discussão</p><p>A presbiopia representa a causa mais frequente de</p><p>dis-</p><p>túrbios da visão após os 40 anos de idade19. No Brasil, em um</p><p>estudo de base ambulatorial verificou-se uma prevalência de</p><p>presbiopia de 75% em indivíduos com idade superior a 40</p><p>anos20, corroborando com a presente pesquisa, cuja idade</p><p>média dos participantes foi de 44,8±3,15 anos.</p><p>Diversos estudos apontam a prevalência de mulheres com</p><p>presbiopia em todas as faixas etárias consideradas, principal-</p><p>mente quando o aparecimento deste agravo é precoce20,21,22, em</p><p>acordo com os resultados obtidos neste estudo, cujo percentual</p><p>de mulheres com presbiopia representou 70,0% da amostra.</p><p>Estudos epidemiológicos sobre presbiopia investigaram</p><p>sua associação com diferentes fatores além da idade e do gê-</p><p>nero, como a paridade, a condição socioeconômica e a raça,</p><p>mas para nenhum dos fatores há um consenso23,24.</p><p>Duarte et al.20 em seu estudo verificaram que 80,7% da</p><p>amostra foi composto por pacientes da raça branca. Já Ka-</p><p>mali et al.25 em um inquérito de base populacional com 2.886</p><p>adultos do meio rural de Uganda, identificou uma prevalên-</p><p>cia de 48% para esta disfunção, o que reforça a falta de con-</p><p>senso na literatura. Na presente pesquisa 40,0% da amostra</p><p>foi composta por pacientes da raça branca.</p><p>Com relação às variáveis relacionadas à condição visual,</p><p>80,0% dos pacientes referiram dificuldade para enxergar de</p><p>perto, corroborando com o estudo de Borreli et al.26, que ve-</p><p>rificaram dificuldade para ver objetos próximos em 79,75%</p><p>da amostra investigada.</p><p>Na pesquisa de Duarte et al.20, 70,0% dos pacientes com</p><p>presbiopia referiram que a dificuldade para ver de perto foi</p><p>percebida entre 1 e 10, enquanto que neste estudo a alteração</p><p>foi iniciada acerca de 6 a 10 anos (60,0%).</p><p>Quanto ao uso de correção visual, todos os participantes</p><p>da pesquisa referiram utilizá-la, sendo 80,0% do tipo óculos,</p><p>recomendados pelo médico. Outras pesquisas registraram uso</p><p>menos frequente de auxílio óptico, em torno de 50 a 60%, com</p><p>destaque para o uso de óculos e/ou lentes de contato20,26.</p><p>Dentre as principais queixas de pacientes com presbio-</p><p>pia estão a sensação de cansaço visual, a cefaleia e o borra-</p><p>mento visual para perto7,27,28, corroborando com a presente</p><p>pesquisa, na qual estes sintomas acometeram 100,0%, 70,0%</p><p>e 40,0% da amostra, respectivamente.</p><p>A queixa de dificuldade em focalizar objetos próximos</p><p>foi referida por todos os participantes deste estudo, valor su-</p><p>perior ao encontrado por Duarte et al.20 de 59,1% da amostra</p><p>de sua pesquisa.</p><p>O Manual de Orientações da Triagem de Acuidade Visu-</p><p>al do Projeto Olhar Brasil, do Ministério da Saúde10, descre-</p><p>ve que os principais sintomas que acompanham a presbiopia</p><p>incluem o lacrimejamento e a dor ocular, corroborando com</p><p>esta pesquisa, na qual estes sintomas acometeram 70,0% e</p><p>80,0% da amostra, respectivamente.</p><p>Borrelli et al.26 referem que o tamanho das letras é a princi-</p><p>pal causa da dificuldade para leituras de perto (45,25%), queixa</p><p>esta relatada por 40,0% dos pacientes do presente estudo.</p><p>Foi observada redução de todos os sintomas que acom-</p><p>panham a presbiopia avaliada nesta pesquisa após a realiza-</p><p>ção de fisioterapia oculomotora. Não foram encontrados na</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>202</p><p>literatura estudos experimentais sobre o tratamento fisiotera-</p><p>pêutico na presbiopia para efeitos comparativos.</p><p>Rotnes et al.29, destacam a importância de uma estraté-</p><p>gia fisioterapêutica específica através da utilização dos mo-</p><p>vimentos oculares para amenizar as deficiências provenien-</p><p>tes do comprometimento da função motora em indivíduos</p><p>com ataxia cerebelar.</p><p>Albuquerque, Oliveira e Costa30 salientam a relevância do</p><p>papel assistencial da Fisioterapia, através da implantação de</p><p>um laboratório de mobilidade ocular extrínseca, em Goiânia</p><p>� GO, para o tratamento de pacientes com desvios oculares,</p><p>em particular a esotropia congênita causada pela ambliopia</p><p>estrabísmica, contribuindo para a prevenção da cegueira.</p><p>Considerações Finais</p><p>Os resultados obtidos sugerem que a fisioterapia oculo-</p><p>motora pareceu ser eficaz para a redução dos sintomas asso-</p><p>ciados à presbiopia, com destaque para a redução da dificul-</p><p>dade de focalizar objetos próximos, cansaço visual durante a</p><p>leitura, dor ocular e cefaleia, apontando para a importância do</p><p>tratamento fisioterapêutico nas desordens refrativas do adulto.</p><p>A capacidade de acomodação da visão é fundamental</p><p>para a execução da maior parte das atividades diárias e labo-</p><p>rais do ser humano, o que reforça a importância da atuação</p><p>fisioterapêutica nos distúrbios visuais, contribuindo para a</p><p>melhora da qualidade de vida dos pacientes acometidos.</p><p>Vale ressaltar que esta é uma área recente de atuação</p><p>do profissional fisioterapeuta, o que implica na necessidade</p><p>de maior conhecimento da classe e da sociedade sobre as</p><p>disfunções oculares, bem como, sobre as contribuições da</p><p>terapia oculomotora para redução dos sintomas associados a</p><p>estas doenças.</p><p>Os achados do presente estudo também colaboraram</p><p>para a ampliação da literatura sobre o tema, visto que não fo-</p><p>ram encontrados estudos na literatura nacional e internacio-</p><p>nal sobre a atuação fisioterapêutica na presbiopia, e poucos</p><p>estudos sobre o tratamento de outros distúrbios oculares.</p><p>Sugere-se, assim, a realização de pesquisas futuras que</p><p>abordem o tema com amostras de maior tamanho, maior</p><p>tempo de reabilitação, inclusão de grupos controle e análise</p><p>da influência das variáveis: idade, gênero, atividade laboral e</p><p>hábitos de leitura na intensidade dos sintomas referidos pelos</p><p>pacientes e resultados do tratamento proposto.</p><p>Referências</p><p>1. 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Resultados iniciais da implantação de um la-</p><p>boratório de mobilidade ocular extrínseca � ortóptica para capacitação e atuação na área</p><p>de ! sioterapia ocular na clínica escola da Eseffego em Goiânia, Goiás, Brasil. Anais VI</p><p>Encontro de Projetos de Iniciação Cientí! ca da UEFG; 2006; Goiânia, Brasil. Goiânia,</p><p>Centro de Estudos em Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás; 2006. p.5-12.</p><p>203</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Artigo Original</p><p>Modificações de função pulmonar</p><p>mediante treinamento físico</p><p>Modifications of pulmonary function through physical training</p><p>M. S. Pinto1, K. Marques2, Araújo L.D.2, P. M. Sá3</p><p>Resumo</p><p>Introdução: A relação entre atividade física e saúde está bem estabelecida.</p><p>Durante a execução do exercício físico. A resposta ao treinamento da musculatura</p><p>respiratória é semelhante à dos músculos esqueléticos e estes podem ser treinados</p><p>a fim de melhorarem a sua força e endurance. O baixo desempenho dos músculos</p><p>respiratórios contribui para limitação física e desenvolvimento de doenças. Obje-</p><p>tivo: O objetivo deste estudo foi avaliar as modificações de função pulmonar me-</p><p>diante emprego de treinamento aeróbico em indivíduos saudáveis. Metodologia:</p><p>A avaliação seguiu-se de: questionário avaliação de sinais e sintomas respiratórios</p><p>e clínicos. Avaliação da força muscular respiratória e medição do Volume Minuto</p><p>e Volume Corrente. O protocolo de treino consistiu de 10 minutos de aquecimento,</p><p>40 minutos de treinamento aeróbico e de fortalecimento muscular periférico e 10</p><p>minutos de desaquecimento com alongamentos. Resultados: 4 voluntárias par-</p><p>ticiparam do estudo. Não foram observadas modificações significativas entre os</p><p>grupos estudados, assim como não houve correlação com os fatores de risco ou a</p><p>menor frequência de treinamento entre os participantes. Conclusão: O protocolo</p><p>empregado não influenciou na função pulmonar dos sujeitos estudados.</p><p>Palavras-chave: treinamento físico, função pulmonar, sujeitos saudáveis.</p><p>Abstract</p><p>Introduction: The relationship between physical activity and health is well</p><p>established. During the execution of the exercise, the answer to the training of</p><p>the respiratory muscles is similar to the skeletal muscles and these can be trained</p><p>to improve their strength and endurance. The inadequate performance of the res-</p><p>piratory muscles contributes to physical limitation and development of disease.</p><p>Objective: The objective of this study was to evaluate the changes in lung func-</p><p>tion by use of aerobic training in healthy subjects. Methodology: The evaluation</p><p>was followed by: questionnaire evaluation of respiratory signs and symptoms and</p><p>clinical. Evaluation of respiratory muscle strength and measurement of minute</p><p>volume and tidal volume. The training protocol consisted of 10 minutes of heating</p><p>40 minutes of aerobic training and peripheral muscle strengthening and 10-minute</p><p>cool-down with stretching. Results: 4 volunteers participated in the study. signi-</p><p>ficant changes between groups were observed, and there was no correlation with</p><p>risk factors or the lower frequency of training among participants. Conclusion:</p><p>The protocol used showed no effect on lung function of the subjects studied.</p><p>Keywords: physical training, lung function, health subjects.</p><p>1. Discente da Universidade Castelo Branco, Rio</p><p>de Janeiro, Brasil</p><p>2. Docente da Universidade Castelo Branco, Rio</p><p>de Janeiro, Brasil</p><p>3. Pesquisador associado do Laboratório de Ins-</p><p>trumentação Biomédica da UERJ. Docente da</p><p>Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro,</p><p>Brasil</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>E-mail: paulamorisco@hotmail.com</p><p>Recebido para publicação em 06/08/2016 e acei-</p><p>to em 29/09/2016, após revisão.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>204</p><p>Introdução</p><p>Quase a metade dos adultos (46%) no Brasil são seden-</p><p>tários, segundo Pesquisa Nacional de Saúde. O levantamento</p><p>foi feito em 2013, pelo IBGE, e aponta que cerca de 67,2</p><p>milhões de pessoas não faziam exercício físico no momento</p><p>da pesquisa1,2.</p><p>A prática regular da atividade física aeróbica é a tera-</p><p>pia de menor custo para promoção da saúde e prevenção de</p><p>doenças3. A relação entre atividade física e saúde está bem</p><p>estabelecida, os exercícios físicos associam-se a um estilo de</p><p>vida saudável e aumento da expectativa de vida e, cada vez</p><p>mais, mostram indícios de efeitos benéficos à saúde3.</p><p>Atualmente, campanhas de combate ao sedentarismo re-</p><p>comendam a prática de trinta minutos de atividades físicas na</p><p>maioria dos dias da semana envolvendo os grandes grupos</p><p>musculares, podendo ser feita de forma contínua ou fracionada.</p><p>Manter alguma atividade física é melhor do que a inatividade4.</p><p>Durante a execução do exercício físico, as variáveis car-</p><p>diorrespiratórias modificam-se com a finalidade de aumentar</p><p>o transporte de oxigênio e nutrientes aos músculos em ativi-</p><p>dade contrátil, para manter ao longo do tempo, a formação</p><p>de ATP e/ou restaurar as suas reservas que foram consumi-</p><p>das durante as fases de contração anaeróbia. A resposta ao</p><p>treinamento da musculatura respiratória é semelhante à dos</p><p>músculos esqueléticos. Convencionalmente, três grupos de</p><p>músculos têm sido relacionados com a função respiratória:</p><p>diafragma, músculos do gradil costal (incluindo os músculos</p><p>intercostais e acessórios) e músculos abdominais5,6.</p><p>Os músculos respiratórios são músculos esqueléticos e,</p><p>como tal, são morfologicamente e funcionalmente semelhantes</p><p>a outros músculos esqueléticos do corpo como, por exemplo, os</p><p>músculos do aparelho locomotor e, portanto, podem sofrer defi-</p><p>ciências e alterações semelhantes a qualquer músculo esqueléti-</p><p>co enfraquecido. Os músculos respiratórios podem ser treinados</p><p>a fim de melhorarem a sua força e endurance, pois são sensíveis</p><p>a um programa de treinamento físico adequado7.</p><p>Leith et al7 constataram um ganho de força muscular</p><p>inspiratória e expiratória após um programa</p><p>de treinamento</p><p>muscular respiratório por um período de seis semanas em</p><p>indivíduos sadios. Segundo Celli8 e Gastaldi9, o compro-</p><p>metimento da força muscular inspiratória leva a uma dimi-</p><p>nuição do volume pulmonar inspirado e a uma diminuição</p><p>de volume, associada ao comprometimento da musculatura</p><p>expiratória, acarreta a diminuição do fluxo expiratório. O de-</p><p>sempenho dos músculos respiratórios enfraquecido contribui</p><p>para o desenvolvimento da deficiência respiratória ou para a</p><p>limitação do exercício físico nos pacientes10.</p><p>Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as modifica-</p><p>ções de função pulmonar mediante emprego de treinamento</p><p>aeróbico em indivíduos saudáveis.</p><p>Metodologia</p><p>Trata-se de um estudo experimental não controlado,</p><p>realizado em alunos da academia da Universidade Castelo</p><p>Branco, Realengo, RJ.</p><p>A avaliação seguiu-se de: questionário avaliação de si-</p><p>nais e sintomas respiratórios e clínico. A força muscular res-</p><p>piratória foi verificada pelo manovacuômetro (Globalmed,</p><p>Analógico M120), por meio das medidas de Pimáx e Pemáx.</p><p>Essas medidas de pressões permitem realizar uma avaliação</p><p>simples, rápida e reproduzível da força muscular respiratória,</p><p>sendo influenciada pelo sexo, idade e volumes pulmonares11.</p><p>Durante a avaliação os voluntários permaneceram senta-</p><p>dos, com o tronco no ângulo de 90º em relação aos membros</p><p>inferiores, com clipe nasal e peça bucal. Para medir a PImáx</p><p>foi solicitada expiração em nível de Volume Residual (VR),</p><p>seguida de uma inspiração rápida e forte em nível da Capaci-</p><p>dade Pulmonar Total (CPT) sustentada por um segundo, com</p><p>estímulo verbal do examinador. Para a medição da Pemáx</p><p>foi solicitada inspiração máxima em nível da CPT seguida</p><p>de uma expiração máxima até o nível do VR, mantendo-a</p><p>por um segundo, com estímulo verbal do examinador. Fo-</p><p>ram efetuadas cinco manobras máximas, com intervalo de</p><p>um minuto de descanso e, posteriormente, selecionadas três</p><p>manobras aceitáveis e reprodutíveis, sendo registrado o va-</p><p>lor mais alto e comparado ao valor predito pela equação de</p><p>Gonçalves et al12 de acordo com idade e sexo.</p><p>Para medição do Volume Minuto (VM), foi realizada</p><p>a ventilometria, com o aparelho da marca (Inspire Wright®</p><p>MK8), com uso de uma máscara facial, onde foi acoplado</p><p>o ventilômetro a máscara, foi solicitado que a mesma respi-</p><p>rasse tranquilamente durante um minuto e desta forma ob-</p><p>teve o VM. O Volume Corrente (VC) foi obtido, solicitando</p><p>a paciente que realizasse uma inspiração seguida de expira-</p><p>ção não forçada. Tanto para medição do VM e VC, foram</p><p>efetuadas três manobras, posteriormente, selecionada uma</p><p>manobra aceitável13.</p><p>Após avaliação inicial, os participantes do estudo foram</p><p>submetidos a 10 minutos de aquecimento, seguidos de 40 mi-</p><p>nutos de treinamento aeróbico e de fortalecimento muscular pe-</p><p>riférico, finalizando com 10 minutos de desaquecimento com</p><p>alongamentos. Todas as atividades foram supervisionadas por</p><p>um profissional de Educação Física devidamente capacitado.</p><p>O presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética</p><p>em Pesquisa da UCB. Está em acordo com os princípios éti-</p><p>cos descritos na Resolução do Conselho Nacional de Saúde</p><p>n.º 466/2012, para pesquisa com seres humanos. Todos os</p><p>voluntários envolvidos no estudo receberão os devidos es-</p><p>clarecimentos e assinarão Termo de Consentimento Livre e</p><p>Esclarecido. Os resultados serão apresentados como média e</p><p>desvio padrão e valores percentuais.</p><p>Resultados</p><p>O estudo obteve a participação de 4 voluntárias. Na tabe-</p><p>la 1 estão dispostos os parâmetros biométricos, sinais vitais</p><p>e avaliação de ventilometria pré e pós protocolo dos sujeitos</p><p>estudados. E na tabela 2, os resultados de pressões máximas</p><p>respiratórias. Não foram observadas modificações signifi-</p><p>cativas entre os grupos estudados, assim como não houve</p><p>correlação com os fatores de risco ou a menor frequência de</p><p>treinamento entre os participantes.</p><p>Discussão</p><p>A influência do treinamento aeróbico na força muscu-</p><p>lar respiratória e periférica é um dado muito discutido na</p><p>literatura. Na análise de Leith & Bradley 14, 4 indivíduos</p><p>205</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Tabela 1: Parâmetros biométricos, sinais vitais e avaliação</p><p>de ventilometria pré e pós protocolo dos sujeitos estudados</p><p>IMC � Índice de Massa Corporal. FC- Frequência Cardíaca. FR- Frequência Respirató-</p><p>ria. PA- Pressão Arterial. SpO2 � Saturação Periférica de Oxigênio.</p><p>Tabela 2: Resultados de pressões máximas respiratórias.</p><p>Pimáx � Pressão Inspiratória Máxima. Pemáx- Pressão Expiratória Máxima.</p><p>saudáveis foram submetidos a 5 semanas de treinamento de</p><p>força muscular respiratória e os autores observaram aumento</p><p>de 55% nas pressões respiratórias máximas inspiratórias e</p><p>expiratórias. Resultando semelhante ao descrito por outros</p><p>autores em sujeitos saudáveis e doentes15,16,17.</p><p>Associando o treinamento respiratório ao de musculatu-</p><p>ra periférica, Sampaio et al.18, observaram melhores resulta-</p><p>dos para de força muscular respiratória para o grupo experi-</p><p>mental quando comparados ao controle.</p><p>Resultado contrário foi descrito por Suzuki et al.19, onde</p><p>os autores não observaram diferença significativa na Pimáx e</p><p>Pemáx após o protocolo de treinamento muscular, tanto para</p><p>o grupo controle quanto para o grupo intervenção.</p><p>Zanoni et al.20, classificaram os indivíduos estudados em</p><p>tabagistas e não tabagistas, empregando em ambos os grupos</p><p>um protocolo de treinamento aeróbico de diário por 18 encon-</p><p>tros e observaram que, mesmo os tabagistas, foram capazes de</p><p>se beneficiarem pelo treinamento; obtendo resposta de aumento</p><p>de força muscular respiratória, periférica e melhora do desem-</p><p>penho físico avaliado pelo teste de caminhada de seis minutos.</p><p>Gonçalves et al.21 e Santos et al.22 mostraram em seus</p><p>estudos que a prática de atividade física pode ser considera-</p><p>da um fator preventivo significativo relacionado ao declínio</p><p>funcional da musculatura respiratória, uma vez que o grupo</p><p>das praticantes de atividade física apresentaram um aumen-</p><p>to significativo nas pressões respiratórias máximas quando</p><p>comparadas aos que não praticavam atividade física. Junta-</p><p>mente a estas informações, o estudo de Cader et al.23 mostra</p><p>que além do aumento das pressões respiratórias máximas</p><p>houve uma melhora na qualidade de vida das voluntárias o</p><p>que foi descrito como uma relação direta.</p><p>No nosso estudo, entretanto, não observamos modifi-</p><p>cações de força muscular respiratória e volumes pulmona-</p><p>res medidos através da manovacuometria e ventilometria,</p><p>respectivamente. É possível creditar nossos achados a uma</p><p>frequência não satisfatória de treino, período de treinamento</p><p>ou sobrecarga ao sistema insuficiente para gerar uma</p><p>resposta aos músculos e volumes respiratórios. A ausência</p><p>de um treinamento muscular respiratório em nosso protoco-</p><p>lo pode também contribuído para a ausência de melhora da</p><p>endurance dos músculos respiratórios. Todavia, avaliamos</p><p>nossos resultados preliminares como indispensáveis para a</p><p>reformulação de um novo protocolo que posso trazer infor-</p><p>mações mais claras a respeito da proposta de análise.</p><p>Conclusão</p><p>O protocolo empregado não influenciou na função pul-</p><p>monar dos sujeitos estudados. Considerando o mesmo como</p><p>estudo piloto e parte integrante de nossa linha de pesquisa,</p><p>idealizamos o seu amadurecimento e continuidade para me-</p><p>lhor esclarecermos nossos achados e assim complementar o</p><p>conhecimento científico da área.</p><p>Referências</p><p>1. PNS. Pesquisa Nacional de Saúde. 2013. Acesso em 05 de julho de 2016: http://www.</p><p>ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013</p><p>2. IBGE. Instituto brasileiro de geogra! a estatística (2008). Acesso em 05, julho de 2016:</p><p>http://saladeimprensa.ibge.gov.br/.</p><p>3. Moreno, M.A.; Catai, A.M.; Teodori, R.M.; Borges, B.L.A; Zuttin, R.S; Silva,E. 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Quantas</p><p>medidas de pressões respiratórias são necessárias para se obterem medidas máximas em</p><p>pacientes com tetraplegia? Coluna/Columna, v. 8, p. 1-6.</p><p>10. Pardy, R. L.; Reid, D. W.; Belman, M. J.(1998). Respiratory muscle training. Clin. Chest</p><p>Med., \.9, p.287-96.</p><p>11. Neder, J. A., Andreoni. S., Lerario, M. C., Nery, L. E. (1999) Reference values for lung</p><p>function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med</p><p>Biol Res. 32(6);719-27</p><p>12. Gonçalves, H.A., Costa, D., Lima, L.P., Ilke, D., Cancelleiro, K.M., Montebelo, M.I.L.</p><p>(2010). �Novos valores de referência para pressões respiratórias máximas na população</p><p>brasileira. � J. Bras Pneumol. 2010; 36 (3): 306-312.</p><p>13. Paisani, D.; Chiavegato, L. (2005) Volumes, capacidades pulmonares e força muscular res-</p><p>piratória no pós-operatório de gastroplastia. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo</p><p>(SP), abr. 31 (2)</p><p>14. Leith, DE & Bradley, M (1976). Ventilatory muscle strength and endurance training.</p><p>Journal of Applied Physiology, v.41, p. 508-516.</p><p>15. Inbar, O. et al. (2000) Speci! c inspiratory muscle training in well-trained endurance ath-</p><p>letes. Med. Sei. Sports. Exere. 32: 1233-1237.</p><p>16. Rodrigues, C.P.; Costa, N.S.T.; Alves,L.A.; Gonçalves, C.G. (2010.). Efeito do treina-</p><p>mento muscular respiratório em pacientes submetidos à colecistectomia. Semina: Ciên-</p><p>cias Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 31, n. 2, p. 137-142, Jul/Dez. 2010</p><p>17. Lima, GL; Marques, K; Sá, PM. (2016). Fisioterapia respiratória na paraparesia espástica</p><p>tropical decorrente de HLTV1. Fisioterapia Ser. 11(2).</p><p>18. Sampaio, L.M.M.; Jamami, M.; Pires,V.A.; Silva, A.B.; Costa, D. (2002). Força muscular</p><p>respiratória em pacientes asmáticos submetidos ao treinamento muscular respiratório e</p><p>treinamento físico. Ver. Fisioter. Univ. São Paulo, v.9, n.2, p.43-8, jul./dez.</p><p>19. Suzuki. et al. (1995), Expiratory muscle training and sensation of respiratory during exer-</p><p>cise in normal subjects. Thorax, v.50, p.366-370.</p><p>20. Zanoni, C.T; Rodrigues, C..M.; Mariano, D.; Suzan, A.B.M.; Boaventura, L.C. (2002).</p><p>Efeitos do treinamento muscular inspiratório em universitários tabagistas e não tabagis-</p><p>tas. Fisioter Pesq. 2012;19(2):147-52</p><p>21. Gonçalves, M.P.; Tomaz, C.A.B.; Cassiminho, A.L.F.; Dutra, M.F. Avaliação da força</p><p>muscular inspiratória e expiratória em idosas praticantes de atividade física e sedentárias.</p><p>R. bras. Ci e Mov. 2006; 14(1): 37-44.</p><p>22. Santos, T.C; Travensolo, C.F (2011). Comparação da força muscular respiratória entre</p><p>idosos sedentáriose ativos: estudo transversal. Revista Kairós Gerontologia, 14(6). ISSN</p><p>2176-901X. São Paulo (SP), Brasil, dezembro 2011: 107-121.</p><p>23. Cader, S.; Vale, R.G.S; Monteiro, N.; Pereira, F.F.; Dantas, E.H.M (2006).Comparação</p><p>da Pimáx e da qualidade de vida entre idosas sedentárias, asiladas e praticantes de hidro-</p><p>ginástica. Fitness & Performance Journal, v.5, nº 2, p. 101-108.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>206</p><p>Artigo Original</p><p>Percepções pessoais da protetização e o impacto</p><p>na qualidade de vida e na independência funcional</p><p>de pacientes com amputação transfemural unilateral</p><p>Personal perceptions of the prosthetization and the impact</p><p>on the life quality and on the functional independency of patients</p><p>with unilateral amputation transfemoral</p><p>Angelina Maria dos Santos Oeby1, Rebeca Andrade de Freitas2,</p><p>Monique Opuszcka Campos3, Leandro Dias de Araujo4</p><p>Resumo</p><p>Objetivo: Verificar mudanças nas percepções pessoais, qualidade de vida e in-</p><p>dependência funcional diante da amputação e protetização em pacientes com ampu-</p><p>tação transfemural unilateral. Metodologia: Estudo transversal com 14 voluntários:</p><p>08 amputados e 06 protetizados, elegíveis na AFR, de diversas etiologias de ampu-</p><p>tação. Para análise qualitativa foram utilizadas fichas de identificação e entrevistas</p><p>semiestruturadas. Analisados os conteúdos, foi realizada análise categorial das trans-</p><p>crições. As análises quantitativas foram realizadas com questionário de qualidade de</p><p>vida SF-36 (8 domínios - 0 a 100 pontos), e questionário de independência funcional</p><p>� MIF (18 tarefas - 18 a 126 pontos). Resultados: No grupo de amputados (65,3 ±</p><p>5,7 anos) 75% eram mulheres e no grupo de protetizados (62,0 ± 6,7 anos) 66,7%</p><p>eram homens. Nas entrevistas semiestruturadas encontramos 8 núcleos centrais e</p><p>diversos sistemas periféricos. A avaliação de qualidade de vida não obteve nenhum</p><p>valor relevante, apresentando significativa diferença apenas em aspectos sociais (P</p><p>= 0,046). A avaliação de independência funcional não mostrou diferenças impactan-</p><p>tes. Conclusão: Na pesquisa qualitativa identificamos que a protetização promoveu</p><p>melhora da perspectiva de vida, resgate da imagem corporal e felicidade. Os ins-</p><p>trumentos de avaliação SF-36 e MIF não mostraram nenhum impacto relevante da</p><p>protetização em comparação dos grupos.</p><p>Palavras-chave: fisioterapia, amputação e qualidade de vida.</p><p>Abstract</p><p>Objective: To verify the changes on the personal perceptions, life quality and</p><p>functional independency with the amputation and prosthetization in patients with uni-</p><p>lateral amputation transfemoral. Methodology: Transversal study with 14 volunteers:</p><p>08 amputated and 06 prosthetized, eligible at AFR, with various etiologies of ampu-</p><p>tation. To qualitative analysis were used records of identification and semi structu-</p><p>red interviews. After analyzing the contents, was realized a categorical analysis of the</p><p>transcriptions. The quantitative analyses were done with a quiz of life quality SF-36 (8</p><p>areas � 0 to 100 points), and a quiz of functional independency � MIF (18 tasks � 18 to</p><p>126 points). Results: In a group of amputated (65,3 ± 5,7 years) 75% were women and</p><p>in the group of prosthetized (62,0 ± 6,7 years) 66,7% were men. In the semi structured</p><p>interviews were found 8 central cores and several peripheral systems. The evaluation</p><p>of life quality didn�t have none relevant value, showing a significant difference only on</p><p>social aspects (P = 0,046). The evaluation of functional independency didn�t present</p><p>impacting differences. Conclusion: On the qualitative research was identified that the</p><p>prosthetization brought an improvement in the life perspective, rescue of the corporal</p><p>image and happiness. The evaluation resources SF-36 and MIF didn�t show none rele-</p><p>vant impact of the prosthetization in compared groups.</p><p>Keywords: physiotherapy, amputation, life quality.</p><p>1. Fisioterapeuta</p><p>2. Pós-Graduada em Gerontologia</p><p>3. Docente do Curso de Fisioterapia da Universi-</p><p>dade Salgado de Oliveira, Mestre em Ciências</p><p>do Exercício e do Esporte,</p><p>4. Docente do Curso de Fisioterapia da Univer-</p><p>sidade Salgado de Oliveira e Universidade</p><p>Castelo Branco, Mestre em Ensino na Saúde.</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>E-mail: angelinaoeby@hotmail.com</p><p>Recebido para publicação em 24/10/2016 e acei-</p><p>to em 05/12/2016, após revisão.</p><p>207</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Introdução</p><p>O conceito de amputação sofreu grandes mudanças com</p><p>o passar dos anos. Visto antigamente como último recurso,</p><p>e sendo sinônimo de derrota, hoje passa a ter como aliada a</p><p>funcionalidade1-5. Definimos como amputação a retirada par-</p><p>cial ou total de parte do corpo, para tratamento de algumas</p><p>doenças ou reparações traumáticas6-8. No Brasil não há esta-</p><p>tística precisa</p><p>in pulmonary,</p><p>postural and psychosocial changes observed in asthma</p><p>Keila Soares da Silva1, Anna Victória Ribeiro Porras2, Charles da Cunha Costa3,</p><p>Rondinele de Jesus Barros4, Alba Barros Souza Fernandes5</p><p>Resumo</p><p>Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica, associada à hiperres-</p><p>ponsividade das vias aéreas e episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão</p><p>torácica e tosse. Em função do recrutamento excessivo da musculatura acessória</p><p>da respiração, indivíduos asmáticos podem apresentar alterações posturais, além</p><p>do comprometimento pulmonar. Portanto, o objetivo desse estudo foi analisar os</p><p>efeitos de exercícios do Método Pilates na função pulmonar e nas alterações postu-</p><p>rais e psicossociais na asma. Metodologia: Voluntários com asma foram avaliados</p><p>com relação à força muscular respiratória, pico de fluxo expiratório, mobilidade</p><p>torácica, tolerância ao exercício, alterações posturais e qualidade de vida antes</p><p>e após serem submetidos a um protocolo de tratamento com o Método Pilates.</p><p>Resultados: O Método Pilates foi eficaz em aumentar a pressão expiratória máxi-</p><p>ma em 23,38% (p = 0,02) e a distância percorrida em seis minutos em 13,20% (p</p><p>= 0,00), além de influenciar a qualidade de vida nos domínios global (p = 0,02),</p><p>sintomas (p = 0,01) e limitação de atividade (p < 0,00). Conclusões: O Método</p><p>Pilates aumentou a força dos músculos expiratórios e a tolerância ao exercício em</p><p>asmáticos, além de melhorar a qualidade de vida.</p><p>Palavras-chave: asma, pilates, fisioterapia.</p><p>Abstract</p><p>Introduction: Asthma is a chronic inflammatory disease associated with ai-</p><p>rway hyperresponsiveness and recurrent episodes of wheezing, breathlessness,</p><p>chest tightness and coughing. The excessive accessory muscles of respiration</p><p>recruitment leads to postural changes, in addition to lung function impairment.</p><p>Therefore, the aim of this study was to analyze the effects of Pilates exercises on</p><p>lung function and the postural and psychosocial changes in asthma. Methodology:</p><p>Volunteers with asthma were evaluated for respiratory muscle strength, peak expi-</p><p>ratory flow, thoracic mobility, exercise tolerance, postural changes and quality of</p><p>life before and after undergoing a treatment protocol with the Pilates Method. Re-</p><p>sults: The Pilates Method was effective in increasing maximal expiratory pressure</p><p>in 23.88% (p = 0.02) and the six minutes distance walked in 13.26% (p = 0.00),</p><p>besides influencing in domains global (p = 0.02), symptoms (p = 0.01) and limita-</p><p>tion of activity (p < 0.00). Conclusions: The Pilates Method increased the strength</p><p>of the expiratory muscles and exercise tolerance in asthmatic, besides favoring the</p><p>improvement in quality of life.</p><p>Keywords: asthma, pilates, physiotherapy.</p><p>1. Fisioterapeuta, Graduada pelo Centro Univer-</p><p>sitário Serra dos Órgãos - UNIFESO, Teresó-</p><p>polis, RJ, Brasil.</p><p>2. Discente do Curso de Graduação em Fisiote-</p><p>rapia do UNIFESO.</p><p>3. Fisioterapeuta, Graduado pelo UNIFESO.</p><p>4. Fisioterapeuta, Especialista em Fisiologia do</p><p>Exercício, Docente do Curso de Graduação</p><p>em Fisioterapia do UNIFESO.</p><p>5. Fisioterapeuta, Doutora em Ciências, Docen-</p><p>te do Curso de Graduação em Fisioterapia do</p><p>UNIFESO.</p><p>Endereço para correspondência: Alba Barros</p><p>Souza Fernandes � Clínica-Escola de Fisiote-</p><p>rapia � Centro de Ciências da Saúde � Cen-</p><p>tro Universitário Serra dos Órgãos � Estrada</p><p>Wenceslau José de Medeiros, 1045, Prata �</p><p>CEP 25976-345 � Teresópolis, RJ � Brasil �</p><p>Telefone: (21) 2743-5311</p><p>E-mail: alba.fernandes@gmail.com</p><p>Recebido para publicação em 26/08/2016 e acei-</p><p>to em 30/09/2016, após revisão.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>184</p><p>Introdução</p><p>A asma é uma doença inflamatória crônica, que está</p><p>associada à hiperresponsividade das vias aéreas, levando a</p><p>episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica</p><p>e tosse, principalmente à noite ou pela manhã ao despertar.</p><p>Esses episódios são uma consequência da obstrução variá-</p><p>vel ao fluxo aéreo, que pode ser reversível espontaneamen-</p><p>te ou com tratamento. As exacerbações são decorrentes da</p><p>interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e</p><p>irritantes, além de outros fatores que contribuem para o de-</p><p>senvolvimento e manutenção dos sintomas1.</p><p>Indivíduos asmáticos apresentam consideráveis res-</p><p>trições físicas, que quando não controladas devidamente,</p><p>geram limitações nas atividades de vida diária e atividades</p><p>de lazer, além de também apresentarem alterações sociais e</p><p>emocionais2,3. Segundo Marcelino4, a hiperinsuflação oca-</p><p>sionada pelo aumento da resistência das vias aéreas altera a</p><p>posição dos músculos respiratórios, incluindo o diafragma,</p><p>diminuindo a sua eficiência mecânica.</p><p>Além disso, é comum pacientes com asma desenvolve-</p><p>rem alguns tipos de alterações posturais, devido ao compro-</p><p>metimento da mecânica respiratória. Os episódios de crises,</p><p>o aumento do volume residual e o uso excessivo da muscu-</p><p>latura acessória da respiração contribuem para uma restrição</p><p>na mobilidade do tórax e podem causar assimetrias, proble-</p><p>mas musculoesqueléticos e movimentos compensatórios5,6,3.</p><p>Além das alterações posturais, pacientes com doença</p><p>respiratória crônica tendem a apresentar menor tolerância ao</p><p>exercício físico em função de diversos fatores, incluindo difi-</p><p>culdade respiratória, restrição a atividades ou mesmo falta de</p><p>atividades fisicomotoras7. Essas limitações levam ao descon-</p><p>dicionamento do sistema cardiorrespiratório, gerando dimi-</p><p>nuição da força muscular de membros superiores e inferiores2.</p><p>O Método Pilates vem se destacando como importante</p><p>ferramenta, principalmente nas correções de alterações pos-</p><p>turais, pois tem a função de fortalecer, alongar e melhorar a</p><p>postura. Os diferentes tipos de exercícios realizados no Pila-</p><p>tes possibilitam a melhora do condicionamento cardiorrespi-</p><p>ratório e muscular. Além disso, a prática do Pilates apresenta</p><p>um diferencial em relação às outras atividades físicas, pois</p><p>uma de suas importantes características é o controle da res-</p><p>piração, que enfatiza a importância de manter os níveis de</p><p>oxigenação da circulação sanguínea8.</p><p>Nesse contexto, o Pilates, em virtude do fortalecimento</p><p>do centro corporal e pelo alongamento da musculatura da re-</p><p>gião torácica e da musculatura acessória da respiração9, pode</p><p>ser eficaz na asma, visando à correção das alterações pos-</p><p>turais e, consequentemente, a melhora da função pulmonar.