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Extensão Curricular
Ano 2023
PROJETO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL
LIBRAS: Libras e Acessibilidade Escolar!
Alessandra Nadir Machado da Silva (RA:196717)
1 Curso: Segunda Licenciatura em Educação Especial
RESUMO – Pode-se dizer que é de Conhecimento de todos que quando a escola recebe um aluno surdo, professores e profissionais não docentes reconhecem e percebem que não se sintam preparados para ensiná-lo, até mesmo devido a formação sua formação docente. A verdade é que estudantes e comunidade interna geralmente estão despreparados para efetuar comunicação na Língua de Sinais com essa comunidade. A falta de comunicação clara e contínua causa sentimentos de embaraço, fracasso e faz o aluno evadir do ambiente escolar, fato que infelizmente já pudemos presenciar como instituição. É importante destacar que a inclusão escolar de crianças surdas ainda não é efetiva apenas com inserção dos estudantes no ensino regular. Ou seja, este ainda é um processo que precisa respeitar as diferenças, buscando garantir a estes estudantes todas as oportunidades, considerando a diversidade como um elemento enriquecedor da aprendizagem e do desenvolvimento pessoal e social. Além disso, com a crescente entrada de estudantes surdos e deficientes auditivos, as escolas enfrentam a falta de profissionais com fluência no idioma que possam ajudar na acessibilidade da comunicação em sala de aula, em reuniões de estudantes ou quando eles simplesmente se reúnem para discutir um seminário ou trabalho em grupo. Por isso, este projeto traz a possibilidade de alunos que dominam a Língua de Sinais auxiliarem professores, gestores e outros estudantes a estabelecer uma comunicação efetiva com a comunidade surda. Sendo assim, o projeto apresenta as etapas de desenvolvimento do projeto, suas implicações e contribuições para a construção de uma escola que respeita as culturas permitindo que as interações ocorram de forma que reduza as barreiras linguísticas. Portanto esta atividade de extensão contempla a aprendizagem e prática do alfabeto manual na Língua Brasileira de sinais - Libras e sua soletração. Tem como pretensão permitir que os docentes e funcionários da EM Antonio Marques Figueira possam refletir sobre como o aprendizado e a soletração do alfabeto em Libras pode oportunizar a digitalização no ar de quaisquer palavras na Língua Portuguesa - LP na modalidade de ensino, a fim de facilitar a comunicação com o indivíduo com Deficiência Auditiva/Surdez, compreendendo a forma pela qual ela ocorre, suas potencialidades e desafios, com ênfase em indivíduos que estão nível de ensino da Educação Básica formal ou não formal. O projeto apresenta experiências voltadas à aprendizagem do alfabeto digital em Libras com a seguinte temática: INCLUSÃO PELAS MÃOS – SOLETRANDO EM LIBRAS.
Palavras-chave: Inclusão escolar. Alunos surdos. Libras. 
1 APRESENTAÇÃO
É inevitável negar que a surdez sempre existiu, antigamente os sujeitos surdos não eram respeitados e nem considerados como seres humanos.
A necessidade e a obrigação de o Estado elaborar parâmetros claros no campo curricular capazes de orientar as ações educativas do ensino obrigatório, de forma a adequá‐lo aos ideais democráticos e à busca da melhoria da qualidade do ensino nas escolas brasileiras. (BRASIL, 1997, p. 14)
No território brasileiro os atendimentos para pessoas com deficiência iniciaram somente a partir do século XX com o surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Essa declaração dava direitos a essas pessoas a terem uma vida normal, tendo liberdade, direito à educação entre outras.
A partir do final dos anos 1960, e de modo mais destacado nos anos 1970, as reformas educacionais alcançaram a área de educação especial sob a égide dos discursos da normalização e da integração. A educação especial constou como área prioritária nos planos setoriais de educação, após a Emenda constitucional de 1978 e a lei nº 5692/71, de reforma do 1º e 2º graus, e foi contemplada com a edição de normas e planos políticos de âmbito nacional as definições do Conselho Federal de Educação sobre a educação escolar dos excepcionais, as resoluções dos Conselhos Estaduais de Educação sobre diretrizes de educação especial, a criação dos setores de educação especial nos sistemas de ensino, a criação das carreiras especializadas em educação na educação escolar (os professores dos excepcionais) e também no campo de reabilitação (a constituição das equipes de reabilitação/ educação especial). (FERREIRA, 2006, p.87)
Dentro desta perspectiva, pode-se dizer que apesar de o Brasil ter mudado algumas políticas para construir uma sociedade melhor e mais justa para as pessoas com necessidades especiais, ainda existe um descaso muito grande por parte do governo e dos que participam da política.
Uma vez que a escola é obrigada a fornecer um ensino de qualidade, sem excluir qualquer pessoa que seja independentemente da cor, da raça e de sua necessidade. Muitas leis são criadas pelo governo, mas várias não são aplicadas de forma correta na prática. Dessa forma, pode-se dizer que existe uma enorme falta de pessoas capacitadas para exercerem as leis, isso porque a falta de verba dificulta o acolhimento das pessoas com deficiência, como por exemplo, os alunos que necessitam de rampas para ter acesso à sala com cadeira de rodas. 
A expressão necessidades especial foi oficialmente adotada no art. 58 da LDBEN (Brasil,1996), acarretando numa interpretação ampliada do alunado da educação especial no contexto da inclusão, uma vez que avançava na ideia de que aplicava apenas aos alunos com deficiências e abrangia os demais alunos excluídos ou marginalizados no contexto escolar. (FERNANDES, 2011, p.139)
Neste contexto, pode-se dizer que é de constante luta a inclusão social, fazendo valer em nosso meio o respeito daqueles que são excluídos e menosprezados pela sociedade. Ou seja, a história da educação especial no Brasil ficou conhecida como período de institucionalização. As pessoas que necessitam de atendimentos especializados vivem em constante luta para assegurar seus direitos básicos, geraram na sociedade a reivindicação do direito de estudar junto com outros alunos, nas escolas comuns.
Os estudantes têm o direito de contar com professores que estudem e saibam arte vinculada à vida pessoal, regional, nacional e internacional. Ao mesmo tempo, o professor de Arte precisa saber o alcance de sua ação profissional, ou seja, saber que pode concorrer para que seus alunos também elaborem uma cultura estética e artística que expresse com clareza a sua vida na sociedade. (FUSARI E FERRAZ,2001, p.53)
A escola é um reflexo da sociedade e deve estar em constante modificação. As mudanças são necessárias para atender a todos respeitando suas individualidades e necessidades. Todavia, certas modificações impulsionam discussões e geram consequências que devem ser analisadas por políticas, para que não gere descontentamentos e discriminação.
As línguas de sinais são sistemas abstratos de regras gramaticais, naturais das comunidades de indivíduos surdos que a utilizam. Como todas as línguas oral auditivas, não são universais, isto é, cada comunidade linguística tem a sua. Assim há uma língua de sinais inglesa, uma americana, uma francesa e várias outras, e vários países, bem como a brasileira. (FERNANDES, 2003, p.39)
Neste contexto, pode-se dizer que a inclusão veio para transformar a educação do nosso país, onde a escola seja para todos, recebendo alunos “normais” ou com alguma necessidade especial. As pessoas ouvintes muitas vezes confundem essa deficiência com problemas mentais, onde na verdade não é, o surdo vê o mundo apenas com outros olhos, de uma forma visual ele cria seu próprio mundo e vivencia suas experiências. 
Dessa forma, a inclusão dos alunos surdos é muito nova tanto para a escola, quanto para os próprios professores, pois, a escola e toda parte educacional deve oferecer, ao aluno surdo uma boa qualidade de ensino, para que ele tenha uma aprendizagem concreta, caso contrário realizará umainclusão não muito eficiente com relação à aprendizagem desses sujeitos.
Além disso, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é uma estrutura de língua como qualquer outras e é completa. Os sinais são construídos a partir de combinações, movimentos, entre outros, que são realizados no momento da comunicação. Desse modo, para se comunicar por meio da LIBRAS, é necessário conhecer principalmente a estrutura gramatical e não somente os símbolos de forma aleatória. 
Quando se trata de Educação Inclusiva, a escola deve atender às necessidades de todos os alunos. Essa cultura deve ser estabelecida entre os educadores e todo o sistema educacional. 
