Buscar

Súmulas Vinculantes atualizado

Prévia do material em texto

SÚMULAS VINCULANTES – STF
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
#Atenção: Atualizações em 24/05/2024 (as últimas atualizações na cor VERDE): 
· Inclusão da nova Súmula Vinculante 59 (16/05/2023)
· Atualização nos comentários à SV 26 (Fonte: Buscador DOD: 20/05/2024)
· Atualização nos comentários à SV 37 (Fonte: Buscador DOD: 08/03/2022)
· Comentários à SV 51 (Fonte: Buscador DOD: 07/10/2022)
· Comentários à SV 58 (Fonte: Buscador DOD: 17/09/2022)
· Comentários à SV 17 (Fonte: Buscador DOD: 19/03/2022)
· Comentários à SV 3 (Fonte: Buscador DOD: 17/02/2022)
· Questões de concurso.
	Orientações:
Súmulas válidas: Em verde (Ex: Súmula nº “x”) 
Súmulas com pouca relevância: Em cinza (Ex: Súmula nº “y”)
Súmulas canceladas: Em vermelho (Ex: Súmula nº “z”)
Súmulas superadas: Em roxo, ao final da súmula. Ex: (SUPERADA)
Fonte: Site Buscador do Dizer o Direito e Site do DOD; questões de concurso; julgados do STJ e STF.
SÚMULA VINCULANTE 1 
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001. 
SÚMULA VINCULANTE 2 
É INCONSTITUCIONAL a lei ou ato normativo estadual ou distrital que DISPONHA sobre sistemas de consórcios e sorteios, INCLUSIVE bingos e loterias. (TJMS-2008) (PCRN-2009) (MPSC-2010) (DPEAM-2011) (MPRS-2012) (MPSP-2015) (DPEMA-2015) (PGM-São Luís/MA-2016) (DPEAL-2017) (PGESE-2017) (TJSP-2021) (MPMG-2021) (TRF3-2022)
	OBS: Importante.
Os Estados-membros e os Municípios podem legislar sobre loterias? NÃO.
Competência privativa da União: A competência para tratar sobre esse assunto (sistemas de sorteios) é privativa da União, conforme determina o art. 22, XX, da CF/88:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
A expressão “sistema de sorteios”, constante do art. 22, XX, da CF/88, abrange os jogos de azar, as loterias e similares (STF. Plenário. ADI 3895, Rel. Min. Menezes Direito, julgado em 04/06/2008).
O STF editou uma súmula vinculante sobre o tema:
Súmula vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
É inconstitucional norma estadual ou distrital que regulamente o funcionamento de loterias, por ser matéria de competência privativa da União. STF. Plenário. ADI 3630, Rel. Min. Edson Fachin, j. 30/06/17.
Veja como o tema já foi cobrado em prova:
þ (DPE/MA 2015 FCC) A competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre sistema de consórcios e sorteios impede legislação dos Estados que disponha sobre a matéria, mesmo que apresente caráter suplementar à legislação federal e seja voltada a atender às suas peculiaridades. (certo)
Os Estados-membros e os Municípios podem explorar serviços de loteria? Pode existir loteria estadual ou municipal? SIM. A União possui competência privativa para legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias. Isso não impede, contudo, que os Estados e Municípios explorem essas atividades.
São situações diferentes:
• Estados-membros e Municípios não podem legislar sobre os sistemas de consórcios e sorteios, incluindo as loterias.
• Estados-membros e Municípios podem explorar os serviços de loterias.
A competência legislativa acerca de determinado assunto não se confunde com a competência material, executiva, de exploração de serviço a ele correlato. Não se pode conferir interpretação estendida para também gerar competência material exclusiva da União, que não consta do rol taxativo previsto no art. 21 da CF/88.
A competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. STF. Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 30/9/20 (Info 993).
Exploração de loterias é serviço público e a CF não afirmou que a sua exploração seria exclusiva da União: A exploração de loterias ostenta natureza jurídica de serviço público. Quando a CF/88 quis atribuir a prestação de determinado serviço público com exclusividade à União, o constituinte o fez de forma expressa. A CF/88 não atribuiu à União a exclusividade sobre o serviço de loterias nem proibiu expressa ou implicitamente o funcionamento de loterias estaduais. Isso significa que os Estados-membros podem explorar esse serviço com base na competência residual prevista no art. 25, § 1º, pedra de toque do constitucionalismo republicano brasileiro. Confira:
Art. 25 (...)
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
Mas e os arts. 1º e 32 do Decreto-lei nº 204/1967? O Decreto-lei nº 204/1967 dispõe sobre a exploração de loterias. O art. 1º deste DL estabelece que a União teria exclusividade para a prestação dos serviços de loteria. O art. 32, por sua vez, proíbe expressamente a criação de loterias estaduais. Veja:
Art. 1º A exploração de loteria, como derrogação excepcional das normas do Direito Penal, constitui serviço público exclusivo da União não suscetível de concessão e só será permitida nos termos do presente Decreto-lei.
Art. 32. Mantida a situação atual, na forma do disposto no presente Decreto-lei, não mais será permitida a criação de loterias estaduais.
§ 1º As loterias estaduais atualmente existentes não poderão aumentar as suas emissões ficando limitadas às quantidades de bilhetes e séries em vigor na data da publicação dêste Decreto-lei. (...)
O STF afirmou que os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988. Esses dispositivos colidem frontalmente com o art. 25, § 1º, da CF/88 porque esvaziam a competência constitucional subsidiária dos Estados-membros para a prestação de serviços públicos não expressamente reservados pelo texto constitucional à exploração pela União.
Ato normativo infraconstitucional não pode proibir que determinado ente federativo preste o serviço público se isso não está previsto na Constituição: A legislação federal não pode impor a qualquer ente federativo restrição à exploração de serviço público para além daquelas previstas constitucionalmente. Não se pode inferir do texto constitucional a possibilidade de a União, mediante legislação infraconstitucional, excluir outros entes federados da exploração de atividade autorizada pela própria Constituição. Em outras palavras, se a Constituição não proibiu que demais entes prestem aquele serviço público, a União não pode, por meio de norma infraconstitucional, proibir. Ato normativo da União excluindo os demais entes cria um desequilíbrio em seu próprio benefício, não sendo isso autorizado constitucionalmente (art. 19, III, da CF/88), além de a Constituição não lhe ter atribuído essa autoridade. Desse modo, viola a autonomia dos Estados-membros restringir a esfera de competência material residual, sem amparo na Constituição.
Vimos acima que a União detém competência privativa para legislar sobre “sistemas de consórcios e sorteios” (art. 22, XX)... Não seria possível que a União, com base nessa competência, editasse lei dizendo que as loterias são um serviço público federal e que, portanto, Estados e Municípios estão excluídos? Poderíamos considerar que os arts. 1º e 32 do DL 204/1967 são válidos já que estariam em harmonia com o art. 22, XX, da CF/88? NÃO. Configura abuso da competência de legislar quando a União se vale do art. 22, XX, da CF/88 para excluir todos os demais entes federados da arrecadação que deles provém, ou para restringi-la de forma irrazoável e anti-isonômica. A situação anti-isonômica se torna ainda mais patente quando, compulsado o DL 204/1967 que a sustenta, verifica-se a possibilidade de exploração dos serviços lotéricos por algunsestados, ao passo que são de prestação proibida a outros. As distinções entre as unidades da federação são toleradas desde que previstas no texto constitucional, mas nunca em norma infraconstitucional.
Legislações estaduais que instituem loterias: As legislações estaduais instituidoras de loterias, por meio de lei estadual ou decreto, em seus territórios, devem simplesmente viabilizar o exercício de sua competência material de instituição do serviço público. Somente a União pode definir as modalidades de atividades lotéricas passíveis de exploração. Assim, a norma estadual que instituir loteria no âmbito do respectivo Estado-membro deverá simplesmente obedecer a disciplina imposta pela União. Se a norma estadual instituir disciplina ou modalidade de loteria não prevista pelo União, essa norma será inconstitucional por violar o art. 22, XX, da CF/88. Desse modo, a legislação local deve ter o caráter de ser simplesmente materializador do serviço público, ou seja, apenas institui o serviço, sem inovar. De acordo com a SV 2 e os precedentes que a fundamentaram, a disposição legal ou normativa vedada aos Estados-membros e ao Distrito Federal é a que inova. O aludido verbete e o art. 22, XX, da CF/88 não tratam da competência material de instituir loterias dentro das balizas federais, ainda que a materialização tenha expressão mediante decretos ou leis estaduais, distritais ou municipais. 
