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CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS Conhecer as principais características morfofisiológicas das cianobactérias; Reconhecer os principais grupos de cianobactérias planctônicas; Conhecer os principais tipos de cianotoxinas e seus efeitos na saúde humana; Conhecer a legislação que regulamenta o seu monitoramento em águas de abastecimento público; Conhecer métodos de coletas e preservação de amostras; OBJETIVOS Sistema de Domínios: Carl Woese (1978) Cianobactérias são algas ??? Procariotos Eucariotos Enfim... O que são cianobactérias ??? Procariontes autotróficos Fotossintéticos aeróbios Reprodução assexuada por fissão binária Ausência de estrutura de locomoção (cílio ou flagelo) Unicelular, colonial e filamentoso Habitam o planeta há 3,5 bilhões de anos São pioneiras em relação a evolução da vida Escala evolutiva da origem da vida na terra. Fonte: CALIJURI et al,2006 Estromatólitos encontrados na Costa da Austrália, mostrando uma única coluna e a cianobactéria responsável por sua formação. Fonte: CALIJURI et al,2006 • Origem • Estrutura celular Externamente a parede celular pode haver ou não um envelope mucilaginoso (cocóides) ou bainha mucilaginosa (demais cianobactérias) • Hábitat Aquático, terrestre o Planctônica / perifítica / bentônica Habitam ambientes oligo-meso e eutróficos Oceanos, estuários, mangues, rios, lagos, açudes, poças, tanques, fontes termais(> 50o), alto de montanhas, regiões polares, crateras vulcânicas (Witton 1999) Água doce – grande abundância e diversidade Amplo crescimento em águas alcalinas (pH 7 a 9), temperatura (15o a 30o C), alta concentração de nitrogênio e fósforo e alta intensidade luminosa • Aerótopos Vesículas de gás Cilindros grandes Regula a densidade da célula Impermeáveis a água e permeáveis a gases Controla a posição na coluna da água Aumenta a flutuabilidade Sphaerocavum Planktothrix http://www.biologie.uni-hamburg.de/b-online/library/webb/BOT311/Cyanobacteria/GasVesicleLab.jpg • Heterocito e Acineto Heterocito Acineto Heterocito → célula diferenciada com parede espessa e poros nas extremidades. • Fixação de nitrogênio Acineto → célula diferenciada com parede espessa conteúdo celular densamente granulado. •Esporo de resistência • Bainha Fina, translúcida Grossa e fibrosa Constituída de polissacarídeos similar a pectinas http://www.dr-ralf-wagner.de/Bilder/Chroococcus_turgidus.jpg MORFOLOGIA • COCOIDES talo unicelular ou colonial Ordem Chroococcales Synechocystis Coelosphaerium • FILAMENTOSAS MORFOLOGIA Ordem Oscillatoriales: talo filamentoso homocitado Ordem Nostocales: talo filamentoso heterocitado Planktothrix Anabaena Trichodesmium Cylindrospermopsis Florações ou Blooms Perda da qualidade de água Grave Problema Ambiental, Econômico e Social IVANEIDE ALVES SOARES DA COSTA ESGOTO NA ÁREA DA BACIA DO PIRANHAS AÇU Fonte: Blog Jesus de Miudo/Acarí/RN 2006 20042000 Armando Ribeiro Gonçalves 2000 CIANOTOXINAS São toxinas sintetizadas por determindadas espécies de cianobactérias que formam florações em corpos d’água. • Como ocorre a contaminação? Ingestão oral Contato dermal Hemodiálise Bioacumulação Em função da ação farmacológica, as cianotoxinas são classificadas em: Neurotoxinas Hepatotoxinas Dermatoxinas ( LPS) (Calijuri et al., 2006) Neurotoxinas • AÇÃO DAS NEUROTOXINAS - Bloqueio da transmissão neuromuscular • São produzidas pelos gêneros: • Tipos: Anatoxina-a: desequilíbrio, contrações desordenadas, respiração ofegante, convulsões Anatoxina-a (s): + salivação Saxitoxina: tontura, adormecimento da Boca e extremidades, fraqueza muscular, náusea, vômito, sede e taquicardia Homoanatoxina-a: paralisia corporal, convulsões e parada respiratória Cylindrospermopsis Anabaena Aphanizomenon Lyngbya Hepatotoxinas: • São produzidas pelos gêneros Microcystis, Anabaena, Nodularia, Oscillatoria, Nostoc e Cylindrospermopsis. • Tipos: Microcistinas Noduralinas Cilindrospermopsinas • Sintomas: anorexia, diarréia, palidez das mucosas, vômitos, fraqueza • Desorganização do citoesqueleto • Hemorragia intrahepática • Choque hipovolêmico Ação de Hepatoxinas EFEITO NO TECIDO HEPÁTICO: Estas toxinas são potentes promotores de tumores hepáticos Dermatotoxinas • Dermatites de contato • São produzidas por todos os gêneros de cianobactérias • Sintomas: vermelhidão e lesões na pele, irritação nos olhos, conjutivite, urticária, inflamação oral e gastrointestinal, obstrução nasal e asma • TIPOS: • Lyngbyatoxina • Aplysiatoxin • Debromoaplysiatoxinas “SÍNDROME DE CARUARU” – 1996: Caruaru/PE – 89% dos pacientes apresentaram distúbios visuais, Naúseas, vômitos e fraqueza muscular – 86% desenvolveram insuficiência hepática aguda – 52 pacientes (48%) morreram. Políticas Públicas que regulamentam o serviço de hemodiálise no Brasil • PORTARIA 2.042/96 • Estabeleceu o “Regulamento Técnico para o funcionamento dos serviços de Terapia Renal Substitutiva e as normas para cadastramento desses estabelecimentos junto ao Sistema Único de Saúde” "Doentes em hemodiálise crônica expõem seu sangue a contato, pela membrana do dialisador, com cerca de 1.500 litros de água por mês. A possibilidade de absorção de substâncias tóxicas, em solução, é imensa...” (Riella,1996 apud Spínola et al. 2008). Portaria 82/2000 Estabeleceu requisitos de segurança e qualidade que devem ser cumpridos no atendimento a pacientes renais crônicos, ... , além de especificar padrões mínimos para os equipamentos, a qualidade da água e a infra-estrutura física dos centros. Equipamento de osmose reversa PORTARIA 518/2004 • Define o padrão substâncias que representam riscos para a saúde humana, entre elas: • Microcistina (1µg.Lˉ¹) • Recomenda as análises de: • Cilindrospermopsina ( 15µg.Lˉ¹) • Saxitoxinas ( 3µg.Lˉ¹) Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357/2005 Publicada no DOU nº 053, de 18/03/2005, págs. 58-63 • Alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html Monitoramento da densidade de cianobactérias Fonte: Leitura de Minuto – cianobactérias (10). Disponível em: http://portal.cogerh.com.br/eixos-de-atuacao/monitoramento-quantitativo-e-qualitativo-dos-recursos-hidricos/boletins-qualitativos/relatorios-e-resenhas/leitura-de- minuto/ Métodos de coleta Amostra qualitativa • Rede de plâncton • Formol 8% Amostra quantitativa • Garrafa de Van dorn • Lugol ATIVIDADE SOBRE CIANOBACTÉRIAS - ESTUDO DE CASO Para garantir a qualidade de água de um manancial superficial que abastece a população de uma cidade, a CAERN precisa contratar um biológo para emitir um parecer sobre os seguintes resultados analisados: •Cianobactérias:>100.000 células/Ml •Microcistina:10µg/L Questões para orientar a elaboração do parecer: •Quais as possíveis causas que levaram a água apresentar esses valores para cianobactéria e microcistina? •Quais espécies de cianobactérias podem estar presentes na água? •O que a legislação vigente relata sobre estes valores (estão dentro do limite aceitável ,ou não, para o uso indicado)? •Quais problemas de saúde essa água pode acarretar à população? •O que você recomendaria como prevenção para melhorar a qualidade da água? UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA DISCIPLINA:MICROBIOLOGIA BÁSICA PROFª Ana Carla Iorio Petrovich INTERAÇÕES MICROBIANAS II INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ENTRE