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Gestão ambiental e responsabilidade social Atualmente, muitas organizações têm caráter reativo do ponto de vista ambiental e procuram, dentro dos componentes de suas atividades, identificar meios para prevenir e reduzir as consequências de seus impactos ambientais. Um dos motivadores para a sustentabilidade empresarial foi o sistema de gestão ambiental, instituído pela norma ISO 14000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004). Em decorrência disso, os conceitos de sustentabilidade industrial, ecologia industrial e metodologia de análise do ciclo de vida (ACV) ficaram mais evidentes e são de extrema importância para o incentivo de práticas sustentáveis em âmbito corporativo. Dessa forma, nesta unidade, você vai analisar os aspectos ambientais envolvidos na cadeia produtiva e considerá-los na tomada de decisão. Além disso, vai conhecer o conceito de ecologia industrial e identificar as etapas da ACV. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Sustentabilidade empresarial Desde o início da história humana, a indústria tem sido um sistema aberto de fluxo de materiais. As pessoas transformaram materiais naturais, plantas, animais e minerais em ferramentas, roupas e outros produtos. Quando se desgastavam, esses materiais eram descartados, e, quando o acúmulo de lixo se tornava um problema, os moradores mudavam de local, o que era fácil na época, devido ao pequeno número de habitantes e às vastas áreas de terra. Com base nesse contexto, percebe-se que os objetivos da indústria devem ser a preservação e a melhoria do meio ambiente. Figura 1. Sustentabilidade empresarial Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo desta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar as suas primeiras percepções da situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO Com o aumento da atividade industrial no mundo, novas formas devem ser desenvolvidas para melhorar as interações industriais com o meio ambiente. Fica evidente, então, no ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas, a procura por um diferencial em relação aos seus concorrentes. Assim, torna-se cada vez mais importante encontrar diferenciais para que as organizações mantenham uma boa posição no mercado. Esse diferencial pode ser alcançado por meio de práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Figura 2. Aumento da atividade industrial http://www.kaltura.com/tiny/08zwi 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L LOGO REFLITO PENSO, O ramo empresarial não é o único ao se falar sobre ecologia. Pode-se citar: a ecologia da família, que mostra como os membros da família são moldados por suas interações; a ecologia organizacional, que aplica modelos de dinâmica populacional aos nascimentos e mortes de empresas e indústrias e examina como a evolução da estrutura organizacional é moldada por interações competitivas e cooperativas; e a economia ecológica, em que se observa que os ecossistemas naturais não influenciados pela atividade humana não existem mais – contando tanto economistas quanto ecologistas entre seus números, ela tenta integrar os dois domínios profissionais (DUCHIN; LEVINE, 2014). Em todos os casos, a intenção é sugerir que o campo em questão constitui um sistema complexo, em alguns casos com relações diretas com ecossistemas biológicos. Como você enxerga a ecologia? Algum dos conceitos faz mais sentido para você? Reflita. Várias definições foram estabelecidas na literatura para explorar o termo sustentabilidade corporativa ou empresarial. O conceito do tripé da sustentabilidade ganhou ênfase no final da década de 1990. Nessa abordagem, as empresas passaram a analisar seus resultados com base em três fatores: econômico, ambiental e social. É o que chamamos de sustentabilidade empresarial. No vídeo “De olho no professor”, você vai conhecer os três posicionamentos que uma empresa pode adotar dentro da sustentabilidade empresarial. Para isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado. NO PROFESSOR DE OLHO A implementação de práticas de sustentabilidade corporativa no negócio é vital para analisar sistematicamente o conceito de sustentabilidade corporativa. Entretanto, além dos custos iniciais para investimentos em práticas de sustentabilidade, ainda não está claro como esses três domínios (econômico, ambiental e social) podem ser inseridos como estratégias nos modelos de gestão organizacional, porém eles oferecem uma maneira de pensar sobre como as empresas devem agir. http://www.kaltura.com/tiny/0898z 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Além dos perfis de abordagem vistos no vídeo, tem-se a empresa sustentável. Essa empresa incorpora princípios de sustentabilidade em cada uma de suas decisões de negócios, fornece produtos ou serviços ecologicamente corretos que substituem a demanda por produtos e/ ou serviços não verdes, é mais verde do que a concorrência tradicional e assumiu um compromisso duradouro com os princípios ambientais em seus negócios operações. Figura 3. Princípios de sustentabilidade nas decisões de negócios Empresa sustentável: Uma empresa sustentável é uma organização que pode antecipar e atender às necessidades das gerações presentes e futuras de clientes e partes interessadas. Isso é feito por meio da criação e da inovação de novas estratégias e atividades de negócios que aceleram mudanças sociais positivas e protegem e preservam a integridade ambiental enquanto aprimoram o desempenho dos negócios. Glossário Nesse contexto, o termo ESG vem sendo bastante abordado, e há quem diga que ele substitui o conceito de “sustentabilidade empresarial”. Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e explore o conceito dessa sigla. O ESG é visto como um conceito universalmente utilizado por investidores do mercado de capitais para avaliar o comportamento corporativo e o desempenho financeiro futuro das corporações, medindo sua sustentabilidade. O ESG é formado por alguns fatores que podem ser adotados pelas empresas. Confira esses fatores a seguir. Acesse o conteúdo no AVA 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L PAUSA PARA UM CAFÉ Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre a sustentabilidade empresarial. Chegou a hora de se aprofundar ainda mais no tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada, Luana Karoline. Acesse o conteúdo no AVA Como resultado, são esperados impactos positivos, como redução de custos e melhoria da lucratividade devido à melhor eficiência energética. Além disso, precisa-se “considerar que os aspectos socioambientais exercem influência crescente nas decisões das empresas e que o desenvolvimento sustentável é a ideia de não esgotar os recursos para o futuro” (VERAS, 2001, p. 67). LOGO REFLITO PENSO, Você sabia que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) criou um Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)? Trata-se de uma importante ferramenta de análise e comparação das empresas que mantém ações na Bolsa de Valores, visando a esclarecer os investidores sobre como essas corporações estão adotando práticas de desenvolvimento sustentável. No setor empresarial, a gestão ambiental ganha importância pelas condições cada vez mais exigentes, pelas pressões dos órgãos de controle ambiental ou da comunidade do entorno, por organizações não governamentais (ONGs), por consumidores e até por acionistas. A etapa inicial para que uma empresa caminhe rumo à sustentabilidade é a implantação do planejamento ambiental, que se associa à gestão ambiental, conforme apresentadono modelo a seguir. 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Nas últimas duas décadas, tem havido um desenvolvimento contínuo de estruturas de relatórios de sustentabilidade corporativa para aumentar a conscientização sobre questões relacionadas com a sustentabilidade de várias partes interessadas da empresa. A relação entre as estruturas de relatórios de sustentabilidade corporativa e as corporações continua desde a criação da Global Reporting Initiative (GRI), em 1997. Figura 4. Relatório de sustentabilidade corporativa Veja a seguir quais estruturas e diretrizes foram criadas para apoiar os compromissos de sustentabilidade das empresas. International Integrated Reporting Council (Conselho Internacional para Relato Integrado) é uma coalizão global de reguladores, investidores, empresas, definidores de padrões, profissionais do setor contábil e ONGs. SASB Sustainability Accounting Standards Board (SASB) é uma organização independente de definição de padrões que promove a divulgação de informações materiais de sustentabilidade para atender às necessidades dos investidores. IIRC Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD), criado pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) em 2015, consiste em um grupo de trabalho que se encarrega de fomentar que as empresas informem seus investidores sobre os riscos relacionados com a mudança climática e o modo como eles são gerenciados. TCFD Grande definidor dos parâmetros de sustentabilidade empresarial, trata-se de uma organização sem fins lucrativos que busca desenvolver uma estrutura de relatórios envolvendo sustentabilidade, que serão utilizados em todo o mundo. GRI Diante do que foi estudado até aqui, você pode perceber que a responsabilidade social e ambiental será um assunto cada vez mais discutido entre as pequenas e médias empresas brasileiras, pois envolve lucro, custo e produtividade. 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Ecologia industrial Outro termo em destaque no contexto da sustentabilidade empresarial é a ecologia industrial. A economia linear convencional e comum atual (a abordagem tomar-fazer- descartar) baseia-se na transformação de recursos naturais em resíduos por meio da conversão. A sua filosofia é baseada nos recursos ilimitados da natureza e nos locais de despejo inofensivos. Não há resíduos na natureza, em vez disso, o que é liberado como resíduo por uma espécie é naturalmente absorvido como nutriente por outras (sem qualquer influência ou força externa). Figura 5. Ecologia industrial Nesse cenário, um sistema industrial aberto – aquele que absorve materiais e energia, cria produtos, desperdiça materiais e depois joga a maioria deles – provavelmente não continuará indefinidamente e terá de ser substituído por um sistema diferente. Ecologia industrial: Nova abordagem para análise da sustentabilidade. Trata-se do estudo de sistemas industriais que operam mais como ecossistemas naturais. Um ecossistema natural tende a evoluir de tal forma que qualquer fonte disponível de material útil ou energia será utilizada por algum organismo do sistema. Glossário Veja mais sobre sistema industrial aberto e redes industriais no AVA. Um sistema em que os resíduos de uma unidade industrial se tornem essencialmente úteis em outra unidade contribuiria para maximizar o uso de recursos materiais e minimizar os desperdícios. O campo da ecologia industrial (EI) foi criado para informar a tomada de decisão humana intencional sobre os processos de produção industrial, especialmente como eles impactam o meio ambiente, aproveitando o conhecimento sobre o funcionamento de ecossistemas saudáveis. Como o termo “ecologia industrial” traz diversos aspectos, cabe ressaltar mais algumas características desse tipo de ecologia. Confira diretamente no AVA. Acesse o conteúdo no AVA Acesse o conteúdo no AVA 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e tire a prova dos nove. Com base no apresentado, entende-se que um forte impulsionador do EI é que, na natureza, não existe desperdício. Dessa forma, todos os materiais de um ciclo podem ser utilizados em outros ciclos. Nesse sentido, a ecologia industrial contempla ferramentas que podem atuar em três níveis diferentes, de acordo com o nível de desempenho e a amplitude. Confira esses níveis a seguir. Avaliação de ciclo de vida; simbiose industrial; iniciativas do setor; parques ecoindustriais. Dentro da companhia/ indústria Produção mais limpa; projeto para meio ambiente; SGA; ecodesign; química verde; contabilidade verde. Fora da empresa/ indústria Análise de fluxo de matéria e energia; economia circular; ecoefetividade; planejamento estratégico regional. Regional/global A ecologia industrial é motivada por sua preocupação com o bem-estar do meio ambiente. Como a inclusão da ecologia em seu nome indica, ela dá ênfase especial ao desenvolvimento e à implementação de soluções e políticas no nível do sistema, incluindo o sistema global. Desse modo, um aspecto fundamental para a perspectiva do sistema é o conceito de que o comportamento de componentes individuais não pode ser totalmente compreendido sem referência ao sistema no qual eles interagem. Figura 6. Preocupação com o meio ambiente 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A ecologia industrial reconhece que as atividades industriais humanas no mundo industrializado moderno são caracterizadas pela interdependência de indústrias, que muitas vezes realizam muitos processos de produção interconectados, dependentes de insumos de energia e materiais e descarte de resíduos. Como visto, à medida que a consciência ambiental aumenta, as indústrias e empresas avaliam como suas atividades afetam o ambiente. As primeiras preocupações com a poluição surgiram na década de 1960 nos Estados Unidos e se espalharam pelo mundo. Contudo, a velocidade com que esse conceito se difunde varia de país para país. Análise do ciclo de vida A análise do ciclo de vida (ACV) é uma abordagem holística para verificar as consequências ambientais resultantes de produtos e processos. Além disso, é uma metodologia aplicada pelas organizações para avaliar os impactos ambientais decorrentes de toda a cadeia produtiva de um produto ou serviço no decorrer de toda a sua vida – desde a extração da matéria-prima até o descarte final ou retorno ao processo produtivo (BRAGA et al., 2005; CALIJURI; CUNHA, 2013). Figura 7. Análise do ciclo de vida Segundo a ISO 14040 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001), a ACV é uma técnica para avaliar aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto, mediante a compilação de um inventário de entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto. Além disso, ela envolve a avaliação dos impactos ambientais potenciais associados a essas entradas e saídas, a interpretação dos resultados das fases de análise de inventário e a avaliação de impactos em relação aos objetivos dos estudos. ACV: De acordo com a ISO 14001 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015), a análise do ciclo de vida (ACV) é formada por etapas sequenciais e ligadas de um sistema de produto ou de um serviço. Isso ocorre a partir do momento de aquisição ou de criação da matéria-prima, vinda de recursos naturais, até o resultado final. Glossário 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A análise, ou avaliação, do ciclo de vida (ACV) ambiental desenvolveu-se rapidamente nas últimas três décadas, mas começou a ser comentada apenas no final da década de 1980, quando os inventários do ciclo de vida da energia e da massados sistemas de produtos começaram a ser realizados. Em 1990, a Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental realizou workshops de ACV e identificou as várias etapas de sua estrutura. Figura 8. Avaliação do ciclo de vida da energia No entanto, a ACV ficou mundialmente conhecida somente depois que a ISO desenvolveu padrões de gestão, a partir da estruturação de um comitê técnico encarregado de desenvolver uma estrutura padrão para ela. O ponto culminante desse esforço foi um padrão internacional voluntário que permanece hoje como regra para a realização de uma ACV. Acesse o AVA para conhecer as quatro fases da abordagem metodológica da ACV. Cada etapa da extração de recursos até o descarte de resíduos está associada a diferentes necessidades de recursos e emissões ou outras formas de dano e seus impactos, que são experimentados em momentos e locais específicos. A ACV é frequentemente utilizada para comparar os impactos ambientais de produtos ou processos de produção alternativos e tem sido aplicada a substâncias como cloro e alumínio, em toda a indústria de mineração, em materiais industriais, como PVCs, além de ter usos alternativos em terras agrícolas. O desenvolvimento de uma ACV é interativo, onde estas fases possuem relações, ou seja, conforme dados e informações são coletados, outros aspectos do escopo podem demandar alterações buscando-se atender ao objetivo original do estudo”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009a, p. 12) Nenhuma das fases é verdadeiramente completa até que todo o estudo esteja finalizado. Os principais pontos envolvendo essas fases são apresentados a seguir (BRAGA et al., 2005, p. 296). Acesse o conteúdo no AVA 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A profundidade de detalhes e o intervalo de tempo de um estudo de análise do ciclo de vida podem variar de maneira substancial, em função das definições dos objetivos traçados e da definição de seu escopo. Estudo O estudo pode envolver, de maneira adequada e sistemática, os aspectos ambientais de um sistema de produção de um produto, desde a aquisição das matérias-primas até a disposição final do produto. Profundidade de detalhes O escopo, os princípios, os parâmetros de qualidade dos dados, as metodologias e as variáveis de saída de um estudo de análise do ciclo de vida devem ter interpretação clara e apropriada. Interpretação Podem ser feitas provisões, dependendo da intenção da aplicação do estudo, respeitando-se a confidencialidade e a propriedade industrial. Provisões As metodologias de análise do ciclo de vida deverão ser responsáveis pela inclusão de novas descobertas científicas e melhorias do estado da arte da metodologia. Metodologias de análise do ciclo de vida De modo a extinguir ou tornar mínimos os aspectos e impactos ambientais não somente na produção, mas em todas as fases do ciclo de vida de um produto – desde a extração e o beneficiamento da matéria-prima, passando por transporte, produção, distribuição, consumo e pós-uso até a disposição final –, a gestão ambiental empresarial, principalmente a partir do final da década de 1990, ampliou a sua visão para o ciclo de vida do produto. Acesse o AVA e conheça! Acesse o conteúdo no AVA 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Inicialmente, a solução era substituir a matéria-prima utilizada ou modificar a forma de usar determinado produto, ou, ainda, retornar o produto ao processo produtivo, sem considerar a fase de fabricação dele. Entretanto, a partir da abordagem de ACV, entende-se que a problemática da poluição ambiental envolve todo o ciclo de vida de um produto. A partir de agora, você poderá explorar mais sobre esse assunto e testar os seus conhecimentos em mais um vídeo. Para isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado. A ACV tem o potencial de fornecer um novo modelo de regulamentação, baseado em uma visão holística dos impactos ambientais, em vez de focar na gestão de riscos químicos. LOGO REFLITO PENSO, Você deve estar se perguntando, toda ACV engloba todas as fases do ciclo de vida? Não. O limite do sistema é determinado com base no objetivo do estudo. Se esse é o objetivo, quais etapas são necessárias? Sendo assim, fica a reflexão: é preciso entender o impacto ambiental das matérias-primas, o processo e os componentes até a concepção do produto final. Diante do exposto, entende-se que a ACV é uma metodologia de gestão ambiental sistemática que visa a soluções ambientalmente adequadas. Além disso, organizações que se antecipam na consideração dessas novas exigências podem obter inovações em seus processos, produtos e padrões de negócios, assim como um gerenciamento mais integrado entre fornecedores e clientes. TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Pronto para mais um teste sobre os seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e confira. https://imersys.h5p.com/content/1291780616499502057/embed 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L EU PENSO O QUE Que tal retomar a situação-problema do início desta unidade e realizar um comparativo do que você pensava e o que pensa agora? Acesse o AVA e deixe sua resposta final. Acesse o conteúdo no AVA SE LIGA! A unidade está acabando, mas há materiais extras que vão complementar ainda mais os seus estudos. Eles trazem o conteúdo e a teoria vistos nesta unidade, de modo que você pode identificar a aplicabilidade dos conceitos estudados. Confira a seguir. Contribuição para a avaliação de ciclo do vida na quantificação de impactos ambientais de sistemas construtivos Este artigo consiste em uma aplicação da ACV em uma edificação de ensino localizada na região Centro-Oeste do Brasil. Foi identificada a contribuição de: sistemas construtivos de fundação e superestrutura, ambos em concreto armado, vedações compostas de tijolos cerâmicos e argamassas, cobertura com telhas termoacústicas, esquadrias em alumínio e revestimentos cerâmicos nas categorias de impacto ambiental. Desenvolvimento sustentável empresarial: práticas e concepções sobre sustentabilidade na cadeia produtiva do plástico verde Este artigo analisou sete empresas que aderiram ao plástico verde no contexto nacional, mediante entrevistas semiestruturadas realizadas com gestores ao longo dos anos de 2014 e 2015. Foi constatada a representação de validade do valor de sustentabilidade entre empresas que investiram no plástico verde, e sua transformação em ações compreende o sentido disputado e atribuído pelos agentes no interior de uma ordem considerada legítima. A ecologia industrial como instrumento na busca pela sustentabilidade O artigo em questão busca aplicar o conceito de ecologia industrial ao sistema de gestão de uma empresa do setor eletroeletrônico. Os autores avaliaram o impacto dessa prática para a sustentabilidade. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > https://www.scielo.br/j/ac/a/SKNpHgTr88Bhgw3HcHRD8jc/?lang=pt https://www.scielo.br/j/civitas/a/QjSyqWdSC4WS3hFrsBPGt9K/?lang=pt https://revista.fatectq.edu.br/index.php/interfacetecnologica/article/view/469 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Você chegou ao final de mais uma unidade, parabéns! Aproveite para aplicar o conteúdo estudado em situações do dia a dia, além de ir em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. Acesse já seu AVA para responder as questões de estudo. Nos vemos na próxima etapa. Até lá! Acesse o conteúdo no AVA ALMEIDA, C. M. V. B. Ecologia Industrial. São Paulo: Edgard Blucher: 2006. ALVES, R. Sustentabilidade empresarial e mercado verde: a transformação do mundo em que vivemos. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14000, 14001, 14004:2004 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14010, 14011, 14012, 14014, 14015:2004 – Auditoria ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040:2001 – Gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental – avaliação do ciclo de vida – princípios e estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 45001: Sistemas de gestão da saúde e segurança ocupacional (SGSSO). Rio de Janeiro: ABNT, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. AUGUSTINHO, A. G. S.; VELOSO, C. C. Sustentabilidade empresarial: estratégia das empresas inteligentes – teoria e prática. São Paulo: Editora Appris, 2017. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. [Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010]. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. ed. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017. REFERÊNCIAS 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605. htm. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 27 set. 2022. CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. CHAU, C. K.; LEUNG, T. M.; NG, W. Y. 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Ao longo da sua jornada, você viu que o desenvolvimento sustentável é o modelo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer as gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Mas como lidar com a questão ambiental nos processos produtivos e industriais? Como lidar com os resíduos gerados no processo? Esse é o assunto desta unidade. Portanto, após esta unidade, você vai ser capaz de entender o conceito de rotulagem ambiental e identificar selos e rótulos ambientais. PRODUÇÃO MAIS LIMPA 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Produção mais limpa (P+L) e ecoeficiência Desde o início da história humana, a indústria tem sido um sistema aberto de fluxo de materiais. As pessoas transformaram materiais naturais, plantas, animais e minerais em ferramentas, roupas e outros produtos. Quando esses materiais se desgastavam, eles eram descartados ou jogados fora, e quando o acúmulo de lixo se tornava um problema, os moradores mudavam de local, o que era fácil na época, devido ao pequeno número de habitantes e às vastas áreas de terra. Figura 1. Acúmulo de lixo Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO Além do sistema de gestão ambiental (SGA), existem outros modelos de gerenciamento disseminados no meio produtivo e de serviços. De modo simplificado, o objetivo é o mesmo: aumentar a eficiência do uso de insumos, energia, recursos naturais e resíduos. Como resultado, tem-se a minimização dos impactos ambientais dos empreendimentos e de seus processos e a melhora do desempenho tanto ambiental quanto econômico. Figura 2. Estudo de modelos de gerenciamento do meio produtivo http://www.kaltura.com/tiny/00gbz 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O relatório Brundtland (WCED, 1987) apontou três componentes básicos para o desenvolvimento sustentável: o meio ambiente, a economia e a sociedade, os quais, do ponto de vista da indústria, devem ser estudados de maneira sistêmica. Para isso, as organizações devem adotar novos princípios e ferramentas para a produção de bens e serviços com foco na sustentabilidade. 360° TOUR Falando sobre isso, no Tour 360°, disponível no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você vai conhecer as “Orientações para o Triple Bottom Line”. O surgimento de novos princípios e ferramentas impulsionou a evolução da estratégia da manufatura, de forma a incentivar as mudanças incrementais nos processos industriais. Em função disso, o desempenho ambiental de produtos e processos tornou-se uma questão fundamental, razão pela qual algumas empresas estão investigando maneiras de minimizar seus efeitos sobre o ambiente. O planejamento de princípios ambientais está intrínseco à implantação de um sistema de gestão ambiental e à implantação da P+L no sistema de produção (OLIVEIRA NETO et al., 2015). Nesse sentido, tem-se um exemplo de gerenciamento ambiental que objetiva dar prioridade para atividades que visem a reduzir a fonte (CALIJURI; CUNHA, 2013). A produção mais limpa (P+L ou P mais L) tem sido definida de forma diferente ao longo das últimas décadas, sobretudo devido aos avanços das tecnologias e ao aprendizado com os erros do passado. LOGO REFLITO PENSO, A inclusão do compromisso com a prevenção na política ambiental é um pré-requisito da norma ISO 14001 (ABNT, 2015), e a ACV busca analisar todo o fluxo de um produto ou processo no que tange aos impactos ambientais. Você acredita que organizações vêm procurando programas complementares para não gerar impactos ou para não precisar lidarcom eles? Processos industriais: Os processos industriais são caracterizados por entradas (matérias-primas, energia e mão de obra) e saídas (produtos, serviços, emissões para o ar e água e resíduos). Glossário Acesse o conteúdo no AVA 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A produção mais limpa (P+L) foi elaborada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA; United Nations Environment Programme) na década de 1990. Desde 1994, esse programa vem desenvolvendo esse modelo de produção, quando se estabeleceu o Centro Nacional de Produção Mais Limpa (CNPML), que tem por finalidade incentivar a criação de centros de P+L nos países em desenvolvimento. No Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) foi fundado em 1995. Entre suas atribuições e atividades, tem-se a disponibilização de informação e a implantação de programas de P+L nos setores produtivos. Além disso, o CNTL capacita os profissionais para que tenham condições de atuar em políticas ambientais. Figura 3. Produção mais limpa (P+L) A produção mais limpa é uma estratégia para prevenir as emissões na fonte e iniciar uma melhoria preventiva contínua do desempenho ambiental das organizações. O foco da gestão deve ser a prevenção, em vez da cura, para evitar problemas ambientais. Produção mais limpa (P+L): Corresponde à aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao homem e ao ambiente. Glossário Assim, uma forma de definir uma P+L é o comum conjunto de regras com o desígnio de proteger o meio ambiente e tornar mínimo o desperdício, que vão desde os processos de fabricação até todo o ciclo de vida de um produto. Esse conceito pode até ser aplicado em um nível pessoal, abordando o estilo de vida e as escolhas diárias de cada um (SILVA; GOUVEIA, 2019). Você sabe como se aplicam as ações que fazem parte da estratégia de gestão ambiental P+L? Descubra a seguir! 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Processos de produção Serviços Conservação de matérias- primas e energia, eliminação de matérias-primas tóxicas e redução da quantidade e da toxicidade de todas as emissões e resíduos. Redução dos impactos negativos ao longo do ciclo de vida de um produto, desde a extração da matéria-prima até a sua disposição final. Incorporação de preocupações ambientais na concepção e na prestação de serviços. Produtos Figura 5. Produtos com embalagem sustentável Figura 4. Processos de produção Figura 6. Produtos orgânicos nas prateleiras de uma loja A P+L requer a mudança de atitudes de gestão ambiental responsável, por meio da criação de ambientes de políticas nacionais favoráveis e da avaliação das opções de tecnologia. Os principais atores da P+L são as empresas que controlam os processos de produção. Eles são fortemente influenciados por seus clientes (empresas privadas, públicas ou outras) e pela política (leis, regulamentos, impostos). Figura 7. Mudança de atitude na gestão ambiental Ao se considerar o desenvolvimento de um programa de P+L em uma organização, é importante que seja feita a pré-sensibilização da alta administração a partir de uma visita técnica feita pelos responsáveis pela implantação do P+L, chamados de ecotime. Nessa visita, serão apresentados casos de sucesso, enfatizando as vantagens econômicas e ambientais da implantação. Veja, a seguir, os passos para a implementação de um programa de P+L. 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Com o fluxo da P+L, você pôde perceber que o foco principal é criar consciência para a prevenção da poluição, encontrar a fonte de resíduos e emissões, definir um programa para reduzir as emissões e aumentar a eficiência dos recursos por meio da implementação e da documentação de opções de produção mais limpa. As ações podem ser organizadas em duas categorias e, estas, em níveis. Confira mais detalhes no infográfico disponível no AVA. O desempenho técnico, ambiental e econômico das empresas industriais pode ser aumentado com a aplicação de estratégias de produção mais limpa. Além disso, sabe-se que as medidas de produção mais limpa oferecem vantagens em termos de padrões/limites legais de descarte. Entretanto, muitas são as barreiras que interferem na implementação de práticas e modelos de negócios sustentáveis, retendo o potencial de inovação e melhoria ambiental e retardando-o ou até mesmo revertendo-o, tal como: questões econômicas, motivacionais, tecnológicas, educacionais, entre outras. Em contrapartida a essas barreiras, estão os fatores que estão começando a ganhar impulso e estão se tornando impossíveis de ignorar. Confira, a seguir, exemplos desses fatores. Acesse o conteúdo no AVA Um ponto importante de se ressaltar é que, ao contrário dos tratamentos de fim de linha, a prevenção da poluição na fonte pode ser aplicada às diferentes etapas do processo produtivo na maioria dos processos industriais. Veja melhor a seguir. 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Assim, P+L é um conceito dinâmico no qual novos procedimentos e tecnologias surgem constantemente, introduzindo métodos e práticas para prevenir danos ao meio ambiente. Apesar dos fatores limitantes, aspectos tidos como motivadores estão impulsionando as empresas e até mesmo indústrias a mudarem seus métodos atuais, melhorando a sua pegada ecológica geral. Ao mesmo tempo, em muitos casos, esses aspectos estão estimulando simultaneamente a economia de custos, devido à otimização global de toda a cadeia de processo, garantindo a proteção ambiental dos processos de forma geral. Figura 8. Métodos e práticas para prevenção de danos ao meio ambiente 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira. A forte dependência de recursos das cidades baseadas em recursos inevitáveis leva a uma série de problemas ambientais. A mitigação dos impactos ambientais de maneira impensada pode ser prejudicial para o desenvolvimento econômico. Melhorar a ecoeficiência tem sido uma solução crucial para proteger o meio ambiente e mitigar seu impacto econômico negativo. Figura 9. Problemas ambientais De acordo com a abordagem de prevenção da poluição (produção mais limpa), a poluição é resultado do projeto, do consumo de recursos, da ineficiência, da falha e da ineficácia nos processos de produção. A abordagem de P+L está relacionada com ecoeficiência, produção/indústria verde e produção sustentável. LOGO REFLITO PENSO, Atualmente, o conceito geral de proteção ambiental está mudando de uma abordagem reativa, denominada “controle da poluição”, para uma abordagem proativa, denominada “prevenção da poluição”. Quais organizações você conhece ou já ouviu dizer que vêm modificando sua forma de enxergar a proteção ambiental? 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Mas o que será essa tal “ecoeficiência”? Esse conceito foi abordado pela primeira vez em 1992 pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD) em seu relatório histórico “Mudança de rumo”. A ecoeficiência foi definida no primeiro Workshop de Antuérpia sobre Ecoeficiência, realizado em novembro de 1993, como sendo alcançada pela entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfaçam às necessidades humanas e tragam qualidade de vida, reduzindo progressivamente os impactos ecológicos e a intensidade de recursos ao longo do ciclo de vida a um nível pelo menos compatível com a capacidade de carga estimada da Terra. Figura 10. Ecoeficiência A ecoeficiênciaindustrial tem sido uma medida inestimável para a relação entre as atividades produtivas e o esgotamento ambiental, o que é importante investigar quando se busca o desenvolvimento sustentável. O conceito de ecoeficiência baseia-se na mesma noção adotada pelas políticas globais de criar mais valor econômico com menos impactos ambientais. Acesse o AVA para conhecer os sete fatores que contribuem para a obtenção da ecoeficiência em um processo produtivo. Acesse o conteúdo no AVA Ecoeficiência industrial: A ecoeficiência para processos industriais pode ser definida como a razão entre o desempenho técnico-econômico associado a um processo e a carga ambiental associada à sua operação. Glossário Parece um tanto quanto lógica a implementação da ecoeficiência industrial, não é mesmo? Ao conceber produtos e serviços que permitem aos clientes reduzir o consumo de recursos e reduzir o impacto ambiental, ao mesmo tempo que satisfazem suas necessidades de forma mais eficaz e a um melhor preço, as empresas já estão colhendo os benefícios dessa estratégia empresarial de visão de longo prazo. 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Para resumir, a ecoeficiência é um fator- chave para as empresas, pois as ajuda a entender que podem produzir melhores bens e serviços usando menos recursos e gerando menos impacto, melhorando, assim, seu desempenho ambiental e seus resultados. De maneira genérica, a ecoeficiência é alcançada pela entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfaçam às necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo que reduzem progressivamente os impactos ecológicos e a intensidade dos recursos ao longo do ciclo de vida. Figura 11. Roupa feita com material reciclado Mas, pensando bem... O que será que a ecoeficiência e a P+L têm em comum? Siga em seus estudos e descubra! P+L VERSUS ECOEFICIÊNCIA: PONTOS EM COMUM Ecoeficiência e produção mais limpa têm muito em comum. Ambas ajudam as empresas em sua busca pela melhoria contínua na minimização do consumo de recursos, reduzindo os encargos ambientais e limitando os riscos e as responsabilidades concomitantes. Continue analisando os pontos em comum entre a P+L e a ecoeficiência a seguir. 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Chegou a hora de ficar “De olho no professor” para relacionar a P+L e a ecoeficiência. Por isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e fique ligado. NO PROFESSOR DE OLHO As interligações entre ecoeficiência e P+L são numerosas. Assim como a P+L, a ecoeficiência une os objetivos de excelência empresarial e excelência ambiental, criando a ponte por meio da qual o comportamento corporativo pode apoiar o desenvolvimento sustentável, a integração do crescimento econômico e a melhoria ambiental. Entretanto, a ecoeficiência vai além do uso de recursos e da redução da poluição, uma vez que enfatiza a criação de valor para os negócios e a sociedade em geral, ao mesmo tempo que atende às necessidades competitivas. Ao aumentar o valor dos bens e serviços que cria, a empresa maximizará a produtividade dos recursos, obterá benefícios financeiros e recompensará os acionistas, em vez de simplesmente minimizar o desperdício ou a poluição. Figura 12. Ecoeficiência (criação de valor para os negócios) De outro ponto de vista, a ecoeficiência abrange conceitos de P+L, como uso eficiente de matérias- primas, prevenção da poluição, redução de fontes, minimização de resíduos e reciclagem e reutilização interna. Ela captura a ideia de redução da poluição por meio da mudança de processo, em oposição às abordagens anteriores de fim de linha. Ela compartilha características com ferramentas de gestão ambiental, como avaliação ambiental ou design for environment, ao incluí-las entre as opções tecnológicas para reduzir a intensidade de materiais e energia na produção, facilitando o reaproveitamento por meio de remanufatura e reciclagem (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME, 1998). http://www.kaltura.com/tiny/04qou 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A ecoeficiência também apresenta uma perspectiva de ciclo de vida que acompanha os produtos desde a matéria-prima até as etapas de disposição final. É, portanto, uma extensão do processo de gestão da qualidade total. Embora ambas as estratégias compartilhem o objetivo de progresso em direção ao desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência vai além do uso de recursos e da redução da poluição; ela enfatiza a criação de valor e vincula a excelência ambiental à empresarial. Ao aumentar o valor dos bens e serviços que cria, a empresa maximiza a produtividade dos recursos, obtém benefícios financeiros e recompensa seus acionistas. Figura 13. Ciclo de vida Rotulagem ambiental Para abordar os selos e as certificações ambientais, é necessário conhecer a rotulagem ambiental. Com o aumento da preocupação do consumidor com o impacto ambiental dos bens e serviços que compram, a rotulagem ambiental surgiu como uma ferramenta fundamental para tomar decisões de compra sustentáveis. Figura 14. Rotulagem ambiental Os benefícios comerciais da rotulagem ambiental para compradores e fornecedores deram origem a uma infinidade de reivindicações ambientais, esquemas de rotulagem e iniciativas, cada uma oferecendo diferentes medidas e referências. Isso aumentou a conscientização sobre o impacto ambiental de produtos e serviços, mas não sem alguma confusão no mercado. Confira mais detalhes no infográfico disponível no AVA. Rotulagem ambiental: Segundo a ISSO 14020:2002 (ABNT, 2002), a rotulagem ambiental consiste na atribuição de um selo ou rótulo a um produto ou serviço para comunicar, de modo bem embasado, informações acerca do seu desempenho ambiental, sem fazer greenwashing. Glossário Acesse o conteúdo no AVA 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L LOGO REFLITO PENSO, Em um cenário em que cada vez mais os consumidores estão motivados a adquirir produtos ambientalmente adequados, a rotulagem pode influenciar positivamente as escolhas dos consumidores, criando uma situação vantajosa para todos. Você já deve ter ouvido falar em greenwashing, certo? Muitas empresas se dizem ambientalmente adequadas, porém isso é apenas uma jogada de marketing. Por isso, reflita: até que ponto estamos realmente preocupados com a questão ambiental dos produtos que consumimos ou com o modo como as pessoas os veem? Que tal conhecer um pouco mais sobre os acontecimentos acerca dos primeiros rótulos diretamente no AVA? PAUSA PARA UM CAFÉ Até o momento, foram apresentados variados pontos essenciais sobre a P+L. Agora, chegou a hora de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada, Karine Zanotti. Acesse o conteúdo no AVA SELOS E RÓTULOS AMBIENTAIS A série de padrões ISO 14020 (ABNT, 2002) fornece às empresas um conjunto de referências internacionalmente reconhecido e acordado com o qual podem preparar seus próprios rótulos, reivindicações e declarações ambientais. A seguir, confira os três tipos de rotulagem ambiental no escopo da ISO. Acesse o conteúdo no AVA É importante destacar, ainda, que o mecanismo da rotulagem ambiental é baseado em dois pressupostos: 1) Assume-se que um determinado bem pode ser produzido de formas variadas e que estas diferem em termos de impacto ambiental. 2) Supõe-se que métodos de produção mais limpos são geralmente mais caros ou requerem a redução de atributos apreciados pelos consumidores (MOURA, 2013). 