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Ciclos biológicos Ciclos biológicos “Os ritmos biológicos são alterações fisiológicas que se repetem regularmente em um mesmo tempo, e em uma mesma ordem e intervalo” “Relógio biológico” • Mecanismo que permite a sincronização do ambiente com o metabolismo corporal; • Funções fisiológicas e comportamentais têm ritmos diários (circadianos). Horas de sono e as horas de atividade são os comportamentos rítmicos mais evidentes. • Muitas espécies vivem em lugares onde sua atividade está ligada a certos eventos rítmicos: • maré/ pôr-do-sol. • reguladores internos do comportamento que garantem que o animal terá os comportamentos certos nos momentos certos. • persiste por algum tempo depois que os estímulos ambientais tenham mudado; Ciclos biológicos Classificação dos ritmos biológicos: • Circadianos: ciclos de 24 ± 4 horas Temperatura corporal, melatonina, sono-vigília • Ultradianos: ciclos menores de 20 horas Batimentos cardíacos, ciclo sono-vigília bebês • Infradianos: ciclos maiores de 28 horas Ciclo menstrual, produção de plaquetas no sangue Ciclos biológicos “Localização dos relógios biológicos” ● Núcleo supra-quiasmático - SNC • Neurônios do hipotálamo • Organização temporal: • sono, ingestão, temperatura, frequência cardíaca, hormônios • Aumenta sua atividade com a luz – recebe informações da retina Ciclos biológicos “Localização dos relógios biológicos” Glândula pineal ou epífise • A pineal é a estrutura responsável pela transmissão de informação fotoperiódica ao organismo, e exerce papel regulatório sobre os mais diversos eventos fisiológicos, metabólicos e comportamentais. • Produz melatonina Ciclos biológicos Melatonia: • Secreção exclusivamente noturna; • A luz tem ação inibitória sobre a pineal, realizada pela seguinte via: impulsos luminosos excitam os neurônios da retina que fazem conexão com o núcleo supraquiasmático através do trato retino- hipotalâmico; • Escuridão não tem efeito estimulante; • Luz: núcleo supraquiasmático – ligado • Noite: núcleo supraquiasmático – desligado • Ações dentro do ritmo biológico: • Imunomoduladora, antinflamatória, antioxidante,e cronobiológica • Hormônio da escuridão • Influência reprodutória Ciclos biológicos SONO E VIGÍLIA • Comumente, o sistema nervoso apresenta sinais de fadiga pouco antes de se cair no sono e mostra sinais de haver repousado após o sono ter acabado. A fadiga neuronal desempenha papel importante na causa do sono, e esse sono, por sua vez, alivia a fadiga. VIGÍLIA Correlações comportamentais - resposta básica do animal a estímulos biologicamente compreensíveis envolve uma sucessão de estágios: ✓ Atenção ou sobressalto ✓ Orientação ✓ Abordagem ✓ retirada ou hábito Ciclos biológicos Ciclo circadiano Ciclos biológicos - VIGÍLIA Bases neurofisiológicas: Sistema reticular ativador do tronco cerebral • Morfologia Conjunto de aglomerados de neurônios que se projetam nas vias ascendentes e descendentes do cérebro. • Necessária para: Consciência sensorial Respostas motoras Estimulação comportamental. • Localização: Centro do tronco cerebral Ciclos biológicos - VIGÍLIA Bases neurofisiológicas: Sistema reticular ativador do tronco cerebral • Todos os componentes da resposta de prontidão parecem ser desencadeados a partir da formação reticular do tronco cerebral (FRTC), no núcleo central do tronco cerebral. • As células da FRTC recebem impulso sensorial de todos os níveis da medula espinhal, incluindo: receptores cutâneos do corpo e da cabeça, órgãos tendinosos de Golgi, seios carotídeo e aórtico, diversos nervos craniais associados a sensores vestibulares, olhos e orelhas, além de impulsos extensos de outras áreas do tronco cerebral, cerebelo e córtex cerebral. Ciclos biológicos - VIGÍLIA Bases neurofisiológicas: Sistema reticular ativador do tronco cerebral • O SRA responde da mesma forma a qualquer estímulo sensorial, quer da pele, olhos ou