MICRORGANISMOS EM UMA COMUNIDADE • A dinâmica de relações é baseada na nutrição e no compartilhamento de habitats • Os microrganismos podem interagir entre si de forma positiva ou negativa. • INTERAÇÃO POSITIVA é aquela que favorece a população envolvida; essa terá maior crescimento populacional na presença da outra população do que na ausência dela. • INTERAÇÃO NEGATIVA para uma população significa que ela terá seu crescimento diminuído quando a outra população envolvida estiver presente. Entre uma mesma comunidade, as populações de bactérias (microrganismos de uma mesma espécie), podem cooperar em baixas densidades e competir em altas densidades celulares. TIPO DE INTERAÇÃO ESPÉCIE A ESPÉCIE B NATUREZA DA INTERAÇÃO Neutralismo 0 0 Sem efeitos Comensalismo + 0 Hospedeiro não é afetado Protocooperação + + Facultativa Mutualismo + + Obrigatória Competição - - Inibição mútua Predação + - B é destruído por A Parasitismo + - B é explorado por A Amensalismo - 0 A população B não é afetada Principais tipos de interações bióticas entre as populações Fonte: Pinto-Coelho, 2000. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre, Ed. Artmed. INTERAÇÕES BIOLÓGICAS ENTRE MICRORGANISMOS • Ausência de interações entre duas populações microbianas. • Ocorre entre populações microbianas com capacidades metabólicas extremamente diferentes. • Condições ambientais que não permitem o crescimento microbiano ativo favorecem o neutralismo. • Ex. microrganismos congelados em uma matriz de gelo, Formas de resistência de microrganismos NEUTRALISMO Endósporos INTERAÇÕES POSITIVAS ENTRE MICRORGANISMOS Interações positivas entre populações microbianas são baseadas em capacidades físicas e metabólicas que aumentam as taxas de crescimento e/ou sobrevivência • MUTUALISMO – Benefício mútuo para ambas as espécies. Há uma dependência obrigatória na relação. • COMENSALISMO – uma das espécies se beneficia enquanto a outra nem se beneficia nem é prejudicada • SINERGISMO ou PROTOCOOPERAÇÃO – Dois organismos geralmente independentes cooperam para processar um nutriente que um deles sozinho não metabolizaria. Relação ecológica OBRIGATÓRIA entre duas populações que se beneficiam mutuamente, é altamente específica, e permitem aos organismos colonizar Habitats que não poderiam ser ocupados por nenhuma das populações isoladamente. MUTUALISMO Mutualismo Simbiose – “viver juntos” Líquens relação mutualista entre dois microrganismos, um fungo e uma alga ou cianobactéria. A alga, ou cianobactéria, fototrófica, - produz matéria orgânica, O fungo produz ácidos liquenáceos, ?? comensalismo ou parasitismo, uma vez que o fungo pode controlar o crescimento da alga. que entre 70 a 90% do produto da fotossíntese é liberado para o fungo e que o parceiro fotossintetizante pode formar populações maiores na ausência do fungo. “CONSÓRCIOS” Em ambientes de água doce, existem mutualismos microbianos denominados CONSÓRCIOS bactérias verdes sulfurosas não móveis, fototróficas, e bactérias móveis não fototróficas. “Chlorochromatium aggregatum” • Relação UNILATERAL que resulta de quando uma população, sem ser afetada, modifica o habitat de modo a beneficiar outra população. • A população afetada (+) necessita dos benefícios fornecidos pela comensal inalterada (0). • Ex. A modificação do ambiente pelo anaeróbios facultativos para os obrigatórios é um excelente exemplo disso. COMENSALISMO • Ambas as populações se beneficiam com a interação, mas essa associação NÃO É OBRIGATÓRIA. Ambas as populações são capazes de sobreviver separadamente em seu ambiente natural. Ex. na ciclagem do nitrogênio • Bactérias heterotróficas Pseudomonas e cianobactérias do gênero