</p><p>Metodologia</p><p>O presente estudo foi realizado no setor de Pilates da</p><p>Clínica-Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Ser-</p><p>ra dos Órgãos (UNIFESO). Foram incluídos indivíduos com</p><p>diagnóstico clínico de asma, de ambos os sexos, independen-</p><p>temente do estágio da doença, clinicamente estáveis. Foram</p><p>excluídos indivíduos com incapacidade cognitiva, que impos-</p><p>sibilitasse a compreensão/realização das avaliações, com limi-</p><p>tação da amplitude de movimento da articulação de ombro e</p><p>de joelhos; voluntários obesos; com história de infecções res-</p><p>piratórias em um período inferior a 30 dias, cirurgias recentes</p><p>e indivíduos acima de 60 anos. O protocolo de pesquisa estava</p><p>em consonância com a Resolução 466/12 e foi encaminhado</p><p>ao Comitê de Ética e Pesquisa do UNIFESO � CEPq, via Pla-</p><p>taforma Brasil, e aprovado em 03/07/2014 sob o parecer de</p><p>número 712.954. Todos os integrantes da pesquisa assinaram</p><p>o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.</p><p>Os sinais vitais, incluindo ausculta pulmonar (AP), pres-</p><p>são arterial (PA), frequência cardíaca (FC), frequência respi-</p><p>ratória (FR) e saturação periférica de oxigênio (SpO</p><p>2</p><p>) foram</p><p>verificados anteriormente e posteriormente à intervenção,</p><p>com os participantes respirando em ar ambiente e em repou-</p><p>so. Também foram observados os níveis de fadiga e dispneia,</p><p>através da Escala Subjetiva de Borg.</p><p>A avaliação da força da musculatura respiratória foi</p><p>obtida por meio das medidas de pressão inspiratória máxi-</p><p>ma (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx)10. Três</p><p>medidas de cada uma das pressões foram executadas com</p><p>um manovacuômetro, sendo considerado para o estudo</p><p>sobre o número de amputados, mas acredita-se</p><p>que as amputações de membros inferiores são aproximada-</p><p>mente 85% do total geral8-10. A causa mais comum de am-</p><p>putações de membro inferior são as doneças vasculares em</p><p>pacientes idosos6,7,9.</p><p>A amputação do membro inferior pode acontecer em vá-</p><p>rios níveis, sendo a amputação transfemural aquela realizada</p><p>entre a desarticulação de joelho e a de quadril, que se apre-</p><p>senta em três níveis: amputação em terço proximal, médio e</p><p>distal5. A altura da amputação se baseia em devolver a fun-</p><p>cionalidade do membro afetado1,6,9.</p><p>A protetização precisa ser vista como alternativa para</p><p>melhora da qualidade de vida do paciente, criando novas</p><p>perspectivas de funcionalidade para a região acometida4,5,9.</p><p>Para pacientes com amputação transfemural pode-se utilizar</p><p>próteses convencionais ou modulares, sendo as modulares</p><p>ou endoesqueléticas aquelas que possuem a conexão entre</p><p>encaixe e pé feita por meio de tubos e componentes modula-</p><p>res, com acabamento final em espuma cosmética. Permitem</p><p>troca rápida de componentes, sendo consideradas superiores</p><p>às convencionais quanto à funcionalidade e estética5.</p><p>A amputação traz impactos progressivos para o paciente,</p><p>sua família e a comunidade onde vive, levando ao isolamen-</p><p>to social, problemas de autoestima, autoimagem e depen-</p><p>dência, conflitos econômicos pela perda do trabalho e até o</p><p>medo da morte, causados por grandes mudanças estéticas e</p><p>impactos diretos na qualidade de vida8,10.</p><p>Quando a pessoa do amputado demonstra autonomia nas</p><p>atividades de vida diária, a visão da sociedade muda seu olhar</p><p>sobre ele significativamente, já que se tem o conceito de incapa-</p><p>cidade física associado à dependência7. Observou-se que as ati-</p><p>vidades de maior facilidade são as relacionadas à alimentação,</p><p>higiene e vestuário, enquanto que transferências, uso de escadas</p><p>e deambulação são as mais difíceis, por dependerem do apoio</p><p>bípede ou da marcha5,7. Numa nova visão, o paciente amputa-</p><p>do inicia um processo de enfrentamento dessa nova condição e</p><p>tem sua autonomia resgatada10. A devolução de uma imagem</p><p>corporal normal poderá trazer a este paciente maior confiança,</p><p>melhor recuperação e melhor desenvolvimento de habilidades,</p><p>através do uso de próteses adequadas5,8,10.</p><p>Precisamos entender o processo de metamorfose de iden-</p><p>tidade do paciente amputado que dá um sentido de emanci-</p><p>pação à sua amputação, se libertando dos preconceitos para</p><p>agir de forma mais criativa e com autonomia em sua vida5,11.</p><p>O ser humano precisa ser visto como um ser em constantes</p><p>mutações, onde indivíduo e sociedade se constituem de for-</p><p>ma recíproca, através de um processo não linear em que os</p><p>fenômenos são analisados em seus movimentos recíprocos e</p><p>de contínua interação11.</p><p>Se em todo este processo o indivíduo sofre uma amputa-</p><p>ção, sua metamorfose será significativamente afetada, trans-</p><p>formando o sentido de sua vida e de seus projetos de vida. O</p><p>que não se pode admitir é que este novo sentido de vida seja</p><p>sempre encarado como algo negativo, estereotipado e estig-</p><p>matizante. Com os avanços tecnológicos e científicos, uma</p><p>pessoa amputada poderá seguir sua existência com qualida-</p><p>de de vida7. A metamorfose poderá ocorrer como superação,</p><p>quando o indivíduo se desprende dos estigmas e preconcei-</p><p>tos impostos pela sociedade, sendo expressão de autentici-</p><p>dade, autodeterminação e autorreflexão. A criação de novos</p><p>significados e sentidos sempre será possível, criando novas</p><p>formas de ação frente à amputação. Podem surgir novos pro-</p><p>jetos de vida, com qualidade, autonomia e independência,</p><p>longe dos estigmas sociais11.</p><p>O objetivo desse estudo foi verificar as mudanças acerca</p><p>das percepções pessoais, qualidade de vida e independência</p><p>funcional diante do impacto da amputação e da protetização</p><p>em pacientes com amputação transfemural unilateral.</p><p>Metodologia</p><p>Participaram deste estudo 14 (quatorze) voluntários, sen-</p><p>do 08 (oito) voluntários com amputação transfemural unilate-</p><p>ral (Grupo de Amputados (GA) � 65,3 ± 5,7 anos) e 06 (seis)</p><p>voluntários com protetização transfemural unilateral (Grupo</p><p>de Protetizados (GP) � 62,0 ± 6,7 anos). Não foi observada</p><p>diferença significativa entre as idades dos grupos (P = 0,401).</p><p>O estudo foi conduzido na Associação Fluminense de Reabi-</p><p>litação (AFR). Os critérios de inclusão para participação neste</p><p>estudo foram: Voluntários com amputação transfemural unila-</p><p>teral; Voluntários com prótese transfemural unilateral; ambos</p><p>os sexos; com idade entre 40 e 75 anos; de diversas etiologias</p><p>de amputação (Diabetes, Trauma, Câncer, e outros problemas</p><p>Vasculares). Os critérios de exclusão para participação nes-</p><p>te estudo foram: Voluntários com instabilidade nas variáveis</p><p>hemodinâmicas (Frequência Cardíaca e Pressão Arterial); Vo-</p><p>luntários amputados e voluntários protetizados que possuíam</p><p>sequelas de outras enfermidades associadas.</p><p>O estudo apresentou um delineamento transversal e foi</p><p>constituído de uma única visita para a investigação das vari-</p><p>áveis. Todos os voluntários assinaram o Termo de Consen-</p><p>timento Livre e Esclarecido, e a Autorização para Registro</p><p>Fotográfico e/ou Filmagem, e logo após responderam as</p><p>questões das Fichas de Identificação, e as Entrevistas Se-</p><p>miestruturadas, que foram gravadas por um aparelho de gra-</p><p>vação de voz da marca Samsung, modelo Galaxy Gran Duos</p><p>Prime. Após tais procedimentos, responderam aos Questio-</p><p>nários de Qualidade de Vida SF-36 e ao Questionário de Me-</p><p>dida de Independência Funcional � MIF.</p><p>Ficha de Identi! cação</p><p>Os voluntários responderam a uma Ficha de Identifica-</p><p>ção, de acordo com o grupo em que cada um se encontra-</p><p>va, onde foram registrados os dados pessoais, como data da</p><p>aplicação da entrevista, nome completo, data de nascimen-</p><p>to, idade, sexo, endereço completo, telefone fixo e celular,</p><p>estado civil, se tem filhos, com quem reside, escolaridade,</p><p>profissão, se aposentado e há quanto tempo, se exerce hoje</p><p>algum tipo de trabalho, etiologia da amputação, data da am-</p><p>putação, dimidio e nível da amputação, tempo de amputação,</p><p>data de avaliação na instituição, data e tempo da protetização</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>208</p><p>(conforme o caso), se recebe algum tipo de apoio psicológi-</p><p>co e se frequenta algum grupo de apoio.</p><p>Entrevista Semiestruturada</p><p>Num segundo momento o grupo dos voluntários am-</p><p>putados respondeu a uma Entrevista Semiestruturada do</p><p>Paciente Amputado que constava de 03 (três) questões de-</p><p>flagradoras sobre sua percepção enquanto pessoa amputada,</p><p>onde a primeira questão indagava o que mudou na vida deste</p><p>paciente após a amputação. Na segunda questão como ele se</p><p>vê após a amputação, e na terceira questão, como ele pensa</p><p>que as outras pessoas o veem após a amputação.</p><p>O grupo de voluntários protetizados respondeu a Entre-</p><p>vista Semiestruturada do Paciente Protetizado que constava</p><p>de 03 (três) questões deflagradoras sobre sua percepção en-</p><p>quanto pessoa protetizada, onde a primeira questão indagava</p><p>o que mudou na vida deste paciente após a protetização. Na</p><p>segunda questão como ele se vê após a protetização, e na ter-</p><p>ceira questão, como ele pensa que as outras pessoas o veem</p><p>após a protetização.</p><p>Após a coleta de dados foi realizada a transcrição das fa-</p><p>las e sua pré-análise. O tratamento dos dados foi feito com a</p><p>análise de conteúdo que diz respeito a técnicas de pesquisa que</p><p>permitem tornar replicáveis e válidas inferências sobre dados</p><p>de um determinado contexto (Bardin, 1979). Segundo Minayo</p><p>(2010) a análise de conteúdo possui a mesma lógica das meto-</p><p>dologias quantitativas oscilando entre o rigor da suposta obje-</p><p>tividade dos números e a fecundidade da subjetividade.</p><p>Dentre as várias modalidades de análise de conteúdo,</p><p>utilizamos a análise categorial das transcrições. As falas fo-</p><p>ram categorizadas a partir da análise dos seus conteúdos com</p><p>relação aos objetivos propostos pela pesquisa, relacionando</p><p>percepção sobre deficiências e valores sócio-culturais, e a</p><p>definição dos temas se deu durante</p><p>a análise criteriosa das</p><p>entrevistas obedecendo as fases de descrição, inferência e</p><p>interpretação citada por Bardin (1979). Considerou-se como</p><p>critério de relevância central as respostas categorizadas de</p><p>forma mais frequentes e primeiramente evocadas � Catego-</p><p>rias Centrais (CC). As demais categorias foram analisadas</p><p>como sistemas periféricos de importância (SP), que dialo-</p><p>gam com as categorias centrais, complementando-as, ou</p><p>mesmo, trazendo ambiguidades.</p><p>Ao término das Entrevistas Semiestruturadas os volun-</p><p>tários responderam ao Questionário de Qualidade de Vida</p><p>SF-36 e ao Questionário de Medida de Independência Fun-</p><p>cional � MIF.</p><p>Questionário de Qualidade de Vida</p><p>Para realizar a avaliação da qualidade de vida pelo proto-</p><p>colo SF-36 foi inicialmente atribuída uma pontuação aos do-</p><p>mínios a qual consiste em transformar o valor das questões em</p><p>notas de 8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde</p><p>0 = pior e 100 = melhor para cada domínio. Esta pontuação é</p><p>chamada de �Raw Scale� porque o valor final não apresenta</p><p>nenhuma unidade de medida. O cálculo do �Raw Scale� dos</p><p>domínios é resultante da aplicação de uma fórmula que tem</p><p>seus parâmetros ajustados para cada domínio.</p><p>Questionário de Medida de Independência Funcional</p><p>Para avaliação da funcionalidade foi feita aplicação da</p><p>Medida de Independência Funcional (MIF), que avalia 18 ta-</p><p>refas, pontuadas de acordo com o grau de dependência, que</p><p>varia de 1 (dependência total) a 7 (independência total), sendo</p><p>que seu escore total mínimo é de 18 e o máximo de 126 pon-</p><p>tos. As tarefas são agrupadas em 6 dimensões: autocuidados,</p><p>controle de esfíncteres, transferências, locomoção, comunica-</p><p>ção e cognição social. O escore total da MIF, também conhe-</p><p>cido como MIF Total, pode ser dividido em duas subescalas: a</p><p>MIF motora (engloba as dimensões autocuidados, controle de</p><p>esfíncteres, transferências e locomoção), com pontuação de 13</p><p>a 91 pontos, e a MIF cognitiva (engloba as dimensões comuni-</p><p>cação e cognição social), que varia de 5 a 35 pontos.</p><p>Os dados desta pesquisa foram tratados de forma dis-</p><p>tinta, qualitativamente e quantitativamente, para conclusão</p><p>deste estudo. Os dados qualitativos foram analisados pelos</p><p>seus conteúdos, agrupados e categorizados, e os dados quan-</p><p>titativos analisados estatisticamente.</p><p>Resultados</p><p>Caracterização da amostra</p><p>Os dados dos voluntários referentes a gênero, estado ci-</p><p>vil, grau de escolaridade, situação profissional, etiologia da</p><p>amputação, dimidio e nível, constam da tabela 1. A maioria</p><p>dos voluntários do GA, totalizando 75%, eram mulheres,</p><p>sendo 37,5% de casados. Entre os voluntários do GP, 66,7%</p><p>eram homens, sendo 50% dos voluntários casados.</p><p>Quanto às características da amputação, no GA 62,5% das</p><p>amputações foram devido à Diabetes, onde 50% dos voluntá-</p><p>rios sofreram amputação transfemural em dimidio esquerdo,</p><p>sendo 37,5% em nível proximal. No GP, 50% dos voluntá-</p><p>rios também sofreram a amputação devido à Diabetes, sendo</p><p>66,7% em dimidio direito, com 83,3% em nível medial.</p><p>Tabela 1: Caracterização da amostra.</p><p>Gênero Ga % Gp %</p><p>Masculino 02 25,0% 04 66,7%</p><p>Feminino 06 75,0% 02 33,3%</p><p>Estado civil</p><p>Casado/união estável 03 37,5% 03 50,0%</p><p>Divorciado 0 0 02 33,3%</p><p>Viúvo 03 37,5% 01 16,7%</p><p>Solteiro 02 25,0% 0 0</p><p>Escolaridade</p><p>Analfabeto 01 12,5% 01 16,7%</p><p>Ensino fundamental 04 50,0% 04 66,6%</p><p>Ensino médio 03 37,5% 0 0</p><p>Ensino superior 0 0 01 16,7%</p><p>Situação pro! ssional</p><p>Desempregado 0 0 01 16,7%</p><p>Reformado 0 0 01 16,7%</p><p>Pensionista 03 37,5% 01 16,7%</p><p>Aposentado 05 62,5% 03 50,0%</p><p>Empregado 0 0 0 0</p><p>Etiologia da amputação</p><p>Diabetes 05 62,5% 03 50,0%</p><p>Doença vascular 01 12,5% 02 33,3%</p><p>Trauma 0 0 01 16,7%</p><p>Infecções 01 12,5% 0 0</p><p>Câncer 01 12,5% 0 0</p><p>Dimídio de amputação</p><p>Direito 04 50,0% 04 66,7%</p><p>Esquerdo 04 50,0% 02 33,3%</p><p>Nível de amputação</p><p>Proximal 03 37,5% 0 0</p><p>Medial 02 25,0% 05 83,3%</p><p>Distal 03 37,5% 01 16,7%</p><p>209</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Análise das Entrevistas Semiestruturadas com os</p><p>Voluntários (GA e GP)</p><p>Após a coleta das entrevistas semiestruturadas com os</p><p>voluntários amputados e protetizados, foi construído o pri-</p><p>meiro corpus para a análise dos resultados com a transcrição</p><p>das mesmas. Para uma melhor compreensão do conteúdo, a</p><p>análise transcorreu, primeiramente, a partir da leitura vertical</p><p>da transcrição de cada entrevista. Em seguida foi feita a aná-</p><p>lise por frequência e ordem de evocação das categorias sur-</p><p>gidas por questão, destacando-as conforme leitura exaustiva</p><p>das falas, isto é, quanto mais citações aparecem em 1º lugar</p><p>e em maior número, mais centrais elas se tornam. Por fim, as</p><p>categorias foram reagrupadas seguindo a norma de unidades</p><p>de sentido inferidas pelo pesquisador. A seguir, os dados serão</p><p>apresentados segundo os seguintes núcleos: GA-1.Quanto à</p><p>mudança de vida após a amputação; GA-2.Quanto a sua au-</p><p>toimagem após a amputação; GA-3. Quanto ao sentimento</p><p>das outras pessoas a respeito da sua amputação; GP-1.Quanto</p><p>à mudança de vida após a protetização; GP-2.Quanto a sua</p><p>autoimagem após a protetização; GP-3.Quanto ao sentimento</p><p>das outras pessoas a respeito da sua protetização.</p><p>GA-1. Quanto à mudança de vida após a amputação</p><p>Buscamos analisar e verificar as mudanças ocorridas na</p><p>vida dos voluntários após a amputação. Ao serem questiona-</p><p>dos sobre este tema obtivemos dezoito evocações, agrupadas</p><p>em dez categorias de sentido (tabela 2). O grupo apresentou</p><p>como núcleo principal as mudanças significativas de vida,</p><p>com destaque também para os seguintes sistemas periféri-</p><p>cos: a ausência de mudança, aumento da dependência, sen-</p><p>timento de perda do membro, sentimento de desconforto e</p><p>tristeza, entre outros.</p><p>Tabela 2: Análise frequêncial de ordem da questão GA-1</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Mudanças signi! cativas de vida 4 23 3</p><p>02 SP Ausência de mudanças 2 11 2</p><p>03 SP Aumento da dependência 2 11 1</p><p>04 SP Sentimento de perda do membro 2 11 1</p><p>05 SP Sentimento de desconforto e tristeza 2 11 1</p><p>06 SP Conformação 2 11 0</p><p>07 SP Resgate da relação familiar 1 5,5 0</p><p>08 SP Valorização da vida 1 5,5 0</p><p>09 SP Sentimento de bem-estar 1 5,5 0</p><p>10 SP Resgate da autoestima 1 5,5 0</p><p>Podemos ainda reagrupar as categorias surgidas em duas</p><p>unidades temáticas inferidas. A primeira unidade temática</p><p>composta por categorias que trazem a ideia de questões po-</p><p>sitivas, colocadas pelos voluntários como: mudança signi-</p><p>ficativa de vida, ausência de mudanças, resgate da relação</p><p>familiar, valorização da vida, sentimento de bem-estar e res-</p><p>gate da autoestima. Na segunda unidade temática teremos as</p><p>questões negativas, valorizadas como: sentimento de perda</p><p>do membro, conformação, aumento da dependência e senti-</p><p>mento de desconforto e tristeza (tabela 3).</p><p>Tentou-se entrar no universo de cada voluntário, e buscar</p><p>em suas respostas subsídios para a escolha das categorias.</p><p>. �O que mudou na sua vida após a amputação? �</p><p>�Tudo. � (A7)</p><p>�Tudo" .... Mudou tudo, toda a minha vida...</p><p>meu ritmo de vida todo" � (A8).</p><p>Tabela 3: Unidades temáticas da questão GA-1</p><p>Unidades Temáticas Categorias</p><p>Questões Positivas Mudança signi! cativa de vida</p><p>Ausência de mudanças</p><p>Resgate da relação familiar</p><p>Valorização da vida</p><p>Sentimento de bem-estar</p><p>Resgate da autoestima</p><p>Questões Negativas Aumento da dependência</p><p>Sentimento de perda do membro</p><p>Sentimento de desconforto e tristeza</p><p>Conformação</p><p>GA-2. Quanto a sua autoimagem após a amputação</p><p>Ao serem indagados sobre esta visão pessoal a respeito da</p><p>amputação, encontramos dezessete evocações, agrupadas em</p><p>dez categorias de sentido (tabela 4). Como núcleo central encon-</p><p>tramos a mudança de comportamento, seguido pelos seguintes</p><p>sistemas periféricos: visão da deficiência física, visão otimista da</p><p>vida, dependência total, ausência de mudanças e outros.</p><p>As categorias descritas vieram da observação da fala de</p><p>alguns voluntários, como:</p><p>�... Impotente... Tem tudo tem que depender dos outros.�</p><p>(A5)</p><p>�Dependente...Eu me vejo muito</p><p>dependente. � (A7)</p><p>Tabela 4: Análise Frequêncial de Ordem da Questão GA-2</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Mudanças signi! cativas de vida 4 23 3</p><p>01 NC Mudança de comportamento 3 17,6 1</p><p>02 SP Visão da de! ciência física 2 11,6 1</p><p>03 SP Visão otimista da vida 2 11,6 1</p><p>04 SP Dependência total 2 11,6 1</p><p>05 SP Ausência de mudanças 1 6 1</p><p>06 SP Sentimento de impotência 1 6 1</p><p>07 SP Visão pessimista da vida 1 6 1</p><p>08 SP Dependência na locomoção 3 17,6 0</p><p>09 SP Sem alterações para as AVDs 1 6 0</p><p>10 SP Não soube o que dizer 1 6 1</p><p>GA-3. Quanto ao sentimento das outras pessoas a respei-</p><p>to da sua amputação</p><p>Ao serem questionados a respeito desta questão, encon-</p><p>tramos quinze evocações, distribuídas em sete categorias de</p><p>sentido. A categoria onde percebemos que não houve impac-</p><p>tos sobre a deficiência, ficou como núcleo central. Como</p><p>sistemas periféricos encontramos: negação da amputação,</p><p>impacto da deficiência, melhora nas perspectivas de vida,</p><p>aumento da fragilidade, sentimento de conformação e senti-</p><p>mento de piedade (tabela 5).</p><p>As respostas encontradas nas entrevistas reforçam a es-</p><p>colha das categorias:</p><p>�.... Me veem bem, normal, muitos têm pena, outros não</p><p>tem... � (A3)</p><p>�Me vê normalmente... � (A5)</p><p>�Vê, vê normal né. � (A6)</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>210</p><p>GP-1.Quanto à mudança de vida após a protetização</p><p>Buscamos analisar e verificar as mudanças ocorridas na</p><p>vida dos voluntários após a protetização. Ao serem questio-</p><p>nados sobre este tema obtivemos dezessete evocações, agru-</p><p>padas em sete categorias de sentido (tabela 6). Como núcleo</p><p>central foi encontrado a melhora significativa da perspectiva</p><p>de vida, e como sistemas periféricos encontramos que não</p><p>houve mudanças, mas que também houve melhora na loco-</p><p>moção, maior participação social, resgate da alegria e melho-</p><p>ra nas atividades de vida diária (AVDs).</p><p>Tabela 6: Análise frequêncial de ordem da questão GP-1</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Melhora significativa</p><p>da perspectiva de vida 5 29 5</p><p>02 SP Não houve mudança 1 6 1</p><p>03 SP Melhora na locomoção 5 29 0</p><p>04 SP Maior participação social 2 12 0</p><p>05 SP Resgate da alegria 2 12 0</p><p>06 SP Melhora nas AVDs 1 6 0</p><p>07 SP Autonomia nas atividades domésticas 1 6 0</p><p>Podemos ainda reagrupar as categorias surgidas em duas</p><p>unidades temáticas inferidas. A primeira unidade temática</p><p>composta por categorias que trazem a idéia de questões sócio</p><p>afetivas, colocadas pelos voluntários como a melhora signi-</p><p>ficativa da perspectiva de vida, ausência de mudanças, maior</p><p>participação social e resgate da alegria. Na segunda unidade</p><p>temática teremos as questões da vida prática, valorizadas nas</p><p>questões de melhora na locomoção, melhora nas AVDs e au-</p><p>tonomia nas atividades domésticas (tabela 7).</p><p>Podemos constatar através da fala dos voluntários os</p><p>sentimentos que retratam as categorias acima descritas:</p><p>�Eu não era feliz, eu chorava muito. Mas agora não!</p><p>Agora quando eu botei a prótese, eu fiquei muito alegre, mas</p><p>é muito mesmo! � (P5)</p><p>�Me deu uma nova perspectiva de vida! Me mexer mais,</p><p>me movimentar, sair... Tava faltando perspectiva. A prótese</p><p>me deu. � (P6)</p><p>Tabela 7: Unidades temáticas da questão GP-1</p><p>Unidades Temáticas Categorias</p><p>Questões Sócio Afetivas Melhora signi" cativa da perspectiva de vida</p><p>Não houve mudança</p><p>Maior participação social</p><p>Resgate da alegria</p><p>Questões da Vida Prática Melhora da locomoção</p><p>Melhora nas AVDs</p><p>Autonomia nas atividades domésticas</p><p>GP-2.Quanto a sua autoimagem após a protetização</p><p>Ao serem indagados sobre esta visão pessoal a respeito</p><p>da protetização, encontramos doze evocações, agrupadas em</p><p>oito categorias de sentido (tabela 8). Como núcleo principal</p><p>obtivemos o resgate da imagem corporal normal e a sensação</p><p>de bem-estar, e como alguns dos sistemas periféricos o sen-</p><p>timento de empolgação com a vida, melhora da independên-</p><p>cia, melhora na locomoção, aumento da autoestima, a entre</p><p>outros, que são confirmados pelas respostas dos voluntários,</p><p>conforme descrito abaixo:</p><p>�Eu me vejo muito ótimo! Muito bem mesmo! Mas</p><p>muito, muito bem, Graças à Deus! � (P5)</p><p>�Uma coisa que a muito tempo não tinha era empolgação! É</p><p>uma coisa que me empolgou. Foi isso, eu botar a prótese! � (P6)</p><p>Tabela 8: Análise frequêncial de ordem da questão GP-2</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Resgate da imagem corporal normal 2 16,7 2</p><p>02 NC Sensação de bem-estar 2 16,7 2</p><p>03 SP Não houve mudança 1 8,3 1</p><p>04 SP Sentimento de empolgação com a vida 1 8,3 1</p><p>05 SP Melhora da independência 2 16,7 0</p><p>06 SP Melhora na locomoção 2 16,7 0</p><p>07 SP Aumento da autoestima 1 8,3 0</p><p>08 SP Permanência da sensação de invalidez 1 8,3 0</p><p>GP-3.Quanto ao sentimento das outras pessoas a respeito</p><p>da sua protetização</p><p>Quanto a esta questão, encontramos ao entrevistar os vo-</p><p>luntários protetizados, treze evocações, distribuídas em sete</p><p>categorias de sentido. Na tabela 9 podemos observar que sur-</p><p>giram dois núcleos principais: a mudança na imagem corpo-</p><p>ral e o sentimento de felicidade. Como sistemas periféricos</p><p>encontramos a indiferença com a deficiência, o incentivo à</p><p>reabilitação, o aumento da independência, a valorização da</p><p>protetização e a melhora na locomoção.</p><p>As categorias descritas foram criadas através da percep-</p><p>ção que se teve das falas dos voluntários:</p><p>� Muito alegre, muito satisfeito... Meu irmão, ...meus</p><p>primos...minha outra irmã que mora no interior, eu ligo pra</p><p>ela e falo: Ó já tô treinando! � (P5)</p><p>Tabela 9: Análise Frequêncial de Ordem da Questão GP-3</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Mudança na imagem corporal 2 15,4 2</p><p>02 NC Sentimento de felicidade 2 15,4 2</p><p>03 SP Indiferença com a de" ciência 2 15,4 1</p><p>04 SP Incentivo à reabilitação 2 15,4 1</p><p>05 SP Aumento da independência 2 15,4 0</p><p>06 SP Valorização da protetização 2 15,4 0</p><p>07 SP Melhora na locomoção 1 7,6 0</p><p>Análise do Questionário de Vida SF-36</p><p>Quanto à avaliação da qualidade de vida, através do proto-</p><p>colo SF-36, a média mais baixa no GA foi obtida pelo domínio</p><p>Aspectos Emocionais (50,0 ± 44,1) e o mais alto nível foi atingi-</p><p>do pelo domínio Dor (80,3 ± 26,7), enquanto que no GP a média</p><p>mais baixa foi no domínio Capacidade Funcional (50,8 ± 17,2)</p><p>e a mais elevada no domínio Aspectos Sociais (95,8 ± 9,3).</p><p>Tabela 5: Análise frequêncial de ordem da questão GA-3</p><p>(NC=Núcleo Central e SP=Sistema Periférico)</p><p>Categoria Frequência % Ordem</p><p>01 NC Não houve impactos</p><p>sobre a de" ciência 4 26,6 4</p><p>02 SP Negação da amputação 4 26,6 1</p><p>03 SP Impacto da de" ciência 1 6,6 1</p><p>04 SP Melhora nas perspectivas de vida 1 6,6 1</p><p>05 SP Aumento da fragilidade 1 6,6 1</p><p>06 SP Sentimento de conformação 2 13,5 0</p><p>07 SP Sentimento de piedade 2 13,5 0</p><p>211</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>A análise de variância não obteve nenhum valor alta-</p><p>mente significante, indicando que não há altos níveis de</p><p>diferença entre os domínios que compões a qualidade de</p><p>vida dos grupos de voluntários avaliados. Apenas o domínio</p><p>Aspectos Sociais apresentou significativa diferença entre o</p><p>grupo de amputados e o grupo de protetizados (P = 0,046),</p><p>como mostra a tabela 10.</p><p>Tabela 10: Valores dos domínios do questionário SF-36 -</p><p>(Média ± Desvio Padrão)</p><p>GA GP P</p><p>Capacidade Funcional (0-100) 57,5 ± 28,2 50,8 ± 17,2 0,621</p><p>Aspectos Físicos (0-100) 56,3 ± 41,0 75,0 ± 38,2 0,433</p><p>Dor (0-100) 80,3 ± 26,7 92,7 ± 10,9 0,294</p><p>Estado Geral de Saúde (0-100) 52,1 ± 19,5 65,0 ± 10,8 0,171</p><p>Vitalidade (0-100) 56,3 ± 18,7 58,3 ± 14,0 0,829</p><p>Aspectos Sociais (0-100) 75,0 ± 21,7 95,8 ± 9,3 0,046*</p><p>Aspectos Emocionais (0-100) 50,0 ± 44,1 66,7 ± 38,5 0,862</p><p>Saúde Mental (0-100) 67,5 ± 28,7 64,7 ± 23,0 0,234</p><p>*diferença significativa p<0,05 (Grupo de Amputados versus Protetizados)</p><p>Análise do questionário de medida de independência</p><p>funcional � MIF</p><p>Na análise de Medida da Independência Funcional, ve-</p><p>rificamos que não existem</p><p>diferenças significativas entre os</p><p>domínios. No GA obtivemos escores da MIF Motora (81,4</p><p>+ DP 2,7), da MIF Cognitiva (33,8 + DP 1,5) e da MIF Total</p><p>(115,1 + DP 3,7), com valores semelhantes aos encontrados</p><p>no GP: MIF Motora (82,2 + DP 3,2), MIF Cognitiva (34,5 +</p><p>DP 0,8) e MIF Total (116,7 + DP 3,6), conforme tabela 11.</p><p>Tabela 11: Valores dos Domínios do Questionário MIF -</p><p>(Média ± Desvio Padrão)</p><p>GA GP P</p><p>Cuidados Pessoais (6-42) 40,8 ± 0,4 40,7 ± 0,9 0,859</p><p>Controle Esfincteriano (2-14) 13,8 ± 0,4 13,8 ± 0,4 0,727</p><p>Mobilidade/Transferências (3-21) 19,0 ± 1,0 19,3 ± 0,9 0,567</p><p>Locomoção (2-14) 7,9 ± 1,6 8,3 ± 1,7 0,647</p><p>Comunicação (2-14) 13,5 ± 0,9 14,0 ± 0 0,170</p><p>Cognição Social (3-21) 20,3 ± 1,3 20,5 ± 0,8 0,683</p><p>Discussão</p><p>Um indicador de grande relevância para a qualidade de</p><p>vida é a independência funcional, tendo como fatores asso-</p><p>ciados as condições de saúde, a realização de atividades e as</p><p>relações sociais. Vários estudos demonstram que o bem-estar</p><p>físico está diretamente associado à uma boa saúde física, sen-</p><p>do um grande indicativo de bem-estar psicológico. A presen-</p><p>ça de incapacidade funcional, causada pela amputação de um</p><p>membro inferior, traz consequências sobre a independência e</p><p>autonomia da pessoa amputada. Ao reabilitar o paciente am-</p><p>putado, através da protetização, tem-se como objetivo princi-</p><p>pal a melhora de sua capacidade funcional, que trará implica-</p><p>ções diretas na melhora de sua qualidade de vida.</p><p>A literatura mostra que há divergência sobre qual as-</p><p>pecto tem maior relevância na vida das pessoas amputadas.</p><p>São observadas queixas de diversos aspectos: psicossociais</p><p>(emocional, lazer e social), e físicos (locomoções, transfe-</p><p>rências, dor, realização das AVDs).</p><p>Na pesquisa qualitativa, o grupo de amputados mostrou</p><p>que o aspecto mais relevante foram as mudanças significa-</p><p>tivas de vida, onde a visão que tem de si mesmo advém de</p><p>várias mudanças de comportamento diante da amputação,</p><p>mesmo percebendo que diante das outras pessoas não hou-</p><p>veram impactos sobre esta deficiência.</p><p>Já o grupo de pacientes protetizados relata que houve</p><p>melhora significativa da perspectiva de vida, onde o principal</p><p>aspecto vivenciado pelos protetizados é o resgate da imagem</p><p>corporal normal junto com a sensação de bem-estar, que traz</p><p>em relação ao seu contexto social uma visão de mudança nesta</p><p>imagem corporal associada ao sentimento de felicidade.</p><p>Com isso, observamos que atualmente existe uma pre-</p><p>ocupação maior com as condições de vida do amputado, e</p><p>não apenas com o desenvolvimento das próteses. Neste es-</p><p>tudo, utilizamos o questionário de qualidade de vida SF-36</p><p>para avaliar estas condições, onde observamos que a única</p><p>mudança significativa encontrada entre os grupos de volun-</p><p>tários amputados e protetizados, foi para Aspectos Sociais.</p><p>Quanto à independência funcional avaliada pelo MIF,</p><p>observamos que a diferença entre os dois grupos (amputados</p><p>e protetizados) também não é marcante. Talvez pelas condi-</p><p>ções sócio-econômicas dos grupos avaliados, onde as neces-</p><p>sidades do dia-a-dia estimulam uma maior independência e</p><p>autonomia, tanto de amputados quanto de protetizados.</p><p>Abdalla e Galindo (2013) correlacionaram qualidade de</p><p>vida com capacidade locomotora (independência funcional)</p><p>e mostraram que o questionário SF-36 apresentou uma dife-</p><p>rença estatisticamente significativa entre grupos de amputa-</p><p>dos e de protetizados, ao estudar uma amostra de 25 pacien-</p><p>tes, homens e mulheres, com idade acima de 18 anos.</p><p>Caldas e outros (2008) estudaram uma amostra de 12 pa-</p><p>cientes, todos do sexo masculino, com idades entre 20 e 35</p><p>anos, e ao utilizar o questionário SF-36 também encontraram</p><p>resultados relevantes quanto a qualidade de vida dos pacientes.</p><p>Em estudos feitos por Vaz (2012) o questionário SF-36</p><p>avaliou os aspectos psicossociais de pacientes com amputa-</p><p>ção de membros inferiores, mas demostrou pontuações bai-</p><p>xas para os pacientes, principalmente nas dimensões físicas.</p><p>Segundo Chamliam (2014) e Silva (2014), que avaliaram</p><p>grupos de amputados através do MIF, demonstraram que não</p><p>houve diferenças significativas nos resultados estatísticos.</p><p>Já Caldas (1993) encontrou níveis bem marcantes de de-</p><p>pendência, sobretudo em autocuidados, ao avaliar um grupo</p><p>de pacientes amputados do sexo masculino, com idade média</p><p>de 62 anos, utilizando o questionário de medida funcional.</p><p>Num estudo de revisão de literatura feito por Thuller e</p><p>outros (2006), onde foram investigados 11 artigos entre os</p><p>anos de 2000 a 2005, sem limites de faixa etária, chegou-</p><p>-se à conclusão de que faltam mais estudos e métodos mais</p><p>específicos para avaliação dos pacientes com amputação de</p><p>membros inferiores.</p><p>Com base nos meus estudos, observei que a análise quali-</p><p>tativa demonstrou mudanças positivas na vida dos voluntários</p><p>do grupo protetizado, em relação aos voluntários do grupo de</p><p>amputados. O estudo também ressaltou a diferente visão no</p><p>que se refere à etiologia da amputação, onde percebemos que</p><p>houve uma fala diferenciada para o único voluntário de etio-</p><p>logia traumática, onde suas percepções são sempre negativas</p><p>em relação à protetização, diferenciando-o dos demais volun-</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>212</p><p>tários protetizados. Uma nova pesquisa, com grupos mais ho-</p><p>mogêneos deverá trazer resultados mais semelhantes.</p><p>�Para mim por enquanto não mudou nada...� (P4)</p><p>� ...tô me sentindo inválida do mesmo jeito...� (P4)</p><p>Quanto ao questionário de qualidade de vida SF-36,</p><p>mesmo sendo um excelente avaliador e sendo este utiliza-</p><p>do por diversos estudiosos, não apresentou em meus estudos</p><p>resultados relevantes, deixando a idéia de que não seria o</p><p>mais adequado para pacientes com amputações em membros</p><p>inferiores. Em comparação com os resultados da análise qua-</p><p>litativa, o único ponto em comum foram os aspectos sociais</p><p>(único domínio de resultados relevantes no SF-36), que no</p><p>GA teve como núcleo central a ausência de impactos sobre</p><p>a deficiência, mas no GP demonstra a mudança na imagem</p><p>corporal e o sentimento de felicidade.</p><p>No questionário de independência funcional - MIF, tam-</p><p>bém não foi observado nenhum resultado significativo para</p><p>nenhuma de suas dimensões. Mas como a independência</p><p>funcional está intimamente ligada às necessidades da vida,</p><p>concluí que estas necessidades tornam o amputado quase tão</p><p>independente quanto o protetizado.</p><p>Diante dos resultados encontrados, sugere-se o desen-</p><p>volvimento de novos estudos que utilizem grupos com carac-</p><p>terísticas diferentes as dos grupos estudados, como mesma</p><p>etiologia de amputação, ou amputação em mesmo dimidio,</p><p>buscando uma maior homogeneidade entre os voluntários, ou</p><p>a validação de um novo instrumento de avaliação mais especí-</p><p>fico para pacientes com amputação de membros inferiores.</p><p>Faz ainda necessário maior adequação e conhecimento</p><p>em relação aos processos de reabilitação funcional para am-</p><p>putados e protetizados. Sugere-se a continuidade de estudos</p><p>nesse tema, buscando identificar melhor os aspectos que in-</p><p>terferem diretamente na qualidade de vida e na melhora fun-</p><p>cional dos pacientes com amputação de membros inferiores.</p><p>Conclusão</p><p>Quanto aos aspectos abordados na pesquisa qualitati-</p><p>va, foi possível identificar que a presença da protetização</p><p>promoveu para estes pacientes não apenas uma melhora da</p><p>perspectiva de vida, mas principalmente um resgate da ima-</p><p>gem corporal normal e da felicidade. No entanto, o mesmo</p><p>não foi observado nas medidas de qualidade de vida e na</p><p>independência funcional. A partir dos instrumentos utiliza-</p><p>dos não foi possível observar nenhum impacto relevante da</p><p>protetização quando comparado com os indivíduos com am-</p><p>putação transfemural unilateral.