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semana 5

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GESTÃO DO 
DESPACHO 
ADUANEIRO 
Deisi Luana Diel Weber 
Novo processo 
de importação: 
Declaração Única de 
Importação (Duimp)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar o novo fluxo no despacho aduaneiro nas importações.
  Definir a documentação necessária para o novo processo de 
importação.
  Construir um fluxograma integrando as etapas com a documentação 
necessária.
Introdução
A atividade de importação representa toda a troca de mercadorias, bens 
ou serviços de outro país com o mercado interno; ao chegar em território 
nacional, o importador precisa declarar à Receita Federal do Brasil (RFB) o 
que está trazendo. Esse processo de declaração, ao qual chamamos de 
despacho ou desembaraço de importação, vem sendo reestruturado para 
ser mais ágil e menos burocrático, facilitando às empresas compradoras 
o acesso aos bens comprados.
Além do processo de prospecção e desenvolvimento de produtos 
e fornecedores no exterior e de administração da questão logística de 
trazer mercadorias de mercados muitas vezes distantes, é necessário gerir 
a correta nacionalização dos bens importados. Isso significa pagar os 
impostos devidos e ter a aprovação da RFB de que todas as informações 
prestadas estão de acordo e de que o bem tem autorização para entrar 
legalmente no Brasil.
Neste capítulo, você vai estudar as transformações às quais os pro-
cessos de importação estão sendo submetidas e os grandes ganhos 
que serão percebidos tanto pelas empresas importadoras quanto pelo 
governo. Na sequência, você vai verificar um comparativo entre o pro-
cesso atual e as melhorias em andamento, com o intuito de mapear os 
documentos necessários para trazer um bem do exterior para o Brasil e 
conhecer o fluxo ideal do processo de importação.
1 Despacho aduaneiro de importações
Para iniciar a discussão sobre o despacho aduaneiro de importação, parte-se 
da ideia de que a empresa já está devidamente cadastrada junto à RFB e habi-
litada no Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros 
(Radar), bem como possui despachante aduaneiro autorizado a representar a 
empresa nas tramitações de comércio exterior. A partir disso, o processo de 
importação se inicia, com o desenvolvimento de produtos e fornecedores no 
exterior que estejam aptos a atuar internacionalmente. 
O fornecedor tem a obrigação de fornecer o documento chamado de fatura 
Proforma, contendo as informações sobre produtos, valores, pesos, origem e 
classificação fiscal. Essa classificação fiscal, chamada no Brasil de Nomencla-
tura Comum do Mercado Comum do Sul (Mercosul), ou NCM, tem a função 
de identificar o tratamento fiscal que será aplicado ao produto importado, se 
ele exige alguma restrição de entrada ou licença prévia ao embarque, bem 
como qual tributação incidirá sobre o seu valor aduaneiro.
Com a NCM definida, verifica-se o tratamento, as restrições e as licenças. 
Pode ser necessária a anuência de algum órgão anuente previamente ao em-
barque. Grande parte das mercadorias possui licenciamento automático, mas 
as que tiverem licenciamento não automático requerem solicitação prévia, via 
Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), antes de seu embarque 
no exterior, segundo Werneck (2012).
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)2
A NCM é, segundo Werneck (2012), uma lista hierárquica de mercadorias que está 
dividida em capítulos e subcapítulos, agrupados em seções e posições. O código da 
NCM é composto de oito dígitos, seis dos quais são comuns ao Harmonized System 
Code (Sistema de Código Harmonizado internacional), e dois são adicionados pelos 
países membros do Mercosul.
Esse sistema harmonizado foi criado para promover o desenvolvimento do comércio 
internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, 
particularmente as do comércio exterior. Ele também facilita as negociações comerciais 
internacionais e a elaboração das estatísticas relativas aos meios de transporte de 
mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no 
comércio internacional. Ao todo, 96 capítulos formam uma lista ordenada de posições, 
subposições, itens e subitens. 
Exemplo: 0104.10.11 — Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe 
ou com cria ao pé.
