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PEN 20 - Os Crimes Contra a Fé Pública

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DIREITO PENAL 
 20 
Os Crimes Contra 
a Fé Pública 
 
 
 
 
 
 
 Moeda Falsa 
 
 
 Características dos Crimes de Falsidade 
 
Imitação da Verdade: 
É elemento típico dos crimes de falso, uma vez que se pretende enganar o sujeito passivo. Deve 
haver a possibilidade de gerar o engano, se a falsificação for grosseira, não existe o crime. 
 
Potencialidade de Dano: 
Exige-se que a falsidade tenha condições de causar um dano, não sendo necessário, porém, que 
ocorra o dano efetivo. 
 
Ação Penal: 
É sempre pública incondicionada, da competência da Justiça Federal. 
 
 
 Moeda Falsa 
 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso 
legal no país ou no estrangeiro: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada pela falsificação. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é falsificar: 
a) fabricando (fazendo a moeda); 
b) alterando (modificando moeda verdadeira). 
2) O objeto material do crime é moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no 
estrangeiro. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de falsificar, sabendo da possibilidade de vir a moeda a entrar em circulação. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a efetiva falsificação. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Circulação de Moeda Falsa 
 
Art. 289 - ... § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, desde que não seja o agente do crime anterior. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é: importar, exportar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar e introduzir 
na circulação a moeda falsa. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas na lei. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma no momento em que o sujeito realiza os comportamentos típicos. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Circulação de Moeda Falsa (Figura Privilegiada) 
 
Art. 289 - ... § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, 
a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de 6 (seis) meses 
a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, menos o falsificador, uma vez que não estaria de boa-fé. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é colocar em circulação moeda falsa, sendo que recebeu-a como verdadeira e tomou 
conhecimento da sua falsidade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O tipo apresenta três elementos subjetivos: 
a) recebimento de boa-fé: o agente deve ter recebido a moeda pensando ser verdadeira; 
b) conhecimento da falsidade: o sujeito deve ter pleno conhecimento da falsidade da moeda, 
não bastando a dúvida; 
c) a vontade livre e consciente de colocar a moeda em circulação. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o agente coloca a moeda em circulação. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Fabricação, Emissão ou Autorização Irregular 
 
Art. 289 - ... § 3º - É punido com reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e multa, o 
funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou 
autoriza a fabricação ou emissão: 
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; 
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só podendo ser praticado por determinadas pessoas: o funcionário público, o diretor, 
gerente ou fiscal de banco de emissão de moeda. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é fabricar, emitir ou autorizar a fabricação ou emissão de moeda com título ou peso 
inferior ao previsto em lei. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo, tendo o 
conhecimento do excesso ou da violação da autorização. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o sujeito fabrica, emite ou autoriza a emissão do objeto 
material. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Desvio e Circulação Indevida 
 
Art. 289 - ... § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação 
não estava ainda autorizada. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é desviar e fazer circular a moeda. 
O objeto material do crime é a moeda verdadeira. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de desviar e fazer circular a moeda, com conhecimento de que a 
circulação ainda não estava permitida. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a entrada da moeda em circulação. Se o sujeito desvia, porém,por 
circunstância alheia à sua vontade, e a moeda não entra em circulação, responde somente por 
tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa 
 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, 
notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de 
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota 
ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é: 
a) formar com fragmentos: pune-se quem utiliza-se de fragmentos, os justapõe, formando 
cédulas, notas ou bilhetes capazes de circular como verdadeiros; 
b) suprimir sinal de inutilização; 
c) restituir a circulação. 
 
! Quanto ao recorte e colagem de pedaços de cédula verdadeira em outra, uns consideram o crime de art. 289, outros do art. 290. 
 
2) O objeto material é, em relação às três condutas descritas, respectivamente: 
a) moeda formada com fragmentos; 
b) moeda com sinal de inutilização suprimido; 
c) moeda recolhida para o fim de inutilização. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de formar moeda, com a consciência de que ela poderá circular. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma, em relação às condutas: 
a) com a efetiva formação de cédula idônea a enganar; 
b) com o desaparecimento do sinal indicativo de inutilização; 
c) com a volta à circulação.Admite-se a tentativa nas três modalidades. 
 
Figura Qualificada: 
 
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 12 (doze) anos e o da multa a Cr$ 40.000 
(quarenta mil cruzeiros), se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde 
o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. 
 