orelhas, para “acordar” o córtex cerebral de forma que ele possa responder e processar os estímulos. • A redução da atividade do SRA, normal ou anormal (por barbitúricos, tranquilizantes, lesão experimental ou doença), pode levar a vários graus de sedação, estados de sonolência e coma. Ciclos biológicos Sono • O propósito do sono não é claro. O repouso pode ser conseguido sem sono. • Memória, aprendizado e imunidade • Ninguém é capaz de associar o sono com nenhuma função específica de manutenção da vida relacionada a variáveis fisiológicas mensuráveis. Experimentos sugerem que o sono é necessário para a recomposição do cérebro mas não do corpo. • O sono é necessário para a boa saúde, e os animais privados do sono eventualmente se tornarão doentes, podem tornar-se irritáveis e travam lutas violentas. A privação do sono aparentemente altera determinadas funções imunes e o faz independentemente do ritmo circadiano do cortisol. Ciclos biológicos – SONO ● Comparação do sono nas espécies domésticas Animais monofásicos e polifásicos • Monofásicos: em geral adultos de espécies superiores, tendem a ter um longo período de repouso a cada dia, geralmente à noite. Muitos animais domésticos tendem a ser monofásicos, sendo mais ativos durante a luz do dia. • A maioria das aves, que são amplamente responsivas ao estímulo óptico, também são monofásicas. • Os primatas possuem um ciclo diurno distinto, sendo mais ativos durante a luz do dia. • Polifásicos demonstram diversos períodos alternantes de repouso e atividade num período de 24 horas. Muitos mamíferos selvagens e os animais domésticos são deste tipo. • Cavalos, vacas e carneiros parecem dormir predominantemente à noite, ao passo que os porcos também dormem bastante durante o dia. Os cavalos possuem a menor quantidade de sonolência. Ciclos biológicos – SONO ● Comparação do sono nas espécies domésticas • Os animais podem dormir em várias posições. • os cavalos são os que mais provavelmente dormem em pé, uma capacidade decorrente do suporte tônico dos ligamento sesamóides. Entretanto, só pode completar todos os estágios do sono, principalmente a fase de sono ativado, se deitar. • Os porcos são mais inclinados a deitar-se. • Os ruminantes deitam em decúbito esternal, o que impede a aspiração de material regurgitado do rúmen. • As aves apresentam tanto sono não ativado como ativado empoleiradas. ● Presa ou predador? Ciclos biológicos – SONO Comparação do sono nas espécies domésticas Ciclos biológicos – SONO ● Comparação do sono nas espécies domésticas • Esquerda – ativo – lado direito do cérebro • Direita – sono – lado esquerdo do cérebro Sistema límbico e hipotálamo Comportamento emocional Estruturas interconectadas do cérebro emotivo A palavra límbico significa borda. Foi usado para descrever as estruturas limites que ficavam ao redor da região basal do cérebro. Seu significado foi expandido para significar todo circuito neuronal que controla o comportamento emocional e motivacional. Ex.: Cães e gatos descorticados – intensas respostas Raiva (doença) – hipocampo • Hipotálamo + Amígdala cerebral – gênese do comportamento emocional • Sistema límbico – sistema funcional de várias áreas O Sistema Límbico • É um sistema em forma de anel cortical, contínuo, que contorna as formações inter-hemisféricas. Está relacionado fundamentalmente com a regulação dos processos Emocionais e do Sistema Nervoso Autônomo • Uma parte importante do sistema límbico é o hipotálamo e suas estruturas relacionadas. • Além do controle do comportamento - temperatura corporal, osmolaridade dos fluídos orgânicos, a fome, a sede e o peso corporal. • Estas funções internas são chamadas coletivamente de funções vegetativas do cérebro, e seu controle está intimamente relacionado ao comportamento. O Sistema Límbico ➢ Funções do sistema límbico: · Regulação dos processos emocionais; · Regulação do sistema nervosos autônomo; · Regulação dos processosmotivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo (fome, sede e sexo); · Relação com o mecanismo da memória e aprendizagem; · Regulação do sistema endócrino. Sistema Límbico - Etologia Somestesia e dor Somestesia SISTEMA NERVOSO SENSORIAL Sistema nervoso sensorial é a parte do sistema nervoso responsável pela análise dos estímulos vindos dos meios ambientes externo e interno ao organismo. As informações sensoriais são usadas para atender quatro grandes funções percepção e interpretação, controle do movimento, regulação de funções: órgãos internos e a manutenção de consciência Somestesia • O sentido somático geral do corpo (do latim soma, que quer dizer corpo e aesthesia, que significa sensibilidade) • É a capacidade que homens e animais tem de receber informações sobre as diferentes partes do seu corpo. • O sistema sensorial somático geral (ou sistema somatossensorial) é o responsável pelas experiências sensoriais detectadas nos órgãos sensoriais que não pertencem ao sentido especial (órgãos especiais – próxima aula); • Enquanto, os receptores sensoriais dos sentidos especiais (visão, audição, gustação, olfacção e equilíbrio) estão restritos à cabeça, os do sentido somático geral estão espalhados pelo corpo todo. Somestesia Definição: conjunto de estruturas e processos que pode captar e interpretar certos aspectos físicos ou químicos, genericamente definidos como estímulos, do meio externo ou interno de um organismo. Sensações: reconhecimento da presença de um estimulo e de suas propriedades básicas – resultado do funcionamento dos sistemas sensoriais. Sensação é a porta de entrada para a percepção. Percepção: é a capacidade de dar às sensações significado e integração. Estímulo: é uma forma de energia que pode ser captada e interpretada por um sistema sensorial apropriado. Somestesia Sistema sensorial – 3 elementos fundamentais: Receptores: estruturas responsáveis pela captação da energia do estímulo e sua conversão em um sinal biológico; Vias sensoriais: ou aferentes, por onde o sinal biológico trafega; Áreas sensoriais centrais: onde o sinal biológico é interpretado, gerando as sensações. Modalidade sensorial: sensações reproduzidas por um mesmo órgão sensorial. Submodalidade sensorial (classes se sensações): diferentes qualidades de uma mesma modalidade sensorial. Somestesia • Sensações ✗ Tato: Embora o tato, a pressão e a vibração sejam tratados como sendo sensações diferentes, é executado por mecanorreceptores da pele; ✗ Pressão: Resultam da deformação dos tecidos mais profundos. ✗ Vibração: Resulta de sinais sensoriais rapidamente repetitivos ✗ Tato, pressão e vibração são classificadas como sensações distintas, porém, são detectadas pelos mesmos tipos de receptores. ✗ Propriocepção: executado pela estimulação de receptores mecânicos presentes dos músculos, tendões e articulações; ✗ Dor: sensação desconfortável provocada por receptores que detectam estímulos mecânicos e químicos muito intensos (ameaçam uma lesão) ou decorrentes de lesões teciduais em curso; ✗ Sensação térmica: executado por receptores térmico para o calor e frio. Somestesia • Receptores sensoriais É a estrutura que responde à presença de um estímulo. São capazes de ser despolarizados por um tipo especifico de energia, esse tipo especifico pode ser um estímulo físico ou químico. Isso gera uma alteração no potencial de membrana, chamado de recepção sensorial. Tal alteração no potencial de membrana é chamada de potencial receptor. Muitas vezes, esse potencial receptor caminha pela células até a região em que há canais iônicos e a partir daí começam a ser gerados os potenciais de ação Receptor sensorial é a células ou parte da células com proteínas de membrana especificas, sensíveis à energia do estimulo. 