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PEN 14 - Os Crimes Contra o Patrimônio

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DIREITO PENAL 
 14 
Os Crimes Contra 
o Patrimônio 
 
 
 
 
 
 
 Introdução 
 
 
 Noções Gerais 
 
O patrimônio, mais amplo e abrangente que a propriedade, constitui uma universalidade de direitos. 
Nem todos os direitos estão abarcados em seu âmbito, mas somente aqueles que dispõem de valor 
econômico, pertencentes a determinada pessoa. 
 
Esta é a noção civilística do patrimônio. Seu conceito penal, todavia, não coincide por inteiro com o 
civil, já que determinados objetos, que não disponham propriamente de valor patrimonial, mas sim de 
valor afetivo e nem por isso restam excluídos da tutela penal. 
 
 
 
 
 
 
 O Furto 
 
 
 Furto 
 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Conceito: 
É o assenhoramento da coisa com o fim de apoderar-se dela de modo definitivo. 
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Objetividade Jurídica: 
Protege-se a propriedade, a posse e a detenção do patrimônio. É indiferente que a vítima possua a 
coisa em nome próprio ou alheio ou que se trate de posse ilegítima. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a pessoa física ou jurídica que tem a posse ou a propriedade. 
 
Tipo Objetivo: 
1) O núcleo do tipo é subtrair (tirar). 
2) O objeto material é coisa alheia móvel (que tem algum valor). Entende-se que não haverá furto se: 
a) forem coisas que nunca tiveram donos; 
b) forem coisas abandonadas; 
c) quando não se sabe quem é o dono ou possuidor da coisa; 
d) se for ser humano vivo; 
e) se tiver valor econômico irrelevante. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de subtrair (animus furandi). 
 
Consumação e Tentativa: 
Sobre o momento consumativo, há quatro teorias: 
a) “concretatio”: basta tocar a coisa; 
b) “apprehensio rei”: basta segurá-la; 
c) “amotio”: exige-se a remoção de lugar; 
d) “ablatio”: a coisa é colocada no local a que se destinava. 
A jurisprudência adotou a teoria da “inversão da posse”, o crime consuma-se quando o agente tem a 
posse tranqüila da coisa. 
 
Repouso Noturno: 
 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
 
Furto Privilegiado: 
 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de 
multa. 
 
Coisa Móvel: 
 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor 
econômico. 
 
 
 
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Furto Qualificado: 
 
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: 
 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
 
III - com emprego de chave falsa; 
 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
Furto de Veículo: 
 
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior (Lei 9426/96). 
 
 
 Furto de Coisa Comum 
 
 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem 
legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
§ 1º - Somente se procede mediante representação. 
 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que 
tem direito o agente. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a propriedade ou a posse. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só o pratica o condômino, co-herdeiro ou sócio. 
 
Sujeito Passivo: 
São os outros condôminos, co-herdeiros ou sócios. 
 
Tipo Objetivo: 
A subtração de coisa móvel ou mobilizada. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de subtrair. 
 
 
 
 
 
 
 
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 O Roubo e a Extorsão 
 
 
 Roubo 
 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra 
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para 
si ou para terceiro. 
 
Noções Inciais: 
O roubo é um crime complexo. Trata-se do crime de furto mais a violência, grave ameaça ou outro 
meio. São formas típicas: 
a) roubo próprio - “caput”; 
b) roubo impróprio - § 1º; 
c) roubo circunstanciado ou agravado - § 2º; 
d) roubo qualificado - § 3º - 1º parte, lesão corporal grave - 2º parte, morte (latrocínio). 
 
Objetividade Jurídica: 
O objeto jurídico imediato do roubo é o patrimônio, mas tutela-se também a integridade corporal, a 
liberdade e, no latrocínio, a vida do sujeito passivo. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa atingida pela violência ou ameaça. Não é o só o proprietário, possuidor ou 
detentor da coisa, como também poderão ser vítimas o vigia, o caixa, as pessoas que estiverem no 
local, etc. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A ação é subtrair (tirar). 
2) O objeto material é coisa móvel alheia, mesmo que seja de valor econômico ínfimo. 
3) Mediante violência física: vias de fato ou lesão corporal (não é necessária ser visível a violência). 
A grave ameaça (violência moral) é tudo aquilo que provoca temor na vítima. 
 
! O “arrebatamento de inopino”, quando o agente arranca correntes ou relógio das pessoas após “um encontrão” tem uma interpretação dividida entre o furto e o roubo. O STF entende que é roubo. 
 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de subtrair ou para assegurar a subtração. 
 
 Jurisprudência: 
 
RJDTACRIM VOLUME 8 / PÁG.: 125 
Subtração de corrente do pulso da vítima acarretando-lhe lesões - Desclassificação operada 
para furto em concurso formal com lesões corporais. 125 - Se a violência foi contra a coisa, no 
caso do agente subtrair corrente do pulso da vítima, causando-lhe lesões, o crime por ele 
praticado é de furto simples em concurso formal com lesões corporais. É que, com uma só ação, 
além da subtração o agente causa lesões na vítima. 
 
RJDTACRIM VOLUME 13 / PÁGINA 44 
Arrebatamento. usência de violência contra a pessoa - Roubo - Inocorrência - Furto - 
Caracterização: 12 - Tirar um objeto da mão de pessoa, ou mesmo pegar um cinto em forma de 
bolsa colocado na cintura, sem um mecanismo que o firme de forma eficiente, caracteriza o 
arrebatamento, que poderá conter violência à coisa, mas não consistir numa violência física 
contra a pessoa, de modo que, em tais circunstâncias, haverá o crime de furto, não se 
caracterizando o roubo. 
 