  Seção I — Animais vivos e produtos do reino animal
  Capítulo 01 — Animais vivos
  Posição 0104 — Animais vivos, da espécie ovina e caprina
  Subposição 0104.10 — Ovinos
  Item 0104.10.1 — Reprodutores de raça pura
  Subitem 0104.10.11 — Prenhe ou com cria ao pé
O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de 1995, a NCM, 
que tem por base o Sistema Harmonizado. Por meio da NCM, é possível saber se os 
produtos em questão têm alguma restrição de entrada no país e se possuem alguma 
medida de proteção, como dumping, salvaguarda ou medida compensatória.
A NCM também viabiliza a simulação de viabilidade de importar determinado 
item, já que a ela estarão atribuídos os impostos que serão pagos pelo importador 
para nacionalizar a carga. Então, com base no valor do item, no frete e no seguro e 
considerando a taxa de câmbio da moeda de compra, é possível estimar a base de 
cálculo e, assim, calcular os impostos. Já a nomenclatura aduaneira aprovada pela 
Associação Latino-Americana de Integração é adotada como base para as negociações, 
bem como para expressar as concessões outorgadas por meio de qualquer um de 
seus mecanismos e para a apresentação das estatísticas de comércio exterior dos 
países-membros.
Para verificar a NCM de variados produtos e a alíquota de impostos, recomenda-se 
a busca no simulador fornecido pela Receita Federal, no seu site.
Dependendo da condição comercial predefinida entre as partes, o próximo 
passo é organizar o embarque. Quando de responsabilidade do importador, é 
prudente contratar um agente de cargas internacional capaz de intermediar o 
procedimento entre o embarcador (marítimo, aéreo ou rodoviário), o exportador 
3Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
e o importador, buscando datas e prazos que atendam a todas as necessidades. 
Ao exportador, compete a emissão da commercial invoice e da packing list, 
e, ao agente de cargas ou transportador, cabe a emissão do conhecimento 
de transporte. Outros documentos podem ser necessários, dependendo das 
negociações e da legislação.
Após o deslocamento, e quando confirmada a chegada da mercadoria em 
território nacional, inicia-se o procedimento de desembaraço. Esse processo 
está sob reestruturação e requer especial atenção para as modificações sugeri-
das e as melhorias previstas. Isso porque o processo de importação está sendo 
modernizado e desburocratizado pela RFB, a partir de acordos de facilitação 
da Organização Mundial das Aduanas.
O novo processo de importação se propõe a unir todas as informações 
solicitadas aos importadores em um único documento, com ligação ao Portal 
Único Siscomex, de modo a evitar redundâncias. Esse novo processo é com-
posto de seis módulos:
1. Declaração Única de Importação (Duimp);
2. catálogo de produtos;
3. operador estrangeiro;
4. pagamento centralizado;
5. licenças, procedimentos, certificados e outros documentos (LPCO);
6. controle de carga e trânsito (CCT).
O registro da Duimp, documento eletrônico que reúne todas as informa-
ções de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária 
e fiscal da importação, está sendo liberado de forma gradual para uso dos 
importadores. A Duimp é utilizada de forma conjunta à Declaração de Im-
portação (DI). Atualmente, as empresas chamadas de operadores econômicos 
autorizados (OEAs) têm usado o novo documento, e espera-se, muito em 
breve, o uso por todos os importadores e a consequente extinção da DI e da 
Declaração Simplificada de Importação (DSI).
A Duimp, assim como a DI, é registrada no Siscomex após a confirmação 
da chegada da mercadoria em território
brasileiro (nos casos de empresas OEA, 
o registro pode acontecer de forma prévia à chegada). Há perspectivas de que 
seja permitido o registro sobre águas, ou seja, com a mercadoria ainda em 
trânsito, mas este ainda é um ponto em discussão. Nesse registro, são infor-
mados todos os dados da carga, como: dados do importador, do exportador 
e do fabricante; valor da mercadoria na moeda comercializada, do frete e do 
seguro; descrição da mercadoria, seu NCM, seu descritivo e seus impostos; 
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)4
alíquotas e valores já calculados, com base no valor aduaneiro e na taxa de 
câmbio utilizada (normalmente taxa Ptax de dois dias anteriores ao registro 
da Duimp). No momento do registro, também ocorrerá o débito dos impostos 
federais (imposto de importação, imposto sobre produto industrializado, 
contribuição para o Programa de Integração Social e para o Financiamento 
da Seguridade Social). 