1 – Células epiteliais modificadas (conectada sinapticamente com um neurônio aferente) 2 – Terminações nervosas (nuas ou modificadas) Somestesia • Receptores sensoriais - modalidade de estímulo Mecanorreceptores: Detectam compressão ou o estiramento mecânico do receptor ou dos tecidos adjacentes ao receptor. Termorreceptores: Detectam alterações na temperatura. Nociceptores (Receptores da Dor): Detectam lesões teciduais, sejam físicas ou químicas. Receptores Eletromagnéticos: Detectam a luz (na retina do olho), eletricidade e magnetismo. Quimiorreceptores: Detectam certas moléculas e concentração das mesmas - o gosto, odores, nível de oxigênio no sangue arterial, osmolaridade [ ] de CO2 e outros fatores químicos do corpo. Somestesia • Transdução sensorial É a capacidade de todo receptor sensorial transformar a energia de um estimulo em um sinal biológico (elétrico). • Formas de energia que podem atuar sobre os receptores: 1 – mecânica 2 – térmica 3 – química 4 – elétrica 5 – eletromagnética 6 – magnética Estímulo adequado – é o estímulo ao qual o receptor está melhor adaptado a detectar. Somestesia • Os estímulos mecânicos que incidem sobre a pele são detectados por receptores cutâneos de dois tipos: 1) terminações livres; 2) receptores encapsulados (associados a tecidos conjuntivos). Ambos são componentes periféricos do próprio neurônio aferente primário da via sensorial. • A pele funciona como órgão sensorial detectando os estímulos oriundos do meio ambiente externo (pressão, calor/frio e estímulos que ameaçam ou causam lesões); • Possui 50 receptores por cm2 totalizando em torno de 5 milhões de células sensoriais cutâneas. • “Tato” - receptores mais superficiais (epiderme); “pressão” a estimulação dos mais profundos (derme) e de “vibração” quando são recrutados os receptores que detectam estímulos repetitivos e rápidos. Assim, para um mesmo estimulo mecânico cutâneo, os grupos de receptores respondem de maneira peculiar. Somestesia Receptores sensoriais de pele: • Corpúsculo de Paccini São receptores de adaptação rápida às deformações teciduais, portanto, ótimos detectores de vibração mecânica. • Discos de Merkel Captam especialmente sensibilidade tátil e pressão; movimento de pressão e tração Somestesia Receptores sensoriais de pele: • Terminações nervosas livres Sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos, estímulos mecânicos grosseiros • Corpúsculo de Meisser Sensíveis aos estímulos táteis, detecção de movimentos de objetos sobre a pele. Somestesia Receptores sensoriais de pele: • Bulbos terminais de Krause Receptores térmicos de frio; • Órgão terminal do pelo/ terminações de folículo: Entra em atividade quando o pelo é inclinado e assim, detecta o contato inicial com o objeto, bem como o seu movimento sobre a pele. Somestesia Receptores Receptores de superfície Sensação percebida Receptores de Krause Frio Receptores de Ruffini Calor Discos de Merkel Tato, pressão Receptores de Meissner Tato Terminações nervosas livres Principalmente dor Somestesia Dermátomos: regiões da pele inervadas pelos diferentes pares de nervos que saem da coluna vetebral. Cada nervo espinhal inerva uma porção segmentar da pele responsável pelo estímulo sensorial que transmitirá o estímulo ao encéfalo. Somestesia Sistema somestésico Tato Propriocepção Termorecepção Dor Veiculam tato e informações proprioceptivas, grande capacidade discriminativa e alta precisão sensorial; envolvem aspectos finos do tato e são mediadas por receptores encapsulados Veiculam informações térmicas, dor e informações táteis grosseiras, sistema pouco discriminativo e menos preciso Subsistema epicrítico Subsistema protopático Somestesia A informação sensorial de grande parte do corpo entra na medula espinal e segue por vias ascendentes até o encéfalo. Algumas informações sensoriais vão diretamente para ao tronco encefálico via nervos cranianos. Somestesia Via sensorial: Cadeia de neurônios relacionados a um determinado receptorsensorial, depende da sua modalidade, ou seja, sensação produzida Neurônio sensorial de 4ª ordem Cortex sensorial Neurônio