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TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
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Paradigma individualista
Para Max Weber (1864-1920), o foco da Sociologia estava na relação que o 
indivíduo e a sua ação estabelecem com o conjunto das instituições que compõem 
uma sociedade (FREUND, 1987). Não haveria uma oposição entre sociedade e 
indivíduo, porém, a sociedade não estava acima, nem era superior ao indivíduo. 
Ela deveria ser percebida como o conjunto de ações dos indivíduos em situação 
de relações sociais, uma espécie de teia que ligava os indivíduos entre si. Aqui 
temos um exemplo do paradigma individualista.
A sua Sociologia dava foco ao processo de compreensão da ação 
social. Weber criticou a ideia da sociedade como uma ‘coisa’ que poderia ser 
objetivamente analisada, como sugeriu Durkheim. Para Weber, o destaque estava 
nas dimensões subjetivas dessas relações e intenções individuais.
A sua preocupação enquanto sociólogo estava em compreender a ação 
social individual. Essa ênfase no indivíduo torna sua Sociologia distinta da maneira 
como os nomes anteriormente estudados. Enquanto para Marx, Durkheim e Comte 
a Sociedade era o foco, Weber deu relevância ao papel dos valores na construção 
dos sentidos de uma ação, de uma escolha. Para ele, as pessoas seriam capazes de 
interpretar suas realidades sociais, de atribuir um “sentido subjetivo” a determinados 
aspectos delas e de empreender ações independentes (KALBERG 2010). 
Vinculadas ao pensamento sociológico weberiano, como os tipos ideais, 
este alemão indicou três formas de sociedades que podiam ser encontradas ao 
longo da história: a tradicional, a carismática e a racional-burocrática. 
Apontamos brevemente alguns sociólogos clássicos e suas abordagens 
a respeito da sociedade. Mas, ressaltamos que estas são atualmente pontos de 
partida para a reflexão. Tais olhares clássicos foram postos à crítica ou revisão 
pelas gerações seguintes de sociólogos. Isso porque, no caso das Ciências Sociais, 
e da Sociologia, a discussão epistemológica é elementar. Faz parte da própria 
dinâmica e reflexividade da Sociologia ocupar-se de seus sentidos, limites e 
dilemas. Neste sentido, aquilo que era relevante no momento do surgimento da 
Sociologia é, em muitos casos, algo ultrapassado, epistemologicamente criticado 
ou refutado. A Sociologia clássica difere, portanto, da Sociologia contemporânea.
A Sociologia desenvolvida nos seus primórdios e a das últimas décadas 
podem ser diferentes entre si, mas estão fortemente inter-relacionadas. As 
abordagens clássicas ainda orientam as reflexões sobre a sociedade. Mas, 
num mundo em constante movimento, receberam contribuições e críticas que 
renovaram ou ampliaram seus fundamentos. O olhar que os sociólogos pioneiros 
ou contemporâneos lançaram para a sociedade e os tipos de preocupações que 
orientaram sua curiosidade científica estão localizados nos quadros sociais de 
mudanças percebidas.

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