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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL ∞ FaEE
Curso de Graduação em Educação Especial, Licenciatura.
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL ∞ FaEE
Curso de Graduação em Educação Especial, Licenciatura.
RELATÓRIO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES
FILMES, DOCUMENTÁRIOS OU SÉRIES
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	Aluno: 
	RA: 
	Curso Licenciatura Educação Especial 
	Semestre: 5º
	Nome da obra: Merlí
	Qual a mensagem principal da obra?
 De acordo com minha análise, a filosofia se refere à capacidade de enxergar e buscar acima do que é visível, ou seja, explorar o conhecimento que está presente em nosso mundo circundante para que possamos aprender e desenvolver um olhar distinto sobre nós mesmos.
	Quais mensagens intrínsecas você conseguiu observar na obra? (Mensagens ocultas):
Merlí seguiu seus jovens alunos como seguidores da filosofia, apesar de seu suposto interesse maior em desfrutar da filosofia do que simplesmente utilizá-la. No entanto, essa prioridade poderia dificultar a busca da individualidade desses mesmos jovens. 
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	Qual o enredo da obra? 
A história apresenta um professor de filosofia inicialmente desempregado, quando sua ex-mulher pede que ele cuide de seu filho único (Bruno). Devido ao atraso no pagamento do aluguel, eles são despejados. Com isso, precisam se mudar, e surge uma oportunidade de emprego no Instituto Angel Guimera em Barcelona, onde Bruno estuda. Ele é bem recebido pelos alunos, criando uma atmosfera de aceitação. No entanto, seus colegas de trabalho não demonstram a mesma empatia que os estudantes.
	A história da obra implica em algo na sua vida ou profissão? Explique.
Sim. 
Podemos afirmar que com o manuseio e manobras que Merlí busca no seu trabalho nos reflete a importância de inspiração que desperta nos educandos, trazendo para uma vida real a importância que temos diante dos alunos. Em motivar o interesse do aprendizado satisfatório.      
	Qual contexto da obra pode ser visualizado ou aplicado em sala de aula?
Analisemos como a série nos apresenta diversos cenários para serem explorados, não apenas em ambientes escolares, mas também em nosso cotidiano. Dentre eles, posso mencionar alguns exemplos: ao ensinar abordando a realidade do aluno, o professor pode desenvolver uma relação de confiança a ser pensada pelos estudantes, respeitar as diversidades com discernimento, o espaço de aprendizagem não se restringe apenas à sala de aula, ensinar é transmitir o presente ou o passado com domínio do conhecimento e inovar, trazendo para o todo a dinâmica de aprender e desejar buscar mais conhecimento.
	Faça uma resenha da obra assistida: (1800 a 2200 caracteres com espaço):
É essencial notarmos que Merlí é uma produção televisiva que apresenta um professor de filosofia como protagonista, explorando diferentes teorias e conceitos em meio às interações com seus alunos em sala de aula. A série discute temas como sexualidade, abuso, uso de substâncias e diversidade sexual, trazendo reflexões pertinentes sob a perspectiva do professor em relação aos seus alunos.
É evidente percebermos que o professor em destaque é um educador totalmente extraordinário, ou seja, já com seus 50 anos de idade, porém alguém atualizado, que busca ser acima de tudo um indivíduo que transmite a todos nós a importância de refletir diante dos alunos do futuro. E reconsiderar que devemos constantemente nos reexaminar para acompanhar a próxima geração com suas características únicas, sempre respeitando o próximo.
É possível notar que a forma como ele trata os estudantes é motivadora para trazer questões destacadas em teorias filosóficas do dia a dia. Amado e admirado por seus alunos, contudo, um tanto quanto peculiar diante de seus colegas de trabalho (professores), ele busca incentivar os alunos a buscarem e desejarem mais do que lhes é ensinado e mostrado. A série nos apresenta situações envolvendo diversos temas, como por exemplo, Ivan, um aluno que, quando Merlí chegou à escola, estava afastado devido a depressão, ocasionada por bullying, e Merlí o trouxe de volta à escola, cativando-o e o incentivando a buscar o melhor para si. Com isso, Merlí ia até a casa de Ivan para mostrar que ele poderia se reavaliar e voltar a ter uma vida normal como todos. Por outro lado, vemos a importância de um professor incentivador e atualizado, o que contrasta com o professor de literatura, Eugeni, que abordou Ivan de forma grosseira e impaciente, fazendo com que o aluno se afastasse ainda mais. Já o professor de filosofia adotou uma abordagem tranquila e conversou diretamente com o aluno em questão, sendo prontamente absorvido de forma positiva.
Merlí, o professor de filosofia, estabeleceu uma relação de confiança sólida com um de seus alunos, resultando em uma transformação notável em seu comportamento e seu crescimento ao longo dos episódios. É fundamental destacar a importância da influência do professor no cotidiano do aluno, pois ele pode ser muito mais do que apenas um educador, podendo instigar a autoconfiança e o aprendizado inovador, trazendo à tona a relevância do passado no presente. Respeitar o próximo é essencial para promover uma atmosfera positiva de aprendizado baseado na sabedoria e na curiosidade, assim despertando a essência de um verdadeiro Merlí em cada um de nós.
A maneira como os criadores de “Merlí” abordou o professor espanhol na trama sugere que seu narcisismo pode ser o responsável pelo controle autoritário sobre o discurso e a ação, resultando em um prazer pelo controle. Essa suposta vontade de ser a autoridade máxima na comunicação é, também, parte essencial do desejo de desmantelar completamente a escola e libertar professores e alunos em um estado de liberdade conhecido como anômico.
