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NUTRIÇÃO MINERAL DAS PLANTAS Nutrição Mineral • É o estudo de como as plantas obtêm e utilizam os nutrientes minerais. • Área de pesquisa fundamental tanto para agricultura, quanto para a proteção ambiental. Histórico • 350 aC: O estudo da nutrição das plantas teve início com Aristóteles, este se baseava na idéia que as plantas se alimentavam de húmus e, após a morte, retornam ao húmus. • 1563 (Palissy): Contribuição do sal do solo para a vida da planta. • 1652 (Van Helmont): As plantas absorvem água e sintetizam suas substâncias a partir dela. Histórico • 1766 (Woodward): Cultivou plantas em vasos, irrigando com água de chuva, torneira, enxurrada e líquido de esgoto diluído. • Concluindo que a terra e não a água, era o material constituinte das plantas. SUJEIRA DA ÁGUA CRESCIMENTO DAS PLANTAS Histórico • 1804 (Saussure): Demonstrou que a planta obtinha o carbono do CO2 atmosférico; que o hidrogênio e o oxigênio eram assimilados na proporção que se encontra a água (2:1) e que o aumento na matéria seca era devido ao C, H, O; que o solo era o fornecedor de minerais indispensáveis a vida da planta. • 1830 (Boussingault): Deu início aos experimentos, comprovando que o solo é o fornecedor de minerais indispensaveis a vida. Histórico • Liebig (1840 e 1855): Compilou toda a informação da época a respeito da importância dos elementos minerais para as plantas. • Postulou que os elementos minerais essenciais eram: N, P, K, Ca, Mg, S, Si, Na e Fe e que todos provêm do solo, exceto os elementos essenciais C, H, O, que são provenientes da água e da atmosfera. Lei do Mínimo (Liebig) • O rendimento de uma cultura é limitado pelo nutriente que estiver abaixo da sua quantidade mínima necessária, não importando se ele é um macro ou micronutriente. Critérios de essencialidade • A planta não pode ser capaz de completar seu ciclo de vida na ausência do elemento mineral. • A função de certo elemento mineral não pode ser substituído por outro elemento mineral. • O elemento tem que estar diretamente envolvido com o metabolismo da planta ou ser requerido numa determinada etapa metabólica. FUNÇÕES DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS • FUNÇÃO ESTRUTURAL - parte da estrutura de um composto importante • FUNÇÃO CATALÍTICA - ativador enzimático (catalisador) Classificação de nutrientes Elementos químicos essenciais Fonte: água e CO2 Origem não mineral MACRONUTRIENTES Fonte: solo MICRONUTRIENTES Fonte: solo Classificação de nutrientes Quantidade exigida pela planta MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES São constituintes de compostos orgânicos, como proteínas e ácidos nucléicos, ou atuam no controle osmótico São constituintes de moléculas de enzima ou ativadores enzimáticos. Elementos benéficos • São essenciais apenas para algumas espécies. Ex. O Na é essencial para a halófita Atriplex vesicaria. • Compensam ou eliminam os efeitos tóxicos de outros. Ex. O Al em concentração abaixo de 0,2 ppm pode reduzir ou eliminar efeitos tóxicos de Cu, Mn e P. • Substituem um elemento essencial em alguma de suas funções menos específicas. Ex. O Na pode satisfazer parte da função osmótica do K. Curva de crescimento das plantas Classificação nutrientes Mengel e Kirby (1987) Classificação Propriedades físico-químicas • METAIS: K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, Ni • NÃO METAIS: N, S, P, B e Cl. Absorção dos nutrientes • Difusão: O nutriente entra em contato com a raiz ao passar de uma região de [ ] para uma [ ]. • Fluxo de massa: O contato se dá quando o elemento é carregado de um local de potencial de água para um de • Intercepção radicular: O contato se dá quando a raiz cresce e encontra o elemento. Absorção de nutrientes • A chegada de nutrientes a superfície radicular apenas garante sua disponibilidade para as plantas, sua absorção vai depender do contato deles com a menbrana das células das raízes e da espécie iônica presente na rizosfera. • Nutriente biodisponível: Aquele que está presente na solução do solo na forma iônica e pode se mover para o sistema radicular. • Ex: NO3 -, H2PO4 -, K+, Ca2+, Mg2+, Cl- Solos inorgânicos QUANTO MENOR A PARTÍCULA, MAIOR A SUPERFÍCIE ESPECÍFICA MAIOR A SUPERFÍCIE PARA REAGIR Brita tem partículas > 2mm Areia grossa tem partículas entre 0,2 e 2 mm Areia fina tem partículas entre 0,02 e 0,2 mm Argila é partícula < 0,002 mm ARGILA retém mais água e mais nutrientes Solos inorgânicos • As partículas de solo, tanto inorgânicas quanto orgânicas, têm cargas predominantemente negativas. • Os cátions minerais absorvidos pelo solo não são facilmente perdidos quando o solo é lavado pela água. • Capacidade de troca iônica (CTC): Grau com que o solo pode adsorver ou trocar íons. CTC – Capacidade de Troca de Cátions SOLO Solução do Solo RAIZ Solo Argiloso tem maior Capacidade de Troca de Cátions (CTC) Efeito do pH no solo na