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 Petrechos para Falsificação de Moeda 
 
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar 
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de 
moeda: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é: 
a) fabricar (construir, manufaturar, produzir); 
b) adquirir (obter para si); 
c) fornecer (propiciar, prover, abastecer); 
d) possuir (ter a posse ou a propriedade); 
e) guardar (ter sob a guarda, obrigar). 
2) O objeto material é maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado à falsificação da moeda. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar as ações incriminadas, com o conhecimento da 
destinação dos objetos. 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma com a efetiva prática de uma das ações. Nas modalidades de possuir e guardar é crime 
permanente. Admite-se a tentativa. 
 
Concurso de Crimes: 
Se o agente, efetivamente, usar o material e falsificar a moeda, o crime será apenas o do art. 289, 
ficando o deste art. 291 absorvido (crime subsidiário). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Emissão de Títulos ao Portador sem Permissão Legal 
 
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa 
de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva 
ser pago: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública, evitando-se a concorrência de títulos ao portador em detrimento da moeda de 
curso legal no país. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente quem sofre o dano. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é emitir (lançar em circulação) nota, bilhete, ficha, vale ou título ao portador ou a 
que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de emitir o título, vale, etc., com conhecimento da ausência de 
permissão legal. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o título é colocado em circulação. Admite-se a tentativa. 
 
Recebimento ou Utilização de Títulos como Dinheiro: 
 
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos 
neste artigo incorre na pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos 
 
 
 Falsificação de Papéis Públicos 
 
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
 
I - selo postal, estampilha, papel selado ou qualquer papel de emissão legal, destinado à 
arrecadação de imposto ou taxa; 
 
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; 
 
III - vale postal; 
 
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento 
mantido por entidade de direito público; 
 
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas 
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; 
 
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por 
Estado ou por Município: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, porém se for funcionário público, a pena é aumentada. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é falsificar, fabricando (produzindo, criando) ou alterando (modificando) os objetos 
materiais do crime. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar os objetos materiais, fabricando-os ou alterando-os. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a efetiva falsificação do objeto material, precisamente com a sua fabricação 
ou alteração. Admite-se a tentativa. 
 
Funcionário Público: 
 
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
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Uso de Papéis Públicos Falsificados: 
 
§ 1º - Incorre na mesma pena quem usa qualquer dos papéis falsificados a que se refere este 
artigo. 
 
Supressão de Sinal de Inutilização: 
 
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente 
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Uso de Papéis com Inutilização Suprimida: 
 
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere 
o parágrafo anterior. 
 
Restituição à Circulação: 
 
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a 
falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
 
 Petrechos de Falsificação 
 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à 
falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é fabricar, fazer, produzir, adquirir, fornecer possuir ou guardar os objetos 
especialmente destinados à falsificação dos papéis mencionados no art. 293. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar as condutas típicas, com conhecimento da 
destinação específica do objeto que constitui meio de falsificação. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a realização das condutas típicas. Nas modalidades possuir e guardar o 
delito é permanente. Admite-se a tentativa. 
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Funcionário Público: 
 
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
 
 
 
 
 
 Falsidade Documental 
 
 
 Noções Gerais 
 
Falsidade Ideológica e Falsidade Material:O documento pode apresentar-se falso sob dois aspectos fundamentalmente diversos: 
a) material: forma do documento; 
b) ideológica: conteúdo do documento. 
 
Falsidade Material: 
A falsificação material incide sobre a integridade física do papel escrito, procurando deturpar suas 
características originais através de emendas ou rasuras. 
 
Falsidade Ideológica: 
Caracteriza-se por versar sobre o conteúdo intelectual do documento, sem afetar sua estrutura 
material. Na falsificação ideológica não há rasura, emenda, acréscimo o subtração de letra ou 
algarismo. Há apenas, uma mentira reduzida a escrito. 
 
! Quem cria documento, valendo-se de identidade alheia comete falsidade material e não ideológica. A falsidade ideológica concerne ao conteúdo, e não à forma. Quando esta é alterada, forjada ou 
criada, a falsidade a identificar-se é a material. 
 