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L São autodeclarações ou reivindicações espontâneas, feitaspelos próprios fornecedores ou fabricantes, sem avaliações de terceiros e sem a utilização de critérios preestabelecidos. Tipo I – ISO 14024 Rotulagens concedidas e monitoradas por uma terceira parte independente (programas de terceira parte), como órgãos governamentais ou instituições internacionalmente reconhecidas – são geralmente mais bem aceitas por parte do consumidor, devido à sua maior isenção e confiabilidade. Tipo II – ISO 14021 São rotulagens verificadas também por terceiros e que consideram a avaliação de todo o ciclo de vida do produto – análise de ciclo de vida (ACV), também chamada de análise “berço ao túmulo”. Não têm padronização a alcançar, contudo, são as mais sofisticadas e complexas quanto à sua implantação, pois exigem extensos bancos de dados para avaliar o produto em todas as suas etapas, fornecendo a dimensão exata dos impactos que provocam. Tipo III – ISO 14025 É importante observar que, do ponto de vista da iniciativa, os selos podem: ser conduzidos por governos – como o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Selo Procel) no Brasil; funcionar de forma independente, mas podendo aceitar assistência técnica governamental – como o Ecolabel da União Europeia; ou ser estabelecidos pelo próprio setor industrial ou produtivo, por meio das chamadas autodeclarações ambientais. A seguir, confira exemplos de selos e rotulagens ambientais (ROSA, FRACETO E MOSCHINI- CARLOS, 2012). Rótulo concebido pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha em 1978. Esse selo considera o ciclo de vida do produto e contém a descrição da razão pela qual o selo foi concedido (SEIFERT, 2007). Selo ABNT – Qualidade ambiental Rótulo ecológico ABNT, iniciado em 1993, esse selo identifica produtos com menor impacto ambiental em relação a outros compatíveis disponíveis no mercado. Está estruturado de acordo com o esboço das versões das normas ISO 14020 e ISO 14024. É um programa de terceira parte, positivo, que concede selo do tipo I (SIQUEIRA, 2009). Selo Blaue Engel Anjo Azul 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Criado em 1989, corresponde à rotulagem de produtos e à educação ambiental nos Estados Unidos. Entre os produtos e serviços avaliados, encontram-se lâmpadas fluorescentes, refrigeradores e freezers, produtos de limpeza, cosméticos, entre outros (GREEN SEAL, 2010). Green Seal Rótulo ecológico da União Europeia (EU), criado em 1992, gerenciado pela Comissão da União Europeia para o Rótulo Ecológico (CREUE). Todos os produtos que ostentam a “flor” foram auditados por organismos independentes quanto à sua conformidade com os critérios ambientais em todo o ciclo de vida do produto (NF MARK, 2010). Eco Label Europeu (Flor) É uma certificação voluntária emitida pelo AFAQ AFNOR Certification. Criada em 1991, a marca distingue os produtos que têm impacto ambiental reduzido, sendo o selo oficial francês de certificação ecológica. Na avaliação, incluem-se os impactos ambientais em todo o ciclo de vida do produto (NF MARK, 2010). Selo ecológico francês Criado em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) e pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. O selo é conferido a produtos capazes de manter o mesmo desempenho economizando de 20 a 30% de energia. Atualmente, tem parceria com mais de 17 mil empresas dos setores público e privado (USGBC, 2010). Selo energy star O selo FSC indica a certificação de empreendimentos e produtos da floresta. Essa certificação pode ser referente ao manejo florestal ou à cadeia de custódia. No Brasil, o Imaflora verifica a adequação dos empreendimentos florestais conforme os critérios do FSC (IMAFLORA, 2010). Green building Selo americano da construção civil, de terceira parte, reconhecido internacionalmente. Alguns requisitos dos empreendimentos para a obtenção desse selo: uso de iluminação natural; gestão de perdas e resíduos; administrações do consumo de água e energia elétrica; uso de materiais renováveis; redução da emissão de CO2; qualidade interna do ambiente; e ideias inovadoras (USGBC, 2010). Certificação Forest Stewardship Council (FSC) 1 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Esse selo indica que a empresa certificada está em conformidade com as leis sanitárias, ambientais e trabalhistas nacionais e que essa garantia se estende aos fornecedores de matéria-prima certificados pelo IBD. Entre os produtos orgânicos que podem ser certificados, encontram-se: sucos, geleias, laticínios, óleos, doces, palmito, extratos vegetais secos, camarão, frango e carnes, entre outros (INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL, 2010). Selo IBD de certificação orgânica Depois desses aprendizados, ficou mais evidente que as práticas ambientais das organizações, em função da consciência de seus impactos ao meio ambiente, vêm evoluindo com o passar dos anos, deixando de ter caráter passivo e passando a ter caráter reativo. Em função disso, as organizações têm buscado estabelecer seu sistema de gestão ambiental (SGA), que permite a definição e a implementação de estratégias para caminhar rumo à melhoria contínua, englobando os aspectos ambientais. Figura 15. Estudo das práticas ambientais nas empresas Durante esse processo, são realizadas auditorias para análise de conformidades. A fim de prevenir a poluição, em vez de dispersá-la, vêm sendo implantados programas como a P+L, vista nesta unidade, e a ACV, vista na unidade anterior. Além disso, existem os selos e certificações ambientais, que buscam dar mais visibilidade a empresas ambientalmente adequadas. EU PENSO O QUE Entre no AVA, retorne à problemática do início da unidade e faça uma comparação entre o que você pensava e o que pensa agora. Acesse o conteúdo no AVA 2 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L SE LIGA! Você está chegando ao fim da unidade e quase ao fim da disciplina. Para complementar os seus estudos, explore os materiais extras que trazem um plus para tudo o que você viu durante esta unidade. Avaliação da aplicação das técnicas da produção mais limpa em um laticínio no sul da Bahia Este artigo traz uma aplicação do conceito de P+L em um laticínio, um setor com uma elevada quantidade de impactos ambientais. Ele é bem interessante, principalmente porque a empresa em questão já vinha adotando algumas práticas ambientais e manifestou interesse em conhecer outras que contribuíssem para minimizar os impactos e propiciar ganhos econômicos. Assim, foi possível identificar e apresentar as oportunidades de P+L. Análise do uso de certificações ambientais para as obras da Companhia Águas de Joinville Este artigo analisa as certificações ambientais que têm maior visibilidade e estabelece a sua possível utilização nas obras de uma Companhia de Água na cidade de Joinville. Da ilegalidade à certificação florestal: estudo de caso do manejo florestal comunitário no Baixo Amazonas Este artigo traz uma perspectiva diferente de certificações ambientais, tendo em vista que analisa as mudanças do arranjo produtivo da madeira oriunda da extração comunitária, no município de Boa Vista do Ramos, Amazonas, decorrentes das alterações nas políticas ambientais e normas voltadas ao manejo florestal sustentável. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > Você concluiu mais uma unidade. Agora, aplique o conteúdo estudado em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. E não se esqueça das questões de estudo no AVA, combinado?” Nos vemos na próxima e última etapa. Até lá! Acesse o conteúdo no AVA https://www.scielo.br/j/gp/a/HzfyQxvNP3QFNT5KX3yGcgx/?lang=pt https://periodicoscientificos.itp.ifsp.edu.br/index.php/rbic/article/view/389 https://www.scielo.br/j/cflo/a/LSxLxnDQjjnyfYFbTqQwdwJ/?lang=pt2 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14020 – Rótulos e declarações ambientais – Princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14021 – Rótulos e declarações ambientais – Autodeclarações ambientais (rotulagem do tipo II). Rio de Janeiro: ABNT, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14024 – Rótulos e declarações ambientais – Rotulagem ambiental tipo I – Princípios e procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2022. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14025 – Rótulos e declarações ambientais – Declarações ambientais de tipo III – Princípios e procedimentos. Rio de Janeira: ABNT, 2015. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS SENAI. Implementação de programas de produção mais limpa. Porto Alegre: CNTL/Senai, 2003. ENERGY STAR. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao selo americano de eficiência energética. Washington: Energy Star, 2012. Disponível em: http://energystar. gov. Acesso em: 13 out. 2022. EUROPEAN COMISSION. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao selo ecológico da comunidade europeia. Brussel: EC, 2012. Disponível em: http://ec.europea.eu/ environemnt/ecolabel. Acesso em: 13 out. 2022. GREEN SEAL. Washington: Green Seal, 2012. Disponível em: www.greenseal.org. Acesso em: 13 out. 2022. INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados a certificações de produtos orgânicos. Botucatu: IBD, [20--]. Disponível em: www.ibd.com.br. Acesso em: 13 out. 2022. INSTITUTO DE MANEJO E CERTIFICAÇÃO FLORESTAL E AGRÍCOLA. Certificação FSC – Apresenta informações sobre procedimentos para a certificação florestal e agrícola. Piracicaba: Imaflora, [20--]. Disponível em: www.imaflora.org. Acesso em: 13 out. 2022. REFERÊNCIAS 2 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L MOURA, A. M. M. O mecanismo de rotulagem ambiental: perspectivas de aplicação no brasil. Boletim Regional, Urbano e Ambiental, n. 7, p. 11-22, jun./jul. 2013. MOURA, L. A. Qualidade e gestão ambiental: sustentabilidade e implantação da ISO 14.001. 5. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2008. NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, A. D. C.; MELLO, M. 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A gestão ambiental e a responsabilidade social têm conceitos muito importantes, responsáveis por analisar e controlar as atividades humanas. Cabe destacar que essas atividades podem ser nocivas para o meio ambiente, porém também podem ser implementadas sem causar impactos ambientais. Nesta unidade, você vai compreender o processo de licenciamento ambiental de atividades poluidoras. Além disso, diferenciar entre impacto e aspecto ambiental. Por fim, você vai conferir as principais metodologias de avaliação de impacto. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Licenciamento ambiental A avaliação e a priorização de projetos tiveram início em 1970, estando relacionadas com fatores econômicos como exigências de órgãos financeiros internacionais para a aprovação de empréstimos para projetos governamentais. A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2020) estabeleceu como direito fundamental da população tanto o meio ambiente equilibrado como o desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto, o licenciamento ambiental desempenha um papel determinante na procura pelo equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico e social, podendo ser definido como: Figura 1. Relação entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse o link a seguir ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO O procedimento administrativo destinado a permitir atividades ou quaisquer empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar a degradação ambiental. Trata-se, portanto, de um instrumento essencial para conciliar o meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social – por meio do qual o órgão competente verifica a adequação de um projeto ou atividade ao meio ambiente, licenciando, em diferentes etapas, a sua implantação”. (MOTTA; PÊGO, 2013, p. 12) http://www.kaltura.com/tiny/0tku4 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L No Brasil, a instituição do licenciamento ambiental foi feita a partir da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em 1981, que o traz como um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). O poder de limitar o direito individual em benefício da coletividade é uma das manifestações do poder de polícia do Estado, ou seja, a autorização implica um julgamento de valor por parte do agente público para a análise do projeto e aplica-se aos casos em que não existe um direito preexistente por parte do administrado para o exercício daquela atividade (SÁNCHEZ, 2013). Licenciamento ambiental: De acordo com a Resolução Conama nº 237 (BRASIL, 1997), o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos, bem como as atividades utilizadoras de recursos ambientais, vistas como efetivas ou altamente poluidoras. Além disso, essas atividades podem ser compreendidas como causadorasde degradação ambiental, considerando-se as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis a cada caso. Glossário Você sabia que, atualmente, o Brasil tem extensos mecanismos para gestão ambiental, que é administrada por amplo aparato legal? A seguir, saiba mais sobre os principais instrumentos legais que regem o licenciamento ambiental. Lei nº 6.938/1981 Resolução Conama nº 1/1986 Institui a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). A Lei nº 6.938/1981 estabelece o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras como um dos seus princípios e a avaliação de impacto ambiental como um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). A Resolução Conama nº 1 (BRASIL, 1986) estabelece definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da avaliação de impacto ambiental (AIA) como um dos instrumentos da PNMA e estabelece uma lista de atividades modificadoras do meio ambiente. Figura 2. Planejamento Figura 3. Implantação 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Resolução Conama nº 237/1997 Lei complementar federal nº 140/2011 Complementa a Resolução Conama nº 1, de 1981, a fim de revisar procedimentos, critérios e definições acerca do licenciamento ambiental, bem como as etapas a serem desenvolvidas, conforme o fluxograma. Aponta, ainda, o licenciamento como passível de ser disciplinado pelos três níveis de governo e busca demarcar as competências, inclusive dos Municípios, que também concedem licenças ambientais. Institui instrumentos de cooperação entre entes federativos para licenciamento ambiental. Figura 4. Planejamento Figura 5. Implantação O que você acha de entender um pouco mais sobre o LICENCIAMENTO AMBIENTAL e suas etapas? Então, acesse o AVA e conheça brevemente sobre o Sisnama e como ele é formado. Ainda dentro do cenário ambiental brasileiro, o país tem meios específicos para tratar dos assuntos relacionados com o meio ambiente. Ficou curioso? Então confira o material a seguir. No Brasil, há três esferas de governo (União, Estado e Municípios), e cada esfera tem legislações e competências específicas. Entende-se que a competência legal para licenciar, quando definida em função da abrangência dos impactos diretos que a atividade pode gerar, pode ser: “(i) do município – se os impactos diretos forem locais; (ii) do estado – se os impactos diretos atingirem dois ou mais municípios; e (iii) do IBAMA – se os impactos diretos se derem em dois ou mais estados” (BRASIL, 2009, p. 23). É importante citar, aqui, que nem todos os Municípios podem licenciar. Acesse o conteúdo no AVA 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Além disso, nos casos de empreendimentos que possam causar impactos em terras indígenas, regiões quilombola, bens acautelados de interesse cultural e áreas endêmicas para malária, pode haver participação no processo de licenciamento ambiental da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Fundação Cultural Palmares (FCA), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Iphan) e do Ministério da Saúde, denominados órgãos intervenientes, conforme a Portaria Interministerial nº 419, de 26 de outubro de 2011 (BRASIL, 2016, p. 49). Figura 6. Índio representando os povos indígenas Como resultado do processo de licenciamento, tem-se a licença ambiental, uma autorização emitida pelo órgão público competente e concedida ao empreendedor para que exerça seu direito à livre iniciativa. Entretanto, a licença é válida desde que sejam “atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” (BRASIL, 2007, p. 10). A licença é, portanto, o ato administrativo unilateral e vinculado (à legislação e aos regulamentos) pelo qual a administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade (SÁNCHEZ, 2013). Figura 7. Licença ambiental Licença ambiental: É a autorização emitida pelo órgão público competente e concedida ao empreendedor para que exerça seu direito à livre iniciativa, desde que, de acordo com a Cartilha de licenciamento ambiental (BRASIL, 2007, p. 10), “atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”. Glossário Não existe um documento contendo as informações sobre os procedimentos de licenciamento ambiental no Brasil que permita identificar e avaliar a metodologia utilizada pelos diferentes órgãos licenciadores (SÁNCHEZ, 2013). Assim, é possível constatar que, apesar de haver instrumentos legais norteadores do processo de licenciamento ambiental no Brasil, os órgãos licenciadores têm autonomia para decidir quais procedimentos e discernimentos serão seguidos durante o processo. 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L LOGO REFLITO PENSO, O licenciamento ambiental tem particularidades em cada estado e município, de modo que é indicado que as informações sobre estados/cidades específicos sejam consultadas em seus respectivos órgãos ambientais (estaduais e/ou municipais, quando houver). Você já parou para pensar como o órgão da sua cidade atua diante do licenciamento ambiental? Já que foi falado sobre a autonomia nas decisões sobre os procedimentos adotados durante o licenciamento ambiental, é importante entender que existem tipos diferentes de licença. Vamos lá? Tipos de licença O tipo de licença necessária é definido a partir das características do empreendimento, do potencial poluidor e do porte. Além disso, depende do local onde será instalado o empreendimento, tendo-se em vista que o licenciamento varia de acordo com o estado/município. A seguir, você vai conferir os três principais tipos de licenças ambientais, conforme o artigo 19 da PNMA (BRASIL, 1981). Licença prévia (LP) Licença de operação (LO) Na fase preliminar do planejamento da atividade, há requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos estaduais ou federais de uso do solo. A licença prévia tem validade máxima de 5 anos e é passível de renovação desde que não ultrapasse o prazo máximo de validade. Autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado. A licença de instalação tem validade máxima de 6 anos e é passível de renovação desde que não ultrapasse o prazo máximo de validade. Autoriza o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, segundo as licenças prévia e de instalação. A licença de operação tem validade mínima de 5 anos e máxima de 10 anos. Para a sua renovação, é necessário dar entrada ao processo de renovação de licenças ambientais com antecedência mínima de 120 dias antes de o prazo de validade ser encerrado. Licença de instalação (LI) Figura 9. ImplantaçãoFigura 8. Planejamento Figura 10. Início da atividade licenciada 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira seu desafio. O exercício de atividades potencialmente poluidoras sem licenciamento é crime ambiental segundo o artigo 60 da Lei nº 9.605 (BRASIL, 1998). Para adequação, é necessária a regularização do licenciamento de empreendimentos no âmbito federal (Ibama), e é possível que seja feito um Termo de Compromisso, conforme o artigo 79-A da Lei de crimes ambientais. Figura 11. A evolução histórica do contexto mundial Em alguns casos, as seguintes licenças podem ser definidas pelos órgãos ambientais licenciadores estaduais: “Licença de Instalação Corretiva (LIC), Licença de Operação Corretiva (LOC), Licenciamento Simplificado (LS), Licença Prévia simultânea à Licença de Instalação (LP + LI)e Licença de Instalação e Operação (LIO)” (BRASIL, 2016, p. 49). A seguir, saiba mais sobre essas licenças e suas características. Licença de instalação corretiva (LIC) A LIC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é requerida na fase de instalação. Ela tem validade mínima de acordo com o estabelecido no cronograma do empreendimento e máxima de 6 anos. Licenciamento simplificado (LS) O LS pode ser solicitado quando há utilização de recursos, como, por exemplo, licenciamento ambiental simplificado (LAS) – quando o empreendimento ou atividade tiver baixo potencial impactante; e autorização ambiental (AA) – que aprova a instalação e a operação de empreendimentos temporários ou de obras que não se enquadrem no processo de licenciamento ambiental convencional. Licença de operação corretiva (LOC) A LOC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é requerida na fase de operação, e sua duração é de 4 a 10 anos (BRASIL, 2016). 