É possível dizer que uma instituição educacional com orientação inclusiva, é aquela que se preocupa com a modificação da estrutura, do funcionamento e da resposta educativa que se deve dar a todas as diferenças individuais, inclusive às associadas a alguma deficiência em qualquer instituição de ensino, e em todos os níveis de ensino.
Enfim, as mudanças são demoradas como qualquer situação, mas exige que tenha força e coragem para mudar as coisas, e mesmo que sejam difíceis mais adiante fará uma grande diferença na vida de quem precisa, e quem colabora e participa cresce como pessoa, como ser humano. 
2- SUGESTÃO
· Possibilitar o auxílio a comunicação com surdos neste espaço para sua real inclusão e interação no ambiente escolar;
· Possibilitar momentos de discussão referente às implicações e aproximações da inclusão de estudantes surdos e o bilinguismo no contexto escolar;
· Promover a inclusão e socialização de alunos surdos na comunidade escolar.
 METODOLOGIA
O projeto ocorreu no primeiro semestre de 2024, semanalmente em dois tempos de aula (de 45 minutos cada) em na Escola Municipal Antonio Marques Figueira. As turmas escolhidas para a realização do projeto são alunos dos 5º anos do ensino fundamental anos iniciais, onde estão matriculados estudantes, incluindo um educando surdo, com a participação dos coordenadores pedagógicos e professores. As atividades ocorrem na biblioteca da escola e na sala de aula, com rodas de conversa, utilizando a Libras e dinâmicas de comunicação, além de apresentação e socialização. 
No primeiro encontro, as atividades do projeto buscaram promover momentos de diálogos e reflexões, abordados no tópico que destaca a cultura surda e os aspectos linguísticos que envolvem esta comunidade. Esse tópico foi abordado por meio de uma roda de conversa, onde os participantes relataram suas vivências com pessoas surdas, criando assim, um clima de entrosamento e interação, a fim de deixar participantes à vontade para fazerem perguntas e exporem suas opiniões. 
No segundo encontro, os estudantes apresentaram as suas produções com a datilologia do nome e o sinal em Libras para cada adjetivo. Durante a produção, é possível notar que os estudantes surdos encontram obstáculos, pois a língua portuguesa escrita ainda se apresenta como uma grande barreira para eles. 
Durante o projeto eles puderam finalizar e apresentar para a turma os seus textos. Toda turma precisa participar da dinâmica, contribuindo para socialização e apresentação de diálogos, datilologia de seus nomes e alguns sinais em Libras.
No terceiro encontro, foi realizada a exposição de um trecho da série “Crisálida”. Essa série relata a vida de um garoto surdo que conhece a Libras e luta dentro de sua própria casa pelo direito de ser surdo, principalmente, com o seu pai que o vê como um deficiente. 
No quarto encontro, por meio de uma roda de conversa, os participantes relatam suas vivências com pessoas surdas, a partir das quais um clima de entrosamento e interação se estabelece, deixando os participantes à vontade para fazerem perguntas e expor suas opiniões e realidades. 
Ao término da exposição, perguntamos aos estudantes qual era a opinião deles sobre o que foi assistido. A maioria disse que a história faz com que eles tenham uma outra visão da vivência de uma pessoa surda na sociedade. Convidamos o estudante surdo e sua intérprete para conversar um pouco com a turma sobre sua vida cotidiana, seus desafios e suas alegrias dentro e fora do contexto escolar. 
As atividades aconteceram com poucos recursos visuais, sem interferir no aprendizado e interesse dos estudantes. Os sinais utilizados nas atividades são bastante conhecidos pelo estudante surdos, por esse motivo ele não encontrou dificuldades para se comunicar. 
Ao final do projeto foi notável observar que todos os encontros tiveram resultados positivos, criando estratégias de acordo com interesse e necessidade dos participantes, visando o ensino/aprendizagem deles com a permanência e êxito de alunos surdos. Por se tratar de uma atividade com menor duração, comparada às demais, apenas uma série participou das atividades. 
Portanto, espera-se que com esse projeto, a comunicação entre os estudantes surdos e a comunidade escolar aconteça de forma significativa a fim de todos alcançarem o ensino/ aprendizagem.
2.1 Tabelas 
As atividades do projeto LIBRAS: Acessibilidade Escolar para todos, serão desenvolvidas conforme o cronograma a seguir:
	DATA E HORÁRIO
	DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES
	
