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GÊNERO Vibrio
Profa. Maria José de Britto Costa Fernandes.
Vibrio cholerae
É um micro-organismo autóctone natural do ecossistema
aquático e pode ser encontrado em forma livre na água ou associado
aos organismos marinhos.
Dentre os fatores abióticos mais estreitamente relacionados à sobrevivência do
agente da cólera, destacam-se:
✓ A temperatura da água: a faixa mais favorável situa-se entre 10º e 32º C.
Nessa variação, o V. cholerae tende a se localizar na superfície. Com a
temperatura abaixo de 10º C, a bactéria tende a se localizar no sedimento na
forma viável, porém não cultivável.
✓ A salinidade: na faixa de 0,3% a 1,79%, a salinidade concorre para a maior
viabilidade do vibrião. Abaixo de 0,3%, a viabilidade passa a depender da
concentração de nutrientes orgânicos e da temperatura mais elevada,
particularmente em água doce.
ECOLOGIA - O Vibrio cholerae
Dentre os fatores abióticos mais estreitamente relacionados à sobrevivência do 
agente da cólera, destacam-se: 
✓ O pH: mais favorável na faixa de 7,0 a 9,0, com limites de tolerância de 5,5 a
10,0, principalmente no caso do biotipo El Tor.
✓ A umidade: o Vibrio cholerae não resiste à dessecação. Experimentalmente, o
Vibrio cholerae pode sobreviver de 10 a 13 dias em temperatura ambiente e até
60 dias em água do mar sob refrigeração.
✓ Em água doce, sua sobrevivência atinge até 19 dias; em forma de gelo, de
quatro a cinco semanas.
ECOLOGIA - O Vibrio cholerae
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• São bacilos Gram-negativos 
• Anaeróbios facultativos
• Fermentadores
• Oxidase (+)
• São móveis, 
• São compostos por mais de 200 espécies
• Causam doenças intestinais e são transmitidos pela água
http://cache.eb.com/eb/image?id=19429&rendTypeId=4
✓ Pertence à família vibrionaceae,
✓ bactérias pequenas em forma de virgula,
✓ São móveis com um único flagelo polar,
✓ anaeróbios facultativos,
✓ metabolismo oxidativo e fermentativo,
✓ Crescem a temperatura de 15-42ºC,
✓ tolerância a altas concentrações alcalinas e morrem rapidamente na
presença de ácidos,
✓ Não são halófilos obrigatórios mas crescem em concentrações de 6% de
NaCl.
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS
1 ) SOROGRUPO O1 :
Aglutinam com o antisoro O1, produzem a toxina da
cólera e são envolvidas em epidemias
2) SOROGRUPO NÃO O1:
Vibrios O1 não aglutinaveis (nag) ou não vibrio cholerae
(nvc)
CLASSIFICAÇÃO SOROLÓGICA
MORFOLOGIA
MORFOLOGIA
MORFOLOGIA
V. parahaemolyticus
Fatores de virulência 
Estruturas Função
Toxina colérica Desequilíbrio eletrolítico 
celular
Pilus TCP Aderência especifica à 
mucosa intestinal
Adesinas Fixação às células 
intestinais 
Flagelo Motilidade
Sideróforos Aquisição de ferro
Proteínas Acf Quimiotaxia (mucosa 
intestinal)
Toxina colérica (CT)
✓O responsável por causar a infecção liberda pela uma
bactéria chamada Vibrio cholerae.
✓Essa bactéria libera uma toxina chamada CTX,que se liga às paredes
intestinais, onde ela interfere diretamente no fluxo normal de sódio e
cloreto do organismo.
✓Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de
água, levando à diarreia e a uma rápida perda de fluidos e de sais
importantes, os chamados eletrólitos.
Toxina colérica (CT)
✓Exotoxina
✓Uma subunidades A e cinco subunidades B (A:B5)
✓Subunidade A é subdividida em A1 e A2
✓A1: ADP-ribosil transferase
✓Mecanismo de ação
ENTEROTOXINA - 2
ENTEROTOXINA - MECANISMO DE AÇÃO
Antígeno O
• Cadeia polissacarídica do LPS
• Soro grupo O1
• Ogawa (fração A e B)
• Inaba (fração A e C)
• Hikojima (fração A, B e C)
• Soro grupo O139
• 1992/93 em Bengal, na 
Índia.