RJDTACRIM V 13 / P 127 
Arrebatamento perpetrado contra criança - Ausência de ameaça ou violência - Analogia do art. 
224, a, do CP - Inaplicabilidade - Furto - Caracterização: 62 - O mero arrebatamento da coisa,sem efetuação de ameaça ou emprego de violência contra a vítima, desacompanhada de vias de 
fato, sem aplicação de tranco ou safanão, característicos da "trombada", não constitui a vis 
corporalis illata tipificadora do roubo, assim configurando-se o crime de furto, sendo irrelevante 
a alegação de ser a vítima uma criança, pois descabida a analogia do art. 224, a, do Código 
Penal. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o agente retira o objeto material da esfera de 
disponibilidade da vítima, mesmo que não haja a posse tranqüila. Admite-se a tentativa. 
 
 Jurisprudência: 
 
RJDTACRIM V 2 / P.: 154. 
Subtração mediante ameaça armada - Disparo, contudo, efetuado somente no trajeto da fuga - 
Desclassificação para roubo próprio tentado - Apelo provido. 143 - Não pratica o crime de 
roubo impróprio, que não admite tentativa, mas, sim, o de roubo próprio tentado, o acusado que, 
após subtrair mediante ameaça armada, efetua disparo na direção do perseguidor, sem, 
contudo, obter a posse tranqüila da "res". Só tipifica o roubo previsto no § 1º, do art. 157, do 
CP, se a colocação temporal da violência ou da grave ameaça for posterior à subtração. 
 
Tentativa. Réu que, interceptado logo após a subtração da coisa, emprega violência para 
assegurar a sua posse e impunidade, mas é preso e recuperada a “res”. Se interceptado o réu 
logo após a subtração dos bens e emprega violência para poder assegurar a posse das coisas e a 
impunidade do crime, mas é preso e recuperada a res, o delito é meramente tentado. TACrimSP 
12ª C. Ap. 808601/1. 
 
Tentativa. Inadmissibilidade. Momento consumativo é o do emprego da violência. Inteligência 
do art. 157 § 1º do cp. O crime do art. 157 § 1º do cp não admite tentativa, tendo em vista que o 
momento consumativo é o do emprego da violência. Recurso especial conhecido e provido. STJ, 
5ª T., resp 46275-4. 
 
 
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RJDTACRIM V 14 / P 136 
Tentativa - Possibilidade - Entendimento: 59B - Em sede de roubo impróprio, a tentativa restará 
configurada se o agente, completada a subtração, vier a ser preso após tentar o emprego da 
violência ou ameaça para assegurar a posse da rés ou a impunidade, bem como se, depois de ter 
completado a subtração, é surpreendido e emprega violência, tendo, entretanto, de abandonar a 
coisa e fugir (voto vencido). 
 
RJDTACRIM V 2 / P: 154 
Tentativa - Admissibilidade, quando não houve pelo agente posse tranqüila da coisa - 
Desclassificação para roubo tentado. 144 - No roubo, crime complexo, inclusive o impróprio, o 
objetivo final é patrimonial. Assim, se o agente não tem desvigiada posse da coisa, só há falar 
em tentativa. 
 
RJDTACRIM VOL.6 / PÁG. 148 
Necessidade de comprovação da ameaça feita à vítima - Ausência de tal prova - 
Desclassificação do delito para furto qualificado. Caracteriza-se o delito de furto, e não o de 
roubo, se a ameaça que teria sido feita à vítima não ficar devidamente comprovada. 
 
Roubo de Uso: 
Há dois entendimentos sobre o roubo em que se devolve o objeto à vítima: 
a) é roubo; 
b) é constrangimento ilegal. 
 
Formas Agravadas: 
São formas agravadas: 
a) concurso de duas ou mais pessoas: é preciso apenas que haja concorrência (partícipe ou co-
autor), não sendo necessário que todas as pessoas estejam identificadas ou que sejam 
imputáveis; 
b) transporte de valores: é necessário que seja o serviço de transporte de valores de outrem 
(dinheiro ou jóias); 
c) com emprego de armas; 
d) veículos automotores; 
e) restrição da liberdade. 
 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior; (Lei 9426/96) 
 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Lei 9426/96) 
 
Emprego de Arma ( § 2º, I) : 
Arma é tudo que possa causar dano físico (caco de vidro, madeira afiada). 
Traz maior perigo (objetivo) e intimidamento maior (subjetivo). 
 
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" Situações: 1) Há controvérsia sobre o porte ostensivo da arma, ou seja, se é necessário mostrar a arma. 2) Concurso de agente: se um está armado, a circunstância se comunica ao outro. 
3) Tanto faz se o agente usa arma da própria vítima. 
4) Somente a simulação ou afirmação de que possua arma de fogo não configura o delito. 
 
! Porte de Arma: Entende-se que o crime de roubo absorve o crime de porte de arma ilegal (Lei 9.437/97), porém há 
posições afirmando haver concurso material. 
 
Arma de Brinquedo: 
No caso de uso de arma de brinquedo, há três correntes de classificação do crime: 
a) art. 157, “caput”; 
b) art. 157, “caput”, mais o art. 10, § 1º, II da lei 9.437/97; 
c) art. 157, § 2º, I (segue a súmula 174 do STJ), entende-se que há um intimidamento maior 
(subjetivo). 
 
