Prévia do material em texto
base na informação que está mais prontamente disponível em nossas memórias, em vez dos dados de que realmente precisamos. 2. O preconceito da percepção tardia, que faz com que associemos probabilidades maiores a eventos depois que eles aconteceram (ex post) do que antes que eles acontecessem (ex ante). 3. O problema da indução, que nos leva a formular regras gerais com base em informação insuficiente. 4. A falácia da conjunção (ou disjunção), que significa que tendemos a superestimar a probabilidade de que sete eventos com 90% de probabilidade irão acontecer, todos, enquanto subestimamos a probabilidade de que pelo menos um dos sete eventos com 10% de probabilidade aconteça. 5. O preconceito da confirmação, que nos inclina a procurar por evidência confirmadora de uma hipótese inicial, em vez de evidência refutadora, que a invalidaria. 6. Os efeitos de contaminação, pelos quais permitimos que uma informação irrelevante, mas imediata, influencie uma decisão. 7. A heurística afetiva, pela qual os julgamentos de valor preconcebidos interferem em nossa avaliação de custos e benefícios. 8. A negligência do escopo, que nos impede de ajustar proporcionalmente o que estaríamos dispostos a sacrificar para evitar danos de diferentes ordens de magnitude. 9. O excesso de confiança na calibração, que nos leva a subestimar os intervalos de confiança dentro dos quais as nossas estimativas ficarão fortalecidas (i.e., combinar o cenário do “melhor caso” com o “mais provável”). 10. A apatia do circunstante, que nos inclina a abdicar da responsabilidade individual, quando estamos numa multidão.11 Se você ainda duvida da resistente falibilidade dos seres humanos, faça a si mesmo a seguinte pergunta. Um bastão e uma bola, juntos, custam um total de 1,10 libra e o bastão custa 1 libra a mais que a bola. Quanto é a bola? A resposta errada é aquela que uma em cada duas pessoas responde de imediato: 10 pênis. A resposta correta é 5 pênis, já que somente com um bastão custando 1,05 libras e uma bola valendo 5 pênis ambas as condições são satisfeitas.12 Se algum campo possui o potencial para revolucionar nossa compreensão da maneira como o mercado financeiro funciona, ele deve certamente ser a borbulhante disciplina da finança behaviorista.13 Não é nada clara a quantidade do corpo do trabalho derivado da hipótese dos mercados eficientes que pode sobreviver a esse desafio.14 Para aqueles que colocam sua fé na “sabedoria das multidões”,15 isso significa apenas que é mais provável que um grande grupo de pessoas possa fazer uma avaliação mais correta do que um grupo pequeno de supostos especialistas. Mas isso não é dizer muito. A velha piada de que os “macroeconomistas previram, com muito sucesso, nove das últimas cinco recessões”, não é tanto uma piada quanto uma verdade deprimente sobre a dificuldade do prognóstico