Aqui está a ideia central que explorei ao longo deste texto, uma ideia que não busquei provar de maneira definitiva. Meu objetivo foi questionar a posição predominante no ensino de filosofia de Merlí. Além disso, busquei provocar reflexões relevantes para o campo da educação a partir das situações cotidianas apresentadas na escola do seriado espanhol. Reconheço as limitações inevitáveis do recorte teórico deste texto, bem como a relação "estranhamente familiar" ou "familiarmente estranha" que a psicanálise mantém em relação à filosofia (e vice-versa). No entanto, se a psicanálise tem algo relevante a dizer sobre um seriado que trata do ensino de filosofia, talvez isso se deva a essa relação "estranha e familiar" ou "estima" (exterior e íntima ao mesmo tempo) com a filosofia. Foi a partir desse ponto que busquei fazer uma crítica fundamentada teoricamente, mas também única. Acredito que essa posição "estima" da psicanálise oferece as condições necessárias para a análise em questão e possibilita realizar uma crítica que, com características singulares, contribua para a reflexão contínua sobre o controverso ensino de filosofia por Merlí.
É importante ressaltar que, segundo o discurso de Merlí, ele não sugere, em relação à educação, algo semelhante à ideia de uma "instituição desintegrada" conforme proposto por Maud Mannoni. Merlí busca deslocar a escola até alcançar suas camadas mais profundas e complexas (onde o professor acredita que reside toda forma de controle disciplinar).
Assim como é habitual entre os educadores liberais, Merlí não perceberia, de acordo com a suposição apresentada, que a desconstrução de qualquer coisa aconteceria na e através da linguagem, e, portanto, a desconstrução não poderia escapar ao campo do Outro. No entanto, mesmo que esse salto anômico seja considerado impossível pela psicanálise, o desejo imaginário de desconstruir completamente a instituição escolar não é semefeito. Isso ocorre porque, embora a estrutura da linguagem seja pressuposta em toda desconstrução, quando essa desconstrução é imaginarizada (ou seja, tornada onipotente), acaba ampliando as dificuldades inerentes à submissão à autoridade da linguagem (ou seja, as dificuldades inerentes à formação da subjetividade), tanto no ambiente familiar quanto na escola.
De outra forma, uma "desconstrução total" misturaria - como Dufour (2005, p. 195) argumenta - a dominação sociopolítica (que é contingente) com a submissão à maestria da linguagem (que é necessária), equívoco no qual Merlí incorreria ao se negar a alienar os jovens na posição de estudantes. E mesmo que a submissão à linguagem seja condição essencial para toda dominação, ela também é a base para toda interpelação ética que possa desfazer as dominações sociais, étnicas, políticas etc. Portanto, a desconstrução total da escola acabaria por descartar, junto com a água do banho, o bebê. Nesse sentido, e se a presente suposição estiver correta, seria fundamental que a desconstrução das relações de poder na escola não venha a prejudicar o vínculo simbólico entre professor e aluno.
de acordo com o ponto de vista apresentado, Merlí evitaria rotular os jovens como alunos da escola, a fim de oferecer-lhes uma liberdade supostamente ilimitada, acima de qualquer tipo de autoridade e controle, como se a relação professor/aluno não criasse, entre eles, laços simbólicos, ou seja, um vínculo subjetivo no campo da comunicação e da linguagem. Assim, enquanto o ensino de filosofia na escola libertaria os alunos, a própria escola, conforme Merlí, os condicionaria apenas a seguir as regras e reproduzir as relações de poder estabelecidas. Nesse sentido, somente a completa desconstrução do sistema educacional poderia libertar os jovens educados, para que jamais fossem alienados logo no início, na condição de aluno.
Antes de concluir esta reflexão, é importante ressaltar mais uma vez que a série "Merlí" não é de forma alguma unidimensional. Em outras palavras, ela apresenta paradoxos ricos em termos educacionais. Portanto, não é de surpreender que Merlí, no oitavo episódio da segunda temporada, tenha feito pela primeira vez, em uma conversa reveladora com Eugeni, uma autocrítica sobre ter se tornado o confidente e melhor amigo dos estudantes. Nas palavras de Merlí: "agora essas crianças vêm sempre chorar no meu ombro e me deixam todo babado". Então, convido o espectador a revisitar esse episódio para avaliar se estou exagerando ao dizer que há aí uma redução imaginária (narcisista) de Merlí em relação a ser o professor mais querido da escola... E independentemente de ter sido por coincidência ou intuição do diretor, o fato é que o título desse episódio é "Freud"! O qual Freud subjetiva o professor com a educação!
No episódio em questão, Merlí demonstra que sua experiência na vida escolar o influenciou. Isso o levou a reconhecer que, seja dentro ou fora da escola, todo jogo possui suas regras (mesmo que as regras possam ser alteradas durante o jogo). No entanto, a alteração das regras só é possível desde que seja mantida a possibilidade de jogar. Caso contrário, o jogo acaba e ninguém mais poderá brincar com as palavras ou ser influenciado por elas (o que indica a influência estrutural da linguagem).. Em vez disso, só restaria descartar os jogos de linguagem...
Por isso, acredito ser crucial que a desconstrução das hierarquias de poder no ambiente escolar não resulte na desestruturação do vínculo social na escola e, consequentemente, na desvinculação subjetiva de estudantes e professores. Isso é essencial no momento em que se busca preservar a voz, ou seja, quando se quer ter a capacidade de se expressar. No entanto, é importante reconhecer, nesse contexto, as consequências tanto positivas quanto negativas que o ato de falar certamente trará.
 
	Parecer do (a) professor (a) de Atividades Complementares:
Aprovado ( ) Reprovado ( )
EaD UNISANTA 
Rua Cesário Mota, 08 - Bloco F, Sala F12 – Boqueirão – Santos/SP – CEP 11045-040 – Tel. (13) 3202-7159
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