 Jurisprudência: 
 
RJDTACRIM VOL.6 / PÁG. 151 
Arma de brinquedo - Pretendido afastamento da qualificadora - Admissibilidade - Recurso 
provido. 143 - O emprego de arma de brinquedo não qualifica o crime de roubo, respondendo o 
sujeito pelo tipo simples. Isso decorre do sistema da tipicidade. O Código Penal qualifica o 
delito de roubo quando o sujeito emprega arma. Ora revólver de brinquedo não é arma. Logo o 
fato é atípico diante da qualificadora. 
 
RJDTACRIM VOLUME 10 / PÁGINA:148 
Emprego de arma - Revólver de brinquedo - Caracterização - Inadmissibilidade. 76 - Embora 
idônea a arma de brinquedo para caracterizar a grave ameaça de roubo, esta não revela a 
mesma idoneidade para a integração da qualificadora prevista para este crime porque ausente 
de suas possibilidades de uso o potencial ofensivo de uma arma, seja ela própria ou imprópria. 
 
RJDTACRIM V 18 / P: 131 
Emprego de arma de brinquedo - Reconhecimento da qualificadora - "Bis in idem" – 
Ocorrência: 72 (a) - A arma de brinquedo, utilizada em crime de roubo, não pode ser havida 
como arma, quer própria ou imprópria, eis que desprovida de potencialidade ofensiva, razão 
pela qual não pode qualificar tal delito, sendo hábil, apenas, para caracterização da grave 
ameaça, prevista na modalidade simples do delito, consistente na capacidade de reduzir o 
ofendido a impossibilidade de resistência, de modo que a incidência da qualificadora 
caracterizaria um "bis in idem", vez que estaria punindo por duas vezes a ameaça prevista no 
"caput" do art. 157 do CP. 
 
RJDTACRIM V 17 / P: 157 
Qualificadora do emprego de arma - Utilização de revólver com cinco cápsulas deflagradas - 
Ausência de poder vulnerante - Reconhecimento - Impossibilidade: 77 (b) - A utilização de 
revólver com cinco cápsulas deflagradas, não caracteriza a qualificadora de emprego de arma, 
vez que nestas condições é patente a ausência de poder vulnerante indispensável para sua plena 
eficácia. 
 
Roubo e Seqüestro: 
Em relação ao roubo e o seqüestro: 
a) se for meio executório do roubo (ex.: agente tranca as pessoas no banheiro e rouba o 
estabelecimento) enquadra-se no inciso V, § 2º; 
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b) mas se operada a subtração e depois priva-se a vítimade liberdade é seqüestro (ex.: rouba o 
carro e obriga o proprietário a permanecer no veículo) em concurso material. 
 
Lesão Corporal Grave e Latrocínio: 
São crimes qualificados pelo resultado (a título de dolo ou culpa): 
a) lesão corporal grave; 
b) morte (latrocínio). 
 
§ 3.º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 
(quinze) anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem 
prejuízo da multa. (Lei 9426/96). 
 
! Mesmo se o co-autor atingir o próprio companheiro ou outra pessoa que vem a morrer, responde por latrocínio (“aberratio ictus”). 
 
Consumação e Tentativa de Latrocínio: 
Homicídio e subtração consumados Homicídio e subtração consumados 
Homicídio tentado e subtração tentada Homicídio tentado e subtração tentada 
Homicídio tentado e subtração consumada Homicídio tentado e subtração consumada 
Homicídio consumado e subtração tentada Homicídio consumado e subtração tentada 
 
! No caso de haver uma pluralidade de vítimas e subtração de uma só delas (ex.: matou 5 pessoas e roubou só uma): o entendimento é de que há um crime de latrocínio. 
 
Se o agente mata alguém e depois verificando que esta tem um relógio e o pega: crime de 
homicídio e furto. 
 
De acordo com o art. 9.° da Lei de Crimes Hediondos, a pena de 20 a 30 anos passa a ser de 30 a 
45, sendo então a única pena possível a de 30 anos. 
 
 
 Extorsão 
 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter 
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar 
fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
O objeto jurídico imediato da extorsão é o patrimônio, mas tutela-se também a integridade corporal, 
a liberdade e, no latrocínio, a vida do sujeito passivo. 
 
 
 
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Diferenças Fundamentais entre o Roubo e a Extorsão: 
 
Roubo Extorsão 
Subtração Tradição 
Atividade da vítima é 
prescindível 
Atividade da vítima é 
imprescindível 
O proveito e o mal são 
iminentes 
O proveito e o mal são futuros 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Se for funcionário publico e este: 
a) pediu: art. 317; 
b) exigiu: art. 316; 
c) mas se usou de violência ou grave ameaça: art. 158. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A ação é constranger (coagir). 
2) Mediante violência ou grave ameaça: chantagem (ameaçar contar segredo ou ameaçar de 
denunciar por crime inexistente). 
3) Vantagem econômica indevida (se for devida, o crime é de exercício arbitrário das próprias 
razões). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de constranger alguém com o intuito de obter vantagem econômica. 
 
Consumação e Tentativa: 
Há três posições para a consumação: 
a) consuma-se o crime com a vantagem patrimonial; 
b) consuma-se o crime com a conduta da vítima (entendimento minoritário / Súmula 96 do 
STJ); 
c) consuma-se o crime com o constrangimento do agente (violência ou grave ameaça) 
 
O fato da vítima comunicar à autoridade policial o fato, não exime a grave ameaça. 
 