</p><p>Referências</p><p>1. Diretrizes de Atenção à Pessoa Amputada. Disponível em http://bvsms.saude.gov.</p><p>br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_pessoa_amputada.pdf. Acessado em 10 de outu-</p><p>bro de 2014.</p><p>2. Resende M C de, Cunha C P B da, Silva A P e Sousa S J. Rede de Relações e Satisfação</p><p>com a Vida em Pessoas com Amputação</p><p>de Membros. Ciências & Cognição. 2007; 10:</p><p>164-177.</p><p>3. Paiva L L, Goellner S V. Reinventando a vida: um estudo qualitativo sobre os signi! ca-</p><p>dos culturais atribuídos à reconstrução corporal de amputados mediante a Protetização.</p><p>Interfase: Comunicação, Saúde, Educação. 2008; 12 (26): 485-487.</p><p>4. Pedrinelli A. Reabilitação no Paciente Amputado: conceitos cirúrgicos gerais. Anais do</p><p>IV Simpósio Internacional de Fisioterapia. Revista Fisioter Universidade de São Paulo.</p><p>1999; 6: 19-35.</p><p>5. Carvalho J A. Amputações de Membros Inferiores: Em Busca da Plena Reabilitação. 1ª</p><p>Edição. São Paulo: Editora Manole, 1999.</p><p>6. Santos L H G, Faria A C S, Mendes M S, Barbosa D, Souza R A de. Análise Postural</p><p>comparativa dos períodos de pré e pós Protetização no paciente amputado transfemural �</p><p>Relato de Caso. Coleção Pesquisa em Educação Física. 2009; 8 (4): 31-36.</p><p>7. Teixeira G, Novak V C. Nível de Independência física dos amputados de membros in-</p><p>feriores do município de Guarapuava-PR. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação</p><p>Cientí! ca e IX Encontro Latino Americano de Pós Graduação � Universidade do Vale do</p><p>Paraíba. 2009; 1-4.</p><p>8. Barreto A B, Vargas A L, Mello R de. Problemas Fisioterapêuticos dos pacientes ampu-</p><p>tados da clínica escola de ! sioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste. 2010;</p><p>Anais do XIX EAIC.</p><p>9. Gabarra L M; Crepaldi M A. Aspectos Psicológicos da Cirurgia de Amputação. 2009; 30:</p><p>59-72.</p><p>10. Matheus M C C, Pinho F S. Buscando mobilizar-se para a vida apesar da dor ou da am-</p><p>putação. Acta Paul Enferm. 2006; 19 (1): 49-55.</p><p>11. Pacheco K M B, Ciampa A C. O Processo de Metamorfose na Identidade da Pessoa com</p><p>Amputação. Acta Fisiatr. 2006; 13 (6): 163-167.</p><p>12. Chamlian T R, Santos J K, Faria C C, Pirrelo M S, Leal C P. Dor Relacionada à Am-</p><p>putação e Funcionalidade em Indivíduos com Amputação de Membros Inferiores. Acta</p><p>Fisiatr. 2014; 21 (3): 113-116.</p><p>13. Lains J, Azenha A, Caldas J. Hemiplegia e Amputação: Avaliação Funcional. MFR.</p><p>1993; 1: 7-11. Silva A C, Vey A P Z, Vendrusculo A P. Hidrocinesioterapia na Qualidade</p><p>de Vida de Amputados de Membros Inferiores Unilaterais. Disciplinarum Scientia. 2014;</p><p>15 (1): 65-74.</p><p>14. Borges, J B C. Avaliação da Medida de Independência Funcional � Escala MIF � E da</p><p>Percepção da Qualidade de Vida de Serviço � Escala SERVQUAL � Em Cirurgia Cardí-</p><p>aca. 2006.</p><p>15. Riberto M, Miyazaki M H, Jucá S S H, Sakamoto H, Pinto P P N, Battistella L R. Valida-</p><p>ção da Versão Brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004; 11</p><p>(2): 72-76.</p><p>16. Vaz I M, Roque V, Pimentel S, Rocha A, Duro H. Caracterização Psicossocial de uma</p><p>População Portuguesa de Amputados do Membro Inferior. Acta Med Port. 2012; 25</p><p>(2): 77-82.</p><p>17. Martins D L, Rabelo R J. In" uência da Atividade Física Adaptada na Qualidade de Vida</p><p>de De! cientes Físicos. Movimentum. 2008; 3 (2): 1-11.</p><p>18. Probstner D, Thuler L C S. Incidência e Prevalência De Dor Fantasma em Pacientes</p><p>Submetidos à Amputação de Membros: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Can-</p><p>cerologia. 2006; 52 (4): 395-400.</p><p>19. Gomes E S, Coutinho R A M, Baraúna K M P, Valetine E F. Estudo Correlacional da</p><p>Qualidade de Vida em Amputados de Membros Inferiores Transfemural e Transtibial.</p><p>Nova Físio, Revista Digital. 2012: 15 (87).</p><p>20. Caldas A S, Amantéia M R A, Lauriano T F. Per! l da Qualidade de Vida em Pacientes</p><p>Protetizados na URE Dr. Demétrio Medrado. 2008.</p><p>21. Abdalla A A, Galindo J, Ribeiro S C, Riedi C, Ruaro J A, Fréz A R. Correlação entre Qua-</p><p>lidade de Vida e Capacidade Locomotora em Indivíduos com Amputação de Membros</p><p>Inferiores. Conscientiae Saúde. 2013: 12 (1): 106-113.</p><p>22. Gouveia R, Canedo A, Barreto P, Ferreira J, Braga S, Vasconcelos J, Vaz A G. Reconhe-</p><p>cer os Limites da Revascularização: Re" exão sobre 3 Anos de Experiência em Amputa-</p><p>ções de um Centro Cirúrgico. Angiologia e Cirurgia Vascular. 2012; 8 (4): 162-172.</p><p>23. Correia T S, Tamashiro L H, Chamlian T R, Masiera D, Medicina de Reabilitação. BVS.</p><p>2007; 26 (1): 7-10.</p><p>24. Ciconelli R M, Ferraz M B, Santos W, Meinão I, Quaresma M R. Tradução para Língua</p><p>Portuguesa e Validação do Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida</p><p>SF-36 (Brasil SF 36). Revista Brasileira de Reumatologia. 1999; 39 (3): 143-150.</p><p>25. Guerra I C. Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo � Sentido e Formas de Uso. 1ª</p><p>Edição. São Paulo: Princípia Editora, 2006.</p><p>213</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Revisão</p><p>Características anatomofisiológicas</p><p>da articulação temporomandibular</p><p>Characteristics anatomophysiological</p><p>of the temporomandibular joint</p><p>Aureliano da Silva Guedes1, Antônio José da Silva Nogueira2,</p><p>Aureliano da Silva Guedes II3</p><p>Resumo</p><p>O conhecimento da Articulação Temporomandibular (ATM) é de fundamen-</p><p>tal importância como suporte diagnóstico e procedimentos eficientes e eficazes</p><p>de diversas patologias por fisioterapeutas, cirurgiões bucomaxilofacial, cirurgi-</p><p>ões de cabeça e pescoço e outros profissionais, nesse sentido este paper mostra</p><p>as principais estruturas anatomofisilógicas do mecanismo da ATM como suporte</p><p>a atuação clínica.</p><p>Palavras-chave: articulação temporomandibular � anatomia, articulação tempo-</p><p>romandibular � fisiologia, anatomia de cabeça e pescoço</p><p>Abstract</p><p>The knowledge of the temporomandibular joint (TMJ) is crucial to support</p><p>diagnosis and efficient and effective procedures for various diseases by physical</p><p>therapists, oral and maxillofacial surgeons and head and neck surgeons and other</p><p>professionals, in that sense this paper shows the main anatomophysiological struc-</p><p>tures of the TMJ mechanism in support of clinical performance.</p><p>Keywords: temporomandibular joint � anatomical, temporomandibular joint �</p><p>physiological, anatomy of head and neck</p><p>1. Prof. Pos Doc. Fisioterapeuta, epidemiologista.</p><p>Coord. da Pós-graduação em Geomedicina - IG</p><p>- Universidade Federal do Pará</p><p>2. Prof. PhD Cirurgião Dentista. Professor Titular</p><p>da Universidade Federal do Pará</p><p>3. Acadêmico de Odontologia da Escola Superior</p><p>da Amazônia</p><p>Endereço para correspondência: Aureliano</p><p>Guedes � Tv. Lomas Valentinas, 1412 ap. 1704</p><p>� Belém � PA � CEP 66.093-671.</p><p>E-mail aurelian@ufpa.br</p><p>Recebido para publicação em 18/07/2016 e acei-</p><p>to em 26/10/2016, após revisão.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>214</p><p>Introdução</p><p>A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma das ar-</p><p>ticulações que possui muita complexibilidade , necessitando</p><p>da compreensão da mecânica do movimento para entendê-la.</p><p>A ATM é tão ou mais complexa quanto às articulações dos</p><p>joelhos. Sua função também é abrangente, compreendendo</p><p>a fonação, deglutição, mastigação, bocejo, expressão, etc.,</p><p>através dos movimentos de abaixamento, quando há a aber-</p><p>tura da boca; elevação da mandíbula quando há o fechamen-</p><p>to da boca e, os movimentos de protrusão e retração, além</p><p>dos movimentos de lateralidade para a esquerda ou direita,</p><p>portanto cinco movimentos.</p><p>O seu conhecimento demanda a compreensão dos mús-</p><p>culos, estruturas ligamentosas, ossos, cartilagens, dentes e</p><p>outros envolvidos no processo osteocinemático. Assim po-</p><p>dendo, se necessário, estabelecer diagnósticos funcionais de</p><p>caráter multidisciplinar, envolvendo profissionais habilita-</p><p>dos, como fisioterapeutas, dentistas e cirurgiões de cabeça e</p><p>pescoço e cirurgiões bucomaxilofacial.</p><p>Diante disto, o objetivo deste paper é descrever as estru-</p><p>turas anatomofisiológicas da articulação temporomandibular</p><p>para um melhor diagnóstico fisioterapêutico e odontológico.</p><p>A metodologia utilizada foi exploratória-explicativa,</p><p>com técnicas de levantamentos bibliográficos, através de</p><p>meios impressos e eletrônicos, localizados em bibliote-</p><p>cas e nas principais plataformas de saúde como: BIREME,</p><p>IBECS, LILACS, MEDLINE, SciELO, dentre outras, onde</p><p>as buscas foram realizada com o uso das palavras articulação</p><p>temporomandibular, anatomia temporomandibular, fisiolo-</p><p>gia temporomandibular e anatomia da cabeça e pescoço, nos</p><p>idiomas português, espanhol e inglês.</p><p>Descrição anatômica</p><p>Quando comparada a articulação temporomandibular de</p><p>adultos, a articulação fetal possui características histológicas</p><p>diferentes. As superfícies articulares fetais são compostas</p><p>por tecido conjuntivo denso, e o disco articular também se</p><p>mostra altamente celurariado. Abaixo do revestimento celu-</p><p>lar do côndilo fetal, comparece cartilagem hialina. Isso é um</p><p>centro de crescimento. Nesse local, a cartilagem cresce qua-</p><p>se exclusivamente por crescimento oposicional (isto é, novas</p><p>camadas de cartilagem são apostas na superfície da anterior-</p><p>mente existente), mais do que por crescimento intersticial</p><p>(isto é, as células dentro da cartilagem dividindo), tais como</p><p>nas extremidades dos ossos longos. Conforme continua o de-</p><p>senvolvimento, a cartilagem é gradualmente substituída por</p><p>osso. Osso compacto forma-se sob o forramento do tecido</p><p>conjuntivo fibroso, e osso trabecular substitui a cartilagem</p><p>dentro da cabeça condilar. O côndilo toma a forma histoló-</p><p>gica adulta, porém essa transformação não ocorre precoce-</p><p>mente. A cartilagem condilar persiste e possui potencial de</p><p>crescimento até que o indivíduo atinja 20 anos de idade. É o</p><p>centro de crescimento mais persistente do organismo1.</p><p>A localização anatômica está anteriormente à orelha e</p><p>na extremidade postosuperior da mandíbula. É a articulação</p><p>entre a fossa mandibular do osso temporal, superiormente</p><p>e à cabeça da mandíbula do osso temporal. A ATM é uma</p><p>articulação sinovial e tem formato de dobradiça. Como tam-</p><p>bém possibilita alguns deslizamentos, não é uma articulação</p><p>sinovial do tipo gínglimo pura e simples2.</p><p>Os movimentos temporomandibulares dependem da</p><p>sinergia de vários músculos, onde se destacam: masseter,</p><p>pterigoideos medial e lateral, temporal, além do digástrico,</p><p>esterno-hióideo, esternotireoideo, estilohioideo, gênio-hiói-</p><p>deo, infra-hióideo, milo-hioideo, omo-hióideo, supra-hiói-</p><p>deo e tíreo-hioideo. No que concerne a osteologia envolvida</p><p>na ATM destacam-se os ossos: esfenoide, hioide, mandíbu-</p><p>la, maxilar, temporal e zigomático. (tabela 1 e 2).</p><p>Tabela 1: Principais músculos envolvidos na ATM.</p><p>Baseado em Lippert (2013)</p><p>Tabela 2: Agonistas primários da ATM.</p><p>Movimento da mandíbula Músculos</p><p>Elevação Temporal, masseter, pterigoideo medial</p><p>Abaixamento Pterigóideo lateral</p><p>Protrusão Pterigóideo lateral, pterigoideo medial</p><p>Retração Temporal (parte posterior)</p><p>Desvio lateral ipsilateral Temporal, masseter</p><p>Desvio lateral contralateral Pterigóideo medial, pterigoideo lateral</p><p>Fonte: Lippert (2013, p.183)</p><p>A articulação temporomandibular é formada pelo pro-</p><p>cesso condilar da mandíbula que se ajusta frouxamente na</p><p>fossa mandibular do temporal. É uma articulação sinovial</p><p>que permite uma grande amplitude de rotação, bem como de</p><p>translação. Um disco articular amortece as forças musculares</p><p>repetitivas e potencialmente grandes, está entre a mastiga-</p><p>ção. O disco separa a articulação em duas cavidades articula-</p><p>res sinoviais. A cavidade articular inferior encontra-se entre</p><p>a face inferior do disco e o processo condilar. A cavidade</p><p>superior maior, está entre a face superior do disco e o osso</p><p>formado pela fossa mandibular e a �eminencia articular�3.</p><p>No que se refere aos ligamentos e outras estruturas: O</p><p>ligamento lateral é conhecido como �ligamento temporo-</p><p>mandibular�. Posteriormente, ! xa-se no colo da mandíbula e</p><p>no disco articular, depois dirige-se superoanteriormente até o</p><p>tubérculo articular do osso temporal. Limita os movimentos</p><p>de abaixamento, de retração e lateral da mandíbula2.</p><p>215</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>O ligamento esfenomandibular � xa-se na espinha do</p><p>osso esfenoide e segue até a metade da superfície medial do</p><p>ramo da mandíbula. Sustenta a mandíbula e limita o movi-</p><p>mento excessivo da protrusão. O ligamento esfenomandi-</p><p>bular é importante para limitar o movimento exagerado de</p><p>abaixamento da mandíbula2.</p><p>O ligamento estilomandibular segue no processo estiloi-</p><p>de do osso temporal até a margem posteroinferior do ramo da</p><p>mandíbula (ângulo mandibular). Situa-se junto aos músculos</p><p>masseter e pterigoideo medial, e sua função é limitar o movi-</p><p>mento anterior excessivo (protrusão)2.</p><p>O ligamento estilo-hioideo � xa-se no processo estiloide</p><p>do osso temporal e segue até o osso hioide. Sua função é</p><p>manter o hioide em sua posição2.</p><p>A articulação é dividida pelo menisco em um compartimen-</p><p>to superior e um inferior. O volume do compartimento superior</p><p>é cerca de duas vezes maior que a do compartimento inferior4.</p><p>A cápsula articular recobre as superfícies articulares do</p><p>osso temporal e a cabeça da mandíbula. Assim como o disco.</p><p>Ela pode ser identi� cada superiormente ao longo do arco da</p><p>fossa mandibular, anteriormente ao redor da superfície da emi-</p><p>nencia articular e inferiormente ao redor da cabeça mandibular5.</p><p>A cápsula articular envolve a ATM � xando-se superiormente no</p><p>tubérculo articular e nas margens da fossa mandibular do osso</p><p>temporal. Inferiormente, � xa-se no colo da mandíbula2.</p><p>O disco articular da ATM é semelhante ao disco da arti-</p><p>culação esternoclavicuar. Está � xado circunferencialmente à</p><p>cápsula articular e parcialmente ao tendão do músculo pteri-</p><p>goideo lateral. Também divide a cavidade articular em dois</p><p>compartimentos: um espaço articular superior maior, e um</p><p>espaço articular inferior, menor. A face superior do disco arti-</p><p>cular é tanto côncava quanto convexa para ser compatível com</p><p>o formato da fossa mandibular e do tubérculo articular. A face</p><p>inferior côncava do disco articular se adapta à face convexa</p><p>da cabeça da mandíbula e possibilita que a articulação perma-</p><p>neça congruente durante todo o movimento. O formato e as</p><p>� xações do disco articular também tornam possível seu movi-</p><p>mento anterior/posterior sobre a cabeça da mandíbula. Como</p><p>a � xação do disco articular na mandíbula é mais � rme do que</p><p>no osso temporal, ele pode mover-se anteriormente com a ca-</p><p>beça da mandíbula quando a boca se abre, e retorna à posição</p><p>posterior (de repouso) quando a boca se fecha2.</p><p>O crescimento da cartilagem condilar afeta a altura e o</p><p>comprimento da mandíbula in� uenciando sobre a forma da</p><p>face. Em boa parte do crescimento do côndilo mandibular</p><p>pode determinar a oclusão mandibular. Ortondontistas refe-</p><p>rem-se a esse tipo de oclusão como Classe II e III1.</p><p>Membrana sinovial é constituída por um tecido conjun-</p><p>tivo frouxo, composta por um estroma de � bras colágenas e</p><p>três camadas de � broblastos, posicionadas sobre todo o disco</p><p>até um período de 120 dias de formação fetal. Com o cres-</p><p>cimento e a erupção dentária, essa membrana degenera, per-</p><p>manecendo somente na porção anterior e posterior do tecido</p><p>discal. É ricamente inervada por um contingente simpático</p><p>de tal forma que, quando traumatizada, produz uma dor in-</p><p>tensa, aguda, lancinante e de difícil localização6.</p><p>O � uido sinovial normal apresenta-se claro ou levemente</p><p>amarelado. É obtido a partir do plasma sanguíneo e por secreção</p><p>das células sinoviais existentes na membrana sinovial. Sua lu-</p><p>bri� cação ocorre a partir do ácido hialurônico, responsável pela</p><p>viscosidade do � uido sinovial, o qual permite um contato suave</p><p>entre a sinovial e cartilagem. Também há uma glicoproteína, de-</p><p>nominada de lubricina, produzida a partir de células sinoviais,</p><p>capaz de � xar moléculas de água à cartilagem, hidratando-a.</p><p>Isso possibilita à cartilagem articular sofrer a ação de cargas,</p><p>deformando-se sem alterar a sua estrutura funcional6.</p><p>A inervação da ATM é recolhida por ramos da terceira</p><p>divisão do nervo trigêmeo (mandibular). O nervo aurículo-</p><p>temporal inerva a parte posterior medial e lateralmente; o</p><p>nervo masseterino inerva a parte medial e anterior da cápsu-</p><p>la, e o nervo temporal profundo posterior as porções anterio-</p><p>res e laterais da cápsula articular6.</p><p>Se os músculos acessórios dos grupos supra-hióideo e</p><p>infra-hióideo são incluídos, a inervação é feita também pe-</p><p>los nervos cranianos facial e hipoglosso. O nervo hipoglosso</p><p>também se comunica com os primeiros três nervos cervicais2.</p><p>A ATM é suprida,</p><p>primordialmente de três vasos arteriais:</p><p>artéria temporal super� cial para sua porção posterior, a menín-</p><p>gea média para a porção anterior, e a maxilar para sua porção</p><p>inferior. Estão presentes também outras artérias que contri-</p><p>buem para a nutrição da ATM. São elas a auricular profunda, a</p><p>timpânica anterior e a faríngea ascendente. A drenagem veno-</p><p>sa é realizada pelas veias temporal super� cial, maxilar e pelo</p><p>plexo pterigoideo. A cápsula articular e os ligamentos do disco</p><p>são ricamente vascularizados durante o crescimento, mas não</p><p>são vascularizados durante a fase adulta6.</p><p>Movimentos da articulação temporomandibular</p><p>A articulação temporomandibular (ATM) é uma das</p><p>mais complexas estruturas faciais. Trata-se de uma diartrose,</p><p>bilateral, com movimentação segundo três eixos, condilar</p><p>(elipsoide), com superfícies ósseas discordantes6.</p><p>Se examinarmos um crâneo seco, é aparente que as su-</p><p>perfícies articulares do côndilo e da sua cavidade recíproca</p><p>permitem um movimento mínimo. O côndilo geralmente é</p><p>descrito como uma articulação universal, mas essa descrição</p><p>não se aplica porque cada côndilo traz limitações ao movi-</p><p>mento do outro. Um côndilo não pode se mover de qual-</p><p>quer forma sem um movimento recíproco do lado oposto.</p><p>Nos movimentos de abertura e fechamento, os dois côndilos</p><p>possuem um eixo comum, e assim agem como dobradiça.</p><p>Apesar de o fato dos côndilos raramente serem simétricos,</p><p>a rotação axial ocorre ao redor de uma dobradiça verdadeira</p><p>que está num eixo � xo quando os côndilos estão totalmente</p><p>assentados. A rotação ao redor de um eixo horizontal � xo pa-</p><p>rece improvável devido a angulação dos côndilos em relação</p><p>ao eixo horizontal. Cada côndilo normalmente faz um ângu-</p><p>lo de 900 com o plano do ramo mandibular, formando um</p><p>ângulo obtuso entre os côndilos. Para entender como côndi-</p><p>los com diferentes alinhamentos podem rotacionar ao redor</p><p>de um eixo comum � xo, nós devemos observar o contorno</p><p>dos polos mediais e sua relação com a fossa articular. Em</p><p>função das diferentes angulações e assimetrias dos côndilos,</p><p>o polo medial é o único ponto lógico que permitirá uma rota-</p><p>ção verdadeira ao redor de um eixo � xo7.</p><p>Na posição de repouso imagina-se uma pessoa em pé ou</p><p>sentada olhando para frente e para longe, com os lábios em</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>216</p><p>leve contato e a musculatura mandibular relaxada. É esta a</p><p>posição de repouso da mandíbula, na qual os músculos man-</p><p>dibulares estão em contração mínima, contraídos apenas o</p><p>su� ciente para manter a postura. Os dentes superiores não</p><p>estão em contato e o espaço entre eles é chamado espaço</p><p>funcional livre ou interoclusal. Certos fatores podem inter-</p><p>ferir com a constância desta posição; por exemplo, a dor,</p><p>o estresse físico e emocional e a postura. Se a cabeça for</p><p>inclinada para traz, a relação maxila-mandíbula se modi� -</p><p>cará, aumentando o espaço funcional livre. Por outro lado,</p><p>se a cabeça for inclinada para a frente, poderá mesmo eli-</p><p>minar completamente o espaço funcional livre. A posição de</p><p>repouso é importante para o descanso muscular e alívio das</p><p>estruturas de suporte dental8,9.</p><p>Quando a mandíbula está em repouso, sua cabeça está</p><p>assentada na fossa mandibular do osso temporal. A posição</p><p>normal de repouso da mandíbula é com os lábios aproximados</p><p>dos dentes afastados alguns milímetros. Essa posição é man-</p><p>tida pelo baixo nível de atividade dos músculos temporais2.</p><p>A posição de descanso da mandíbula é uma posição na-</p><p>tural na qual existe um balanço entre o peso da mandíbula</p><p>e as forças que suportam as ATMs na posição vertical. Na</p><p>posição ereta é impossível eliminar completamente a sobre-</p><p>carga da articulação ou eliminar toda a tensão muscular, uma</p><p>vez que os músculos da mastigação devem contrair-se para</p><p>manter a boca fechada contra a força da gravidade. Na po-</p><p>sição normal de descanso a língua é mantida contra o palato</p><p>duro por pressão negativa do ar dentro da boca, formando</p><p>uma área conhecida como espaço de Donder. A pressão ne-</p><p>gativa diminui a quantidade de força muscular necessária</p><p>para suportar a mandíbula. As duas � leiras de dentes não se</p><p>encostam na posição de descanso, mas os lábios se tocam</p><p>levemente. Nessa posição, a cabeça da mandíbula � ca de</p><p>frente para a eminencia articular do osso temporal e o disco</p><p>é localizado anteriormente na cabeça da mandíbula entre as</p><p>duas superfícies de articulação. Essa combinação da posição</p><p>do disco e a atividade mecânica muscular limitada não so-</p><p>brecarrega o tecido mole da ATM. Em contraste, a posição</p><p>de oclusão é de� nida como a postura na qual as duas � leiras</p><p>de dentes estão levemente em contato5.</p><p>O movimento da mandíbula normalmente envolve ação</p><p>bilateral das articulações temporomandibulares. A função</p><p>anormal em uma das articulações interfere na função da ou-</p><p>tra. Os princípios para a compreensão da artrocinemática da</p><p>articulação temporomandibular são: 1) durante o movimento</p><p>de rotação, o processo condilar da mandíbula rola em relação</p><p>à face inferior do disco e, 2) durante o movimento de trans-</p><p>lação, o processo condilar e o disco deslizam essencialmente</p><p>juntos. Isto é chamado de translação do complexo processo</p><p>condilar-disco. O disco é esticado na direção do processo</p><p>condilar em translação3.</p><p>O abaixamento da mandíbula envolve dois movimen-</p><p>tos. O primeiro é realizado pela rotação anterior da cabeça</p><p>da mandíbula sob o disco articular. O segundo movimento</p><p>requer o deslizamento anterior e inferior do disco articular</p><p>e da cabeça da mandíbula sob o tubérculo articular2. Se o</p><p>conjunto côndilo-disco estiver completamente assentado em</p><p>Relação Centrica, o disco está posicionado na posição mais</p><p>súpero-anterior (no topo do côndilo) que o ligamento posterior</p><p>permitir. Nessa posição, as forças do carregamento condilar</p><p>são dirigidas para o terço medial do disco e para anterior, atra-</p><p>vés da superfície anterior do côndilo contra a posição mais</p><p>íngreme da eminência. A medida que o ventre inferior do mús-</p><p>culo pterigoideo lateral começa a tracionar o disco anterior-</p><p>mente, o ventre superior do músculo pterigoideo lateral libera</p><p>a contração para permitir que as � bras elásticas comecem a</p><p>tracionar o disco mais para o topo do côndilo7.</p><p>Na abertura máxima da mandíbula quando o côndilo</p><p>atinge a crista da eminência, o disco deve estar diretamen-</p><p>te no topo do côndilo à medida que as forças são dirigidas</p><p>superiormente contra a parte mais plana da eminência ar-</p><p>ticular. Nesse momento as � bras elásticas já rotacionam o</p><p>disco posteriormente porque o ventre superior do músculo</p><p>pterigoideo lateral está em liberação controlada7. A abertura</p><p>da boca deve ser su� ciente para se colocar dois ou três dedos</p><p>entre os dentes anteriores superiores e inferiores2. Da po-</p><p>sição de abertura máxima, a mandíbula pode ser deslocada</p><p>para frente e para cima, isto é, movimentos de protrusão e</p><p>elevação concomitantes, o máximo possível. Alcança assim,</p><p>a mandíbula sua posição mais protrusiva. Nessa posição, a</p><p>borda incisal do incisivo inferior � ca em um nível mais alto</p><p>que a borda do incisivo superior8.</p><p>A elevação da mandíbula requer o deslizamento poste-</p><p>rior e superior do disco articular da cabeça da mandíbula,</p><p>fazendo rodar posteriormente a referida cabeça sob o disco.</p><p>Esses movimentos ocorrem no plano sagital2.</p><p>A medida que a mandíbula se fecha, o côndilo começa a</p><p>se mover para trás e para cima na inclinação acentuada da emi-</p><p>nência, de tal forma que o disco deve ser tracionado de volta</p><p>para a porção anterior do côndilo. Para que isso ocorra o ven-</p><p>tre superior do músculo pterigoideo lateral começa contração</p><p>à medida que o ventre inferior do músculo pterigoideo lateral</p><p>libera o côndilo para s músculos elevadores que o tracionam</p><p>de volta. Quando o côndilo atinge a relação concêntrica, o dis-</p><p>co já está ´posicionado tão anteriormente quanto o ligamento</p><p>posterior permitir. O ventre superior sustenta a contração para</p><p>manter o disco corretamente alinhado7.</p><p>A protrusão e a retração exigem movimentos de desliza-</p><p>mento anterior/posterior no plano horizontal. Não há rotação. O</p><p>movimento anterior e posterior de todas as partes da mandíbula</p><p>é igual. A cabeça da mandíbula e o disco articular movem-se em</p><p>bloco em relação a fossa mandibular do osso temporal2.</p><p>Durante a protrusão da mandíbula, a zona intermediá-</p><p>ria do disco articular � ca entre as convexidades do processo</p><p>condilar e a eminencia articular. O disco é comprimido entre</p><p>a mandíbula e o osso temporal na lateral da articulação5.</p><p>A retrusão ocorre na direção oposta e é limitada pela ten-</p><p>são do ligamento anterior e � bras musculares e pela massa</p><p>do tecido retrodiscal do disco. Como o tecido retrodiscal é</p><p>muito vascularizado e bem inervado, a compressão ou irrita-</p><p>ção do tecido retrodiscal por retrusão excessiva ou continua-</p><p>da pode produzir dor na ATM5.</p><p>O movimento lateral ocorre no plano horizontal. Uma</p><p>cabeça da mandíbula roda na fossa mandibular, enquanto a</p><p>outra desliza no sentido anterior. Para mover a mandíbula</p><p>para o lado esquerdo, há rotação da sua cabeça esquerda e</p><p>217</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>deslizamento anterior da sua cabeça direita. Essa rotação</p><p>ocorre em torno do eixo longitudinal5. No desvio lateral, o</p><p>disco é estabilizado entre os elementos osteoarticulares no</p><p>lado em direção ao qual a mandíbula desvia. No lado oposto,</p><p>o disco articular se protrai, e o tecido retrodiscal preenche a</p><p>metade posterior e lateral da fossa mandibular3. A excursão</p><p>lateral da mandíbula normalmente é combinada com outras</p><p>translações e rotações relativamente leve. Normalmente a</p><p>trajetória especí� ca do movimento é conduzida pelo contato</p><p>feito entre os dentes opostos e a fossa mandibular2.</p><p>Há um aspecto do movimento mandibular, de considerável</p><p>importância, que é o movimento de Bennett. Frequentemente</p><p>durante o movimento lateral, pode ocorrer um deslocamento</p><p>lateral de toda a mandíbula enquanto se realiza o processo de</p><p>rotação e translação. Portanto, o côndilo do lado do movimento</p><p>(côndilo direito para o movimento lateral direito) não perma-</p><p>nece sem deslocamento, mas desloca-se cerca de 1,5 milímetro</p><p>para o lado do movimento (direito, no caso). Esta mudança de</p><p>posição da mandíbula para a lateral é chamada movimento de</p><p>Bennett que pode variar de pessoa para pessoa8,9.</p><p>Conclusão</p><p>Diversos sinais e sintomas podem estar relacionados à</p><p>ATM, os Fisioterapeutas e os Cirurgiões Dentistas devem</p><p>estar atentos à queixas de crepitação ao mastigar ou falar,</p><p>dor e/ou zumbidos no ouvido, constantes enxaquecas, dentre</p><p>outras. Diversas patologias podem estar relacionadas com a</p><p>ATM, dentre elas a anquilose, aplasia condilar, artrite reu-</p><p>matoide, atrição, condomatose sinovial, hiperplasia condi-</p><p>lar, luxação condilar, nevralgia do trigêmeo, osteoartrite da</p><p>ATM, dentre outras.</p><p>A atuação multidisciplinar incluindo o � sioterapeuta e o</p><p>Cirurgião Dentista é fundamental para uma terapêutica efe-</p><p>tiva e e� caz. Contudo, esses pro� ssionais devem estar muni-</p><p>dos dos conhecimentos anatomo� siológicos da ATM, inclu-</p><p>sive no que concerne a diagnóstico por imagem radiográ� ca,</p><p>para que possam estabelecer em caráter multidisciplinar o</p><p>tratamento adequado a essa região tão complexa.</p><p>Referências</p><p>1. Mel� , Rudy C., Alley, Keith E. Embriologia e histologia Oral de Permar: Manual para</p><p>estudantes de odontologia. 10 ed. São Paulo: Santos, 2010.</p><p>2. Lippert, Lynn. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5 ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.</p><p>3. Neumann, Donald A. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético: fundamentos para</p><p>reabilitação física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.</p><p>4. Pogrel, M.Anthony, Kahnberg, Karl-Erik, Anderson, Lars. Cirurgia bucomaxilofacial. Rio</p><p>de Janeiro: Santos, 2016.</p><p>5. Iglarsh, Z. Annette. Estrutura e função das estruturas articulares da ATM. In: OATIS, Carol</p><p>A. Cinesiologia: A mecânica e a patomecânica do movimento humano. 2 ed. Barueri-SP:</p><p>Manole, 2014.</p><p>6. Grossmann, E., Furtado, S., Grossmann, T.K., Vall E, R. T., Fernandes, R.S.M. Anato-</p><p>mo� siologia do sistema mastigatório. In: Valle, R. T., Grossmann, E., Fernandes, R.S.M.</p><p>Disfunções temporomandibulares: abordagem clínica. Nova Odessa-SP: Napoleão Edito-</p><p>ra, 2015.</p><p>7. Dawson, Peter E. Oclusão: Da ATM ao Desenho do Sorriso. São Paulo: Editora . Em</p><p>dSantos, 2008.</p><p>8. Madeira, Miguel Carlos, Rizzolo, Roelf J. Cruz. Anatomia do dente. 7 ed. São Paulo: Sar-</p><p>vier, 2014.</p><p>9. Madeira, Miguel Carlos. Anatomia da face: Bases anatomofuncionais para a prática odon-</p><p>tológica. 7 ed. São Paulo: Servier, 2010. ISBN 978-85-7378-205-9.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>218</p><p>Revisão</p><p>O uso da corrente russa na</p><p>flacidez abdominal em mulheres no puerpério</p><p>The power use of russian</p><p>flaccidity abdominal in women in puerperium</p><p>Izabel Cristina Melo de Oliveira1, Maria dos Prazeres Carneiro Cardoso2</p><p>Resumo</p><p>Introdução: A aplicação da corrente russa passou a ser uma das ferramentas</p><p>que mais atuam no combate a flacidez muscular, com a utilização de eletrodos na</p><p>superfície da musculatura esquelética para fornecimento de corrente elétrica que</p><p>conduz a contrações musculares involuntárias15. Objetivo: Promover um estímu-</p><p>lo ao músculo estriado esquelético proporcionando um aumento na capacidade</p><p>de gerar força e hipertrofia, sendo também aplicada para ajudar na redução de</p><p>dor7. Metodologia: Este estudo caracteriza-se por uma revisão integrativa, com</p><p>abordagem qualitativa, sendo uma pesquisa exploratória, com busca das obras</p><p>potenciais nas bases científicas de dados. Resultados: O uso da eletroestimulação</p><p>russa na fase puerperal tem a capacidade de atuar na fisiologia estética, e também</p><p>contribuir na parte emocional e psicológica da paciente, melhorando sua qualidade</p><p>de vida. Conclusão: Por meio de revisão de literaturas realizadas neste estudo,</p><p>constatou-se a importância do uso desta técnica para promover a regeneração dos</p><p>músculos retos abdominais em um menor tempo, com o objetivo de reduzir a flaci-</p><p>dez e a diástase da musculatura abdominal no puerpério, aumentando a capacidade</p><p>e manutenção da musculatura abdominal.</p><p>Palavras-chave: estimulação elétrica neuromuscular, diástase abdominal, puer-</p><p>pério, gestação.</p><p>Abstract</p><p>Introduction: The application of the russian chain has become one of the tools</p><p>that are most active in fighting muscle flaccidity, with the use of electrodes on the</p><p>surface of skeletal muscle to supply electrical current that leads to involuntary</p><p>muscle contractions15. Objective: To promote a stimulus to skeletal muscle resul-</p><p>ting in an increase in capacity to generate strength and hypertrophy, and also ap-</p><p>plied to help reduce pain7. Methodology: This study is characterized by an integra-</p><p>tive review, with qualitative approach, with an exploratory research with search</p><p>of potential works in the scientific basis of. Results: The use of russian electrical</p><p>stimulation in puerperal phase has the ability to act in aesthetic physiology, and</p><p>also contribute to the emotional and psychological part of the patient, improving</p><p>their quality of life. Conclusion: Through literature review performed in this stu-</p><p>dy, there was the importance of using this technique to promote the regeneration</p><p>of the rectus abdominis muscles in a shorter time, in order to reduce sagging and</p><p>diastasis of .the abdominal muscles in the postpartum period, increasing the capa-</p><p>city and maintenance of the abdominal muscles.</p><p>Keywords: neuromuscular electrical stimulation, diastasis abdominal puerpe-</p><p>rium, gestation.</p><p>1 . Graduanda do Curso Bacharelado em Fisiotera-</p><p>pia pelas faculdades INTA.</p><p>2. Mestre em Ciências Médico Cirúrgicas pela</p><p>Universidade Federal do Ceará e Doutoranda</p><p>em Ciências Médico Cirúrgicas pela Universi-</p><p>dade Federal do Ceará.</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>E-mail: belano2005@bol.com.br</p><p>Recebido para publicação em 09/09/2016 e acei-</p><p>to em 13/10/2016, após revisão.</p><p>219</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Introdução</p><p>A pele representa o maior órgão corporal de um ser hu-</p><p>mano. Em um indivíduo</p><p>adulto, ela mede uma área que varia</p><p>entre 1,5 a 2,0 m, possui peso que varia de 8 a 10 kg. É</p><p>constituída de três camadas bem diferentes: A hipoderme, a</p><p>derme e a epiderme¹. Suas principais funções são: proteção,</p><p>excreção, regulação da temperatura, percepção sensitiva e</p><p>imagem corporal². A pele possui uma característica viscoe-</p><p>lástica, pois tem a facilidade de modificar-se quando há uma</p><p>pressão exercida sobre ela. Tendo a pele uma boa capacidade</p><p>ou não de resistir a uma determinada tensão. Pode ser ava-</p><p>liada em duas fases, sendo que se após a retirada da carga o</p><p>tecido voltar a sua dimensão anterior essa fase se caracteriza</p><p>como elástica, mas se o tecido ficar deformado de forma per-</p><p>manente, essa fase se caracteriza por plástica³. Ela representa</p><p>condições físicas e psicológicas, saúde, diferenças étnicas e</p><p>culturais; por isso é de grande importância manter a sua in-</p><p>tegridade, para que seja sempre possível manter a proteção</p><p>contra os danos ao qual o ser humano está exposto, como a</p><p>radiação, traumatismo, agentes químicos e térmicos².