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PEN 17 - Os Crimes Contra a Família

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DIREITO PENAL 
 17 
Os Crimes Contra 
a Família 
 
 
 
 
 
 
 Os Crimes Contra o Casamento 
 
 
 Bigamia 
 
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa 
circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a 
bigamia, considera-se inexistente o crime. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a ordem jurídica matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
É a pessoa casada, mas também o solteiro que com ela se casa conhecendo essa circunstância. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e também o cônjuge do primeiro casamento e do segundo, se de boa-fé. 
 
Tipo Objetivo: 
São elementos do tipo a existência e a vigência de anterior casamento. É irrelevante ser o casamento 
nulo ou anulável. 
 
 
 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de contrariar novo casamento, na vigência de casamento anterior. O erro quanto à 
vigência do casamento anterior exclui o dolo e, e, conseqüência, a tipicidade da conduta (erro de 
tipo). 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma no instante em que os nubentes manifestem seu assentimento à vontade de casar. A 
tentativa é admissível. 
 
 
 Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento 
 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser 
intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou 
impedimento, anule o casamento. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a ordem matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e também o cônjuge enganado. 
 
Tipo Objetivo: 
Existem duas modalidades de conduta: 
a) contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente; 
b) contrair casamento, ocultando ao outro contraente impedimento que não seja casamento 
anterior. 
 
! O erro essencial está definido pelo Código Civil, em seu art. 219. As causas impeditivas estão previstas no art. 183, incisos I a XII do Código Civil. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro cônjuge, ou 
ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. Não existe a modalidade culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma no momento da realização do casamento incriminado. Não se admite a forma 
tentada. 
 
 
 
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 Conhecimento Prévio de Impedimento 
 
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a 
nulidade absoluta: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a ordem matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o cônjuge inocente. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta é casar-se conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de contrair casamento ciente da condição impeditiva. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a realização do casamento. 
A tentativa é possível no caso em que, iniciada a cerimônia, não ocorre o casamento por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
 
 Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento 
 
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a ordem matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e os cônjuges de boa-fé. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a auto-atribuição falsa de autoridade para celebração de casamento. Se da conduta 
o agente aufere vantagem, a pena aplicável é a do art. 328, parágrafo único. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de atribuir-se autoridade para celebrar casamento, abrangendo o 
conhecimento da falsidade. 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a prática de qualquer ato próprio da função que se atribui. Admite-se a 
tentativa. 
 
 
 Simulação de Casamento 
 
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a ordem matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a pessoa enganada. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é simular (representar) provocando o engano da outra pessoa. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de simular o casamento mediante o engano da outra pessoa. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a efetiva simulação da cerimônia do casamento. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Adultério 
 
Art. 240 - Cometer adultério: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses. 
 
§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu. 
 
§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês 
após o conhecimento do fato. 
 
§ 3º - A ação penal não pode ser intentada: 
 
I - pelo cônjuge desquitado; 
 
II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente. 
 
§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
 
I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges; 
 
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II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317, do Código Civil. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a paz matrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
É o homem ou a mulher casada e a pessoa com quem o adultério é cometido. 
 
Sujeito Passivo: 
O homem ou a mulher casada. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é manter relações envolvendo atos sexuais. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de cometer adultério. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a prática do inequívoco ato sexual. Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 Os Crimes Contra o Estado de Filiação 
 
 
 Registro Ilegítimo 
 
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o estado de filiação, a fé pública e a Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e também os possíveis lesados. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica consiste em promover no registro civil a inscrição do registro inexistente. 
 
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! Não existe diferença se a pessoa registra criança inexistente ou quando a criança nasceu morta. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de promover a inscrição de registro de nascimento inexistente. 
Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a inscrição, no Registro Civil, de nascimento inexistente. Admite-se a 
tentativa. 
 
 
 Parto Suposto - Supressão ou Alteração de 
 Direito Inerente ao Estado Civil de Recém-Nascido 
 
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-
nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, podendo "o juiz deixar de aplicar a pena". 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a segurança e a certeza do estado de filiação. 
 
Sujeito Ativo: 
Na modalidade “dar parto alheio como próprio” somente pode ser a mulher, nas demais, pode ser 
qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
Existem quatro modalidades de conduta: 
a) parto suposto: consiste em atribuir-se a maternidade de filho alheio; 
b) registro de filho alheio: exige-se a promoção da inscrição da criança no Registro Civil; 
c) supressão de direito inerente ao estado civil de recém nascido: ocultação do recém-nascido; 
d) alteração de direito inerente ao estado civil do recém nascido: é a troca física dos recém 
nascidos. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as ações descritas no artigo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que é criada uma situação que importe alteração do estado civil 
do recém nascido. 
 
 
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 Sonegação de Estado de Filiação 
 
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, 
ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao 
estado civil: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a regular organização da família. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e a criança abandonada. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é deixar (abandonar, largar) em instituição de assistência ou asilo. Se for em outros 
locais, o crime pode ser o do art. 133 ou 134. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de abandonar com a finalidade de prejudicar direito inerente ao estado civil da 
criança. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o sujeito passivo é abandonado em um dos lugares 
indicados no tipo, resultando a ocultação ou alteração do estado civil da criança. Admite-se a 
tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 Os Crimes Contra a Assistência Familiar 
 
 Abandono Material 
 
Art. 244 - Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes 
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente 
ou ascendente, gravemente enfermo: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo 
vigente no País. 
 
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Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer 
modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão 
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a organização familiar. 
 
