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UNIDADE I (cont.)
ORGANIZAÇÕES DO TERCEITO SETOR
Profª Sandy R. Faidherb
Conceito amplo e estrito de entidades de terceiro setor:
Conceito amplo:
Envolve todas as organizações da sociedade civil de fato e de direito que buscam a melhoria social e não possuem fins lucrativos.
Ex: igrejas, cooperativas, movimentos sociais, fóruns, redes, associações, fundações...
 
Conceito estrito: 
Pessoas privadas (associações e fundações) que desempenham atividades não lucrativas e de interesse público  (coletivo).
OBS: Vamos trabalhar somente com o conceito estrito!
	CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES DO 3º SETOR – SENTITO ESTRITO...	
	Objetivos institucionais	Provocar mudanças sociais
	Constituição de Org. Privada (associações e fundações)	Não integram o Estado
	Constituição Voluntária e Livre	Qualquer pessoa pode constituir 
	Principais fontes de recursos financeiros e materiais	Doações, contribuições, cooperação internacional, serviços e parcerias públicas
	Lucro	Sem fins lucrativos
	Patrimônio resultados	Não há participação
	Aspectos fiscais e tributários	Geralmente são imunes
	Mensuração do resultado social	Difícil de mensurar economicamente 
 
As várias denominações...
- Regulamentação Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
 Organização Social (OS) 
 
- ONG (Organização não governamental) – um termo!
- Instituto – um nome!
- Títulos 
e Certificação		Entidades beneficentes
			Títulos e Utilidade Pública (UP) 
			Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBA)
ONG (Organização não governamental) – um termo!
- Se incorporou no Brasil no final da déc. de 80;
- Transferência de cooperação internacional em alta;
- Virou um sinônimo de associação e fundação beneficente.
“(...) ONG ou organização não governamental, como a próprio termo já indica, é a denominação dada a qualquer grupamento social (reunião de pessoas, ou destinação de bens vinculados a fins coletivos predeterminados) que não seja governamental. Assim embora tenhamos o maior respeito quanto à nobreza das ações e das condutas daqueles que introduziram a expressão na nossa língua pátria, para que fique bem clara a questão, podemos afirmar, sem incorrer em risco de erro, que um bando de malfeitores que se reúne em quadrilha para praticar crimes pode ser considerado como uma ONG, pois se trata, não há dúvida, de uma organização não governamental.”
Tomás de Aquino Resende. Roteiro do Terceiro Setor, 2012.
Instituto – um nome!
“(...) termo instituto, quando empregado no sentido de identificar uma pessoa jurídica, pode ser feito com relação a qualquer espécie de pessoa jurídica, tanto governamental quanto privada, com ou sem fins econômicos. (...)
Assim, tanto uma sociedade como uma associação ou uma fundação podem ser denominadas de instituto. Comumente o termo tem sido mais utilizado para identificar algumas sociedades civis sem fins lucrativos, donde, provavelmente, surge a confusão terminológica. ”
Tomás de Aquino Resende. Roteiro do Terceiro Setor, 2012.
 
Exs: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um órgão público federal (fundação pública), O Instituto Airton Senna é uma associação sem fins lucrativos.
Entidades beneficentes:
São aquelas instituições que buscam exercitar a prática da assistência social que significa prover de algum bem essencial a outrem que dele esteja desprovido. É onde as pessoas praticam a filantropia. 
Filantropia que significa o desprendimento, a caridade, a generosidade de uma pessoa para com outra. É o que podemos chamar também de entidades de assistência social.
Ex: creches, asilos (criados por associação ou fundação privada)
Utilidade Pública (UP) e Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBA) – São qualificações!
- CEBAS - Lei 12.101/09 e Decreto nº 8.242/2014
É um certificado concedido pelo Governo Federal, por intermédio dos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Saúde, às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social que prestem serviços nas áreas de educação, assistência social ou saúde.
A Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social, trata, em seu art. 18, da concessão de registro e certificado de fins filantrópicos às entidades privadas prestadoras de serviços e assessoramento de assistência social. 
Segundo a norma, tal concessão encontra-se entre as competências do Conselho Nacional de Assistência Social.
 
