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Estratégias de Controle (Cascata, Inferencial, Seletivo e Split-range) Prof. Dr. Guilherme Vianna Raffo DELT - UFMG Controle em Cascata • Estruturas convencionais de controle apresentam desvantagem: • A ação corretiva age apenas após a variável controlada desviar do set-point. • Feedforward resolve esse problema, porém requer que a perturbação seja mensurável e modelo. • Alternativa para melhorar a resposta dinâmica às variações de carga: • Medir uma variável adicional (sensível as perturbações mais rapidamente do que a variável controlada); • Não é necessário medir ou modelar a perturbação -> Controlador auxiliar. Controle em Cascata • Motivação – Ex.: Controle de um forno Controle em Cascata • Motivação – Ex.: Controle de um forno Controle em Cascata • Estrutura: • O sinal de saída do controlador mestre serve de set-point para o controlador escravo; • A duas malhas estão interconectadas. • Quando utilizar: Perturbações nas diversas partes do processo; Pontos de medida entre processos; Possibilidade de atuar entre os processos; Dinâmicas diferentes, mais rápidas nos pontos de medidas intermediárias Útil quando a perturbação está associada à variável manipulada ou quando o elemento final de controle exibe um comportamento muito não-linear Controle em Cascata - Projeto • Objetivo principal: reduzir efeitos de perturbações. • Reduz os efeitos de L2 e, eventualmente, os de L1, por tornar o sistema como um todo mais rápido. Controle em Cascata - Projeto • FT da malha interna (𝑹𝟏 = 𝑳𝟏 = 𝟎): 𝒀𝟐 = 𝑮𝑳𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 𝑳𝟐 + 𝑪𝟐𝑮𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 𝑹 𝟐 𝒀𝟐 𝑳𝟐 = 𝑮𝑳𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 𝒀𝟐 𝑹 𝟐 = 𝑪𝟐𝑮𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 • FT do sistema completo em relação à 𝐿2: 𝒀𝟏 𝑳𝟐 = 𝑮𝟏𝑮𝑳𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 + 𝑪𝟏𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝟏𝑮𝒎𝟏 Controle em Cascata - Projeto • FT do sistema completo com relação à 𝑅1 (𝑳𝟏 = 𝑳𝟐 = 𝟎): 𝒀𝟏 𝑹𝟏 = 𝑪𝟏𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝟏𝑲𝒎𝟏 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 + 𝑪𝟏𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝟏𝑮𝒎𝟏 • FT do sistema completo com relação à 𝐿1 (𝑹𝟏 = 𝑳𝟐 = 𝟎): 𝒀𝟏 𝑳𝟏 = 𝑮𝑳𝟏 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 + 𝑪𝟏𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝟏𝑮𝒎𝟏 Controle em Cascata - Projeto • Equação característica: 𝟏 + 𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝒎𝟐 + 𝑪𝟏𝑪𝟐𝑮𝟐𝑮𝟏𝑮𝒎𝟏 = 𝟎 • Note que se 𝐶2 = 1 e 𝐺𝑚2 = 0 ⇒ 𝟏 + 𝑪𝟏𝑮𝟐𝑮𝟏𝑮𝒎𝟏 = 𝟎 • O controle cascata melhora a estabilidade permitindo o uso de maiores ganhos 𝐾𝑐1 e faz com que a malha seja menos sensível à incertezas de modelagem. Controle em Cascata - Considerações • Para o bom funcionamento é necessário que a resposta da malha interna seja mais rápida do que a da malha externa. • Normalmente se usa: • P ou PI na malha interna: Raramente se utiliza ação derivativa; Offsets podem ser aceitáveis na malha interna porque a malha externa os irá compensar. • PI ou PID na malha externa. • O objetivo do projeto é rejeitar perturbações • Manter 𝒀𝟏 𝑳𝟐 e 𝒀𝟏 𝑳𝟏 pequenos na maior faixa de frequência possível (o pico de ressonância deve ser minimizado e empurrado para a frequência mais alta possível) Controle em Cascata - Considerações • Sintonia: 1. Controlador MI com ME em manual • Medimos o antes possível depois da perturbação; • Fechamos a malha interna; • A dinâmica é rápida; Controle em Cascata - Considerações • Sintonia: 2. Passar ao modo automático para sintonizar ME • Em geral, pode-se desprezar a dinâmica rápida, porém deve-se ter cuidado. Controle em Cascata - Considerações • Para processos com dinâmica de ordem elevada e/ou tempo morto, determina-se a resposta em frequência da MI (para variações de referência) a partir do qual se calcula 𝐾𝑐2. • O offset deve ser verificado para averiguar a necessidade de ação integral. • Em seguida é feito o projeto de C1 considerando as 3 FT relativas a variações de referência e perturbações de carga 𝒀𝟏 𝑹𝟏 , 𝒀𝟏 𝑳𝟐 , 𝒀𝟏 𝑳𝟏 e a FT em MA 𝐺𝑀𝐴= 𝐶1𝐾𝑐2𝐺2 1 + 𝐾𝑐2𝐺2𝐺𝑚2 𝐺1𝐺𝑚1 Controle em Cascata • Casos típicos: • Vazão-nível • Pressão-nível • Vazão-temperatura • Pressão-temperatura • Nível-temperatura • Velocidade-posição Controle em Cascata • Exemplo: Aquecedor de água Controle em Cascata • Exemplo: Aquecedor de água 𝐺1 𝑠 = 1 1 + 0,5𝑠 𝐺2 𝑠 = 1,45𝑒−16,3𝑠 1 + 4,2𝑠 Controle em Cascata • Exemplo: Aquecedor de água - Ajuste • Ajuste de PI para a MI 𝐶𝑖 𝑠 = 𝐾𝑐 1+𝑇𝑖𝑠 𝑇𝑖𝑠 , 𝑇𝑖 = 0,5 𝑒 𝐾𝑐 = 1 • Como a dinâmica interior (controle de vazão) é muito mais rápida que a dinâmica exterior (controle de temperatura), despreza-se a MI no ajuste da ME. Observar que as perturbações de p são eliminadas em RP. • Ajuste do PID externo 𝐶𝑒 𝑠 = 𝐾𝑐 1 + 1 𝑇𝑖𝑠 + 𝑇𝑑𝑠 1 + 𝑇𝑓𝑠 Controle em Cascata Conclusões O controle em cascata é útil • Quando temos mais informação do processo • Quando temos a estrutura interna do controlador necessária para implementar • Liberdade de configurar e ajustar o controle • Muito útil quando os instrumentos estão em rede • Quando seja importante reduzir acoplamentos entre as malhas Controle Inferencial • Necessário quando: • A medição da variável controlada não pode ser realizada on-line ou é obtida com frequência insuficiente. • Se a perturbação que afeta a variável controlada pode ser medida e um modelo adequado do processo se encontra disponível, o controle FF (pré- alimentação de perturbação) pode ser empregado mantendo a variável controlada no valor desejado (mesmo sem esta ser medida). • Já quando as perturbações não são conhecidas, a solução é realizar medições de outras variáveis que podem ser obtidas rapidamente (e na frequência requerida) e inferir, a partir destas, o valor da variável desejada. Controle Inferencial Controle Inferencial 𝑦 = 𝐺𝑝1𝑢 + 𝐺𝑑1𝑑 𝑧 = 𝐺𝑝2𝑢 + 𝐺𝑑2𝑑 ⇒ 𝑑 = 1 𝐺𝑑2 𝑧 − 𝐺𝑝2 𝐺𝑑2 𝑢 • Estimativa da variável controlada ⇒ 𝒚 = 𝑮𝒑𝟏𝒖 + 𝑮𝒅𝟏 𝑮𝒅𝟐 𝒛 − 𝑮𝒅𝟏𝑮𝒑𝟐 𝑮𝒅𝟐 𝒖 Controle Inferencial • Consideração: • Controle inferencial depende diretamente da precisão dos modelos. • Exemplos: Composição química em reatores que depende de análise laboratorial e que pode ser inferida a partir da temperatura. Concentração de produto (no topo de colunas de destilação) – em misturas binárias a temperatura e a pressão medidas são empregadas na equação termodinâmica correspondente para fornecer a concentração. • Exemplos de modelos para inferência: • Redes Neurais; observadores; etc. Controle Seletivo • Sistemas podem possuir uma MV e várias variáveis controladas • Como só é possível controlar uma saída com uma única MV, pode-se implementar controle seletivo nesses casos para transferir a ação de controle de uma saída para a outra de acordo com a necessidade. • Alguns tipos de controle seletivos são: • Controle por superposição (“Override”); • Controle por leilão. Controle Seletivo – “Override” • Na operação normal ou durante a partida ou desligamento de uma planta é possível ocorrer situações de risco que poderiam levar à destruição de equipamento ou colocar em risco o pessoal de operação. • Nesses casos, faz-se necessário mudar a estratégia de controle de forma a impedir que uma variável de processo exceda os limites permitidos. • Pode ser obtido através de chaves seletoras; • Anti-reset windup é um tipo de override; • É uma possível solução para se evitar o shutdown da planta. Controle Seletivo – Leilão • No controle por leilão, dentre as várias medidas disponíveis, seleciona-se aquela que possuir o maior valor para ser usada na geração do sinal de controle. • Exemplo: Controle de Temperatura de Reatores CatalíticosTubulares • Pico máximo de temperatura se move ao longo do tubo do reator em função das condições de alimentação e da atividade catalítica • Objetivo principal é manter a temperatura máxima sempre abaixo de um limite superior pré-estabelecido • Sistema de controle capaz de identificar a localização do ponto de máximo e aplicar a ação de controle apropriada Controle Seletivo – Leilão • Exemplo: Controle de Temperatura de Reatores Catalíticos Tubulares Controle Por Divisão de Faixa • Várias MV para se controlar uma única variável de saída • O sinal efetivamente usado para controle é repartido entre as várias entradas disponíveis. • Estratégia empregada para conferir segurança e/ou otimizar a operação do sistema. Controle Seletivo – Split-Range • Exemplo: Controle de pressão por divisão de faixa de um reator químico em que duas válvulas são usadas para controlar as vazões de entrada e de saída Controle Seletivo – Split-Range Exemplo: