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PENSÃO POR MORTE E OS TRAMITES PREVIDENCIÁRIOS Mayara Martina Dos Santos Sa1 Orientador2 RESUMO O estudo apresentado adiante tem como temática a pensão por morte e as complexidades de seus tramites previdenciários, informando a falta de celeridade e os avanços da atualidade. A justificativa do estudo oferece uma oportunidade valiosa para examinar criticamente os processos administrativos e jurídicos envolvidos na obtenção da pensão por morte. O problema de pesquisa do estudo é se dentro dos processos para pensão por morte, há morosidades ou problemas que criem gargalos contra a celeridade. , o objetivo geral de pesquisa é analisar os tramites do instituto da pensão por morte. Já os objetivos especifico são: Apresentar a evolução histórica e legislativa da pensão por morte; analisar o tramite de busca por conceção da pensão por morte; informar as complexidades processuais que criam gargalos no instituto de pensão por morte. Quanto a metodologia, é estudo bibliográfico, dedutivo, básico, qualitativo e quantitativo. Ao final do estudo, compreende-se que o grande volume de pedidos não é acompanhado em eficiência pelo sistema do INSS, porém a informatização e atualizações atuais melhoraram exponencialmente a celeridade e os processos, existindo ainda alta demanda, grande judicialização e uma violação dos prazos requeridos por lei para a concessão do benefício previdenciário. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa desenvolvida é voltada ao estudo do direito em ramo de direito previdenciário, analisando como as questões de previdência afetam os segurados e especialmente seus dependentes em caso de morte. Assim, analisando a seguridade dada para com os dependentes dos segurados. O estudo apresentado em tela tem como temática a pensão por morte e seus tramites previdenciários, analisando como os processos administrativos e judiciais podem apresentar uma série de barreiras e bem como existindo uma clara morosidade em tal modalidade de pensão. A pensão por morte é um benefício previdenciário de grande relevância no sistema jurídico brasileiro, destinado a garantir o sustento de dependentes econômicos de segurados falecidos. É item previdenciário expresso na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 201, IV, que tem destinação aos dependentes (BRASIL, 1988). 1 Discente 2 Docente A pensão por morte representa um dos principais alicerces do sistema previdenciário brasileiro, proporcionando amparo financeiro aos familiares que dependiam economicamente do segurado falecido. Trata-se de um tema intrincado no direito brasileiro, pois envolve múltiplos aspectos legais, cálculos complexos e interpretações jurisprudenciais, além de estar sujeito a alterações legislativas. A pensão por morte desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos financeiros do óbito de um segurado, porém, suas complexidades podem gerar desafios práticos. Em certos casos, a demora na concessão do benefício, as negativas indevidas e os processos judiciais são questões que frequentemente surgem, acarretando dificuldades adicionais para os dependentes já fragilizados pela perda. Adiante, o estudo busca apresentar como a pensão por morte, visto que mesmo sendo um importante mecanismo de previdência social e tendo uma série de facilitações para sua obtenção, os processos administrativos e judiciais necessários em certos casos podem levar a uma morosidade que viola a celeridade e gera uma série de problemas para os dependentes dos segurados. 2. METODOLOGIA O estudo científico apresentado em tela tem como intenção a de desenvolver uma compreensão sobre o instituto da pensão por morte, seus benefícios, complexidades, fontes e como o processo de pensão por morte tem uma série de complexidades e tramites morosos. A justificativa do estudo oferece uma oportunidade valiosa para examinar criticamente os processos administrativos e jurídicos envolvidos na obtenção da pensão por morte, bem como para explorar os desafios enfrentados pelos beneficiários ao acessar seus direitos previdenciários. Assim, analisando a importância deste instituto dentro do campo do Direito Previdenciário, complexidades e implicações sociais que cercam a concessão desse benefício. O problema de pesquisa gira em torno das justificativas do estudo e especialmente visando compreender os processos e complexidades do tramite da pensão por morte, assim, em uma pergunta norteadora de pesquisa deseja-se compreender: Dentro dos processos para pensão por morte, há morosidades ou problemas que criem gargalos contra a celeridade? Para solucionar a problemática apresentada, o objetivo geral de pesquisa é analisar os tramites do instituto da pensão por morte. Já os objetivos especifico são: Apresentar a evolução histórica e legislativa da pensão por morte; analisar o tramite de busca por conceção da pensão por morte; informar as complexidades processuais que criam gargalos no instituto de pensão por morte. Trata-se de uma pesquisa de natureza básica e com objetivos de gerar novos conhecimentos, não aplicáveis em casos específicos inicialmente, a serem analisados em geral e desenvolvidos para aplicação em casos específicos. Assim, sendo pesquisa geral que busca conhecimentos gerais e informações iniciais sobre um tema amplo e complexo (PRODANOV, 2013). O estudo ainda apresenta uma pesquisa exploratória e que tem objetivos de pesquisa o a investigação geral de um tema e compreensão geral de um tópico, assim, os resultados da pesquisa exploratória podem ser utilizados para definir melhor o problema de pesquisa, desenvolver hipóteses ou questões de pesquisa mais focadas e identificar áreas para estudos futuros mais detalhados (PRODANOV, 2013). Quanto ao ponto dos procedimentos técnicos o estudo apresentado é uma pesquisa bibliográfica e documental, utilizando de fontes de informação obras publicadas como artigos, livros, teses e outros itens como documentos jurídicos ou governamentais que estejam relacionados com o tema. Trata-se ainda de uma pesquisa com abordagem de problema por meio de pesquisa qualitativa e quantitativa, qualitativa ao ponto que expõe informações essenciais e constitutivas sobre o tema e uma série de conceitos, enquanto que é quantitativa por apresentar uma série de dados sobre o tema. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em exposição adiante as informações que corroboram o estudo e servem de subsidio para desenvolver a pesquisa e sustentar uma série de informações que tem a intenção de atingir os objetivos geral e específicos propostos e bem como solucionar o problema de pesquisa. 3.1 Evolução histórica e legislativa da pensão por morte no Brasil A pensão por morte é um benefício previdenciário essencial no sistema de seguridade social brasileiro, que visa assegurar proteção econômica aos dependentes do segurado falecido. A análise da evolução histórica e legislativa desse benefício revela não apenas mudanças na legislação, mas também reflexos das transformações sociais, econômicas e demográficas ocorridas ao longo do tempo no Brasil. Compreender a evolução histórica da pensão por morte é uma grande complexidade, uma vez que diversos autores apontam os movimentos iniciais de leis esparsas como a Lei Eloy Chaves (Decreto Lei n. 4.682 de 1923) vez que é uma norma que estabeleceu no direito brasileiro uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP) para trabalhadores ferroviários. Ocorre que tal norma é considerada por alguns doutrinadores como uma forma prototípica do que conhecemos hoje em dia como direito previdenciário e sua modalidade de pensão por morte (CASTRO, 2020). Castro (2020) informa que a Lei Eloy Chaves é inegavelmente o primeiro movimento que buscava seguridade previdenciária em forma de pensão por morte, porém as normas com reais impactos e proteções gerais surgiram apenas com os movimentos das constituições do início e final do século XX.Muito embora as primeiras manifestações de proteção aos dependentes de segurados falecidos no Brasil remontam ao final do século XIX, com a criação das primeiras caixas de aposentadoria e pensões por empresas ferroviárias e marítimas. Em verdade, a pensão por morte enquanto benefício previdenciário sistematizado ganhou destaque com a Constituição de 1934, que estabeleceu a proteção aos dependentes dos segurados do sistema previdenciário nacional (AMADO, 2017). A Constituição Federal de 16 de julho de 1934 foi um grande marco no direito brasileiro por desenvolver diversos direitos que vinham sendo construídos em normas esparsas e especialmente decretos lei. Tal Constituição teve o importante papel em garantir nível constitucional e processos reivindicados popularmente e em especial destacam-se os direitos previdenciários (AMADO, 2017). Já na década de 1960 houve um período significativo no desenvolvimento da pensão por morte no Brasil, com a criação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 1960 consolidou-se a proteção previdenciária e se delineou critérios para a concessão de pensão por morte. Tal legislação estabelecia requisitos rígidos para a concessão, incluindo carência e comprovação da dependência econômica dos beneficiários (BRASIL, 1960). Amado (2017) apresenta que houve uma série de normas diversas entre meados do século XX, porém, das normas desenvolvidas nenhuma teve grande repercussão ou inovação quanto ao direito da pensão por morte, algumas até inovando quanto a quesitos previdenciários