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A LIO é concedida para empreendimentos cuja instalação e operação ocorram simultaneamente, e sua duração é no mínimo de 1 ano e máximo de 10 anos, quando as características da obra ou da atividade licenciada indicarem a necessidade de sua renovação periódica (BRASIL, 2016). Licença prévia simultânea à licença de instalação (LP + LI) A LP + LI é emitida para empreendimentos enquadrados na classe 3 ou 4, que podem requerer concomitantemente a LP e a LI, com validade de até 6 anos. Licença de instalação e operação (LIO) Lembre-se de que, durante o planejamento de novos empreendimentos, deve-se levar em consideração o licenciamento ambiental. Conseguir fazer um projeto já prevendo problemas ambientais durante o processo é um dos passos iniciais para termos um ambiente mais equilibrado. Nesse sentido, compreende-se que existem métodos de avaliação que focam nos impactos que são causados no meio ambiente, assunto do próximo tópico. Métodos de avaliação de impacto ambiental A avaliação de impacto ambiental (AIA) tem por objetivo levar em consideração os impactos ambientais prévios à tomada de decisão sobre o processo de licenciamento de empreendimento que potencialmente resulte em significativa degradação ambiental. Segundo a Resolução Conama nº 1, de 1986, impacto ambiental é: [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e, a qualidade dos recursos ambientais”. (BRASIL, 1986, on-line) 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Entretanto, essa definição pode causar confusão, pois impacto ambiental abrange também conotação positiva, ou seja, ao analisar os impactos decorrentes de determinada atividade, é importante considerar consequências negativas e positivas (RINCÃO; TRIGUEIRO, 2018). Figura 12. A evolução histórica do contexto mundial. Pense neste exemplo: uma construtora vai implantar um novo empreendimento em um bairro. Em consequência, tem-se como impacto negativo a poluição sonora decorrente das obras e como impacto positivo a geração de empregos. Portanto, é importante analisar os aspectos e impactos do empreendimento. Por isso, acesse o AVA e veja, no infográfico, outros aspectos e impactos ambientais importantes. PAUSA PARA UM CAFÉ Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre o licenciamento ambiental. Contudo, chegou a hora de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e o convidado, José Eduardo Matheus Evora, que é analista ambiental. Está imperdível! Acesse o conteúdo no AVA Agora que você voltou de sua pausa, vamos seguir com maiores informações sobre a AIA. Ela é vinculada ao processo de licenciamento ambiental, sendo o mecanismo responsável por dar subsídio à tomada de decisão do órgão licenciador no que diz respeito à viabilidade ambiental da atividade ou do empreendimento. No fluxograma a seguir, você vai conferir como funciona a sistematização de um processo de licenciamento ambiental com foco na posição da AIA. Acesse o conteúdo no AVA 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Esse sequenciamento de atividades pode variar em função do órgão ambiental e do local de aplicação (assim como ocorre com o licenciamento ambiental). Observe que os componentes básicos são formados pelas etapas a serem desenvolvidas. Por isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e confira no “De olho no professor” as atividades poluidoras que passam pelo licenciamento ambiental. NO PROFESSOR DE OLHO Um dos pontos principais das etapas do licenciamento é a elaboração de estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), necessários para empreendimentos específicos e estabelecidos em legislação. Saiba mais sobre esse assunto diretamente no AVA. A AIA pode ser estabelecida sob duas perspectivas metodológicas: como um instrumento técnico ou como procedimento legal e institucional, ambos relacionados com o contexto de análise dos efeitos de determinada atividade. Para atingir seus objetivos, a AIA baseia-se em avaliações científicas rigorosas de todos os caminhos causais potenciais pelos quais os desenvolvimentos em grande escala podem impactar os ativos avaliados em uma região. Apesar de sua importância para a tomada de decisão informada, muitas avaliações são prejudicadas por análise incompleta das vias causais, avaliação espacial limitada e falta de transparência sobre como os riscos foram avaliados em toda a região (PEETERS et al., 2022). Figura 14. Amplitude da avaliação de impactos ambientais (AIA) Para que a AIA seja capaz de garantir seu papel de auxiliar a tomada de decisão de forma ambientalmente adequada, ela é estruturada por um conjunto de etapas sequenciais, encadeadas logicamente sob a forma de um sistema. Um sistema de AIA é o “mecanismo legal e institucional que torna operacional o processo de AIA em uma determinada jurisdição (um país, um território, um Estado, um município ou qualquer outra entidade territorial administrativa)” (SÁNCHEZ, 2013, p. 29). Já o processo de AIA é entendido como as etapas necessárias para uma análise ambiental preventiva suficiente e útil (SÁNCHEZ, 2013). Acesse o conteúdo no AVA http://www.kaltura.com/tiny/0yejb 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L LOGO REFLITO PENSO, A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED, World Commission on Environment and Development), no relatório “Our common future” (Nosso futuro comum), definiu o desenvolvimento sustentável como a busca por “atender às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1987, p. 39). O que você vem fazendo para reduzir os impactos da sua rotina? Para ter uma maior organização dos métodos, a AIA dispõe de uma metodologia própria, visando a desenvolver uma pesquisa minuciosa sobre os impactos gerados no meio ambiente. Você tem um palpite sobre como é essa metodologia? Metodologias de AIA Para que seja possível analisar os impactos ambientais das atividades potencialmente poluidoras em um processo de AIA, foram criados métodos ou metodologias que permitem analisar detalhadamente os impactos. Não existe um método aplicável a qualquer contexto, por isso, é importante que você saiba que todos os métodos têm limitaçõese potenciais. Sendo assim, a definição do método de análise depende e relaciona-se com os recursos existentes (STEIN et al., 2018). Entre os métodos disponíveis, os mais comuns são: método Ad hoc, checklist, matrizes de interação, redes de interação, métodos de simulação e a combinação de mais de um método. Acesse o AVA e conheça cada um deles! Como visto, os métodos de AIA são fundamentais para a identificação dos impactos das atividades. Entretanto, além de identificar os impactos, é importante que eles sejam analisados e, segundo seus atributos, classificados de acordo com a sua importância. O quadro a seguir apresenta exemplos de atributos subdivididos em três categorias: magnitude, relevância e complementares. Processo de AIA: O processo de AIA é definido como um conjunto de procedimentos conectados de maneira lógica, com a finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos e fundamentar uma decisão a respeito (SÁNCHEZ, 2013). Glossário Acesse o conteúdo no AVA 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Portanto, a AIA é formada por um conjunto de ferramentas que ajudam na identificação dos impactos e, consequentemente, para que a decisão mais ambientalmente adequada seja tomada. Além disso, percebe-se que a análise e a classificação dos impactos são fundamentais para que a AIA possa cumprir seu papel de forma efetiva e para que sejam definidas as medidas adequadas para os impactos negativos, podendo ser, em ordem de prioridade: prevenção, mitigação e recuperação, também denominada hierarquia de mitigação. Figura 15. Identificação dos impactos Os impactos que requerem mitigação podem ser identificados ao longo de todo o processo. Entende-se, então, que o resultado do EIA de um projeto é geralmente sugestões para medidas de prevenção (controle) e atenuação ou mitigação, em vez de mudanças em decisões fundamentais, como os tipos de ações consideradas ou o tamanho ou a localização de um projeto proposto. No infográfico no AVA, você vai saber mais sobre esse assunto. TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Pronto para mais um teste dos seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e confira. As condições e recomendações precisam ser monitoradas e aplicadas para garantir a implementação e, portanto, a mitigação eficazes. Dessa forma, o conhecimento acerca dos tipos de medidas é fundamental, pois, após a tomada de decisão positiva para a emissão de licença de atividade ou empreendimento poluidor, deve-se fazer o acompanhamento da implementação de todas as medidas propostas, visando à redução ou à compensação dos impactos negativos e à valorização dos impactos positivos. Figura 16. Tomada de decisão positiva na implementação sustentável Acesse o conteúdo no AVA 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Diante do que foi visto até aqui, é possível concluir que a identificação e a avaliação dos impactos ambientais e dos estudos envolvendo licenciamento ambiental nas diferentes esferas são etapas fundamentais para comunicar as partes interessadas sobre as consequências daquilo que está sendo proposto. Ademais, com essa informação, é possível propor alternativas para que o meio ambiente seja levado em consideração na tomada de decisão de atividades poluidoras. Com esse conhecimento, você terá condições, a partir de agora, de aplicar as ferramentas de AIA e correlacionar medidas que visem a prevenir, potencializar ou mitigar os impactos ambientais das atividades. SE LIGA! A seguir, confira algumas dicas que complementarão os seus estudos e tudo o que você viu nesta unidade. (In)eficácia do princípio de precaução no Brasil Neste artigo, os autores buscam revisar o princípio de precaução no ordenamento nacional ante os acordos internacionais assumidos pelo Brasil. A leitura e o entendimento dessa temática permitem fazer uma conexão entre os conhecimentos sobre legislação aprendidos na unidade 1 e os aspectos de licenciamento ambiental aprendidos nesta Unidade. O ensino da avaliação de impacto ambiental no brasil: será só um “faz de conta”? Este artigo traz reflexões acerca do ensino da AIA e sua importância na eficácia desse instrumento. Para tanto, são analisados os planos de ensino de disciplinas que abordam AIA em cursos de engenharia ambiental, tendo como referência princípios de boas práticas. Além disso, propõe-se um protocolo de análise, categorizando o ensino da AIA em nove perfis. Princípios da melhor prática em avaliação do impacto ambiental Este guia norteador sobre prática de AIA foi desenvolvido a partir da XVI Conferência Anual da IAIA, em que se constatou a necessidade de especificar princípios e orientações para a avaliação de impactos como resposta a um interesse emergente em normas internacionais. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > EU PENSO O QUE Acesse o conteúdo no AVA Por isso, chegou o momento de refletir sobre tudo o que você viu durante esta unidade. Acesse o AVA e vamos lá! https://www.scielo.br/j/ea/a/3rvNkPQmLXHrdHJwpF8MD6h/?lang=pt&format=pdf https://www.scielo.br/j/asoc/a/8RGSBqrX6FJDG8gnmm65GCC/?format=pdf&lang=pt https://www.iaia.org/uploads/pdf/IAIA_Principios_pt.pdf 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Você concluiu mais uma unidade! Nesta unidade, você conferiu que, dentro da gestão ambiental e responsabilidade social, existem mecanismos reguladores e controladores das atividades nocivas ao meio ambiente. Agora, não deixe de praticar. O próximo passo é acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e responder as questões de estudo. Até a próxima etapa! Acesse o conteúdo no AVA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2004. Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2022. BRASIL. Lei complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605. htm. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em: 19 set. 2022. REFERÊNCIAS 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Procedimentos de Licenciamento Ambiental do Brasil. Brasília: MMA, 2016. Disponível em: http://pnla.mma.gov.br/images/2018/08/VERS%C3%83O- FINAL-E-BOOK-Procedimentos-do-Lincenciamento-Ambiental-WEB.pdf. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Resolução Conama n° 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 17 fev. 1986. Disponível em: https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-230186. PDF. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 247, 22 dez. 1997. Disponível em: https://www.legisweb. com.br/legislacao/?id=95982. Acesso em: 19 set. 2022. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2. ed. Brasília: TCU, 2007. BRUNDTLAND, G. H. Our common future: report of the World Commission on Environment and Development. Oxford, Oxford University Press, 1987. MOTTA, D. M; PÊGO, B. Licenciamento ambiental para o desenvolvimento urbano: avaliação de instrumentos e procedimentos. Rio de Janeiro: Ipea, 2013. PEETERS, L. J. M. et al. A spatial causal network approach for multi-stressor risk analysis and mapping for environmental impact assessments. Science Of The Total Environment, v. 802, p. 149845, jan. 2022. RINCÃO, V. P.; TRIGUEIRO, R. M. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficia de Textos, 2013. SILVA, C. A. Estudo de impactos ambientais. Curitiba: E-Tec Brasil, 2011. STEIN, R. et al. Avaliação de impactos ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018. Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock. SAGAH, 2022 Gestão ambiental e responsabilidade social O termo desenvolvimento sustentável surgiu a partir de uma inquietação: afinal, como nós vamos satisfazer as nossas necessidades sem prejudicarmos as gerações futuras? Você está chegando ao fim da disciplina Gestão ambiental e responsabilidade social. Neste momento, será apresentado o conceito de desenvolvimento sustentável, que você já deve ter ouvido falar. O termo foi cunhado no documento conhecido como Relatório Brundtland, intitulado “Nosso futuro comum”, no ano de 1987 (BRUNDTLAND, 1987). Além disso, serão abordados os estudos da Agenda 2030 para desenvolvimento sustentável, bem como o conceito e a relação da educação ambiental dentro desse cenário. Nesta unidade, você vai estudar a temática da Agenda 2030 sob uma dimensão sistêmica. Além disso, vai conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e relacionar a educação ambiental e suas implicações no desenvolvimento sustentável. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Agenda 2030 e os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável A rápida urbanização impulsionada pela globalização e o crescimento populacional trouxe problemas globais, como mudanças climáticas, escassez de recursos naturais, deterioração da saúde pública, e assim por diante. Desde 1970, a extração global de recursos mais do que triplicou, incluindo um aumento de cinco vezes no uso de minerais não metálicos e um aumento de 45% no uso de combustíveis fósseis (UN ENVIRONMENT PROGRAM, 2019). Figura 1. Agenda 2030 e os 17 ODS Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO O impacto das áreas urbanas e cidades na degradação ambiental, bem como das mudanças climáticas e das crises socioeconômicas, dominou o debate sobre sustentabilidade nas últimas décadas. Os assentamentos urbanos, habitados por 55% da população mundial, consomem grandes quantidades de energia, materiais e recursos naturais. Apesar de as cidades cobrirem apenas 3% da superfície do mundo, elas consomem 78% da energia mundial e emitem mais de 60% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) (SAIU; BLEčIć; MELONI, 2022). Figura 2. Degradação ambiental http://www.kaltura.com/tiny/0nydl 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Assim como o processo de industrialização, a urbanização representa um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, dois processos inter-relacionados que afetam profundamente o funcionamento e a estabilidade do ecossistema e, consequentemente, a qualidade de vida geral de mais da metade da população mundial. Portanto, a perspectiva de urbanização sustentável oferece grandes oportunidades para lutar contra a pobreza, a desigualdade, o desemprego, as mudanças climáticas e outros desafios globais prementes em vários níveis espaciais, do global ao local. Explore mais o assunto no conteúdo a seguir. 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Para enfrentar esses desafios interconectados, muitos indicadores de sustentabilidade urbana e ferramentas de avaliação foram desenvolvidos desde o início da década de 1990, quando a Agenda 21 local foi adotada no Rio de Janeiro. A Agenda 21 estabeleceu diretrizes internacionais para apoiar as autoridades locais na introdução de princípios de desenvolvimento sustentável nos domínios das práticas cotidianas de planejamento e gestão urbana. Isso foi feito por meio de metas mensuráveis, a serem alcançadas até 2021. Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para saber mais sobre isso. Acesse o conteúdo no AVA A partir da deliberação da Rio +20, começaram a ser elaborados objetivos visando a minimizar os impactos negativos da evolução humana. As Nações Unidas lançaram os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) em “Transformando nosso mundo”, um relatório de 2015 que estabeleceu o prazo de 2030 para acabar com a pobreza e a fome e abordar problemas ambientais, como as mudanças climáticas (GTSC, 2022). Claramente, o conceito de desenvolvimento evoluiu consideravelmente dos objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM) para os ODS, agora incluindo questões econômicas, ambientais e de governação. Como resultado, os ODS são muito diferentes em escopo, complexidade e ambição. O foco em não deixar ninguém para trás também parece colocar mais ênfase no desenvolvimento individual e nos direitos humanos do que anteriormente. Figura 3. Os ODS e a ênfase no desenvolvimento individual e nos direitos humanos Assim, em setembro de 2015, todos os 193 estados-membros das Nações Unidas adotaram um plano para alcançar um futuro melhor para todos – traçando um caminho (Agenda 2030) nos próximos anos para acabar com a pobreza extrema, combater a desigualdade e a injustiça e proteger o nosso planeta. Os ODS representam o primeiro acordo democraticamente forjado sobre desenvolvimento. Figura 4. Estados-membros da ONU adotam a Agenda 2030 Agenda 2030: Plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade que busca erradicar a pobreza e a fome em todos os lugares, combater as desigualdades dentro e entre países, construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas, proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas e garantir a proteção duradoura do planeta e de seus recursos naturais. Glossário 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Eles guiarão a agenda de desenvolvimento global até 2030. Ao contráriodos ODMs, que foram escritos pelo Secretariado da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 para moldar o desenvolvimento até 2015, os ODS surgiram não por meio da destilação de acordos políticos de conferências anteriores da ONU, mas sim por meio de negociações de governos. A Agenda 2030 representa, então, uma oportunidade sem precedentes para eliminar a pobreza extrema e colocar o mundo em uma trajetória sustentável. É comum que pesquisadores e meios de comunicação usem a Agenda 2030 como um objetivo geral de desenvolvimento sustentável, o que acaba causando alguma confusão. Na verdade, a Agenda 2030 é uma espécie de plano de ação para alcançar o equilíbrio entre a proteção do planeta e a prosperidade humana. Ela é composta de uma declaração, 17 objetivos (ODS) e 169 metas, bem como uma seção sobre meios de implementação e, finalmente, um arcabouço para acompanhamento e revisão”. (GALVAO, 202?) A estrutura da Agenda 2030 é composta de quatro principais tópicos, apresentados a seguir. 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Além disso, são definidos cinco pilares para a Agenda, também denominados 5 Ps do desenvolvimento sustentável. Curioso para saber quais são? Então confira no AVA! Acesse o conteúdo no AVA TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira. O desenvolvimento sustentável, então, busca a eficiência econômica, mas, ao mesmo tempo, a eficiência social e ecológica — um tripé de coisas que devem caminhar juntas. O desenvolvimento sustentável pode ser atingido com um conjunto de políticas capazes de, simultaneamente, garantir o aumento da renda nacional, o acesso a direitos sociais básicos (segurança econômica, saúde e educação) e a redução do impacto do aumento da industrialização e do consumo sobre o meio ambiente. Por isso, no centro da Agenda 2030, estão os 17 ODS, que definem claramente o mundo que queremos – aplicando-se a todas as nações e não deixando ninguém para trás. Os ODS tiveram como base as oito metas dos ODMs. Eles são o resultado da revisão dos ODMs, atingidos ou não, quando chegou a data-limite de 2015. Figura 5. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável Os objetivos revisados, os ODS, receberam uma nova data-limite, o ano de 2030. Os novos objetivos foram criados para combater os desafios econômicos, sociais e ambientais do nosso planeta. Para tanto, foram definidas as prioridades para 2030. Existem diferenças entre os ODS com relação aos ODMs. Você sabe quais são? Veja a seguir. 