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1/2 Cientistas descobrem lar do primeiro imperador de Roma sob as cinzas do Vesúvio Uma visão assombrosa no sítio arqueológico. O rosto de uma estátua do deus Dionísio quando é meticulosamente lascado e livre de milênios de depósitos construídos. Crédito: 2024 Instituto de Estudos Globais Avançados. Em uma descoberta arqueológica inovadora, pesquisadores da Universidade de Tóquio, em colaboração com arqueólogos locais, descobriram o que poderia ser a casa de Caio Júlio César Augusto, o primeiro imperador romano, perto da cidade de Nola, na região da Campânia, na Itália. Esta descoberta desafia noções anteriores sobre as áreas afetadas pelo Monte Vesúvio, revelando que suas erupções impactaram mais do que apenas as regiões do sul como Pompéia e Herculano. O local, localizado no vale do norte de Somma Vesuviana, foi inicialmente descoberto acidentalmente por um fazendeiro em 1929. Naquela época, a escavação revelou uma parte de uma luxuosa vila romana sob uma estrutura posterior do século II. As restrições financeiras interromperam a exploração até 2002, quando a Universidade de Tóquio realizou uma investigação mais completa da vila. 2/2 Este projeto de longo prazo trouxe à luz numerosos artefatos romanos, elegantes estátuas de mármore e seções anteriormente desconhecidas da vila, adornados com pinturas de parede, relevos de estuque e mosaicos. Os pesquisadores usaram datação por radiocarbono e colaboraram com os vulcanólogos para analisar as camadas de material vulcânico. Suas descobertas confirmam que partes da vila foram enterradas durante a infame erupção do Vesúvio em 79 dC. Isso indica uma destruição significativa nas regiões do norte perto do vulcão, que antes se pensava serem menos afetadas. A descoberta desta vila se alinha com relatos históricos de escritores romanos como Tácito, Suetônio e Dião Cássio, sugerindo que poderia ter sido a residência de Augusto. Esta hipótese é apoiada pela grandeza da vila e pelos artefatos de alta qualidade encontrados no local, o que significa a habitação de alguém extremamente proeminente na sociedade romana. Kohei Sugiyama, arqueólogo do Instituto de Estudos Globais Avançados da Universidade de Tóquio, enfatizou as implicações mais amplas de suas descobertas. Ele observou que a pesquisa não apenas conecta evidências físicas a figuras históricas conhecidas principalmente através de textos, mas também lança luz sobre a economia local e a sociedade durante esse período, que parece ter sido mais significativo do que se entendia anteriormente. Esta escavação também ilustra a resiliência da população local, que reconstruiu e continuou a prosperar após o desastre, em contraste com Pompéia, onde a cidade foi abandonada por séculos sob espessas cinzas vulcânicas. Os desafios de tal projeto arqueológico são imensos, exigindo que máquinas pesadas desenterrem até 15 metros de profundidade e movam grandes pedregulhos, juntamente com a necessidade contínua de financiamento. No entanto, o potencial para aprender com os antigos esforços de recuperação após desastres poderia fornecer insights valiosos para as estratégias modernas de preparação e recuperação de desastres. Esta escavação contínua não só enriquece a nossa compreensão da história romana, mas também destaca a civilização avançada e próspera que existia nesta parte da Itália antes de ser escondida sob cinzas vulcânicas por milênios.