</p><p>Com o avançar da idade a pele vai mudando suas carac-</p><p>terísticas, vai ficando delgada, enrugada, seca e escamosa; fi-</p><p>bras colágenas presentes na derme ficam mais grossas, fibras</p><p>elásticas vão perdendo sua elasticidade e há uma gradativa</p><p>diminuição de gordura no tecido subcutâneo o que provoca o</p><p>surgimento de hipotonia muscular e flacidez4.</p><p>A redução do tônus faz com que resulte em uma dimi-</p><p>nuição da consistência da musculatura, podendo ser evidente</p><p>por duas maneiras diferentes: quando há flacidez no múscu-</p><p>lo, e quando há flacidez visível na pele, podendo estas duas</p><p>situações estarem presentes no mesmo local5.</p><p>A estimulação elétrica vem sendo utilizada largamente pela</p><p>fisioterapia. A aceitação da estimulação elétrica neuromuscular</p><p>(corrente russa) foi demonstrada tanto em pesquisas como em</p><p>tratamentos de reabilitação, essa técnica possui a capacidade de</p><p>melhorar o desempenho de músculos esqueléticos saudáveis6.</p><p>Há pouco mais de 40 anos, profissionais fisioterapeutas</p><p>vem utilizando a técnica de eletroestimulação neuromuscu-</p><p>lar russa para o tratamento e prevenção de atrofias muscu-</p><p>lares, o objetivo do tratamento é promover um estímulo ao</p><p>músculo estriado esquelético proporcionando um aumento</p><p>na capacidade de gerar força e hipertrofia, sendo também</p><p>aplicada para ajudar na redução de dor7. Também é muito</p><p>utilizada terapeuticamente em diversos tratamentos, como</p><p>tratamento para disfunções da bexiga, em reabilitação de</p><p>disfagia , no tratamento da dor crônica e também é utilizada</p><p>em pós-operatório. A sua atuação no músculo é de origem</p><p>central e periférica, fortalecendo a musculatura8.</p><p>O uso desta técnica tem como principal enfoque a dimi-</p><p>nuição da perda de tônus muscular , que provoca a flacidez,</p><p>gerando melhoras tanto no fator estético, e busca proporcio-</p><p>nar um maior rendimento do músculo no setor esportivo.</p><p>Esse é um método que estimula a produção de hipertrofia</p><p>muscular, fazendo com que muitos atletas de elite aumentem</p><p>seu ganho de força em 30 a 40% superior aqueles gerados</p><p>por uma contração voluntária máxima da musculatura9.</p><p>A partir do sexto mês de gestação, o desenvolvimento</p><p>fetal, somado a um grande aumento de gordura localizada</p><p>faz com que seja provocado uma diástase abdominal. Uma</p><p>Diástase do músculo reto abdominal quando está analisada</p><p>acima de 2,5 cm provavelmente é considerada prejudicial,</p><p>devido essa medição representar uma dificuldade na capa-</p><p>cidade da musculatura abdominal de poder esta¬bilizar o</p><p>tronco e isso interferir em determinadas funções como por</p><p>exemplo a postura, o parto, durante a defecação, movimen-</p><p>tos do tronco, além de prejudicar na contenção das vísceras e</p><p>na estabilização lombar10.</p><p>No período gestacional, acontecem muitas mudanças no</p><p>corpo da mulher, dentre elas estão as alterações hormonais e</p><p>corporais; O útero em desenvolvimento causa uma protusão</p><p>no abdomem, e provoca um afastamento anterior do centro</p><p>de gravidade. A Diástase dos músculos reto abdominais, é</p><p>caracterizada quando ocorre um afastamento das bordas da</p><p>musculatura do reto abdominal, que se afastam com o pro-</p><p>pósito de conceder o crescimento do feto durante a gestação.</p><p>Esse processo causa o estiramento e gera uma grande fraque-</p><p>za muscular dessa região11.</p><p>Na diástase, ocorre uma projeção anterior da parede ab-</p><p>dominal, que leva ao aparecimento de problemas funcionais</p><p>como dor nas costas devido a má postura12.</p><p>Na fase do puerpério, principalmente nas 6 a 8 primei-</p><p>ras semanas após o parto, período conhecido como puerpério</p><p>imediato, já é notável a flacidez na região abdominal, resul-</p><p>tante do acúmulo de gordura que ficou armazenado nesse</p><p>local, o que provoca na mulher uma insatisfação grandiosa</p><p>com seu novo corpo, gerando uma série de transtornos emo-</p><p>cionais para ela10.</p><p>O estudo teve como finalidade proporcionar uma alter-</p><p>nativa de tratamento para promover a regeneração dos mús-</p><p>culos retos abdominais em um menor tempo, excluindo a</p><p>necessidade de que essas mulheres precisem fazer exercícios</p><p>que necessite esforço físico de grande intensidade.</p><p>Metodologia</p><p>Este estudo caracteriza-se por uma revisão de caráter</p><p>exploratório do tipo integrativa, com abordagem qualitativa,</p><p>por ter uma maior amplitude de conhecimentos sobre a me-</p><p>todologia referente às revisões, o que admiti a inclusão de</p><p>estudos experimentais e não-experimentais, garantindo um</p><p>melhor entendimento do assunto analisado13.</p><p>Definiu-se como fonte de busca a Literatura Latino-</p><p>-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),</p><p>Scientific Electronic Library Online (SciELO), National</p><p>Library of Medicine (MEDLINE). Para a seleção nas bases</p><p>de dados, foram utilizados os seguintes descritores (DECs):</p><p>Diástase Abdominal, Puerpério, Eletroestimulação Neuro-</p><p>muscular, Gestação. Para a seleção dos estudos desta revisão</p><p>integrativa, adotamos os seguintes critérios de elegibilidade:</p><p>artigos completos publicados em português e inglês que pos-</p><p>suíam a integração ao objetivo proposto e que abordassem de</p><p>forma precisa ao assunto estudado.</p><p>Resultados</p><p>Com base nos estudos selecionados, foram encontrados</p><p>16 estudos, onde 7 eram sobre Eletroestimulação Neuromus-</p><p>cular, 3 sobre Diástase do músculo reto abdominal, 1 sobre</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>220</p><p>Fisioterapia Dermatofuncional, 4 sobre Fisioterapia Tegu-</p><p>mentar, 1 sobre Revisão Integrativa.</p><p>Quadro 1: Lista de artigos selecionados.</p><p>Artigo Quantidade</p><p>Eletroestimulação Neuromuscular 7</p><p>Diástase do músculo reto abdominal 3</p><p>Fisioterapia Dermatofuncional 1</p><p>Fisioterapia Tegumentar 4</p><p>Revisão Integrativa 1</p><p>TOTAL 16</p><p>Depois da leitura dos resumos das publicações encon-</p><p>tradas pela associação dos descritores, foram selecionados</p><p>dezesseis artigos para leitura e análise, a fim de obter melhor</p><p>entendimento sobre o assunto da pesquisa. Desses artigos</p><p>eleitos, todos foram encontrados no SciELO. Os artigos en-</p><p>contrados na MEDLINE e LILACS não se enquadraram no</p><p>perfil de obras procuradas para construção da pesquisa.</p><p>Discussão</p><p>Segundo Lima & Rodrigues (2012) a fisioterapia der-</p><p>matofuncional veio reforçar uma nova concepção de beleza</p><p>do século XX, fazendo com que muitas mulheres que não</p><p>se sentem satisfeitas com aquelas gordurinhas que não de-</p><p>saparecem nem com atividade física, nem com aquelas die-</p><p>tas malucas, busquem alternativas de melhorar sua imagem</p><p>corporal. Um dos instrumentos utilizados pela fisioterapia</p><p>dermato-funcional é a estimulação elétrica neuromuscular</p><p>(EENM), que utiliza uma frequência média, e dessa modali-</p><p>dade, a corrente russa é a que mais vem sendo utilizada, pois</p><p>essa técnica promove a contração da musculatura reduzindo</p><p>a flacidez da musculatura que ficou hipotrofiada14.</p><p>A aplicação da corrente russa passou a ser uma das fer-</p><p>ramentas que mais atuam no combate a flacidez muscular,</p><p>com a utilização de eletrodos na superfície da musculatura</p><p>esquelética para fornecimento de corrente elétrica que conduz</p><p>a contrações musculares involuntárias15; O seu uso</p><p>vem sendo</p><p>utilizado para trazer de volta aquele corpo desejado, e vem</p><p>fazendo com que muitas pessoas busquem por essa tecnologia</p><p>como método de obter a hipertrofia muscular sem precisar fa-</p><p>zer treinamentos físicos de forma intensa. É bastante utilizada</p><p>por profissionais fisioterapeutas em clínicas de estétical16.</p><p>O uso desta técnica tem como objetivo a diminuição da</p><p>perda de tônus muscular , que provoca a flacidez, gerando</p><p>melhoras tanto no fator estético, e busca proporcionar um</p><p>maior rendimento do músculo no setor esportivo. Esse é um</p><p>método que estimula a produção de hipertrofia muscular9. O</p><p>uso da eletroestimulação russa vai atuar na fisiologia estéti-</p><p>ca, e também contribuir na parte emocional e psicológica da</p><p>paciente, melhorando sua autoestima que proporcionalmente</p><p>ajuda na sua qualidade de vida.</p><p>Conclusão</p><p>Estudos vêm mostrando que a fisioterapia dermatofun-</p><p>cional está ganhando cada vez mais aceitação no mercado</p><p>mundial, a sua atuação vem substituindo a necessidade de</p><p>tratamentos cirúrgicos que provocam dor e efeitos pós-cirúr-</p><p>gicos. A eletroestimulação Neuromuscular russa é uma alter-</p><p>nativa de tratamento contra flacidez muscular, este método</p><p>provoca no músculo um estimulo elétrico que faz com que</p><p>ocorra uma contração involuntária trazendo respostas bené-</p><p>ficas, resultando no aumento da força e tonicidade daquela</p><p>musculatura solicitada.</p><p>Muitas mulheres após a gestação apresentam uma diás-</p><p>tase na região abdominal, devido a um aumento exagerado de</p><p>peso durante a gestação, o que provoca sentimentos de desani-</p><p>mo, fragilidade e decepção; é preciso lidar com a aceitação de</p><p>um novo corpo, e muitas dessas mulheres insatisfeitas buscam</p><p>novas formas de tratamento para melhorar sua auto estima, e</p><p>retornar aquele corpo que possuíam antes de engravidar.</p><p>Esta técnica exclui a necessidade de a mulher precisar</p><p>fazer exercícios físicos de alta intensidade neste período</p><p>puerperal, evitando que ela tenha problemas futuros, sendo</p><p>esse um tratamento indolor, que não traz nenhum cansaço ou</p><p>incomodo a paciente, fazendo com que a mulher se sinta bem</p><p>com os resultados, contribuindo tanto na área estética como</p><p>também na parte psicológica e emocional da paciente.</p><p>Referências</p><p>1. Souto et al. Model for human skin reconstructed in vitro composed of associated</p><p>dermis and epidermis. Sao Paulo Med J. 2006;124(2):71-6.</p><p>2. Resende, D, M; Bachion, M. M; Araújo, A, O. Integridade da pele prejudicada em</p><p>idosos: estudo de ocorrência numa comunidade atendida pelo Programa Saúde da</p><p>Família. Acta Paul Enferm 2006;19(2):168-73</p><p>3. Pòvoa, G; Diniz, L, M. O Sistema do Hormônio de Crescimento: interações com a</p><p>pele*.An Bras Dermatol. 2011;86(6):1159-65</p><p>4. Guirro, Rinaldo; Guirro, Eliane, Fisioterapia Dermato-funcional. Fundamentos,</p><p>recursos, patologias. 3º edição. São Paulo, Editora Manole, 2004).</p><p>5. Mendonça; Rodrigues, 2011. As principais alterações dermatológicas em pacientes</p><p>obesos. Abcd Arq Bras Cir Dig 2011;24(1): 68-73</p><p>6. Avila, M.A., Brasileiro, J.S., Salvini, T.F. .Estimulação elétrica e treinamento iso-</p><p>cinético: efeitos na força e propriedades neuromusculares de adultos jovens sadios.</p><p>Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 12, n. 6, p. 435-40, nov./dec. 2008.</p><p>7. Pelizzarri et al. Estimulação elétrica neuromuscular de média freqüência (russa)</p><p>em cães com atro! a muscular induzida. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.3,</p><p>p.736-742, mai-jun, 2008.</p><p>8. Dadalto, T, V; Souza, C, P; Silva, E, B. Eletroestimulação neuromuscular, exer-</p><p>cícios contrarresistência, força muscular, dor e função motora em pacientes com</p><p>osteoartrite primária de joelho. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 26, n. 4, p. página 777-</p><p>789, set./dez. 2013.</p><p>9. Durigan et al. Efeitos da estimulação elétrica neuromuscular no músculo sóleo de</p><p>ratos: análise morfométrica e metabólica. Acta Ortop Bras 16(4: 238-241, 2008).</p><p>10. Rett et al. 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A eletroestimulação pode</p><p>ser considerada uma ferramenta válida para desenvolver hipertro! a muscular? Fi-</p><p>sioter Mov. 2013 jan/mar;26(1):123-31.</p><p>221</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Revisão</p><p>Prevenção de lesões em atletas no uso</p><p>de protocolos: uma revisão integrativa</p><p>The effect of protocols for existing injury prevention in athletes:</p><p>an integrative review</p><p>Maykon Felipe Pereira da Silva1, Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha2</p><p>Resumo</p><p>A lesão desportiva envolve vários eventos não desejados que ocorram no en-</p><p>volvimento entre o jogador e o ambiente no decorrer da atividade física. Trata-se</p><p>de uma Revisão Integrativa de literatura, em publicações cientificas de 2009 á</p><p>2015, que se objetivou em analisar aprevenção de lesões em atletas no uso de pro-</p><p>tocolos através de uma revisão integrativa. A coleta de dados foram nas bases de</p><p>dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), (LILACS), (SciELO) e Base de dados</p><p>de Evidência em Fisioterapia (PEDro), utilizando os descritores: Propriocepção,</p><p>pliometria, FIFA 11+, alongamento muscular, protocolos de prevenção de lesões,</p><p>desportos. A busca originou-se em 30 artigos, que obedecendo aos critérios de in-</p><p>clusão e exclusão, resultou em nove artigos completos. Na analise pode-se obser-</p><p>var que todos os artigos estão ligados a área da saúde especificamente na área da</p><p>fisioterapia desportiva, onde buscam mostrar protocolos ou métodos para prevenir</p><p>lesões em atletas. A pesquisa pode significar avanços na prevenção de lesões, onde</p><p>pode no futuro auxiliar fisioterapeutas a realizarem trabalhos preventivos e pes-</p><p>quisas referentes ao tema.</p><p>Palavras-chave: propriocepção, pliometria, fifa 11+, alongamento muscular, pro-</p><p>tocolos de prevenção de lesões, desportos.</p><p>Abstract</p><p>A sports injury involves several unwanted events that occur in the engagement</p><p>between the player and the environment during the physical atividade. This is an</p><p>integrative review of literature in 2009 scientific publications will in 2015, which</p><p>aimed to analyze the prevention of injuries in athletes use protocols through an</p><p>integrative review. The collection of data in the databases Virtual Health Library</p><p>(VHL), (LILACS), (SciELO) and Physiotherapy Evidence Base (PEDro) using</p><p>the key words: Proprioception, plyometrics, FIFA 11+, muscle stretching, injury</p><p>prevention protocols, sports. The search originated in 30 articles, which according</p><p>to the inclusion and exclusion criteria, resulted in nine full articles. In the analysis</p><p>it can be seen that all items are linked to health specifically in the field of sports</p><p>therapy, which seek to show protocols or methods to prevent injuries in athletes.</p><p>The research could mean advances in injury prevention, which may in the future</p><p>assist physiotherapists to carry out preventive work and research on the topic.</p><p>Keywords: proprioception, plyometrics, fifa 11+, muscle stretching, injury pre-</p><p>vention protocols, sports.</p><p>1. Acadêmico de Fisioterapia das Faculdades</p><p>INTA</p><p>2. Fisioterapeuta. Educadora Física. Mestra em</p><p>Saúde Coletiva. Tutora da Residência em</p><p>Urgência e Emergênciadas Faculdades Inta/</p><p>Santa Casa de Misericórdia de Sobral.</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>E-mail: aleudinelia@yahoo.com.br</p><p>Recebido para publicação</p><p>a de</p><p>maior valor11. O Pico de Fluxo Expiratório (PFE) foi ana-</p><p>lisado a partir da Capacidade Pulmonar Total, através de</p><p>três medidas em um medidor de pico de fluxo expiratório.</p><p>O maior valor obtido foi usado para quantificar o grau de</p><p>obstrução das vias aéreas.</p><p>A mobilidade torácica foi verificada através da cirtome-</p><p>tria torácica, utilizando-se uma fita métrica escalonada em</p><p>centímetros (cm) e posicionada horizontalmente em quatro</p><p>níveis: axilar, xifoidiano, últimas costelas e linha umbilical.</p><p>Entretanto, para análise dos dados, foi considerado o maior</p><p>valor obtido das três medidas realizadas e calculado o Índice</p><p>de Amplitude (IA), com a finalidade de atenuar as diferentes</p><p>dimensões de tórax e abdômen12.</p><p>A análise postural foi realizada através da fotogrametria</p><p>computadorizada (biofotogrametria). O procedimento para ob-</p><p>tenção das imagens foi padronizado com a determinação de dis-</p><p>tâncias fixas entre a câmera fotográfica e o solo e entre a câmera</p><p>e o voluntário, posicionando a câmera sobre um tripé nivelado</p><p>e colocado paralelamente ao solo, com uma distância de 3,0 m</p><p>do indivíduo avaliado. Os indivíduos se posicionaram com os</p><p>pés descalços a uma distância de 15,0 cm de um pé ao outro e a</p><p>30,0 cm do calcanhar à parede para um melhor equilíbrio corpo-</p><p>ral. Os membros superiores permaneceram na posição neutra.</p><p>Foram retiradas três imagens de cada participante em cada uma</p><p>das quatro posições em ortostatismo: vista anterior, posterior,</p><p>lateral direita e lateral esquerda. Não foi utilizado zoom para</p><p>evitar distorções. Todas as fotografias foram realizadas pelo</p><p>mesmo examinador. Os pontos anatômicos utilizados para aná-</p><p>lise das imagens foram previamente marcados nos voluntários</p><p>por marcadores de isopor brancos. A todos os voluntários foi</p><p>solicitado o uso de um short ou calça de lycra e de um top, para</p><p>que os pontos anatômicos ficassem expostos. Na vista anterior,</p><p>foram marcadas as articulações acrômio-claviculares, apêndi-</p><p>ce xifoide e incisura jugular. Na vista posterior, os processos</p><p>espinhosos da sétima vértebra cervical (C7), décima segunda</p><p>vértebra torácica (T12) e quinta vértebra lombar (L5), ângulos</p><p>inferiores e superiores das escápulas e espinhas ilíacas poste-</p><p>rossuperiores (EIPS). As imagens capturadas foram analisadas</p><p>185</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>pelo software ALCimagem®, que mede os ângulos formados</p><p>pelas linhas traçadas a partir dos pontos anatômicos, a fim de</p><p>identificar e quantificar possíveis assimetrias6,13,14,15,16.</p><p>O instrumento utilizado para avaliar a qualidade de vida</p><p>dos indivíduos asmáticos foi o Questionário sobre Qualida-</p><p>de de Vida em Asma com Atividades Padronizadas (AQLQ</p><p>(S)), que é um questionário específico de medição de quali-</p><p>dade de vida de pessoas com asma, constituído por 32 itens,</p><p>sendo doze itens relativos aos sintomas, onze relativos a li-</p><p>mitações de atividades, cinco relativos à função emocional</p><p>e quatro relativos à exposição ambiental. Foi solicitado aos</p><p>indivíduos que recordassem as experiências das duas últimas</p><p>semanas e que respondessem a cada questão em uma escala</p><p>de sete pontos (de �totalmente limitado� a �nada limitado�).</p><p>A pontuação global do AQLQ (S) foi obtida através da média</p><p>das 32 respostas, e a pontuação individual de cada domínio</p><p>também foi obtida a partir da média dos itens que constituem</p><p>cada domínio. Valores menores que quatro indicam aumen-</p><p>to da gravidade e valores maiores que quatro indicam menor</p><p>comprometimento17,18. O questionário foi aplicado sob a for-</p><p>ma de entrevista, em um ambiente silencioso e isolado, e os</p><p>participantes responderam às questões sem interferência. Para</p><p>interrogar os participantes, o entrevistador leu as questões e as</p><p>alternativas de resposta em voz alta, sem explicações</p><p>A tolerância ao exercício foi avaliada através do Teste de</p><p>Caminhada de Seis Minutos (TC6M), que é um teste de esforço</p><p>submáximo que engloba e integra diversos sistemas envolvidos</p><p>durante a atividade física, sendo indicado principalmente para</p><p>avaliar a capacidade funcional19. É um método simples para se</p><p>observar a melhora do desempenho nas provas de tolerância ao</p><p>exercício, de fácil aplicabilidade, bem tolerado pelos pacientes</p><p>e o que melhor reproduz as atividades de vida diária20. Na re-</p><p>alização do teste, os participantes caminharam em um terreno</p><p>plano, nivelado, sem obstáculos e sem trânsito de pessoas, per-</p><p>fazendo a distância entre dois cones separados por 30 metros, a</p><p>uma velocidade auto imposta pelo próprio voluntário.</p><p>Os dados obtidos foram comparados estatisticamente ao</p><p>nível de 5% de probabilidade, através do software SigmaStat</p><p>3.5 (Systat Software, Inc., 2006). Para a aplicabilidade da cor-</p><p>relação linear simples e comparação entre os grupos, foi testada</p><p>a normalidade dos dados pelo Teste de Normalidade Kolmo-</p><p>gorov-Smirnov. Em seguida, foi aplicado o teste da mediana</p><p>de Levene para verificar a homogeneidade das variâncias. Os</p><p>dados paramétricos foram comparados pelo Paired t-test e os</p><p>dados não paramétricos pelo Wilcoxon Signed Rank Test.</p><p>Resultados</p><p>No presente estudo, foram avaliados oito indivíduos</p><p>asmáticos clinicamente estáveis, com idade mediana de 56</p><p>anos (21,50-57,50). Todos os participantes completaram o</p><p>tratamento e, quando houve falta, a sessão de tratamento foi</p><p>reposta na mesma semana.</p><p>Os resultados deste estudo estão apresentados em tabe-</p><p>las, com formatação padronizada no intuito de facilitar a in-</p><p>terpretação dos dados. A seguir, estão descritas, na tabela 1,</p><p>as características dos indivíduos asmáticos analisados antes</p><p>e após terem sido submetidos ao tratamento pelo Método</p><p>Pilates. Nenhum dos parâmetros avaliados apresentou dife-</p><p>rença estatística após o tratamento.</p><p>Tabela 1: Características da amostra. Valores expressos como</p><p>mediana (1º e 3º quartis) de oito indivíduos com asma, que</p><p>foram submetidos ao tratamento com o Método Pilates. IMC:</p><p>índice de massa corpórea; PAS: pressão arterial sistólica; PAD:</p><p>pressão arterial diastólica; FC: frequência cardíaca; FR: frequ-</p><p>ência respiratória; SpO2: saturação periférica de oxigênio.</p><p>Antes Após P</p><p>IMC (kg/m2) 28,90 (25,68-33,75) 28,90 (25,68-33,75) 1,00</p><p>PAS (mmHg) 121,00 (118,00-139,00) 121,00 (120,00-132,00) 1,00</p><p>PAD (mmHg) 81,00 (77,00-88,00) 80,00 (80,00-84,00) 1,00</p><p>FC (bpm) 77,00 (63,50-91,50) 81,50 (66,50-82,50) 1,00</p><p>FR (irpm) 17,50 (16,50-19,00) 17,00 (13,50-18,50) 0,62</p><p>SpO2 (%) 95,00 (94,00-96,00) 95,00 (94,00-97,00) 0,50</p><p>Na análise da função pulmonar, foram avaliados os pa-</p><p>râmetros de força dos músculos respiratórios e pico de fluxo</p><p>expiratório antes e após o tratamento. Observou-se que ape-</p><p>nas a pressão expiratória máxima foi influenciada pelo Mé-</p><p>todo Pilates, aumentando em 23,88% (p = 0,02). A mobili-</p><p>dade do tórax foi avaliada através da cirtometria torácica em</p><p>quatro níveis: linha axilar, apêndice xifoide, últimas costelas</p><p>e linha umbilical, obtendo-se o índice de amplitude (IA) em</p><p>cada um desses níveis. Após o tratamento, não foi observa-</p><p>da diferença estatística em nenhum dos níveis avaliados. A</p><p>tolerância ao exercício foi analisada através da distância per-</p><p>corrida no teste de caminhada de seis minutos (DP6M). Ao</p><p>comparar esses valores antes e após a aplicação do protocolo</p><p>de tratamento, foi possível observar um aumento de 13,20%</p><p>nesse último parâmetro (p = 0,00) (tabela 2).</p><p>Tabela 2: Análise da função pulmonar, cirtometria torácica</p><p>e teste de caminhada de seis minutos. Dados expressos em</p><p>média ± desvio padrão de oito indivíduos com asma, que</p><p>foram submetidos ao tratamento com o Método Pilates. PI-</p><p>máx: pressão inspiratória máxima; PEmáx: pressão expira-</p><p>tória máxima; PFE: pico de fluxo expiratório; IA: índice de</p><p>amplitude, DP6M: distância percorrida em seis minutos.</p><p>*Estatisticamente diferente dos parâmetros observados antes do</p><p>protocolo de tratamento.</p><p>Antes Após P</p><p>PImáx (cmH2O) -94,00 ± 31,78 -106,50 ± 26,78 0,13</p><p>PEmáx (cmH2O) 90,00 ± 22,82 111,50 ± 10,78 0,02*</p><p>PFE (L/min) 307,50 ± 123,60 335,00 ± 81,59 0,33</p><p>IA axilar 2,47 ± 2,52</p><p>em 21/07/2016 e acei-</p><p>to em 28/08/2016, após revisão.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>222</p><p>Introdução</p><p>A lesão desportiva envolve vários eventos não desejados</p><p>que ocorram no envolvimento entre o jogador e o ambiente</p><p>no decorrer da ativida¬de física, competitiva ou recreati-</p><p>va, resultando em incapacidade física em razão de o corpo</p><p>hu¬mano ou parte dele ter sido sujeito à força que excedeu o</p><p>limiar de tolerância fisiológica1.</p><p>Segundo o grupo de trabalho de prevenção das Lesões Des-</p><p>portivas no Conselho da Europa, o conceito de lesão desportiva</p><p>decorre da participação no desporto com pelo menos uma das</p><p>seguintes consequências: ter necessidade de orientação clínica</p><p>e/ou tratamento; ter repercussões na vida social e econômica; e/</p><p>ou levar à redução total ou parcial das atividades desportivas2.</p><p>Dentre os mecanismos de lesão, têm-se as lesões em ca-</p><p>deia cinética fechada e aberta. As lesões em cadeia cinética</p><p>fechada (situação em que o pé encontra-se apoiado no solo)</p><p>são consideradas graves, envolvendo maior número de estru-</p><p>turas osteomioarticulares, tendo prognóstico desfavorável.</p><p>Já as lesões em cadeia cinética aberta são aquelas em que o</p><p>pé não está em contato com o solo e compromete algumas</p><p>estruturas especificas, tendo, portanto, melhor prognóstico3.</p><p>O alongamento e o aquecimento são práticas comumen-</p><p>te utilizadas antes de qualquer atividade esportiva, seja ela</p><p>competitiva ou recreacional, no intuito de prevenir lesões do</p><p>sistema osteomioarticular. Acredita-se que o aumento da am-</p><p>plitude articular de movimento (ADM) decorrente de uma</p><p>atividade preparatória ao exercício possa melhorar o desem-</p><p>penho e reduzir o risco de lesões em exercícios extenuantes4.</p><p>Diversos estudos na literatura propõem protocolos de trei-</p><p>namento proprioceptivo com o objetivo de prevenir lesões e/</p><p>ou diminuir os sintomas da instabilidade. A propriocepção des-</p><p>creve a consciência de postura, de movimento e das mudanças</p><p>de equilíbrio, englobando ainda o conhecimento da posição, do</p><p>peso e da resistência dos objetos relacionado ao corpo5.</p><p>O FIFA 11+ é um programa completo de aquecimento</p><p>que tem por objetivo reduzir as lesões mais frequentes sofri-</p><p>das por jogadores e jogadoras de futebol. É a versão avança-</p><p>da do programa de prevenção de lesões intitulado �The 11�.</p><p>Em estudos científicos, demonstrou- se que os times de</p><p>futebol de categorias de base que utilizaram o FIFA 11+ como</p><p>aquecimento padrão tiveram um risco significativamente</p><p>menor de lesões que equipes que realizaram aquecimento da</p><p>forma habitual. O estudo justifica-se em buscar protocolos</p><p>ou métodos de prevenção de lesões existentes na literatura e</p><p>objetiva-se analisar a prevenção de lesões em atletas no uso</p><p>de protocolos através de uma revisão integrativa.</p><p>Metodologia</p><p>A escolha do método de revisão integrativa sustenta-se</p><p>pelo fato deste permitir a busca, a avaliação crítica e a síntese</p><p>das evidências disponíveis sobre o tema investigado, tendo</p><p>como produto final o estado atual do conhecimento, a imple-</p><p>mentação de intervenções e a identificação de lacunas que</p><p>direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas6.</p><p>A revisão integrativa é um método de exame específico</p><p>que resume literaturas empíricas ou teóricas para fornecer</p><p>uma compreensão mais abrangente de um fenômeno particu-</p><p>lar. Assim, tem o potencial de apresentar o estado da ciência,</p><p>contribuir para o desenvolvimento da teoria, e tem aplicabi-</p><p>lidade direta à prática e à política7.</p><p>Para a elaboração da revisão integrativa, no primeiro</p><p>momento o revisor determina o objetivo específico, formula</p><p>os questionamentos a serem respondidos ou hipótese a serem</p><p>testadas então realiza a busca para identificar e coletar o má-</p><p>ximo de pesquisas primárias relevantes dentro dos critérios</p><p>de inclusão e exclusão previamente estabelecidos8.</p><p>A pesquisa na literatura foi realizada no período de ju-</p><p>nho á julho de 2016, nas bases de dados Biblioteca Virtual</p><p>em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe</p><p>em Ciências da Saúde (LILACS) e na biblioteca vitualScien-</p><p>tificElectronic Library Online (SciELO) e Base de dados de</p><p>Evidência em Fisioterapia (PEDro). Foram selecionadas as</p><p>bases de dados com o intuito de conhecer e buscar protocolos</p><p>de prevenção de lesões utilizados em atletas de diversos des-</p><p>portos, existentes na literatura. Os descritores selecionados</p><p>para pesquisa foram: �Propriocepção�, �Pliometria�, �FIFA</p><p>11+�, �alongamento muscular�, �Protocolos de preven-</p><p>ção de lesões�, �desportos�. Na busca foram considerados</p><p>artigos publicados no período de 2009 á 2015, onde foram</p><p>encontrados 30 artigos. Após a leitura dos resumos, foram</p><p>observados os seguintes critérios de inclusão: estudos dispo-</p><p>níveis nas bases de dados citadas no período de 2009 á 2015,</p><p>publicações originais, nas línguas portuguesa, espanhola e</p><p>inglesa, considerando o objetivo do estudo e o protocolo de</p><p>revisão elaborado previamente. Foram critérios de exclusão:</p><p>artigos repetidos, artigos não acessíveis em texto completo,</p><p>resenhas, anais de congresso, artigos de opinião, artigos de</p><p>reflexão, editoriais, artigos que não abordaram diretamente</p><p>o tema deste estudo e artigos publicados fora do período de</p><p>análise. Por fim, foram excluídos 21 artigos. Assim, iniciou-</p><p>-se a análise de 9 estudos completos.</p><p>Foi elaborado um quadro para organização da análise</p><p>dos artigos contendo os itens: tipo de publicação, ano, fonte,</p><p>autores, título, tema, método e objetivo. No que se refere aos</p><p>protocolos de prevenção de lesões os resultados foram discu-</p><p>tidos e sustentados com outras literaturas pertinentes.</p><p>Resultados e discussão</p><p>A partir da análise dos textos selecionados, tem-se, quanto</p><p>ao tipo de publicação, que todos os estudos estão, apresentados</p><p>no quadro 1, e são resultados de pesquisas, todas são originais.</p><p>Referente ao ano de publicação constatou-se que, dois</p><p>artigos foram publicados em 2009, dois em 2010, um em</p><p>2012, um em 2013, dois em 2014 e um em 2015 mostrando</p><p>assim adequação aos critérios de inclusão. Quanto aos tipos</p><p>de estudos foram classificados como: revisão bibliográfica,</p><p>revisão sistemática, estudo controle, estudo de caso, estudo</p><p>retrospectivo controlado, assim obedecendo aos critérios es-</p><p>tabelecidos para pesquisa.</p><p>Na analise pode-se observar que todos os artigos estão</p><p>ligados a área da saúde especificamente na área da fisiotera-</p><p>pia desportiva, onde buscam mostrar protocolos ou métodos</p><p>para prevenir lesões em atletas melhorando assim o seu ren-</p><p>dimento na execução de sua atividade.</p><p>Arnason et al., (2004)9 afirma que a lesão é um motivo</p><p>de preocupação não só para atletas de rendimento como para</p><p>223</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>todas as pessoas que se exercitam regularmente com outros</p><p>objetivos, pois elas podem provocar a interrupção das ativi-</p><p>dades físicas por tempo indeterminado. No caso de atletas,</p><p>algumas lesões podem levar ao encerramento da carreira.</p><p>Ao praticar alguma modalidade esportiva o atleta está</p><p>sujeito há vários tipos de lesões, seja por traumatismo local</p><p>direto, seja por sobrecarga repetitiva. Seu padrão neuromus-</p><p>cular se altera profundamente, assim como suas atividades</p><p>proprioceptivas, que ao longo do tempo poderá influenciar</p><p>negativamente em todas as suas valências físicas, reduzindo</p><p>o desempenho geral, principalmente pela presença da dor,</p><p>edema, isquemias, tensão muscular, contratura muscular re-</p><p>flexa, que são fatores limitantes10.</p><p>Séries de alongamento muscular são rotineiramente in-</p><p>cluídas em programas de exercícios para atletas sob a prerro-</p><p>gativa de que elas previnam eventuais lesões e aperfeiçoem o</p><p>desempenho desportivo. Mais especificamente, a técnica de</p><p>alongamento estático tem sido utilizada por ser considerada</p><p>bastante eficiente para produzir aumento agudo na amplitude</p><p>de movimento articular11.</p><p>Aquecimento e alongamento ativo e passivo antes dos</p><p>treinos têm sido postulados como estratégias de prevenção de</p><p>lesões; no entanto, há pouca evidência sobre o quanto estas ati-</p><p>tudes realmente</p><p>diminuem a incidência das lesões musculares12.</p><p>Quadro 1: Artigos selecionados e estudados sobre protoco-</p><p>los e métodos de prevenção de lesões em atletas. Autores,</p><p>ano de publicação, titulo e objetivo de estudo.</p><p>Deve-se levar em conta que a pliometria, pois a mesma</p><p>ser utilizada tanto como modo de prevenção, devido a um</p><p>alongamento, um reflexo de estiramento muscular, mais efi-</p><p>caz da musculatura com mais precisão e rapidez, quanto para</p><p>objetivo de tratamento.</p><p>Dantas (2003)13 afirma que, o treinamento pliométrico</p><p>desenvolve a força explosiva, principalmente nos membros</p><p>inferiores. McArdle, Katch e Katch (2002)14 afirmam que a</p><p>repetição regular desses exercícios proporciona um treina-</p><p>mento tanto neurológico quanto muscular capaz de aprimo-</p><p>rar o desempenho de potência dos músculos específicos.</p><p>Sabe se que dentre os vários métodos de tratamentos</p><p>para lesões no futsal e ou em outros, surge a propriocepção</p><p>que além de método preventivo surge também como um mé-</p><p>todo de tratamento, com resultados significativos.</p><p>O exercício proprioceptivo tem uma grande ação pro-</p><p>filática e de reabilitação em diversas lesões musculoesque-</p><p>léticas, pois exigem da modalidade sensorial uma maior</p><p>precisão para obter informações referentes à sensação de</p><p>movimento e de posição articular, baseia-se em elementos</p><p>que não a visual, a auditiva ou a cutânea superficial15.</p><p>Consideraçôes ! nais</p><p>Conforme foi estudado na literatura, não há um proto-</p><p>colo especifico para prevenção de lesões, existe o FIFA 11+</p><p>voltado para o futebol com diminuição considerada no nu-</p><p>mero de lesões em atletas que o praticam regularmente, mais</p><p>no geral há a existência de métodos não protocolados que as-</p><p>sociados podem diminuir significamente o numero de lesões.</p><p>A pesquisa aponta se de extrema importância devido à</p><p>existência de um pequeno número de materiais existentes na</p><p>literatura sobre protocolos de prevenção de lesões em atle-</p><p>tas, faz-se necessário a busca constante por um método para</p><p>diminuir essas injúrias que os acometem.</p><p>Trata-se de uma pesquisa relevante de forma que pode</p><p>significar avanços na prevenção de lesões, onde pode no fu-</p><p>turo auxiliar fisioterapeutas a realizarem trabalhos preventi-</p><p>vos e pesquisas referentes ao tema a que venha melhorar o</p><p>desenvolvimento dos atletas.