Anabaena • Ao oxidar esses excretas orgânicos das cianobactérias, as Pseudomonas consomem o oxigênio. As cianobactérias se beneficiam dessa condição, uma vez que a enzima nitrogenase, responsável pela fixação biológica do nitrogênio, pode ser inativada pelo oxigênio. PROTOCOOPERAÇÃO • PARASITISMO – uma das espécies retira nutrientes e usa como habitat um hospedeiro o qual geralmente é prejudicado. • ANTAGONISMO - AMENSALISMO – uma espécie produz substâncias que inibem ou matam espécies hospedeiras que se encontram no mesmo habitat • PREDAÇÃO – consumo de uma presa viva INTERAÇÕES NEGATIVAS ENTRE MICRORGANISMOS AMENSALISMO Uma população de microrganismos que cresce em um substrato INIBE outra população. Esta relação é baseada na produção de determinados produtos químicos microbicidas ou antibióticos. Leva à colonização preventiva de um habitat, ou seja, quando um organismo se instala em um habitat, impede outra população de sobreviver nesse habitat. Ex 1: Bactérias do ácido lático impedem a população microbiana em seu substrato, produzindo grandes quantidades de ácidos prejudiciais à outra população microbiana. Ex 2: bactérias anaeróbias existentes no rúmen produzem ácidos graxos voláteis naquele ambiente impedindo a colonização de outras espécies COMPETIÇÃO INDIRETA - células se tornam mais eficientes na absorção de recursos. Ex. produção de enzimas fosfatases COMPETIÇÃO DIRETA - produção e secreção por um microrganismo particular de substâncias inibidoras do ex. penicilina - Fleming disse: “Não inventei a penicilina. A natureza é que a fez. Eu só a descobri por acaso”. COMPETIÇÃO PARASITISMO • Parasitas são organismos que apenas eventualmente matam uma população (hospedeiro). Normalmente, as interações parasitárias são muito específicas. Bdellovibrio - “antibióticos vivos”, PREDAÇÃO • Interação negativa em que um organismo engloba outro. • Geralmente constitui uma interação rápida, ao contrário do parasitismo. • Bactérias não são predadoras, pois não assimilam partículas, mas apenas substâncias dissolvidas no meio • Ex: O predador Didinium nasutum preda Paramaecium caudatum cuja população diminui e se extingue. INTERAÇÕES MICROBIANAS •Biofilmes CIDADE DOS MICRÓBIOS: as bactérias podem se comportar “socialmente” - BIOFILMES - Embora sobrevivam como uma célula única, realizando os processos metabólicos necessários à sua perpetuação, quando as bactérias encontram-se associadas, passam a se comportar de forma social, exibindo divisão de tarefas e alterando seu perfil fisiológico de forma a apresentar uma cooperação que se reflete em diferentes níveis metabólicos. CARÁTER “MULTICELULAR” DAS BACTÉRIAS: Interações microbianas - Biofilmes O que são biofilmes? • Biofilmes são organizações de células bacterianas aderidas a uma superfície, envoltas por uma matriz adesiva excretada pelas células. • Matriz: Geralmente uma mistura de polissacarídeos (pode conter, também, proteínas e ácidos nucléicos); • Os biofilmes podem conter UMA, DUAS ou VÁRIAS espécies bacterianas. SUPERFÍCIES (outro organismo, um nutriente – partícula de matéria orgânica raízes de plantas ) – • Maior acesso aos nutrientes, • Proteção contra predadores e perturbações físico-químicas, • Local para que as células permaneçam em um hábitat favorável sem serem removidas. • Fluxo através da superfície colonizada aumenta o transporte de nutrientes para a superfície Funções dos biofilmes • Os biofilmes aprisionam os nutrientes necessários ao crescimento bacteriano • Os biofilmes ajudam a impedir o destacamento das células bacterianas de superfícies presentes em sistemas de fluxo de corrente. Biofilme em caixa d´água Biofilme - presença de corante