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americano. Menos de 23% sabia que o imposto de renda é cobrado sobre os juros ganhos por
uma conta de poupança se a renda do dono da conta for alta o bastante. Um total de 59% não
sabia a diferença entre uma pensão de uma companhia, a Previdência Social e um plano 401
(k).** Nem esse é um fenômeno exclusivamente americano. Em 2006, a Autoridade de
Serviços Financeiros Britânicos realizou um levantamento sobre a instrução financeira do
público que revelou que uma pessoa em cada cinco não tinha ideia de qual seria o efeito de
uma taxa de inflação de 5%, e uma taxa de juros de 3%, sobre o poder de compra das suas
poupanças. Uma em cada dez pessoas não sabia qual era o melhor desconto para uma
televisão originalmente apreçada em 250 libras: 30 libras, ou 10%. Como esses exemplos
deixam claro, as questões formuladas nesses levantamentos eram da natureza mais básica.
Parece razoável assumir que somente um punhado daqueles pesquisados teria sido capaz de
explicar a diferença entre uma opção “de venda” (de papéis financeiros) e uma opção “de
compra” de ações ou de títulos, por exemplo, muito menos a diferença entre um CDO e uma
CDS.
Os políticos, presidentes dos bancos centrais e homens de negócio lamentam
regularmente a extensão da ignorância pública sobre o dinheiro, e com boa razão. Uma
sociedade que espera que a maioria dos indivíduos assuma a responsabilidade pela
administração dos seus próprios gastos e da sua renda, depois do imposto; que espera que a
maioria dos adultos possua a sua própria casa; e que deixa que o indivíduo determine o quanto
vai poupar para a sua aposentadoria, e se fará ou não um seguro de saúde, certamente está
estocando problemas para o futuro ao deixar seus cidadãos tão mal equipados para tomar
decisões financeiras sábias.
O primeiro passo para compreender a complexidade das instituições financeiras
modernas e sua terminologia é descobrir de onde elas vieram. Caso entenda as origens de uma
instituição ou de um instrumento financeiro, você descobrirá que o papel deles no dia a dia é
muito mais fácil de compreender. Dessa maneira, os componentes-chave do sistema financeiro
moderno são introduzidos sequencialmente. O primeiro capítulo deste livro traça o
aparecimento do dinheiro e do crédito; o segundo, do mercado de títulos; o terceiro, das
bolsas de valores. O Capítulo 4 conta a história do seguro; o Capítulo 5, a do mercado
imobiliário; e o Capítulo 6 conta a história da ascensão, queda e ascensão das finanças
internacionais. Cada capítulo trata de uma importante questão histórica. Quando o dinheiro
deixou de ser metal e mudou para o papel, antes de desaparecer completamente? É verdade
que, ao determinar as taxas de juros de longo prazo, os mercados dos títulos governam o
mundo? Qual é o papel desempenhado pelos bancos centrais nas bolhas das bolsas de valores
e nas quebradeiras? Por que o seguro não é necessariamente a melhor maneira de se proteger
de riscos? As pessoas exageram sobre os benefícios de investir no mercado imobiliário? E a
interdependência da China e dos Estados Unidos é a chave para a estabilidade financeira
global ou apenas uma quimera?
Ao tentar cobrir a história das finanças da antiga Mesopotâmia à micro-finança moderna,

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