disponibilidade de nutrientes Vias de absorção da raiz • Apoplástica (via parede celular, entre as células) • Simplástica (de célula a célula, via plasmodesmos) Absorção pelas folhas • Adubação foliar: Nutrientes minerais podem ser aplicados as folhas por aspersão. A adubação foliar pode reduzir o tempo de retardo entre a aplicação e a absorção pela planta, o que poderia ser importante durante uma fase de rápido crescimento. • A deficiência de Zn,Cu ou Mn, comum em pomares de plantas perenes como citros e café, deve ser prevenida pela adubação foliar com micronutrientes, prática importante, devendo ser repetida anualmente. Mobilidade de íons e solutos • Xilema: Condução de nutrientes absorvidos pelas raízes para as partes aéreas das plantas. • Floema: Transporte de nutrientes entre os órgãos da planta. Mobilidade do floema • Quando é detectado pela planta o início da falta de um nutriente no ápice (demanda da parte aérea), é enviado um sinal, iniciando-se a redistribuição dele das folhas mais velhas para as mais novas. • Assim, os nutrientes móveis se deslocam facilmente, e os sintomas de deficiência aparecem nas folhas mais velhas. Deficiência Nutricional •Suprimento inadequado de um elemento sintomas característicos de deficiência Sintomas: •Diferem com a espécie; o fase de crescimento (idade); a severidade e complexidade do problema (2 ou + elementos) •Dependem primeiramente de 2 fatores: função do elemento e mobilidade do elemento no floema NUTRIENTE MÓVEL SINTOMAS EM FOLHAS VELHAS NUTRIENTE POUCO MÓVEL SINTOMAS EM FOLHAS NOVAS Classificação de nutrientes quanto a mobilidade no floema • Alta mobilidade: N, P, K, Mg, S e Cl. • Mobilidade intermediária: Fe, Zn, Cu, B e Mo. • Baixa mobilidade: Ca e Mn Nutrientes minerais • Principais funções dos nutrientes • Alguns sintomas de deficiências minerais Nitrogênio (N) • O aspecto mais relevante das funções metabólicas do nitrogênio é seu caráter de componente estrutural em proteínas, purinas, pirimidinas e muitas coenzimas. Uma limitação no fornecimento de nitrogênio, tem portanto uma influência imediata em numerosos processos metabólicos. Falta de nitrogênio • Inibe o crescimento vegetal • Provoca clorose generalizada - inicialmente em folhas mais velhas. Fosfóro (P) • Elemento estrutural: está diretamente relacionada com a formação de ligações diéster, que encontram-se no DNA, RNA e fosfolipídeos. • Elemento transferidor de energia: Ligações do fosfato e pirofosfato com os açúcares, com o gliceraldeído e com as coenzimas AMP, ADP, ATP, UDP e GTP. • Elemento regulador: O Pi (iônico) Falta de fósforo (P) • Redução do número de folhas • Coloração verde mais escura • Drástica redução na relação parte aérea/raízes • Senescência precoce das folhas• Diminuição no número de flores e sementes. Potássio (K) • Regulação Osmótica • Balanço de cátions/ânions • Relações hídricas na planta • Movimento dos estômatos • Alongamento celular • Estabilização do pH do citoplasma • Ativação enzimática para um grande número de enzimas • Síntese de proteínas • Fotossíntese Falta de potássio (K) • O primeiro sintoma visível é clorose em manchas ou marginal, que então evolui para necrose, principalmente nos ápices foliares, nas margens e entre nervuras. • Sintomas folhas mais velhas • Suscetibilidade aumentada a fungos de podridão radicular. Sintomas deficiência de K+ Cálcio (Ca2+) • Elemento estrutural: lamela média das paredes celulares • Elemento regulatório: Equilibra as relações cátions/ânions • Com função na divisão celular e processos secretórios Deficiências de Ca2+ • O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com a flacidez dos tecidos da extremidade dos frutos, que evolui para uma necrose deprimida, seca e negra Magnésio (Mg2+) • É constituinte da clorofila e os íons Mg2+ tem papel na ativação de enzimas envolvidas na respiração, fotossíntese e síntese de DNA e RNA. Deficiência de Mg2+ • Comum em plantações de tomate e caracteriza-se por uma descoloração das margens dos folíolos mais velhos, que progride em direção à área internerval, permanecendo verdes as nervuras. • Deficiência mais severa necrose Enxofre (S) • O S é encontrado em aminoácidos, coenzimas e vitaminas. • Os sintomas de deficiência são similares ao N: clorose e redução de crescimento. • Clorose em folhas jovens. • Tal similaridade não surpreende, pois ambos são constituintes de proteínas. Ferro (Fe) • O Fe tem um importante papel como componente de enzimas envolvidas na transferência de eletróns, como citocromos. • Sintoma caracteristico: Clorose internevura, folhas mais jovens. Boro (B) • As funções do B estão relacionadas com a formação da parede celular e com a lignificação e diferenciação do xilema. • Um sintoma característico da deficiência de boro é a necrose preta de folhas jovens e gemas terminais, ocorrendo nas folhas, principalmente na base da lâmina foliar. Os caules ficam anormalmente rígidos e quebradiços.