Forma Agravada: 
 
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a 
pena de um terço até metade. 
 
Lesão Corporal Grave ou Latrocínio: 
 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
 
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 Extorsão Mediante Seqüestro 
 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, 
como condição ou preço do resgate: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a liberdade individual, a incolumidade física, a vida e o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é sequestrar. 
2) Objeto material: vantagem (Damásio entende que a vantagem pode ser devida ou indevida, 
patrimonial ou moral); 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de seqüestrar. 
 
Consumação e Tentativa: 
É crime formal, se consuma com a prática da privação de liberdade da vítima. Admite-se a tentativa. 
 
Formas Qualificadas: 
São formas qualificadas: 
a) duração maior do que 24 horas; 
b) vítima menor de 18 anos; 
c) cometimento por quadrilha ou bando. 
 
§ 1º - Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 
(dezoito) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos. 
 
" Quanto à idade da vítima, se esta: a) for menor de 14 anos, inclusive o dia em que completar 14 anos: aplica-se a pena do § 1.° aumentada pela metade, como preceitua o art. 9.° da Lei 8.072/90; 
b) tiver entre 14 anos e 1 dia até 1 dias antes de completar 18 anos: aplica-se a pena do § 
1.°; 
c) tiver 18 anos ou mais: aplica-se o disposto no art. 159 - “caput”. 
 
Lesão Corporal Grave: 
 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) anos. 
 
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Morte: 
É a maior pena do Código Penal. 
 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) anos. 
 
Delação Premiada: 
A delação do sujeito deve efetivamente contribuir para a libertação da vítima. 
 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
 
 
 Extorsão Indireta 
 
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, 
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio e a liberdade individual. 
 
Sujeito Ativo: 
É o credor, geralmente um agiota ou por intermédio de um terceiro. 
 
Sujeito Passivo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é exigir (impor), receber. 
2) O objeto material é o documento hábil. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade da prática do ato de exigir ou receber o documento. 
 
Consumação e Tentativa: 
É crime formal, basta a exigência (só se admite a tentativa se for por escrito e não chegar até a 
vítima). 
 
Crime de Usura e Extorsão Indireta: 
Entende-se que o crime de usura absorve o de extorsão indireta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 A Usurpação 
 
 
 Alteração de Limites 
 
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha 
divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio imobiliário (posse e propriedade). 
 
Sujeito Ativo: 
É o vizinho contíguo da vítima. Para Magalhães Noronha tambémpode ser o futuro comprador e o 
condômino. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário ou aquele que detém a posse legítima. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta é: 
a) suprimir: destruir, arrancar, queimar; 
b) deslocar. 
2) O objeto material: 
a) tapume: sebes vivas, cerca de arame, muro; 
b) marcos ou termos: sinais de pedra, cimento, madeira; 
c) outros sinais indicativos de linha divisória: caminhos, fossos. 
 
! Apor novo marco, ainda que este modifique a linha divisória, não constitui crime, sendo clara a omissão da lei. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de alterar os limites com a supressão ou a remoção dos sinais, assumindo a posse 
do imóvel lindeiro. 
 
Consumação e Tentativa: 
A consumação se dá com a simples supressão ou com o deslocamento do sinal indicativo, ainda que 
não obtenha o agente o resultado pretendido. Admite-se a tentativa. 
 
Concurso: 
Se houver violência, ocorre concurso material de crimes. 
 
Art. 161... § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. 
 
 
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Ação Penal: 
Em regra é privada, será pública se houver violência ou se a propriedade não for privada. 
 
Art. 161... § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa. 
 
 
 Usurpação de Águas 
 
Art. 161... § 1º - Na mesma pena incorre quem: 
 
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o uso, gozo e fruição sobre as águas, que são consideradas imóveis quando parte líquida 
do solo. 
 
Sujeito Ativo: 
É aquele que desvia ou represa as águas. 
 
Sujeito Passivo: 
É aquele que foi privado de usar, gozar ou fruir das águas. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é desviar ou represar as águas para que não sigam elas o seu curso natural. 
2) O bbjeto material é a água em estado natural. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de desviar ou represar as águas alheias. Exige-se que o agente tenha proveito 
próprio, senão configura-se apenas o crime de dano. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com o desvio ou o represamento. Admite-se a tentativa. 
 
Ação Penal: 
Se a propriedade é particular e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
 
 
 Esbulho Possessório 
 
Art. 161... § 1º - Na mesma pena incorre quem: 
 
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas 
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio imobiliário e indiretamente a integridade física ou psíquica da vítima. 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o legítimo possuidor do imóvel. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é invadir, entrar, penetrar com o uso da violência ou grave ameaça. 
2) O objeto material é o terreno ou edifício. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de invadir com a intenção de se apossar do imóvel (se não houver a intenção, 
pode se configurar o crime de violação de domicílio). 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a invasão, se presente a finalidade de esbulho possessório. 
Admite-se a tentativa. 
 
Ação Penal: 
Se a propriedade é particular e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
 
 
 Supressão ou Alteração de Marcas em Animais 
 
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal 
indicativo de propriedade: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a propriedade dos semoventes. 
 
Sujeito Ativo: 
É aquele que suprime ou altera a marca ou sinal, possuidor ou não. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário do animal. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é suprimir (eliminar) ou alterar (modificar, tornar irreconhecível) a marca ou 
sinal do animal. Marcar animal desmarcado não configura o crime. 
2) O objeto material é a marca ou o sinal (marca a fogo ou substância química, argolas, etc.). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de suprimir ou alterar a marca ou o sinal. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a supressão ou a alteração da marca ou sinal. Admite-se a tentativa. 
 