gerais, mas sem grandes impactos ou logo alteradas devidos aos processos políticos complexos do período. Com o advento da Constituição de 1988, a pensão por morte adquiriu maior abrangência e equidade, vez que a Carta Magna consagrou princípios como a igualdade entre cônjuges e companheiros como dependentes e a irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários, conferindo maior segurança aos beneficiários. A partir desse momento, com a pensão por morte sendo bem definida em nível constitucional e criadas jurisprudências sobre o instituto, houve uma série de ajustes na legislação infraconstitucional para alinhar-se aos novos preceitos (CASTRO, 2020). No século XXI, a pensão por morte passou por alterações relevantes, a Emenda Constitucional nº 103/2019, conhecida como a Reforma da Previdência, estabeleceu novas regras para o cálculo e a concessão da pensão por morte. Foram ajustados critérios como a base de cálculo e a forma de pagamento, com o intuito de assegurar a sustentabilidade do sistema previdenciário frente ao envelhecimento da população e ao aumento da expectativa de vida (SANTOS, 2020). Na atualidade, a pensão por morte no Brasil também enfrenta desafios, tais como a complexidade das relações familiares contemporâneas, como a coexistência de famílias reconstituídas e uniões não formais, demandando revisões na legislação para abranger efetivamente todos os potenciais beneficiários (COSTANZI, 2019). A evolução histórica e legislativa da pensão por morte no direito previdenciário brasileiro reflete a constante adaptação do sistema de seguridade social às mudanças sociais, demográficas e econômicas. Desde suas origens modestas até as recentes reformas, a pensão por morte se consolidou como um pilar de proteção aos dependentes de segurados falecidos, evidenciando a importância de uma legislação previdenciária atualizada e sensível às necessidades da sociedade. 3.2 Requisitos e condições para concessão A pensão por morte é um dos benefícios previdenciários mais relevantes no contexto do sistema de seguridade social brasileiro. A concessão desse benefício está sujeita a uma série de requisitos e condições, que refletem a complexidade e a importância desse amparo para os cidadãos. De acordo com a Lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, o primeiro requisito essencial para a concessão da pensão por morte é a qualidade de segurado do falecido, isso implica que o segurado deve estar contribuindo regularmente para a Previdência Social ou estar dentro do período de graça, que é um intervalo de tempo em que o segurado pode manter sua qualidade de segurado mesmo sem contribuir. Tal requisito, disposto no artigo 15 da Lei nº 8.213/1991, assegura que o sistema seja utilizado por aqueles que estavam efetivamente participando do sistema previdenciário e devidamente cateterizados como contribuintes (BRASIL, 1991). A ocorrência do óbito é um requisito fundamental, presente no artigo 74 da Lei nº 8.213/1991 e, em sua ausência, não é possível a concessão da pensão por morte. O falecimento pode ser tanto real quanto presumido, como no caso de desaparecimento do segurado. Nesse último caso, é necessário um procedimento legal para declarar a presunção de morte, isso evita abusos e garante que a pensão seja concedida apenas em situações legítimas de falecimento (GOES, 2016). Outro requisito primordial é a existência de dependentes que possam habilitar-se como beneficiários perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como estipulado no artigo 16 da Lei nº 8.213/1991. Dependentes são definidos em lei e podem incluir cônjuge, companheiro ou companheira, filhos menores de idade ou com deficiência, pais, entre outros. Essa definição visa proteger aqueles que tinham vínculo afetivo ou financeiro com o segurado falecido, assegurando que o benefício seja destinado aos mais necessitados (GOES, 2016). A partir de 15 de janeiro de 2015, foram estabelecidos requisitos adicionais para cônjuge, companheiro ou companheira, visando a garantir maior robustez à concessão da pensão por morte. Agora, é necessário comprovar que o óbito ocorreu após a vertente de 18 contribuições mensais e pelo menos dois anos após o início do casamento ou da união estável. Isso visa a evitar situações em que casamentos ou uniões estáveis efêmeras resultem em concessões de pensão por morte, sem uma real vinculação entre os beneficiários e o falecido (GOES, 2016). No entanto, é importante destacar que, na falta dessas comprovações, a pensão por morte não é totalmente negada, em certos casos em que não se cumpram tais requisitos, a pensão terá uma duração de quatro meses, exceto quando o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho, ou ainda se o cônjuge ou companheiro