</p><p>Referências</p><p>1. Belechri, M. et al. Sports injuries among children in six European union countries. European</p><p>journal of epidemiology, v. 17, n. 11, p. 1005-1012.2001</p><p>2. Ribeiro, Rodrigo Nogueira; COSTA, Leonardo Oliveira Pena. Análise epidemiológica de lesões</p><p>no futebol de salão durante o XV Campeonato Brasileiro de Seleções Sub 20. Revista Brasileira</p><p>de Medicina do Esporte, v. 12, n. 1, p. 1-5,2006</p><p>3. Whiting WC, Zernicke RF. Biomecânica da lesão músculo-esquelética. Rio de Janeiro: Guanaba-</p><p>ra Koogan; 2001. p.251.</p><p>4. Cramer, J. T. et al. The acute effects of static stretching on peak torque, mean power output, electromyo-</p><p>graphy, and mechanomyography. European journal of applied physiology, v. 93, n. 5-6, p. 530-539.2005</p><p>5. Westlake, Kelly P.; Wu, Yushiao; Culham, Elsie G. Sensory-speci! c balance training in older</p><p>adults: effect on position, movement, and velocity sense at the ankle. Physical therapy, v. 87, n. 5,</p><p>p. 560-568.2007.</p><p>6. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incor-</p><p>poração de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm; 17(4):758-764. 2008</p><p>7. Whittemore R, Kna" K. The integrative review: updated metodology. J AdvNurs. Dec; 52(5):546-53.2005</p><p>8. Beyea SC, Nicoll LH. Writing an integrative review. AORN J. Apr; 67(4):877-80.1998</p><p>9. Arnason, Arni et al. A Prospective video-based analysis of injury situations in elite male football</p><p>football incident analysis. The American journal of sports medicine, v. 32, n. 6, p. 1459-1465.2004</p><p>10. Sandoval, Armando E. Pancorbo. Medicina do Esporte: princípios e prática. ArtMed.2005</p><p>11. Davis, D. Scott et al. The effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring " exibility using consis-</p><p>tent stretching parameters. The journal of strength & conditioning research, v. 19, n. 1, p. 27-32.2005</p><p>12. Brooks, John HM et al. Incidence, risk, and prevention of hamstring muscle injuries in professio-</p><p>nal rugby union. The American journal of sports medicine, v. 34, n. 8, p. 1297-1306.2006</p><p>13. Dantas, J. A. e Silva, M. RFreqüência das lesões nos membros inferiores no futsal pro! ssional.</p><p>Trabalho baseado namonogra! a �A incidência das lesões nos membros inferiores nofutsal pro-</p><p>! ssional� para obtenção de Licenciatura em MotricidadeHumana. Porto: Universidade Fernando</p><p>PessoaKurata DM, Junior JM, Nowotny JP. Incidência de Les.es em Atletas Praticantes de Futsal.</p><p>Inicia..oCientí! ca CESUMAR 2007;9:45-51.2007.</p><p>14. Mcardle, w. D.; katch. F. I; katch, v. L. Fundamentos de ! siologia do exercício. Rio de janeiro:</p><p>guanabara koogan, 2002.</p><p>15. Araújo ADS, Merlo JRC, Moreira C. Reeducação neuromuscular e proprioceptiva em pacientes</p><p>submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior. Rev Fisioter Brasil. 2003;4(3):217-21.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>224</p><p>Revisão</p><p>Fundamentação teórica para criolipólise polarys®</p><p>convencional, reperfusão e contraste</p><p>Theoretical background for cryolipolysis polarys®</p><p>conventional, reperfusion and contrast</p><p>Estela Sant�Ana1</p><p>Resumo</p><p>Introdução: A criolipólise é uma técnica não-invasiva atualmente em evidência</p><p>que induz atrofia do tecido adiposo por extração de temperatura. Visando potencia-</p><p>lizar resultados, equipamentos que combinam frio/calor têm sido propostos. Obje-</p><p>tivos: Os objetivos deste estudo foram descrever o histórico de desenvolvimento da</p><p>criolipólise e buscar respaldo científico para a utilização da criolipólise convencio-</p><p>nal, criolipólise de reperfusão e criolipólise de contraste no tratamento da gordura</p><p>localizada. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada nas bases</p><p>de dados: Pubmed e Scielo. O período considerado compreendeu desde o ano 2007</p><p>até 2016 e foram utilizados os descritores: criolipólise ou lipocriólise e seus correla-</p><p>tos em inglês. Resultados: Ao todo, foram encontrados 70 artigos, destes 40 foram</p><p>usados nessa revisão. Os estudos selecionados abordavam o tema da criolipólise no</p><p>tratamento da gordura localizada e modelagem corporal. Conclusão: A criolipólise</p><p>demonstra ser uma técnica segura e efetiva para o tratamento da gordura localizada.</p><p>A tecnologia Polarys® (Ibramed Eireli) foi desenvolvida para atender as modalidade</p><p>de criolipólise convencional, criolipólise reperfusão e criolipólise de contraste. Estu-</p><p>dos de validação e comparação das modalidades devem ser desenvolvidos.</p><p>Palavras-chave: paniculite por frio, redução de gordura, gordura localizada, adi-</p><p>pócito, cristalização.</p><p>Abstract</p><p>Introduction: Cryolipolysis is an outstanding noninvasive technique for the</p><p>treatment of localized fat, which induces adipose tissue atrophy by temperature</p><p>extraction. In order to maximize results, equipment options that combine cold /</p><p>heat have been proposed. Objectives: The objectives of this study were to des-</p><p>cribe the developmental history of cryolipolysis and to seek scientific support for</p><p>the use of conventional cryolipolysis, reperfusion and contrast in the treatment</p><p>of localized fat. Results: Altogether, 40 out of 70 articles found were used in this</p><p>review. The studies selected related to the subject of localized fat treatment and</p><p>body contouring. Methodology: This bibliographic review was carried out via da-</p><p>tabases: Pubmed and Scielo. The period considered is from 2007 to 2016 and the</p><p>description words used were: cryolipolysis or lipocryolysis and their correlates in</p><p>Portuguese. Conclusion: Cryolipolysis proves to be a safe and effective technique</p><p>for the treatment of localized fat. Polarys® technology has been developed to meet</p><p>conventional cryolipolysis, reperfusion cryolipolysis or contrast cryolipolysis mo-</p><p>des. Validation and comparison studies of the techniques should be developed.</p><p>Keywords:</p><p>cold panniculitis, fat reduction, localized fat, adipocyte, crystallization.</p><p>1. Doutora pelo Departamento de Ciências Fi-</p><p>siológicas, Laboratório de Bioquímica e Bio-</p><p>logia Molecular Universidade Federal de São</p><p>Carlos (UFSCar) - São Paulo, Brasil. Mestre</p><p>em Interunidades em Bioengenharia � USP;</p><p>Pesquisadora do Departamento de Pesquisa e</p><p>Desenvolvimento da Ibramed.</p><p>Endereço para correspondência: Av. Dr. Car-</p><p>los Burgos, 2800 � Jd. Itália � CEP: 13.901-</p><p>080 � Amparo � SP.</p><p>E-mail: estela@ibramed.com.br</p><p>Recebido para publicação em 21/10/2016 e acei-</p><p>to em 15/12/2016, após revisão.</p><p>225</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Introdução</p><p>A criolipólise é uma técnica atualmente em evidência</p><p>que induz atrofia do tecido adiposo por extração de tempe-</p><p>ratura. Trata-se de uma técnica não invasiva para tratamento</p><p>da gordura localizada e modelagem do contorno corporal por</p><p>extração de temperatura1. O uso do frio como recurso tera-</p><p>pêutico remonta de longa data. Na medicina física e na fisio-</p><p>terapia a crioterapia é bastante difundida para tratar proces-</p><p>sos infamatórios e aliviar a dor2. Na dermatologia, o uso de</p><p>técnicas de congelamento não seletivas de tecidos com nitro-</p><p>gênio líquido (-196°C) é amplamente utilizado no tratamen-</p><p>to de queratoses actínicas, verrugas e tumores superficiais3.</p><p>No entanto, o frio pode afetar diferentes estruturas corporais</p><p>de forma seletiva, incluindo o tecido adiposo. Os adipócitos</p><p>são as únicas células especializadas no armazenamento de</p><p>lipídios na forma de triglicerídeos em seu citoplasma, sem</p><p>que isto seja nocivo para sua integridade funcional4. Nos</p><p>mamíferos, existem dois tipos de tecido adiposo: o branco</p><p>e o marrom. A principal função dos adipócitos brancos é ar-</p><p>mazenamento de energia, enquanto a função dos adipócitos</p><p>marrons é a dissipação de energia em um processo de produ-</p><p>ção de calor chamado termogênese5. O adipócito branco ma-</p><p>duro armazena os triglicerídeos em uma única grande gota</p><p>lipídica que ocupa de 85-90% do citoplasma, empurrando</p><p>o núcleo e uma fina camada de citosol para a periferia da</p><p>célula, distribuindo-se em diversos depósitos no organismo,</p><p>anatomicamente classificados como tecido adiposo subcutâ-</p><p>neo e tecido adiposo visceral. O tecido adiposo subcutâneo é</p><p>principalmente representado pelos depósitos abaixo da pele</p><p>nas regiões abdominal, flancos, glútea e femoral4.</p><p>De acordo com Jalian e Avram3, o primeiro artigo a des-</p><p>crever a sensibilidade do tecido adiposo ao frio foi publicado</p><p>por Hochsinger em 1902, que relatou a formação de nódulos</p><p>submandibular em crianças, denominado como �reação agu-</p><p>da ao congelamento�. Em 1941, Haxthausen publicou uma</p><p>série de casos envolvendo quatro crianças e uma adolescente</p><p>com lesões que ocorreram após a exposição ao frio extremo</p><p>durante o inverno que denominou �adiponecre e frígore�.</p><p>Outros relatos publicados entre 1940 a 1970 descrevem pa-</p><p>niculite induzida pelo frio com formação de nódulos tanto</p><p>em crianças quanto em adultos. Em 1970, Epsteian e Oren</p><p>cunham o termo paniculite do picolé (popsicle panniculitis)</p><p>depois de averiguar a presença de um nódulo endurecido e</p><p>avermelhado seguido de necrose transitória do tecido adi-</p><p>poso local na bochecha de uma criança causada por chupar</p><p>picolé. Essas observações culminaram com a seguinte obser-</p><p>vação: o tecido adiposo rico em lipídeos é mais suscetível ao</p><p>frio que tecidos ricos em água. Estes achados confirmam a</p><p>bioquímica que observamos diretamente na nossa cozinha,</p><p>gorduras saturadas como a gordura animal são sólidos à tem-</p><p>peratura ambiente e as não-saturadas, como o azeite e óleos</p><p>vegetais são líquidos à mesma temperatura. A análise dos</p><p>efeitos do frio sobre o tecido adiposo subcutâneo dos mamí-</p><p>feros deu subsídio para o desenvolvimento de um dispositi-</p><p>vo de resfriamento controlado cujo objetivo era induzir uma</p><p>possível atrofia terapêutica no tecido adiposo subcutâneo.</p><p>Os objetivos deste estudo foram descrever o histórico de</p><p>desenvolvimento da criolipólise, bem como buscar respal-</p><p>do científico para a utilização da criolipólise convencional e</p><p>suas modalidades: criolipólise de reperfusão e criolipólise de</p><p>contraste no tratamento da gordura localizada.</p><p>Metodologia</p><p>Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada nas bases</p><p>de dados: Pubmed e Scielo. O período considerado compre-</p><p>endeu desde o ano 2007 até 2016. Foram utilizados termos</p><p>como: criolipólise (cryolipolysis) e lipocriólise (lipocryoly-</p><p>sis). Após a inclusão dos artigos, realizou-se leitura analítica</p><p>de cada estudo, registro do conceito, método utilizado para</p><p>a avalição, classificação da técnica de tratamento empregada</p><p>e análise comparativa entre os achados dos ensaios clínicos.</p><p>Também foi realizada busca via Scielo usando o descritor:</p><p>cristalização de lipídeos.</p><p>Resultados e discussão</p><p>Ao todo foram encontrados 70 artigos, destes 40 foram</p><p>usados nessa revisão. Os estudos selecionados abordavam o</p><p>tema da criolipólise no tratamento da gordura localizada e</p><p>modelagem corporal.</p><p>Ensaios pré-clínicos</p><p>Em 2008, Manstein et al.6 publicaram um estudo realiza-</p><p>do em seis porcas Yucatan, sob anestesia e com protótipo de</p><p>dispositivo criogênico, trataram mais de 15 diferentes locais</p><p>entre eles flancos, abdômen e glúteos. Todos os animais fo-</p><p>ram expostos a um processo de resfriamento com diferentes</p><p>temperaturas (+20, -1, -3, -5, e -7°C) com o mesmo tempo de</p><p>aplicação de 10 min. Nesta configuração de protótipo, duas</p><p>configurações de aplicadores foram utilizadas: uma plana</p><p>com uma placa de resfriamento e outra dobrável em forma</p><p>de copo com duas placas de resfriamento e uso de vácuo para</p><p>favorecer o contato da pele com as placas (Figura 1).</p><p>Figura 1: Imagem esquemática das diferentes configurações</p><p>de aplicadores para resfriamento seletivo da área a ser trata-</p><p>da; sendo A, aplicador plano com uma placa de resfriamento</p><p>e B, aplicador em forma de copo com vácuo para sucção da</p><p>pele e camada subcutânea, e dois elementos de resfriamento</p><p>de ação simultânea. Extraído de Manstein et al.6.</p><p>Cada ponto demarcado foi tratado em duplicata e os</p><p>locais foram mapeados para avaliação que ocorreram após</p><p>28 dias, 14 dias, 7 dias, 2 dias, 1 dia e imediatamente ao</p><p>tratamento. Entre o dispositivo e a pele do local tratado foi</p><p>aplicado uma loção de glicerol/água para melhorar o contato</p><p>do dispositivo com a pele. Imediatamente após cada expo-</p><p>sição, o local tratado era massageado por 1 minuto com um</p><p>vibromassageador comercial. A espessura do tecido adiposo</p><p>foi avaliada por ultrassom diagnóstico e amostras de sangue</p><p>para a avaliação do perfil lipídico foram realizadas. Após</p><p>a eutanásia, amostras de tecido adiposo subcutâneo foram</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>226</p><p>coletadas, processadas e coradas com HE. Os graus de pa-</p><p>niculite induzida pelo frio foram avaliadas por meio de uma</p><p>análise histológica, onde a extensão da inflamação se rela-</p><p>ciona ao tempo de análise pós-tratamento e à temperatura</p><p>utilizada. Os resultados mais intensos foram obtidos com</p><p>temperatura de -7°C. As análises por ultrassom diagnóstico</p><p>demostraram diminuição de aproximadamente 50% da es-</p><p>pessura do tecido adiposo. A paniculite lobular apresentou</p><p>pico de aumento aos 14 dias e os níveis séricos de lipídeos</p><p>não apresentaram diferenças estatisticamente significativas.</p><p>Em 2009, Zelickson et al.7 conduziram um estudo usando</p><p>três porcos Yucatan (animal A, B, e C) e um porco Yorkshire</p><p>(animal D). Todos os animais foram tratados com um protóti-</p><p>po para resfriamento controlado da área (Zeltiq, Pleasanton,</p><p>CA). Neste estudo a temperatura de tratamento foi transcrita</p><p>para taxa de extração de calor em mW/cm2 e foi denomi-</p><p>nada Fator de intensidade de resfriamento (CIF = cooling</p><p>intensity factor). Diferentes taxas foram aplicadas: animal A,</p><p>CIF=24,5 (-43,8mW/cm+) por 60 min seguidos de 5 min de</p><p>massagem vibratória; animal B, CIF=24,5 (-43,8mW/cm2)</p><p>por 60 min em duas áreas e outras áreas tratadas por 45 min</p><p>seguidos de 5 min de massagem vibratória; o animal C foi</p><p>tratado</p><p>com mesmo CIF, porém todos os locais foram trata-</p><p>dos por 45 min seguidos de 5 min de massagem e o animal</p><p>D foi tratado com CIF de 21,5 (-36,8 mW/cm2) e cada local</p><p>foi tratado por 15 min. Os animais A, B e C receberam um</p><p>único tratamento e passaram por eutanásia 90 dias depois.</p><p>O animal D foi tratado em diferentes áreas 90, 60, 30, 14, 7,</p><p>3 dias e 30 min antes da eutanásia. Foram realizadas foto-</p><p>grafias padronizadas, avaliações por ultrassom diagnóstico</p><p>antes e após 3 meses de tratamento. Após a eutanásia, foram</p><p>coletadas amostras de tecido subcutâneo para análises his-</p><p>tológicas. Amostras de sangue foram coletas (12 horas de</p><p>jejum) antes do tratamento, um dia, uma semana e um, dois</p><p>e três meses após o tratamento. As fotografias de corte trans-</p><p>versal demostraram alteração da superfície no local tratado e</p><p>diminuição da camada superficial 90 dias após o tratamento</p><p>(Figura 2). As medidas de espessura foram realizadas por um</p><p>ultrassom diagnóstico que confirmaram o resultados obser-</p><p>vados por fotografias.</p><p>Figura 2:</p><p>Fotografia de</p><p>corte transversal</p><p>mostrando a</p><p>redução da gordura</p><p>subcutânea</p><p>superficial 90 dias</p><p>após o tratamento.</p><p>Extraído de</p><p>Zelickson et al.7.</p><p>As análises histológicas demostraram um ciclo de pani-</p><p>culite lobular similar ao proposto por Manstein et al.6 e uma</p><p>perda seletiva de células de gordura, sem danos na pele e</p><p>estruturas ao redor. Este resultado parece refletir o fato de</p><p>os adipócitos serem mais sensíveis ao frio. Outro ponto in-</p><p>teressante é que, durante a reperfusão que ocorre após o res-</p><p>friamento, é a indução na formação de espécies reativas de</p><p>oxigênio que podem resultar peroxidação lipídica e redução</p><p>dos níveis de glutadiona, o que pode resultar no aumento</p><p>dos níveis de morte celular adipocitária. Os autores conclu-</p><p>íram que a técnica, denominada como Criolipólise, poderia</p><p>ser usada para tratamentos estéticos em humanos desde que</p><p>avaliados por estudos sequenciais.</p><p>Com estes estudos pré-clínicos foi possível concluir</p><p>que todos os locais tratados com exposição ao frio inferior</p><p>a -1°C desenvolveram inflamação perivascular e paniculite.</p><p>A partir destes sinais clínicos houve significativa redução da</p><p>camada de gordura, mais visível após 90 dias de tratamento.</p><p>Os resultados mais significativos em relação à diminuição</p><p>da camada de gordura foram obtidos com temperaturas mais</p><p>baixas e com maior tempo de tratamento.</p><p>Ensaios clínicos</p><p>Os primeiros ensaios clínicos sobre criolipólise foram</p><p>publicados em 2009. Nelson et al.8 compilaram resultados</p><p>sobre estudos pré-clínicos publicados previamente e jun-</p><p>to à descrição de estudos clínicos apresentados na Reunião</p><p>Anual da Sociedade Americana de Laser para Medicina e</p><p>Cirurgia (Annual Meeting of the American Society for La-</p><p>ser Medicine and Surgery), em abril de 2009, relataram que</p><p>os médicos Dover J, Burns J, Coleman S, et al. avaliaram</p><p>o uso da criolipólise para a redução da gordura localizada</p><p>em flancos e costas de 32 pacientes. Através de fotografias,</p><p>demonstraram a avaliação clínica e satisfação dos pacientes.</p><p>Destes, um subgrupo de 10 pacientes foi avaliado por ultras-</p><p>som diagnóstico antes e 4 meses após o tratamento, onde os</p><p>pacientes apresentaram uma média de espessura de camada</p><p>adiposa, 22,4% menor. Descreveram também, outro estudo</p><p>apresentado neste mesmo evento por Kaminer M, Weiss R,</p><p>Newman J, et al. que tratou com criolipólise 50 pacientes, to-</p><p>dos avaliados por fotografias comparativas realizadas antes</p><p>e 4 meses após a sessão. Destes, 89% dos casos obtiveram</p><p>diminuição da gordura localizada esteticamente importantes.</p><p>Correlacionados aos resultados apresentados, foram de-</p><p>senvolvidos estudos adicionais para investigar a eficácia e pos-</p><p>síveis reações adversas, tais como lesão de tecidos adjacentes</p><p>e avaliação dos níveis séricos de lipídeos circulantes e função</p><p>hepática. Coleman et al.9 realizaram um estudo que envolveu</p><p>10 sujeitos tratados com um protótipo do sistema de resfria-</p><p>mento (Zeltiq, Pleasanton, CA). Uma loção anticongelante foi</p><p>usada para facilitar o acoplamento da pele no dispositivo. A</p><p>região selecionada foram os flancos. O lado direito recebeu o</p><p>tratamento e o lado contralateral (esquerdo) foi usado como</p><p>controle. Do total de sujeitos participantes do estudo, 10 foram</p><p>fotografados e avaliados por ultrassom diagnóstico (7,5 MHz</p><p>e transdutor linear) antes do tratamento e após 2 e 6 meses</p><p>do tratamento; 9 passaram por avalição sensorial neurológica</p><p>antes e 7 dias após o tratamento e 1 sujeito se submeteu a uma</p><p>biopsia 6 semanas após o tratamento para avaliar a integridade</p><p>e densidade das fibras nervosas sensoriais e a morfologia da</p><p>pele e tecido subcutâneo. Dos 9 sujeitos avaliados nos testes</p><p>sensoriais, 6 apresentaram redução transitória da sensibilidade</p><p>227</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>avaliada por testes neurológicos; contudo, todos apresentaram</p><p>resolução espontânea em média 3,6 semanas após o tratamen-</p><p>to. As análises da biopsia por imunohistoquímica sugerem que</p><p>a criolipólise não causa alterações estruturais ou funcionais</p><p>nos nervos nas condições deste estudo. Os pesquisadores con-</p><p>cluíram que o tratamento de criolipólise em humanos apresen-</p><p>tou substancial redução do volume de gordura subcutânea e</p><p>melhora do contorno corporal na região de flancos tratada sem</p><p>apresentar danos na pele.</p><p>Klein et al.10 realizaram um estudo no qual trataram 40</p><p>indivíduos (32 mulheres e 8 homens) com gordura localizada</p><p>nos flancos. Critérios de inclusão e exclusão foram aplicados</p><p>e o tratamento foi realizado bilateralmente. O número de áre-</p><p>as tratadas por sessão variou de 2 a 4, de acordo com a neces-</p><p>sidade terapêutica, cada sessão durou 30 min. Amostras de</p><p>sangue foram coletadas em todos os sujeitos pré-tratamento</p><p>e após 1 dia de tratamento e ainda 1, 4, 8 e 12 semanas após a</p><p>sessão de tratamento. Todos os pacientes obedeceram ao je-</p><p>jum de 12 horas prévio à coleta. As amostras de sangue cole-</p><p>tadas foram enviadas para análise laboratorial para avalição</p><p>dos níveis de lipídeos: colesterol total, triglicerídeos, VLDL,</p><p>LDL e HDL colesterol. Também foi avaliada a função he-</p><p>pática através dos exames séricos laboratoriais: AST, ALT,</p><p>fosfatase alcalina, bilirrubina total e albumina. Sujeitos com</p><p>níveis séricos alterados foram excluídos do estudo. Análises</p><p>estatísticas foram realizadas, sendo que os resultados não</p><p>apresentaram diferenças significativas e os autores conclu-</p><p>íram que o tratamento não está associado a alterações pato-</p><p>lógicas dos níveis séricos de lipídeos ou de função hepática.</p><p>Avram e Harry11 em uma revisão de literatura baseados</p><p>nos achados pré-clínicos histológicos descreveram os possí-</p><p>veis mecanismos de ação da criolipólise na indução de apop-</p><p>tose dos adipócitos no local tratado. A sequência de eventos</p><p>é relatada de forma temporal. Imediatamente ao tratamento</p><p>não são visíveis alterações no tecido subcutâneo, não há pre-</p><p>sença de células inflamatórias e as membranas celulares per-</p><p>manecem íntegras. No terceiro dia pós-tratamento existem</p><p>evidências de que o processo inflamatório foi estimulado e</p><p>alguns adipócitos iniciam o processo de apoptose. O pico do</p><p>processo inflamatório se estabelece próximo do 14° dia. À</p><p>microscopia, ao redor dos adipócitos, são visíveis histióci-</p><p>tos, neutrófilos, linfócitos e outras células mononucleadas.</p><p>Entre 14 e 30 dias após o tratamento a fagocitose dos lipídios</p><p>é aparente. Macrófagos e neutrófilos envelopam e digerem</p><p>conteúdos e resíduos dos adipócitos em apoptose. Esse me-</p><p>canismo é similar ao processo natural de reparo e regene-</p><p>ração tecidual de outras regiões corporais. Após 60 dias, o</p><p>processo inflamatório diminui consideravelmente e os septos</p><p>interlobulares aparecem espessos à microscopia. Aos 90 dias</p><p>pós-tratamento não são visíveis sinais de característicos de</p><p>inflamação. É possível observar ao corte histológico, uma</p><p>clara diminuição do tecido adiposo. Os autores concluíram</p><p>que a criolipólise é um métodos seletivo e gradual de dimi-</p><p>nuição da espessura da gordura subcutânea,</p><p>porém os me-</p><p>canismos de morte celular e eliminação dos adipócitos não</p><p>estavam muito claros. Reações adversas transitórias foram</p><p>observadas após o tratamento e geralmente se resolveram</p><p>espontaneamente após horas, dias ou semanas. São elas:</p><p>desconforto moderado, eritema, equimoses e/ou diestesia.</p><p>Os autores ressaltam que a criolipólise pode apresentar risco</p><p>para pessoa com doenças raras como a crioglobulinemia, tais</p><p>como: hemoglobinúria ao frio ou urticaria ao frio. Coleman</p><p>et al.9 investigaram se a técnica poderia causar diminuição</p><p>da sensibilidade na área tratada (flancos) em 10 pacientes</p><p>usando um protótipo Zeltiq System por 45 min. A função</p><p>sensorial foi realizada por avaliação neurológica (n=9) e por</p><p>biopsia (n=1). O tratamento resultou em perda transitória da</p><p>sensibilidade em 6 dos 9 pacientes que receberam avaliação</p><p>neurológica. Os resultados que a normalidade da área voltou</p><p>em média 3,6 semanas após o tratamento.</p><p>Estudos clínicos</p><p>O sistema de criolipólise CoolSculpting (Zeltiq, Plea-</p><p>santon, California) foi aprovado pelo FDA , para o tratamen-</p><p>to de flancos em 2010 e para o tratamento de abdômen em</p><p>2012 e em 2013. Stevens et al.12 realizaram um estudo retro-</p><p>prospectivo clínico e comercial que envolveu 528 pacientes</p><p>(403 mulheres e 125 homens) tratados com criolipólise de</p><p>janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Os tratamentos foram</p><p>realizados em 2 ciclos com intervalos de 2 meses entre eles.</p><p>Cada sessão de tratamento durou 60 min e após as sessões</p><p>os pacientes apresentavam no local tratado eritema, edema,</p><p>equimoses que se resolveram espontaneamente em algumas</p><p>horas ou dias. Durante o período estudado, 1785 locais ana-</p><p>tômicos foram tratados com 2729 sessões, principalmente</p><p>no abdômen inferior (28%, n=490 ciclos), abdômen supe-</p><p>rior (11%, n=189), flanco esquerdo (19%, n=333), flanco</p><p>direito (19%, n=333), coxa interna (6%, n=111), parte ex-</p><p>terna da coxa (5%, n=87), e na parte posterior da coxa (6%,</p><p>n=99). Apenas 3 pacientes relataram dor e/ou neuralgia leve</p><p>ou moderada que foram resolvidos em 4 ou menos dias. Os</p><p>autores concluíram que a criolipólise é um método não ci-</p><p>rúrgico seguro e eficaz no tratamento da gordura localizada.</p><p>Corroborando com estes resultados, Dierickx et al.13 também</p><p>publicaram um estudo retrospectivo realizado em clínicas da</p><p>Bélgica e da França que investigou a segurança, tolerância</p><p>e satisfação com o tratamento com criolipólise (CoolSculp-</p><p>ting, Zeltiq, Pleasanton, CA). Foram estudados 518 pacien-</p><p>tes que receberam o tratamento entre julho de 2009 e feve-</p><p>reiro de 2012. O estudo demostrou que não houveram efeitos</p><p>colaterais significativos ou relato de eventos adversos. Do</p><p>total de pacientes tratados, 73% relataram satisfação com</p><p>os resultados do tratamento e 82% recomendariam o proce-</p><p>dimento a um amigo. As medições da espessura do tecido</p><p>adiposo demonstraram uma redução de 23% após 3 meses</p><p>do tratamento. Abdômen, costas e flancos foram locais de</p><p>tratamento com melhores resultados e 86% dos indivídu-</p><p>os que mostram melhora pela avaliação clínica. Os autores</p><p>concluíram que, quando a seleção do paciente é adequada, a</p><p>criolipólise é um método de tratamento seguro, bem tolerado</p><p>e eficaz para a redução da gordura subcutânea. Outros estudos</p><p>relativos à avaliação eficácia, segurança e satisfação com o</p><p>tratamento foram produzidos e os resultados corroboram com</p><p>os estudos anteriormente descritos14-19.</p><p>Em 2012, Shek et al.20 realizaram um estudo para avaliar</p><p>a eficácia e a satisfação dos pacientes chineses com uma ou</p><p>duas sessões de criolipólise (protótipo Zeltiq Breeze Sistem®)</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>228</p><p>nas regiões de flancos e abdômen em ambiente comercial.</p><p>O estudo envolveu 33 sujeitos divididos em dois grupos:</p><p>A, com 21 sujeitos que receberam uma sessão de tratamen-</p><p>to (2-4 locais tratados de acordo com a necessidade) e B,</p><p>com 12 sujeitos que receberam duas sessões de tratamento</p><p>(2-4 áreas por sessão, com ~3 meses de intervalo entre as</p><p>sessões). Foram realizadas avaliação médica (cego indepen-</p><p>dente), pesagem corporal, fotos padronizadas e medidas por</p><p>adipometria (compasso de dobras) antes e 2 meses após a</p><p>sessão de tratamento. Foi utilizado questionários avaliativos</p><p>referentes à tolerância e satisfação com o tratamento. O tem-</p><p>po de resfriamento foi estabelecido em 60 min e o CIF esta-</p><p>belecido foi de 41,6 (-73 mW/cm2). As áreas tratadas foram</p><p>divididas em locais tratados (n=66) e locais controle (n=45).</p><p>A análise estatística das medidas de adipometria revelou</p><p>diferenças significativas entre os locais tratados e locais-</p><p>-controle (P<0,001). Os sujeitos tratados com duas sessões</p><p>apresentaram resultados mais significativos, porém o maior</p><p>índice de melhora ocorre no primeiro tratamento. Todos os</p><p>locais tratados apresentaram eritema, dor transitória e formi-</p><p>gamento, porém os sintomas foram transitórios. Sinais como</p><p>equimoses e alterações de sensibilidade foram resolvidos es-</p><p>pontaneamente. Sobre a satisfação com o tratamento, 81%</p><p>dos pacientes consideram-se satisfeito a muito satisfeito. Os</p><p>autores consideraram a técnica efetiva para a redução da ca-</p><p>mada de gordura dos locais tratados.</p><p>Usando um sistema de fotografias e software 3D (Can-</p><p>field Scientific Inc, Fairfield, New Jersey), Garibyan et al.21</p><p>avaliaram imagens de 11 indivíduos tratados com criolipó-</p><p>lise (Coolsculpting, ZELTIQ Aesthics, Pleasanton, CA) em</p><p>região de flancos. As imagens tridimensionais dos indiví-</p><p>duos nas vistas sagital (lados esquerdo e direito) e coronal</p><p>(frente e dorso) antes e ao final do estudo. Foi observado</p><p>que houve uma diminuição volumétrica de 39,6 centímetros</p><p>cúbicos, portanto de perda de gordura após 2 meses de tra-</p><p>tamento, após uma única sessão de tratamento. Os autores</p><p>consideraram a técnica segura e efetiva.</p><p>Outras áreas podem ser tratadas com a técnica. Em 2015,</p><p>Kilmer et al.22 trataram 60 sujeitos com gordura localizada</p><p>submentoniana com um protótipo de um aplicador (CoolMini</p><p>applicator, CoolSculpting System, Zeltiq Aesthetics). A tem-</p><p>peratura de tratamento foi de -10°C e a duração da sessão foi</p><p>de 60 min. Fotografias padronizadas e medições da espessura</p><p>da camada de gordura foram realizadas por ultrassom diag-</p><p>nóstico pré-tratamento e 12 semanas após a sessão. Os resulta-</p><p>dos demonstraram uma redução média de 20 mm na espessura</p><p>e o tratamento foi bem tolerado. Efeitos adversos transitórios,</p><p>tais como, eritema, edema e equimoses se resolveram espon-</p><p>taneamente. Efeitos adversos graves não foram observados.</p><p>Outro ponto de destaque relacionado à criolipólise é o</p><p>relato descrito pela primeira vez em 2014 por Stevens23 que</p><p>denominou criodermastringo. O autor relatou que além da di-</p><p>minuição da camada de gordura, a pele do local tratado se apre-</p><p>sentou mais firme. O mecanismo pelo qual a criolipólise reduz</p><p>a flacidez da pele não está elucidado, acredita-se que existam</p><p>fatores determinantes para a obtenção dos resultados tais como</p><p>idade do paciente, condições da pele, o número de sessões de</p><p>criolipólise realizados na área e a duração do tratamento.</p><p>Criolipólise de Reperfusão</p><p>O uso associado da criolipólise com técnicas de mas-</p><p>sagem para favorecer a reperfusão tem sido proposto desde</p><p>os estudos experimentais realizados em porcos6,7 além de</p><p>ser citada como parte do procedimento em estudos clínicos</p><p>e de revisão3,14. Baseados na dinâmica: resfriamento tecidu-</p><p>al, constrição vascular induzida pelo frio e reperfusão que</p><p>ocorrem durante o tratamento com criolipólise (ciclo de con-</p><p>gelamento/descongelamento) Sasaki et al.24 realizaram um</p><p>estudo cujo objetivo foi registrar as variações de temperatura</p><p>durante o ciclo de resfriamento e reperfusão/recuperação do</p><p>tecido com e sem massagem pós-tratamento. O estudo foi</p><p>desenvolvido em duas partes: um grupo piloto que envol-</p><p>veu 6 pacientes e avaliou a temperatura subdérmica e um</p><p>grupo clínico que envolveu 112 pacientes com avaliação da</p><p>temperatura da pele e temperatura oral. As medidas de tem-</p><p>peratura foram coletadas a cada</p><p>15 min e a temperatura da</p><p>sala foi mantida estável. Todos os pacientes foram avaliados</p><p>previamente e foram realizadas medições como: peso, altura,</p><p>IMC (índice de massa corporal), avaliação do percentual de</p><p>gordura por bioimpedância, adipometria e ultrassom diag-</p><p>nóstico. Fotografias padronizadas também foram realizadas.</p><p>Diferentes áreas foram tratadas no estudo clínico, incluindo</p><p>abdômen, flancos, dorso, e regiões mediais e posteriores de</p><p>coxas. O ciclo completo de registro da temperatura de constou</p><p>de 60 min referente ao tratamento de criolipólise e 60 min de</p><p>registro para avaliar a temperatura durante o tempo de reper-</p><p>fusão/recuperação. No grupo piloto, após a administração de</p><p>anestesia local, um termômetro (ThermaGuide, Cynosure, Inc,</p><p>Westford, Massachusetts) foi inserido com uma cânula abaixo</p><p>da pele no local onde o aplicador seria posicionado (porção</p><p>inferior do abdômen). Um ultrassom diagnóstico foi usado</p><p>para avaliar se o termômetro estava na profundidade adequa-</p><p>da (~1,5 cm). A figura 3A demonstra o registro da média de</p><p>temperatura subdérmica durante o procedimento realizado no</p><p>grupo piloto e a figura 3B demostra a média da temperatura da</p><p>pele e oral dos pacientes do grupo clínico.</p><p>As análises dos resultados demostram que nos primeiros</p><p>30 min da fase de resfriamento, as temperaturas subcutâne-</p><p>as registradas nos pacientes do grupo piloto caíram rapi-</p><p>damente em relação aos níveis pré-tratamento e permane-</p><p>ceram baixas até o fim do tratamento quando comparadas</p><p>com medições da superfície da pele. Durante a fase de re-</p><p>perfusão/recuperação, a temperatura a subcutânea do sujeito</p><p>4, que recebeu massagem, voltou a níveis mais altos mais</p><p>rapidamente do que as temperaturas de indivíduos que não</p><p>receberam massagem. Dos 112 pacientes do grupo clínico,</p><p>85 voltaram para a reavaliação 6 meses após o tratamento.</p><p>Destes, 21,5% apresentaram redução média de gordura nas</p><p>medidas de adipometria. A média de diminuição na região de</p><p>abdômen e flancos foi de 25% e 27%, respectivamente. As</p><p>avaliações das fotografias por 2 avaliadores independentes</p><p>demostram melhora do contorno corporal. Efeitos colaterais</p><p>mínimos foram observados e se resolveram espontaneamen-</p><p>te. Os autores concluíram que o mecanismo de ação exato da</p><p>criolipólise ainda não foi completamente elucidado, porém</p><p>o retorno a temperaturas próximas ao pré-tratamento, mais</p><p>rapidamente promovidas pela massagem podem resultar em</p><p>229</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Figura 3: A, Média da temperatura subdérmica e oral dos pacientes do grupo piloto, cujas coletas foram realizadas a cada</p><p>15 min, tanto na durante as fases de resfriamento (60 min) quanto na fase de reperfusão/recuperação (60 min). A temperatura</p><p>média mínima subdérmica obtida na medição foi de 9,5°C. A região abdominal foi tratada e um paciente (sujeito 4) recebeu 5</p><p>min de massagem mecânica imediatamente após a retirada do aplicador. B, Média da temperatura da pele e oral dos pacientes</p><p>do grupo clínico, cujas coletas foram realizadas a cada 15 min, tanto na durante as fases de resfriamento (60 min) quanto na</p><p>fase de reperfusão/recuperação (60 min). A temperatura média mínima subdérmica obtida na medição foi de 10,7°C. Diferen-</p><p>tes áreas foram tratadas e parte das áreas tratadas receberam 5 minutos de massagem mecânica imediatamente após a retirada</p><p>do aplicador. Extraído de Sasaki et al.24.