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 O Dano 
 
 
 Noções Gerais 
 
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o condômino. Para Magalhães Noronha até o próprio proprietário 
pode responder se a coisa estiver em poder de terceiro, Nelson Hungria, porém, diz que nesse caso é 
o crime do art. 346. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário e o possuidor. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é: destruir, inutilizar ou deteriorar. 
2) O objeto material é coisa alheia (total ou parcialmente). 
 
Tipo Subjetivo: 
Pode existir duas situações: 
1) Dolo genérico: quando não se quer especificamente praticar o dano (ex.: fuga de presos, que se 
danifica a cela), nesse caso a jurisprudência não é pacífica se há ou não o crime, a doutrina entende 
que há. 
2) Dolo específico (“animus nocendi”): vontade de causar prejuízo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a destruição, inutilização ou deteriorização da coisa, ainda que parciais. 
Admite-se a tentativa. 
 
Dano Qualificado: 
A qualificadora de violência ou grave ameaça só existe quando é meio para praticar o dano, pode ser 
contra qualquer pessoa, não necessariamente o proprietário. 
 
Parágrafo único - Se o crime é cometido: 
 
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; 
 
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais 
grave; 
 
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III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços 
públicos ou sociedade de economia mista; 
 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
Ação Penal: 
Na qualificadora por motivo egoístico (ódio e inveja) somente se procede mediante queixa. 
 
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede 
mediante queixa. 
 
 
 Introdução ou Abandono de Animais em Propriedade Alheia 
 
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de 
direito, desde que o fato resulte prejuízo: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a propriedade, rural ou urbana. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, excluindo-se o dono do imóvel. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário ou o legítimo possuidor. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é introduzir (fazer com que os animais entrem) ou deixar entrar. 
2) O objeto material é a propriedade alheia. É necessário que haja o danoefetivo na propriedade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de introduzir o animal ou animais na propriedade alheia. Se for com o intuito de 
alimentar o animal com a pastagem alheia ocorrerá o crime de furto. 
Não há a modalidade culposa, respondendo neste caso apenas civilmente. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime somente com o prejuízo. Não é admitida a forma tentada. 
 
Ação Penal: 
Exclusivamente mediante queixa. 
 
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede 
mediante queixa. 
 
 
 
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 Dano em Coisa de Valor Artístico, Arqueológico ou Histórico 
 
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em 
virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio de valor artístico, arqueológico ou histórico. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário e o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é destruir, inutilizar ou deteriorar a coisa. 
2) O objeto material é a coisa protegida, podendo ser imóvel ou móvel. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de destruir, inutilizar ou deteriorar a coisa. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a destruição, inutilização ou deteriorização da coisa, ainda que parciais. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Alteração de Local Especialmente Protegido 
 
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente 
protegido por lei: 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio ideológico nacional. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do imóvel. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário do imóvel e o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é alterar (mudar, modificar, desfigurar) o aspecto do local. 
2) O objeto material é o local, podendo ser natural ou construído pelo homem. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de alterar o aspecto do local especialmente protegido. 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a modificação introduzida no local. Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 A Apropriação Indébita 
 
 
 Apropriação Indébita 
 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Se é funcionário público o crime é de peculato. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário ou o possuidor da coisa. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é é apropriar-se (apropriação propriamente dita ou negativa de restituição). 
2) O objeto material é: 
a) coisa alheia móvel (art. 47 do Código Civil); 
b) que tenha posse ou detenção (art. 487 do Código Civil). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é o “animus rem sibi abendi” (ânimo de apropriar). 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma quando o agente passa a se portar como se proprietário fosse. 
 
! Inadimplemento Contratual: Se uma pessoa ou firma faz um contrato com outra, recebe o sinal e não executa a contraprestação 
não é apropriação indébita e sim inadimplemento contratual. Se, porém, há a vontade de se aplicar 
o golpe, o crime é de estelionato. 
 
Formas Qualificadas: 
 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
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I - em depósito necessário; 
 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
depositário judicial; 
 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. 
 
Depósito Necessário: 
O depósito pode ser voluntário ou necessário, sendo este último dividido em: 
a) legal (art. 1282, I do Código Civil): obrigação legal de funcionário público, é crime de 
peculato; 
b) miserável (art. 1282, II do Código Civil): chega às mãos do sujeito em razão de calamidade, 
é o crime do art. 168, § 1.º, I; 
c) por equiparação (art. 1284 do Código Civil); bagagens de viajantes, hóspedes ou fregueses, é 
o crime do art. 168, § 1.º, III. 
 
 
 Apropriação Indébita Previdenciária 
 
Art. 168-A – Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social 
que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do 
público; 
 
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas 
contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; 
 
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela previdência social. 
 
§ 2º - É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
 
§ 3º - É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, desde que: 
 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento 
da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
 
 
 
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 Apropriação de Coisa Havida por Erro, Caso Fortuito ou 
 Força da Natureza, de Tesouro e de Coisa Achada 
 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou 
força da natureza: 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a propriedade, principalmente da coisa móvel. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o proprietário da coisa. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é apropriar-se da coisa alheia. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de apropriar-se da coisa alheia, sabendo-se que esta chegou à 
sua mão por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com o assenhoramento da coisa. 
 