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência Social:
IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades e organizações de assistência social certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal
O principal benefício concedido às organizações qualificadas com o CEBAS é a isenção da cota patronal do INSS e outras contribuições sociais, além de acesso a convênios com o Poder Público de forma diferenciada.
Utilidade Pública (UP)
Substituído por lei, não existe mais em âmbito federal...
A lei 13.204/15 substituiu a concessão dos benefícios:
“Art. 84- B. As organizações da sociedade civil farão jus aos seguintes benefícios, independentemente de certificação: 
I - receber doações de empresas, até o limite de 2% (dois por cento) de sua receita bruta; 
II - receber bens móveis considerados irrecuperáveis, apreendidos, abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; 
III - distribuir ou prometer distribuir prêmios, mediante sorteios, vale-brindes, concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de arrecadar recursos adicionais destinados à sua manutenção ou custeio.”
OSCIP
Organização das Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
- Lei 9.790/99 – define o perfil!
- Interessa geralmente para relação com Poder Público (parcerias)
- Requerida a qualificação ao MJ
- Termo de parceria – regulado pelo Decreto 3.100/99
Quem são as OSCIP’s... Lei 9.790/99:
Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
3 requisitos:
a) ser pessoa jurídica de direito privado, o que exclui entes estatais;
b) não ter fins lucrativos, o que exclui as organizações regidas pelo mercado;
c) atenderem seus objetivos sociais e normas estatutárias aos requisitos instituídos pela Lei.
Normas de direito público (formas de controle):
Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório. 
Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.
Sandy (S) - ATO VINCULADO!
Critérios excludentes (negativo):
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações daSociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da CF. 
Critérios includentes (positivos):
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.    
Requisitos administrativos (forma vinculada):
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: (...)
Exigências para requerimento junto ao MJ: (art. 5º)
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda;
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes
Vantagens:
- Acesso a recurso público via termo de parcerias (para projetos);
- Acesso a recurso privado (empresa desconta de incentivos fiscais);
- Pode receber bens móveis da União e mercadorias apreendidas pela Receita Federal;
- Créditos com juros baixos.
Sobre o termo de parceria:
O termo de parceria deve especificar, como cláusulas essenciais: o objeto, com detalhamento do programa de trabalho; as metas e resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução do cronograma; os critérios objetivos de avaliação de desempenho, mediante indicadores de resultado; previsão de receitas e despesas, inclusive com detalhamento das remunerações e benefícios do pessoal a serem pagos com recursos oriundos ou vinculados ao termo de parceria; obrigatoriedade de apresentação de relatório anual, com comparação entre as metas e os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas; publicação na imprensa oficial do extrato do termo de parceria e de demonstrativo de sua execução física e financeira.
Uma tentativa de definir a natureza jurídica do termo de parceria deverá levar em conta os seguintes elementos: 
a) os signatários: o Poder Público e a OSCIPs;
b) o vínculo: vínculo de cooperação;
c) a finalidade: o fomento - por parte do Poder Público - e a execução - por parte da OSCIP - de atividades de interesse público.
os
Organização Social (OS) - Lei 9637/98  
Algumas características:
Atividades áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, meio ambiente, cultura e saúde;
Uma forma de descentralização por colaboração (contrato de gestão);
- A ideia nasce com a Emenda Constitucional n. 19, de 5 de junho de 1998, que cuidou da chamada reforma administrativa, proposta sob a ótica do neoliberalismo que almeja o Estado “mínimo”, no qual também aquelas atribuições típicas do Estado, como saúde e educação, poderiam passar para o controle da iniciativa privada.
Caráter discricionário de outorga 
Lei 9637/98
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Art. 2º: (...)
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.
Flexibilidade para desqualificação de OS 
Lei 9.637/98
Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.
OBS: Nas OSCIP’s precisa de processo administrativo ou judicialGerência com participação do poder público 
Lei 9637/98
Art. 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto da entidade;
b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo estatuto;
c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou os associados;
d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo estatuto;
Característica central:
- Não precisa de licitação para receber recursos e bens públicos (permissão de uso- art. 12) e pode absorver servidores públicos e realizar atividades da União Federal (art. 22 da Lei 9.637/98)
OBS: Confronto com art. 175 da CF e aceitação do §8º do art. 37 da CF
Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão.
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.
Art. 22. As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações sociais de que trata esta Lei observarão os seguintes preceitos:
I - os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e das entidades extintos terão garantidos todos os direitos e vantagens decorrentes do respectivo cargo ou emprego e integrarão quadro em extinção nos órgãos ou nas entidades indicados no Anexo II, sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao seu critério exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para a origem, à organização social que vier a absorver as correspondentes atividades, observados os §§ 1o e 2o do art. 14;
(...)
III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às unidades extintas, serão utilizados no processo de inventário e para a manutenção e o financiamento das atividades sociais até a assinatura do contrato de gestão ; 
Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social: 
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; 
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; 
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão; 
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; 
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;
 Não possibilidade de simultaneidade de títulos (exclusividade)
OBS: OSCIP’s tolera até 5 anos simultaneidade com outros títulos.
(art. 18, Lei 9.790/99)
Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta-nos as seguintes características na organização social:
a) pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos;
b) deve habilitar-se perante a Administração Pública, para a obtenção de qualificação de organização social;
c) pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde;
d) seu órgão de deliberação máxima deve conter representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social são definidas por meio de contrato de gestão, que deve especificar o programa de trabalho proposto pela organização social, estipular as metas a serem atingidas, os respectivos prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho, inclusive mediante indicadores de qualidade e produtividade;
f) a execução do contrato de gestão será supervisionada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada; o controle que sobre ela exerce é o resultado;
g) o fomento pelo Poder Público poderá abranger: destinação de recursos orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, mediante permissão de uso, com dispensa de licitação; cessão especial de servidores públicos, com ônus para a origem; dispensa de licitação nos contratos de prestação de serviços celebrados entre a Administração Pública e a organização social;
h) poderá ser desqualificada quando descumprir as normas do contrato de gestão.
A título de curiosidade...
Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.923-6, protocolizada no Supremo Tribunal Federal em 1.º de dezembro de 1998, refere-se à lei em comento:
[...] parte da equivocada e implícita ideia de que, para se garantir a eficiência e a qualidade dos serviços públicos, rotulados como “sociais”, o caminho a ser seguido, o princípio fundamental a ser obedecido é o da reforma do aparelho do Estado por meio da transferência das responsabilidades executadas por entidades públicas para entidades privadas, não integrantes da Administração Indireta. 
Descentralização do aparelho de Estado propriamente dito para o setor público não estatal, ou, mais especificamente, para o setor privado, mediante “parceria” com a sociedade, na qual particulares assumem a gestão de bens, recursos e serviços públicos até então prestados por entidades estatais integrantes da Administração Indireta. Descentralização que deixa de ser por serviços, técnica ou funcional e que passa a ser descentralização por colaboração.
 