Estados-membros que exploram atividades de loteria não violam a Lei de Contravenções Penais: Não se pode extrair da Lei de Contravenções Penais interpretação que torne toda e qualquer norma sobre loterias uma legislação penal. Esse raciocínio equivaleria a interpretar de forma ampla a competência privativa da União para legislar sobre Direito Penal porque a exploração de loteria foi considerada contravenção. Estar-se-ia a interpretar a CF conforme a lei. Considerar o exercício de atividade pública uma contravenção penal significaria dizer que um serviço público constitui crime.
	(DPEMA-2015-FCC): A competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre sistema de consórcios e sorteios impede legislação dos Estados que disponha sobre a matéria, mesmo que apresente caráter suplementar à legislação federal e seja voltada a atender às suas peculiaridades. BL: SV 2, STF.
OBS: Aos Estados cabe exercer a competência suplementar à legislação federal somente em caso de competência CONCORRENTE. No entanto, a competência para legislar sobre consórcios públicos encontra-se inserida na competência PRIVATIVA da União, e nesse caso, não cabe ao Estado exercer suplementação, ainda que haja legislação federal disciplinando a matéria, SALVO, se houvesse delegação da União por meio de lei complementar a todos os Estados, o que não é o caso.
#Atenção: #STF: #DPEMA-2015: #FCC: Quanto à competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre sistema de consórcios e sorteios, caso não tenha sido exercida, não enseja o cabimento de mandado de injunção. Tem-se, conforme o STF, que a questão, “por não se constituir em direito ou liberdade constitucional ou mesmo prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania, não há a configuração de qualquer mora legislativa a ensejar a impetração do mandado de injunção. A simples discordância do impetrante com o tratamento normativo dispensado à exploração de determinada atividade não justifica o cabimento da ação do art. 5º, LXXI, da CF”. (MI 79 - AGR, Min. Octávio Gallotti; MI 81 - AGR, Min. Celso de Mello; MI 609 - AGR, Min. Octávio Gallotti; MI 600 - AGR, Min. Carlos Velloso). “O mesmo se aplica no caso de ocorrência de eventual proibição tácita da atividade diante da revogação dos dispositivos de lei que a regulamentavam”. (MI 697, DF; Min. Cezar Peluso).
SÚMULA VINCULANTE 3 
Nos processos perante o tribunal de contas da união ASSEGURAM-SE o contraditório e a ampla defesa quando da decisão PUDER RESULTAR ANULAÇÃO ou REVOGAÇÃO de ato administrativo que BENEFICIE o interessado, EXCETUADA a APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. (TJMS-2008) (MPRO-2008) (TRF2-2009) (PCPB-2009) (AGU-2010) (TJPE-2011) (PGEPA-2011) (TJMG-2012) (PGEMG-2012) (PCMA-2012) (MPPR-2013) (MPAC-2014) (DPEMS-2014) (PGEPR-2015) (MPT-2015) (TJDFT-2007/2012/2016) (PGEMA-2016) (MPF-2008/2017) (DPEPR-2017) (Cartórios/TJMG-2015/2018) (MPBA-2018) (PCRS-2018) (Cartórios/TJPR-2019) (PGEAL-2009/2021) (DPEAM-2011/2021) (TJPR-2021) (DPERJ-2021) (PCMS-2021) (PGM-Recife/PE-2014/2022) (TRF4-2014/2016/2022) (TJMA-2022) (TJPE-2022) (TJRS-2022) (MPGO-2022) (Cartórios/TJSP-2022) (PCAM-2022) (PCRJ-2022) (PGM-Florianópolis/SC-2022) (Cartórios/TJSC-2021/2023) (PGERR-2023) (TRT/Unificado-2023) (PGERN-2024)
	OBS: Importante.
Quando o Tribunal de Contas faz o controle de legalidade do ato de “concessão inicial” da aposentadoria, reforma ou pensão, é necessário que ele assegure contraditório e ampla defesa ao interessado? NÃO. Isso porque quando o Tribunal de Contas aprecia, para fins de registro, a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, não há litígio ou acusação, mas tão somente a realização de um ato administrativo. Logo, não havendo litígio, não é necessário contraditório ou ampla defesa.
Para que não houvesse dúvidas quanto a isso, o STF editou, em 30/05/2007, uma súmula:
Súmula Vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
 
A análise da aposentadoria ou pensão representa o exercício de uma competência constitucional do Tribunal de Contas (art. 71, III), motivo pelo qual ocorre sem a participação dos interessados e, portanto, sem a observância do contraditório e da ampla defesa:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
 
A SV possuía uma exceção: A jurisprudência do STF, antes do RE 636553/RS (Tema 445), havia construído uma exceção à SV 3: se o Tribunal de Contas tivesse demorado mais do que 5 anos para analisar a concessão inicial da aposentadoria, ele teria que permitir contraditório e ampla defesa ao interessado. Essa exceção deixou de existir com o julgamento do RE 636553/RS. O STF passou a dizer que, se o Tribunal de Contas demorar mais que 5 anos para julgar a aposentadoria, reforma ou pensão, o ato é considerado definitivamente registrado.
	Antes do RE 636553/RS (Tema 445)
	Depois do RE 636553/RS (Tema 445)
	Não havia prazo para o Tribunal de Contas apreciar a legalidade do ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão.
	O Tribunal de Contas possui o prazo de 5 anos para apreciar a legalidade do ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão.
	Se o Tribunal de Contas demorasse mais de 5 anos para apreciar a legalidade do ato, ele continuaria podendo examinar, mas passava a ser necessário garantir contraditório e ampla defesa ao interessado.
	Se o Tribunal de Contas demorar mais de 5 anos para apreciar a legalidade, ele não poderá mais rever esse ato. Esgotado o prazo, considera-se que a aposentadoria, reforma ou pensão está definitivamente registrada, mesmo sem ter havido a análise pelo Tribunal de Contas.
	Esse prazo de 5 anos era contado a partir da data da chegada, ao TCU, do processo administrativo de concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão.
	Mesma regra.O prazo de 5 anos para que o Tribunal de Contas julgue a legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, é contado da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.
	A SV 3 possuía uma exceção.
	A SV não possui mais exceção. Em nenhum caso será necessário contraditório ou ampla defesa.
 
Veja a tese fixada pelo STF no RE 636553/RS:
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 19/2/20 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967). STJ. 2ª T. REsp 1.506.932/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 02/03/21 (Info 687). (TJPR-2021) (DPEAM-2021) (DPERJ-2021) (TJMA-2022) (TJPE-2022) (TJRS-2022) (MPGO-2022) (TRF4-2022) (PCAM-2022) (PGM-Recife/PE-2022) (Cartórios/TJSC-2021/2023) (PGERR-2023) 
	(PGERR-2023-CESPE): A respeito dos agentes públicos e seu regime constitucional, julgue o item a seguir: Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os tribunais de contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva corte de contas. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(TJPE-2022-FGV): João, servidor público do Município Alfa, ocupante de cargo de provimento efetivo, teve a sua aposentadoria voluntária deferida pelo órgão municipal competente. Apesar de o processo administrativo ter sido encaminhado ao Tribunal de Contas, esse órgão não emitiu qualquer pronunciamento nos cinco anos subsequentes ao ato de aposentadoria, embora estivesse com os autos há apenas quatro anos. Considerando os termos dessa narrativa: o Tribunal de Contas pode registrar, ou não, o ato, pois o prazo de cinco anos de que dispõe deve ser considerado a contar da chegada do respectivo processo. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(TJMA-2022-CESPE): Enquanto pela tutela a administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. 31.ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2018 (com adaptações). Tendo como referência o fragmento de texto precedente, assinale a opção correta em relação ao princípio da autotutela: Passados mais de cinco anos da chegada ao tribunal de contas de processo que trata de registro da concessão de aposentadoria de servidor público, não poderá a referida corte de contas anular o ato. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(PCAM-2022-FGV): Márcio, delegado de Polícia Civil do Estado Alfa, requereu sua aposentadoria em janeiro de 2015. Dois meses depois, o órgão competente entendeu que Márcio havia preenchido os requisitos legais, razão pela qual deferiu a concessão inicial de sua aposentadoria, e remeteu o processo administrativo ao Tribunal de Contas Estadual (TCE), a quem compete apreciar, para fins de registro, a legalidade de tal ato. Não obstante o mencionado processo administrativo tenha chegado à Corte de Contas em junho de 2015, até a presente data o TCE não analisou o caso, nem sequer realizou qualquer diligência. De acordo com a jurisprudência do STF, no caso em tela, o TCE está sujeito ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, a contar da chegada do processo ao TCE, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, razão pela qual o ato de aposentação de Márcio considera-se registrado tacitamente. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(TRF4-2022): Assinale a alternativa correta: em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(PGM-Recife/PE-2022-CESPE): A Secretaria de Educação de determinado município concedeu aposentadoria especial, com proventos integrais e paritários, a professor admitido no serviço público em 2005. O ato foi encaminhado ao tribunal de contas em 2008 e, em 2011, a aposentadoria foi cassada, por ter sido julgada ilegal. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta: A cassação da aposentadoria foi legal, visto que o prazo decadencial apenas se iniciou com a entrada do processo no tribunal de contas, em 2008. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
(TJPR-2021-FGV): Os Tribunais de Contas, no exercício da competência constitucional que lhes outorga a atribuição para o registro dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão dos servidores dos órgãos e entidades submetidos à sua jurisdição, devem observar que a fluência do prazo: decadencial de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. BL: SV 3, STF e Info 967, STF.