Apropriação de Tesouro e de Coisa Achada: 
 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 
 
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem 
direito o proprietário do prédio; 
 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de 
restituí-laao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
 
 
 Forma Privilegiada 
 
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. 
 
“Art. 155... § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar 
somente a pena de multa.” 
 
 
 
 
 
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 O Estelionato e Outras Fraudes 
 
 
 Estelionato 
 
 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Noções Inicias: 
Estelionato é o emprego de meio fraudulento, induzindo ou mantendo alguém em erro, e, assim, 
conseguindo, para si ou para outrem, vantagem ilícita, com dano patrimonial alheio. 
 
Histórico: 
O Direito Romano não conhecia o delito do estelionato. Surgiu como entidade autônoma só nos fins 
do século XVIII. O Código Penal francês de 1810 tratava da ação de obter vantagem patrimonial por 
meio de manobras fraudulentas (“escroquerie”). Nas Ordenações Filipinas era punido com pena de 
morte se o prejuízo fosse de vulto, e sua denominação era burla ou inliço. Já a partir do Código de 
1830 apresentava a definição com o nome de estelionato. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. Secundariamente, porém, existe a proteção ou o amparo em torno da 
fidelidade ou veracidade dos negócios jurídicos, que também é abalada pelo emprego da fraude por 
parte do agente. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a pessoa que sofre a lesão patrimonial, sendo, normalmente, a mesma pessoa que é enganada. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é induzir ou manter alguém em erro, mediante ardil, artifício ou qualquer outro 
meio fraudulento. 
2) O objeto material é a vantagem ilícita. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar a conduta, consciente de que se está iludindo a vítima. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o estelionato com a obtenção da vantagem ilícita, em prejuízo alheio. Admite-se a 
tentativa. 
 
 
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Estelionato Privilegiado: 
 
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena 
conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
 
Estelionato Qualificado: 
 
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de 
direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 
 
 
 Disposição de Coisa Alheia Como Própria 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
 
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o condômino. 
 
Sujeito Passivo: 
É o adquirente de boa-fé, se entretanto este souber se enquadra no crime de receptação. 
 
Tipo Objetivo: 
O objeto material do crime é coisa alheia (móvel e imóvel). Se for compromisso de compra e venda é 
o “caput” do art. 171. Na alienação fiduciária, não haverá o crime se houver a comunicação. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as condutas mencionadas na lei. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a obtenção da vantagem. 
Admite-se a forma tentada. 
 
 
 Alienação ou Oneração Fraudulenta de Coisa Própria 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
........... 
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de 
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, 
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário. 
 
Sujeito Passivo: 
É quem sofreu a lesão patrimonial. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é vender, dar em pagamento ou em garantia. 
2) O objeto material do crime é coisa própria: 
a) inalienável: pode ser legal (imóveis dotais), convencionais (contrato de doação) e 
testamentários; 
b) ônus: direitos reais; 
c) litigiosa: em juízo. 
 
! O depositário que aliena coisa própria penhorada é fato atípico. Vale ressaltar a diferença entre penhora (instituto de direito processual) e penhor (direitos reais). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de se praticar as condutas descritas na lei. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Defraudação de Penhor 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
.......... 
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia 
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
É o devedor. 
 
Sujeito Passivo: 
É o credor. 
 
Tipo Objetivo: 
1). A conduta típica é defraudar, podendo ser: 
a) por alienação (venda, troca, doação); 
b) outro modo: entende-se que é a destruição do objeto. 
2) O objeto material é coisa móvel em penhor, podendo este ser: 
a) mercantil; 
b) pecuário; 
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c) industrial; 
d) agrícola. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar a alienação ou defraudação de outra forma qualquer, com a 
consciência de que se trata de objeto de penhor. 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma com a efetiva alienação ou inutilização. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Fraude na Entrega de Coisa 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
.......... 
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Aquele quem tem a obrigação. 
 
Sujeito Passivo: 
É quem tem o direito de receber. 
 
Tipo Objetivo: 
O objeto material é o objeto que deve ser entregue (relação jurídica obrigacional). A fraude pode ser: 
a) na substância (ex.: cobre por ouro); 
b) na qualidade (ex.: ouro 18k por ouro 24k); 
c) na quantidade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de entregar a coisa defraudada tendo a consciência desta circunstância. 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma com a tradição. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Fraude para Recebimento de Indenização ou Valor de Seguro 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
.......... 
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, 
ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de 
seguro; 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
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Sujeito Ativo: 
É o segurado (tanto faz o beneficiário ser o próprio segurado ou não). O terceiro que ajuda também 
responde pelo crime. 
 
Sujeito Passivo: 
É a seguradora. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é: ocultar, destruir, lesionar e agravar. 
2) O objeto material é o bem patrimonial do segurado. 
 
! Só há o crime se houver seguro vigente. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de destruir ou ocultar a coisa ou de autolesar-se. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a destruição, ocultação da coisa ou a autolesão, desde que presente a 
finalidade de obtenção da vantagem ilícita. 
 
! A mulher que mata o marido para receber o seguro configura o crime de homicídio, qualificado pelo motivo torpe e também o “caput” desse artigo. 
 
 
 Fraude no Pagamento por Meio de Cheque 
 
Art. 171... § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
........... 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o 
pagamento. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio do tomador ou do beneficiário. 
 
Sujeito Ativo: 
É o emitente correntista. 
 
Sujeito Passivo: 
É o tomador do cheque. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a emissão do cheque sem provisões de fundo. 
 