para evidenciar o biofilme Exemplos de biofilmes microbianos. (a)biofilme experimental Pseudomonas aeruginosa. (b)biofilme natural (visão superior) na superfície de uma folha. (c) biofilme formado por bactérias oxidantes de ferro aderido a rochas do Rio Tinto, Espanha. Biofilmes aderidos a rochas de riachos O biofilme formado ao redor da superfície dental, 100 e 200 filotipos diferentes bactérias e arqueias;boca humana é o hábitat de cerca de 700 filotipos. E por que essa estratégia é tão comum entre as bactérias? • Biofilmes funcionam como um sistema de autodefesa. • Resistem a forças físicas que poderiam remover células isoladas; além de escapar da fagocitose pelas células de defesa do corpo e dificultar a penetração de moléculas tóxicas, como antibióticos. • um biofilme pode tolerar concentrações de antibióticos de 10 a 1000 vezes maiores que a necessária para matar bactérias planctônicas. • Biofilmes permitem que células permaneçam em um nicho favorável, ou permite que as bactérias cresçam em locais relativamente inóspitos; FORMAÇÃO DE BIOFILMES (Watnick e Kolter, 2000) Como um biofilme é formado? 22:29 • Mecanismo de quorum sensing: A adesão de várias células bacterianas é sinal para a expressão de genes específicos; • A matriz começará a ser produzida; • Uma bactéria flagelada, uma vez no processo de biofilme, perde seus flagelos e torna-se imóvel (fixa na matriz); • A COMUNICAÇÃO BACTERIANA INTERCELULAR É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DO BIOFILME Formação do Biofilme – Etapas: Fonte: Microbiologia de Brock – 12ª Ed. biology.binghamton.edu/davies/research.htm DO CRESCIMENTO DE PLANCTÔNICO PARA BIOFILME 1. síntese de diguanosina dimérica monofosfato cíclico (c-di-GMP, cyclic dimeric di-guanosine monophosphate) 2. Se ligam a reguladores transcricionais RNAm (riboswitches, e proteínas específicas para alterar a atividade enzimática. 3. c-di-GMP se liga a proteínas que reduzem a atividade do motor flagelar, regula as proteínas de superfície responsáveis pela adesão e medeia a biossíntese de polissacarídeos da matriz extracelular do biofilme. http://biology.binghamton.edu/davies/research.htm Formação de biofilmes • Caixas d´águas / encanações / tubulações • Cárie • Infecção hospitalar (resistência à anibióticos) • Manutenção em substratos naturais (rios, por ex.). Biofilmes implicações na indústria Fotomicrografia de um biofilme corado com DAPI formado em uma tubulação de aço inoxidável • retardar o fluxo de água, óleo ou outros líquidos por meio dos ductos, podendo acelerar sua corrosão. • Iniciam a degradação de objetos submersos, instalações costeiras. • inocuidade da água potável pode ser comprometida por biofilmes que se desenvolvem em ductos de distribuição Vibrio cholerae ► Observa-se recentemente um aumento das infecções associadas a biofilmes ( 60%) • Podemos concluir que as bactérias formam biofilmes para: • Mecanismo de (auto) defesa; • Resistem às forças físicas/remoção • Resistem à fagocitose pelas células do sistema imune e à penetração de moléculas tóxicas (como antibióticos); • Permite a permanência da bactéria em um nicho favorável; Formação de biofilmes BIORREMEDIAÇÃO BIORREMEDIAÇÃO Processo de tratamento que utiliza a ocorrência natural de microrganismos para degradar substâncias toxicamente perigosas transformando-as em substâncias menos ou não tóxicas. OBJETIVO E BENEFÍCIO DA BIORREMEDIAÇÃO INOCULAR O SOLO COM MICRORGANISMOS COM CAPACIDADE DE METABOLIZAR RESÍDUOS TÓXICOS PROPORCIONANDO MAIOR SEGURANÇA E MENOS PERTURBAÇÕES AO MEIO AMBIENTE • Xenobiótico – Composto naturais ou completamente sintetizado quimicamente, não ocorrendo naturalmente no meio