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Os ODS resultaram de um processo mais inclusivo do que nunca, com governos envolvendo empresas, sociedade civil e cidadãos desde o início. Cumprir essas ambições exigirá um esforço sem precedentes de todos os setores da sociedade – e as empresas devem desempenhar um papel muito importante nesse processo. A ideia conceitual é que um conjunto definido de objetivos globais abrangentes fornecerá uma força unificadora na governança da sustentabilidade global. Nesse contexto, os ODS são o resultado do engajamento de estados-membros da ONU, das pesquisas com milhares de pessoas e da comunidade internacional, em um processo que levou três anos para ser concluído. Eles reconhecem que acabar com a pobreza e outras privações deve estar intimamente ligado a políticas para melhorar a saúde e a educação, reduzir a desigualdade e estimular o crescimento econômico – combatendo, ao mesmo tempo, as mudanças climáticas e trabalhando para preservar nossos oceanos e florestas (ARAVINDARAJ; CHINNA, 2022). No infográfico a seguir, você vai conferir as temáticas de cada um dos objetivos. ODS: Os objetivos de desenvolvimento sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Glossário 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L No quadro da Agenda 2030, cada administração local é chamada a implementar ações em nível local, abordando os desafios e prioridades específicos do contexto por meio de um processo de adaptação e localização dos ODS, definido como “operacionalização dos ODS”. Figura 6. Prédio da sede da ONU em Nova York com projeção dos ODS Essa operacionalização é crucial para orientar os formuladores de políticas e profissionais para o planejamento do terreno e a elaboração de políticas, uma vez que cerca de 65% das 169 metas por trás dos 17 ODS não serão alcançadas sem o envolvimento dos governos locais e regionais (SAIU; BLEčIć; MELONI, 2022). No entanto, a operacionalização dos ODS é um empreendimento desafiador, visto que não é uma tarefa trivial para os governos locais adaptar suas práticas estabelecidas de formulação e avaliação de políticas em planos e ações especificamente direcionados aos ODS em escala local. Por isso, uma característica vital da Agenda é a concepção de desenvolvimento social e econômico dependente dos recursos naturais e do meio ambiente, encarada como uma questão de responsabilidade compartilhada. Assim, é necessária uma cooperação perseverante para enfrentar as principais questões científicas e políticas. Tal ação coletiva requer parcerias público-privadas e transformações em vários níveis (BOTO- ÁLVAREZ; GARCÍA-FERNÁNDEZ, 2020). Figura 7. Desenvolvimento social e econômico LOGO REFLITO PENSO, Você sabe qual é a situação atual do nosso planeta nas dimensões ambiental, social e econômica, já que os 17 ODS surgiram para equilibrar esses três pilares? 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Os ODS no Brasil A ONU enfatizou que alcançar as metas dos ODS exigiria ação coletiva e parcerias entre governos e organizações do setor privado. No entanto, os estudiosos argumentaram que os atuais modelos de negócios de empresas baseados no consumo e na produção eficientes de recursos estão essencialmente promovendo inúmeras práticas de negócios insustentáveis. Figura 8. O alcance das metas dos ODS está ligado à ação coletiva e a parcerias entre governos e organizações do setor privado Pensando em tudo o que você viu até aqui, a Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável fornece uma estrutura importante para a ação econômica, social e ambiental. Além disso, foi estruturado um sistema de indicadores abrangente para ajudar na implementação sistemática e no monitoramento do progresso em direção aos ODS. Contudo, infelizmente a sua implementação é limitada em muitos países, como no Brasil. O governo brasileiro estabeleceu uma comissão nacional dos ODS, incluindo 32 representantes da sociedade civil e do governo. Além disso, criou uma página na internet na qual estão sendo apresentadas as ações para implementação dos ODS. Com o objetivo de incentivar, promover e dar visibilidade às práticas que contribuem para o alcance dos ODS no Brasil, também foi instituído pelo governo brasileiro o Prêmio ODS Brasil. Figura 9. Prêmio ODS Brasil O Prêmio ODS Brasil tem como objetivo promover práticas que contribuam para o cumprimento da Agenda 2030 no país. O prêmio também contribuirá para a consolidação de um banco de dados de boas práticas, que servirá de referência na implementação e divulgação da Agenda 2030 (UNITED NATIONS, 2022). Veja a seguir essas práticas. 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A padronização do monitoramento dos indicadores globais é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que representa os países do Mercosul e o Chile no Grupo Interinstitucional e de Especialistasem Indicadores dos ODS (IAEG-SDGs) (UNITED NATIONS, 2022). Segundo o Instituto Ethos (2022), o Brasil estimula, por meio de políticas públicas claras, a concepção de instrumentos que envolvem tanto empresas quanto a sociedade no trabalho de construção de um sistema sustentável, especialmente do ponto de vista da mudança comportamental. Um exemplo de medida eficiente é: [...] transformar em regras as boas práticas empresariais, nas suas diversas searas – seja no modo de produção, seja na substituição de recursos naturais –, consolidando-as como padrão geral. E os meios que podem ser utilizados para transformar boas práticas em normas são a regulamentação pública e a autorregulação setorial, muitas vezes utilizadas conjuntamente”. (INSTITUTO ETHOS, 2022, on-line) Nesse sentido, a inferência das políticas públicas aproveitaria as organizações já comprometidas, incentivando, assim, ações estruturais que teriam como resultado mudanças acentuadas nos perfis da produção, do consumo e da distribuição de renda. Entretanto, apesar dos esforços aparentemente desenvolvidos, dados do V Relatório Luz 2021 mostram que o Brasil não avançou nos 17 ODS da Agenda 2030 das Nações Unidas (GTSC, 2021). Cento e seis especialistas de diversas áreas analisaram a implementação dos ODS no Brasil e fizeram recomendações para que o país alcance a meta até 2030, cumprindo seu compromisso com a ONU. Figura 10. V Relatório Luz 2021 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O relatório de 2021 indica que nenhuma das 169 metas teve avanço suficiente: 92 delas tiveram retrocessos, 27 estão paralisadas e 13 mostram avanços insatisfatórios. As demais metas não foram mencionadas por insuficiência de dados. Segundo consta no Relatório: O Brasil, apesar de ter assumido um compromisso similar ainda em 1988, com a promulgação da atual Constituição Federal, está hoje entre os países que mais se distanciam da Agenda 2030, como mostra a V edição do Relatório Luz da Sociedade Civil”. (GTSC, 2021, p. 6) Acesse o conteúdo no AVA Mas há algum local de consulta desse monitoramento? A resposta é sim. Os indicadores referentes aos ODS estão dispostos a partir do dashboard on-line, que você pode consultar diretamente neste site. Alcançar o desenvolvimento sustentável tem sido dificultado por trade-offs em favor do crescimento econômico em detrimento do bem-estar social e da viabilidade ecológica, o que também pode afetar os ODS. Além disso, contradições duradouras entre os objetivos, as abordagens isoladas ou as complexidades da implementação indicam que a localização dos ODS pode ficar aquém do objetivo transformador de não deixar ninguém para trás (BUTCHER; ACUTO; TRUNDLE, 2021). Mas, aconteça o que acontecer, a Agenda não contém apenas objetivos e metas, pois também aborda o desafio da implementação e, mais importante, uma estrutura para acompanhamento e revisão. Isso é crucial e requer estudos customizados, uma vez que nem sempre os índices gerais parecem ser os melhores indicadores para medir o real progresso da Agenda 2030 e dos referidos ODS. Figura 11. A Agenda conta com acompanhamento e revisão Confira no AVA em quais áreas o Brasil apresenta retrocessos em relação as ODS. https://dashboards.sdgindex.org/profiles/brazil 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Atingir esses objetivos só é possível ao se reduzir a pobreza, a fome, as disparidades de gênero e as desigualdades, além de aumentar a gestão sustentável dos recursos a partir da conscientização sobre os impactos das atitudes individuais para o todo. Nesse cenário, a educação ambiental tem sido historicamente um mecanismo eficaz de combate à degradação ambiental por meio da mudança de conhecimentos, preocupações e comportamentos dos indivíduos. Educação ambiental e suas implicações no desenvolvimento sustentável Educação e desenvolvimento sustentável são conceitos que não têm resultado ou consequência imediata. Ambos os conceitos, igualmente importantes, estão estruturados na preocupação com o futuro, apoiados na defesa da resiliência; ou seja, visam a estabelecer atos contextuais que, juntos, possam fornecer cenários capazes de “servir” às sociedades futuras. É nesse sentido que se inicia o debate sobre a educação como fator primordial a ser observado para a efetivação do desenvolvimento sustentável. Figura 12. Educação Ambiental e a efetivação do desenvolvimento Chegou a hora de mais um vídeo! Acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado para saber mais sobre a educação ambiental. LOGO REFLITO PENSO, Vários fatores, incluindo as características do programa e do aluno, provavelmente influenciam a eficácia da educação ambiental. Ao melhorar nossa compreensão de quando a educação ambiental é mais eficaz, seremos capazes de otimizar os programas disponíveis e, ao fazê-lo, aprender lições importantes sobre os processos de aprendizagem e mudança de comportamento dos alunos de forma geral. Mas como otimizar esse processo? https://imersys.h5p.com/content/1291805010889122807/embed 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A educação ambiental ganhou importância como ferramenta de propagação e conscientização quanto à preservação do meio ambiente, principalmente nas últimas décadas. Ela surgiu como uma ferramenta para a sociedade questionar e impor limites aos problemas ambientais da época. Diante desses problemas crescentes, a ideia de uma educação voltada para o quadro ambiental impregnou as metas políticas e o contexto pedagógico (MATOS; BATISTA; PAULA, 2019). A relação entre esses dois campos resultou no ODS número quatro proposto pelas Nações Unidas, que visa ao aprimoramento geral da educação lato sensu e ao avanço da implementação do desenvolvimento sustentável em uma das áreas mais essenciais da sociedade, a sustentabilidade, que, em seu cerne, carrega o princípio da posteridade. Figura 13. Princípio da sustentabilidade Que tal saber mais sobre o caráter de posteridade? Explore a seguir. 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Cabe destacar que a concentração populacional, o saneamento, os resíduos e a contaminação da água e do solo são alguns dos problemas a serem trabalhados pela educação ambiental. Por isso, atualmente, a educação ambiental assume um caráter mais amplo, embasada na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vistas à construção de um futuro planejado sob uma lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista). Nesse contexto, a educação ambiental é uma ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável. Figura 14. Educação ambiental como ferramenta para o desenvolvimento sustentável Assim, fica clara a ideia de que a educação, nos seus mais diversos níveis, dotada de caráter inclusivo e acessível a todos os homens, dentro da dignidade humana, é um fator crucial para a concretização de todos os ODS, ressaltando a importância do desenvolvimento sustentável. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL No contexto brasileiro, a educação já havia sido abordada como direito fundamental e infungível pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2020), em seu artigo 5º, que diz respeito à educação e seus resultados em detrimento do desenvolvimento sustentável, ensejando a abordagem de pontos importantes, como acessibilidade, políticas públicas e índices oficiais de desenvolvimento humano com primazia para a educação. Figura 15. Educação Ambiental promovida por diversos agentes 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A educação ambiental no Brasil surge como educação não sistemática, fora do âmbito do Estado, muito antes da sua institucionalização no governo federal. No Brasil, houve um influente e persistente movimento de educação ambiental conservacionista até o início da década de 1970, estimulado pelosmovimentos internacionais ecologistas que agitavam a Europa e os Estados Unidos entre as décadas de 1960 e 1970 do século passado. Figura 16. Educação ambiental no Brasil A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal (BRASIL, 1999). A educação ambiental foi regulamentada pela Lei nº 9.795, em abril de 1999, que estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental. Educação ambiental: A educação ambiental compreende os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua sustentabilidade. Glossário A Diretoria de Educação Ambiental foi instituída no Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 1999, para desenvolver ações a partir das diretrizes definidas pela lei, cuja regulamentação define que a coordenação da Política Nacional de Educação fica a cargo de um órgão gestor, dirigido pelos ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação”. (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 81) Nesse cenário, a questão da educação reflete não apenas nas falas sobre o desenvolvimento sustentável como fator de posteridade, mas também atua como panaceia para as doenças frágeis e fragilidades da desestruturação humana, agindo como participante do espaço no contexto histórico. Além disso, a educação deve garantir a técnica, a expertise e o conhecimento necessário para o exercício das metas estabelecidas na Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. 1 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Vamos ver se você já está craque no conteúdo? Acesse o AVA e confira. Já que foi apresentada a Política Nacional de Educação Ambiental, é interessante ressaltar quais são os princípios básicos da educação ambiental (BRASIL, 1999, on-line). Concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. Princípio I Enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. Princípio II Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade. Princípio III Vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais.Princípio IV Garantia de continuidade e permanência do processo educativo.Princípio V Permanente avaliação crítica do processo educativo.Princípio VI Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais. Princípio VII Reconhecimento e respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.Princípio VIII 2 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Poder público Órgãos do Sisnama Definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental e promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, na recuperação e na melhoria do meio ambiente. Promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais desenvolvidos. Promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente. Instituições educativas Figura 18. Educação ambientalFigura 17. Poder público Figura 19. Ações de educação ambiental Meios de comunicação Sociedade Colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação. Promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente. Manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Empresas, entidades de classe, instituições Figura 21. Capacitação dos trabalhadoresFigura 20. Meios de comunicação em massa Figura 22. Sociedade A referida lei traz, ainda, algumas responsabilizações, tendo-se em vista o direito de todos à educação, conforme apresentado a seguir. 2 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O desafio é levar em consideração os diferentes espaços e tempos de se fazer educação ambiental, sem relativizar discursos e práticas de acordo com a situação e os interesses que possam estar em pauta. Nesse contexto, as ações de educação ambiental podem ser apropriadas e servir de instrumento de justificativa e validação de práticas socioambientais injustas e impactantes. Figura 23. Desmatamento Segundo a Política de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), os objetivos fundamentais da educação ambiental são: 2 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Pode-se dividir a educação ambiental em duas categorias: formal e não formal, conforme o infográfico a seguir. 2 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Para alcançar os objetivos da educação ambiental, é preciso focar no estímulo e no fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social. Mesmo não caracterizando o objetivo principal, quando se atinge o fortalecimento de uma consciência crítica, dá-se um passo para todos os demais objetivos propostos em lei. Figura 24. Consciência crítica sobre a problemática ambiental e social É importante ressaltar o papel do educador no processo de educação ambiental formal. A afetividade é fundamental para que o aluno (independentemente do nível) tenha um interesse mínimo pelo processo e sinta-se parte dele. É necessário, ainda, superar a visão fragmentada da realidade, a fim de ter e gerar uma visão espacial integrada. Por fim, o papel do educador é essencial para a transformação de valores e a criação de novos hábitos e culturas, que devem ser transmitidos através das gerações. No vídeo “De olho no professor”, você vai saber mais sobre a educação ambiental. Acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e fique por dentro do assunto. NO PROFESSOR DE OLHO De modo geral, é importante trazer um ponto interessante: rever e avaliar o sistema nacional de ensino em relação à sua integração da sustentabilidade ambiental é uma necessidade emergente para todos os países focados em alcançar os ODS (OBRECHT; FEODOROVA; ROSI, 2022). Nesse sentido, o ODS quatro reconhece o papel da educação na promoção de desenvolvimento sustentável, estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, responsabilidade social, economia circular e economia e sociedade. http://www.kaltura.com/tiny/0ioah 2 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A educação ambiental, por si só, não é garantia de desenvolvimento sustentável, mas sim um pressuposto capaz de solidificar as habilidades e os conhecimentos necessários que podem afetar os objetivos da Agenda 2030, a inclusão e a educação igualitária e de qualidade. Figura 25. Educação ambiental na sociedade Todo o cenário está direcionado para o contexto em que o indivíduo, sendo assistido por uma educação inclusiva, equânime e de qualidade, poderá, por meio de suas potencialidades, contribuir para os atos de desenvolvimento sustentável. Portanto, a educação é um instrumento, e não um remédio. A educação é o pilar, a pedra de toque que constrói o conhecimento, a visão crítica e a formação especializada, capaz de afetar a resiliência ecológica, social e econômica em geral. LOGO REFLITO PENSO, A educação ambiental busca promover a consciência tanto da preservação quantoda cidadania. O ser humano deve passar a entender, desde cedo, que precisa cuidar e preservar a natureza, pois o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais. Acerca disso, reflita: como é trabalhado o tema educação ambiental nas escolas? Você estudou esse conteúdo no ensino primário ou fundamental? PAUSA PARA UM CAFÉ Até o momento, foram apresentados variados pontos essenciais sobre os ODS. Agora, chegou a hora de se aprofundar ainda nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA e aperte o play para ouvir o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada, Moema Pauline Barão Septanil. Está imperdível! Acesse o conteúdo no AVA 2 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Diante do contexto apresentado nesta disciplina de modo geral, é preciso que você entenda quão necessário é identificar novos caminhos. Apesar de definidos, os ODS ainda encontram barreiras e desafios para serem alcançados. A educação ambiental pode colaborar para construirmos pensamentos integrados, responsáveis e que direcionem para a consciência ecológica por meio de novas formas de agir e interagir. Figura 26. Educação ambiental no mundo A partir da sensibilização, cada pessoa passa a enxergar e realizar seus compromissos sociais e individuais diante das dinâmicas cotidianas, podendo cobrar atitudes sustentáveis dos demais setores (público, privado). Assim, dentro do tripé da sustentabilidade, estaremos mais próximos do socialmente justo, ecologicamente correto e economicamente viável. EU PENSO O QUE Que tal checar se o conteúdo visto até aqui ficou fixado? Retorne ao AVA e responda novamente a pergunta do início da unidade. Acesse o conteúdo no AVA Como visto, o desenvolvimento sustentável tem sido um importante objetivo político para a comunidade internacional há mais de três décadas. Ainda assim, o estado do planeta continua a piorar. Tanto os ODS quanto a educação ambiental vêm sendo pontos de destaque na busca por um mundo mais adequado ambientalmente. Figura 27. Desenvolvimento sustentável 2 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Nesse contexto, é possível concluir que a gestão ambiental e a responsabilidade social caminham lado a lado para a proteção do meio ambiente. Ultrapassando o conceito de preservação total dos sistemas ambientais, reforça-se a importância de que que tenhamos um olhar crítico, entendendo que a intervenção do homem para o atendimento de suas necessidades de desenvolvimento deve sempre priorizar os princípios da sustentabilidade, ou seja, garantir que tanto a geração atual quanto as gerações futuras tenham um ambiente saudável e equilibrado. SE LIGA! Você chegou não só ao fim da unidade, mas também ao fim da disciplina. Para complementar seus estudos com chave de ouro, explore os materiais extras, que trazem um plus para você. O papel das universidades no alcance dos ODS no cenário do “pós”-pandemia A relação entre produção de conhecimento e melhoria de vida é cada vez mais urgente, motivo pelo qual o papel das instituições de ensino é fundamental. A alocação de recursos para financiamento de pesquisa deverá ter a Agenda 2030 como uma bússola para aumentar a relevância e os benefícios da ciência e da tecnologia para a sociedade. Veja maiores informações neste artigo. Educação ambiental nas escolas da rede municipal de ensino de Campo Grande, Mato Grosso do Sul Este artigo tem como objeto a educação ambiental, tal como vem se desenvolvendo na Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com o propósito de apreender a sistematização da educação ambiental na escola pública contemporânea. Programas de Gestão Ambiental Escolar (PGAE) como instrumento para a promoção da educação para o desenvolvimento sustentável (EDS) Muito se fala sobre o desenvolvimento de projetos na educação infantil e de sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo, afetivo-social e perceptivo- motor da criança. Esse é o posicionamento que orienta esse estudo, que assinala a importância da continuidade do trabalho com projetos de leitura também no ensino fundamental, com foco na união entre educação ambiental e desenvolvimento sustentável. Leia mais sobre o tema a seguir. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > https://www.scielo.br/j/aval/a/ZknV7BndhN5MMmmYbHvQRtt/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ciedu/a/Zzcj33SZ5kztzcg4t43ktrL/?lang=pt https://ws2.institutoivoti.com.br/ojs/index.php/licenciaeacturas/article/view/194/202 2 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Parabéns, você concluiu a disciplina Gestão ambiental e responsabilidade social! Agora, aplique o conteúdo estudado em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. Mas não se esqueça das últimas questões de estudo no AVA, ok? Nos vemos em uma nova oportunidade. Até mais! Acesse o conteúdo no AVA AGENDA 2030. GTSC, [2022]. Disponível em: https://gtagenda2030.org.br/ods/. Acesso em: 16 set. 2022. ARAVINDARAJ, K.; CHINNA, P. Rajan. A systematic literature review of integration of industry 4.0 and warehouse management to achieve Sustainable Development Goals (SDGs). Cleaner Logistics and Supply Chain, v. 5, p. 100072, dez. 2022. BOTO-ÁLVAREZ, A.; GARCÍA-FERNÁNDEZ, R. Implementation of the 2030 Agenda Sustainable Development Goals in Spain. Sustainability, v. 12, n. 6, p. 2546, 24 mar. 2020. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 out. 2022. BRASIL. Lei nº 9.795, 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção III, 1999. BRASIL. Ministério da Educação (MEC). 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Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock. SAGAH, 2022 Gestão ambiental e responsabilidade social 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Gestão ambiental e responsabilidade social Você sabia que seus hábitos diários influenciam o ambiente em que você vive? A degradação do ambiente pelo ser humano ocorre há anos e por diferentes motivos, como ocupação desordenada, lançamento de efluentes nos corpos hídricos e lançamento de gases na atmosfera. Por isso, pense na relação das atitudes com os impactos ambientais e em como trazer ações mais responsáveis para o cotidiano, em prol da sustentabilidade. Figura 1. Reflexão sobre o crescimento populacional O crescimento populacional mal planejado tem resultado em uma maior demanda por recursos naturais. Cada vez mais, a situação ambiental vem se agravando em função do crescimento populacional e da forma como a população vive, o que desencadeia mudanças nos ambientes naturais, provocando alterações em ecossistemas e atrapalhando a conservação do equilíbrio natural. É importante, então, analisar o conjunto de fatores envolvidos e as maneiras de tornar mínimos os impactos das ações antrópicas para que seja possível viver em sustentabilidade. Nesse contexto, a gestão ambiental busca identificar mecanismos para reduzir ao máximo o efeito dos impactos ambientais negativos das atividades antrópicas no meio ambiente. Por isso, nesta disciplina, você vai estudar a relação do ser humano com o meio ambiente e como continuar desempenhando nossas funções de forma sustentável, a partir da correta gestão ambiental e da responsabilidade social. Trilha de aprendizagem Contudo, para enriquecer essa discussão, você terá um caminho a percorrer até a linha de chegada. Por isso, para auxiliar essa empreitada, você contará com 14 seções personalizadas. Veja cada uma delas a seguir e dê start nos seus estudos. 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Trilha de aprendizagem GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL COM O PÉ DIREITO Este será o primeiro passo de cada uma das aulas. Não é à toa que o nome desta seção é “Com o pé direito”. Neste momento, você poderá conhecer um pouco mais sobre o tema da aula por meio de um vídeo. Além disso, você vai conhecer o estudo de caso a ser trabalhado durante a aula. Portanto, preste bem atenção em cada detalhe. O QUE EU PENSAVA Esta será sua primeira atividade da aula. A partir do estudo de caso, visto na seção “Com o pé direito”, você vai registrar suas primeiras percepções sobre o conteúdo. Feito isso, você pode salvar sua resposta para comparar ao final da aula e conferir sua bela trajetória de conhecimento. NO PROFESSOR DE OLHO Neste espaço, você terá uma videoaula, na qual vai poder compreender conceitos sobre o conteúdo de uma forma leve e dinâmica. Fique de olhos bem abertos, pois esse recurso pode aparecer a qualquer momento das aulas. PAUSA PARA UM CAFÉ Este é o momento para dar o play em um podcast. Nele, você vai acompanhar um bate-papo com convidados experientes da área sobre a aplicação de uma temática ligada ao conteúdo. PENSO, LOGO REFLITO Este recurso será apresentado para que você reflita sobre alguma questão específica do conteúdo, a fim de trazer suas experiências e vivências à tona, melhorando sua compreensão em cada aula. Afinal, é refletindo que existimos. 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Nesta trilha, você também contará com a participação de alguns convidados que atuam em diversas áreas do conhecimento e agregarão ainda mais valor ao processo de aprendizagem. Portanto, siga em frente e conheça as surpresas que esperam por você. Desafios são importantes para a jornada de aprendizado, então se prepare para tirar a prova dos nove ao longo de cada aula. Vamos ver se você está fera no conteúdo! Mais importante que saber algo é conhecer a sua aplicabilidade. Por isso, nas intervenções desta seção, você poderá realizar uma série de atividades práticas com objetos 3D ou em laboratórios virtuais. Você se sentirá imerso em grandes experiências. Nesta seção, continue explorando os tópicos do conteúdo por meio dos materiais complementares indicados em cada aula. Acompanhe, nesta seção, as referências utilizadas na construção de cada aula. Como o aprendizado é contínuo, é sempre bom ter uma ajudinha nas definições importantes, não é mesmo? Além de o glossário aparecer ao longo do conteúdo, você pode conferir, no canto superior de cada aula, um resumo das definições de toda a disciplina. Graças à tecnologia, é possível estar em vários locais e explorá-los em todos os detalhes. No Tour 360°, você visitará muitos lugares sem sair de casa e ainda poderá aprender a cada descoberta. Depois de muito conteúdo, chegará a hora de concluir o estudo de caso exposto no início da aula. Vamos ver se você entendeu tudo direitinho para resolver o problema em questão. Nesta disciplina, você terá todo o conteúdo à sua disposição off-line. Por isso, nesta seção, você poderá realizar o download do e-book de cada aula e ter tudo na palma da mão. TOUR 360 ° O QUE EU PENSO GLOSSÁRIO NA PALMA DA MÃO Após cada aula, você poderá praticar ainda mais por meio das questões de estudo, que estarão disponíveis em seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA). QUESTÕES DE ESTUDO PROVA DOS NOVE TIRANDO A NA PRÁTICA FOCO SE LIGA! REFERÊNCIAS 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Compreender os principais processos e mecanismos de alteração no meio decorrentes das atividades antrópicas. Objetivo 5 PROFESSORA OBJETIVOS D E APRENDIZAGEM DA DISCIPL INA Engenheira ambiental e de segurança do trabalho. Mestra em engenharia urbana, especialista em docência e metodologia no ensino superior e em gestão de projetos, com MBA em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável. ANA CARLA FERNANDES GASQUES Identificar a relação entre meio ambiente e sustentabilidade. Objetivo 1 Conhecer o processo de licenciamento ambiental de atividades poluidoras e as principais metodologias de avaliação de impacto. Objetivo 2 Definir sistemas de gestão ambiental e conhecer certificações. Objetivo 3 Analisar os aspectos ambientais envolvidos na cadeia produtiva e considerá-los na tomada de decisão. Objetivo 4 Discutir a temática da Agenda 2030 sob uma dimensão sistêmica. Objetivo 6 PAUSA PARA UM CAFÉ Nada melhor do que ter uma playlist para chamar de sua, não é mesmo? Por isso, tenha um rápido acesso a ela a cada “Pausa para um café” ao longo da disciplina. Certamente, você vai querer maratonar mais de uma vez os episódios. Então, acesse o AVA para ter um spoiler de cada unidade. Não se esqueça de acompanhar cada conteúdo apresentado nas unidades com atenção, além de realizar as atividades propostas, a fim de atingira linha de chegada na sua jornada de aprendizagem em gestão ambiental e responsabilidade social e contribuir para que o mundo se torne um lugar melhor. Bons estudos! Acesse o conteúdo no AVA Um percurso que levará você a entender a gestão ambiental e a responsabilidade social. Essas duas temáticas estão diretamente relacionadas, de modo que se contrapõem ao longo do tempo. Existem temas que são bases de conhecimento para que você compreenda a importância de uma boa gestão ambiental e como o ser humano é diretamente responsável pelo meio ambiente no qual está inserido. Nesse sentido, estudar o desenvolvimento sustentável, bem como identificar a causa para terem sido criados instrumentos e/ou princípios visando à proteção ambiental, é indispensável para que você domine o assunto e aplique-o durante a sua profissão. Por isso, nesta unidade, você vai conhecer as principais legislações ambientais e identificar a relação entre meio ambiente e sustentabilidade. MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A evolução histórica do contexto ambiental Diariamente, fala-se sobre a poluição ambiental e seus impactos no nosso cotidiano: desmatamento, poluição do ar, poluição sonora, enchentes e deslizamentos. Você já parou para prestar atenção nessas notícias? Esses eventos estão diretamente relacionados com a degradação ambiental exagerada, em virtude do aumento desordenado da população e da falta de medidas para reduzir os impactos ambientais. Figura 2. A evolução histórica do contexto mundial Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO http://www.kaltura.com/tiny/0qob2 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Contudo, o que não costuma ser destacado é que a crise vivenciada hoje impulsiona tanto problemas ambientais quanto problemas de saúde e de planejamento urbano. Por isso, é preciso identificar formas de reduzir os impactos das nossas ações no meio ambiente. A preocupação com a proteção ambiental teve início na década de 1960 e vem sendo cada vez mais integrada à agenda política internacional, em função, principalmente, da disponibilidade de recursos, ou da falta destes. Você deve estar pensando: mas por que se sofre com a falta de recursos hoje? Para entender esse questionamento, é necessário conhecer um pouco sobre a história da humanidade e sua evolução. Figura 3. Humanidade e sua evolução De acordo com Meckling e Allan (2020), diferentes visões abordam a relação entre o homem e o meio ambiente: Abordagem do limite do crescimento Indica que o homem e o meio ambiente estão em desordem, forçando uma investigação pelo equilíbrio entre o crescimento econômico e a mitigação das variações climáticas. Terceira visão Afirma que a política climática pode incentivar o crescimento econômico, sugerindo uma relação de complementaridade. Abordagem neoclássica Enxerga a relação entre ambiente e crescimento como complementar e fraca; desse modo, conservar o capital natural é imprescindível para impedir declínios futuros no crescimento econômico. Com o passar dos anos, o desenvolvimento do trabalho passou a exigir mais do homem, a atividade extrativista recebeu mais notoriedade e as atividades de caça e pesca foram diminuídas. Por isso, o homem, até então nômade, passa a ser sedentário, fixando-se em um local e mudando aquele ecossistema para ter mais espaço para produção. Nesse período, foram formadas as primeiras sociedades organizadas. 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Dessa forma, durante a Revolução Industrial, os recursos naturais, antes vistos como fonte de sobrevivência, começaram a ser vistos como fonte produtora de bens, riquezas e materiais. Iniciou-se, então, o consumo de forma desenfreada. Os avanços em tecnologia, medicina e produção de alimentos consentiram o aumento do consumo, de modo que estava instaurada a era do capitalismo industrial. Para saber mais sobre esse assunto, acesse o infográfico diretamente no AVA. A transição da manufatura para a indústria mecânica, gerando o aumento da produção e a ascensão de novas tecnologias, alterou o modo de vida no planeta”. (POTT; ESTRELA, 2017, p. 271) LOGO REFLITO PENSO, Até esse período, poucos episódios indicavam a relação entre o crescimento populacional desordenado e os seus impactos na população, na saúde e no meio ambiente. Entenda melhor sobre esse assunto acessando a linha do tempo disponível no AVA. A história da humanidade pode ser analisada sob a perspectiva das diferentes formas de produzir e acumular riquezas (extração, pecuária, agricultura, manufatura) e sob a sua distribuição ao longo da história. Inicialmente, essa relação era considerada harmoniosa, pois eram extraídos os recursos necessários apenas para a sobrevivência. Entretanto, o crescimento da população, aliado ao desenvolvimento econômico, fez os recursos naturais serem consumidos não somente para a sobrevivência, e sim como fonte de riqueza e ostentação. Isso se agravou após a Revolução Industrial, marco histórico da degradação ambiental. Essa realidade, infelizmente, é refletida até hoje. Acesse o conteúdo no AVA Acesse o conteúdo no AVA Você já deve ter percebido o quanto o desenvolvimento das práticas de trabalho influenciou o homem de forma geral ao longo dos períodos e a sua relação com a natureza, certo? No entanto, os conhecimentos necessários para que você conclua este nível não param por aqui. 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A década de 1990 foi o período de maior incentivo à sensibilização ambiental na maioria dos países. Dois marcos podem ser citados sobre essa década: a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1983, e, escrito a partir dela, o Relatório Brundtland, publicado com o título “Nosso futuro comum”, cujo foco era a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável (SOUZA; SACCOL, 2015). Nesse momento, surgiu a definição de desenvolvimento sustentável. Figura 4. Representação figurada da construção de um mundo mais sustentável Desenvolvimento sustentável: De acordo com o Ministério Público Federal (BRASIL, 2004, p. 8), o desenvolvimento sustentável diz respeito ao “ideal de desenvolvimento econômico ecologicamente viável e socialmente justo”. Esse desenvolvimento é submetido a valores e metas de qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. Glossário Além disso, a partir de então, passou-se a realizar conferências, como a maior conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente: a Rio-92, na qual foram feitos acordos em prol da qualidade de vida e do futuro do planeta. Um desses acordos é a Agenda 21, que definiu objetivos e metas para os principais problemas ambientais. Outro marco importante foi a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, na qual foi instituído o Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa. Figura 5. Conferência da ONU sobre meio ambiente: a Rio-92. Entre as legislações internacionais, na década de 1990, foram criadas: a lei de avaliação de impacto ambiental (AIA), em 1990, na Alemanha e, em 1992, na República Tcheca; a regulação da AIA para atividades específicas na Hungria, em 1993; a lei de AIA, em 1997, em Hong Kong e, em 1999, no Japão. 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Como você viu até aqui, a preocupação com o meio ambiente foi ganhando destaque com o passar dos anos em decorrência dos impactos resultantes das atividades humanas. Nesse contexto, a visão sobre o meio ambiente, queaté então era algo à parte do desenvolvimento humano, passou a ser algo mais global, envolvendo todos os aspectos da sociedade. Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e veja se você está craque em gestão ambiental. Com o passar do tempo, a preocupação com o meio ambiente muda de perspectiva e passa a relacionar também a melhoria dos processos produtivos, a fim de minimizar os impactos ambientais. Contudo, apesar da evolução da preocupação com as questões ambientais, o crescimento econômico ainda tem se fundamentado no “uso não sustentável”, visto que o século XXI teve início com uma queda no ritmo do incentivo às políticas ambientais (POTT; ESTRELA, 2017). A seguir, conheça marcos importantes dentro das políticas ambientais. 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Conceitos básicos Você compreendeu como a evolução do homem também foi interferindo na sua relação com o meio ambiente, não é mesmo? Mas você deve estar se perguntando: “o que é meio ambiente?”; “qual é a diferença entre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável?”. Antes de você se aprofundar um pouco mais no assunto e conhecer as principais definições envolvendo gestão ambiental e meio ambiente, atente-se: os conceitos variam conforme o ramo de atuação, pois não existem definições consensuais entre todas as áreas. Por isso, você vai se basear em definições de legislações relacionadas com o meio ambiente. Figura 6. Representação de leis ambientais Os conceitos principais foram organizados em um infográfico para o auxiliar. É fundamental que esses conceitos fiquem claros para você, pois eles serão estudados ao longo de toda a disciplina. Veja a seguir. 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A ISO 14001 (ABNT, 2004) abordou o termo “meio ambiente” do ponto de vista da gestão ambiental, definindo-o como a circunvizinhança em que uma disposição atua, compreendendo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. Além das definições já vistas, existem algumas outras que precisam ser esclarecidas, as quais serão apresentadas a seguir, tal como diferença entre preservação e conservação. Ficou curioso? Então, veja mais na sequência. O ato de preservar garante que a natureza não seja tocada, mantendo suas características. Dessa forma, o preservacionismo não considera o valor econômico e a utilidade da natureza, responsabilizando o homem pelo desequilíbrio ambiental. Preservação Figura 7. Preservação do meio ambiente Já conservar envolve o uso sustentável, ou seja, um sistema flexível em que se alia desenvolvimento e proteção ambiental. Por isso, o conservacionismo abrange o uso racional e o manejo criterioso da natureza pelo homem, considerando-o parte do processo (SOUZA; SACCOL, 2016). Conservação Figura 8. Conservação do meio ambiente Continuando nos conceitos básicos necessários, tem-se a definição de poluição. Segundo a Lei nº 6.938/81, em seu artigo 3º, inciso III, poluição é: 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos” . (BRASIL, 1981, on-line) Além de poluição, falamos nesta unidade sobre degradação ambiental. A degradação ambiental está fortemente associada à vulnerabilidade do ambiente, e ambientes vulneráveis tendem a sofrer degradações maiores. Diferentemente de meio ambiente, ambiente e poluição, a degradação ambiental tem seu entendimento facilitado. Independente do contexto, representa de forma clara e não técnica algum dano ao meio ambiente, ou seja, tem caráter negativo e relaciona-se às atividades humanas (RINCÃO; TRIGUEIRO, 2018). Figura 9. Degradação ambiental Agora, vamos focar na falta de planejamento, com foco no crescimento da população. No vídeo a seguir, você vai conferir o planejamento das cidades. Acesse este link ou escaneie o QR Code e fique de olho no professor. NO PROFESSOR DE OLHO Fique à vontade para pesquisar outras fontes para as definições, mas não se esqueça do aviso lá no começo deste tópico, combinado? Além disso, mantenha a calma e se organize para entender os termos inicialmente apresentados. Ao longo da disciplina, você vai ver exemplos práticos, de modo a facilitar o entendimento e a associação do conteúdo aprendido. http://www.kaltura.com/tiny/04ila 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Aspectos legais e institucionais no Brasil A legislação ambiental compreende leis, decretos, resoluções, portarias e normas que são aplicadas às organizações de qualquer natureza e ao cidadão comum. A partir do momento em que o conceito de ambiente foi definido com base na ideia de meio de vida (e, assim, relacionado com a qualidade de vida), e não mais somente como recurso natural, os problemas então denominados ambientais foram assimilados à noção de poluição (SANCHEZ, 2013). Figura 10. Conservação do meio ambiente A legislação brasileira, no que se refere aos aspectos ambientais, foi criada para controlar o uso dos diversos fatores ambientais. A identificação dessa necessidade foi percebida internacionalmente quando a produção em larga