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Repensando plantas invasoras Nem tudo é ruim para a vida selvagem

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Repensando plantas invasoras: Nem tudo é ruim para a vida
selvagem?
Crédito da imagem: G. O Thompson.
Em uma reviravolta surpreendente nas práticas tradicionais de conservação, um estudo recente em
Connecticut revela que algumas plantas invasoras, muitas vezes removidas para prejudicar os
ecossistemas, podem realmente ser tão benéficas quanto as plantas nativas para a vida selvagem local,
particularmente as aves que comem insetos.
Esta pesquisa, publicada na revista Biological Invasions, desafia a visão comum de que as espécies
invasoras são inteiramente prejudiciais aos habitats locais.
Pesquisadores do Great Hollow Nature Preserve and Ecological Research Center e da Wesleyan University
realizaram extensos experimentos em uma reserva florestal de 800 acres no oeste de Connecticut.
Eles estudaram a quantidade de insetos (artrópodes) e seu valor nutricional (medido pelo teor de proteína)
em espécies de plantas invasoras e nativas.
As plantas invasoras incluíam espécies como bérberis japonesas e madressilva de Morrow, enquanto as
plantas nativas incluíam bordo listrado e faia americana.
A equipe usou redes para impedir que as aves acessassem algumas das plantas, permitindo que
comparassem quantos insetos foram encontrados em plantas com e sem interferência de aves.
https://dx.doi.org/10.1007/s10530-024-03294-6
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Eles analisaram mais de 17.000 artrópodes coletados de 240 árvores e arbustos para avaliar quais plantas
ofereciam os melhores recursos alimentares para as aves.
Ao contrário do que muitos poderiam esperar, os resultados mostraram que as plantas invasoras eram tão
boas, se não melhores, do que as plantas nativas no fornecimento de recursos alimentares.
A madressilva não nativa, por exemplo, tinha altos níveis de biomassa e qualidade de insetos, e atraía as
aves com frequência. O bérberis japonês, no entanto, foi menos benéfico em comparação com outros
invasores.
- Dr. Dr. (emo) Chad Seewagen, um dos pesquisadores, apontou que esses achados sugerem que os
esforços de conservação não devem atingir cegamente todas as plantas invasoras para remoção. Em vez
disso, é crucial avaliar se as plantas nativas que substituem os invasores podem realmente oferecer
melhores recursos para a vida selvagem.
Este estudo destaca a necessidade de uma abordagem mais pensativa para o gerenciamento de espécies
invasoras, levando em consideração os benefícios reais ou desvantagens de plantas não nativas e nativas
em ambientes específicos.
Os resultados incentivam os gestores da terra a avaliar o impacto real da remoção de invasores,
especialmente considerando os custos e a interrupção potencial dos ecossistemas.
Os pesquisadores defendem uma perspectiva equilibrada sobre o manejo invasivo das plantas,
reconhecendo que, em alguns casos, essas espécies não nativas podem desempenhar um papel valioso no
apoio à vida selvagem local, tanto quanto as plantas nativas pretendiam substituí-las.
Essa visão diferenciada pode levar a estratégias de conservação mais eficazes e sustentáveis que
realmente beneficiem os ecossistemas e a vida selvagem que dependem deles.
Fonte: KSR.
https://dx.doi.org/10.1007/s10530-024-03294-6

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