</p><p>A B</p><p>Figura 4: Imagens microscópicas de adipócitos resfriados, observe a formação de cristais dentro das células. A e B, adi-</p><p>pócitos controle e não expostos à cristalização; C e D, adipócitos expostos a 8°C por 10 minutos; E e F adipócitos expos-</p><p>tos a 8°C por 25 minutos (aumento de 100 vezes); G, adipócitos expostos a 8°C por 10 minutos; H, adipócitos expostos a</p><p>8°C por 25 minutos; I e J, adipócitos pós cristalização mantidos a temperatura ambiente (22°C) por 2 h (aumento de 400</p><p>vezes); K e L adipócitos pós cristalização mantidos a temperatura ambiente (22°C) por 45 min (aumento de 40 vezes).</p><p>Modi! cado de Pinto et al.25.</p><p>maior morte celular pela produção de espécies reativas de</p><p>oxigênio e outros efeitos deletérios que acompanham a re-</p><p>perfusão e com isso melhoras os resultados clínicos.</p><p>Importante ressaltar que a proposta do uso do calor ime-</p><p>diato ao tratamento convencional pode se sustentar também</p><p>pela hipótese da formação de espécies reativas de oxigênio,</p><p>pois favorece a reperfusão/recuperação de forma possivel-</p><p>mente mais acentuada que a massagem sugerida por Sasaki</p><p>et al.24 com potencial melhora de resultados por indução de</p><p>danos adicionais aos adipócitos do local tratado. O aqueci-</p><p>mento do Peltier por reversão da ação de extração de tem-</p><p>peratura induz a uma reperfusão significativa, o que poderá</p><p>melhorar os resultados clínicos.</p><p>Criolipólise de contraste</p><p>Os efeitos da extração de temperatura sobre os adipó-</p><p>citos com objetivos estéticos foi objeto de estudo de outro</p><p>grupo de pesquisas que isolaram células do coxim intraperi-</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>230</p><p>toneal de ratos para observar os efeitos do frio temperatura/</p><p>tempo dependente na cristalização do conteúdo de gordura</p><p>intracelular. O tecido extraído foi processado em solução en-</p><p>zimática e posteriormente os adipócitos foram isolados e ex-</p><p>postos à temperatura de 8°C por 0, 10 ou 25 min. A presença</p><p>de cristais foi avaliada por microscopia de luz polarizada. A</p><p>Figura 4 demostra os efeitos da extração de temperatura em</p><p>diferentes tempos e aumentos das imagens à microscopia de</p><p>luz polarizada. Os autores relatam que os efeitos da cristali-</p><p>zação foram irreversíveis neste modelo de estudo25.</p><p>Outros dispositivos, além do equipamento produzido pela</p><p>Zeltiq (CA, USA), foram desenvolvidos. Importante ressaltar</p><p>a criolipólise (Convencional), que prevê tratamento de res-</p><p>friamento prolongado (~60 min) seguido de breve massagem</p><p>(~5min) para favorecer a reperfusão está bem estabelecido na</p><p>literatura, porém um grupo de pesquisadores, baseados numa</p><p>técnica temperagem utilizada na indústria alimentícia para in-</p><p>duzir a cristalização de lipídeos26,27, desenvolveram uma série</p><p>de estudos para avaliar sua aplicabilidade associado a tratamen-</p><p>tos para diminuição da gordura localizada que usam a extração</p><p>de calor para indução de apoptose nos adipócitos de regiões</p><p>com gordura localizada28-30. A técnica foi recentemente descrita</p><p>como lipocriólise de contraste (contrast lipocryolysis)30.</p><p>Estudos clínicos iniciais prévios que utilizaram somente</p><p>resfriamento do tecido adiposo foram realizados por Pinto</p><p>et al.31. Eles trataram 16 mulheres (18 a 65 anos; IMC25-30)</p><p>com um dispositivo Lipocryo® (Clinipro S.L., Sant Cugat</p><p>del Vallés, Spain) para o tratamento de gordura localizada.</p><p>Os pacientes foram randomizados em 2 grupos: G1 (recebeu</p><p>uma única sessão), G2 (recebeu duas sessões com intervalo</p><p>de 45 dias entre elas). Após avaliação clínica, medições an-</p><p>tropométricas e medidas de espessura do tecido adiposo por</p><p>dobras cutâneas (G1, antes, 40 dias após a primeira sessão</p><p>e G2, antes, 40 dias após a primeira sessão e 40 dias após</p><p>a segunda sessão). Este estudo usou uma taxa de extração</p><p>de temperatura de 140 mW/cm2 e a pele se manteve com</p><p>temperatura ~3,1°C por 25-30 min. Os resultados demos-</p><p>tram que ambos os grupos tiveram redução estatisticamente</p><p>significativas sendo G1 P= 0,04 e G2 P=0,046. Os autores</p><p>consideraram o tratamento efetivo e não houve diferença es-</p><p>tatisticamente significativa entre os grupos.</p><p>A proposta do uso de técnica de temperagem (calor/frio/</p><p>calor) para favorecer a cristalização dos adipócitos da gor-</p><p>dura localizada foi incialmente estudada em animais. Tecido</p><p>adiposo branco de 7 ratos (Sprague-Dawley, 56 dias de idade</p><p>e 300g de peso) foram extraídos após eutanásia e processa-</p><p>dos por enzimas para digestão do estroma. Em seguida os</p><p>adipócitos foram filtrados e incubados em soro bovino. As</p><p>células foram divididas em amostras e foram submetidas a</p><p>diferentes e sequência de temperaturas, conforme demostra-</p><p>do na Figura 5. Algumas amostras</p><p>foram mantidas resfriadas</p><p>a 8°C por 30 min, outras foram mantidas a 37°C (controle).</p><p>Análises estatísticas foram realizadas e os autores concluí-</p><p>ram que o efeito térmico promovido pelo aquecimento pré</p><p>e pós a extração de temperatura, promoveram maior destrui-</p><p>ção celular e que essa poderia ser a chave para melhorar re-</p><p>sultados clínicos29. Seguindo o raciocínio proposto por Pinto</p><p>et al.29 e comparando com resultados obtidos em estudos</p><p>Figura 6: Medidas da dobra cutânea sendo, M1(azul), M2</p><p>(vermelho) e M3 (verde). Extraído de Pinto e Melamed30.</p><p>anteriores publicados por Pinto et al.31, Pinto e Melamed30</p><p>realizaram um estudo que usou a técnica de temperarem (ca-</p><p>lor/frio/calor) em comparação com a técnica convencional</p><p>(somente resfriamento). O tratamento foi realizado em 10</p><p>pacientes, com média de idade de 48,1±9,73 anos e IMC</p><p>entre 22 e 27. O equipamento utilizado foi o Lipocontrast®</p><p>(Clinipro S.L., Sant Cugat del Vallés, Spain) que aplica a</p><p>técnica de contraste automaticamente e área tratada foi a ab-</p><p>dominal. Todas as pacientes foram avaliadas clinicamente,</p><p>medições antropométricas e medidas de espessura do tecido</p><p>adiposo por dobras cutâneas foram realizadas (M1, antes do</p><p>tratamento; M2, 15 dias após a sessão e M3, 30 dias após a</p><p>sessão). O tempo de sessão seguiu o seguinte modelo: Con-</p><p>vencional, somente resfriamento (8°C) ou Contraste, aque-</p><p>cimento (40°C/5 min), resfriamento (8°C/30 min) e aqueci-</p><p>mento (38°C/10 min), totalizando 45 min de sessão28,30.</p><p>Figura 5: Imagem representativa da técnica convencional (so-</p><p>mente extração de temperatura) e de contraste (aquecimento/ex-</p><p>tração de temperatura/aquecimento); sendo aquecimento (linha</p><p>vermelha), extração de temperatura (linha azul) e temperatura</p><p>estabilizada (linha preta). Extraído de Pinto e Melamed28,32.</p><p>Os autores relataram a média de diminuição das medidas</p><p>de espessura do tecido adiposo por dobras cutâneas foi estatis-</p><p>ticamente significativa (P=0,01 entre M1 e M2). A redução da</p><p>espessura da dobra cutânea deste estudo30 foi de 42,45% quan-</p><p>do comparada ao estudo realizado pelo mesmo grupo que usou</p><p>somente a técnica convencional31. Os efeitos adversos causa-</p><p>dos pela técnica forma considerados moderados e reversíveis33.</p><p>Em estudo adicional para avaliar os efeitos do frio so-</p><p>bre os adipócitos, foi realizado por Pinto, Ricart-Jané e Par-</p><p>dina34 estudo experimental usando adipócitos isolados de</p><p>ratos (3 machos Wistar, 8 semanas de idade e 250-300g de</p><p>peso) divididos em 4 grupos experimentais: Grupo contro-</p><p>le (CB), Grupo controle lipólise (CL), Grupo controle frio</p><p>(CF) e grupo lipólise e frio (FL). Para indução de lipólise</p><p>foi usado isoproterenol, os grupos controle foram mantidos</p><p>a temperatura ambiente (25°C) e o grupo tratado foi exposto</p><p>ao frio (8°C). Os autores observaram que o frio induziu rele-</p><p>231</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>vante danos e destruição às células, porem, as células restan-</p><p>tes viáveis mantiveram sua capacidade lipolítica preservada</p><p>pós-tratamento.</p><p>Reações adversas</p><p>De modo geral, as reações adversas são consideradas</p><p>transitórias. Durante o tratamento geralmente são reportados</p><p>dor e desconforto toleráveis35. Imediatamente ao tratamento</p><p>são esperados eritema e edema que desaparecem até 72 h.</p><p>equimoses secundárias ao vácuo produzido pelo aplicador</p><p>não são incomuns e desaparecem por volta de uma semana.</p><p>Alguns pacientes podem experimentar diminuição da sensi-</p><p>bilidade cutânea que desaparece por volta de uma semana a</p><p>dois meses3,8,14. Em estudo realizado para avaliar o efeito da</p><p>criolipólise sobre os lipídeos séricos e função hepática não</p><p>encontrou alterações em indivíduos após o tratamento com</p><p>criolipólise10. Hipertrofia paradoxal tem sido reladas, rela-</p><p>cionadas à criolipólise36-38. Queimaduras e consequentes al-</p><p>terações pigmentares podem ocorrer com sistemas que usam</p><p>temperaturas muito superiores do nível de congelamento da</p><p>água ou técnicas inadequadas3,39.</p><p>Conclusão</p><p>A criolipólise demonstra ser uma técnica segura e efe-</p><p>tiva para redução de depósitos de gordura subcutânea. A</p><p>tecnologia Polarys® foi desenvolvida para atender tanto a</p><p>técnica de criolipólise Convencional quanto a de Contraste e</p><p>teve seu desenvolvimento pautado em estudos previamente</p><p>publicados. Importante ressaltar que a proposta do uso do</p><p>calor imediato ao tratamento convencional pode se sustentar</p><p>também pela hipótese da formação de espécies reativas de</p><p>oxigênio, pois favorece a reperfusão/recuperação de forma</p><p>possivelmente mais acentuada que a massagem sugerida por</p><p>Sasaki et al.24 com potencial melhora de resultados por indu-</p><p>ção de danos adicionais aos adipócitos do local tratado. No</p><p>entanto, são necessários mais estudos para avaliar o poten-</p><p>cial clínico total deste dispositivo. Nesta revisão também foi</p><p>possível verificar que outros descritores também tem sido</p><p>usados para descrever a técnica que usa a extração de calor</p><p>do tecido adiposo tais como: Fat Freezin14, Cryolysis, Se-</p><p>lective Cryolisis6, Lipocryolysis31, Ice-Shock Lipolysis (uso</p><p>associado com terapia por ondas de choque)40, sendo o des-</p><p>critor mais conhecido, Cryolipolysis16.</p><p>Referências</p><p>1. Mulholland RS, Paul MD, Chalfoun C. Noninvasive Body Contouring with Radiofre-</p><p>quency, Ultrasound, Cryolipolysis, and Low-Level Laser Therapy. Clin Plast Surg [Internet].</p><p>2011;38(3):503�20.</p><p>2. Hawkins SW, Hawkins JR. Clinical Applications of Cryotherapy Among Sports Physical Thera-</p><p>pists. Int J Sports Phys Ther. 2016;11(1):141�8.</p><p>3. Jalian HR, Avram MM. Cryolipolysis: a historical perspective and current clinical practice. Semin</p><p>Cutan Med Surg [Internet]. 2013;32(1):31�4.</p><p>4. Fonseca-Alaniz MH, Takada J, Alonso-Vale MIC, Lima FB. O tecido adiposo como centro regu-</p><p>lador do metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2006;50(2):216�29.</p><p>5. Stephens JM. The Fat Controller: Adipocyte Development. PLoS Biol [Internet].</p><p>2012;10(11):e1001436.</p><p>6. Manstein D, Laubach H, Watanabe K, Farinelli W, Zurakowski D, Anderson RR. Selective</p><p>cryolysis: A novel method of non-invasive fat removal. 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UESPI-Docente da Universidade Estadual do Piauí, Centro de Ciências e Saúde, Teresina, Piauí</p><p>2. UESPI-Acadêmico da Universidade Estadual do Piauí, Centro de Ciências e Saúde, Teresina, Piauí</p><p>3. AESPI-Acadêmica da Associação de ensino superior do Piauí</p><p>Endereço para correspondência: laianasepulveda@hotmail.com</p><p>Introdução: As alterações intrínsecas encontradas nos idosos caracterizam-se pelo decréscimo do sistema neuromus-</p><p>cular, perda de massa muscular, debilidade do sistema muscular, redução da flexibilidade e limitações na coordenação e no</p><p>equilíbrio corporal estático e dinâmico. Um tratamento proposto para minimizar esses efeitos é a Facilitação Neuromuscular</p><p>Proprioceptiva (FNP) que é uma técnica de alongamento e fortalecimento utilizada para melhorar a elasticidade do músculo</p><p>e tem mostrado um efeito positivo sobre a gama ativa e passiva dos movimentos. Objetivo: Avaliar os efeitos dos exercícios</p><p>de facilitação neuromuscular proprioceptiva no equilíbrio de idosas. Metodologia: Consiste em um estudo de delineamento</p><p>longitudinal com abordagem quantitativa realizado em um hospital público em Teresina-Piauí. A pesquisa obedeceu aos</p><p>critérios éticos com base na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde � CNS, com aprovação pelo Comitê de</p><p>ética com o parecer 218.352 e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido � TCLE. A amostra constituiu-se</p><p>idosas com idade entre 65 e 80 anos, que foram submetidas a exercícios de FNP. Avaliou-se o equilíbrio através da escala de</p><p>equilíbrio de Berg que consistiu em 14 tarefas, em uma escala ordinal de 5 pontos, que varia de 0 (incapaz de realizar a tarefa)</p><p>à 5 (realiza a tarefa de modo independente). As pontuações das 14 tarefas foram somadas em uma pontuação total, que varia</p><p>entre 0 e 56 pontos, sendo a maior pontuação relacionada a um melhor desempenho e valores inferiores e iguais a 45 pontos</p><p>como predição de quedas. O protocolo teve duração de quatro semanas, com frequência de 3 atendimentos semanais. Foram</p><p>utilizados três princípios específicos do FNP: iniciação rítmica, sustentar-relaxar e a reversão de antagonistas. A análise dos</p><p>dados foram realizados através do programa BioEstat 5.0. Primeiramente, aplicou-se o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a</p><p>normalidade das variáveis, a verificação da correlação foi utilizado o T-Student, considerando estatisticamente significati-</p><p>vo um valor de p<0,05. Resultados: Participaram do estudo 20 idosas, com idade média de 68,7 ±5,7 anos; peso de 58,9±</p><p>9,6 Kg, altura de 1,53±5,2 metros e IMC de 25,16±4,9 kg/m². Verificou-se incremento significativo no escore da escala de</p><p>equilíbrio de Berg de 51,7±4,7 para 55,75±0,4 após o protocolo de exercícios de Facilitação neuromuscular proprioceptiva</p><p>com p=0,0007. Conclusões: Foi observado uma melhora no equilíbrio postural das idosas avaliadas após quatro semanas</p><p>de exercícios de FNP. Recomenda-se novos estudos incluindo amostras maiores de idosas e maior número de sessões. Isso</p><p>ajudará a elucidar melhores alternativas que possam ser aplicados para aumentar o equilíbrio, permitindo que os exercícios</p><p>de FNP sejam utilizados não só para a reabilitação, mas como prevenção do desequilíbrio postural.</p><p>Mensagem do Presidente da Aferj - Dr. Mauro Santos</p><p>Associação dos Fisioterapeutas do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>O FISIO CONNECT é o evento magno da Associação dos Fisioterapeutas do Estado do Rio</p><p>de Janeiro. Após 60 anos de existência, a associação está em plena evolução, desenvolvendo seus</p><p>departamentos através de encontros científicos, criando grandes parcerias com empresas, institui-</p><p>ções de ensino e autarquias, valorizando os profissionais e agregando valores.</p><p>O FISIO CONNECT veio com o propósito de discutirmos a importância</p><p>da ciência na Fisioterapia, como utilizar a</p><p>tecnologia a favor do tratamento de nossos pacientes aumentando qualidade, e entender que a Fisioterapia é mais uma peça</p><p>importante na promoção da saúde em todos os seus níveis.</p><p>O processo de seleção dos resumos aqui contidos foi rigoroso, bem como a avaliação da apresentação dos mesmos.</p><p>Portanto, o que será listado nas próximas páginas será um exemplo de que a fisioterapia encontra-se em franco desenvolvi-</p><p>mento, mostrado em pesquisas de qualidade extrema como essas. Agradeço o empenho da comissão científica, que não mediu</p><p>esforços para tornar este momento tão rico como foi. Também faço uma menção honrosa aos classificados nestes resumos a</p><p>seguir. Justa homenagem a quem, desde cedo, produz ciência de qualidade para nossa profissão. Obrigado, e esperamos sua</p><p>contribuição científica na próxima edição do FISIO CONNECT .</p><p>233</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Força muscular respiratória e de membros superiores</p><p>em crianças e adolescentes com fibrose cística</p><p>Ana Beatriz Santana Cavalcante1, Amanda Tupinambá da Fonseca Oliveira1,</p><p>Christine Pereira Gonçalves1, Célia Regina Moutinho de Miranda Chaves1, Nelbe Nesi Santana1</p><p>1. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fisioterapia Respiratória, Rio de Janeiro, RJ</p><p>Endereço para correspondência: biacavalcante91@gmail.com</p><p>Introdução: A Fibrose Cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva multisistêmica cujo maior compro-</p><p>metimento se dá no sistema respiratório, devido a infecções recorrentes que levam à inatividade em muitas das vezes. A</p><p>fraqueza musculoesquelética na FC, tanto respiratória como periférica, é causada por fatores como o estado nutricional, a hi-</p><p>póxia, a inatividade, o uso de corticoides, a doença pulmonar obstrutiva crônica, a inflamação crônica no sistema respiratório</p><p>e a predisposição genética, visto que a alteração primária também está presente nos retículos sarcoplasmáticos musculares.</p><p>Objetivo: Verificar se há associação entre a força muscular respiratória e a força muscular de membros superiores (MMSS)</p><p>em crianças e adolescentes com FC. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, observacional, descritivo, incluindo-</p><p>-se crianças e adolescentes entre 8 e 19 anos incompletos atendidos no IFF/Fiocruz, com diagnóstico de FC através do teste</p><p>do suor. Excluíram-se os pacientes com alguma condição neurológica ou musculoesquelética que os incapacitassem de re-</p><p>alizar os testes e aqueles com outras doenças além da FC que pudessem interferir nos resultados dos mesmos. Os pacientes</p><p>realizaram testes de dinamometria e manovacuometria. A dinamometria foi realizada através de um dinamômetro de preensão</p><p>manual segundo as normas da American Society of Hand Therapists. O paciente foi instruído a realizar a preensão manual</p><p>máxima durante 3 segundos, utilizando seu membro superior dominante. A manovacuometria foi realizada segundo as nor-</p><p>mas da American Thoracic Society. Para a mensuração da pressão inspiratória máxima, foi solicitado ao paciente que expi-</p><p>rasse completamente até o volume residual e a seguir inspirasse com força máxima. Para a mensuração da pressão expiratória</p><p>máxima, foi solicitado que o participante inspirasse profundamente até a capacidade pulmonar total e a seguir expirasse com</p><p>força máxima sem utilizar a musculatura da bochecha. Tanto na dinamometria quanto na manovacuometria, foram realizadas</p><p>3 medidas de teste, e o valor maior foi considerado, calculando-se o valor previsto de acordo com as equações disponíveis na</p><p>literatura. Na análise estatística foi realizada a correlação de Pearson. Resultados: Foram avaliados 44 indivíduos, 25 do sexo</p><p>feminino, com idade entre 08 e 18 anos. Os participantes apresentaram, em média, -80,9+/- 37,2 cmH2O de pressão inspira-</p><p>tória máxima, o que corresponde a 123,1+/-55% do valor previsto. A pressão expiratória média foi de 66,6+/-28,5 cmH2O,</p><p>correspondendo a 64,8+/-29,3% do previsto. Na dinamometria de preensão palmar a média alcançada foi de 21,3+/-8,2 kgf,</p><p>equivalente a 79,5+/-15,9% do previsto. Na análise de correlação, não houve associação entre a força muscular periférica e</p><p>a força de músculos respiratórios (p>0,05). Conclusões: O declínio da força muscular esquelética é uma importante compli-</p><p>cação observada em muitos pacientes com FC. Embora os músculos respiratórios e periféricos sejam ambos pertencentes à</p><p>musculatura esquelética, não foi observada associação entre as medidas de força dos mesmos. Em nosso estudo, os pacientes</p><p>com FC apresentaram maior força relacionada à musculatura inspiratória e menor força relacionada à musculatura expiratória</p><p>e periférica. Alguns estudos mostram que comparando a força muscular esquelética periférica com a força muscular respirató-</p><p>ria em pacientes com FC, existe uma preservação dos músculos respiratórios, visto que a tosse crônica e o aumento do esforço</p><p>respiratório levam à manutenção e até mesmo ao aumento da força muscular respiratória através do efeito de treinamento</p><p>desses músculos, o que foi observado em nossos pacientes.</p><p>Correlação entre a força muscular respiratória e a</p><p>força de preensão palmar em idosos internados</p><p>em uma enfermaria de cirurgia vascular</p><p>Christiano Barbosa da Silva1, Ana Paula Petrungaro Novello2, Vitor Savino Campos3,</p><p>Marianna Alexandre dos Santos3, Diana Junqueira Fonseca Oliveira4, Mauricio de Sant Anna Junior5</p><p>1. Hospital Estadual Getúlio Vargas � HEGV - Rio de Janeiro, RJ</p><p>2. Núcleo de Atenção ao idoso/Universidade Aberta da Terceira Idade/ UERJ, Rio de Janeiro, RJ. Hospital Geral de Guarus/ Setor de Reabilitação/ Fundação</p><p>Municipal de Saúde, Campos dos Goytacazes, RJ</p><p>3. Núcleo de Atenção ao idoso/Universidade Aberta da Terceira Idade/ UERJ, Rio de Janeiro, RJ. Hospital Federal dos Servidores do Estado/ Departamento</p><p>de Fisioterapia/ Ministério da Saúde, Rio de Janeiro, RJ.</p><p>4. Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro �IECAC/ Dep. Fisioterapia/ Fundação Saúde, RJ.</p><p>5. Instituto Federal do Rio de Janeiro �IFRJ/ Curso de Fisioterapia, Rio de Janeiro, RJ</p><p>Endereço para correspondência: christiano_barbosa@yahoo.com.br</p><p>Introdução: �A hospitalização oferece riscos para a pessoa idosa tornando esta mais suscetível a complicações causa-</p><p>das pelo repouso prolongado no leito e a fragilidade. A fragilidade pode ser definida como um estado dinâmico que afeta o</p><p>indivíduo nos aspectos físicos, psíquico e social, causando redução da sua reserva fisiológica e declínio funcional. A força</p><p>de preensão palmar (FPP) esta associada com a funcionalidade de idosos. O estudo de Sydall e col questiona se FPP pode</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>234</p><p>ser considerada um marcador único de fragilidade. O declínio da força muscular respiratória tem relação com a mobilidade</p><p>de idosos. Objetivo: Verificar se existe correlação entre a força de musculatura respiratória e a força de preensão palmar em</p><p>idosos internados em uma enfermaria de cirurgia vascular de um hospital universitário na cidade do Rio de Janeiro. Meto-</p><p>dologia: Trata-se de um estudo transversal (projeto piloto) com 30 indivíduos que foi realizado no período de agosto/2015</p><p>a março/2016. 1ª Etapa: Analise de dados sociodemográficos (idade, gênero, presença de comorbidades e motivo da inter-</p><p>nação). 2ª Etapa: Avaliação fisioterapêutica: FPP: foi mensurada por meio de um dinamômetro palmar hidráulico analógico</p><p>Jamar®. Força da musculatura respiratória (PImáx e PEmáx): foi medida utilizando um manovacuômetro (WIKA®/Brasil).</p><p>Critérios de inclusão: Idade igual ou superior a 60 anos, ambos os sexos, admitidos na enfermaria de cirurgia vascular do</p><p>HUPE há menos de 72 horas. Critérios de exclusão: Dor (pontuação > 8 na EVA), doença osteomuscular aguda, deformidade</p><p>que impeça a realização do teste, déficit cognitivo, delirium, doença respiratória exacerbada, indicação médica de repouso</p><p>e/ou com uso de drenos ou cateter venoso central com infusão continua de medicação e aneurisma de aorta. O estudo foi</p><p>submetido</p><p>ao Comitê de Ética em Pesquisa do HUPE/UERJ e autorizado (número CAAE 44763315.0.0000.5259). Todos os</p><p>participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para caracterização da distribuição dos dados foram</p><p>aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov com correção de Lilliefors (distribuição normal). Para correlação a PImáx e</p><p>a FPP foi empregado o teste de correlação de Pearson. Para análise dos resultados e confecção dos gráficos foi utilizado o</p><p>programa GraphPrims® 5.0 sendo adotado o nível de significância p<0,05. Resultados: Foram avaliados 30 pacientes idosos</p><p>(21 homens e 9 mulheres) com média de idade 71.3±7.5. Dados antropométricos: Peso: 60.3±11.6, altura: 1.59±0.079 e IMC:</p><p>23.6±3.5. Dentre os pacientes que preencheram os critérios de inclusão, os motivos de internação foram: 64% de Doença</p><p>Arterial Obstrutiva Periférica, 23% de estenose de Carótida e 13% de aneurisma arterial (não-aórtico). E as comorbidades</p><p>foram: 47% cardiorrespiratórias, 23% músculo esqueléticas, 14% neurológicas e 50% outras causas. Houve correlação sig-</p><p>nificativa entre a FPP e a PImáx (r=0.5300 / p=0.0026). E não houve diferença entre o valor da PImáx previsto e o obtido</p><p>(p=0.4577).� Conclusões: Foi encontrada correlação entre a FPP e Pimáx dos idosos internados na enfermaria da cirurgia</p><p>vascular e não houve diferença entre o valor da Pimáx previsto e o obtido. Por se tratar de um projeto piloto, será necessário</p><p>aumentar o número da amostra com o objetivo de corroborar ou rechaçar os resultados encontrados.</p><p>Efeitos da Laserterapia na síndrome do impacto no ombro</p><p>Laiana Sepúlveda de Andrade Mesquita1, Kelson Nonato Gomes da Silva1,</p><p>Fabiana Teixeira de Carvalho1, Marcelino Martins1, Igor Almeida Silva2, Débora Carvalho Alves2</p><p>1.Universidade Estadual do Piauí-UESPI</p><p>2. Associação de Ensino Superiordo Piauí-AESPI</p><p>Endereço para correspondência: laianasepulveda@hotmail.com</p><p>Introdução: A síndrome do impacto se caracteriza como o aprisionamento do tendão do músculo supra espinhal entre o</p><p>canto inferior anterior do acrômio e o tubérculo maior do úmero. Clinicamente é acompanhada com inflamação e edema que</p><p>desencadeia dor severa e em casos mais graves à degeneração da bursa e dos tendões dos rotadores no espaço subacromial. A</p><p>Terapia a laser se trata de um método não invasivo, com ação sobre o processo degenerativo, analgésica e anti-inflamatória.</p><p>Estimula a proliferação celular, síntese de colágeno e protéica e reparação cicatricial através da irradiação direta. Objetivo:</p><p>Avaliar os efeitos da laserterapia na síndrome do impacto. Metodologia: Trata-se de estudo Piloto, experimental, prospec-</p><p>tivo. O local da pesquisa foi uma Clínica de Traumas de referência da cidade de Teresina, no período de agosto de 2015</p><p>até dezembro de 2015. A população estudada foi a de pacientes que foram encaminhados para o setor de fisioterapia com</p><p>diagnóstico de síndrome do impacto. A pesquisa obedeceu aos critérios éticos com base na Resolução 466/2012 do Conselho</p><p>Nacional de Saúde � CNS, com aprovação pelo Comitê de ética em Pesquisa com o parecer 1.253.863 e assinatura do Ter-</p><p>mo de Consentimento Livre e Esclarecido � TCLE. Para avaliar a dor foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA) e uma</p><p>escala de avaliação funcional do ombro denominada UCLA (University of Califórnia at Los Angeles), contendo domínios</p><p>referentes à dor, função do ombro, força muscular, grau de mobilidade e satisfação do paciente. De forma geral as somas</p><p>foram representadas em 4 escores, sendo Pobre 0 � 20; Razoável 21 � 27; Bom 20 � 33; Excelente 34 � 35. Um avaliador</p><p>cego realizou a aplicação dos questionários no início e no término do protocolo, que foi constituído de 20 atendimentos com</p><p>uma frequência de 3 vezes por semana. O Laser foi aplicado de forma pontual com uma dosagem de 5 joule/cm2, nos pon-</p><p>tos dolorosos durante 1 minuto cada, sobre a região subacromial do ombro. Foi utilizado: o Laser gálio-alumínio-arsenieto,</p><p>com um comprimento de onda de 850nm, com potência de saída de 100 mV, onda contínua de 0.07cm2/área por ponto do</p><p>laser. Resultados: Participaram do estudo 4 pacientes, com idade média de 68,5 ±6,45 anos; peso de 58± 8,08 Kg, altura de</p><p>1,64±0,07 metros e IMC de 21,45±2,02 kg/m². Foi possível observar uma tendência a dominância do membro D, uma vez que</p><p>todos os pacientes eram destros, além de uma correlação entre a dor e a função, onde quanto maior o índice de dor expresso</p><p>pela EVA menor a função do ombro. Houve uma redução no escore da EVA em todos pacientes avaliados, com uma média</p><p>de 6,5 ±1,73 antes do tratamento para 2,5±2,08 após a Laserterapia. Todos os participantes apresentaram a classificação</p><p>�Pobre� pelo escore de UCLA. Após a intervenção 50% dos pacientes evoluíram para �Bom�, 25% para �Excelente� e 25%</p><p>235</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>para �Razoável�. Conclusões: Conclui-se que a laserterapia apresentou propriedades benéficas aos pacientes acometidos</p><p>com síndrome do impacto, reduzindo a dor e permitindo recuperação das funções. Recomenda-se novos estudos incluindo</p><p>amostras maiores e maior número de sessões. Isso ajudará a elucidar melhores alternativas que possam ser utilizadas para o</p><p>tratamento da síndrome do impacto.</p><p>A importância da associação de mulheres mastectomizadas</p><p>na qualidade de vida em mulheres com câncer de mama</p><p>Livia Jaccoud da Silva1, Rafael José Bezerra Siqueira1, Gabriel Gomes Maia1</p><p>1. Universidade Estácio de Sá, Nova Friburgo, Rio de Janeiro</p><p>Endereço para correspondência: gmaia! sio@gmail.com</p><p>Introdução: O diagnó stico precoce e o avanç o das terapê uticas disponí veis tê m levado ao aumento da sobrevida</p><p>das pacientes com câ ncer de mama, apesar da incidê ncia ainda ser elevada no Brasil. Com o aumento da sobrevida,</p><p>observa-se a importâ ncia de avaliar a qualidade de vida destas pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo é verificar o</p><p>impacto das ações do AMMA na qualidade de vida, na rede social e no apoio e/ou suporte social dos pacientes portado-</p><p>res de câncer de mama. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal em uma coorte de mulheres com confirmação</p><p>histopatológica de câncer de mama e que estão recebendo assistência pela AMMA no período de 1 a 2 anos. Foram</p><p>selecionadas 16 mulheres para coleta de dados por entrevista realizada para obtenção de dados sócio-demográficos e</p><p>dados clínicos, sendo utilizado como instrumentos o questioná rio da Organizaç ã o Europé ia de Pesquisa e Tratamento de</p><p>Câ ncer-C30 para mensurar qualidade de vida e adaptaç ã o validada do Medical Outcomes Study Social-Support Survey</p><p>para avaliar rede social e apoio social. Foram realizadas aná lises estatísticas entre as dimensõ es da qualidade de vida, de</p><p>rede social e apoio social. Resultados: Foi observado que 56,25% das mulheres tem idade superior a 60 anos, 56,25%</p><p>possuem baixa escolaridade, 81,25% não fumam, 93.75% não realizam reposição hormonal e que 62,5% realizaram</p><p>mais de um tipo de tratamento para o câncer. Na funcionalidade observamos que a AMMA parece influenciar de forma</p><p>significativa nos aspectos cognitivo (4,25±1,87), social (2,87±1,62), porém nos aspectos físico (10,31±3,59), emocional</p><p>(11,62±3,73) e saúde global (10,43±2,52) não foi observado diferença. Em relação a dificuldade financeira (1,87±1,08)</p><p>observamos a importância da AMMA no suporte. Já a rede e apoio social, verificamos uma importante participação</p><p>da AMMA no apoio material (18,5±2,39), afetivo (14,62±0,88), emocional (16,93±2,99), informação (16,81±2,88) e</p><p>interação social (14,68±4,11). Conclusões: Sendo assim, verifica-se que a presença de associações como a AMMA,</p><p>podem gerar grande impactos positivos na funcionalidade e na qualidade de vida de indivíduos portadores de câncer.</p><p>Além de que, pesquisas como estas podem gerar um feedback para a associação com objetivo de melhorar suas missões</p><p>e objetivos em relação ao público alvo.</p><p>Treinamento de força muscular na reabilitação</p><p>pulmonar em pacientes com DPOC: uma revisão sistemática</p><p>Ana Carolina Santos Sampaio1, Patrícia</p><p>1,96 ± 3,08 0,47</p><p>IA apêndice xifoide 2,63 ± 1,85 2,85 ± 2,06 0,51</p><p>IA últimas costelas 2,44 ± 3,74 2,63 ± 2,54 0,76</p><p>IA linha umbilical -1,55 ± 2,81 1,00 ± 1,77 0,07</p><p>DP6M 490,25 ± 85,31 555,00 ± 89,61 0,00*</p><p>A análise postural dos indivíduos envolvidos no estu-</p><p>do foi realizada no programa ALCimagem. Foram coletadas</p><p>três imagens de cada indivíduo nas posições anterior, pos-</p><p>terior e perfil direito. Cada um dos ângulos foi medido três</p><p>vezes e foi calculada uma média, a fim de minimizar os erros</p><p>de análise e medição.</p><p>Na posição anterior, foram calculados quatro ângulos:</p><p>A1 - ombro esquerdo; A2 - ombro direito, A3 - pelve esquer-</p><p>da; A4 - pelve direita. Os ângulos A1 e A2 foram obtidos</p><p>através das marcações: incisura jugular; articulação acrô-</p><p>mio-clavicular e processo xifoide. Os ângulos A3 e A4 foram</p><p>obtidos através das marcações: cicatriz onfálica e espinhas</p><p>ilíacas anterossuperiores. Ao comparar os ângulos A1 e A2,</p><p>verificou-se que o ombro mais elevado foi o que apresentou</p><p>menor valor. Ao comparar os ângulos A3 e A4, verificou-se</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>186</p><p>que a pelve mais elevada foi a que apresentou maior valor.</p><p>Após a intervenção, não houve diferença estatisticamente</p><p>significativa na angulação dos ombros e das pelves.</p><p>Na posição posterior, foram calculados quatro ângulos:</p><p>A1 - ombro direito; A2 - ombro esquerdo, A3 - pelve es-</p><p>querda; A4 - pelve direita. Os ângulos A1 e A2 foram ob-</p><p>tidos através das marcações: processo espinhoso da sétima</p><p>vértebra cervical (C7) e ângulos superiores das escápulas.</p><p>Os ângulos A3 e A4 foram obtidos através das marcações:</p><p>espinhas ilíacas posterossuperiores e quinta vértebra lom-</p><p>bar (L5). Ao comparar os ângulos A1 e A2, verificou-se que</p><p>o ombro e/ou escápula mais elevado foi o que apresentou</p><p>maior valor. Após a interversão, não houve diferença signifi-</p><p>cativa na angulação dos ombros e/ou escápulas.</p><p>Na posição perfil direito, foram calculados dois ângulos:</p><p>A1 - posição de cabeça; A2 - curvatura torácica. O ângulo A1</p><p>foi obtido através das marcações: processo espinhoso de C7;</p><p>incisura jugular e mento. O ângulo A2 foi obtido através das</p><p>marcações: processo espinhoso de C7; processo espinhoso</p><p>da quarta vértebra torácica (T4) ou ponto mais proeminente</p><p>da cifose e processo espinhoso da décima segunda vértebra</p><p>torácica (T12). Verificou-se que quanto maior o ângulo A1,</p><p>maior a anteriorização da cabeça; e quanto menor o ângulo</p><p>A2, maior a cifose torácica. Após a intervenção, não houve</p><p>diferença significativa tanto na posição da cabeça quanto na</p><p>curvatura torácica. Os valores das medianas das angulações</p><p>obtidas na análise postural estão citados na tabela 3.</p><p>Tabela 3: Análise postural. Valores expressos como mediana</p><p>(1º e 3º quartis) de oito indivíduos com asma, que foram sub-</p><p>metidos ao tratamento com o Método Pilates. AP.A1: angula-</p><p>ção do ombro direito; AP.A2: angulação do ombro esquerdo;</p><p>AP.A3: angulação da pelve direita; AP.A4: angulação da pelve</p><p>esquerda; PA.A1: angulação do ombro direito; PA.A2: angula-</p><p>ção do ombro esquerdo; PA.A3: angulação do ombro direito;</p><p>PA.A4: angulação do ombro esquerdo; PERFIL A1: ângulo da</p><p>posição da cabeça; PERFIL A2: angulação do tórax.