sensorial de 3ª ordem Tálamo Neurônio sensorial de 2ª ordem Neurônio sensorial de 1ª ordem Conduz o impulso para SNC Terminação sensitiva Somestesia Mecanismos de transdução • Depende do tipo de receptor – quase sempre há uma alteração do potencial da membrana do receptor. • Mecanismos específicos de transdução que resultam, universalmente, na produção de potencial receptor (PR) ou seja, abertura/fechamento de canais iônicos. • PR: alteração transitória de voltagem na membrana do receptor, fenômeno elétrico localizado gerado na membrana receptiva. Deverá ser convertido em potencial de ação (PA) para ser conduzido pelas vias sensoriais aferentes e processado pelos diferentes níveis do SNC. A amplitude do PR é diretamente proporcional ao estimulo e à frequência dos PA gerados na fibra aferente primária. Somestesia Mecanismos de transdução – geração de potencial Somestesia Mecanismos de transdução – duração e intensidade Somestesia Codificação da localização do estímulo Somestesia Córtex sensorial É a área do córtex cerebral em que as informações sensoriais são interpretadas para gerar sensações e percepções. Cada sistema sensorial tem uma área cortical associada específica: áreas sensoriais primárias e áreas secundárias. Área primária: são as que recebem primeiro as informações provenientes do receptor – sensação; localização precisa da sensação. Área secundária: envolvidas com a interpretação de aspectos seletivos da informação sensorial – percepção. Áreas de Associação: reúnem dados interpretados pelas áreas primárias e secundárias para criar uma percepção coesa e coerente – reúnem informações provenientes de vários sistemas sensoriais. Somestesia Córtex sensorial Dor Dor • A dor é uma modalidade somestésica fundamental para a sobrevivência do animal no meio ambiente; • A dor - proteção; • Nociceptores - são terminações nervosas livres; • Os nociceptores sinalizam quando o tecido nervoso está sendo lesado. É importante ressaltar que nocicepção é bem diferente de dor. A dor é a percepção de sensações diversas, como inflamação, fisgada, ardência, latejo e outras coisas que podem danificar o tecido. Já a nocicepção é o processo sensorial que fornece os sinais dolorosos para o sistema nervoso. • A maioria dos nociceptores são polimodais, isto é, respondem a diversos tipos de estímulos: mecânicos, térmicos e químicos. Dor • Dependendo do tipo de dor, além da sensação em si, são expressas respostas comportamentais somáticas (vocalização, posição antálgica, reflexo de retirada, etc.), viscerais (alterações cárdio-circulatórias e respiratórias, sudorese, etc.) e psíquicas (alterações do humor, irritabilidade, ansiedade, depressão, etc.). • Trata-se de uma percepção que anuncia uma lesão tecidual devido a estímulos muito intensos ou pela ocorrência de lesões teciduais reais (inflamação, por exemplo). • Apesar de evocar uma sensação desconfortável, ela tem imenso valor biológico, pois afasta o individuo do agente nocivo e a experiência faz com que ele o evite quando o estímulo for novamente reapresentado. Quando ocorre uma lesão tecidual a dor é um sintoma de urgência e deve ser tratada juntamente com a sua causa. Dor • Há receptores que são sensíveis à adenosina trifosfato (ATP) produzida nos processos metabólicos da célula. Quando o suprimento de sangue é interrompido em determinadas regiões (isquemia) as moléculas de ATP são liberadas para fora da célula e estimula os terminais nervosos causando dor. Dor ➢ Pele. Há dois tipos de sensações dolorosas que se originam da pele: • Dor rápida (em agulhada) mediada por fibras aferentes primárias mielinicas do tipo A, é bem localizada quanto à intensidade e a natureza do estimulo, são provocadas por estímulos intensos de pressão e calor. • Dor lenta (difusa e em queimação) mediada fibras aferentes primárias amielinicos do tipo C de difícil localização e caracterização quanto a sua natureza e geralmente decorrente