ambiente. • Recalcitrante - MOLÉCULAS ORGÂNICAS DE DIFÍCIL DEGRADAÇÃO a) BIODEGRADAÇÃO: transformação de compostos orgânicos através da atividade metabólica dos organismos, especialmente microrganismos – CO2 e água. b) BIOTRANSFORMAÇÃO: a conversão de um composto orgânico em estrutura molecular alterada, induzindo a perda de alguma propriedade característica da substância, podendo alterar sua toxicidade por exemplo. DEGRADAÇÃO BIÓTICA – BIODEGRADAÇÃO Quatro grupos de compostos orgânicos de acordo com a periculosidade: a) Compostos facilmente biodegradáveis e não tóxicos; b) Compostos facilmente biodegradáveis e tóxicos; c) Compostos não biodegradáveis e não tóxicos; d) Compostos não biodegradáveis e tóxicos. Biodegradabilidade Suscetibilidade do composto sofrer a ação dos microrganismos a) Características físicas do composto; b) Características químicas; c) Disponibilidade dos microrganismos. • BIORREMEDIAÇÃO NATURAL (passiva) : processo passivo no qual os microrganismos indígenas transformam os contaminantes alvos em produtos finais inócuos – atenuação natural. BIORREMEDIAÇÃO ACELERADA (estimuladora) : métodos de biorremediação que empregam técnicas para estimular a degradação dos contaminantes alvos, como adição microrganismos específicos, etc. nutrientes como nitrogênio e fósfoto para estimular os microrganismos indígenas, aumentando sua população. Promove o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes. Biorremediação “in situ” - resíduo é tratado no local. Biorremediação “ex situ” - remoção física do material contaminado e seu encaminhamento para o local de tratamento. BIORREMEDIÇÃO IN SITU - resíduo é tratado no local Visa tratar o solo no local de contaminação, com introdução de oxigênio, nutrientes e microrganismos em galerias e poços de infiltração. BIORREMEDIÇÃO EX SITU remoção física do material contaminado e seu encaminhamento para o local de tratamento. O resíduo a ser tratado é transportado a outro local. Não correndo riscos de danos ao meio ambiente. O processo se inicia com a redistribuição do solo em camadas e irrigado com nutrientes e bactérias. Há controle rigoroso da lixiviação e escoamento superficial do material contaminado o que não ocorre no Iandfarming sendo, portanto, mais seguro e próprio para tratamento de solos contaminados. TIPOS DE BIORREMEDIAÇÃO • BIOAUMENTAÇÃO: introduz misturas específicas de microrganismos em um ambiente contaminado ou em um biorreator para iniciar o processo da biorremediação. • BIOESTIMULAÇÃO: fornece nutrientes às populações de microrganismos, aumentando sua população, promovendo o crescimento e consequentemente o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes. Aspectos importantes Três aspectos devem ser considerados: 1. A existência de microrganismos com capacidade catabólica para degradar o contaminante; 2. O contaminante tem que estar disponível ou acessível ao ataque microbiano ou enzimático; 3. Condições ambientais adequadas para o crescimento e atividade do agente biorremediador. INVESTIGAÇÃO PARA BIORREMEDIAÇÃO a) Identificação dos poluentes em relação ao grau de biodegradação (níveis de biodegradabilidade) b) Levantamento do local contaminado c) Tempo requerido para a biorremediação d) Fatores econômicos PASSOS APLICÁVEIS a)Isolamento do local até segunda ordem b)Definição do método básico de biorremediação c) Determinar os tipos de monitoramento • BIOSURFACTANTE MÉTODOS MAIS UTILIZADOS a) LANDFARMING: sistema de tratamento em fase sólida para solos contaminados. É a aplicação e incorporação de contaminantes ou rejeitos contaminados na superfície do solo não contaminado para degradação. O solo é arado e gradeado para