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DIREITO PENAL 20 Os Crimes Contra a Fé Pública Moeda Falsa Características dos Crimes de Falsidade Imitação da Verdade: É elemento típico dos crimes de falso, uma vez que se pretende enganar o sujeito passivo. Deve haver a possibilidade de gerar o engano, se a falsificação for grosseira, não existe o crime. Potencialidade de Dano: Exige-se que a falsidade tenha condições de causar um dano, não sendo necessário, porém, que ocorra o dano efetivo. Ação Penal: É sempre pública incondicionada, da competência da Justiça Federal. Moeda Falsa Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 1 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada pela falsificação. Tipo Objetivo: 1) A conduta típica é falsificar: a) fabricando (fazendo a moeda); b) alterando (modificando moeda verdadeira). 2) O objeto material do crime é moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de falsificar, sabendo da possibilidade de vir a moeda a entrar em circulação. Consumação e Tentativa: O crime se consuma com a efetiva falsificação. Admite-se a tentativa. Circulação de Moeda Falsa Art. 289 - ... § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, desde que não seja o agente do crime anterior. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada. Tipo Objetivo: A conduta típica é: importar, exportar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar e introduzir na circulação a moeda falsa. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas na lei. Consumação e Tentativa: O crime se consuma no momento em que o sujeito realiza os comportamentos típicos. Admite-se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 2 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Circulação de Moeda Falsa (Figura Privilegiada) Art. 289 - ... § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, menos o falsificador, uma vez que não estaria de boa-fé. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a vítima prejudicada. Tipo Objetivo: A conduta típica é colocar em circulação moeda falsa, sendo que recebeu-a como verdadeira e tomou conhecimento da sua falsidade. Tipo Subjetivo: O tipo apresenta três elementos subjetivos: a) recebimento de boa-fé: o agente deve ter recebido a moeda pensando ser verdadeira; b) conhecimento da falsidade: o sujeito deve ter pleno conhecimento da falsidade da moeda, não bastando a dúvida; c) a vontade livre e consciente de colocar a moeda em circulação. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o agente coloca a moeda em circulação. Admite-se a tentativa. Fabricação, Emissão ou Autorização Irregular Art. 289 - ... § 3º - É punido com reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: É crime próprio, só podendo ser praticado por determinadas pessoas: o funcionário público, o diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão de moeda. Sujeito Passivo: É o Estado. www.concursosjuridicos.com.br pág. 3 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Objetivo: A conduta típica é fabricar, emitir ou autorizar a fabricação ou emissão de moeda com título ou peso inferior ao previsto em lei. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo, tendo o conhecimento do excesso ou da violação da autorização. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o sujeito fabrica, emite ou autoriza a emissão do objeto material. Admite-se a tentativa. Desvio e Circulação Indevida Art. 289 - ... § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é desviar e fazer circular a moeda. O objeto material do crime é a moeda verdadeira. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de desviar e fazer circular a moeda, com conhecimento de que a circulação ainda não estava permitida. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a entrada da moeda em circulação. Se o sujeito desvia, porém,por circunstância alheia à sua vontade, e a moeda não entra em circulação, responde somente por tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 4 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: 1) A conduta típica é: a) formar com fragmentos: pune-se quem utiliza-se de fragmentos, os justapõe, formando cédulas, notas ou bilhetes capazes de circular como verdadeiros; b) suprimir sinal de inutilização; c) restituir a circulação. ! Quanto ao recorte e colagem de pedaços de cédula verdadeira em outra, uns consideram o crime de art. 289, outros do art. 290. 2) O objeto material é, em relação às três condutas descritas, respectivamente: a) moeda formada com fragmentos; b) moeda com sinal de inutilização suprimido; c) moeda recolhida para o fim de inutilização. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de formar moeda, com a consciência de que ela poderá circular. Consumação e Tentativa: O crime se consuma, em relação às condutas: a) com a efetiva formação de cédula idônea a enganar; b) com o desaparecimento do sinal indicativo de inutilização; c) com a volta à circulação.Admite-se a tentativa nas três modalidades. Figura Qualificada: Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 12 (doze) anos e o da multa a Cr$ 40.000 (quarenta mil cruzeiros), se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. www.concursosjuridicos.com.br pág. 5 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Petrechos para Falsificação de Moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: 1) A conduta típica é: a) fabricar (construir, manufaturar, produzir); b) adquirir (obter para si); c) fornecer (propiciar, prover, abastecer); d) possuir (ter a posse ou a propriedade); e) guardar (ter sob a guarda, obrigar). 