A outra, de n. 1.943-1/DF foi ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
O Supremo Tribunal Federal (“STF”) decidiu nesta quinta-feira (16.04) sobre a constitucionalidade da Lei nº 9.673 de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre a qualificação de entidades como Organizações Sociais (“OS’s”), julgando parcialmente procedente o pedido formulado na Ação Direta de Inconstitucionalidade (“ADI”) nº 1923 - que questionava a validade da Lei na íntegra e do artigo 24, incisoXXIV, da Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993 (incluído pela Lei nº 9.648 de 27 de maio de 1998).
Em seu voto, o Ministro Luiz Fux esclarece que os setores de saúde, educação, cultura, desporto e lazer, ciência e tecnologia, e meio ambiente configuram “serviços públicos sociais”, dever tanto do Estado quanto dos particulares. Nesse sentido, o Ministro defendeu que a realização de tais atividades em parceria entre poder público e entidades privadas não configura delegação da atividade estatal, razão pela qual não há que se falar nas modalidades de concessão ou permissão de serviço público, conforme dispõe o artigo 175, caput, da CF. Todavia, por receberem recursos públicos, bens públicos e servidores públicos, o Ministro defendeu a observação dos princípios da Administração Pública previstos pelo artigo 37, caput, da CF, de modo que suas atividades e contratações devem observar o disposto em regulamento próprio em conformidade com a Lei nº 9.673, artigo 4º, inciso VIII, fixando regras objetivas e impessoais para o dispendido de recursos públicos
Assim, a Suprema Corte entendeu que tanto a Lei nº 9.637/1998 quanto o artigo 24, inciso XXIV, da Lei nº 8.666/1993 não contrariam a Constituição Federal (“CF”), contudo, a qualificação das entidades e a operacionalização de suas atividades deverão observar aos princípios da Administração Pública, previstos pelo artigo, 37, caput, da CF (...)
		OCISP’S					OS’S
Enquanto nas organizações sociais o Estado abre mão do serviço público para transferi-lo à iniciativa privada, nas organizações da sociedade civil de interesse público o Estado trava parceria com o particular, ajudando e cooperando na prestação de um serviço público voltado para toda a coletividade.
1
Banca: MPE-SC
Órgão: MPE-SC
Prova: Promotor de Justiça - Vespertina 
De acordo com a Lei n. 9.637/98 (Organizações Sociais), o Poder Executivo, observados os requisitos legais, poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. E é por meio de contrato de gestão que o Poder Público e a entidade qualificada como organização social possuem relação. V ou F?
2.
Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto 
Dadas as assertivas abaixo a respeito das OSCIPs, assinale Certa ou Errada:
I – Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 1 (um) ano, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei nº 9.790/1999. 
II – Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, as sociedades comerciais, os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional, nem as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais. 
3.
Denomina-se contrato de gestão o instrumento passível de ser firmado entre o poder público e as OSCIP’ s destinado à formação de vínculo de cooperação para o fomento e a execução de atividades de interesse público. V ou F?
4.
Uma OSCIP pode qualificar-se como OS até 5 anos em simultaneidade. V ou F?
5. 
Banca: FGV
Órgão: Prefeitura de Niterói - RJ
Prova: Fiscal de Tributos 
As pessoas qualificadas como organizações sociais (OS`s) devem ostentar alguns fundamentos ou características principais, conforme exigido pela Lei nº 9.637/98, por exemplo: 
a) ter personalidade jurídica de direito público e possuir em seu estatuto objeto social relacionado com as atividades que desempenhará após o contrato de gestão; 
b) estar habilitada estatutariamente para prestar serviços públicos essenciais compatíveis com o termo de parceria e possuir fins lucrativos; 
c) destinar-se ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde; 
d) possuir autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação de representantes do Poder Público em qualquer estrutura da entidade; 
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