Falsidade Material Falsidade Ideológica 
Arts. 297 e 298 Art. 299 
Se frauda a forma do documento O documento é verdadeiro, mas seu conteúdo é 
falso 
Exame de Corpo de Delito indispensável Exame de Corpo de Delito dispensável 
 
Requisitos de Falso Documental: 
São quatro os requisitos legais e doutrinários do crime de falsidade documental em geral: 
a) alteração da verdade; 
b) imitação da verdade; 
c) potencialidade de dano; 
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d) dolo. 
 
 
 Falsificação de Selo ou Sinal Público 
 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; 
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público 
de tabelião: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é falsificar, por fabricação ou alteração, o selo público destinado a autenticar atos 
oficiais da União, de Estado ou de Município ou selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito 
público, ou autoridade, ou sinal público de tabelião. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de fabricar ou alterar, assim falsificando-os, os objetos 
materiais referidos no tipo. No inciso I, é necessário que o dolo abranja o conhecimento da 
destinação especial do selo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a fabricação o alteração do objeto material. Admite-se a tentativa. 
 
Uso de Selo ou Sinal Falsificado: 
 
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: 
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
 
Utilização Ilícita de Selo ou Sinal Legítimo: 
 
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: 
........................ 
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito 
próprio ou alheio. 
 
Marcas, Logotipos, Siglas e Outros Símbolos: 
 
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: 
....................... 
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III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.. 
 
Forma Qualificada: 
 
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se 
a pena de sexta parte. 
 
 
 Falsificação de Documento Público 
 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade 
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, 
os livros mercantis e o testamento particular. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é: 
a) falsificar, no todo (contrafração total) ou em parte (contrafração parcial), documento público; 
b) alterar documento público verdadeiro. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar documento público ou alterar documento público 
verdadeiro, abrangendo o conhecimento da potencialidade lesiva da conduta. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a falsificação ou alteração do objeto material, independentemente de outro 
resultado. Admite-se a tentativa. 
 
Forma Qualificada: 
 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-
se a pena de sexta parte. 
 
Falsificação de Documento Público e Estelionato: 
Há quatro correntes: 
a) o crime de falsificação de documento público absorve o estelionato: a falsidade faz parte da 
elementar “qualquer outro meio fraudulento”; 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
b) o crime de estelionato absorve o crime de falsificação de documento público: para esta 
corrente, a falsidade é simples meio de execução do estelionato; 
c) há concurso formal entre estelionato e falsificação de documento público (Magalhães 
Noronha, STF); 
d) há concurso material entre estelionato e falsificação de documento público. 
 
Formas Análogas: 
 
§ 3º - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova 
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva 
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido 
escrita; 
 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
 
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3.º, nome do 
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de 
prestação de serviços. 
 
 
 Falsificação de Documento Particular 
 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é falsificar ou alterar. 
2) O objeto material do crime é o documento particular, considerando-se como tal o que não está 
compreendido como documento público. 
Não são considerados documentos: 
a) escrito anônimo; 
b) xerocópia não autenticadas; 
c) escrito ininteligível ou sem sentido; 
d) impressos. 
 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
! O papel assinado em branco e usado para forjar documento que não lhe fora confiado para posterior preenchimento, é crime de falsidade material. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou alterar o documento particular verdadeiro, 
abrangendoo conhecimento da potencialidade lesiva do comportamento. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a falsificação, total ou parcial, ou a alteração do objeto material. 
Admite-se a tentativa. 
 
Concurso de Crimes: 
a) crime de uso: não há concurso; 
b) apropriação indébita: se a falsidade objetivou ocultar apropriação anterior, é ação posterior 
irrelevante; 
c) tóxicos: a falsidade de receita médica para compra de entorpecentes é absorvida por esta; 
d) estelionato. 
 
 
 Falsidade Ideológica 
 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 
(um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a pessoa que sofrer prejuízo com a falsificação. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica pode ser realizadas mediante três ações: 
a) omitir declaração que devia constar do objeto material; 
b) inserir nele declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita; e 
c) fazer inserir nele declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo com o fim de 
prejudicar direito. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a omissão ou inserção direta ou indireta da declaração, ou seja, no 
momento em que o documento se completa. A tentativa na modalidade omissiva não é admitida, mas 
somente nas modalidades inserir ou fazer inserir. 
 