Sujeito Ativo: 
Na primeira e segunda figuras típicas, sujeito ativos do crime podem ser o cônjuge, os pais ou os 
descendentes da vítima. Na segunda modalidade, o sujeito ativo é o devedor de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou majorada. Na terceira forma típica, podem ser os ascendentes ou 
os descendentes da vítima. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e também pode ser conforme a modalidade da conduta o cônjuge, o filho menor de 
dezoito anos ou inapto para o trabalho, o ascendente inválido ou valetudinário, o credor da pensão 
alimentícia ou o descendente ou ascendente gravemente enfermo. 
 
Tipo Objetivo: 
Existem três modalidades de conduta: 
a) deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge ou de filho menor de dezoito 
anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes 
proporcionando os recursos necessários; 
b) faltar ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; 
c) deixar de socorrer ascendente ou descendente gravemente enfermo. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as condutas típicas. Não existe a modalidade culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a recusa do sujeito em ministrar à vítima os meios de subsistência 
necessários, ou em pagar a pensão alimentícia devida. Não é admitida a forma tentada. 
 
 
 Entrega de Filho Menor a Pessoa Inidônea 
 
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva 
saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
 
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter 
lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. 
 
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral 
ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito 
de obter lucro. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a assistência familiar e o direito dos filhos à sua sadia formação. 
 
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Sujeito Ativo: 
São os pais, legítimos ou não, inclusive os adotivos. 
 
Sujeito Passivo: 
É o filho menor de dezoito anos, seja legítimo, natural, adulterino ou adotivo. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é entregar, que tem o sentido de deixar aos cuidados ou sob a vigilância. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de entregar filho menor de dezoito anos à pessoa inidônea. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a entrega do menor ao terceiro, não se exigindo que lhe resulte efetivo 
dano. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Abandono Intelectual 
 
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a instrução primária das crianças. 
 
Sujeito Ativo: 
São os pais. 
 
Sujeito Passivo: 
É o filho em idade escolar, que vai dos sete aos quatorze anos de idade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica se perfaz nas omissões das providências necessárias para que o filho receba a 
instrução de primeiro grau. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de deixar de prover à educação primária de filho em idade escolar. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito quando o sujeito, após o filho iniciar a idade escolar, deixa de tomar medidas 
necessárias para que ele receba instrução, portempo juridicamente relevante. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Abandono Moral 
 
Art. 247 - Permitir alguém que menor de 18 (dezoito) anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua 
guarda ou vigilância: 
 
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; 
 
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de 
representação de igual natureza; 
 
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; 
 
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a sadia formação moral do menor. 
 
Sujeito Ativo: 
O pai, tutor ou qualquer pessoa que tiver a guarda do menor. 
 
Sujeito Passivo: 
É o menor de dezoito anos submetido ao poder, guarda ou vigilância do sujeito ativo. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é permitir (consentir, tolerar, concordar) as práticas relacionadas no artigo. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de permitir que o menor realize as condutas discriminadas. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito no momento em que o menor, com a permissão do sujeito ativo, realiza 
qualquer das condutas. Admite-se a tentativa se a permissão for anterior à conduta do menor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Crimes Contra o Pátrio Poder, 
Tutela ou Curatela 
 
 
 Induzimento a Fuga, 
 Entrega Arbitrária ou Sonegação de Incapazes 
 
Art. 248 - Induzir menor de 18 (dezoito) anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por 
determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; 
confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de 18 (dezoito) anos ou 
interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame: 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o pátrio poder, a tutela e a curatela. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
São os pais, tutores, curadores, os menores sujeitos ao pátrio poder e à tutela e as pessoas sujeitas à 
curatela. 
 
Tipo Objetivo: 
As condutas típicas são três: 
a) induzimento a fuga de incapazes; 
b) entrega arbitrária de incapazes; 
c) sonegação de incapazes. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar as condutas discriminadas. Não é punida a forma 
culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O induzimento a fuga se consuma no momento em que o menor ou interdito foge da esfera de 
vigilância de seus responsáveis; na entrega arbitrária o momento consumativo é o da entrega do 
incapaz e na sonegação, consuma-se no ato da recusa injustificada em entregar o menor ou interdito a 
quem legitimamente o reclame. A tentativa é admitida somente nas figuras de induzimento a fuga e 
entrega arbitrária de incapaz. 
 
 
 Subtração de Incapazes 
 
Art. 249 - Subtrair menor de 18 (dezoito) anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua 
guarda em virtude de lei ou de ordem judicial: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos, se o fato não constitui elemento de outro 
crime. 
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§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, 
se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. 
 
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou 
privações, o juiz pode deixar de aplicar pena. 
 
Noções Iniciais: 
Este artigo tipifica o crime de subtração do menor de 18 anos ou interdito ao poder de quem o tem 
sob sua guarda ou em virtude de lei ou ordem judicial. Trata-se de norma subsidiária, tipificando 
situações “se o fato não constitui crime mais grave”, que podem ser crimes contra os costumes, 
seqüestro ou extorsão mediante seqüestro. 
 
" Se a subtração for de criança ou adolescente e o fim for de colocação em lar substituto incorre-se no art. 237 do ECA com penas de reclusão de 2 a 6 anos e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a guarda do menor de dezoito anos e do interdito. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o pai ou tutor do menor ou curador do interdito, se destituídos ou 
temporariamente privados do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. 
 
Sujeito Passivo: 
Sujeitos passivos são, além dos próprios menores ou interditos subtraídos, são os pais, tutores ou 
curadores, enquanto no exercício do pátrio poder, tutela ou curatela ou quem tiver a sua guarda. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é subtrair (retirar da esfera de proteção). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de subtrair menor de dezoito anos ou interdito do poder de quem o tem sob sua 
guarda. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a subtração do menor da esfera de vigilância de seus responsáveis. Admite-
se a tentativa. 
 
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 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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