http://staff.washington.edu/alexbb/research.htm
Vibrio parahaemolyticus
✓ Tem a mesma morfologia do V. cholerae, porem é halófilo 
obrigatório
✓ Enteropatogênico, causador de intoxicação alimentar
✓ Sintomas: diarreia aquosa, período de incubação entre 20 
min / 9 h. Pode produzir disenteria
✓ Encontrado em aguas costeiras e estuarinas
✓ Mecanismo de patogenicidade desconhecido
OUTRAS ESPÉCIES
Vibrio vulnicus
✓ Halófilo obrigatório
✓ Lactose +, sacarose -
✓ Ação enteropatogenica pouco frequente
✓ Encontrado em aguas costeiras e estuários, caranguejos, ostras e outros
moluscos
✓ Doença pode ocorrer em pessoas sãs em ferimentos causados pela
manipulação de ostras e caranguejos
OUTRAS ESPÉCIES
Diagnóstico laboratorial 
✓Amostras fecais devem ser colhidas antes da 
administração de antibióticos
✓Cultura
✓Água peptonada alcalina -APA (pH 8,6; 37ºC; 6-8hr)
✓Ágar TCBS (diferencial e seletivo), 35-37ºC, 18-24hs
✓Meios com NaCl a 1%
✓Provas bioquímicas: teste da oxidase, fermentação de 
açúcares e prova de motilidade (meio SIM)
✓Soroaglutinação em lâmina – anti-soros polivalentes
COLÔNIAS TÍPICAS
TCBS (AGAR THIOSULFATE CITRATE BILE SUCROSE) 
V.cholerae - TCBS
Sacarose (+)
V. parahaemolyticus - TCBS
Sacarose (-)
ATSI (tríplice açúcar-ferro)
sac- TCBS sac+
Agar nutriente
Ágar Lisina Ferro 
(LIA)
www.remelinc.com/Images/Hurricane/VparaTCBS.jpg 
http://www.nhlmmcgym.com/culture.htmhttp://www.nhlmmcgym.com/culture.htm
http://www.nhlmmcgym.com/culture.htm http://www.nhlmmcgym.com/culture.htm
Teste de motilidade
(+) (-)
ANTISORO O1 ou O139
+ V. cholerae O1 ou O139 - Não O1 e não O139
TSI 
SUP BASE GAS H2S LIS INDOL MOT
A A - - + + +
IDENTIFICAÇÃO – COLONIAS TÍPICAS e SOROLOGIA
Patogênese (Cólera) 
• O homem é o principal reservatório 
• Transmissão via feco-oral
• Assintomáticos importantes na transmissão
• O biótipo El Tor mais resistente
• Tempo de incubação de 2 a 3 dias
• Causada pela CT
• Com 1011 UFC doença se instala
• A bactéria rompe barreiras primárias do organismo
• Perda excessiva de fluidos e eletrólitos, câimbras 
musculares, tontura, pressão sanguínea baixa, acidose 
metabólica 
Epidemiologia e Profilaxia
✓ Comum no ecossistema aquático (águas
marinhas, estuarinas)
✓ Podem colonizar:
✓ Zooplâncton, crustáceos, moluscos e peixes
INFECÇÃO NO HOMEM:
✓ Ingestão de água e/ou alimentos contaminados
✓ Pescado in natura (comida japonesa)
✓ Cozimento insuficiente
✓ Moluscos bivalves (ostras – filtram a água)
Epidemiologia e Profilaxia
É endêmica na Índia (a séculos)
Primeira vez no Brasil em 1991
De forma mais grave no Norte e Nordeste, onde permanece
- Fatores socioeconômicos
- Saneamento deficientes
CÓLERA FASE AGUDA
DIARREIA AQUOSA
ENTEROTOXINA
Tratamento
✓Terapia de reposição de fluidos VO e IV
✓Terapia antimicrobiana: tetraciclina
✓Antibióticos alternativos: eritromicina, cloranfenicol, 
furazolidona, sulfametoxazol-trimetoprim e 
fluoroquinolonas
✓Importância do antibiograma
Referências
• TRABULSI, L.R; ALTERTHUM, F. Microbiologia. 4ªEdição. São 
Paulo: Editora Atheneu, 2004.
• Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde. 6ªEdição. Brasília : 
Ministério da Saúde, 2005. (Série A - Normas e Manuais 
Técnicos)
• MURRAY, P. R. Microbiologia medica. 3ª Edição. Editora 
Guanabara Koogan S/A.

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