Nesta sessão de hoje, o relator reajustou seu voto para manter, por motivos de segurança jurídica, a jurisprudência do STF de que a concessão de aposentadoria é um ato administrativo complexo, que envolve órgãos diversos da administração pública e somente pode ser concretizado após a análise de sua legalidade pelo TCU. Apesar de entender que o procedimento administrativo de verificação de condições de validade do ato não se sujeita ao prazo extintivo de cinco anos, o Ministro concluiu que é necessário fixação de prazo para que as cortes de contas exerçam seu dever constitucional. O relator propôs, por analogia, a aplicação, aos casos de revisão de aposentadoria, do prazo prescricional de cinco anos previsto no Decreto 20.910/32 para que o administrado acione a Fazenda Pública. “Se o administrado tem o prazo de cinco anos para buscar qualquer direito contra a Fazenda Pública, também podemos considerar que o Poder Público, no exercício do controle externo, teria o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao administrado”, explicou. (STF, RE 636553, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 19.02.20).
#Atenção: #STF: #MPRO-2008: #TRF2-2009: #Cartórios/TJPR-2019: #DPERJ-2021: #PGEAL-2021: #TJPE-2022: #PGM-Florianópolis/SC-2022: #PGM-Recife/PE-2022: #CESPE: #FEPESE: #FGV: #UFPR: O ato de aposentadoria consubstancia ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido a condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração. (STF. Plenário. MS n. 25.072/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 27/04/07).
	(PGERN-2024-CESPE): Na apreciação, pelo TCU, da legalidade de atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, o contraditório e a ampla defesa: não serão assegurados em nenhum dos três atos de concessão. BL: SV 3, STF.
(TJCE-2018-CESPE): José, servidor público do estado do Ceará, por preencher os requisitos legais, requereu a concessão de sua aposentadoria por tempo de serviço, o que foi deferido pelo respectivo órgão público no qual era lotado. Após mais de cinco anos do ato concessivo, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará julgou ilegal aquele ato, em procedimento no qual José não havia sido intimado a se manifestar. Considerando o entendimento do STF acerca do ato concessivo de aposentadoria, o tribunal de contas estadual, na situação hipotética apresentada, agiu incorretamente, pois, em que pese se tratar de ato administrativo complexo, transcorrido lapso temporal superior a cinco anos, em nome da segurança jurídica, deveria José ter sido previamente intimado a se manifestar. BL: SV 3, STF.
(MPPR-2017): Assinale a alternativa correta: Nos processos perante o Tribunalde Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. BL: SV 3, STF.
(MPMT-2014): No julgamento de legalidade de ato administrativo de concessão inicial de aposentadoria, fica afastada a necessidade de observância dos institutos do contraditório e da ampla defesa pelo Tribunal de Contas da União. BL: SV 3, STF.
(TRF4-2014): Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. BL: SV 3, STF.
SÚMULA VINCULANTE 4 
SALVO nos casos previstos na constituição, o SALÁRIO MÍNIMO NÃO PODE SER USADO como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, NEM SER SUBSTITUÍDO por decisão judicial. (MPF-2008) (TRF4-2009) (AGU-2012) (TJMA-2013) (TRT5-2013) (MPAC-2014) (PGERN-2014) (TRT8-2014) (PGEPR-2015) (PGERS-2015) (TRT1-2015) (MPT-2015) (MPGO-2010/2016) (TJAM-2016) (TRT/Unificado-2017) (TJSP-2018) (TJPA-2019) (MPPR-2019)
	OBS: O art. 7º, IV da CF afirma que é vedada a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Há, no entanto, no próprio texto constitucional situações em que o salário mínimo é utilizado como parâmetro (ex: art. 201, §2º).
Art. 201. (...)
§2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
#Atenção: #STF: #MPGO-2016: Especialmente quanto aos alimentos decorrentes do parentesco, o STF decidiu: “A fixação de pensão alimentícia tem por finalidade garantir aos beneficiários as mesmas necessidades básicas asseguradas aos trabalhadores em geral pelo texto constitucional. De considerar-se afastada, por isso, relativamente a essa hipótese, a proibição da vinculação ao salário mínimo, prevista no inciso IV do artigo 7. da CF.” (STF. 1ª T., RE 134567, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 19/11/91). Além disso, dispõe o art. 533, § 4º, do NCPC: “a prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário mínimo”.
	(TJSP-2018-VUNESP): O art. 7° , IV, da CF/88 assegura ao trabalhador a percepção de salário-mínimo e proíbe sua vinculação “para qualquer fim”. Diante de tal vedação e de outros preceitos da Carta, como o art. 39, § 3° , a Súmula Vinculante n° 4 estabeleceu, em relação a vantagem percebida por servidor público, que também nessa hipótese é vedada a utilização do salário-mínimo como indexador ou base de cálculo, proibida, ademais, sua substituição por decisão judicial. BL: SV 4, STF.
(TJMA-2013-CESPE): Com relação aos servidores públicos, assinale a opção correta: O salário mínimo não pode ser utilizado como indexador de base de cálculo de adicional de insalubridade devido a servidor público. BL: SV 4, STF.
SÚMULA VINCULANTE 5 
A FALTA DE DEFESA TÉCNICA por advogado no processo administrativo disciplinar NÃO OFENDE a constituição. (MPF-2005) (TJAP-2008) (MPCE-2009) (TRF2-2009) (TRF5-2009) (AGU-2009) (MPSC-2010) (DPEGO-2010) (TRF4-2010) (PGEGO-2010) (TJPE-2011) (MPPB-2011) (PGEPA-2011) (PGEPR-2011) (MPMG-2012) (MPRJ-2012) (MPRR-2012) (PCMA-2012) (DPEDF-2013) (DPERR-2013) (TRF1-2013) (TJRJ-2011/2014) (DPEMS-2012/2014) (MPRS-2014) (DPEMG-2014) (PGEMS-2014) (PCSP-2014) (DPESP-2010/2012/2015) (TJAL-2015) (PGEAM-2010/2016) (TJDFT-2008/2011/2014/2015/2016) (Cartórios/TJSP-2016) (PGEMT-2016) (DPEAC-2012/2017) (PGEAC-2014/2017) (Cartórios/TJRJ-2017) (TJCE-2018) (MPBA-2018) (PGESC-2018) (PGM-João Pessoa/PB-2018) (TJAC-2012/2019) (MPSP-2008/2011/2017/2019) (PGM-Boa Vista/RR-2019) (DPEAM-2011/2013/2021) (TJPR-2012/2014/2021) (PGEMS-2014/2021) (MPPR-2013/2017/2021) (TJSP-2017/2021) (MPDFT-2021) (Cartórios/TJGO-2021) (MPM-2021) (TJMG-2012/2022) (PGEMG-2012/2022) (PGDF-2013/2022) (DPEPR-2014/2022) (PCGO-2017/2018/2022) (MPGO-2010/2019/2022) (DPEAP-2022) (DPEPI-2022) (MPAM-2023)
	OBS: Assim, a presença de advogado em PAD é facultativa. O acusado pode ser acompanhado por advogado se assim desejar. No entanto, não é obrigatório que o processado tenha a assistência jurídica. Logo, caso não tenha sido auxiliado por advogado, tal circunstância não gera a nulidade do PAD.
OBS: Vale ressaltar que a SV 5 refere-se ao típico processo administrativo disciplinar, ou seja, aquele que tramita no âmbito da Administração Pública. Este enunciado não se aplica para o processo administrativo que apura infrações cometidas no sistema penitenciário.
	(PGDF-2022-CESPE): Acerca do processo administrativo disciplinar, julgue o item seguinte, considerando o entendimento dos tribunais superiores sobre a matéria: A falta de defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar não viola a CF. BL: SV 5, STF.