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! Se o cheque for para garantia de dívida não há o crime. Se passou da data de apresentação entende-se que o cheque foi para garantia de dívida. Também não há crime em cheques pré-datado 
em compras a prestação. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de emitir o cheque sabendo-se que não há fundos ou frustrando-lhe o pagamento. 
 
Consumação e Tentativa: 
Há várias posições sobre o momento consumativo do crime: 
a) consuma-se com a emissão do título; 
b) consuma-se com a colocação do título em circulação; 
c) consuma-se quando o cheque é apresentado ao sacado e este recusa o pagamento pela 
inexistência de fundos ou em decorrência de contra-ordem. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Duplicata Simulada 
 
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, 
em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio, pelo perigo de dano e a boa-fé dos títulos comerciais. 
 
Sujeito Ativo: 
É o comerciante, profissional liberal e todos aqueles que estão autorizados a emitir a duplicata. 
 
Sujeito Passivo: 
É o tomador de boa-fé. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é expedir a duplicata. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de expedir a duplicata. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a circulação do título ideologicamente falso. Não admite-se a tentativa. 
 
Falsificação do Registro de Duplicatas: 
 
Parágrafo único - Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração 
do Livro de Registro de Duplicatas. 
 
 
 
 
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 Abuso de Incapazes 
 
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de 
menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de 
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio dos menores e incapazes. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o menor de 21 anos, o alienado ou o débil mental. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é abusar, tirar mau proveito da inexperiência e da ingenuidade do incapaz. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de induzir o incapaz à prática do ato. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a prática do ato pelo menor. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Induzimento à Especulação 
 
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou 
inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com 
títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio da pessoa inexperiente, simples ou deficiente mental. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa que conheça a condição da vítima. 
 
Sujeito Passivo: 
É pessoa inexperiente (de pouca vivência prática da vida), simples (sem malícia) e mentalmente 
inferior (que possui alguma deficiência psíquica). 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é o abuso da condição da vítima, induzindo-a, convencendo-a, persuadindo-a à 
prática de um ato. 
 
Tipo Subjetivo: 
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O dolo é a vontade de abusar da vítima tendo conhecimento da sua situação. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a prática do ato pela vítima. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Fraude no Comércio 
 
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor: 
 
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; 
 
II - entregando uma mercadoria por outra: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
Noções Iniciais: 
Comina-se ao delito pena bem inferior em quantidade e qualidade ao estelionato uma vez que a 
vítima deve se precaver melhor em relação às compras. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se não só o patrimônio, mas também a moralidade do comércio. 
 
Sujeito Ativo: 
É o comerciante. 
 
Sujeito Passivo: 
É aquele que compra ou recebe a mercadoria. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é a venda de mercadoria falsificada ou deteriorada como verdadeira ou perfeita 
ou a entrega de uma mercadoria por outra. 
2) O objeto material do delito é a mercadoria falsificada ou deteriorada. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de vender ou entregar a coisa falsificada ou deteriorada, mesmo que sem o intuito 
do lucro. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito quando ocorre a tradição da mercadoria. Admite-se a tentativa. 
 
Fraude no Comércio de Metais ou Pedras Preciosas: 
Comina-se uma pena maior nestes casos em razão do maior prejuízo e da maior dificuldade de se 
descobrir a fraude. 
 
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no 
mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por 
verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
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Fraude no Comércio Privilegiada: 
 
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. 
 
“Art 155 ...§ 2.º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar 
somente a pena de multa.” 
 
 
 Outras Fraudes 
 
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte 
sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
Pena - detenção, de 15 (quinze)dias a 2 (dois) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio dos comerciantes. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É aquele que presta o serviço. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é tomar refeição, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar a ação, sabendo que não tem condições de efetuar o pagamento. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a utilização parcial ou total do serviço. 
 
Ação Penal: 
 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
 
 
 Fraudes e Abusos na Fundação ou Administração de Sociedade por Ações 
 
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em 
comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou 
ocultando fraudulentamente fato a ela relativo: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a 
economia popular. 
 
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular: 
 
Fraude Sobre as Condições Econômicas: 
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I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, 
balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições 
econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo; 
 
Falsa Cotação de Ações ou Títulos: 
 
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações 
ou de outros títulos da sociedade; 
 
Empréstimo ou Uso Indevido de Bens ou Haveres: 
 
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de 
terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral; 
 
Compra e Venda Ilegais de Ações: 
 
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, 
salvo quando a lei o permite; 
 
Caução e Penhor Ilegais: 
 
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução 
ações da própria sociedade; 
 
Distribuição de Lucros ou Dividendos Fictícios: 
 
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante 
balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; 
 
Aprovação Fraudulenta de Conta ou Parecer: 
 
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, 
consegue a aprovação de conta ou parecer; 
 
Liquidante: 
 
VIII - o liqüidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; 
 
Crime de Representante de Sociedade Estrangeira: 
 
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que 
pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. 
 
Negociação de Voto por Acionista: 
 
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a 
fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia 
geral. 
 
 
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 Emissão Irregular de Conhecimento de Depósito ou “Warrant” 
 
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio e a moralidade dos títulos de crédito. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o portador ou o endossatário dos títulos. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é emitir, que consiste não só o preenchimento do título e sua assinatura, mas em 
coloca-lo em circulação, em desacordo com as disposições legais. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de emitir os títulos, tendo o agente ciência de sua 
irregularidade. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a circulação dos títulos, não se exigindo o prejuízo efetivo. Não se admite a 
tentativa. 
 
 
 Fraude à Execução 
 
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou 
simulando dívidas: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio do credor e a Administração da Justiça. 
 
Sujeito Ativo: 
É o devedor. 
 
Sujeito Passivo: 
É o credor. 
 
Tipo Objetivo: 
1) Existindo uma ação de execução, a conduta consiste em alienar, desviar, destruir ou danificar. 
2) O objeto material é o objeto da ação de execução. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar uma das condutas enumeradas na lei. 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a alienação, desvio, destruição, dano ou a simulação de dívidas, desde que 
haja prejuízo para o credor. Admite-se a tentativa. 
 
Crime Falimentar: 
Se a conduta é praticada por comerciante em falência, configura-se crime falimentar. 
 
Ação Penal: 
 
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. 
 
 
 
 
 
 
 A Receptação 
 
 
 Noções Gerais 
 
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, 
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba 
ou oculte: (Lei 9426/96). 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o patrimônio. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Magalhães Noronha entende que até o próprio proprietário. 
 
Sujeito Passivo: 
É a vítima. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é: 
a) adquirir: obtenção de domínio (transferência de propriedade) “animus rem sibi habendi”; 
b) receber; 
c) transportar: levar de um lugar para outro; 
d) conduzir: guiar, pilotar; 
e) ocultar: esconder; 
f) influir terceiro. 
2) O objeto material do crime é: 
a) coisa móvel ou imóvel; 
b) instrumento do crime (não é crime de receptação, é de favorecimento real); 
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c) entende-se que possa ser produto de qualquer crime; 
d) produto de contravenção, porém, não constitui o rime; 
e) entende-se possível receptação de receptação. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é vontade de receptar, sabendo-se tratar de produto de crime. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se com a prática de uma das condutas descritas na lei. Admite-se a tentativa somente na 
recepção própria. 
 
Forma Qualificada: 
 
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, 
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: 
(Lei 9426/96). 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. ( Lei 9426/96). 
 
! Damásio entende não ser qualificadora, mas sim um novo tipo penal (figura autônoma). 
 
Equiparação: 
 
§ 2º - Equipara-sea atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência (Lei 9426/96). (DOU, 
Seção I, 15.01.1997, p. 787, Retificação). (Republicada por ter saído com incorreção). 
 
Dolo e Culpa: 
 
“caput” “sabe”: tem pleno conhecimento dolo direto 
§ 1.° “deve saber”: é provável que saiba dolo eventual 
§ 3.° “deve presumir” culpa 
 
Nota-se que o “deve saber” (dolo eventual) tem pena de 3 a 8 anos, ou seja, maior do que o “caput” 
(dolo direto) que é de 1 a 4 anos, contrariando, portanto, o princípio da proporcionalidade das penas. 
Damásio entende que nesse caso deve ser aplicado o preceito secundário (aplica-se a o § 1.°, porém 
com a pena do “caput”). Há ainda outras posições dizendo que o “deve saber” inclui o sabe, que não 
se aplica o § 1.°, que cai no “caput” ou que é fato atípico. 
 
Forma Culposa: 
O dever de se presumir pode se dar: 
a) em razão da natureza da coisa; 
b) em razão de desproporção no preço. 
 
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o 
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou ambas as penas (Lei 9426/96) 
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Disposições Gerais: 
 
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que 
proveio a coisa. (Lei 9426/96) 
 
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do 
art. 155. (Lei 9426/96) 
 
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa 
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no "caput" 
deste artigo aplica-se em dobro. (Lei 9426/96) 
 
 
 
 
 
 
 Disposições Finais 
 
 
 Regras Gerais dos Crimes Contra o Patrimônio 
 
 
Imunidades Absolutas: 
 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
Imunidades Relativas: 
 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é 
cometido em prejuízo: 
 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Exceções: 
 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou 
violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Magistratura/SP – 173) O agente que, executando um roubo mediante grave ameaça exercida 
com arma de fogo, atira na vítima e, por “aberratio ictus”, mata o comparsa, comete 
( ) a) crimes de roubo qualificado e de homicídio doloso, em concurso material. 
( ) b) crimes de roubo qualificado e de homicídio culposo, em concurso material. 
( ) c) latrocínio tentado. 
( ) d) latrocínio consumado. 
 
 
02 - (Ministério Público/SP – 82) “A” entrou em uma loja e enquanto o amigo que o acompanhava 
distraía a vítima (proprietária do estabelecimento), “A” foi embora do local, com 
vestimenta que não lhe pertencia, não mais retornando. “A” cometeu o crime de 
( ) a) furto qualificado por fraude. 
( ) b) estelionato. 
( ) c) furto qualificado por destreza. 
( ) d) furto qualificado por abuso de confiança. 
( ) e) furto de uso. 
 
 
03 - (Ministério Público/SP – 82) “A”, adotado por “B”, subtraiu, para si, coisa móvel a este 
pertencente. Com relação a imunidade penal absoluta, é correto afirmar que 
( ) a) não se pode cogitar de isenção de pena. 
( ) b) à vista do parentesco existente entre os sujeitos ativo e passivo, poder-se-á cogitar de 
isenção de pena só se a vítima não tiver outros filhos. 
( ) c) só poderia haver isenção de pena se existisse laço de consangüinidade entre “A” e 
“B”. 
( ) d) cabe reconhecer a imunidade absoluta porque o parentesco é natural. 
( ) e) admite-se isenção de pena no caso, diante de parentesco civil. 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.D 02.A 03.E 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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