2) O objeto material é maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação da moeda. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de praticar as ações incriminadas, com o conhecimento da destinação dos objetos. Consumação e Tentativa: Se consuma com a efetiva prática de uma das ações. Nas modalidades de possuir e guardar é crime permanente. Admite-se a tentativa. Concurso de Crimes: Se o agente, efetivamente, usar o material e falsificar a moeda, o crime será apenas o do art. 289, ficando o deste art. 291 absorvido (crime subsidiário). www.concursosjuridicos.com.br pág. 6 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Emissão de Títulos ao Portador sem Permissão Legal Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública, evitando-se a concorrência de títulos ao portador em detrimento da moeda de curso legal no país. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente quem sofre o dano. Tipo Objetivo: A conduta típica é emitir (lançar em circulação) nota, bilhete, ficha, vale ou título ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de emitir o título, vale, etc., com conhecimento da ausência de permissão legal. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o título é colocado em circulação. Admite-se a tentativa. Recebimento ou Utilização de Títulos como Dinheiro: Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 7 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos Falsificação de Papéis Públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo postal, estampilha, papel selado ou qualquer papel de emissão legal, destinado à arrecadação de imposto ou taxa; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, porém se for funcionário público, a pena é aumentada. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é falsificar, fabricando (produzindo, criando) ou alterando (modificando) os objetos materiais do crime. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar os objetos materiais, fabricando-os ou alterando-os. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a efetiva falsificação do objeto material, precisamente com a sua fabricação ou alteração. Admite-se a tentativa. Funcionário Público: Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. www.concursosjuridicos.com.br pág. 8 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Uso de Papéis Públicos Falsificados: § 1º - Incorre na mesma pena quem usa qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo. Supressão de Sinal de Inutilização: § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Uso de Papéis com Inutilização Suprimida: § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. Restituição à Circulação: § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. Petrechos de Falsificação Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é fabricar, fazer, produzir, adquirir, fornecer possuir ou guardar os objetos especialmente destinados à falsificação dos papéis mencionados no art. 293. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de realizar as condutas típicas, com conhecimento da destinação específica do objeto que constitui meio de falsificação. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a realização das condutas típicas. Nas modalidades possuir e guardar o delito é permanente. Admite-se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 9 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Funcionário Público: Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Falsidade Documental Noções Gerais Falsidade Ideológica e Falsidade Material:O documento pode apresentar-se falso sob dois aspectos fundamentalmente diversos: a) material: forma do documento; b) ideológica: conteúdo do documento. Falsidade Material: A falsificação material incide sobre a integridade física do papel escrito, procurando deturpar suas características originais através de emendas ou rasuras. Falsidade Ideológica: Caracteriza-se por versar sobre o conteúdo intelectual do documento, sem afetar sua estrutura material. Na falsificação ideológica não há rasura, emenda, acréscimo o subtração de letra ou algarismo. Há apenas, uma mentira reduzida a escrito. ! Quem cria documento, valendo-se de identidade alheia comete falsidade material e não ideológica. A falsidade ideológica concerne ao conteúdo, e não à forma. Quando esta é alterada, forjada ou criada, a falsidade a identificar-se é a material. Falsidade Material Falsidade Ideológica Arts. 297 e 298 Art. 299 Se frauda a forma do documento O documento é verdadeiro, mas seu conteúdo é falso Exame de Corpo de Delito indispensável Exame de Corpo de Delito dispensável Requisitos de Falso Documental: São quatro os requisitos legais e doutrinários do crime de falsidade documental em geral: a) alteração da verdade; b) imitação da verdade; c) potencialidade de dano; www.concursosjuridicos.com.br pág. 10 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. d) dolo. Falsificação de Selo ou Sinal Público Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é falsificar, por fabricação ou alteração, o selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município ou selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou autoridade, ou sinal público de tabelião. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de fabricar ou alterar, assim falsificando-os, os objetos materiais referidos no tipo. No inciso I, é necessário que o dolo abranja o conhecimento da destinação especial do selo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a fabricação o alteração do objeto material. Admite-se a tentativa. Uso de Selo ou Sinal Falsificado: § 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; Utilização Ilícita de Selo ou Sinal Legítimo: § 1º - Incorre nas mesmas penas: ........................ II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. Marcas, Logotipos, Siglas e Outros Símbolos: § 1º - Incorre nas mesmas penas: ....................... www.concursosjuridicos.com.br pág. 11 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. III quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.. Forma Qualificada: § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Falsificação de Documento Público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é: a) falsificar, no todo (contrafração total) ou em parte (contrafração parcial), documento público; b) alterar documento público verdadeiro. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar documento público ou alterar documento público verdadeiro, abrangendo o conhecimento da potencialidade lesiva da conduta. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a falsificação ou alteração do objeto material, independentemente de outro resultado. Admite-se a tentativa. Forma Qualificada: § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta- se a pena de sexta parte. Falsificação de Documento Público e Estelionato: Há quatro correntes: a) o crime de falsificação de documento público absorve o estelionato: a falsidade faz parte da elementar qualquer outro meio fraudulento; www.concursosjuridicos.com.br pág. 12 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. b) o crime de estelionato absorve o crime de falsificação de documento público: para esta corrente, a falsidade é simples meio de execução do estelionato; c) há concurso formal entre estelionato e falsificação de documento público (Magalhães Noronha, STF); d) há concurso material entre estelionato e falsificação de documento público. Formas Análogas: § 3º - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. § 4º - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3.º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Falsificação de Documento Particular Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: 1) A conduta típica é falsificar ou alterar. 2) O objeto material do crime é o documento particular, considerando-se como tal o que não está compreendido como documento público. Não são considerados documentos: a) escrito anônimo; b) xerocópia não autenticadas; c) escrito ininteligível ou sem sentido; d) impressos. www.concursosjuridicos.com.br pág. 13 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. ! O papel assinado em branco e usado para forjar documento que não lhe fora confiado para posterior preenchimento, é crime de falsidade material. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou alterar o documento particular verdadeiro, abrangendoo conhecimento da potencialidade lesiva do comportamento. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com a falsificação, total ou parcial, ou a alteração do objeto material. Admite-se a tentativa. Concurso de Crimes: a) crime de uso: não há concurso; b) apropriação indébita: se a falsidade objetivou ocultar apropriação anterior, é ação posterior irrelevante; c) tóxicos: a falsidade de receita médica para compra de entorpecentes é absorvida por esta; d) estelionato. Falsidade Ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a pessoa que sofrer prejuízo com a falsificação. Tipo Objetivo: A conduta típica pode ser realizadas mediante três ações: a) omitir declaração que devia constar do objeto material; b) inserir nele declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita; e c) fazer inserir nele declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo com o fim de prejudicar direito. www.concursosjuridicos.com.br pág. 14 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a omissão ou inserção direta ou indireta da declaração, ou seja, no momento em que o documento se completa. A tentativa na modalidade omissiva não é admitida, mas somente nas modalidades inserir ou fazer inserir. Falsidade de Registro Civil: A pena é agravada nos casos de falsificação ou alteração de assentamento de registro civil, exceto nos casos em que há uma tipificação específica: a) registro de filho inexistente: art. 241; b) registro de filho alheio: 242. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Falso Reconhecimento de Firma ou Letra Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público; e de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: É crime próprio, só quem pode praticá-lo é o funcionário público com a função específica de reconhecimento de firma. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente quem sofrer o prejuízo com a ação. Tipo Objetivo: A conduta típica é reconhecer, que significa afirmar a veracidade da assinatura ou letra da pessoa e conferir fé ao documento em que ela é aposta. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de reconhecer a assinatura ou letra, sabendo-a falsa. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com o ato do reconhecimento, independentemente de qualquer resultado. Admite-se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 15 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: É crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público no exercício do ofício. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é atestar (provar, afirmar) ou certificar (comprovar, dar certeza). Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de atestar fato ou circunstância nas condições descritas no tipo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito no momento em que o atestado ou certidão falsa é entregue a terceiro. Fim de Lucro: § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. Falsidade Material de Atestado ou Certidão Art. 301 - ... § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. www.concursosjuridicos.com.br pág. 16 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Objetivo: A conduta típica é falsificar ou alterar a certidão ou certificado emitido por funcionário público. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou alterar com fim de que o documento constitua prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter as vantagens de natureza pública descritas na figura típica. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com a efetiva falsificação ou alteração. Admite-se a tentativa. Fim de Lucro: § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. Falsidade de Atestado Médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: É crime próprio, só podendo ser praticado pelo médico. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente quem sofre o dano. Tipo Objetivo: A conduta típica é fornecer o atestado falso. O atestado deve ser por escrito, materialmente autêntico e ideologicamente falso. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de fornecer o atestado, sabendo-o total ou parcialmente falso. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o médico entrega o atestado falso ao interessado. Admite- se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 17 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Noções Iniciais: Este artigo encontra-se atualmente revogado pelo art. 39 da Lei n.º 6.538/78 que trata dos serviços postais e manteve aredação deste artigo praticamente idêntica. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a pessoa prejudicada pela adulteração ou alteração. Tipo Objetivo: A conduta típica é reproduzir ou alterar o selo ou peça filatélica. O selo pode ser usado ou novo, nacional ou estrangeiro. Peça filatélica pode ser carimbos, cartões, provas, etc. É necessário que tenham valor para coleção. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de reproduzir ou alterar o selo ou peça filatélica, tendo conhecimento do seu valor para coleção. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com a reprodução ou alteração do objeto material. Admite-se a tentativa. Uso de Documento Falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 18 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente a pessoa que sofrer prejuízo com a conduta. Tipo Objetivo: A conduta típica consiste em fazer uso de documento falso como se fosse verdadeiro, empregando-o como prova de algum fato. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de fazer uso dos documentos referidos no tipo, sabendo ser estes falsos. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com o efetivo uso do documento falso, independentemente da obtenção de proveito ou da produção de dano. Não se admite a tentativa. O simples tentar já configura o uso. Supressão de Documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é particular. Noções Iniciais: O crime de supressão e outros relacionados: Supressão de documentos visando à prática de crimes contra a ordem tributária Aplica-se a Lei 8.137/90 Furta-se o documento para depois suprimi- lo. O crime de supressão exclui o de furto ou apropriação indébita. Dano (art. 163 do CP) Não concorre com a supressão, ficando absorvido. A supressão é de processo ou documento judicial e é realizada por advogado ou procurador. Aplica-se o art. 356 do CP. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente quem sofrer o prejuízo. www.concursosjuridicos.com.br pág. 19 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Objetivo: A conduta típica é destruir (eliminar), suprimir (fazer desaparecer) ou ocultar (esconder) documento. O objeto material é o documento, que deve ser verdadeiro. O documento pode ser público ou particular. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de destruir, suprimir ou ocultar o documento em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com a realização da destruição, ocultação ou supressão do documento. Não é necessário verificar-se o benefício ou o prejuízo. Admite-se a tentativa. Outras Falsidades Falsificação do Sinal Empregado no Contraste de Metal Precioso ou na Fiscalização Alfandegária, ou para Outros Fins Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal: Pena - reclusão ou detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é falsificar, fabricando ou alterando marca ou sinal ou usar marca ou sinal falsificada por terceiro. www.concursosjuridicos.com.br pág. 20 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de falsificar ou usar a marca ou sinal nas condições descritas no tipo. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com a fabricação, a alteração ou o uso da marca ou sinal. Não se admite a tentativa. Falsa Identidade Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado e secundariamente quem sofrer prejuízo com a conduta. Tipo Objetivo: A conduta típica é atribuir-se ou atribuir a terceiro a falsa identidade (que não lhe é própria). Tipo Subjetivo: O dolo é vontade livre e consciente de atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade com o fim de obter vantagem ou proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a falsa atribuição da identidade. Admite-se a tentativa somente na modalidade por escrito. Uso de Documento de Identidade Alheia Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: Pena - detenção, de 4 (quatro) meses a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. www.concursosjuridicos.com.br pág. 21 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é usar, como próprio, documentos de identidade alheia, ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa espécie, próprio ou alheio. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de concretizar os elementos objetivos do tipo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com ou uso ou a cessão do documento. Não se exige qualquer resultado decorrente da ação do sujeito. A tentativa é admitida somente na modalidade ceder. Fraude de Lei sobre Estrangeiro Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: É crime próprio, só podendo ser cometido por estrangeiro, admitindo-se, entretanto, a participação do brasileiro. Sujeito Passivo:É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta consiste em usar nome que não é seu, por meio verbal, escrito, de terceiro ou imaginário com o fim de entrar ou permanecer no território brasileiro. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de usar estrangeiro nome que não é seu com o fim de entrar ou permanecer no território. Consumação e Tentativa: O crime consuma-se com o efetivo uso pelo estrangeiro do nome imaginário ou de terceiro. Não admite-se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 22 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Atribuição de Falsa Qualidade a Estrangeiro Art. 309 - ... Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional. (Lei 9426/96) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Lei 9426/96) Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública e a seleção de imigrantes. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é atribuir (imputar, inculcar) falsa qualidade a estrangeiro. É necessário que a falsa qualidade seja condição para que o estrangeiro possa ingressar no território nacional. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a falsa atribuição com o fim de ingresso no País. Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a atribuição falsa (oralmente ou por escrito). A tentativa é admissível, embora seja de difícil ocorrência. Falsidade em Prejuízo da Nacionalização de Sociedade Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Lei 9426/96). Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Lei 9426/96). Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública e o interesse concernente à segurança nacional. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, desde que brasileiro. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é simular ser proprietário ou possuidor de bens do estrangeiro, funcionando como um testa-de-ferro. É necessário que os bens pertençam a estrangeiro e que lhe seja proibida a sua posse e propriedade (ex.: empresa de televisão). É norma penal em branco que deve ter em outras leis os casos de proibição. www.concursosjuridicos.com.br pág. 23 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de prestar-se à simulação. É necessário ter conhecimento da proibição do estrangeiro. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o sujeito assume a posição de proprietário ou possuidor dos bens. Admite-se a tentativa. Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Lei 9426/96) § 1º - se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Lei 9426/96) § 2º - incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro de veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial. (Lei 9426/96) Noções Iniciais: Artigo com redação dada pela Lei 9.426/96. Trata-se de crime autônomo, independente da receptação do veículo automotor. Objetividade Jurídica: Protege-se a fé pública. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito Passivo: É o Estado. Tipo Objetivo: A conduta típica é adulterar ou remarcar os sinais identificadores do veículo (placas, número de chassi). Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade livre e consciente de remarcar os sinais identificadores do veículo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento da adulteração ou remarcação. Admite-se a tentativa. www.concursosjuridicos.com.br pág. 24 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Questões de Concursos 01 - (Delegado/SP DP1/2001) A inserção de declaração falsa, em documento público ou particular, colimando a criação de obrigação, é tipificada como ( ) a) falsificação de papéis públicos. ( ) b) falsificação de documento público. ( ) c) falsidade ideológica. ( ) d) falsificação de documento particular. www.concursosjuridicos.com.br pág. 25 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. Gabarito 01.C Bibliografia • Direito Penal Damásio E. de Jesus São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. • Manual de Direito Penal Júlio Fabbrini Mirabete São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. www.concursosjuridicos.com.br pág. 26 Copyright 2003 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico.