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1/2 Cientistas descobrem pistas sobre a história cósmica através de amostras do asteroide Ryugu Crédito da imagem: Yuki Kimura. A espaçonave Hayabusa2 da Agência Espacial Japonesa embarcou em uma jornada intrigante, atingindo o asteroide Ryugu em junho de 2018. - A sua missão? Para coletar amostras deste corpo celeste e desvendar os segredos escondidos dentro deles. Liderada pelo professor Yuki Kimura, da Universidade de Hokkaido, uma equipe de pesquisadores de 13 instituições do Japão mergulhou nas amostras, ansiosa para entender o ambiente de bombardeio magnético e físico do espaço interplanetário. Suas descobertas, detalhadas na revista Nature Communications, lançam luz sobre fenômenos fascinantes. Utilizando uma técnica chamada holografia eletrônica, os cientistas perscrutaram as amostras, examinando suas propriedades estruturais, magnéticas e elétricas. Este método permitiu que eles se aprofundassem profundamente no coração da composição de Ryugu, revelando insights inacessíveis através de meios convencionais. O asteroide Ryugu, como muitos objetos no espaço, sofre um ataque implacável de várias fontes. O vento solar, um fluxo de partículas de alta energia emitidas pelo sol e micrometeoróides bombardeando sua superfície moldando seu ambiente. 2/2 Essa barragem constante leva a mudanças conhecidas como clima espacial, alterando a composição do asteroide ao longo do tempo. Ao estudar amostras diretamente recuperadas de Ryugu, os pesquisadores ganham uma oportunidade única de observar os efeitos a longo prazo da exposição ao espaço. Ao contrário das amostras de meteoritos encontradas na Terra, que suportam a descida ardente através da atmosfera, essas amostras permanecem intocadas, oferecendo uma janela mais clara para os mistérios do espaço. O professor Kimura destaca o significado de suas descobertas, enfatizando o papel dos asteroides em desvendar a história do nosso sistema solar. Os restos de campos magnéticos preservados dentro dessas amostras fornecem informações valiosas sobre os estágios iniciais da formação do nosso sistema solar. Entender essas assinaturas magnéticas permite que os cientistas juntem o quebra-cabeça de nossas origens cósmicas. Além disso, a pesquisa vai além da mera curiosidade acadêmica. Insights colhidos desses estudos poderiam ajudar na interpretação de dados coletados de missões de sensoriamento remoto. Ao decifrar as idades relativas das superfícies planetárias, os cientistas podem reconstruir as linhas do tempo dos corpos celestes, desbloqueando uma compreensão mais profunda de sua evolução. Uma descoberta intrigante emergiu da análise: minúsculos grãos minerais conhecidos como framboids, compostos de magnetita, exibiram um comportamento inesperado. Esses grãos, tipicamente possuindo propriedades magnéticas, perderam completamente seu magnetismo. O culpado? As colisões com micrometeoróides, variando de 2 a 20 micrômetros de diâmetro, as tornaram inertes. Ao redor desses framboides havia milhares de nanopartículas de ferro metálico, oferecendo pistas tentadoras sobre a história magnética de Ryugu. Futuras investigações sobre essas nanopartículas podem revelar mais segredos, fornecendo insights sobre o campo magnético do asteroide ao longo de milênios. Como o professor Kimura conclui, enquanto o estudo serve principalmente à curiosidade científica, suas implicações se estendem aos domínios práticos. Compreender o impacto da poeira espacial na espaçonave pode ajudar na concepção de sistemas robustos capazes de suportar os rigores das viagens interplanetárias. Ao aproveitar o conhecimento obtido das amostras de Ryugu, os cientistas abrem caminho para a exploração futura, tanto na compreensão do nosso passado cósmico quanto na formação de nosso futuro interestelar. Os resultados da pesquisa podem ser encontrados na Nature Communications. Direitos Autorais ? 2024 Knowridge Science Report. Todos os direitos reservados. https://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-47798-0