(PCGO-2022-AOCP): O regime jurídico adotado pelo Direito Administrativo brasileiro se dedica, de modo específico, à edificação de um regramento próprio para as relações e a atuação de agentes públicos. Nesse sentido, especialmente tendo em vista a importância da regularidade na atuação de seus agentes para o adequado cumprimento da missão institucional do Estado, a apuração de responsabilidade civil, penal e administrativa dos agentes públicos é aspecto central do regime jurídico administrativo. Diante de tal contexto, assinale a alternativa correta: A responsabilidade administrativa do servidor deve ser objeto de apuração por processo adequado, exigindo-se a observância do princípio da ampla defesa e do contraditório, sendo possibilitada a ampla produção de provas, sob pena de ser decretada a nulidade do processo administrativo. BL: SV 5, STF.
(TJSP-2017-VUNESP): Particularmente, no tocante ao processo administrativo, é correto afirmar: deve ter as garantias do contraditório e da ampla defesa, mas não a defesa técnica quando se tratar de processo disciplinar de natureza civil, conforme orientação sumulada pelo STF. BL: SV 5, STF.
(MPPR-2017): Assinale a alternativa correta: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a CF. BL: SV 5, STF.
(PGEMS-2014): Servidor público estatutário de autarquia estadual, em sede de recurso administrativo manejado em face de decisão proferida em processo administrativo disciplinar que lhe aplicou pena de “advertência”; alegou, exclusivamente, que mesmo sendo-lhe garantido direito à informação, à manifestação e à consideração de tal manifestação, não foi assistido por advogado durante todo o PAD. Você, na condição de Procurador(a) do Estado, com fundamento na jurisprudência vinculante sobre o tema, acaso tivesse que realizar parecer, pugnaria: Pelo indeferimento do recurso administrativo, pois não há nulidade a ser reconhecida exclusivamente por ausência de advogado constituído no processo administrativo em análise. BL: SV 5, STF.
(DPEPR-2014) O verbete sumular vinculante de n. 5, que dispõe que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” somente é aplicável ao procedimento disciplinar na esfera cível-administrativa, não sendo aplicável no procedimento disciplinar no âmbito da execução penal. (DPESP-2012) (TJSP-2017/2021)
SÚMULA VINCULANTE 6 
NÃO VIOLA a constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. (PCPB-2009) (MPM-2013) (Cartórios/TJDFT-2014) (PGDF-2022)
	(Cartórios/TJDFT-2014-CESPE): Considerando os dispositivos constitucionais referentes à defesa do Estado e das instituições democráticas, assinale a opção correta: O estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo às praças prestadoras de serviço militar inicial está em consonância com o texto constitucional. BL: SV 6, STF.
SÚMULA VINCULANTE 7 
A norma do § 3º do artigo 192da constituição, revogada pela emenda constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar. (TRF1-2011) (TRF2-2013) (MPT-2015)
	OBS: Importante. O que dizia o §3º do art. 192 da CF/88: “As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar”.
SÚMULA VINCULANTE 8 
SÃO INCONSTITUCIONAIS o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que TRATAM de prescrição e decadência de crédito tributário. (MPRN-2009) (PGEAL-2009) (PGEGO-2010) (TJRO-2011) (PGEPA-2011) (TRF4-2010/2012) (TRT3-2013) (PFN-2012/2015) (DPEMA-2015) (TRT16-2015) (TRT/Unificado-2017) (TJMS-2020) (MPPR-2019/2021)
	OBS: A edição da SV 8, ocorrida em 12/06/2008, motivou o Congresso Nacional a aprovar a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, revogando os arts. 45 e 46 da Lei 8212/91. 
	(TJRO-2011): O prazo de 10 anos para o lançamento das contribuições previdenciárias foi objeto da primeira súmula vinculante do STF sobre questão tributária. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
(TRF4-2010): Assinale a alternativa correta: Alterações de prazos de decadência e prescrição como as feitas pelo art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77 e pelos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 são inconstitucionais por exigir-se Lei Complementar para reger tais matérias. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
(MPRN-2009-CESPE): Com base na CF e considerando que lei ordinária estadual tenha criado contribuição previdenciária e estabelecido em 10 anos o prazo prescricional do crédito tributário, assinale a opção correta: É inconstitucional a alteração do prazo prescricional, pois a alteração deveria ser feita apenas por lei complementar federal. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
#Atenção: #MPRN-2009: #TJRO-2011: #TRF4-2010/2012: #PFN-2012: #TJMS-2020: #MPPR-2019/2021: #CESPE: #ESAF: #FCC: O art. 146, III, “b”, CF, que trata das normas gerais de direito tributário, sendo que esse dispositivo expressamente nomeia a prescrição e decadência como temas que demandam edição de lei complementar. O STF, analisando o tema, acabou editando a SV 8 e, por via de consequência, julgou inconstitucional leis ordinárias que tratavam de prescrição e decadência de crédito tributário.
SÚMULA VINCULANTE 9 
O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58. (MPMS-2011) (TRF5-2011) (TJAM-2013) (DPECE-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (TJSP-2017)
	OBS: Este enunciado foi editado em 2008. A redação do art. 127 foi alterada pela Lei 12.433/2011, no entanto, o sentido da súmula permanece sendo válido, ou seja, o referido dispositivo é compatível com a CF/88.
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
SÚMULA VINCULANTE 10 
VIOLA a CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que EMBORA NÃO DECLARE expressamente a INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo do poder público, AFASTA sua incidência, no todo ou em parte. (TJMT-2009) (PGEAL-2009) (MPPB-2010) (MPSC-2010) (TJDFT-2012) (TJPA-2012) (MPMG-2012) (DPEAC-2012) (PGEAC-2012) (PGESP-2012) (TJRN-2013) (MPDFT-2013) (MPPR-2013/2014) (TJSP-2014) (TJDFT-2014) (TJCE-2014) (MPAC-2014) (DPEGO-2014) (PGERN-2014) (TRF5-2011/2015) (DPEMA-2015) (PCDF-2015) (PGM-Salvador/BA-2015) (TJAM-2016) (TRF3-2016) (TRF2-2013/2017) (DPERO-2017) (PCAP-2017) (TJRS-2009/2018) (DPEAM-2011/2018) (DPERS-2018) (DPESP-2012/2019) (TJPR-2014/2019) (TJAC-2019) (TJRO-2019) (MPSP-2019) (Cartórios/TJDFT-2019) (TJMS-2008/2020) (MPCE-2009/2020) (MPT-2017/2020) (PGEGO-2021) (PGEPB-2021) (PGERS-2021) (PGEAM-2010/2022) (MPGO-2010/2013/2022) (MPMS-2022) (DPEPR-2022) (PGESC-2022) (TJRJ-2023) (Cartórios/TJSC-2023)
	OBS: No chamado controle difuso de constitucionalidade, também adotado pelo Brasil, ao lado do controle abstrato, qualquer juiz ou Tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo no caso concreto. No entanto, se o Tribunal for fazer essa declaração, deverá respeitar a cláusula de reserva de plenário.
A chamada "cláusula de reserva de plenário" significa que, se um Tribunal for declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, é obrigatória que essa declaração de inconstitucionalidade seja feita pelo voto da maioria absoluta do Plenário ou do órgão especial deste Tribunal.
Esta exigência da cláusula de reserva de plenário tem como objetivo conferir maior segurança jurídica para as decisões dos Tribunais, evitando que, dentro de um mesmo Tribunal, haja posições divergentes acerca da constitucionalidade de um dispositivo, gerando instabilidade e incerteza.
Atenção: Trata-se da chamada “cláusula de reserva de plenário”, também conhecida como regra do full bench, full court ou julgamento em banc.
	(MPCE-2020-CESPE): Conforme a jurisprudência do STF, a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei, afaste sua incidência, no todo ou em parte, viola, especificamente, a cláusula de reserva de plenário. BL: SV, 10, STF.
(TJMS-2020-FCC): A cláusula de reserva de plenário (regra do full bench), nos termos da CF e da jurisprudência do STF, tem aplicabilidade à decisão que declara a inconstitucionalidade de lei, ainda que parcial, inexistindo violação à referida cláusula na decisão de órgão fracionário quando houver declaração anterior proferida pela maioria absoluta do órgão especial ou Plenário do Tribunal respectivo. BL: SV 10, STF e RE 544.246/SE do STF c/c art. 97, CF/88.
#Atenção: O STF entende que mesmo a declaração parcial de inconstitucionalidade, pressupõe a obediência à norma do art. 97 da CF (STF. 1ª T. RE 544.246/SE, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 13.02.07). Por outro lado, não há violação da regra se houve manifestação do órgão especial ou do plenário do tribunal respectivo; é justamente essa a aplicação literal do art. 97 da CF/88.
(TJAC-2019-VUNESP): A denominada cláusula de reserva de plenário, aplicada na apreciação judicial de leis e atos normativos submetidos ao controle de constitucionalidade, deve ser observada quando o órgão fracionário do Tribunal apenas afasta a incidência, parcialmente, da lei ou ato normativo, mas não declara expressamente a sua inconstitucionalidade. BL: SV 10, STF.
(DPESP-2019-FCC): A Defensoria Pública de São Paulo ingressou com ação civil pública alegando, em síntese, que a Resolução 18/15, da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo − que exige, em todos os concursos públicos na esfera estadual, que as candidatas mulheres apresentem exames médicos de mamografia (mulheres acima de 40 anos) e colpocitologia oncótica (Papanicolau) na avaliação de aptidão das candidatas para posse em cargos públicos − violaria a dignidade humana, a intimidade, a privacidade e integridade física e psicológica das mulheres, além de ferir os princípios da igualdade de gênero e da isonomia, uma vez que não há exigência de previsão equivalente aos candidatos homens. Após decisão parcialmente favorável na primeira instância, houve recurso e a Câmara do Tribunal de Justiça determinou a remessa dos autos ao Órgão Especial. A respeito do caso é correto afirmar: Se o órgão fracionário declara expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público ou mesmo afasta sua incidência, notodo ou em parte, viola a Súmula Vinculante nº 10 do STF, bem como o art. 97 da CF/88. BL: SV 10 e art. 97, CF.
(TJPR-2019-CESPE): Um órgão fracionário de determinado tribunal afastou a incidência de parte de ato normativo do poder público, sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato. Nessa situação hipotética, segundo a CF e o entendimento sumulado do STF, a decisão desse órgão fracionário violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que afastou a incidência, ainda que em parte, de ato normativo do poder público. BL: SV 10, STF e art. 97, CF.
SÚMULA VINCULANTE 11 
SÓ É LÍCITO o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, JUSTIFICADA a EXCEPCIONALIDADE por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (DPEAL-2009) (PCPB-2009) (PCRN-2009) (DPEMA-2011) (PGEAC-2012) (PCMA-2012) (PCRJ-2012) (MPMA-2014) (MPDFT-2015) (PCDF-2015) (PGM-Salvador/BA-2015) (PCAP-2010/2017) (PCAC-2017) (TJCE-2018) (DPEAM-2018) (DPERS-2018) (PCGO-2018) (PCRS-2018) (MPMT-2012/2019) (TJPA-2019) (TJRO-2019) (MPRS-2021) (Cartórios/TJMS-2021) (DPEPR-2014/2022) (PCBA-2018/2022) (PCRR-2022)
	OBS: Importante. A Lei n° 7210/84 (Lei de Execuções Penais) prevê o seguinte: “Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.”
Em 2016, ou seja, após a SV 11-STF, finalmente foi editado o Decreto federal mencionado pelo art. 199 da LEP e que trata sobre o emprego de algemas.
Sobre o que trata o Decreto 8.858/2016? Regulamenta o art. 199 da Lei de Execução Penal com o objetivo de disciplinar como deve ser o emprego de algemas.
Diretrizes: O emprego de algemas terá como diretrizes:
· A dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88);
· A proibição de que qualquer pessoa seja submetida a tortura, tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III, da CF/88);
· A Resolução nº 2010/16, de 22 de julho de 2010, das Nações Unidas sobre o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok); e
· O Pacto de San José da Costa Rica, que determina o tratamento humanitário dos presos e, em especial, das mulheres em condição de vulnerabilidade.
A pessoa presa pode ser algemada? Como regra, NÃO. Existem três exceções. Quais são elas? É permitido o emprego de algemas apenas em casos de:
· resistência;
· fundado receio de fuga; ou 
· perigo à integridade física própria ou alheia, causado pelo preso ou por terceiros.
Formalidade que deve ser adotada no caso do uso de algemas: Caso tenha sido verificada a necessidade excepcional do uso de algemas, com base em uma das três situações acima elencadas, essa circunstância deverá ser justificada, por escrito.
Situação especial das mulheres em trabalho de parto ou logo após: É proibido usar algemas em mulheres presas:
· Durante o trabalho de parto
· No trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a unidade hospitalar; e 
· Após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.
A proibição das algemas vale somente no momento da prisão? NÃO. Essa regra vale para todas as situações. A vedação quanto ao uso de algemas incide tanto no momento da prisão (seja em flagrante ou por ordem judicial) como também nas hipóteses em que o réu preso comparece em juízo para participar de um ato processual (ex: réu durante a audiência). Em outras palavras, a pessoa que acaba de ser presa, em regra, não pode ser algemada. Se ela tiver que ser deslocada para a delegacia, por exemplo, em regra, não pode ser algemada. Se tiver que comparecer para seu interrogatório, em regra, não pode ser algemada. 
Quais são as consequências caso o preso tenha sido mantido algemado fora das hipóteses mencionadas ou sem que tenha sido apresentada justificativa por escrito? O Decreto 8.858/16 não prevê consequências ou punições para o descumprimento das regras impostas para o emprego de algemas. No entanto, a SV 11 do STF impõe as seguintes consequências:
a) Nulidade da prisão;
b) Nulidade do ato processual no qual participou o preso;
c) Responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade responsável pela utilização das algemas;
d) Responsabilidade civil do estado.
Vale ressaltar que, se durante audiência de instrução e julgamento o juiz recusa, de forma motivada, o pedido para que sejam retiradas as algemas do acusado, não haverá nulidade processual (STJ HC 140.718-RJ).
A SV 11-STF continua valendo mesmo após o Decreto 8.858/16? SIM. O Decreto 8.858/16 praticamente repetiu as mesmas hipóteses previstas na súmula vinculante, acrescentando, contudo, a proibição das algemas para mulheres em trabalho de parto e logo após. Apesar disso, a SV 11 continua tendo grande importância porque ela prevê, em sua parte final, as consequências caso o preso tenha sido mantido algemado fora das hipóteses mencionadas ou sem que tenha sido apresentada justificativa por escrito.
	(PRF-2020-CESPE): No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir: O STF, por súmula vinculante, trata do uso de algema como algo excepcional, que deve ser justificado por escrito. BL: SV 11, STF.
(PCSE-2018-CESPE): Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais: Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de algemas, desde que essa medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito. BL: SV 11, STF.
SÚMULA VINCULANTE 12 
A cobrança de taxa de matrícula NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS VIOLA o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. (MPSC-2010) (MPMG-2010) (TRF4-2010) (DPEAC-2012) (MPRS-2012) (DPEAC-2012) (PGEPA-2012) (DPESP-2013) (TRF2-2013) (TRF5-2013) (MPM-2013) (MPPR-2014) (DPEPR-2014) (PGM-Recife/PE-2014) (TJSE-2015) (TRT23-2015) (DPERO-2012/2017) (Cartórios/TJMG-2017) (TJPA-2012/2019) (Cartórios/TJSC-2021) (MPGO-2019/2022) (TJRS-2022) (DPECE-2022) (AGU-2010/2013/2023)
	OBS: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (...).
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
Taxa de inscrição em vestibular: Aplicando-se o raciocínio da SV 12, as universidades públicas também não podem cobrar taxa para inscrição em processo seletivo seriado (aquele "vestibular" que ocorre, de forma contínua, durante todo o ensino médio. Nesse sentido: STF. 1ª T. AI 748944 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 05/08/14.
 
Cursos de extensão: Vale ressaltar, por outro lado, que essa súmula não se aplica para cursos de extensão. Em tais casos poderá haver cobrança de taxa de matrícula.
 
Cursos de pós-graduação: Além disso, segundo decidiu o STF, "a garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização." (STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017. Repercussão geral. Info 862). Em outras palavras, as universidades públicas podem cobrar taxa de matrícula e mensalidade em cursos de especialização.
	(AGU-2023-CESPE): Considerando o entendimento do STF a respeito da cobrança de taxa de matrícula ou de mensalidade por universidades públicas nos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu (especialização), assinale a opção correta. Apesar de a garantia constitucional da gratuidade do ensino não obstar a cobrança de mensalidade nos cursos de especialização das universidades públicas, a cobrança de taxa de matrícula nos cursos de graduação dessas instituições é inconstitucional. BL: SV 12 e Info 862, STF.
(TJRS-2022-Faurgs): Sobre o direito constitucional à educação e seus desdobramentos na Constituição da República e na jurisprudência do STF, assinale a afirmativa correta: É inconstitucional a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas. BL: SV 12.
(MPPR-2014): Sobre o direito prestacional à educação, assinale a alternativacorreta: A CF, dentre os princípios basilares do ensino, inseriu o da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Sobre o tema, é posição do STF, consagrada em súmula vinculante, a impossibilidade de cobrança de taxa de matrícula em Universidades Públicas. BL: SV 12.
(AGU-2010-CESPE): Com base na legislação que trata de ensino, julgue o item a seguir: A cobrança de matrícula como requisito para que o estudante possa cursar universidade federal viola disposto da CF, pois, embora configure ato burocrático, a matrícula constitui formalidade essencial para que o aluno tenha acesso à educação superior. BL: SV 12.
SÚMULA VINCULANTE 13 
A NOMEAÇÃO de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, INCLUSIVE, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica INVESTIDO em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, COMPREENDIDO o ajuste mediante DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA a Constituição Federal. (TJMG-2009) (MPCE-2009) (AGU-2009) (MPMG-2010) (PGEAM-2010) (TJPB-2011) (MPMS-2011) (DPESP-2011/2012) (DPEES-2012) (DPEMS-2012) (PCPA-2012) (MPPR-2011/2013) (TJMA-2013) (TJSP-2013) (MPDFT-2013) (DPERR-2013) (PGDF-2013) (PCGO-2013) (MPAC-2014) (DPEGO-2014) (DPEPR-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (MPAM-2015) (PGEPR-2015) (PCCE-2015) (TJMSP-2016) (PGEMA-2016) (PCPE-2016) (PGM-POA/RS-2016) (MPF-2011/2013/2017) (PGESE-2017) (PCAC-2017) (PCGO-2017) (PGM-Fortaleza/CE-2017) (TJCE-2018) (MPBA-2018) (PGM-João Pessoa/PB-2018) (MPGO-2013/2019) (Cartórios/TJPR-2019) (PCPR-2007/2021) (PGEAL-2021) (PGERS-2021) (PCMG-2021) (PCMS-2021) (PCRN-2021) (MPM-2021) (PGM-Recife/PE-2014/2022) (TRF4-2016/2022) (MPT-2017/2022) (PCSP-2018/2022) (PCRJ-2022) (MPSC-2010/2013/2021/2023) (MPSP-2015/2019/2022/2023) (TJPR-2023) (MPRR-2023) (TRT/Unificado-2023)
	OBS: Importante.
Vale ressaltar que a norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo. A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é “vedado ao servidor público servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil”. Foi proposta uma ADI contra esta norma. O STF julgou a norma constitucional, mas decidiu dar interpretação conforme à Constituição, no sentido de o dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em outras palavras, o STF afirmou que essa vedação não pode alcançar os servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso público. STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min Ricardo Lewandowski, j. 20/05/15 (Info 786).[footnoteRef:1] Desse modo, ficou entendido pelo STF, por ocasião do julgamento da ADI 524/ES, que o sujeito que irá assumir um cargo efetivo em virtude de aprovação em concurso público poderá, sim, permanecer em exercício ainda que esteja sob a chefia imediata de cônjuge ou parente. Este entendimento se dá pelo fato de o chefe imediato, ainda que seja parente, não influenciar em nada na contratação. Todavia, é constitucional norma Estadual que veda ao servidor público servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil para os cargos de provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em outras palavras, evidente que se devem retirar da incidência da norma os servidores admitidos mediante concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo. A norma antinepotismo deve incidir sobre cargos de provimento em comissão, as funções gratificadas e os cargos de direção e assessoramento. Esse o quadro, julgo procedente, em parte, a ação direta para emprestar interpretação conforme à Constituição para declarar constitucional o inciso VI do art. 32 da Constituição do Estado do Espírito Santo, somente quando incida sobre os cargos de provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento: é o meu voto. [1: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) MPBA-2018; ii) MPGO-2019; iii) PCPR-2021 (UFPR); iv) PCRN-2021 (FGV); v) MPRR-2023 (AOCP); vi) MPSP-2023 (VUNESP).] 
	(PCRN-2021-FGV): A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado Alfa foi alterada pela Assembleia Legislativa, de maneira que foi inserido um artigo dispondo que é vedado ao servidor público ocupante de cargo efetivo ou comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil. De acordo com a jurisprudência do STF, a norma mencionada é: inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitórias do nepotismo não têm como campo próprio de incidência os cargos efetivos sob pena de violação ao concurso público. BL: Info 786, STF.
(...) 3. A nomeação de parente, cônjuge ou companheira para cargos de natureza eminentemente política, como no caso concreto, em que a esposa do Prefeito foi escolhida para exercer cargo de Secretária Municipal, não se subordina ao Enunciado Vinculante 13 (Rcl 30.466, de minha relatoria, 1ª T., Dje de 26/11/18). STF. 1ª T. Rcl 31732, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Alexandre de Moraes, j. 05/11/19.
 
O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de Secretário Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida nas hipóteses de: i) nepotismo cruzado; ii) fraude à lei e iii) inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª T. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, j. 17/9/19 (Info 952).[footnoteRef:2] [2: #Atenção: Julgado cobrado na prova do MPRR-2023 (AOCP).] 
(...) 1. A vedação ao nepotismo na Administração Pública decorre diretamente da Constituição Federal e sua aplicação deve ser imediata e verticalizada. 2. Viola os princípios da moralidade, impessoalidade e isonomia diploma legal que excepciona da vedação ao nepotismo os servidores que estivessem no exercício do cargo no momento de sua edição. STF. Plenário. ADI 3094, Rel. Min. Edson Fachin, j. 27/09/19. [footnoteRef:3] [3: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) TRF4-2022; ii) MPRR-2023 (AOCP).] 
	(MPSC-2023-CESPE): Acerca dos princípios informadores da administração pública, julgue o item que se segue: O nepotismo constitui vício que viola diretamente os princípios da moralidade e da impessoalidade na gestão da coisa pública, enquadrando-se na modalidade ampla de corrupção. BL: SV 13 e Entend. Jurisprud.
#Atenção: Na primeira parte da assertiva, é importante compreender o teor da SV 13 e do julgado acima. Além disso, partindo-se da premissa de que a corrupção pode ser entendida, de forma ampla, como qualquer comportamento desonesto, praticado por indivíduo investido de autoridade, como forma de proporcionar benefícios a si mesmo ou a terceiros, é de se convir que, realmente, a prática do nepotismo pode ser enquadrada em tal noção ampla de corrupção.
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação. A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2° T., Rcl 18564/SP, Rel. Orig. Min GilmarMendes, Red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, j. 23/2/16 (Info 815).[footnoteRef:4] [4: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) MPGO-2019; ii) PCPR-2021 (UFPR); iii) MPSP-2022/2023 (VUNESP).] 
É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo, permitindo que sejam nomeados para cargos em comissão ou funções gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais, além do cônjuge do Governador. STF. Plenário. ADI 3745/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 15/05/13 (Info 706). [footnoteRef:5] [5: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) MPBA-2018; ii) PCPR-2021 (UFPR).] 
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª T., Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. 4/9/18 (Info 914). [footnoteRef:6] [6: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) MPBA-2018; ii) MPGO-2019; iii) PCMG-2021 (Fumarc); iv) PCMS-2021 (FAPEC); v) PCPR-2021 (UFPR); vi) MPSP-2022.] 
Desse modo, em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo, Secretário Municipal. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo. Entretanto, há uma exceção trazida pelo STF: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª T. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 29/05/18.[footnoteRef:7] [7: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) MPBA-2018; ii) MPGO-2019; iii) PCMG-2021 (Fumarc); iv) PCMS-2021 (FAPEC); v) PCPR-2021 (UFPR); vi) PCRN-2021 (FGV).] 
	(MPSP-2023-VUNESP): Com relação à Súmula Vinculante, assinale a alternativa correta: A Súmula Vinculante 13, que proíbe a prática de nepotismo, não se aplica para as nomeações para os cargos políticos, caracterizados pelo fato de seus titulares serem detentores de um munus governamental decorrente da Constituição Federal, integrarem a estrutura administrativa governamental dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na condição de auxiliares do Chefe do Poder Executivo. BL: SV 13 e Entend. Jurisprud.
#Atenção: #STF: #PCGO-2017: #MPM-2021: #MPSP-2014/2022: #CESPE: A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da Súmula Vinculante 13. STF. 2ª T., RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, j. 10.2.15.
	(MPSP-2015): Sobre a proibição da prática de nepotismo, é correto afirmar que ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não configura nepotismo na Administração Pública. BL: SV 13, STF e Entend. Jurisprud.
Por fim, para os casos de Conselheiros de Tribunais de Contas, entende-se que a súmula é aplicável, visto que o cargo tem natureza administrativa.[footnoteRef:8] [8: #Atenção: Julgado cobrado nas provas: i) TJPB-2011 (CESPE) e ii) MPF-2013.] 