</p><p>Antes Após P</p><p>AP.A1 45,24 (40,41-49,17) 46,22 (40,87-54,10) 0,07</p><p>AP.A2 46,00 (42,23-51,82) 47,33 (44,06-54,00) 0,64</p><p>AP.A3 14,48 (9,97-21,08) 16,09 (12,54-22,27) 0,38</p><p>AP.A4 14,17 (10,26-24,46) 14,72 (13,71-25,46) 0,31</p><p>PA.A1 66,76 (64,46-70,29) 66,69 (63,44-68,71) 0,46</p><p>PA.A2 64,84 (59,90-68,54) 65,60 (60,42-69,87) 0.31</p><p>PA.A3 14,76 (11,61-16,27) 14,57 (12,58-18,50) 0,29</p><p>PA.A4 13,59 (12,17-17,00) 14,62 (13,49-19,14) 0,84</p><p>Per! l.A1 102,34 (98,21-105,33) 103,26 (96,09-106,37) 1,00</p><p>Per! l.A2 199,61 (197,04-205,24) 200,53 (195,84-202,90) 0,25</p><p>A qualidade de vida foi avaliada através do Questionário</p><p>sobre Qualidade de Vida em Asma com Atividades Padroni-</p><p>zadas (AQLQ (S)). Os valores das medianas do AQLQ (S)</p><p>nos domínios �global�, �sintomas�, �limitação de atividade�,</p><p>�função emocional� e �estímulo ambiental� estão dispostos na</p><p>tabela 4. A pontuação quatro indica grau de comprometimento</p><p>moderado; valores acima de quatro indicam menor compro-</p><p>metimento; e valores abaixo de quatro indicam um aumento</p><p>da gravidade. Ao comparar esses valores antes e após a aplica-</p><p>ção do protocolo de tratamento, foi possível observar uma me-</p><p>lhora estatisticamente significativa nos domínios global (p =</p><p>0,02), sintomas (p = 0,01) e limitação de atividade (p < 0,00).</p><p>Tabela 4: Questionário sobre Qualidade de Vida em Asma</p><p>com Atividades Padronizadas. Valores expressos como me-</p><p>diana (1º e 3º quartis) de oito indivíduos com asma, que fo-</p><p>ram submetidos ao tratamento com o Método Pilates. AQLQ</p><p>(S): Questionário sobre Qualidade de Vida em Asma com</p><p>Atividades Padronizadas. *Estatisticamente diferente dos</p><p>parâmetros observados antes do protocolo de tratamento.</p><p>Domínio AQLQ (S) Antes Após P</p><p>Global 5,85 (4,75-6,45) 6,55 (6,05-6,75) 0,02*</p><p>Sintomas 5,30 (4,10-6,55) 6,50 (6,15-6,90) 0,01*</p><p>Limitação de Atividade 5,00 (4,30-5,55) 6,05 (5,75-6,70) < 0,00*</p><p>Função Emocional 6,20 (4,70-7,00) 7,00 (6,90-7,00) 0,09</p><p>Estímulo Ambiental 5,35 (3,60-6,35) 6,85 (6,10-7,00) 0,07</p><p>Discussão</p><p>O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos</p><p>do Método Pilates nas alterações pulmonares, posturais e na</p><p>qualidade de vida de indivíduos asmáticos.</p><p>O Método Pilates contribui para a melhoria na qualidade</p><p>de vida, pois, através da prática de exercícios físicos espe-</p><p>cíficos, promove bem-estar e saúde, proporcionando maior</p><p>agilidade, mobilidade e equilíbrio21. Durante a realização</p><p>dos exercícios, são ativados diversos músculos que estão en-</p><p>volvidos na respiração, principalmente os responsáveis pela</p><p>expiração, visto que os mesmos se encontram contraídos du-</p><p>rante as fases de inspiração e expiração22.</p><p>No presente estudo, foi possível observar uma melho-</p><p>ra significativa da força muscular expiratória. Essa melhora</p><p>ocorreu, possivelmente, devido ao trabalho dos músculos</p><p>respiratórios, especificamente dos músculos abdominais, e</p><p>dos exercícios de alongamento da musculatura acessória da</p><p>respiração. Esses resultados se assemelham aos achados de</p><p>Lima23 e Dourado24, que também mostraram uma melhora da</p><p>PEmax, através de exercícios que visavam ao fortalecimento</p><p>direto da musculatura abdominal. A ativação desses múscu-</p><p>los, durante a realização dos exercícios do Método Pilates,</p><p>principalmente do músculo reto abdominal, justifica o au-</p><p>mento da força muscular expiratória.</p><p>Costa et al.25 realizaram um estudo com 10 indivíduos</p><p>asmáticos, de ambos os sexos, utilizando como protocolo de</p><p>tratamento o método kinetic Control, associado ao alonga-</p><p>mento da musculatura acessória da respiração. Esses autores</p><p>observaram melhora na força dos músculos respiratórios,</p><p>tanto inspiratórios quanto expiratórios. Apesar desse estudo</p><p>utilizar um outro método de tratamento, os autores também</p><p>mostraram que a melhora da função pulmonar pode ser obti-</p><p>da pelo tratamento das alterações posturais.</p><p>De acordo com Fonseca26, o PFE representa o fluxo má-</p><p>ximo gerado durante uma expiração forçada, realizada com</p><p>grande intensidade e partindo de um nível elevado de insufla-</p><p>ção pulmonar, ou seja, da capacidade pulmonar total. Portanto,</p><p>esse índice é considerado um indicador indireto da obstrução</p><p>das vias aéreas, sendo influenciado pelo grau de insuflação pul-</p><p>monar, complacência torácica, musculatura abdominal e força</p><p>muscular inspiratória gerada pelo paciente. No presente estudo,</p><p>não foi observado uma modificação no PFE após o tratamento</p><p>com o Método Pilates. Esse resultado pode ter ocorrido pelo</p><p>fato de não termos observado uma alteração na PImax. De acor-</p><p>do com o estudo de Carter27, ao melhorar a força muscular res-</p><p>piratória (PImáx e PEmáx) é possível diminuir a resistência das</p><p>187</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>vias aéreas e melhorar o PFE. O presente estudo mostrou que o</p><p>protocolo de exercícios proposto influenciou apenas a PEmax.</p><p>Durante a crise de asma, ocorre estreitamento</p><p>Frasson Hommerding1,</p><p>Yves Raphael de Souza2, Felipe Cortopassi2, Kenia Maynard da Silva2</p><p>1. Universidade Veiga de Almeida</p><p>2. UERJ - Laboratório de Reabilitação Pulmonar</p><p>Endereço para correspondência: carol.ssampaio@yahoo.com.br</p><p>Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma patologia caracterizada pela obstrução progressiva</p><p>ao fluxo aéreo, parcialmente ou não totalmente reversível, causando prejuízos funcionais. Outro fator associado a tais limita-</p><p>ções é a disfunção muscular periférica. Existem evidências de que alterações musculoesqueléticas relacionadas à inatividade</p><p>física repercutem negativamente no prognóstico dos pacientes com DPOC. Dessa forma, o fortalecimento muscular nestes</p><p>indivíduos proporcionam além do aumento da força muscular, melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida. Obje-</p><p>tivo: O presente estudo é uma revisão sistemática que tem como objetivo identificar os aparelhos utilizados para treinamento</p><p>de força muscular e a eficácia dos Programas de Reabilitação Pulmonar (PRP) em pacientes com DPOC. Metodologia: Para</p><p>tanto, foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados Scielo, Pubmed, Medline e Tripdatabase, foram incluídos arti-</p><p>gos com ano de publicação no período de 2005 à 2016. Resultados: Foram selecionados 24 estudos, e descritos os tipos de</p><p>equipamentos utilizados para o treino de força e os resultados dos programas de reabilitação. Conclusões: Foi constatado que</p><p>os equipamentos de musculação são os mais utilizados para este fim, porém opções mais viáveis e mais versáteis produzem</p><p>os mesmos resultados, e além disso, em todos os estudos, os PRP produziram resultados significativos.</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>236</p><p>Análise comparativa da frequência cardíaca antes</p><p>e após um minuto do teste de caminhada em seis minutos</p><p>Diego Alves Saldanha1, Patrícia Frasson Hommerding1,</p><p>Yves Raphael de Souza2, Diego Condesso2, Bianca Figueira2, Kenia Maynard da Silva2</p><p>1. Universidade Veiga de Almeida</p><p>2. UERJ - Laboratório de Reabilitação Pulmonar</p><p>Endereço para correspondência: diegoasaldanha@gmail.com</p><p>Introdução: A Frequência cardíaca é a resposta ao esforço máximo e submáximo durante o exercício. A observação do</p><p>retorno da frequência cardíaca após o esforço denota informação prognóstica relevante. De acordo com o protocolo o tempo</p><p>de recuperação para a FC após o teste de caminhada de seis minutos é de trinta minutos para sua repetição. Poucos são os</p><p>estudos sobre o tempo de recuperação da FC após o TD6M. Objetivo: Analisar a FC após um minuto do TC6M dos indiví-</p><p>duos saudáveis comparando a FC na sua condição basal e final após o teste. Metodologia: Estudo retrospectivo, com análise</p><p>a partir do banco de dados da tese �Equação de Referência do Teste do Degrau para indivíduos saudáveis e sedentários�.</p><p>Avaliamos 52 homens e 52 mulheres com idade entre 20 - 80 anos. Foi analisada e comparada a FC inicial, final e um minuto</p><p>após o TC6M. Resultados: FC inicial média: total de participantes foi 77,5±16,2, o gênero masculino 73±16,3; gênero fe-</p><p>minino 82±16. FC final média: total de participantes foi 111,2±17, homens e mulheres apresentaram 107,5±12,8 e 115±21,3</p><p>respectivamente. FC um minuto após o TC6M média: total de participantes 86,5±13,3, os homens apresentam 85±14,3 e mu-</p><p>lheres 88±12,3, os resultados demonstraram uma p-valor para homens >0,0001; e mulheres >0,0001 e total de participantes</p><p>p>0,0001. Para FC no primeiro minuto o p-valor nos homens p>0,0001; mulheres = 0,0035 e total de participantes p>0,0001.</p><p>Conclusões: A FC após 1 minuto no TC6M se aproxima da FC inicial, demonstrando a possibilidade de redução do tempo</p><p>de intervalo para a repetição.</p><p>Análise do Peak Flow após técnicas de facilitação</p><p>neuromuscular proprioceptiva em idosas</p><p>Anne Shirley Menezes Costa1, Fabiana Teixeira Carvalho1, Ruan Luiz Rodrigues de Jesus2,</p><p>Maíra Damasceno Cunha Varanda2, Laiana Sepúlveda de Andrade Mesquita1, Marcelino Martins1</p><p>1. UESPI-CCS, Teresina �PI</p><p>2. Hospital Getúlio Vargas, Teresina � Piauí.</p><p>Endereço para correspondência: ! sio5@yahoo.com.br</p><p>Introdução: O aumento da idade da população apresenta-se como realidade no Brasil. Quanto mais avançada à idade,</p><p>maiores as alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, levando ao idoso se tornar menos ativo fisicamente. A Facili-</p><p>tação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) é uma técnica de alongamento e fortalecimento muscular que trás benefícios as</p><p>pessoas da terceira idade como a manutenção da massa e aumento da potência muscular e da força. O pico de fluxo expirató-</p><p>rio é um instrumento que serve para avaliar o volume pulmonar. Objetivo: Analisar se os exercícios de FNP influenciam na</p><p>variação do pico de fluxo expiratório máximo (PFE) em idosas saudáveis. Metodologia: Estudo retrospectivo exploratório,</p><p>aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí, parecer ETIC 356.137 a partir de dados co-</p><p>letados de uma pesquisa constituída de 15 idosas que foram submetidas a 12 atendimentos de exercícios de FNP, no setor de</p><p>fisioterapia de um hospital público da cidade de Teresina (PI). Foram coletadas informações presentes nas fichas de avaliação</p><p>de prontuários referentes à antropometria (peso corporal (kg) com a utilização de uma balança marca Toledo (modelo 2096,</p><p>São Paulo, Brasil), estatura (m) através de uma fita métrica e Índice de Massa Corporal (IMC, em kg/m2) e pico de fluxo</p><p>expiratório (realizado antes e após o exercício por meio do Peak Flow Meter® da marca MINI WRIGHT®, graduado em L/</p><p>min, com variação de 60 a 880 L/min). As variáveis foram tabuladas, e a média e o desvio padrão calculados. Em seguida,</p><p>realizado o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade, e o t de Student para amostras emparelhadas, considerando o</p><p>nível de significância estatística de 95% (p<0,05) por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®,</p><p>versão 17.0) for Windows. Resultados: A média do IMC obtida foi de 25,82 kg/m2. Em relação ao PFE, como efeito ime-</p><p>diato, foi verificado uma redução significativa nas comparações das médias antes e logo após os exercícios com p=0,0001.</p><p>Em relação ao efeito tardio do PFE foi comparado as médias dos seis primeiros atendimentos com as médias dos seis últimos</p><p>atendimentos, sendo verificado um aumento significativo desses valores com p= 0,015 antes dos exercícios e p=0,020 depois</p><p>dos exercícios. Conclusões: O exercício de FNP é benéfico para o sistema cardiorrespiratório podendo auxiliar na melhora</p><p>da qualidade de vida dos idosos.</p><p>237</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>ID14 - Massagem terapêutica em ambiente de unidade</p><p>de terapia intensiva neonatal: uma revisão integrativa</p><p>Adriana Prado De Almeida1, Saint Clair dos Santos Gomes Junior1, Carla Trevisan Martins Ribeiro2</p><p>1. Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira - Rio de Janeiro, RJ.</p><p>2. Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Serviço de Fisioterapia. Rio de Janeiro, RJ.</p><p>Endereço para correspondência: dricaterapia@hotmail.com</p><p>Introdução: Com o aumento do número de Recém-Nascido Prematuro (RNPT), vários pesquisadores se interessaram</p><p>em desenvolver estudos de Prática Integrativas e Complementares (PIC) para a promoção de qualidade de vida desta po-</p><p>pulação. Uma dessas práticas é a massagem terapêutica (MT), também chamada de estimulação tátil-cinestésica, estudada</p><p>como uma técnica complementar, com o objetivo inicial de amenizar os fatores comprometedores do crescimento desta</p><p>população. A MT surge como alternativa para a melhora dos processos neurofisiológicos e no desenvolvimento das funções</p><p>dos RNPT. Objetivo: Reunir evidências disponíveis na literatura sobre a massagem terapêutica em ambiente de unidade</p><p>de terapia intensiva neonatal (UTIN) nos indicadores de crescimento e nos parâmetros de estabilidade clínica dos RNPT.</p><p>Metodologia: O estudo consiste numa revisão integrativa (RI), onde foram incluídos artigos que abordassem RNPT, avalia-</p><p>ção</p><p>da massagem terapêutica em UTIN: variáveis de crescimento, variáveis de intervenção (condutor da massagem, tipo de</p><p>pressão, frequência de realização, duração da técnica e momento de realização da técnica). A RI identifica, analisa, sintetiza</p><p>e permite a geração de novos conhecimentos. Três pesquisadores selecionaram os artigos conforme o título, e consagraram</p><p>quais seriam lidos e incluídos nesta revisão. A escolha para os artigos foi realizada em duas etapas: (1ª) os critérios de in-</p><p>clusão e exclusão através da busca nas bases de dados, leitura dos títulos e resumo para depois a leitura propriamente dita</p><p>do texto completo, assim como, (2ª) a avaliação feita através dos instrumentos que validam os mesmos � CASP - Critical</p><p>Appraisal Skills Programme (Ensaios Clínicos Randomizados), e The TREND Statement (Estudo Quase-Experimental).</p><p>Para avaliar os níveis das evidências dos artigos a classificação Oxford Center for Evidence-based Medicine. Na busca ele-</p><p>trônica foram utilizados os indexadores contidos no Descritores em Ciências da Saúde: massagem, massagem terapêutica,</p><p>recém-nascido pré-termo, prematuro (massage, massage therapy, premature, preterm infants). Foram empregados operadores</p><p>booleanos AND e OR, sem limite temporal. A averiguação foi realizada no mês de maio de 2014. Foram adotadas as bases</p><p>de dados: PubMed, WEB OF SCIENCE, SCOPUS, PEDro, CINAHALL e a Scielo. Resultados: Após leitura dos artigos,</p><p>verificou-se que de uma forma geral, indicavam evidências de benefícios da MT para as variáveis de crecimento: melhora da</p><p>dor, ganho de peso, regulação térmica, atividade vagal e motilidade gástrica, estado de alerta, organização comportamental,</p><p>alta hospitalar precoce, deposição de gordura corporal e qualidade de crescimento, melhora da função do sistema nervoso</p><p>autônomo, da atividade parassimpática e parâmetros fisiológicos. Dentre as variáveis de intervenção, a maioria seguiu o</p><p>protocolo de Field que preconiza aplicação da técnica com toque profundo, por cinco dias consecutivos, três vezes por dia e</p><p>duração de quinze minutos. Conclusões: Este estudo de RI revelou que esta técnica de intervenção demonstrou eficácia no</p><p>crescimento e na estabilidade clínica de RNPT internados em UTIN. Contudo, mais estudos sobre a aplicabilidade da MT em</p><p>RNPT, em ambiente de UTIN são necessários para produção de dados que proporcionem mais evidências científicas, para</p><p>que futuras investigações incluam a avaliação de mais variáveis de maneira a tornar mais claro o mecanismo, e que possuam</p><p>uma metodologia mais rigorosa, para que seja definitivamente contemplada e respeitada mediante os profissionais que inte-</p><p>gram a equipe intensivista neonatal, como também a classe científica. A partir disso, pode se tornar viável a geração de novos</p><p>conhecimentos, pautados nos resultados apresentados nestas pesquisas. Isso contribui para uma possível repercussão benéfica</p><p>na qualidade dos cuidados aos RNPT.</p><p>ID15 - Estimulação elétrica nervosa transcutânea</p><p>no pós-operatório de cirurgia cardíaca: Revisão sistemática</p><p>Diego Eduardo dos Santos1, Gabriel Gomes Maia1, Tiago Eduardo dos Santos1</p><p>1. Sanatório Naval em Nova Friburgo - Rio de Janeiro</p><p>Endereço para correspondência: eudardosantos17@yahoo.com.br</p><p>Introdução: Sendo considerado um sintoma importante em qualquer faixa etária, a dor está frequentemente associada</p><p>ao sofrimento ou desconforto, podendo ser interpretada como um alerta de comprometimento da integridade física e/ou emo-</p><p>cional. De forma a contribuir com a reabilitação cardíaca na fase I (hospitalar), a Estimulação Elétrica Transcutanêa (TENS),</p><p>recurso fisioterapêutico utilizado para diminuição da dor e redução das repercussões pulmonares em decorrência da cirurgia</p><p>cardíaca, tem sido incluída como conduta terapêutica no pós-operatório. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os</p><p>efeitos da TENS sobre a dor, e os parâmetros utilizados durante a aplicação terapêutica, no período de pós-operatório de</p><p>cirurgia cardíaca por meio de revisão sistemática. Metodologia: A estratégia de busca incluiu as bases de dados eletrônicas</p><p>SciELO, PubMed, LILACS e PEDro (Physiotherapy Evidence Data base). Para a busca dos estudos científicos, utilizou-se</p><p>a combinação dos termos e seus descritores em português: estimulação elétrica nervosa transcutânea, estimulação elétrica,</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>238</p><p>estimulação elétrica terapêutica, cirurgia cardíaca, procedimentos cirúrgicos cardíacos, esternotomia, cirurgia de revascu-</p><p>larização do miocárdio, correção aórtica e seus correspondentes da língua inglesa. Dois autores selecionaram de forma in-</p><p>dependente os estudos para inclusão, examinando os ensaios clínicos controlados e randomizados encontrados por meio da</p><p>análise dos títulos e resumos. Todos os estudos considerados relevantes tiveram seu texto obtido na íntegra e, com base nas</p><p>informações contidas, foram selecionados aqueles que estavam de acordo com os critérios de inclusão. Discordâncias entre</p><p>os autores foram resolvidas pela análise de um terceiro autor. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada de acordo</p><p>com a Escala PEDro. Essa escala é composta por 11 itens que avaliam a validade interna da metodologia utilizada nos ensaios</p><p>clínicos, bem como informações relacionadas à estatística e apresentação dos resultados. Resultados: Foram analisados os</p><p>parâmetros ajustados para aplicação da TENS (frequência, largura de pulso e o tempo de aplicação) nos estudos seleciona-</p><p>dos. O tratamento com a TENS ocorreu entre o 1º e o 3º DPO para o alivio da dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Os</p><p>estudos sugerem a utilização da TENS no modo convencional, a frequência de 80 a 110 Hz, a largura de pulso de 50 a 80 ms</p><p>e a intensidade que o paciente relate �parestesia forte�, sem que haja desconforto ou dor, e o tempo minimo de 30 minutos,</p><p>não havendo diminuição significativa do nível de dor com o tempo de acima de 60 minutos ou 1 hora, durante uma aplicação</p><p>única. Conclusões: Diante do exposto sobre os parâmetros ajustados no TENS convencional para redução da dor no pós-</p><p>-operatório de cirurgia cardíaca, sugere-se uma aplicação diária ou mais aplicação diária, para um resultado mais efetivo.</p><p>ID18 - A relevância de um parecer</p><p>fisioterapêutico em uma ação judicial</p><p>Hélia Ribeiro Anniboleti1</p><p>1. Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Fisioterapia Forense, Saúde do idoso e neurofuncional, Perito Senior ABFF</p><p>Endereço para correspondência: ! sioperitohelia@gmail.com</p><p>Introdução: A perícia é o exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialista, com</p><p>objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos, a fim de dar subsídio técnico-científico para decisão do Juiz. O Perito é</p><p>indivíduo de confiança do Juiz. O Código Processo Civil Art. 156, o Juiz será assistido por um perito quando a prova depen-</p><p>der de conhecimento técnico ou científico. O termo �Parecer� é o documento feito Perito Assistente Técnico. A Fisioterapia</p><p>é uma profissão e regulamentada pela Lei Nº 938/1969. Objetivo: O objetivo deste trabalho é fundamentar a relevância de</p><p>um Parecer elaborado por um Perito fisioterapeuta em uma ação Judicial. Metodologia: A pesquisa desenvolveu-se para</p><p>realização de artigo de revisão sistemática. A fim de demonstrar a Relevância de um documento do tipo Parecer Judicial</p><p>Fisioterapêutico. Os levantamentos de dados foram pesquisados em sites como: Jusbrasil, scielo, bibliotecas virtuais, biblio-</p><p>grafias. Resultados: A Pericia Fisioterapêutica é a aplicação dos conhecimentos técnicos, a serviço da Justiça, determinando</p><p>a elaboração de documentos cujos teores se relacionem ás disfunções dos movimentos humanos, e a eventual relação destas</p><p>com os sistemas onde os mesmos estejam inseridos. A Perícia Médica é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por</p><p>finalidade a emissão de laudo sobre questões médicas, mediante exame, vistoria, investigação, avaliação ou certificação. O</p><p>Conselho Federal de Fisioterapia e terapia Ocupacional - Resolução</p><p>Nº 370, dispõe sobre adoção da Classificação Internacio-</p><p>nal de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, o Fisioterapeuta Perito não pode deixar de usar essa ferramenta para elaboração</p><p>de seus Laudos ou Pareceres e Atestados. Conclusões: Na Perícia Médica, o médico faz um diagnóstico nosológico, o que se</p><p>diagnóstica é a doença ou controvérsia no processo enquanto a presença ou não de doença. Porém quando médico diagnóstica</p><p>doença, o fisioterapeuta será profissional habilitado na análise físico-funcional das incapacidades encontradas e fazer diag-</p><p>nóstico qualitativo e quantitativo dessas incapacidades. Segundo CPC Art.472, o Juiz poderá dispensar prova pericial quando</p><p>as partes, na inicial e na contestação apresentarem pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficiente.</p><p>Logo Parecer fisioterapêutico se mostra relevante quando a prova do fato for diagnóstico cinesiológico funcional podendo ser</p><p>juntado mais breve possível para ajudar decisão judicial e vir diminuir custas processuais com despesas periciais.</p><p>239</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Agenda</p><p>Março 2017</p><p>Congresso Nacional 2017 da SPMFR - Sociedade Portu-</p><p>guesa de Medicina Física e de Reabilitação</p><p>Data: 23 a 25 de Março de 2017</p><p>Local: Porto - Portugal</p><p>Informações: spmfr@spmfr.org</p><p>Abril 2017</p><p>XI Simpósio de Fisioterapia em Terapia Intensiva e</p><p>VII Simpósio de Fisioterapia em Cardiologia</p><p>Data: 06 a 09 de Abril de 2017</p><p>Local: São Paulo - SP</p><p>Informações: www.einstein.br</p><p>Maio 2017</p><p>XVII Congresso Brasileiro de Biomecânica,</p><p>I Encontro Latino Americano de Biomecânica e</p><p>VIII Simpósio em Neuromecânica Aplicada</p><p>Data: 8 a 11 de Maio de 2017</p><p>Local: Porto Alegre � RS</p><p>Informações: www.biomecanica2017.com.br</p><p>III Congresso Internacional de Fisioterapia em Coluna</p><p>Data: 11 e 13 de Maio de 2017</p><p>Local: Salvador - BA</p><p>Informações: www.coni! c.com.br</p><p>II FISIODESM - Congresso Brasileiro de Fisioterapia</p><p>Dermatofuncional e Saúde da Mulher</p><p>Data: 25 de Maio de 2017</p><p>Local: Curitiba - PR</p><p>Informações: www.! siodesm.com.br</p><p>Julho 2017</p><p>22º Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes e</p><p>22ª Exposição Nacional de Produtos e Alimentos Diet</p><p>Data: 27 a 30 de Julho de 2017</p><p>Local: São Paulo � SP</p><p>Informações: www.anad.org.br</p><p>Agosto 2017</p><p>I Congresso Internacional e</p><p>II Congresso Brasileiro da ABRAFITO</p><p>Data: 17 a 19 de Agosto de 2017</p><p>Local: Brasília � DF</p><p>Informações: www.eventoabra! to.com.br</p><p>Setembro 2017</p><p>XVII Congresso Brasileiro de Quadril</p><p>Data: 05 a 8 de Setembro de 2017</p><p>Local: Rio de Janeiro - RJ</p><p>Informações: www.cbq2017.com.br/inscricoes</p><p>9º Congresso Internacional de Fisioterapia</p><p>Data: 14 a 17 de Setembro de 2017</p><p>Local: Porto Alegre � RS</p><p>Informações: www.sbf.org.br</p><p>Outubro 2017</p><p>Congresso SONAFE � VIII Congresso Brasileiro e</p><p>VI Congresso Internacional</p><p>Data: 11 a 15 de Outubro de 2017</p><p>Local: Caldas Novas � GO</p><p>Informações: www.sonafe2017.com.br</p><p>Novembro 2017</p><p>X Congresso Nacional de Fisioterapeutas</p><p>Data: 10 a 12 de Novembro de 2017</p><p>Local: Universidade de Aveiro - Portugal</p><p>Informações: www.facebook.com/universidadedeaveiro</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>240</p><p>Normas</p><p>A revista Fisioterapia Ser é uma publicação com periodicidade tri-</p><p>mestral e está aberta para a publicação e divulgação de trabalhos cientí-</p><p>ficos que contribuam para um melhor entendimento de todos os aspectos</p><p>referentes às Ciências Fisioterápicas.</p><p>Os artigos publicados em Fisioterapia Ser poderão ser também publi-</p><p>cados na versão eletrônica da revista (Internet) assim como em outros meios</p><p>eletrônicos (CD-ROM) ou outros que surjam no futuro, sendo que e pela</p><p>publicação na revista os autores já aceitem estas condições.</p><p>Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo</p><p>permitida a sua apresentação simultânea em outro periódico. A Fisioterapia Ser</p><p>reserva-se todos os direitos autorais do trabalho publicado, inclusive de tradução,</p><p>permitindo, entretanto, a sua posterior reprodução como transcrição e com devi-</p><p>da citação de fonte, sendo que nenhum dos autores será remunerado.</p><p>A revista Fisioterapia Ser assume o estilo �Vancouver� (Uniform re-</p><p>quirements for manuscripts submites to biomedical journal, Am Ver Respir</p><p>Dis 1986; 134:449-52, preconizado pelo Conselho Internacional de Direto-</p><p>res de Revistas Médicas, com as especificações que são resumidas a seguir.</p><p>Ver o texto completo em inglês desses Requisitos Uniformes no site do In-</p><p>ternational Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), htpp://www.</p><p>icmje.org, na versão atualizada em outubro de 2001.</p><p>Os autores que desejarem colaborar em alguma das seções da revista</p><p>podem enviar sua contribuição (em arquivo eletrônico/e-mail) para nossa</p><p>redação, sendo que fica entendido que isto não implica na aceitação do mes-</p><p>mo, que será notificado ao autor.</p><p>O Conselho Editorial poderá devolver sugerir trocas ou retorno de</p><p>acordo com a circunstância, realizar modificações nos textos recebidos,</p><p>neste último caso não se alterara o conteúdo cientifico, limitando-se unica-</p><p>mente ao estilo literário.</p><p>Artigos originais: Os trabalhos devem apresentar dados originais de desco-</p><p>bertas com relação a aspectos experimentais ou observacionais, e inclui aná-</p><p>lise descritiva e/ou inferências de dados próprios. Sua estrutura é a conven-</p><p>cional que traz os seguintes itens: Introdução, Métodos Resultados, Discussão</p><p>e Conclusão.</p><p>Textos: Recomendamos que não seja superior a 8 páginas, formato A4, fon-</p><p>te English Times (Times Roman) tamanho 12.</p><p>Tabelas: Considerar no máximo 4 tabelas, no formato Excel/Word.</p><p>Figuras: Considerar no máximo 4 figuras, digitalizadas (formato .tif ou</p><p>.jpg) ou que possam ser editados em Power-Point, Excel, etc.</p><p>Referência bibliográfica: São recomendáveis no máximo 40 referências bi-</p><p>bliográficas, no sistema sequencial, onde as citações são numeradas na ordem</p><p>de aparecimento no texto e listadas nesta mesma ordem ao final do texto.</p><p>Os critérios que valorizam a aceitação dos trabalhos serão o rigor me-</p><p>todológico científico, novidade, interesse profissional, concisão da exposi-</p><p>ção, assim como a qualidade literária do texto.</p><p>Revisão: São trabalhos que versem sobre algumas das áreas relacionadas</p><p>à Fisioterapia, que tem por objetivo resumir, analisar, avaliar ou sintetizar</p><p>trabalhos de investigação já publicados em revistas científicas. Quanto aos</p><p>limites do trabalho aconselha-se o mesmo dos artigos originais.</p><p>Atualização ou divulgação: São trabalhos que relatam informações ge-</p><p>ralmente atuais sobre tema de interesse dos profissionais de Fisioterapia,</p><p>(novas técnicas, legislação, por exemplo) e que têm características distintas</p><p>de um artigo de revisão.</p><p>Relato de caso: São artigos de dados descritivos de um ou mais casos ex-</p><p>plorando um método ou problemas através de exemplo. Devem conter um</p><p>máximo de 5 páginas, 5 ilustrações, 5 autores e 15 referências. A formatação</p><p>deve seguir o estilo artigo original. O resumo e, portanto o abstract, não</p><p>deve ultrapassar 150 palavras.</p><p>Cartas à redação e outras contribuições</p><p>Esta seção permitirá a publicação de artigos curtos, comentários a traba-</p><p>lho já editados na revista a critério do Conselho Editorial.</p><p>Texto: Recomendamos que não seja superior a três paginas, formato A4,</p><p>fonte English Times (Times Roman) tamanho 12, com todas as formatações</p><p>de texto, tais como negrito, itálico, sobrescrito, etc.</p><p>Tabelas e figuras: No máximo quatro tabelas, no formato Excel e figuras</p><p>digitalizadas (formato .tif ou .jpg) ou que possam ser editados em Power-</p><p>-Point, Excel, etc.</p><p>Referências: São aconselháveis no máximo 20 referências bibliográficas.</p><p>Resumos: Nesta seção serão publicados resumos de trabalhos e ar-</p><p>tigos inéditos ou já publicados em outras revistas, ao cargo do</p><p>Conselho Editorial, inclusive de trabalhos de outros idiomas.</p><p>Preparação do Original</p><p>1. Normas gerais</p><p>1.2. Os artigos enviados deverão estar digitados em processador texto</p><p>(Word), em páginas de formato A4, uma (1) coluna, formatado da seguinte</p><p>maneira: fonte English Times (Times Roman) tamanho 12, com todas as</p><p>formatações de texto, tais como</p><p>negrito, itálico, sobrescrito, etc.</p><p>Numere as tabelas em romano, com as legendas a cima da própria tabela.</p><p>Numere as figuras em arábico, com a legenda abaixo da própria figua.</p><p>As imagens devem estar em tons de cinza ou coloridas, e com qualidade</p><p>ótima (qualidade gráfica � 300 dpi). Fotos e desenhos devem estar digitaliza-</p><p>das e nos formatos .tif ou .gif.</p><p>As seções dos artigos originais sãos estas: resumos, introdução, material</p><p>e métodos, resultados, discussão, conclusão e bibliografia. O autor deve ser o</p><p>responsável pela tradução do resumo para o inglês e o espanhol e também as</p><p>palavras-chave (keywords). O envio deve ser efetuado em arquivo, por meio</p><p>de disquete, CD-ROM ou e-mail. Para os artigos enviados por correio em</p><p>mídia magnética (disquetes, etc.) anexar uma cópia impressa e identificar com</p><p>etiqueta no disquete ou CD-ROM o nome do artigo, data e autor.</p><p>Página de apresentação: A primeira página do artigo apresentara as seguintes</p><p>informações:</p><p>� Título em português, inglês.</p><p>� Nome completo dos autores, com a qualificação curricular e títulos acadê-</p><p>micos.</p><p>� Local de trabalho dos autores.</p><p>� Autor que se responsabilizara pela correspondência, com o respectivo en-</p><p>dereço, telefone e e-mail.</p><p>� Título abreviado do artigo, com não mais de 40 toques, para paginação.</p><p>� As fontes de contribuição ao artigo, tais como equipe, aparelhos, etc.</p><p>Autoria: Todas as pessoas consignadas como autores devem ter partici-</p><p>pado do trabalho o suficiente para assumir a responsabilidade pública do</p><p>seu conteúdo.</p><p>O crédito como autor se baseará unicamente nas contribuições essen-</p><p>ciais que são: a) a concepção e desenvolvimento, a análise e interpretação</p><p>de dados; b) a redação do artigo ou a revisão crítica de uma parte importante</p><p>de seu conteúdo intelectual; c) a aprovação definitiva da versão que será</p><p>publicada. Deverão ser cumpridas simultaneamente as condições a), b) e</p><p>c). A participação exclusivamente na obtenção de recursos ou na coletas de</p><p>dados não justifica a participação como autor. A supervisão geral do grupo</p><p>de pesquisa também não é suficiente.</p><p>Resumo e palavras-chave (Abstract, Keywords)</p><p>Na segunda página deverá conter um resumo com no máximo 200</p><p>palavras, seguido da versão em inglês.</p><p>O conteúdo do resumo deve conter, de forma estruturada, introdução,</p><p>métodos, resultados e conclusões.</p><p>Em seguida os autores deverão indicar quatro palavras-chave para faci-</p><p>litar a indexação do artigo. Para tanto deverão utilizar os termos utilizados na</p><p>lista dos DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) da Biblioteca Virtual da</p><p>Saúde, que se encontra no endereço da internet seguinte: http://decs.bcvs.br.</p><p>Na medida do possível, é melhor usar os descritivos existentes.</p><p>Referências</p><p>As referências bibliográficas devem seguir o estilo Vancouver definido</p><p>nos Requisitos Uniformes. As referências bibliográficas devem ser nume-</p><p>radas por numerais arábicos sobrescrito e relacionadas em ordem na qual</p><p>aparecem no texto, seguindo as seguintes normas.</p><p>Artigos</p><p>Número de ordem, sobrenome(s) do autor(es), letras iniciais de seus</p><p>nomes (sem pontos nem espaços), ponto. Título do trabalho, ponto. Título</p><p>da revista ano de publicação seguido de ponto e vírgula, número do volume</p><p>seguido de dois pontos, paginas inicial e final, ponto. Não utilizar maiúscu-</p><p>las ou itálicas. Os títulos das revistas são abreviados de acordo com o Index</p><p>Medicus, na publicação List of Journals Indexed in Index Medicus ou com a</p><p>lista das revistas nacionais, disponível no site da Biblioteca Virtual de Saúde</p><p>(www.bireme.br). Devem ser citados todos os autores até 6 autores. Quando</p><p>mais de 6, colocar a abreviação latina et al.</p><p>Os artigos, cartas e resumos devem ser enviados para:</p><p>gusmaomachado@yahoo.com.br</p><p>Stevenson Gusmão � Editora Ser</p><p>da via</p><p>aérea, levando ao aumento da resistência ao fluxo de ar, re-</p><p>sultando em uso excessivo da musculatura acessória da ins-</p><p>piração e um padrão respiratório apical. De acordo com o</p><p>a evolução da doença e com o aumento das crises, ocorre</p><p>encurtamento da musculatura acessória da respiração, levan-</p><p>do a uma alteração postural da caixa torácica. Os pacientes</p><p>passam a adotar um padrão apical e pode ocorrer uma hipe-</p><p>rinflação, prejudicando a mecânica do músculo diafragma e</p><p>o posicionamento da coluna cervical e da cintura escapular,</p><p>com redução da mobilidade torácica28.</p><p>No presente estudo, verificou-se que a mobilidade to-</p><p>rácica não foi influenciada pelos exercícios propostos. Esse</p><p>resultado contradiz os achados observados no estudo de Kaki-</p><p>zaki29. Esses autores obtiveram melhora da mobilidade toráci-</p><p>ca após realizarem exercícios de alongamento da musculatura</p><p>acessória da respiração. Similarmente, Lozano30, ao utilizarem</p><p>como protocolo de tratamento o alongamento da musculatura</p><p>acessória da respiração em indivíduos com Doença Pulmonar</p><p>Obstrutiva Crônica a partir do método de Reeducação Postural</p><p>Global (RPG), observaram melhora significativa da mobili-</p><p>dade torácica. Os resultados do presente estudo podem estar</p><p>relacionados devido ao tempo, sendo insuficiente para que</p><p>houvesse uma melhora durante o tratamento.