escala passou a interferir na disponibilidade dos recursos naturais tanto em quantidade quanto em qualidade. Você viu que a preocupação com os aspectos ambientais teve início na década de 1960, mas, aqui, vamos abordar as legislações brasileiras a partir da década de 1970, pois boa parte dos estudos sobre política ambiental no Brasil sugerem o início a partir da criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema). PAUSA PARA UM CAFÉ Até aqui, você pôde notar a importância da legislação ambiental. Mas nada melhor que uma “Pausa para um café” para debater sobre o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA e ouça o podcast com o advogado Daniel Saunite Filho. Acesse o conteúdo no AVA Como você viu ao longo da conversa no podcast anterior, estamos em um processo de evolução para o foco na importância das questões ambientais. Contudo, fazendo um resgate histórico, é importante que você saiba que, na década de 1970, os recursos naturais, que até então eram abundantes, ficaram escassos em vários estados brasileiros, como foi o caso da bacia do Alto Tamanduateí, na região do ABC paulista, no estado de São Paulo, onde se concentram ainda hoje inúmeras indústrias. Figura 11. Poluição de um rio ocasionada por produtos provenientes de uma indústria 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Nesse local, a água foi poluída a ponto de se tornar imprópria para abastecimento industrial, sendo constatado alto nível de poluição atmosférica (SANCHEZ, 2013). Em contrapartida, nessa época, havia todo um contexto internacional que trouxe pela primeira vez a questão ambiental para o rol das principais preocupações da sociedade. Apesar de ser considerada uma década de destaque na política ambiental brasileira, esta foi específica para determinados setores industriais, não compreendendo as regiões menos povoadas e não levando em consideração os impactos ambientais em longo prazo (FERREIRA; SALLES, 2016), como você verá na linha do tempo no AVA. TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Agora, ficou mais clara a importância da conscientização da população sobre o meio ambiente, não é mesmo? Por isso, não perca tempo, acesse o AVA e pratique nesta unidadeatravés de mais um “Tirando a prova dos nove”. Outro instrumento fundamental da PNMA é o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima). O Sinima é uma plataforma conceitual fundamentada na conexão e no compartilhamento de dados entre os múltiplos componentes do Sisnama. Dessa forma, o Sinima é responsável por gerenciar a informação e compartilhá-la com as diferentes esferas (governo, sociedade e órgãos ambientais). Figura 12. Representação do domínio do mundo sobre as questões ambientais Acesse o conteúdo no AVA Acerca disso, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) trouxe diversas inovações para a legislação ambiental brasileira, como a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). Confira melhor a sua estruturação no AVA. Acesse o conteúdo no AVA 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Outra legislação importante nesse período em função das melhorias para a proteção ambiental é a Lei nº 7.347, de 1985, conhecida como Lei dos Interesses Difusos. A partir dela, o conceito de dano ambiental foi ampliado por meio da conceituação de interesses difusos, ou seja, interesses comuns a um grupo de pessoas (p. ex., moradores de uma região). Em 1988, a Constituição Federal, em seu artigo 225, estipulou o seguinte: Figura 13. Dano ambiental através de depósitos irregulares de lixo Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 2020, on-line) Já em 2010, é criada a Lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), após 20 anos de debates envolvendo essa temática. A PNRS busca estabelecer os critérios necessários para a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Figura 14. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) LOGO REFLITO PENSO, O padrão atual de aptidões para ordenar sobre recursos naturais do meio ambiente no Brasil é partilhado entre a União, os Estados e os Municípios. Nesse sentido, os Estados podem legislar conjuntamente sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente, controle da poluição e responsabilidade por danos ao meio ambiente. Conforme a Constituição, “os estados e municípios devem zelar pela proteção ao meio ambiente e combater a poluição” (BRASIL, 2020, on-line). As legislações estadual e municipal não devem entrar em confronto com o interesse nacional (MOREIRA et al., 2021). 1 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Segundo Pott e Estrela (2017), a PNRS é um dos maiores avanços na legislação ambiental brasileira desde a Resolução Conama nº 237, de 1997, e a Lei dos Crimes Ambientais, de 1998. É possível constatar, a partir dos marcos apresentados, que a preocupação com o meio ambiente foi ganhando destaque com o passar dos anos em decorrência dos impactos resultantes das atividades humanas; ou seja, mudou-se o foco da visão do meio ambiente, que até então era visto como algo à parte do desenvolvimento humano, passando a ser visto como algo mais global. Figura 15. Manifestação contra crimes ambientais Além disso, fica evidente que a gestão ambiental está organizada no Brasil de forma institucional, de acordo com variadas políticas públicas, anunciadas convencionalmente pelas leis. Essas políticas e legislações definem instrumentos de influência para o controle do Estado, que são os mecanismos, procedimentos e métodos adotados para que objetivos expressos sejam alcançados. Figura 16. Representação de um plenário Depois da década de 1990, as empresas do século XXI passaram a considerar em suas ações a melhoria da sociedade, buscando a criação de parcerias sustentáveis e que tenham valoração ambiental. Com respeito aos aspectos legais e institucionais, pode-se citar os seguintes: 2000 Criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a fim de proteger a diversidade biológica, comunidades tradicionais e sua cultura, e alcançar o desenvolvimento sustentável. 2004 Instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). 2006 Criação da Lei da Mata Atlântica, com enfoque no uso e na proteção da vegetação nativa desse bioma. 2 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 2007 Criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Lei nº 11.516, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB). 2010 Instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o estabelecimento do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (Sinisa). 2012 Criação do Novo Código Florestal. EU PENSAVA O QUE Agora que você está na reta final da unidade, e depois de ter visto tantos pontos fundamentais para os seus estudos em gestão ambiental e responsabilidade social, chegou o momento de refletir sobre tudo o que você compreendeu. Acesse o AVA e deixe suas percepções finais. Acesse o conteúdo no AVA A partir da contextualização da evolução histórica, você tem condições de olhar sob outro ponto de vista para a proteção do meio ambiente e de diferenciar os principais conceitos, como meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Aproveite o conhecimento adquirido para aplicar em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de meio ambiente e sustentabilidade. 2 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Apesar de, hoje, ser fácil acessar legislações, este livro direciona para o enfoque ambiental sob a perspectiva jurídica. Ele é complementar ao que vimos ao longo desta unidade e serve de base para aprofundamentos futuros. Este artigo apresenta uma análise da evolução das políticas ambientais no Brasil, fazendo uma relação entre as estratégias econômicas e o meio ambiente. A leitura desse material auxilia a compreensão da evolução, mas também traz uma reflexão sobre o distanciamento da abordagem ambiental e a prática. Este artigo traz uma ponderação sobre os problemas ambientais decorrentes das ações antrópicas e do uso irracional dos recursos naturais. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > Você chegou ao final desta unidade. Parabéns! Agora, você está mais próximo de ser um entendedor de meio ambiente e sustentabilidade. Contudo, ainda existem alguns desafios para que a sua missão esteja completa. Por isso, não deixe de praticar esses conceitos também em seu cotidiano. Não se esqueça de acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para responder as questões de estudo e ficar expert para a próxima unidade. Até breve! Acesse o conteúdo no AVA SE LIGA! Direito e legislação ambiental Política ambiental brasileira: análise histórico- institucionalista das principais abordagens estratégias Justiça ambiental e ecologia política: por que usamos a natureza de forma tão desigual? Ao conferir as principais legislações relacionadas, o seu entendimento dessa temática foi embasado pelo aspecto jurídico-legal. Que tal ler um pouco mais sobre o assunto desta unidade? https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788595022942/capa https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/54001 https://www.ecodebate.com.br/2022/07/15/justica-ambiental-e-ecologia-politica-por-que-usamos-a-natureza-de-forma-tao-desigual/ 2 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2004. Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ARTINE, G.; ALVES, J. E. D. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade?Revista brasileira de estudos de população, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p. 433-460, set./dez. 2015. BEZERRA, A. S. et al. A evolução histórica da questão ambiental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 25., Recife, 2009. Anais [...]. Recife: Abes, 2009. BORGES, L. A. C.; REZENDE, J. L.; PEREIRA, J. A. A. Evolução da legislação ambiental no Brasil. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, v. 2, n. 3, p. 447-466, set./dez. 2009. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2022. BRASIL. Legislação brasileira sobre meio ambiente. 2. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/ l12305.htm. Acesso em: 10 set. 2022. BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1985. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig. htm#:~:text=Lei%207.347&text=LEI%20No%207.347%2C%20DE%2024%20DE%20JULHO%20 DE%201985.&text=Disciplina%20a%20a%C3%A7%C3%A3o%20civil%20p%C3%BAblica,- VETADO)%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso em: 10 set. 2022. BRASIL. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/ l11428.htm. Acesso em: 24 ago. 2022. REFERÊNCIAS 2 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L BRASIL. Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007. Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes; altera as Leis nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, 11.284, de 2 de março de 2006, 9.985, de 18 de julho de 2000, 10.410, de 11 de janeiro de 2002, 11.156, de 29 de julho de 2005, 11.357, de 19 de outubro de 2006, e 7.957, de 20 de dezembro de 1989; revoga dispositivos da Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e da Medida Provisória nº 2.216- 37, de 31 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1967. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11516.htm. Acesso em: 24 ago. 2022. BRASIL. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Brasília, DF: Presidência da República, 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771. htm. Acesso em: 24 ago. 2022. BRASIL. Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. 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São Paulo: Perspectiva, 1973. 2 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L MECKLING, J., ALLAN, B. B. The evolution of ideas in global climate policy. Nat. Clim. Chang, v. 10, p. 434-438, 2020. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Apresentação SISNAMA. 10 jan. 2017. Disponível em: https:// antigo.mma.gov.br/epanb/itemlist/category/147-sistema-nacional-de-meio-ambiente.html. Acesso em: 14 ago. 2022. MOREIRA, K. S. et al. A evolução da legislação ambiental no contexto histórico brasileiro. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, p. 1-21, 7 fev. 2021. POTT, C. M.; ESTRELA, C. C. Histórico ambiental: desastres ambientais e o despertar de um novo pensamento. Estudos Avançados, v. 31, n. 89, p. 271-283, abr. 2017. RINCÃO, V. P. TRIGUEIRO, R. M. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. SANCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2013. SOUZA, V. S.; SACCOL, J. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2016. Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock. SAGAH, 2022 Gestão ambiental e responsabilidade social Para que os problemas ambientais e suas causas sejam identificados, é preciso ir além da análise e da identificação dos impactos no meio ambiente. Na sua opinião, como são identificados os problemas ambientais durante a gestão ambiental? Você acredita que os identificar é o bastante para evitá-los ou solucioná-los? É importante ressaltar que é preciso saber como a poluição ocorre e as formas disponíveis para o seu tratamento. Nesta unidade, você vai conhecer os sistemas de gestão ambiental, bem como as certificações ambientais. Além disso, vai conferir os principais processos e mecanismos de alteração no meio decorrentes das atividades antrópicas. GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Poluição ambiental e sistemas de tratamento Você já deve ter ouvido falar sobre poluição em muitos momentos. Mas você sabe explicar o conceito dessa palavra? A poluição é o resultado da utilização dos recursos naturais pela população. Você vai conferir a definição e se aprofundar mais nesse tema no decorrer deste tópico. Os efeitos da poluição podem ter caráter localizado, regional ou global, mas os mais perceptíveis são aqueles observados localmente, resultantes, normalmente, de uma grande densidade populacional e/ou industrial (BRAGA et al., 2005). Figura 1. Esgoto sendo despejado em um rio Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Alémdisso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO Poluição: De acordo a Política Nacional do Meio Ambiente (1981, p. 5), a poluição envolve a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota e as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Glossário Dando continuidade aos seus estudos, serão abordados elementos que podem sofrer em decorrência da poluição ambiental. Os três principais são: o ar, o solo e a água. http://www.kaltura.com/tiny/0y9mp 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a Terra e é formada por diferentes gases. Além dos usos metabólicos naturais do ar pelo homem, pelos animais e pela vegetação e dos benefícios dos fenômenos naturais meteorológicos, outros usos importantes devem ser adicionados, como: comunicação, transporte, combustão, processos industriais e, principalmente, o emprego do ar como receptor e transportador de resíduos da atividade humana (DERISIO, 2012). Figura 2. Poluentes atmosféricos Contudo, pensando em todos os aspectos vistos até aqui, qual seria a composição da atmosfera e dos gases responsáveis pelo equilíbrio da temperatura da Terra? Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para explorar esse assunto. Acesse o conteúdo no AVA Ainda dentro do cenário ambiental brasileiro, o país tem meios específicos para tratar os assuntos relacionados com o meio ambiente. O Brasil tem diversas legislações e normativas para definir a gestão da qualidade do ar e o controle da poluição, como a Resolução Conama nº 3 (BRASIL, 1990) e a Resolução Conama nº 491 (BRASIL, 2018), além do Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar (Pronar). Nesse sentido, cabe ressaltar que existe uma classificação das áreas de qualidade do ar (BRASIL, 1885). Que tal conhecê-las agora? FOCO NA PRÁTICA Acesse o conteúdo no AVA 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Classe I Classe III Áreas de preservação, lazer e turismo em que deverá ser mantida a qualidade do ar em nível o mais próximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica, como, por exemplo, parques nacionais e estaduais. Áreas em que o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão secundário de qualidade. Áreas de desenvolvimento em que o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão primário de qualidade, como, por exemplo, áreas industriais. Classe II Figura 4. ImplantaçãoFigura 3. Planejamento Figura 5. Início da atividade licenciada A poluição do ar é uma das principais causas de doenças e mortes prematuras e é a maior ameaça à saúde ambiental em todo o mundo. Um conjunto amplo de substâncias e poluentes atmosféricos pode poluir o ar. Os poluentes mais críticos para a proposição de medidas de controle são: “monóxido de carbono, dióxido de enxofre, substâncias orgânicas tóxicas, materiais particulados, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis” (SPIRO; STIGLIANI, 2009, p. 153). Figura 6. Carros emitindo gases vindos do combustível Poluentes atmosféricos: De acordo com a Resolução Conama nº 3 (BRASIL, 1990, p. 1), os poluentes atmosféricos envolvem toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos em legislação e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Glossário 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Você sabia que os poluentes podem ser classificados? Acesse o AVA e veja como é feita essa classificação. Além dos impactos aos componentes ambientais, os poluentes podem provocar corrosão, deterioração e perda de resistência de materiais, dano à coloração de tintas, fissuras ou trincas em paredes e degradação de couro e papel. Também é possível constatar alterações no clima. Por exemplo, em regiões urbanas com alta poluição atmosférica, é comum verificar redução de visibilidade, formação de névoa e precipitação, redução da intensidade da radiação solar e alteração da distribuição das temperaturas e do vento. Figura 7. Delhi, Índia – cidade acometida pela névoa de poluição Tratamento do ar O monitoramento da qualidade do ar é uma atribuição dos estados e do governo federal. Entretanto, ações preventivas podem auxiliar a redução da concentração de poluentes. Acesse o vídeo neste link ou escaneie o QR Code ao lado para conhecer essas ações. POLUIÇÃO DO SOLO Os solos se formam a partir da combinação de cinco fatores: clima, natureza dos organismos, material de origem, relevo e idade. Clima, natureza dos organismos, material de origem e relevo definem características que permitem identificar estágios de sucessão por meio “de sua profundidade, composição e propriedades e do que se denomina horizontes do solo” (BRAGA et al., 2005, p. 128). Figura 8. Solo poluído com substância química industrial Acesse o conteúdo no AVA https://imersys.h5p.com/content/1291774558334441987/embed 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A origem do solo está ligada à desagregação de rochas e à decomposição de restos vegetais e animais. Pode-se definir a composição do solo na seguinte proporção: 45% de elementos minerais, 25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica (BRAGA et al., 2005). Já que estamos falando sobre poluição do solo, você sabe como ocorre a sua contaminação? Acesse o AVA para visualizar o infográfico sobre esse assunto. LOGO REFLITO PENSO, O solo é um recurso básico da produção agrícola e a base material para a sobrevivência humana, podendo ser usado como filtro de poluentes. Contudo, quando a quantidade de poluentes excede a capacidade de absorção, eles podem entrar no meio ambiente e na cadeia alimentar. Dessa forma, a melhor forma de evitar a poluição dos solos é definir previamente o planejamento da ocupação de forma racional e monitorar e controlar os usos agrícolas e o lançamento de efluentes, visando ao equilíbrio ambiental. Após refletir sobre o que é o solo e como ele pode ser contaminado, você tem uma ideia de como é feito o seu tratamento? É justamente isso que você vai estudar agora. Tratamento do solo Ao abordar áreas contaminadas, devem ser definidas atividades que busquem investigar e gerenciar as causas da contaminação, contemplando as seguintes etapas: identificação, diagnóstico e intervenção. Conheça mais sobre elas a seguir. Acesse o conteúdo no AVA 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Identificação Intervenção Na etapa de identificação, é feita uma avaliação preliminar para detectar contaminações suspeitas e, onde forem constatados indícios de contaminação, é necessária uma investigação de confirmação. A etapa de diagnóstico envolve o detalhamento da análise de risco, a fim de fornecer as informações necessárias para a etapa seguinte, de intervenção. Na etapa de intervenção, são desenvolvidas ações que visam ao controle para que o perigo deixe de existir ou seja reduzido a níveis toleráveis. Também é definida a forma de monitorar a eficácia das ações elaboradas, considerando os usos atual e futuro. Diagnóstico Figura 10. Detalhamento da análiseFigura 9. Avaliação preliminar do solo Figura 11. Monitoramento das ações elaboradas Existem diferentestécnicas de remediação de áreas contaminadas, cujo objetivo é tratar, descontaminar, conter ou isolar a contaminação a fim de reduzir seus riscos toxicológicos. Essas técnicas podem ser feitas sem a necessidade de escavação, ou seja, feitas localmente (in situ) ou com escavação (ex situ). Tratamentos ex situ costumam resultar em remediações mais eficientes e uniformes em tempos mais curtos. Em contrapartida, tratamentos in situ costumam ter custos mais reduzidos. Com relação aos aspectos negativos, a necessidade de transportar solo contaminado em aplicações ex situ encarece o processo. Já nas aplicações in situ, a duração do tratamento e a baixa uniformidade na eficiência são as desvantagens. Figura 12. Análise do solo feita com a técnica in situ 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Outra classificação das formas de recuperação/tratamento é com relação ao tipo, que pode ser físico (sistemas de separação física, contenção e aquecimento), químico (aplicação de produtos para oxidação, neutralização ou remoção dos contaminantes) ou biológico (utilização de microrganismos decompositores). LOGO REFLITO PENSO, Você deve estar curioso: qual método é mais adequado? Bem, isso depende do resultado da análise do solo e de suas características, com a identificação do poluente e sua caracterização (tipos, concentração, efeitos). POLUIÇÃO HÍDRICA A água é o principal componente ambiental e o em maior abundância na biosfera. Entretanto, a sua distribuição ocorre em diferentes estados (sólido, líquido ou gasoso), e 97,2% do seu total encontram-se nos oceanos. A distribuição do total de água doce disponível é bastante heterogênea no espaço e tempo, e a maior parte encontra-se em geleiras (68,7%), seguida por água subterrânea (31,01%) e, por fim, água superficial (0,29%) (DERISIO, 2012; FUGITA, 2018). Figura 13. Poluição hídrica O Brasil ocupa uma localização privilegiada, pois tem aproximadamente 13% do total de água doce do mundo e 53% da América do Sul. No entanto, como visto, essa distribuição não é uniforme, uma vez que a região amazônica tem aproximadamente 75% do total de água disponível, e essa região corresponde a apenas 4,5% da população brasileira (FUGITA, 2018). Além da distribuição, outro ponto importante é a classificação do uso da água, visto que ela pode ser utilizada para diversas finalidades. Dessa forma, pode-se classificar os principais usos da água conforme a seguir. 