#Atenção: #Reperc. Geral/STF – Teses 29 e 66: #AGU-2009: #DPEMS-2012: #PGDF-2013: #Cartórios/TJDFT-2014: #MPAM-2015: #TRF4-2016: #PGEMA-2016: #PCPE-2016: #PGM-POA/RS-2016: #MPF-2013/2017: #PGESE-2017: #PCAC-2017: #TJCE-2018: #MPBA-2018: #MPGO-2019: #MPSP-2019: #PGERS-2021: #PCPR-2021: #MPM-2021: #PCSP-2022: #PGM-Recife/PE-2022: #CESPE: #FCC: #Fundatec: #UFPR: #VUNESP: #Tese 29: Leis que tratam dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo (RE 570392);[footnoteRef:9] #Tese 66: A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, dado que essa proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF (RE 579951).[footnoteRef:10] [9: #Atenção: #DOD: #Reperc. Geral/STF – Tese 66: #PGM-POA/RS-2016: #MPF-2017: #MPSP-2019: #MPM-2021: #Fundatec: As leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. STF. Plenário. RE 570392/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 11/12/14 (Info 771).] [10: #Atenção: #STF: Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/05 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. STF. Plenário. RE 579951, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 20/08/08.] 
	(PCSP-2022-VUNESP): No tocante ao regramento e aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública, é correto afirmar que a vedação ao nepotismo é regra constitucional que decorre do núcleo dos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativas. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(PGM-Recife/PE-2022-CESPE): No que concerne aos princípios que regem a administração pública, assinale a opção correta: A proibição do nepotismo, que culminou na edição da Súmula Vinculante n.º 13, é uma decorrência direta dos princípios contidos no artigo 37 da CF. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(MPGO-2019): Segundo entendimento do STF, nepotismo é a conduta de nomear para cargos públicos em comissão ou funções de confiança de livre provimento e de livre exoneração parentes, cônjuges ou companheiros de agentes públicos, enaltecendo critérios de promoção familiar e de afinidade em detrimento de critérios de mérito e capacidade funcional, no acesso a cargos públicos. Ainda levando em conta os entendimentos firmados pelo STF sobre nepotismo, assinale a alternativa correta: A vedação ao nepotismo decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF e não exige a edição de lei. Entretanto, caso seja disciplinada por lei, sua iniciativa não é exclusiva do Chefe do Poder Executivo. BL: S. 13, STF e teses 29 e 66, Reperc. Geral/STF.
(MPF-2017): Assinale a alternativa correta: Não há vício de iniciativa em lei municipal, deflagrada por parlamentar, que veda a contratação de parentes de 1º e 2º grau do prefeito e vice-prefeito para ocuparem cargo ou função pública no âmbito da administração pública local. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
#Atenção: Leis que tratam dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Esse o entendimento do Plenário, que, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário para reconhecer a constitucionalidade da Lei 2.040/90, do Município de Garibaldi/RS, que proíbe a contratação, por parte do Executivo, de parentes de 1º e 2º graus do prefeito e vice-prefeito, para qualquer cargo do quadro de servidores, ou função pública.
(TRF4-2016): Assinale a alternativa correta: A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, na medida em que tal proibição decorre diretamente dos princípios constitucionais contidos no art. 37, caput da CF. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(PGEMA-2016-FCC): O Governador de certo Estado pretende editar decreto permitindo a nomeação, para cargo em comissão, de livre provimento e exoneração, de parente em linha colateral de servidor público que exerça cargo de direção, chefia ou assessoramento na mesma pessoa jurídica, autorizando a nomeação ainda que entre eles haja relação de subordinação direta. À luz da CF e da jurisprudência do STF, o ato do Governador seria materialmente incompatível com a CF, de acordo com a jurisprudência do STF e com a súmula vinculante editada nessa matéria. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
#Atenção:O ato do governador é materialmente inconstitucional, uma vez que afronta o princípio da impessoalidade e a SV 13. Todavia, deve-se ressaltar que não há inconstitucionalidade formal, uma vez que a matéria não demanda a edição de lei no sentido estrito, conforme jurisprudência citada acima.
(MPAM-2015-FMP): A vedação ao nepotismo decorre diretamente do art. 37, caput, da CF/1988, em especial dos princípios da impessoalidade e da moralidade, os quais informam sobremaneira a conduta retilínea e ética a ser exigida da Administração Pública nacional. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(MPDFT-2013): A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal que o coíba, uma vez que decorre diretamente dos princípios encartados no art. 37 da CF. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(AGU-2009-CESPE): Com relação aos preceitos constitucionais aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item: Segundo entendimento do STF, a vedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que a proibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam a atuação administrativa. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
	(PGEAL-2021-CESPE): Suponha que determinado governador de estado tenha nomeado: i) Lúcio, seu tio, para cargo em comissão em seu gabinete; ii) Ana, sua prima, para chefe de seu gabinete; e iii) Tatiana, sua filha, aprovada em concurso público, para o cargo de auditor fiscal do estado. Nessa situação hipotética, foi respeitado o princípio da moralidade administrativa, por não se ter contrariado a vedação ao nepotismo, somente na nomeação de Ana e na de Tatiana.
#Atenção: A vedação ao nepotismo foi estabelecida e delimitada pelo STF por meio da edição da Súmula Vinculante n.º 13. De posse desta informação, pode-se dizer que Lúcio, parente em terceiro grau, está abrangido pela norma de proibição vazada em tal enunciado vinculante, de maneira que, tendo sido nomeado para exercer cargo em comissão, sem concurso público, teria havido inobservância deste preceito sumular, violando, assim, os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa. Em relação à prima Ana, em se tratando de parente de quarto grau, não se aplica a vedação ao nepotismo, nos limites definidos pelo STF, eis que destinado apenas a parentescos até o terceiro grau. Por seu turno, Tatiana, filha do governado, restou nomeada para exercer cargo efetivo, após regular aprovação em concurso público, de maneira que, também neste caso, não incide a vedação ao nepotismo, porquanto destinada apenas a cargos em comissão e funções de confiança, e não a cargos efetivos. Do acima exposto, o princípio da moralidade teria sido respeitado, tão somente, no que pertine às nomeações de Ana e Tatiana.
(MPSC-2021-CESPE): Primo de membro de Ministério Público pode ser nomeado para cargo em comissão na mesma promotoria onde este atua. BL: SV 13, SV.
#Atenção: Como se observa, o nepotismo diz respeito a grau de parentesco até terceiro grau, ou seja, a partir do quarto grau (primos, tio avô, sobrinho neto), não é considerado nepotismo.
(MPGO-2019): Segundo entendimento do STF, nepotismo é a conduta de nomear para cargos públicos em comissão ou funções de confiança de livre provimento e de livre exoneração parentes, cônjuges ou companheiros de agentes públicos, enaltecendo critérios de promoção familiar e de afinidade em detrimento de critérios de mérito e capacidade funcional, no acesso a cargos públicos. Ainda levando em conta os entendimentos firmados pelo STF sobre nepotismo, assinale a alternativa correta: A Súmula Vinculante 13, ao explicitar as situações em que se caracteriza o nepotismo, não esgotou as hipóteses de violação à moralidade decorrente da contratação por influência de vínculos familiares na Administração Pública, de forma que é possível a configuração de nepotismo em situações outras, ali não expressamente definidas. BL: S. 13, STF e Entend. Jurisprud. STF.
#Atenção: #STF: #MPGO-2019: Ao se editar a Súmula Vinculante nº 13, embora não se tenha pretendido esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, erigiram-se critérios objetivos de conformação, a saber: i) ajuste mediante designações recíprocas, quando inexistente a relação de parentesco entre a autoridade nomeante e o ocupante do cargo de provimento em comissão ou função comissionada; ii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade nomeante; iii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e o ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento a quem estiver subordinada e iv) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade que exerce ascendência hierárquica ou funcional sobre a autoridade nomeante. 2. A incompatibilidade da prática enunciada na Súmula Vinculante nº 13 com o art. 37, caput, da CF não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público ocupante de cargo em comissão ou função comissionada, mas da presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionada a pessoa com relação de parentesco com alguém que tenha potencial de interferir no processo de seleção. 3. Ultrapassar a delineação fática traçada pelo Tribunal de origem demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. Incidência do enunciado de Súmula 279 do STF. 4. Agravo regimental não provido. 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09). STF. 2ª T., RE 807383 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 30/06/17. (...) Além disso, cumpre destacar o seguinte do voto do Min. Rel. Dias Toffoli, no julgamento do MS 21697: “Ao editar a Súmula Vinculante 13, a Corte não pretendeu esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, dada a impossibilidade de se preverem e de se inserirem, na redação do enunciado, todas as molduras fático-jurídicas reveladas na pluralidade de entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e das esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), com as peculiaridades de organização em cada caso”. STF. 1ª T., MS 31697, Rel. Dias Toffoli, j. 11/03/14.