</p><p>O encurtamento muscular observado nos pacientes as-</p><p>máticos leva à compensação das estruturas envolvidas, pro-</p><p>movendo alterações posturais e prejudicando ainda mais a</p><p>mecânica respiratória31. Quadros e Furlanetto8, em seu es-</p><p>tudo, analisaram quatro mulheres sedentárias e observaram,</p><p>após 20 sessões de Pilates, uma melhora estatisticamente</p><p>significativa na postura, o que contradiz os resultados encon-</p><p>trados no presente estudo, visto que o protocolo de tratamen-</p><p>to aqui empregado não resultou em modificação na análise</p><p>postural. Esses resultados possivelmente podem estar rela-</p><p>cionados com o número de sessões realizadas.</p><p>Devido ao nível de obstrução das vias aéreas, indivíduos</p><p>asmáticos tendem a apresentar menor tolerância ao exercício,</p><p>quando comparados com indivíduos comuns, pois apresentam</p><p>limitações durante a prática de atividade física. O exercício in-</p><p>duz a ocorrência de broncoespasmos, gerando diminuição da ca-</p><p>pacidade ventilatória e aumento da dispneia, o que contribui para</p><p>que o indivíduo reduza a prática de atividades físicas e adote,</p><p>consequentemente, um estilo de vida sedentário32.</p><p>Fonseca33 realizou um estudo com seis pacientes asmáti-</p><p>cos adultos, que foram submetidos a 12 semanas de tratamen-</p><p>to através de um programa de exercícios físicos domiciliares.</p><p>Esses indivíduos realizaram a espirometria e o TC6M antes e</p><p>após o início do programa. Pode-se observar, através da espi-</p><p>rometria, a melhora da Capacidade Vital Forçada (CVF) e do</p><p>Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1).</p><p>Os autores também mostraram, através do TC6M, que cinco</p><p>dos seis pacientes aumentaram a distância percorrida após</p><p>12 semanas de tratamento. Tais pacientes relataram melhora</p><p>da sensação de dispneia e da fadiga durante a atividade de</p><p>vida diária. Ao comparar com o presente estudo, também ob-</p><p>servamos um aumento significativo da distância percorrida</p><p>após a aplicação do protocolo de tratamento com o Método</p><p>Pilates, evidenciando que a prática de um programa de exer-</p><p>cícios beneficia uma melhor tolerância ao exercício.</p><p>De acordo com Souza34, pacientes com asma apresentam di-</p><p>minuição da qualidade de vida independentemente da gravidade</p><p>da asma, nos domínios psicológicos, físicos e sociais, gerando</p><p>restrições durante a vida. Em nosso estudo, ao comparar a quali-</p><p>dade de vida antes e após o protocolo de tratamento, observou-se</p><p>uma melhora significativa nos domínios �Global�, �Sintomas� e</p><p>�Limitação de Atividade� do questionário aplicado.</p><p>Conclusão</p><p>Pode-se dizer que, no presente estudo, apesar de não ter-</p><p>mos observado uma alteração na avaliação postural, o pro-</p><p>tocolo de exercícios proposto determinou uma melhora na</p><p>função pulmonar em relação a força muscular expiratória e</p><p>tolerância ao exercício.</p><p>Portanto, o Método Pilates pode ser uma opção para o</p><p>tratamento de indivíduos asmáticos em função de melhorar</p><p>as alterações pulmonares, o condicionamento cardiorrespira-</p><p>tório e a qualidade de vida. Dessa forma, o Pilates pode atuar</p><p>em conjunto com a Fisioterapia Respiratória Convencional,</p><p>a fim de fornecer um tratamento mais ampliado para a asma.</p><p>Referências</p><p>1. Diretrizes da sociedade brasileira de pneumologia e tisiologia pra o manejo da asma. Jornal brasileiro de pneumologia</p><p>2012; V.38: n.1, p.1- 46.</p><p>2. Silva TLP. Efeitos de um programa de treinamento físico em mulheres asmáticas. [dissertação de mestrado] na área de concen-</p><p>tração: respiratória. Universidade federal de são carlos; São paulo 2006; 21.</p><p>3. Furtado NC, Silva DML, Vianna GMM, Fernandes ABS. Função pulmonar e análise postural de pacientes asmáticos atendi-</p><p>dos na clínica escola de ! sioterapia do unifeso. Movimento & saúde: revista inspirar 2012;4:1-7.</p><p>4. Marcelino AMFC, Cunha DA, Cunha RA. Força muscular respiratória em crianças asmáticas. Int arch otorhinolaryngo.</p><p>São paulo, Dez.2012; p. 492-493.</p><p>5. Azevedo VMGO, Rocha PMC, Casaes GPE, Lopes RB, Carneiro RP. Alterações posturais em crianças asmáticas.</p><p>Revista paulista de pediatria 2005; v. 23: n. 3, p. 103-105.</p><p>6. Rodrigues B. Assimetria Postural de Adolescentes Asmáticos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisiote-</p><p>rapia) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2006.</p><p>7. Contreira AR, Salles SN, Silva MP, Antes DL, Katzer JI, Corazza ST. O efeito da prática regular de exercícios físicos no</p><p>estilo de vida e desempenho motor de crianças e Adolescentes Asmáticos. Pensar a Prática 2010; v.13: n.1,p.1 16,jan.</p><p>8. Quadros DLT, Furlanetto MP. Efeitos da intervenção do pilates sobre a postura e a " exibilidade em mulheres sedentá-</p><p>rias. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2002;2(8):34-38.</p><p>9. Torri BG. Análise da função pulmonar de portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica submetidos a exercícios</p><p>com método pilates. 2013. 66 f. Monogra! a (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Centro Universitário Serra dos Ór-</p><p>gãos, Teresópolis.</p><p>10. Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. 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As sequelas pós-cirúrgicas são</p><p>as aderências na parede torácica, fraqueza do membro superior envolvido, alterações</p><p>posturais e restrições na mobilidade do ombro, hipostesia do membro acometido,</p><p>dor e linfedema. O estudo objetiva analisar as consequências da mastectomia com</p><p>enfoque físico e psicológico. O tipo de estudo é de caráter descritivo, observacional</p><p>e transversal com estratégia de análise quantitativa dos resultados, a pesquisa foi</p><p>realizada no Programa de Assistência à Mulher Mastectomizada (PROAMMA) do</p><p>Centro Universitário Estácio do Ceará. A amostra foi composta por mulheres faixa</p><p>etária de 40 a 70 anos de idade participantes do projeto. O perfil demográfico das</p><p>entrevistadas é caracterizado por 55,56% (n= 5) de casadas; 88,89% (n=8) são mães;</p><p>88,89% (n=8) foram submetidas à mastectomia radical; 33,33% (n=3) fizeram op-</p><p>ção pela reconstrução mamária; 100% (n=9) realizou radioterapia; 55,56% (n=5)</p><p>apresentavam linfedema no braço homolateral ao procedimento; 77,78% (n=7)</p><p>mantiveram o trofismo normal; 100% (n=9) afirmaram que tiveram o apoio da fa-</p><p>mília; 22,22% (n=2) mencionaram que sofreram rejeição e 77,78% (n=7) não exerce</p><p>mais suas funções no trabalho ou em casa. Concluímos nesse estudo que o impacto</p><p>físico ficou mais evidente nesse estudo que o psicológico, e toda essa repercussão</p><p>está diretamente associada ao prejuízo apresentado nos resultados da analise de qua-</p><p>lidade de vida dessas mulheres. É relevante o inicio precoce de tratamento fisioterá-</p><p>pico na prevenção sequelas e de disfunções relacionadas à retirada da mama, como</p><p>no tratamento de distúrbios já instalados.</p><p>Palavras-chave: mastectomia, câncer de mama, aspectos físicos e aspectos</p><p>psicológicos.</p><p>1. Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Estácio</p><p>do Ceará.</p><p>2. Discente do Curso de Fisioterapia do centro</p><p>Universitário Estácio do Ceará.</p><p>3. Fisioterapeuta. Mestre em Farmacologia.</p><p>4. Fisioterapeuta. Doutor em Farmacologia. Do-</p><p>cente do Centro Universitário Estácio do Ceará.</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>E-mail: vascodiogenes@yahoo.com.br</p><p>Recebido para publicação em 11/09/2016 e acei-</p><p>to em 13/11/2016, após revisão.</p><p>189</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>Abstract</p><p>Breast carcinoma manifests as a painless nodule that has the prevalence at upper outer quadrant of the left breast, rea-</p><p>ching in more severe cases the axillary and supraclavicular lymph nodes, being regarded as one of the most common diseases</p><p>in women. The postoperative sequelae are adhesions in the chest wall, upper limb weakness involved, postural changes and</p><p>restrictions on the mobility of the shoulder, hypoesthesia of the affected limb, pain and lymphedema. The study aims to</p><p>analyze the consequences of mastectomy with physical and psychological approach. The type of study is a descriptive, obser-</p><p>vational, cross-sectional nature with quantitative analysis of the results strategy, carried out in the Programme of Assistance</p><p>to Women Mastectomized (PROAMMA) University Center Estácio of Ceará. The sample consisted of women aged 40-70</p><p>years of age participating in the project. The demographic profile of respondents is characterized by 55.56% (n=5) married,</p><p>88.89% (n=8) mothers, 88.89% (n=8) underwent radical mastectomy, 33.33% (n=3) did opt for breast reconstruction, 100%</p><p>(n=9) realized radiotherapy, 55.56% (n=5) had lymphedema of the arm ipsilateral to the procedure, 77,78% (n=7) maintained</p><p>normal tropism, 100% (n=9) said they had family support, 22.22% (n=2) mentioned that suffered rejection and 77.78% (n=7)</p><p>has no more duties at work or at home. We conclude that the physical impact was most evident in this study that the psycho-</p><p>logical, and all this effect is directly related to the loss reported in the results of the analysis of quality of life of these women.</p><p>We also describe the importance of early onset of sequelae in physical therapy and prevention of disorders related to the re-</p><p>moval of the breast, and the treatment of disorders that are already installed. It is relevant early initiation of physical therapy</p><p>in preventing sequelae and dysfunctions related to the removal of the breast, as in the treatment of</p><p>disorders already installed.</p><p>Keywords: mastectomy, breast cancer, physical aspects and psychological aspects.</p><p>Introdução</p><p>O carcinoma mamário manifesta-se por um nódulo in-</p><p>dolor que tem a prevalência pelo quadrante superior externo</p><p>do lado esquerdo da mama, podendo atingir em casos mais</p><p>graves os linfonodos axilares e supraclaviculares, sendo con-</p><p>siderado como uma das doenças mais comuns nas mulheres1.</p><p>As células cancerosas apresentam a capacidade de in-</p><p>vadir o tecido normal e de disseminar para locais distantes.</p><p>Essa característica é responsável, em última análise, pela</p><p>morte da paciente, pois o tumor primário é geralmente sus-</p><p>cetível à extirpação cirúrgica. É uma doença complexa e</p><p>heterogênea com formas de evolução lenta ou rapidamente</p><p>progressivas, dependendo do tempo de duplicação celular e</p><p>outras características biológicas de progressão2.</p><p>O câncer mamário é o segundo tipo de câncer mais fre-</p><p>quente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Possui</p><p>taxas de mortalidade elevadas, muito provavelmente porque a</p><p>doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Acima</p><p>dos 35 anos, sua incidência cresce rápida e progressivamente.</p><p>Estima-se 53 mil novos casos de câncer de mama no país3-5.</p><p>Os fatores de ricos para o câncer de mama começam</p><p>com a idade. É raro um tumor maligno de mama antes dos</p><p>35 anos, mas aos 50 anos o risco é muito grande; aos 65</p><p>anos, o risco é 100 vezes maior que aos 30. A mulher branca</p><p>apresenta um índice global maior de incidência do que as</p><p>mulheres negras, sendo esta diferença significante somente</p><p>após a menopausa. Em seguida, vem a história familiar que</p><p>pode aumentar em 85% o risco de contrair a doença, tendo</p><p>maior risco de câncer de mama a mulher cuja mãe, tia, irmã</p><p>ou avó foram acometidos pela doença6-8.</p><p>É de suma importância a detecção do câncer de mama,</p><p>como forma de prevenção, através do autoexame, consultas</p><p>médicas, mamografias periódicas. Esse é um importante</p><p>fator que tem contribuído para o aumento da sobrevida das</p><p>mulheres com câncer de mama, além dos avanços da me-</p><p>dicina. Através da mamografia pode-se detectar lesões não</p><p>palpáveis, antes mesmo que elas se tornem evidentes9,10.</p><p>A escolha do tratamento depende da avaliação indivi-</p><p>dual de cada caso, levando em conta as características do</p><p>tumor, da paciente e da fase da doença. O retardo no diagnós-</p><p>tico ocasiona tratamentos mais agressivos e menos efetivos,</p><p>aumenta o comprometimento físico e emocional da mulher</p><p>e toda sua família o que, consequentemente, eleva os índices</p><p>de mortalidade por esse tipo de câncer. A cirurgia constitui</p><p>uma das fases mais importantes no tratamento do câncer, in-</p><p>cluindo a remoção do tumor e dos tecidos adjacentes e, quase</p><p>sempre, o esvaziamento axilar6,11-13.</p><p>O esclarecimento sobre a natureza e os objetivos dos</p><p>procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, é</p><p>um direito do paciente, bem como de ser informado sobre</p><p>sua invasibilidade, duração do tratamento, seus benefícios e</p><p>prováveis desconfortos, e dos possíveis riscos físicos, psico-</p><p>lógicos, econômicos e sociais por que possa vir a passar14.</p><p>A técnica de tumorectomia consiste na remoção de todo</p><p>o tumor com margens livres e, após o tratamento da mama,</p><p>é realizado o esvaziamento axilar. Como em toda cirurgia</p><p>conservadora, a radioterapia é parte integrante do tratamen-</p><p>to. Na quadrantectomia, ocorre a retirada do quadrante ma-</p><p>mário onde se localiza o tumor, com margens de segurança,</p><p>juntamente com boa parte de pele e fáscia muscular, sendo</p><p>complementada pelo esvaziamento axilar e radioterapia pós-</p><p>-operatória. Para eleição do tratamento conservador os tumo-</p><p>res não devem ultrapassar 3 cm, a menos que a mama seja</p><p>bastante volumosa, permitindo bom resultado estético12.</p><p>Dentre outras formas de tratamento destacam-se as</p><p>mastectomias:</p><p>� A mastectomia modificada, do tipo Patey é menos radical.</p><p>São removidas a glândula mamária e o músculo pequeno</p><p>peitoral de suas inserções na apófise coracóide, terceiro,</p><p>quarto e quinto espaços intercostais em monobloco com</p><p>esvaziamento axilar radical, linfonodos interpeitorais, apo-</p><p>neurose anterior e posterior do músculo grande peitoral2.</p><p>� A mastectomia radical, do tipo Halsted, consiste na extir-</p><p>pação da mama, músculo grande e pequeno peitoral, e es-</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>190</p><p>vaziamento axilar radical. É indicada em infiltração exten-</p><p>sa da musculatura peitoral e em caso de câncer localmente</p><p>avançado tendo como finalidade básica a citorredução15.</p><p>Ainda como terapia, a radioterapia representa uma arma</p><p>importante no combate ao câncer por possuir grande capacida-</p><p>de de destruir células malignas remanescentes no leito tumoral</p><p>com alta eficácia. O tratamento é feito com aplicação de raios</p><p>para eliminar qualquer célula que tenha sobrado no local da</p><p>cirurgia que não tenha sido localizada pelo cirurgião e patolo-</p><p>gista. E feito em uma máquina com duração e intensidade da</p><p>terapia a depender das características do tumor e da paciente.</p><p>Assim não há risco de lesão de órgãos fora do campo de irra-</p><p>diação. Associada à cirurgia, a irradiação diminui o risco de</p><p>recidiva e aumenta o tempo livre da doença, embora permane-</p><p>ça controvertido, o potencial de aumento de sobrevida2.</p><p>A reconstrução da mama tem por objetivo restabelecer a</p><p>imagem corporal ou melhorar a autoestima, restaurar o vo-</p><p>lume perdido, assegurar uma simetria com a mama oposta e</p><p>recriar a aréola e mamilo. A reconstrução da mama pode ser</p><p>feita ao mesmo tempo cirúrgico que a mastectomia, sendo</p><p>denominada imediata ou pode ser feita após a mastectomia,</p><p>sendo denominada tardia2.</p><p>As sequelas pós-cirúrgicas são as aderências na parede</p><p>torácica, fraqueza do membro superior envolvido, alterações</p><p>posturais e restrições na mobilidade do ombro, hipostesia</p><p>do membro acometido, dor e linfedema. No entanto, podem</p><p>ocorrer cicatrizes cirúrgicas restritivas no tecido subjacente</p><p>a mama na parede torácica, fibrose por radiação ou infecção</p><p>da ferida. O ato cirúrgico poderá ocasionar diminuição da</p><p>amplitude máxima de movimento no ombro envolvido, além</p><p>de alterações posturais, bem como suas consequências1.</p><p>Entre as possíveis complicações da cirurgia, o edema</p><p>linfático de membro superior (linfedema) pode ocorrer após</p><p>esvaziamento axilar e configura-se como condição crônica e</p><p>incapacitante, o que resulta em alterações físicas, psicológi-</p><p>cas e sociais. A prevenção é possível por meio de cuidados a</p><p>serem adotados durante as atividades de vida diária. O sinto-</p><p>ma inicial é a sensação de peso no braço16.</p><p>O linfedema pode ser definido como um edema crôni-</p><p>co devido à deficiência da drenagem do sistema linfático,</p><p>com o acúmulo anormal de fluido rico em proteína no espa-</p><p>ço intersticial resultando em desconforto, dores, aumento do</p><p>risco de infecção, ocasionando uma diminuição importante</p><p>na qualidade de vida, levando a um decréscimo da ativida-</p><p>de física, abandono das atividades de lazer, diminuição da</p><p>capacidade laboral, depressão e ansiedade. Ocorre após a ci-</p><p>rurgia, imediatamente ou em fase mais tardia e se deve aos</p><p>traumas da manipulação cirúrgica e a imobilidade antálgica</p><p>da paciente. Geralmente, regride com o posicionamento do</p><p>membro e com os exercícios orientados no pós-operatório12.</p><p>O câncer de mama feminino é uma patologia que para a</p><p>mulher, além do estigma, se traduz em muito sofrimento psico-</p><p>físico e normalmente progride para uma cirurgia mutiladora de</p><p>um órgão que simboliza feminilidade, sexualidade e materni-</p><p>dade. A evolução dos métodos de detecção precoce proporcio-</p><p>nam que os tumores passem a ser descoberto em estadiamentos</p><p>menores, favorecendo o tratamento e a sobrevida da paciente,</p><p>tornando-se necessária a busca por abordagens cirúrgicas me-</p><p>nos extensas e a oferta de uma reabilitação estética, física e psi-</p><p>cológica. A mulher, ao receber o diagnóstico de câncer, vivência</p><p>a expectativa de um futuro incerto, tratamentos longos e doloro-</p><p>sos, e também o medo da morte e mutilação13,17,18.</p><p>A fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda,</p><p>previ-</p><p>ne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em</p><p>órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações</p><p>genéticas, traumas ou doenças adquiridas. Fundamenta suas</p><p>ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados</p><p>pelos estudos da Biologia, ciências morfológicas, ciências fi-</p><p>siológicas, patologias, bioquímica, biofísica, biomecânica, si-</p><p>nergia funcional e as disciplinas comportamentais e sociais19.</p><p>Dessa forma, a fisioterapia desempenha um papel muito</p><p>importante no quadro de profissionais que atendem a mu-</p><p>lher no pós-operatório de câncer de mama. O tratamento do</p><p>câncer, envolve uma abordagem múltipla desde a cirurgia,</p><p>em seguida na quimioterapia, na radioterapia ou hormonio-</p><p>terapia, pode gerar graves consequências físicas. É uma das</p><p>situações específicas na área da oncologia em que o fisiote-</p><p>rapeuta pode intervir, desempenhando um papel importante</p><p>na prevenção de sequelas do tratamento da doença, fazendo</p><p>parte integrante da equipe multidisciplinar que deve ser com-</p><p>posta também por médico, enfermeiro, assistente social, psi-</p><p>cólogo, nutricionista e terapeuta ocupacional, dentre outros,</p><p>sendo cada profissional responsável pelas condutas na sua</p><p>área de competência16.</p><p>Após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova realidade</p><p>do esquema corporal, pois ocorrem alterações importantes</p><p>em nível anatômico, fisiológico e funcional que podem vir</p><p>acompanhadas de dores, degradação da forma física e mu-</p><p>dança do esquema corporal. Além das preocupações citadas,</p><p>encontram-se presentes outras angústias ligadas à feminili-</p><p>dade, maternidade e sexualidade, já que o seio é um órgão</p><p>repleto de simbolismo para a mulher. Baseado nestas altera-</p><p>ções é que a reabilitação física torna-se primordial, por apre-</p><p>sentar um conjunto de possibilidades terapêuticas suscetíveis</p><p>de serem empregadas, desde a fase mais precoce da recu-</p><p>peração funcional do membro superior e cintura escapular</p><p>até a profilaxia e tratamento de sequelas, como aderências</p><p>cicatriciais e linfedema12,20,21.</p><p>O tratamento da mulher mastectomizada começa com a</p><p>avaliação da postura, amplitude de movimento do pescoço,</p><p>braço e tronco, força, medida de circunferência do braço, pal-</p><p>pação da pele, nível de dor, atividades de vida diária e capaci-</p><p>dades funcionais. Fisioterapeutas que trabalham no pós-opera-</p><p>tório de cirurgia de mama podem ter um relacionamento com</p><p>cirurgiões, para que recomende as encaminhem para melhor</p><p>conhecer suas diretrizes particulares para recuperação22,23.</p><p>O pós-cirúrgico é vivenciado de várias formas pelas pa-</p><p>cientes, de acordo com a importância que cada um dá a sua</p><p>imagem corporal. O fisioterapeuta, ao iniciar a reabilitação</p><p>funcional da paciente irá, através da palpação e do toque,</p><p>determinar a presença e a localização da dor, proporcionan-</p><p>do à paciente um contato manual importante que ajudará na</p><p>realização dos exercícios2,24.</p><p>Alem disso, a fisioterapia tem uma relação fundamental</p><p>com as pacientes, no atendimento não segmentar ou focal,</p><p>mas sistêmico, ou seja, não apenas com o local afetado, mas</p><p>191</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>com a repercussão do problema em todo o organismo da pes-</p><p>soa, além da sua autoestima e qualidade de vida25.</p><p>A repercussão do câncer de mama implica muitas conse-</p><p>quências físicas e psicológicas. O impacto psicológico, por</p><p>sua vez se estende ao convívio familiar, social e afetivo. A</p><p>mulher tem de se adaptar a sua nova imagem, lidar com a</p><p>ideia da perda da feminilidade, com medo de perder o parcei-</p><p>ro. Esses fatores podem interferir no sucesso da reabilitação</p><p>e do tratamento da mulher com câncer. Conhecê-los pode</p><p>ajudar os profissionais a identificar as necessidades e traçar</p><p>estratégias de tratamento com soluções eficazes, interferindo</p><p>positivamente na realidade desses pacientes.</p><p>O objetivo geral desse estudo consiste em analisar as</p><p>consequências da mastectomia com enfoque físico e psico-</p><p>lógico. Como objetivos específicos o presente estudo busca</p><p>determinar as alterações físicas ocorridas após o procedi-</p><p>mento de mastectomia, analisando os problemas psicológi-</p><p>cos mais comuns e por fim correlacionar as alterações físicas</p><p>e psicológicas nas pacientes avaliadas.</p><p>Metodologia</p><p>Foi realizado um estudo com caráter descritivo, obser-</p><p>vacional e transversal com estratégia de análise quantitativa</p><p>dos resultados, realizado no Programa de Assistência à Mu-</p><p>lher Mastectomizada (PROAMMA), que presta assistência</p><p>fisioterápica gratuita a mulheres que realizaram mastecto-</p><p>mia, do Centro Universitário Estácio, na unidade Via Cor-</p><p>pvs, localizada na Rua: Eliseu Uchoa Becco, Nº. 600 - Bair-</p><p>ro: Água Fria, Fortaleza-Ceará. Este programa desenvolve</p><p>atividades destinadas à atenção direta as pacientes que estão</p><p>em tratamento pós-operatório.</p><p>A coleta de dados foi realizada após aprovado pelo Co-</p><p>mitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Estácio</p><p>do Ceará (Protocolo nº 487.026/2013). Participaram do es-</p><p>tudo as mulheres escolhidas de forma aleatória, com faixa</p><p>etária de 40 e 70 anos de idade, independentemente do es-</p><p>tado civil, religião, raça, status socioeconômico ou grau de</p><p>escolaridade, que tenham passado pela primeira cirurgia em</p><p>decorrência de câncer de mama e que manifestem desejo em</p><p>participar da pesquisa, mediante a assinatura do Termo de</p><p>Consentimento Livre e Esclarecido.</p><p>Foram excluídas do estudo mulheres que participem do pro-</p><p>grama PROAMMA a mais de dois anos. A coleta de dados foi re-</p><p>alizada através de uma ficha, onde foram obtidos os dados pesso-</p><p>ais, e informações referentes aos aspectos físicos e psicológicos.</p><p>Para aquisição dessas informações foi realizada uma reunião com</p><p>a Coordenadora do Projeto Social PROAMMA para a autoriza-</p><p>ção da realização da pesquisa com as participantes do programa.</p><p>O estudo foi pautado nos princípios éticos, adotando a</p><p>resolução 466/12 do Ministério do Brasil26 a partir da expli-</p><p>cação de todo o assunto, bem como dos objeitos da investiga-</p><p>ção. Posteriormente, foi entregue o Termo de Consentimento</p><p>Livre e Esclarecido as participantes para que elas pudessem</p><p>ter maiores esclarecimentos sobre a pesquisa, e, finalmente,</p><p>foram assinados os termos garantindo a confidencialidade,</p><p>anonimato e da não utilização das informações obtidas em</p><p>prejuízo dos indivíduos, preservando os princípios éticos</p><p>para aqueles que estiverem participando do estudo.</p><p>A análise quantitativa e interpretação dos dados apura-</p><p>dos foi realizada através de uma planilha eletrônica, e dispos-</p><p>ta na forma de tabelas e gráficos, sendo utilizado o software</p><p>Microsoft Office Excel Versão 2007. Também foi utilizado</p><p>o questionário SF36 que é um inventário que avalia oito as-</p><p>pectos distintos dando-se um resultado para cada questão,</p><p>que foram posteriormente transformados numa escala de 0 a</p><p>100, em que zero é considerado o pior e 100 o melhor estado.</p><p>Resultados</p><p>A amostra foi composta por um grupo de 13 mulheres,</p><p>sendo que nove estão participando assiduamente do projeto e</p><p>foram entrevistadas. A média de idade de 55,89 ± 2,20 anos,</p><p>e Índice de Massa Corpórea (IMC) médio de 26,70 ± 0,6 o</p><p>que aponta sobrepeso.</p><p>O perfil demográfico das entrevistadas é caracterizado</p><p>por 55,56% (n=5) de casadas e permaneceram com o mesmo</p><p>estado civil após o diagnóstico de câncer; 88,89% (n=8) são</p><p>mães; 44,44% (n=4) possuíam o ensino fundamental com-</p><p>pleto; 55,56% (n=5) informaram como profissão atual dona</p><p>de casa. Quanto à mudança de profissão após a mastectomia</p><p>33,33% (n=3) afirmaram que se tornaram dona de casa, por</p><p>estarem impossibilitadas de exercer a profissão anterior e</p><p>apenas 11,11 % (n=1) se aposentou por este mesmo motivo</p><p>(tabela 1).</p><p>Tabela 1: Distribuição dos dados de acordo com o per! l demo-</p><p>grá! co das participantes do PROAMMA. Fortaleza\CE, 2013.</p><p>Dados Entrevistadas %</p><p>Estado civil antes da mastectomia</p><p>Solteira 4 44,44</p><p>Casada 5 55,56</p><p>Estado civil após a mastectomia</p><p>Solteira 4 44,44</p><p>Casada 5 55,56</p><p>Imc</p><p>Normal 2 22,22</p><p>Sobrepeso 7 77,78</p><p>Escolaridade</p><p>Fundamental 4 44,44</p><p>Médio 3</p><p>33,33</p><p>Superior 2 22,22</p><p>Ocupação anterior</p><p>Professora 2 22,22</p><p>Industriária 1 11,11</p><p>Cozinheira 1 11,11</p><p>Comerciante 2 22,22</p><p>Dona de casa 2 22,22</p><p>Recepcionista 1 11,11</p><p>Ocupação atual</p><p>Artesã 1 11,11</p><p>Professora 2 22,22</p><p>Dona de casa 5 55,56</p><p>Aposentada 1 11,11</p><p>Diagnóstico médico</p><p>Câncer mamário 9 100,00</p><p>Queixa principal</p><p>Dores 4 44,44</p><p>Diminuição de adm 1 11,12</p><p>Linfedema 4 44,44</p><p>Filhos</p><p>Sim 8 88,89</p><p>Não 1 11,11</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>192</p><p>Quando questionadas sobre a historia da doença atual</p><p>(HDA), 88,89% (n=8) foram submetidas à mastectomia radi-</p><p>cal; 33,33% (n=3) fizeram opção pela reconstrução mamária;</p><p>77,78% (n=7) iniciaram o tratamento fisioterápico precoce-</p><p>mente. Quanto às terapias complementares 77,78% (n=7) re-</p><p>alizaram quimioterapia; 100% (n=9) realizaram radioterapia;</p><p>44,44% (n=4) fez uso de hormonioterapia (tabela 2).</p><p>Tabela 2: Distribuição dos dados em relação a historia da</p><p>doença atual das participantes do PROAMMA. Fortaleza\</p><p>CE, 2013.</p><p>Dados Entrevistadas %</p><p>Tipo de mastectomia</p><p>Radical 8 88,89</p><p>Quandrantectomia 1 11,11</p><p>Optou pela reconstrução mamária</p><p>Sim 3 33,33</p><p>Não 6 66,67</p><p>Iniciou ! sioterapia precocemente</p><p>Sim 7 77,78</p><p>Não 2 22,22</p><p>Realizou quimioterapia</p><p>Sim 7 77,78</p><p>Não 2 22,22</p><p>Realizou radioterapia</p><p>Sim 9 100,00</p><p>Não 0 -</p><p>Realizou hormonioterapia</p><p>Sim 4 44,44</p><p>Não 5 55,56</p><p>Na realização do exame físico observamos que 55,56%</p><p>(n=5) apresentavam linfedema no braço homolateral ao pro-</p><p>cedimento; 77,78% (n=7) mantiveram o trofismo normal;</p><p>100% (n=9) apresentavam a cicatriz da incisão cirúrgica</p><p>fechada; todas apresentaram algum tipo de desvio postural</p><p>sendo 66,67% (n=6) elevação do ombro à esquerda e 66,67%</p><p>(n=6) inclinação da cabeça à esquerda (tabela 3).</p><p>Tabela 3: Distribuição dos dados do exame físico das parti-</p><p>cipantes do PROAMMA. Fortaleza\CE, 2013.</p><p>Dados Entrevistadas %</p><p>Linfedema</p><p>Sim 5 55,56</p><p>Não 4 44,44</p><p>Tro! smo</p><p>Normal 7 77,78</p><p>Hipotro! a 2 22,22</p><p>Condições da cicatriz</p><p>Aberta 0 -</p><p>Fechada 9 100,00</p><p>Desvios posturais ombro</p><p>Elevação do ombro à direita 3 33,33</p><p>Elevação do ombro à esquerda 6 66,67</p><p>Desvios posturais do pescoço</p><p>Inclinação do pescosço à direita 3 33,33</p><p>Inclinação do pescosço à esquerda 6 66,67</p><p>No quesito aceitação da cirurgia 55,56% (n=5) afirma-</p><p>ram não ter aceitado bem a noticia do procedimento, porém</p><p>88,89% (n=8) relataram sentir-se bem após o procedimento,</p><p>77,78% (n=7) relataram que não possuíam nenhum senti-</p><p>mento de revolta pelo diagnóstico e 44,44% (n=4) definiram</p><p>sua saúde atual como boa (tabela 4).</p><p>Tabela 4: Distribuição dos dados sobre a aceitação da cirur-</p><p>gia das participantes do PROAMMA. Fortaleza\CE, 2013.</p><p>Dados Entrevistadas %</p><p>Aceitou bem a noticia da cirurgia</p><p>Sim 4 44,44</p><p>Não 5 55,56</p><p>Sentiu-se bem após o procedimento</p><p>Sim 8 88,89</p><p>Não 1 11,11</p><p>Algum sentimento de revolta pelo diagnóstico</p><p>Sim 1 11,11</p><p>Não 8 88,89</p><p>Em geral como você define sua saúde hoje</p><p>Excelente 1 11,11</p><p>Muito boa 3 33,33</p><p>Boa 4 44,44</p><p>Ruim 1 11,11</p><p>Em relação ao apoio familiar 100% (n=9) afirmaram que</p><p>tiveram o apoio da família; 22,22% (n=2) mencionaram que</p><p>sofreram rejeição e 77,78% (n=7) não exerce mais suas fun-</p><p>ções no trabalho ou em casa (tabela 5).</p><p>Tabela 5: Distribuição dos dados em relação ao aspecto fa-</p><p>miliar das participantes do PROAMMA. Fortaleza\CE, 2013.</p><p>Dados Entrevistadas %</p><p>Teve apoio familiar</p><p>Sim 9 100,00</p><p>Não 0 -</p><p>Sofreu rejeição</p><p>Sim 2 22,22</p><p>Não 7 77,78</p><p>Exerce suas funções no trabalho (ou em casa)</p><p>Sim 7 77,78</p><p>Não 2 22,22</p><p>Nos itens avaliados pelo SF-36 o resultado obtido, através</p><p>do cálculo especifico para o questionário, foram posterior-</p><p>mente transformados numa escala de 0 a 100, em que zero é</p><p>considerado o pior e 100 o melhor estado. As médias da pon-</p><p>tuação por domínios do Questionário SF-36 estão demonstra-</p><p>das no gráfico 1, onde o escore mais evidentes foram o da</p><p>Limitação por Aspectos Físicos2,78, com menor pontuação e</p><p>Aspectos Sociais78,83, com a melhor pontuação (gráfico 1).</p><p>Gráfico 1: Distribuição dos dados de acordo com a pontu-</p><p>ação por domínios do Questionário SF-36 das participantes</p><p>do PROAMMA. Fortaleza\CE, 2013.</p><p>Discussão</p><p>A média de idade das participantes foi de 55,89 anos, o que</p><p>evidencia a idade como um dos fatores mais importantes de ris-</p><p>193</p><p>Fisioterapia Ser � vol. 11 - nº 4 � 2016</p><p>co para o câncer de mama. Sabbi6 e Zelmanowicz7 citam a</p><p>idade como um dos fatores de ricos para o câncer de mama.</p><p>Analisando os resultados da escolaridade 44,44% possu-</p><p>íam ensino fundamental, 33,33% nível médio e 22,22% nível</p><p>superior, dessa forma as mulheres apresentavam diferentes</p><p>níveis socioculturais, o que pode ser atribuído ao rápido pro-</p><p>cesso de urbanização, que gera desigualdades, e as suas con-</p><p>sequências serão igualmente desiguais, tornando o grau de</p><p>escolaridade um indicador socioeconômico, as variáveis que</p><p>com ele se relacionem assim também o serão5.</p><p>Para Oliveira, Ribeiro e Leite10 é de suma importância</p><p>à detecção do câncer de mama, como forma de prevenção,</p><p>através do autoexame, consultas médicas e mamografias</p><p>periódicas. Esse é um importante fator que tem contribuído</p><p>para o aumento da sobrevida das mulheres com câncer de</p><p>mama, além dos avanços da medicina.</p><p>Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)5 apontam</p><p>que o tratamento sistêmico, que pode ser a quimioterapia, hormo-</p><p>nioterapia e terapia biológica, só serão determinados de acordo</p><p>com o risco de recorrência (idade do paciente, comprometimen-</p><p>to linfonodal, tamanho tumoral e grau de diferenciação) assim</p><p>como das características tumorais que irão ditar a terapia mais</p><p>apropriada, o que foi verificado no nosso estudo em que 100%</p><p>das mulheres fizeram uso de algum tipo de terapia complementar.</p><p>As sequelas pós-cirúrgicas são tanto físicas como psi-</p><p>cológicas, de acordo com Guirro e Guirro1 o ato cirúrgico</p><p>poderá ocasionar diminuição da amplitude máxima de movi-</p><p>mento no ombro envolvido, hipostesia do membro acometi-</p><p>do, dor e linfedema além de alterações posturais, bem como</p><p>suas consequências, o que foi detectado nesse estudo, já que</p><p>100% apresentaram algum tipo de alteração postural, sendo</p><p>as mais relatadas 66,67% elevação do ombro à esquerda e</p><p>66,67% inclinação do pescoço à esquerda.</p><p>De acordo com Baracho z12, o linfedema pode ser defini-</p><p>do como um inchaço crônico devido à deficiência da drena-</p><p>gem do sistema linfático, com o acúmulo anormal de fluido</p><p>rico em proteína no espaço intersticial resultando em descon-</p><p>forto, dores, aumento do risco de infecção, ocasionando uma</p><p>diminuição importante na qualidade de vida. Nesse estudo,</p><p>foi encontrada a incidência de linfedema em 55,56% das en-</p><p>trevistadas, porém o impacto dessa sequela não foi destacado</p><p>como causador de desconforto, dor ou teve alguma relação</p><p>com a diminuição da qualidade de vida.</p><p>Para Pinheiro et al.17 a evolução dos métodos de detec-</p><p>ção precoce proporcionam que os tumores passem a ser des-</p><p>coberto em estadiamentos menores, tornando-se necessária</p><p>a busca por abordagens cirúrgicas menos extensas e a oferta</p><p>de uma reabilitação estética, física e psicológica. Contudo,</p><p>em nosso estudo, 88,89% das mulheres foram submetidas à</p><p>mastectomia radical. De acordo com Camargo, Marx2 a re-</p><p>construção da mama tem por objetivo restabelecer a imagem</p><p>corporal ou melhorar a autoestima, restaurar o volume per-</p><p>dido, assegurar uma simetria com a mama oposta e recriar a</p><p>aréola e mamilo, podendo ser feita ao mesmo tempo cirúrgi-</p><p>co que a mastectomia, sendo denominada imediata ou pode</p><p>ser feita após a mastectomia, sendo denominada tardia. Em</p><p>nossa pesquisa identificamos poucos casos de reconstrução</p><p>da mama, apenas 33,33% optaram pelo procedimento.</p><p>Entre as mulheres que participaram da pesquisa, 77,78%</p><p>iniciaram a fisioterapia precocemente com o objetivo de evi-</p><p>tar os comprometimentos mais comuns após a cirurgia, sen-</p><p>do assim, apenas 22,22% apresentaram hipotrofia do braço</p><p>homolateral</p>