promover a mistura uniforme do contaminante e aeração. (ZONA DE LENÇOL FREÁTICO) Esquema de uma célula de unidade de tratamento no solo utilizando o landifarming b) COMPOSTAGEM: processo de tratamento termofílico e aeróbio, onde ocorre a transformação do composto orgânico mediante a mistura dos microrganismos com o material. É o uso de microrganismos termofílicos aeróbios em pilhas construídas para degradar o contaminante. a) BIOREATORES: biorremediação em containeres ou reatores, para tratamento de efluentes e lodos (Lodo ativado, filtro biológico, lagoas de estabilização, lagoas aeradas - degradação microbiana de compostos orgânicos através do metabolismo aeróbio facilitado pela disponibilidade de oxigênio mo meio) d) BIOVENTILAÇÃO OU BIOERAÇÃO: injeção de ar ou oxigênio puro em solos e água subterrânea contaminados, estimulando a atividade dos microrganismos.BIOVENTING - Consiste na passagem de ar pelo interior da zona não saturada do solo contaminado, pela introdução forçada do ar (extração ou injeção de ar) para aumentar a concentração de oxigênio e estimular a biodegradação. É uma forma de bioestimulação por meio da adição de gases estimulantes, como O2 e CH4, para aumentar a atividade microbiana decompositora. BIOVENTILAÇÃO 1. Biodegradação de polímeros sintéticos e plásticos biodegradáveis - Indústria produz 40 bilhões de quilos de plástico/ano. - Dispostos em aterros (grande área) ou incinerados (gases tóxicos). - Polímeros (polietileno, poliestireno) são altamente recalcitrantes e os microrganismos têm dificuldade de degradá-los. - Alternativas de plásticos biodegradáveis (biopolímeros) constituídos associados com amido obtido por síntese microbiana – poliidroxibutirato (PHB). - Biopolímeros são degradados por bactérias amilolíticas do solo e por fungos (Penicillium, Aspergillus, Fusarium). 2. Biodegradação do petróleo - Petróleo principal fonte mundial de combustível. - Impacto ambiental: resíduos de refinaria de petróleo, contaminação do solo em áreas adjacentes, vazamentos de oleodutos e de tanques, derramamentos acidentais – maré negra. a) Enzimas específicas b) Especificidade induzida – resposta positiva do organismo ao petróleo e seus constituintes. - Acinetobacter, Alcaligenes, Bacillus, Pseudomonas, Nocardia, Flavobacterium, Klebsiella etc. - Culturas mistas possuem vantagens sobre cultura pura, pois a capacidade biodegradativa de uma comunidade é maior quantitativamente e qualitativamente. CONTAMINANTES E ESPÉCIES DE MICRORGANISMOS PARA A BIORREMEDIAÇÃO Contaminantes Anéis Aromáticos Cádmio Cobre Cromo Enxofre Petróleo Espécie Utilizada Pseudomonas,Achromobact, Bacillus, Arthrobacter, Penicillum, Aspergillus, Fusarium, Phanerocheate. Staphlococcus, Bacillus, Pseudomonas, Citrobacter, Klebsiella, Rhodococcus Escherichia, Pseudomonas Alcaligenes, Pseudomonas Thiobacillus Pseudomonas, Proteus, Bacillus, Penicillum, Cunninghamella VANTAGENS DA BIORREMEDIAÇÃO • Mais barato que os tratamentos convencionais. • Aplicável a uma grande variedade de contaminantes • De grande aceitação pública • Não interfere nas operações que já estão sendo realizadas, podendo ser utilizado em locais de difícil acesso. • Pode ser usada (in situ) reduzindo possibilidades de contaminação para os trabalhadores • Os microrganismos agem na redução dos contaminantes de petróleo transformando-os em subprodutos menos nocivos ao meio ambiente. DESVANTAGENS E LIMITES DA BIORREMEDIAÇÃO Não é uma solução imediata. Os locais a serem tratados devem estar preparados para suportar a ação dos microrganismos. - Para cada tipo de contaminante, indicam-se espécies diferentes de microrganismos para o processo de biorremediação.