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TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
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informações coletadas traziam. A partir destas obras, voltar-se para o universo 
da Educação e da Escola era adentrar o terreno da reprodução das desigualdades 
sociais e da dominação da elite.
A produção intelectual de Pierre Bourdieu dos anos 1960 representou uma 
crítica original e fundamentada para o problema das desigualdades escolares. Até 
o momento em que escreveu suas pesquisas sobre educação, as ciências sociais 
nesse campo se orientavam por uma visão positivista da educação e de seu papel 
na sociedade (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2002). 
De acordo com Cláudio Marques Martins Nogueira e Maria Alice 
Nogueira, essa perspectiva dava um destaque otimista, em que a Educação e 
a escolarização tinham um papel “central no duplo processo de superação do 
atraso econômico, do autoritarismo e dos privilégios [...] e de construção de uma 
nova sociedade, justa (meritocrática) e democrática (fundamentada na autonomia 
individual” (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2002, p. 16).
Em “Os herdeiros”, Pierre Bourdieu, em parceria com Passeron, desloca a 
discussão até então existente em torno do tema da educação. Ali foi denunciada 
a precariedade das políticas de democratização de acesso preconizadas pelo 
sistema francês de ensino. Eles colocaram em xeque os discursos de que a 
educação francesa oferecia bases igualitárias para todos os seus estudantes. Como 
resultado, a escola tratava diferentes de forma igual, onde os estudantes tinham 
oportunidades diferentes, a depender da sua origem familiar e pertencimento a 
uma classe social (VALLE, 2013). 
FIGURA 5 - PIERRE BOURDIEU
FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/PA7Pz6>. Acesso em: 1 mar. 2018.

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