de lesões teciduais (queimaduras, inflamações) Dor ➢ Tipos de dor: • Dor Rápida Sentida 0,1 s após o estímulo doloroso Dor súbita, dor em picada, dor aguda e dor elétrica Não é sentida na maior parte dos tecidos profundos do corpo. • Dor Lenta Sentida após 1 s ou mais após o estímulo doloroso Dor lenta em queimação, dor surda, dor pulsante, dor nauseante e dor crônica Associada a destruição tecidual Pode levar a sofrimento prolongado e insuportável Ocorre tanto na pele quanto em qualquer tecido ou órgão. Dor ➢ Tecidos profundos. Mediada por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (câimbras musculares); ➢ Vísceras. Mediadas por fibras do tipo C, igualmente difusas e lentas (cólicas) • Os nociceptores da dor rápida respondem com limiares elevados aos estímulos de pressão e calor intenso. A sensação desaparece com a remoção do estímulo, sem efeitos residuais. • A dor lenta está sempre acompanhada de lesão tecidual e persiste após a remoção do estímulo que o causou. Geralmente é acompanhada de reações autonômicas e emocionais. Dor • Denominamos as dores em geral de algias; hiperalgesia e hipoalgesia para o aumento e diminuição da percepção nociceptiva; analgesia quando a sensibilidade é suprimida • Além dos estímulos considerados momentâneos para a dor, existem também aqueles que vão aumentando durante algum tempo depois do estímulo ser apresentado. Esse fenômeno é chamado de hiperalgesia • A hiperalgesia está relacionada a uma baixa no limiar de dor em uma determinada área, devido à liberação de várias substâncias químicas (reação inflamatória) que fazem com que os nociceptores fiquem bem mais sensíveis aos estímulos. Dor • Mecanismo da dor • Como resultado da lesão tecidual a membrana citoplasmática é rompida e enzimas proteolíticas iniciam uma série de reações, entre elas, uma fospolipase degrada os fosfolipídios de membrana produzindo ácido aracdônico. • Este por sua vez, sofre ação de outras enzimas e culmina com a produção de prostaglandinas (PG) e prostaciclinas. Estas substâncias têm como função principal causar vasodilatação capilar em torno da região afetada, causando rubor (eritema), calor e edema. Em se tratando de uma infecção, além de pirogênios exógenos, as PG iniciam o mecanismo de produção de calor (ou seja, a febre que é mais um sinal do processo inflamatório). • Estas substâncias também atuam nos terminais nociceptivos reduzindo o limiar de respostas dos nociceptores, ou seja, tornando-os mais sensíveis aos estímulos sensoriais antes inócuos. • Já a bradicinina e a histamina também envolvidas no processo inflamatório estimulam diretamente os nociceptores causando dor (hiperalgesia primária). Dor • Sinais cardiais da inflamação Dor ➢ Neurotransmissores: • As informações sensoriais são transmitidas para outros neurônios no SNC por meio de NT, nesse caso o glutamato. Entretanto, os aferentes primários da via dolorosa, também secretam um neuropeptídeo, a substância P (Sub P) que além de participar da neurotransmissão como modulador, é secretada retrogradamente (!) para o local da lesão causando uma cascata de eventos. • Sub P: facilita a transmissão nociceptiva para os neurônios de 2a.ordem; aumento de sensibilidade nos quadros de dor crônica; promove o aumento da permeabilidade vascular; estimular os mastócitos (células atraídas para o local da lesão) para liberarem histamina, PG, Bradicininas além de outras substâncias. • O próprio neurônio da via participa da resposta inflamatória e contribui tornando-se hipersensível...