	Diálogos e reflexões sobre a cultura surda e os aspectos linguísticos que envolvem esta comunidade.
	
	Produções com a datilologia do nome e o sinal em Libras para cada adjetivo.
	
	Trecho da série “Crisálida” e roda de conversa.
	
	Experiência na vivência dos estudantes surdos dentro e fora do contexto escolar.
Tabela 1: tabela com a programação do projeto LIBRAS: Acessibilidade Escolar para todos! 
3.2 - Fotos de Vivências
 
 Formação Vivências em libras alunos 3º anos Alunos vivenciando através do teatro a língua de sinais.
3 RESULTADOS
As atividades do projeto buscam promover momentos de diálogos e reflexões. O tópico norteador deste primeiro momento foi sobre a cultura surda e os aspectos linguísticos que envolvem esta comunidade. 
Os reflexos das ações do projeto puderam ser constatados com a melhoria do relacionamento entre alunos ouvintes e surdos durante a realização de atividades propostas dentro da sala de aula. Nos trabalhos em grupos, por exemplo, observou-se o desenvolvimento da comunicação e interação entre esses alunos. Na disciplina de ciências, a professora solicitava trabalhos em grupos desde o início do ano letivo, porém os educandos surdos eram somente integrados às equipes para não serem excluídos. Mas, a exclusão acabava acontecendo, pois os surdos eram vistos como incapazes de participar da preparação dos trabalhos e apresentações dos seminários.
Por outro lado, após a compreensão da cultura e dos aspectos linguísticos da pessoa Surda, proporcionadas pelo atual projeto, houve uma modificação no olhar com relação a participação dos alunos surdos no planejamento das atividades que iriam ser apresentadas. Com isso, os estudantes surdos participavam fazendo pesquisas, recortando, colando, desenhando e também ensaiando junto com a equipe antes das apresentações.
Almeja-se através deste projeto viabilizar a comunicação entre os alunos surdos e a comunidade escolar em geral: alunos-alunos, aluno-professor, aluno-servidores e aluno-gestores.
4. CONCLUSÃO
A escola, onde aconteceu o projeto, é reconhecida no município pelas suas ações inclusivas, pois através de eventos e projetos realizados anualmente, contribui para a participação de todos os alunos. Porém, em meio a limitações encontradas no currículo e nas metodologias empregadas na escola, ainda se encontram dificuldades para a plena materialização da inclusão escolar dos surdos. 
Essa não materialização pode ser constatada na forma como os conteúdos disciplinares são discutidos pelos professores regentes que, na sua grande maioria, ainda utilizam somente a oralidade. Com isso, destaca-se a necessidade do comprometimento de todo o corpo docente e da família dentro desse processo de inclusão escolar, pois ainda há resistências na utilização de pedagogias pensadas na diversidadecultural. No caso da família, a sua participação efetiva poderá colaborar na construção de propostas que venham subsidiar as necessidades educacionais dos estudantes. 
Por fim, o referido projeto mostrou para toda a comunidade escolar as potencialidades dos alunos surdos e que se pode trabalhar de forma mais inclusiva. Assim, o projeto contribuiu para a divulgação e reconhecimento da Libras como forma efetiva e importante para a comunicação e desenvolvimento sociocultural e linguístico da pessoa surda, sendo instrumento primordial para promover uma efetiva inclusão na comunidade escolar.
5. LIÇÕES APRENDIDAS E PERSPECTIVAS PARA PROJETOS FUTUROS
No período anterior ao projeto, os alunos surdos tinham contato apenas com dois ou três colegas de sala. Durante o desenvolvimento do projeto o contato se expandiu para toda turma e com a participação nas atividades essa interação se disseminou para a comunidade escolar em geral. O projeto trouxe uma ação voltada à inclusão nessa temática, fazendo com que outros alunos com outras especialidades participassem, valorizando a importância de respeitar as pessoas deficientes, pois elas também têm participação e contribuição no contexto escolar.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, A.S. A aquisição de linguagem/Libras e o aluno surdo: um estudo sobre as formas de comunicação e interação na escola e na família. 2016. 106 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados.
OLIVEIRA, Fabiana Barros. Desafios na inclusão dos surdos e o intérprete de libras. Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 8, n. 1, p. 93-108, 2012.
APÊNDICE 1 – LISTA DE COAUTORES DO PROJETO
	1. 
	ALUNA: Alessandra Nadir Machado da Silva
	
	RA: 196717
	CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
APÊNDICE 2 – DECLARAÇÃO DE RECEBIMENTO DA AÇÃO DE EXTENSÃO CURRICULAR (MODELO SUGERIDO).
DECLARAÇÃO DE RECEBIMENTO DA AÇÃO EXTENSIONISTA
             Declaro para os devidos fins, a pedido da parte interessada, que Alessandra Nadir Machado da Silva, aluno(s) do(s) Curso(s) Licenciatura em Educação Especial da Universidade Santa Cecília, realizou(aram) ação extensionista denominada LIBRAS: Acessibilidade Escolar para todos, na EM Antonio Marques Figueira, no período de 01 à 29 de fevereiro de 2024, cumprindo com êxito a atividade proposta. 
 
 
 
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