Posterior ao registro, procede-se o despacho aduaneiro, mediante atribui-
ção de canal de conferência, atribuído pela RFB. No intuito de definir quão 
profunda será a conferência aduaneira realizada pela RFB, foram criados 
diferentes canais de parametrização. A Instrução Normativa da Secretaria 
da RF nº. 680, de 02 de outubro de 2006, apresenta as diretrizes para a para-
metrização no § 1º do art. 21 (BRASIL, 2006):
  Canal verde: determina o desembaraço imediato do processo.
  Canal amarelo: determina a conferência documental do processo; 
não sendo constatada irregularidade, é efetuado o desembaraço da 
mercadoria.
  Canal vermelho: exige a conferência física e documental da mercadoria, 
para posterior liberação.
  Canal cinza: além do exame documental e físico e da aplicação de 
procedimento especial de controle de fraudes, obriga o preenchimento 
da Declaração do Valor Aduaneiro (para verificar a validade do valor 
declarado da mercadoria).
Em caso de parametrização diferente de verde, aguarda-se conferência e 
o registro de eventuais exigências, que precisam ser cumpridas para que a 
liberação da carga ocorra.
O catálogo de produtos é integrado à Duimp e, como o próprio nome diz, 
trata-se de um catálogo em que o importador realiza o cadastro de todos os 
produtos importados, mantendo descrições mais completas e organizadas em 
atributos. Pode-se anexar imagens e documentos que auxiliem o tratamento 
administrativo, a fiscalização e a análise de riscos, além de colaborar na 
classificação fiscal, informando os dados dos produtos uma única vez para 
todos os órgãos envolvidos. Alterações no cadastro não serão permitidas, 
exigindo-se o registro de um novo cadastro (BUENO, 2020a).
O operador estrangeiro é o módulo de cadastro dos dados de exportador 
e fabricante do exterior, incluindo o código TIN (equivalente ao Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica — CNPJ — nacional), feito de forma prévia à 
5Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
Duimp, vinculado ao CNPJ do importador. O cadastro do operador poderá 
ser vinculado ao catálogo de produtos.
O pagamento centralizado visa a unir em um único módulo todos os 
pagamentos pertinentes ao processo de importação, para conferência e pa-
gamento, evitando, assim, a geração de várias guias, várias transferências/
pagamentos e múltiplos comprovantes. É possível conferir maior simplificação, 
efetividade e segurança nas metodologias de pagamento. Esse módulo permite 
pagamento de tributos, de tarifas dos operadores, como de terminais marítimos 
e despachantes, e inclusive do imposto sobre circulação de mercadorias e 
serviços (ICMS), com visualização rápida e simples dos pagamentos efetuados
Já no caso do LPCO, as licenças, os procedimentos, os certificados e outros 
documentos passam a ser emitidos por esse módulo; os órgãos anuentes já 
migraram seus sistemas de anuências. Após emissão, o órgão tem prazo de 
30 dias para se manifestar. Um dos grandes benefícios do novo processo foi a 
implementação de LPCOs que podem ser usados em mais de uma Duimp, desde 
que dentro de seu prazo de validade e enquanto houver saldo de operação de 
exportação. É possível que uma licença emitida no início do ano acompanhe 
todos os embarques previstos para o ano, evitando atrasos nos embarques e 
dando mais previsibilidade para todos os agentes da cadeia, sem necessitar da 
emissão de uma Licença de Importação (LI) para cada embarque.
É importante destacar aqui que, com as novas normas do novo processo de impor-
tação, as licenças deixam de exigir a sequência de emissão > anuência > embarque 
e passam a acontecer de forma paralela, não sendo mais sua liberação pré-requisito 
para embarque ou registro da Duimp, mas, sim, para o desembaraço.