Falsidade de Registro Civil: 
A pena é agravada nos casos de falsificação ou alteração de assentamento de registro civil, exceto 
nos casos em que há uma tipificação específica: 
a) registro de filho inexistente: art. 241; 
b) registro de filho alheio: 242. 
 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
 
 
 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra 
 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o 
não seja: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público; e de 1 (um) a 3 
(três) anos, e multa, se o documento é particular. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só quem pode praticá-lo é o funcionário público com a função específica de 
reconhecimento de firma. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente quem sofrer o prejuízo com a ação. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é reconhecer, que significa afirmar a veracidade da assinatura ou letra da pessoa e 
conferir fé ao documento em que ela é aposta. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de reconhecer a assinatura ou letra, sabendo-a falsa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o ato do reconhecimento, independentemente de qualquer resultado. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
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 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso 
 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou 
qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público no exercício do ofício. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é atestar (provar, afirmar) ou certificar (comprovar, dar certeza). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de atestar fato ou circunstância nas condições descritas no tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito no momento em que o atestado ou certidão falsa é entregue a terceiro. 
 
Fim de Lucro: 
 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, 
a de multa. 
 
 
 Falsidade Material de Atestado ou Certidão 
 
Art. 301 - ... § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de 
certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a 
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra 
vantagem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é falsificar ou alterar a certidão ou certificado emitido por funcionário público. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou alterar com fim de que o documento constitua 
prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter as vantagens de natureza pública descritas 
na figura típica. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a efetiva falsificação ou alteração. Admite-se a tentativa. 
 
Fim de Lucro: 
 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, 
a de multa. 
 
 
 Falsidade de Atestado Médico 
 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano. 
 
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só podendo ser praticado pelo médico. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente quem sofre o dano. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é fornecer o atestado falso. O atestado deve ser por escrito, materialmente autêntico 
e ideologicamente falso. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de fornecer o atestado, sabendo-o total ou parcialmente falso. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o médico entrega o atestado falso ao interessado. Admite-
se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
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 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica 
 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo 
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou 
peça: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça 
filatélica. 
 
Noções Iniciais: 
Este artigo encontra-se atualmente revogado pelo art. 39 da Lei n.º 6.538/78 que trata dos serviços 
postais e manteve aredação deste artigo praticamente idêntica. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a pessoa prejudicada pela adulteração ou alteração. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é reproduzir ou alterar o selo ou peça filatélica. O selo pode ser usado ou novo, 
nacional ou estrangeiro. Peça filatélica pode ser carimbos, cartões, provas, etc. É necessário que 
tenham valor para coleção. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de reproduzir ou alterar o selo ou peça filatélica, tendo 
conhecimento do seu valor para coleção. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a reprodução ou alteração do objeto material. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Uso de Documento Falso 
 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 
297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
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Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente a pessoa que sofrer prejuízo com a conduta. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica consiste em fazer uso de documento falso como se fosse verdadeiro, empregando-o 
como prova de algum fato. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de fazer uso dos documentos referidos no tipo, sabendo ser 
estes falsos. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com o efetivo uso do documento falso, independentemente da obtenção de 
proveito ou da produção de dano. Não se admite a tentativa. O simples tentar já configura o uso. 
 
 
 Supressão de Documento 
 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo 
alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de 1 
(um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é particular. 
 
Noções Iniciais: 
O crime de supressão e outros relacionados: 
 
Supressão de documentos visando à prática 
de crimes contra a ordem tributária 
Aplica-se a Lei 8.137/90 
Furta-se o documento para depois suprimi-
lo. 
O crime de supressão exclui o de furto ou apropriação 
indébita. 
Dano (art. 163 do CP) Não concorre com a supressão, ficando absorvido. 
A supressão é de processo ou documento 
judicial e é realizada por advogado ou 
procurador. 
Aplica-se o art. 356 do CP. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente quem sofrer o prejuízo. 
 
 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é destruir (eliminar), suprimir (fazer desaparecer) ou ocultar (esconder) documento. 
O objeto material é o documento, que deve ser verdadeiro. O documento pode ser público ou 
particular. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de destruir, suprimir ou ocultar o documento em benefício 
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a realização da destruição, ocultação ou supressão do documento. Não é 
necessário verificar-se o benefício ou o prejuízo. Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 Outras Falsidades 
 
 
 Falsificação do Sinal Empregado no Contraste de Metal Precioso 
 ou na Fiscalização Alfandegária, ou para Outros Fins 
 
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público 
no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa 
natureza, falsificado por outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de 
fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o 
cumprimento de formalidade legal: 
Pena - reclusão ou detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é falsificar, fabricando ou alterando marca ou sinal ou usar marca ou sinal 
falsificada por terceiro. 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou usar a marca ou sinal nas condições descritas no 
tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a fabricação, a alteração ou o uso da marca ou sinal. Não se admite a 
tentativa. 
 