(hiperalgesia secundaria ou neurogênica) • Noradrenalina e Adrenalina: estresse Dor ➢ Transmissão dos sinais de dor: • Via neoespinotalâmica (Trato espino-talâmico lateral): Principal via que medeia a sensibilidade dolorosa e térmica.Através desta via sensações térmicas e nociceptivas são trazidas dos membros e do tronco do lado oposto, sendo que esta via medeia a sensação de dor rápida e bem localizada (somatotopia). • Via páleoespino-talâmica (Trato espino-retículo-talâmico): possui mais neurônios na cadeia, sendo que os neurônios periféricos penetram a medula do mesmo modo que a via anterior. Esta via ao contrário da anterior, não estabelece somatotopia, a sensibilidade dolorosa é a difusa e crônica. • Trato espinotalâmico anterior: semelhante à via neoespinotalamica medeia a sensibilidade de pressão e do tato protopático (grosseiro). Como na via paleoespino-talamica, a sensação se torna consciente no tálamo. Dor Dor ➢ Dor referida: É a dor sentida em uma parte do corpo distante do tecido que causa a dor. Geralmente iniciada em um órgão visceral e referida à superfície do corpo (segmento dermatomérico) Mecanismo: Confluência de vias de dor visceral e da pele para neurônios comuns na medula Dor ➢ Dor visceral: ● Vísceras possuem receptores sensoriais basicamente para a dor, apresenta característica difusa. ● Causas de dor visceral: Isquemia Acúmulo de produtos finais metabólicos ácidos ou degenerativos Bradicinina e enzimas proteolíticas ● Estímulos químicos Suco gástrico Úlceras gástricas ou duodenais ● Espasmo de víscera oca Estimulação mecânica – cólicas Diminuição do aporte sanguíneo – isquemia ● Hiperdistensão de víscera oca Estiramento excessivo Colapso de vasos – isquemia Dor ➢ Dor visceral: • Vísceras insensíveis Parênquima hepático Alvéolos pulmonares • Dor parietal Doenças que afetam as vísceras Peritônio parietal Pleura Pericárdio Dor ➢ Expressão comportamental da dor: • Variável Espécie, raça, nível de estresse e etc. • Sinais óbvios: Vocalização Rosnados Silvos Grunhidos Mordidas Retirada da parte afetada (auto mutilação) • Sinais menos óbvios: Aumentos frequência respiratória Aumento na pressão sanguínea Aumento na frequência cardíaca Dilatação pupilar Depressão comportamental (dor crônica) Anorexia Dor ➢ Sensações térmicas: • Localização dos receptores Abaixo da pele Maior número de receptores para o frio Lábios e pontas dos dedos • Receptor do calor Não bem elucidado (identificação histológica) Fibras nervosas do tipo C • Receptor do frio Fibras nervosas do tipo Aδ Alguns estímulos de terminações nervosas em fibras nervosas do tipo C Dor ➢ Propriocepção: • A propriocepção é a sensação corporal, ou o sentido, que informa como o corpo se posiciona e se move no espaço. • Se uma pessoa ficar sem esse sentido, terá muitas dificuldades de andar sem olhar para os pés, ou de pegar um objeto sem monitorar com o olhar o movimento que seu braço deve fazer para isso. • Os receptores especializados para a propriocepção estão localizados nas articulações ou nos músculos. Os mais conhecidos são os proprioceptores musculares. • Os dois proprioceptores musculares são o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi. Dor ➢ Propriocepção: • O fuso muscular apresenta um funcionamento bastante simples. • Formado por diversas fibras musculares esqueléticas especializadas, contidas dentro de uma cápsula fibrosa. No centro do fuso, existe uma fibra sensorial enrolada, chamada de “aferente sensorial ”. • Essa fibra é um mecanorreceptor que entra pela raiz dorsal da medula e faz sinapse com o motoneurônio alfa responsável pela contração de um determinado músculo. • Informa ao SNC a variação do comprimento do músculo. Dor ➢ Propriocepção: • Órgão tendinoso de Golgi: está localizado na junção do músculo com o tendão e é inervado pelo “aferente Ib”. • Seu funcionamento é muito simples. Quando o músculo se encontra muito contraído, o órgão tendinoso de Golgi tende a puxar o tendão e, nessa “puxada”, o “aferente” despolariza, entra pela raiz dorsal da medula, faz sinapse com um interneurônio inibitório da medula e este, por sua vez, libera neurotransmissor inibitório no motoneurônio alfa, fazendo com que este pare de liberar neurotransmissor no músculo. Essa ação é chamada de reflexo miotático inverso. 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