O módulo CCT controla a localização da carga entre os recintos alfande-
gados. Assim, nos casos de transferência entre zonas primária e secundária, 
o operador deverá informar assim que a carga deixar suas instalações, e o 
próximo, assim que a receber. Isso permite reduzir os tempos de permanência 
para apenas o mínimo necessário para que o desembaraço ocorra e o importador 
retire sua mercadoria.
O novo processo de importação, quando aplicado em sua totalidade, gerará 
ganhos significativos na celeridade do desembaraço. Espera-se redução de 
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)6
40% nos prazos médios de liberação, reduzindo de 17 para 10 o tempo médio 
para nacionalização de cargas importadas. Assim, se constatada a necessidade 
de alguma anuência, o importador pode emitir a licença no módulo LPCO, 
embarcar a mercadoria, solicitar os documentos do exportador e alimentar o 
cadastro de produtos, enquanto o fornecedor deve registrar a Duimp e, após 
liberação, remover a carga para sua empresa.
2 Documentos para importação
Os documentos de importação são determinantes para a nacionalização das 
mercadorias importadas. Nos documentos internacionais, tem-se como prin-
cipal objetivo descrever o produto ou serviço que está sendo comercializado e 
as suas condições comerciais e de apresentação, bem como de transporte. Tais 
documentos são emitidos com a fi nalidade de registrar a saída da mercadoria 
de um país e acompanhar a carga até a chegada em seu país de destino. Como 
exemplos de documentos utilizados nas transações internacionais, podemos 
citar (KEEDI, 2010):
  fatura Proforma;
  commercial invoice;
  packing list; 
  certificado de origem; e 
  conhecimento de transporte.
A fatura Proforma pode ser facilmente interpretada como um orçamento, 
em que a empresa vendedora (exportadora) formaliza as condições comer-
ciais do seu produto ou serviço, no intuito de unir em um único documento 
informações como:
  dados completos do vendedor e do comprador;
  data e descritivo do produto/serviço, como quantidade, valores, moeda, 
peso, embalagem, cubagem (espaço medido em metros cúbicos que 
aquela mercadoria ocupará);
  condição de pagamento e dados bancários necessários para a operação 
de venda;
  Incoterm (informações sobre a transferência da responsabilidade sobre 
a carga, bem como do pagamento dos fretes nacional e internacional 
e do seguro);
7Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
  prazo de entrega;
  locais de embarque e de entrega;
  prazo de validade da proposta;
  local para assinatura do importador, que, com ela, expressa sua con-
cordância com a proposta.
Enfim, deve-se informar todos os detalhes necessários para concretizar a 
venda. Com as informações formalizadas nesse documento, cabe ao comprador 
(importador) avaliar e, se de acordo, assinar e retornar a proposta ao exportador, 
como sinal de aceite dos termos e condições propostos, para, assim, iniciar o 
processo de exportação de forma prática (CASTRO, 2001).
A commercial invoice, também emitida pelo exportador, pode ser equi-
parada à nota fiscal em território nacional, pois ela formaliza as condições 
efetivas da venda realizada. Esse documento contém basicamente as mesmas
informações da fatura Proforma, limitando-se a informar apenas os dados 
do produto ou serviço efetivamente embarcado/vendido. As alterações de 
quantidade e do descritivo de produto são comuns nesse processo, já que, por 
vezes, prevê-se carregar uma quantidade maior do que a realizada, ou alguns 
defeitos podem fazer com que partes ou peças sejam descartadas, alterando, 
assim, a previsão informada na fatura Proforma. Nesse documento, devem 
constar todos os detalhes da mercadoria carregada, além da classificação 
fiscal, dos países de origem, da procedência e da aquisição da mercadoria. 
A invoice é documento obrigatório e de vital importância para concretizar 
qualquer processo de exportação ou importação, inclusive sendo necessária 
nas operações de importação de amostras (KEEDI, 2010).