(MPAM-2015-FMP): A proibição do nepotismo consubstanciada nos precedentes do STF, inclusive na súmula vinculante em apreço, deve levar em observância o assento constitucional dos cargos políticos, os quais não resultam em tese abrangidos pela envergadura daquela vedação, salvo modulações casuísticas demonstráveis para efeito de se verificar nepotismo cruzado ou fraude à legislação. BL: SV 13, STF.
#Atenção: #STF: #DPEPR-2014: #MPAM-2015: #MPGO-2019: #FMP: Com efeito, a doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos Conselheiros dos Tribunais de Contas na categoria de agentes políticos, os quais, como regra, estão fora do alcance da Súmula Vinculante nº 13, salvo nas exceções acima assinaladas, quais sejam, as hipóteses de nepotismo cruzado ou de fraude à lei. STF. Plenário. Rcl 6702 MC-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 4.3.09.
#Atenção: O Professor Marcelo Pilon, em seu artigo “Nepotismo, Nepotismo Cruzado e Transnepotismo”, considera “‘Nepotismo-Cruzado’ a nomeação por parte dos membros do Judiciário, Executivo e Legislativo da União, Estados, Distrito Federal e municípios, de parentes uns dos outros. É a migração de servidores não concursados “dentro de um poder”, por exemplo, na Câmara de Vereadores, o vereador X contrata para atuar em seu gabinete o filho do vereador Y que em contrapartida contrata a esposa do vereador X.”
(MPGO-2013): Em tema de nepotismo, é correto, consoante a jurisprudência dominante do STF, afirmar que o cargo de Secretário Municipal tem natureza essencialmente política, não sendo apanhado pelas normas jurídicas que proíbem a prática de nepotismo. Daí por que é juridicamente acertada a nomeação de irmão do Prefeito para o cargo de Secretário Municipal da Fazenda. BL:SV 13, STF.
(MPDFT-2013): As regras relativas à proibição do nepotismo não são aplicáveis a situações que envolvam cargos de natureza política. BL: SV 13, STF.
(TJSP-2013-VUNESP): A Súmula Vinculante n.º 13 do STF, que proíbe o nepotismo na esfera dos três poderes da República, não alcança os serviços extrajudiciais de notas e de registro, pois estes têm caráter privado e seus titulares não exercem cargo público efetivo nem ocupam cargo público (ADI 2.602-0 do STF) e nada os impede de contratar parentes pelo regime da CLT. BL: SV 13, STF.
(TJMG-2009): Antônio, Prefeito do Município "X", nomeou como Secretário de Saúde João, seu irmão e, por recomendação deste, nomeou seu primo, Tadeu, para exercer o cargo de Superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria. Inconformado, o MP ajuizou ação judicial pretendendo liminarmente o afastamento dos ocupantes dos cargos em comissão. Em se considerando que ambos são cargos comissionados de recrutamento amplo, pergunta-se, segundo entendimento sumulado do STF, qual decisão caberá ao Juiz da causa? Indeferir integralmente a liminar. BL: SV 13, STF.
#Atenção: Consoante entendimento jurisprudencial, a nomeação de Secretário Municipal é Ato Político, razão pela qual não atrai a incidência da Súmula Vinculante 13. Já o Tadeu (primo do Prefeito), é situado no 4º grau de parentesco, escapando, novamente, do referido Enunciado Sumular, que alcança tão somente até o 3º grau.
SÚMULA VINCULANTE 14 
É DIREITO DO DEFENSOR, no interesse do representado, TER ACESSO AMPLO aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, DIGAM RESPEITO ao exercício do DIREITO DE DEFESA. (PGEPE-2009) (PGESP-2009) (MPRO-2010) (DPERS-2011) (PGEPA-2011) (MPMT-2012) (MPRJ-2012) (DPESP-2012) (TRF2-2009/2011/2013) (DPERN-2015) (TRF5-2015) (PCDF-2015) (AGU-2015) (MPT-2015) (PFN-2015) (TJDFT-2014/2016) (TJRS-2016) (MPPR-2016) (PGEMA-2016) (PCPA-2016) (PCPE-2016) (MPF-2005/2008/2017) (DPEAC-2017) (DPERO-2017) (PCAC-2017) (PCMT-2017) (PCMA-2012/2018) (MPBA-2018) (PCPI-2018) (PCSE-2018) (PCES-2011/2013/2019) (TJBA-2019) (TJPA-2019) (PCRN-2009/2021) (MPDFT-2011/2021) (MPRS-2016/2021) (PCMS-2017/2021) (DPEAM-2018/2021) (Cartórios/TJSC-2021) (DPEPR-2012/2022) (PCRJ-2012/2022) (PCBA-2018/2022) (MPGO-2010/2019/2022) (TJMG-2022) (MPPE-2022) (PCRO-2022) (MPSC-2013/2014/2023) (PCSP-2022/2023) (TJRJ-2023) (PCSC-2024)
	OBS: Importante.
Fundamento: arts. XXXIII, LIV e LV, da CF/88; art. 7°, XIII e XIV, do Estatuto da OAB.
Vale ressaltar que, depois de a súmula ter sido editada, houve alteração no inciso XIV do art. 7° do Estatuto da OAB, que agora tem a seguinte redação: 
“Art. 7° São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;”
A súmula vinculante continua válida. Contudo, depois da alteração promovida pela Lei 13.245/16, a interpretação do enunciado deve ser ampliada para abranger qualquer procedimento investigatório realizado por qualquer instituição (e não mais apenas aquele realizado “por órgão com competência de polícia judiciária”, como prevê o seu texto).
#Atenção: #STF: #DOD: O STF entende que não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa. Portanto, mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça. Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. STF. 1ª T. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, j. 17/12/2019 (Info 964).
Confira outros precedentes do STF no mesmo sentido:
O direito assegurado ao indiciado (bem como ao seu defensor) de acesso aos elementos constantes em procedimento investigatório que lhe digam respeito e que já se encontrem documentados nos autos, não abrange, por óbvio, as informações concernentes à decretação e à realização das diligências investigatórias, mormente as que digam respeito a terceiros eventualmente envolvidos. STF. 1ª T. HC 94387 ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/04/10.
Elementos informativos produzidos pela autoridade judiciária reclamada que atestam a ocorrência do pretendido acesso dos advogados constituídos aos documentos dos autos da persecução penal, à exceção das peças que não teriam pertinência alguma com o procedimento penal instaurado em face do reclamante. STF. 2ª T. Rcl-ArR 26983, Rel. Min Celso de Mello, j. 20/12/2019.
#Atenção: #STF: #DOD: #MPPE-2022: #FCC: Processo administrativo disciplinar e súmula vinculante 14 STF: A SV 14 NÃO pode ser aplicada para os casos de sindicância, que objetiva elucidar o cometimento de infrações administrativas. Pela simples leitura da súmula percebe-se que a sindicância não está incluída em seu texto, já que não se trata de procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária. STF. 1ª T. Rcl 10771 AgR/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, j. 4/2/14 (Info 734). 
	(DPEPR-2022-AOCP): Assinale a alternativa correta: De acordo com o STF, é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(PCRJ-2022-CESPE): Assinale a opção correta, acerca de inquérito policial: O investigado deve ter acesso a todos os elementos já documentados nos autos do inquérito policial, ressalvadas as diligências em andamento cuja eficácia dependa do sigilo. BL: SV 14, STF.
(PCRN-2021-FGV): Maria, advogada de João, compareceu à Delegacia de Polícia da Circunscrição XX, e requereu vista do Inquérito Policial nº 123, no qual seu cliente figurava como um dos investigados. O requerimento foi negado pelo delegado de polícia sob o argumento de que a investigação dizia respeito a uma perigosa organização criminosa, o que levou à decretação do sigilo, para que fosse assegurado o êxito das investigações. A decisão está: incorreta, pois deveria ser assegurado o direito de acesso aos elementos já documentados, associados ao direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(PCPA-2021-AOCP): Analise a seguinte situação hipotética: Por intermédio do noticiário televisivo, Fulano soube que estaria sendo investigado por envolvimento em crimes de fraude à licitação na compra de equipamentos para a Prefeitura de Belém/PA. Cautelosamente, decidiu contratar um advogado para acessar os autos de inquérito policial. Munido de competente procuração, seu procurador se dirige à Delegacia de Polícia para ter vista dos autos da investigação e o servidor que o atende nega acesso ao procedimento, por conveniência policial. A atitude do servidor é equivocada, pois é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(TJSC-2019-CESPE): Com relação às características do inquérito policial, assinale a opção correta: Não poderá haver restrição de acesso, com base em sigilo, ao defensor do investigado, que deve ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados no IP, no que diga respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF e art. 7º, XIV da lei 8.906/94.
(DPERS-2018-FCC): Sobre

Mais conteúdos dessa disciplina