 
 Falsa Identidade 
 
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito 
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de 
crime mais grave. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e secundariamente quem sofrer prejuízo com a conduta. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é atribuir-se ou atribuir a terceiro a falsa identidade (que não lhe é própria). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é vontade livre e consciente de atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade com o fim de 
obter vantagem ou proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a falsa atribuição da identidade. Admite-se a tentativa somente na 
modalidade por escrito. 
 
 
 Uso de Documento de Identidade Alheia 
 
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer 
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa 
natureza, próprio ou de terceiro: 
Pena - detenção, de 4 (quatro) meses a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui elemento de 
crime mais grave. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é usar, como próprio, documentos de identidade alheia, ou ceder a outrem, para que 
dele se utilize, documento dessa espécie, próprio ou alheio. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com ou uso ou a cessão do documento. Não se exige qualquer resultado 
decorrente da ação do sujeito. A tentativa é admitida somente na modalidade ceder. 
 
 
 Fraude de Lei sobre Estrangeiro 
 
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é 
o seu: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, só podendo ser cometido por estrangeiro, admitindo-se, entretanto, a participação do 
brasileiro. 
 
Sujeito Passivo:É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta consiste em usar nome que não é seu, por meio verbal, escrito, de terceiro ou imaginário 
com o fim de entrar ou permanecer no território brasileiro. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de usar estrangeiro nome que não é seu com o fim de entrar ou 
permanecer no território. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o efetivo uso pelo estrangeiro do nome imaginário ou de terceiro. Não 
admite-se a tentativa. 
 
 
 
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 Atribuição de Falsa Qualidade a Estrangeiro 
 
Art. 309 - ... Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a 
entrada em território nacional. (Lei 9426/96) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Lei 9426/96) 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública e a seleção de imigrantes. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é atribuir (imputar, inculcar) falsa qualidade a estrangeiro. É necessário que a falsa 
qualidade seja condição para que o estrangeiro possa ingressar no território nacional. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a falsa atribuição com o fim de ingresso no País. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a atribuição falsa (oralmente ou por escrito). A tentativa é admissível, 
embora seja de difícil ocorrência. 
 
 
 Falsidade em Prejuízo da Nacionalização de Sociedade 
 
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor 
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de 
tais bens: (Lei 9426/96). 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Lei 9426/96). 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública e o interesse concernente à segurança nacional. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, desde que brasileiro. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é simular ser proprietário ou possuidor de bens do estrangeiro, funcionando como 
um “testa-de-ferro”. É necessário que os bens pertençam a estrangeiro e que lhe seja proibida a sua 
posse e propriedade (ex.: empresa de televisão). É norma penal em branco que deve ter em outras leis 
os casos de proibição. 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de prestar-se à simulação. É necessário ter conhecimento da 
proibição do estrangeiro. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o sujeito assume a posição de proprietário ou possuidor dos 
bens. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor 
 
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo 
automotor, de seu componente ou equipamento. 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Lei 9426/96) 
 
§ 1º - se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é 
aumentada de um terço. (Lei 9426/96) 
 
§ 2º - incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou 
registro de veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação 
oficial. (Lei 9426/96) 
 
Noções Iniciais: 
Artigo com redação dada pela Lei 9.426/96. Trata-se de crime autônomo, independente da receptação 
do veículo automotor. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a fé pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é adulterar ou remarcar os sinais identificadores do veículo (placas, número de 
chassi). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de remarcar os sinais identificadores do veículo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento da adulteração ou remarcação. Admite-se a tentativa. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Delegado/SP – DP1/2001) A inserção de declaração falsa, em documento público ou particular, 
colimando a criação de obrigação, é tipificada como 
( ) a) falsificação de papéis públicos. 
( ) b) falsificação de documento público. 
( ) c) falsidade ideológica. 
( ) d) falsificação de documento particular. 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.C 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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