Já a packing list ou lista de embarque — equivalente ao romaneio, com 
ampla utilização em território nacional — concentra informações acerca de 
embalagens das mercadorias, tipo, material e dimensões e da forma como os 
produtos foram acondicionadas para o envio, como a quantidade de volumes 
em que a mercadoria foi agrupada, as dimensões e os pesos dessas embalagens. 
Ou seja, descreve-se de forma detalhada como foi acondicionada a mercadoria 
descrita na commercial invoice. Por isso, é importante que as informações de 
descrição, pesos e quantidades sejam rigorosamente as mesmas. A finalidade 
desse documento é permitir a identificação das mercadorias embarcadas, de 
forma ágil, tanto para eventual conferência por parte da RFB quanto para o 
importador no momento do recebimento. Informações de valores não devem 
ser mencionadas.
O certificado de origem deve ser providenciado pelo exportador, compro-
vando a origem da mercadoria, sendo normalmente exigido pelo importador 
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)8
para atender a acordos comerciais ou de preferências tarifárias, ou ainda para 
o controle de mercadorias provenientes de determinada origem. Ele permite 
a isenção ou a redução tributária, decorrente de acordos, tanto ao exportador 
quanto ao importador (VAZQUEZ, 2007).
Já o CT visa a formalizar o contrato de transporte entre o transportador e 
o embarcador, como um recibo de carga entregue ao transportador, contendo 
dados do embarcador, do consignatário, do notificador, bem como dados de 
origem, destino, descritivo da carga (quantidade, volume, peso, cubagem e 
classificação fiscal), valor do frete e pagador responsável, além da assinatura 
do emitente. Em muitos casos, o importador não pode iniciar qualquer pro-
cedimento de desembaraço sem a posse desse documento original. Alguns 
casos são usados como garantia do exportador, que só enviará o original após 
receber o pagamento da operação. O CT possui denominações distintas, de 
acordo com o modal de embarque:
  bill of lading — para transporte marítimo;
  air waybill — para transporte aéreo;
  roadwaybill — para transporte ferroviário;
  conhecimento rodoviário de transporte — para transporte rodoviário.
Os documentos que foram descritos de forma mais detalhada são os prin-
cipais documentos que o importador precisa para dar início ao desembaraço 
de importação. Entretanto, alguns outros podem ser requisitados, a depender 
do tipo de mercadoria ou origem. Também, dependendo da condição de pa-
gamento pactuada entre as partes, poderão ser exigidos outros documentos 
financeiros ou bancários. 
Contudo, além dos documentos exigidos em âmbito internacional, precisa-
mos atentar também para os documentos relacionados às exigências nacionais 
para liberação da entrada da mercadoria no Brasil, como os descritos a seguir.
  Duimp: documento eletrônico que informa para a RFB o que está sendo 
importado. Deve estar alinhada aos documentos que acompanharam a 
carga, como commercial invoice, packing list e CT, e com o conteúdo 
físico da carga, para que, em caso de conferência por parte dos fiscais 
da RFB, todas as informações estejam alinhadas. 
9Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
A Receita Federal oferece uma página em seu site com informações completas sobre o 
status da Duimp, quem pode utilizá-la e o passo a passo para preencher o documento.
  Nota fiscal eletrônica (NF-e): documento digital que registra as ope-
rações de circulação de mercadorias ou serviços entre duas partes em 
território nacional. A NF-e será emitida de acordo com a Duimp e 
somente após a liberação da carga pela RFB, no intuito de acompanhar 
a carga em sua circulação entre o recinto alfandegado e o seu destino.
3 Fluxograma de importação
O desenvolvimento de fornecedores no exterior não é tarefa simples: requer 
verifi car padrões de qualidade, preço e entrega; por vezes, é necessário solicitar 
amostra ou mesmo fazer uma viagem internacional para conferir pessoalmente 
o processo produtivo dos possíveis parceiros de negócios. Algumas empresas 
terceirizam esse desenvolvimento e preferem pagar um percentual sobre as 
transações a agentes que intermedeiam esse serviço, auxiliando os compra-
dores nacionais. Com o produto e o fornecedor adequados, a empresa precisa 
estar habilitada junto à RFB para atuar internacionalmente e cadastrar um 
representante no Radar, chamado de despachante aduaneiro.