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O uso da água nas indústrias é feito na fabricação de produto (refrigeração ou caldeira), na integração com o produto fabricado (alimentício ou bebidas) e no contato com o produto final. Isso demanda que a água tenha alta pureza. Além disso, ela pode ser utilizada em atividades complementares (higiene dos operários, limpeza de equipamentos). Abastecimento doméstico Considerado o uso mais nobre da água, envolve não somente a água utilizada para beber e para atividades residenciais (cozinhar, lavar utensílios, manter a higiene pessoal), mas também para combater incêndios e limpar ruas. Abastecimento industrial Na irrigação ou dessedentação de animais, a água é um elemento utilizado principalmente em atividades agropastoris. Irrigação e/ou dessedentação de animais Atividades de caráter social e econômico, divididas em três tipos: contato primário (natação), contato secundário (uso de barco) e contato de composição (fins paisagísticos). Recreação e lazer Apesar de não ser um uso nobre, é comum para que os efluentes líquidos sejam dispostos ao ambiente em menor concentração. Diluição de efluentes líquidos Assim como em hidrelétricas, para que a água possa gerar energia elétrica, é necessário que seja feito o represamento e sejam controlados fatores como presença de sais minerais e matéria orgânica, para evitar eutrofização. Geração de energia elétrica Cerca de 90% das cargas do mundo são transportadas pelo oceano, uma vez que essa é uma das formas de logística mais baratas. Navegação ou transporte Considerando-se o cenário brasileiro, a predominância é da agricultura (principalmente irrigação, mas também dessedentação de animais), que consume 70% do volume de água, seguida por usos industriais (20%) e uso doméstico (7%). Além disso, 3% do consumo é referente a perdas (DERISIO, 2012; FUGITA, 2018). Além dessa classificação por usos, a Resolução Conama nº 357 (BRASIL, 2005) classifica as águas em função da sua salinidade: 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L I – águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %; II – águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30 %; III – águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 %”. (BRASIL, 2005, p. 1) A qualidade da água natural é definida pelo conjunto de suas características físicas, biológicas, químicas e radiológicas. Ela é representada por diversos parâmetros que indicam suas características e que são determinados em campo ou por meio de ensaios laboratoriais. Acesse o AVA e veja as três classificações dos parâmetros da água: químico, físico e biológico. As fontes de poluição das águas podem ser divididas em duas categorias: pontual, a partir de lançamentos individuais, como esgoto ou efluente industrial; e difusa, que afeta diferentes locais, como chorume de resíduos ou agrotóxicos de plantações. A poluição difusa é mais difícil de identificar e controlar, tendo-se em vista a sua abrangência. Figura 14. Fontes de poluição das águas Acesse o conteúdo no AVA 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Térmica Biológica Provocada por empresas de siderurgia e refinaria e centrais elétricas e resultante do lançamento de efluentes em altas temperaturas, de águas residuárias ou águas de refrigeração. Resultante do lançamento de esgotos domésticos sem tratamento prévio e caracterizada pela presença de microrganismos patogênicos, principalmente bactérias, vírus e protozoários. Figura 15. Poluição térmica Figura 16. Poluição biológica Sedimentar Química Decorrente do carreamento de partículas provenientes de erosão do solo, remoção da cobertura vegetal, extração de minérios e disposição irregular de resíduos. Destinação irregular de compostos derivados de petróleo, esgoto doméstico, efluentes industriais e despejos de origem agrícola com agrotóxicos e nutrientes (e drenagem ácida de minas). Figura 17. Poluição sedimentar Figura 18. Poluição química Outra forma de se classificar a poluição hídrica é por sua origem e seus efeitos: 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira a atividade. Tratamento da água As medidas preventivas para proteção das águas são de fundamental importância, devendo ser associadas a medidas de controle da poluição de forma geral, com o estabelecimento de critérios de qualidade. As medidas visam à redução dos poluentes presentes no lançamento de efluentes. O grau de tratamento para lançamento em corpo receptor deve considerar os padrões de emissão e de qualidade, que são especificados pela Resolução Conama nº 357 (MELLER et al., 2017). Figura 19. Técnico analisando água sendo tratada No que diz respeito a medidas de controle de águas contaminadas, é importante analisar e identificar quais são os parâmetros e seus limites conforme a classe de uso da água em questão. As medidas incluem implantação de sistemas que busquem automatizar o processo de monitoramento do lançamento de efluente, e podem ser divididas em internas e externas ao agente poluidor. Em geral, tais medidas têm aplicação mais concreta com relação aos despejos líquidos de origem industrial. LOGO REFLITO PENSO, Nem toda águapoluída está contaminada, mas toda água contaminada está poluída. Por quê? A água poluída é aquela cujas características físicas e químicas estão modificadas, ao passo que a água contaminada é aquela que contém organismos causadores de doenças. 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Presente em todos os sistemas de tratamento, visa à remoção de sólidos grosseiros em suspensão e areia (gradeamento e caixa de areia). Apesar de existirem medidas, o tratamento das águas é fundamental, principalmente em se tratando de água para abastecimento humano. A definição dos processos necessários para o tratamento da água (de manancial superficial ou subterrâneo) é feita a partir dos parâmetros de qualidade da água bruta (físicos, químicos e biológicos). De maneira geral, o tratamento da água é composto de quatro categorias, descritas a seguir. Separação e remoção de sólidos sedimentáveis (decantadores e flotadores). Tratamento preliminar Tratamento primário Remoção da matéria orgânica particulada e dissolvida (reatores ou sistemas biológicos). Não é comum em todas as estações de tratamento de água (ETAs), porém busca a remoção de macronutrientes (nitrogênio e fósforo). Tratamento secundário Tratamento terciário Independentemente do sistema de controle adotado, quando tratamos de poluição hídrica, o foco é sempre manter os níveis adequados dos parâmetros relacionados com a qualidade de água nos corpos receptores do efluente. PAUSA PARA UM CAFÉ O que está achando dos conteúdos até agora? Para uma “Pausa para um café”, acesse o AVA e aperte o play para ouvir o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada Fernanda De Oliveira Tavares. Acesse o conteúdo no AVA 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Programas de avaliação e auditoria ambiental Os programas ambientais, de maneira geral, têm como propósito estabelecer procedimentos e ações que reduzam a interferência sobre o meio ambiente nas fases de um empreendimento, como implantação, operação e manutenção (GARCIA, 2014). Quando esses programas enquadram suas atividades como estando a serviço do bem-estar humano, as variáveis sociais precisam ser integradas às estruturas de monitoramento e avaliação. Figura 20. Programas de avaliação ambiental Um plano de gestão ambiental (PGA), por exemplo, é solicitado durante o licenciamento ambiental, que faz parte da etapa de acompanhamento da avaliação de impacto ambiental (AIA) de atividades ou de empreendimentos e consiste em um documento técnico (IBAMA, 2020). Veja no AVA as ações realizadas para a criação de um PGA. Chegou uma das horas mais esperadas do seu estudo! Acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e fique de olho no professor para conhecer os principais programas de avaliação ambiental. NO PROFESSOR DE OLHO AUDITORIA AMBIENTAL A auditoria foi normatizada em 1991 a partir da criação do Strategic Advisory Group on Environment (SAGE) no domínio da Organização Internacional para Padronização (ISSO, do inglês International Standardization for Organization). Em 1994, o conceito ganhou destaque a partir da publicação de um conjunto de normas, agrupadas sob o código 14000, que abordam sistemas de gestão ambiental (SGA) (SILVA et al., 2009). Auditoria: De acordo com a Resolução Conama nº 306 (BRASIL, 2002), auditoria é o processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria estabelecidos nessa Resolução, bem como para comunicar os resultados desse processo. Glossário Acesse o conteúdo no AVA http://www.kaltura.com/tiny/0l56c 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O desenvolvimento da auditoria ocorre a partir de análise documental e de registros, entrevistas com gestores e responsáveis, verificações do empreendimento, reuniões, avaliações, experimentos e elaboração de um relatório com observações do processo. A frequência de realização depende da importância ambiental da área envolvida e dos resultados de auditorias anteriores. As auditorias ambientais obrigatórias são chamadas de auditoria ambiental, sendo uma ação de política ambiental de caráter público. A auditoria ambiental é realizada a cada dois anos, e sua característica principal é a imposição da sua execução. Figura 21. Desenvolvimento da auditoria ambiental Antes de avançarmos, que tal conhecer um pouco mais sobre as diferenciações de auditorias? Acesse o AVA para conferir mais conteúdos. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Um sistema de gestão ambiental (SGA) se constitui “em um conjunto de procedimentos sistematizados que são desenvolvidos para que as questões ambientais sejam integradas à administração global de um empreendimento” (BRAGA et al., 2005, p. 305). Sistema de gestão ambiental: Parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental da instalação. Glossário A implementação do SGA a partir do que é estabelecido pela ISO permite que a organização obtenha certificação, desde que passe por uma auditoria por órgão certificador. A certificação não é obrigatória, e as empresas podem aproveitar as vantagens resultantes da aplicação da norma sem passar por auditoria de certificação. Figura 22. Amplitude da avaliação de impactos ambientais (AIA) Acesse o conteúdo no AVA Com base nos conceitos apresentados, a auditoria pode ser definida como a ferramenta que possibilita uma avaliação metódica, recorrente, documentada e objetiva dos sistemas de gestão e da performance de equipamentos de uma empresa para controlar as ações que impactam o meio ambiente. 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L No entanto, para boa parte das organizações, a certificação é uma demanda de mercado, ou seja, é requisito no mercado competitivo, tendo-se em vista que comprova o empenho da empresa com ações sustentáveis e padronização internacional de gestão ambiental. Além disso, ela permite a conexão com os outros sistemas de gestão já praticados pela organização ou que se deseja praticar, como, por exemplo, o sistema de gestão da qualidade (estabelecido pela ISO 9001) (CIESP, 2015). O SGA permite que uma organização monitore e mapeie seus riscos, produzindo, como resultado, medidas para mitigação de impactos. Além disso, ele permite a inclusão de um olhar sistêmico para os aspectos ambientais. O SGA não é um ato, e sim um processo, e deve ser dinâmico, pois será avaliado contínua e periodicamente para conferência dos objetivos e metas definidos, bem como do alcance e da efetividade das medidas propostas. A melhoria contínua trabalhada no SGA é pautada no ciclo PDCA, que você vai conferir em detalhes diretamente no AVA. Busca fixar as ações que direcionam aspectos gerenciais. Por isso, é o conjunto de intenções da alta direção sobre a temática envolvida. Precisa estar escrita em linguagem clara e de fácil entendimento. Política ambiental Com base no que é definido como política ambiental, são analisados os aspectos ambientais, identificados os requisitos legais e outros requisitos pertinentes e definidos os objetivos, metas e programas. Planejamento Nessa fase, definem-se recursos, funções, responsabilidades e autoridades, ações para competência, treinamento e conscientização, critérios de comunicação, documentação e controle de documento e controle operacional. Além disso, é importante estabelecer a preparação e a resposta à emergência, caso seja necessário. Implementação e operação Analisam-se os resultados alcançadospelas fases anteriores a partir das seguintes fases: monitoração e controle, avaliação do atendimento aos requisitos legais e de outros requisitos e análise de não conformidades. No caso de não conformidades, deve-se propor ações corretivas e preventivas, controlar os registros e, por fim, definir auditorias internas. Verificação Esse requisito tem por finalidade promover a revisão dos resultados obtidos no SGA e estabelecer o planejamento do próximo ciclo, visando à melhoria ambiental contínua. Análise pela administração Acesse o conteúdo no AVA A primeira etapa para implantar um SGA é o comprometimento da alta administração da organização a partir da formalização. Após essa etapa, o SGA pode ser estruturado a partir de cinco requisitos rumo à melhoria contínua. A seguir, confira quais são esses requisitos. 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Pronto para mais um teste sobre os seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e tire a prova dos nove. É fundamental que você compreenda que esses princípios são norteadores do processo de implantação do SGA e são baseados no ciclo PDCA. Além disso, outro ponto em destaque é que as normas ISO vêm passando por constantes alterações. A versão mais recente da ISO 14001, de 2015, complementa esses requisitos, pois busca estabelecer a mesma estrutura para todos os sistemas de gestão. Em relação à estrutura, o que mudou é a definição de um padrão desenvolvido por dez tópicos: Figura 23. Implantação do SGA 1 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Após ter percorrido toda essa jornada de estudos, chegou a hora de refletir sobre tudo o que você viu durante esta unidade. Acesse o AVA e vamos lá! SE LIGA! Que tal algumas dicas que complementarão os seus estudos e tudo o que você viu nesta unidade? Confira a seguir. Fatores relacionados com a maturidade do sistema de gestão ambiental de empresas industriais brasileiras Este artigo avaliou os fatores relacionados com o nível de maturidade do sistema de gestão ambiental (SGA) de empresas industriais brasileiras. Os três principais fatores são: ter Certificação ISO 14001, participar do mercado de carbono e divulgar suas informações. Classificação das águas Quer saber mais sobre a classificação das águas? Leia a Resolução Conama nº 357 na íntegra. Indicadores de efetividade da gestão dos resíduos da construção civil. Estudo de caso: município de São José dos Campos/SP Este artigo se propôs a determinar e validar variáveis para um conjunto de indicadores de efetividade de gestão de RCC e, por meio deles, avaliar a gestão dos RCC no município de São José dos Campos a partir de uma pesquisa aplicada com dados quanti-qualitativos. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > Você chegou ao final de mais uma unidade, parabéns! Aproveite o conteúdo estudado para aplicar em situações do dia a dia e para ir em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de meio ambiente e sustentabilidade. Nos vemos na próxima etapa. Até lá! Acesse o conteúdo no AVA EU PENSO O QUE Acesse o conteúdo no AVA https://www.scielo.br/j/rae/a/jKBXBKtFQ8XWxYNJfRRJLFQ/?format=pdf&lang=pt http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/RESOLUCAO_CONAMA_n_357.pdf https://www.scielo.br/j/esa/a/8kgsbY7VqqRzYxrP3mSZ6qn/?lang=pt 2 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14000, 14001, 14004:2004 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14010, 14011, 14012, 14014, 14015:2004 – auditoria ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 005, de 15 de junho de 1989. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 15.048, 30 ago. 1989. Disponível em: https://www.ufjf.br/baccan/files/2012/11/Resolucao_005_CONAMA_de_1989-PRONAR.pdf. Acesso em: 14 set. 2022. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 293, de 12 de dezembro de 2001. Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo originados em portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas, bem como suas respectivas instalações de apoio, e orienta a sua elaboração. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, 5 fev. 2001. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/ Resolucao/2001/res_conama_293_2001_revgd_planoemergenciaparaincidentespoluicaoporoleo_ revgd_res_398_2008.pdf. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 306, de 5 de julho de 2002. Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 138, p. 75-76, 19 jul. 2002. Disponível em: https:// www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98306. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 3, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, previstos no Pronar. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 15937-15939, 22 ago. 1990. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/ legislacao/MMA/RE0003-280690.PDF. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 491, de 19 de novembro de 2018. Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 223, p. 155, 21 nov. 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-/asset_ publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51058895/do1-2018-11-21-resolucao-n-491-de-19-de- novembro-de-2018-51058603. Acesso em: 27 set. 2022. REFERÊNCIAS 2 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L BRASIL. Decreto Legislativo nº, 788, de 14 de julho de 2005. Autoriza o Poder Executivo a implantar o Aproveitamento Hidroelétrico Belo Monte, localizado em trecho do Rio Xingu, no Estado do Pará, a ser desenvolvido após estudos de viabilidade pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 14 jul. 2005a. Disponível em: https:// www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2005/decretolegislativo-788-13-julho-2005-537812- publicacaooriginal-30703-pl.html. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 27 set. 2022. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Portaria SEPRT nº 6.730, de 9 de março de 2020 – NR 01. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 49, p. 17, 12 mar. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-6.730-de-9-de- marco-de-2020-247538988. Acesso em: 27 set. 2022. CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. Ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. FUGITA, S. R. Fundamentos do controle de poluição das águas. SãoPaulo: CETESB, 2018. GARCIA, K. C. Avaliação de impactos ambientais. Curitiba: InterSaberes, 2014. ISO 14001:2015 – Saiba o que muda na nova versão da norma. CIESP, 14 set. 2015. Disponível em: http://www.ciesp.com.br/pesquisas/iso-140012015-saiba-o-que-muda-na-nova-versao-da- norma/. Acesso em: 14 set. 2022. MELLER, G. S. et al. Controle da poluição. Porto Alegre: Sagah, 2017. OLIVEIRA, M. D. R. Avaliação da contaminação do solo pela disposição inadequada de resíduos sólidos em Romaria – MG. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2013. SANT’ANNA, A. et al. O estado da qualidade do ar no Brasil. WRI Brasil, 2021. 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