O fluxograma do Quadro 1 a seguir detalha o passo a passo para realizar 
uma importação, segundo o novo processo de importação.
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)10
 
1º — Classificação 
da mercadoria
Definir a classificação fiscal do produto a 
ser importado é determinante para verificar 
a viabilidade financeira da importação, pois, 
com ela, será possível verificar a tributação 
envolvida, as eventuais restrições, a 
existência de medidas antidumping, 
salvaguarda e subsídios e a necessidade 
de LIs e anuência dos órgãos envolvidos.
2º — Aprovação da 
fatura Proforma
Com as condições de viabilidade e 
restrições verificadas, é possível aprovar 
a fatura Proforma, para dar início à 
produção dos produtos importados.
3º — LPCO
Se a NCM utilizada exigir licenças, convém 
solicitá-las neste momento, via Portal 
Único, no módulo LPCO. Como o prazo 
para análise é de 30 dias, o restante do 
processo de importação pode ocorrer 
em paralelo (lembrando que não existe 
mais restrição de embarque, apenas 
de liberação). Se existe a pretensão de 
importar novos pedidos do mesmo 
produto, a licença pode ser emitida 
com a quantidade total prevista; assim, 
a cada importação, será descontada 
a quantidade já importada.
4º — Providenciar pagamento
Se a condição de pagamento acordada 
for antecipada, o que é muito comum 
nas primeiras transações, é necessário 
providenciar o pagamento do valor e 
enviar o comprovante para o fornecedor. 
Outra condição muito utilizada é a carta de 
crédito, sendo, assim, necessário solicitar 
abertura da letter of credit ao banco e, assim 
que emitida, solicitar o draft (rascunho da 
carta), para enviar ao fornecedor e, assim, 
dar início à produção da ordem aprovada.
 Quadro 1. Passo a passo da importação 
(Continua)
11Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
 
5º — Logística
Dependendo da condição comercial 
(Incoterm) acordada entre as partes, o 
importador precisará organizar a coleta 
da importação na empresa do fabricante; 
uma forma de conduzir isso é contratar 
os serviços de um agente de cargas. Esse 
agente fará a coleta na origem e os trâmites 
de liberação portuários/aeroportuários; 
pode ser necessário providenciar 
embalagens, etiquetar e conferir os 
produtos. Ele também providenciará o CT.
6º — Documentos
Após o carregamento, o exportador já 
possui os documentos commercial invoice 
e packing list; assim, é prudente solicitar 
uma cópia desses documentos por 
e-mail, para ver se estão de acordo com 
as exigências. Alguns países são menos 
exigentes com a documentação, então, ela 
pode estar incompleta ou em discordância 
— convém verificar e, se necessário, 
solicitar adequações. Após
conferidos 
os documentos, deve-se solicitar o 
envio dos originais aos seus cuidados.
7º — Envio dos documentos
Assim que aprovados, os documentos 
originais da carga devem ser enviados 
via courier diretamente ao importador 
ou seu despachante (em caso de 
pagamentos já realizados), ou ao banco 
indicado (em caso de pagamentos 
a prazo com cobrança bancária ou 
com carta de crédito). Os documentos 
originais serão necessários para 
apresentar à RFB, em caso de conferência 
aduaneira, documental ou física.
 Quadro 1. Passo a passo da importação 
(Continuação)
(Continua)
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)12
 
8º — Cadastro do produto
Os produtos que estão sendo importados 
devem ser cadastrados no módulo 
catálogo de produtos, que é integrado 
à Duimp. Uma descrição completa do 
item deve ser providenciada, e imagens e 
documentos que auxiliem o tratamento 
administrativo podem ser anexados. O 
cadastro deve ser preenchido com cautela 
e de posse de todas as informações, já 
que não serão permitidos ajustes.
9º — Cadastro do fornecedor
Os dados do fornecedor e ou fabricante 
deverão ser previamente cadastrados 
e vinculados ao CNPJ do importador 
e ao catálogo de produtos.
10º — Presença de carga
Geralmente, a nacionalização da 
mercadoria só terá início após 
confirmação da presença de carga pelo 
depositário, no módulo CCT do Portal 
Único. Após a chegada da embarcação, 
o depositário deverá recepcionar 
em seu estoque a carga submetida a 
despacho por meio da Duimp, no CCT.
11º — Registro da Duimp
Com a presença de carga registrada, é 
possível iniciar o registro da Duimp, que 
caracteriza o início do despacho aduaneiro 
de importação. O declarante ou o próprio 
importador devem informar os dados 
da operação de importação a partir dos 
dados do conhecimento eletrônico.
12º — Pagamento centralizado
No módulo pagamento centralizado, 
constará o resumo dos impostos gerados. 
É necessário cadastrar uma conta bancária 
para depósito dos impostos, que serão 
debitados de forma imediata ao registro. Os 
demais custos do processo, como custos 
portuários ou aeroportuários, também 
constarão nessa tela para pagamento.
 Quadro 1. Passo a passo da importação 
(Continuação)
(Continua)
13Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
 
13º — Desembaraço 
de importação
Mediante o gerenciamento de riscos 
conduzido pela RFB, os processos de 
importação podem ser conduzidos 
por diferentes níveis de conferência. Se 
canal verde, o processo será liberado; se 
amarelo, exigirá conferência documental; 
se vermelho, a conferência realizada 
será documental e física; se cinza, exigirá 
a verificação da valoração aduaneira. 
Nos casos de canal diferente de verde, 
o fiscal da RFB informará as exigências, 
e o importador deverá atendê-las, para 
ter sua carga liberada. Nesse momento, 
a licença emitida no módulo LPCO 
precisará estar liberada, para que o 
desembaraço seja autorizado.
14º — NF-e de importação
Após a mercadoria ser liberada, é possível 
emitir a NF-e, com base nas informações 
da Duimp, para transporte da mercadoria 
em território nacional. Ela também gerará 
a guia para pagamento de ICMS (algumas 
empresas possuem ofício e poderão 
realizar o pagamento posteriormente). Feito 
isso, a mercadoria poderá ser removida.
15º — CCT
O depositário informará as 
movimentações da carga e a sua 
retirada definitiva do terminal.
16º — Transporte
O transporte do recinto alfandegado 
até o importador será feito após 
sua efetiva conferência.
 Quadro 1. Passo a passo da importação 
(Continuação)
Com a análise cautelosa do passo a passo sugerido, será mais fácil dar 
início ao processo de importação, com as informações necessárias para um 
processo exitoso.
Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)14
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa RFB 
no. 680, de 2 de outubro de 2006. Disciplina o despacho aduaneiro de importação. 
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BUENO, S. DUIMP: quais os Objetivos do Catálogo de Produto? Blog Fazcomex, 2020. Dis-
ponível em: https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-objetivo-catalogo-produto/. 
Acesso em: 3 mar. 2020.
CASTRO, J. A. Exportação: aspectos práticos e operacionais. 4. ed. São Paulo: Adua-
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KEEDI, S. Documentos no comércio exterior: a carta de crédito e a publicação 600 da 
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VAZQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
WERNECK, P. Comércio exterior & despacho aduaneiro. 4. ed. Curitiba: Juruá Editora, 2012.
Leituras recomendadas
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Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despa-
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BUENO, S. DUIMP: 2019 o que muda no seu dia a dia da importação. Blog Fazcomex, 
2020. Disponível em: https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-2019-o-que-muda-
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BUENO, S. DUIMP: 7 novidades sobre a DUIMP e o novo processo de importação. Blog 
Fazcomex, 2020. Disponível em: https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-7-novi-
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DAMIAN, T. Comércio exterior: fundamentos jurídicos de comércio exterior e tópicos 
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FAZCOMEX. Novo processo de importação. Blog Fazcomex, 2020. Disponível em: https://
www.fazcomex.com.br/blog/novo-processo-importacao/. Acesso em: 3 mar. 2020.
15Novo processo de importação: Declaração Única de Importação (Duimp)
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