for portador de invalidez ou deficiência. Essas exceções buscam não penalizar situações em que o falecimento do segurado se deu por circunstâncias específicas (GOES, 2016). Assim, a concessão da pensão por morte no direito previdenciário brasileiro está sujeita a uma série de requisitos e condições que visam equilibrar o acesso ao benefício e sua finalidade assistencial. A qualidade de segurado do falecido, a ocorrência do óbito, a existência de dependentes e os requisitos temporais para cônjuge, companheiro ou companheira são elementos que compõem esse complexo arcabouço legal. Essas disposições têm como objetivo não apenas proteger os dependentes, mas também garantir a sustentabilidade e a integridade do sistema previdenciário como um todo 3.3 Procedimentos e documentação A concessão da pensão por morte envolve procedimentos e a apresentação de documentação precisa para garantir o acesso ao benefício, sendo essencial compreender tais aspectos para o correto exercício desse direito. A documentação é um dos pontos principais, vez que comprovam vínculos, permitindo a concessão do benefício aos dependentes do segurado. O procedimento inicial administrativo de requerimento é simplista, porém com grande crivo de documentações e tendo complexidade apenas de comprovação. O processo não demanda obrigatoriamente o acompanhamento de profissional advogado, porém quando existir tal atuação há uma maior especialidade e demandando procuração para o feito. O procedimento para requerera pensão por morte no Brasil inicia-se com a formalização do pedido junto ao INSS. Tal requerimento pode ser realizado em uma das agências da autarquia previdenciária, por meio do portal eletrônico do INSS ou por telefone. No entanto, a forma online tem se tornado cada vez mais comum e facilitada, proporcionando maior comodidade aos requerentes. O procedimento inclui a apresentação de documentos, que variam de acordo com a natureza dos beneficiários e o contexto do segurado falecido. A documentação que sempre aparece como obrigatória é a seguinte: Documentos de identificação dos dependentes, tais como RG e CPF; Certidão de casamento ou união estável, quando for o caso; Certidão de nascimento dos filhos dependentes; Documentos que comprovem a dependência econômica, como comprovantes de residência compartilhada, declaração de imposto de renda etc. Apesar desta lista de documentação ser sempre necessária, em certos casos há a possibilidade de serem necessários ainda mais documentações, tais como itens que comprovem relações especiais de dependência, certidão de óbito especial em caso presumido e com a possibilidade até de necessária judicialização de tais casos. A possibilidade de desenvolver o processo online por meio do portal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permite uma maior celeridade e acompanhamento continuo do processo, porém, mesmo com o desenvolvimento simplificado e considerando toda a documentação correta apresentada, o processo leva uma média de 3 meses para ser concluído (GUILHEM, BRIANCINI, 2016) Como expõem os estudos de Guilhem e Briancini (2016), os processos atuais detém uma média muito menor atualmente em razão da celeridade digital e das possibilidades de criar o processo de forma simples, facilitada e até mesmo tendo auxílio do INSS por meio de telefone, portais online ou presencialmente. Guilhem e Briancini (2016) ainda informam que o processo atual costumeiramente não conta com apoio de advogados. Em mesmo sentido, os estudos de Rocha e Caetano (2008) que apresentavam em seu tempo a existência de uma alta de manda de pensão por morte e falta de celeridade nos processos. Para os autores a falta de modernidade processual era o motivo para a existência de prazos cada vez maiores para a concessão. Na atualidade, até mesmo as notificações de cálculos, erros, falta de documentações e outros itens são digitais e cada vez mais céleres. Os processos internos do INSS também sendo digitais levando a concretização da celeridade atual nos processos de pensão por morte (COSTANZI, 2019). Os ensinamentos de Santos (2020) informam que os procedimentos internos como cálculos, análise de documentação, notificação de erros, contagem de prazos e até mesmo os itens de notificação dos interessados são mais céleres e permitem prazos cada vez menores. O Autor ainda ressalta que o mundo da tecnologia e as formas cada vez mais facilitadas de conseguir documentações Uma síntese do processo que ocorre é uma solicitação dos requerentes que protocolam requerimento ou pedido de ofício da autoridade competente, há uma análise de requisitos e documentações, o processo é aberto oficialmente e ganha um n[úmero de protocolo e chaves de acesso para as partes, a assessoria jurídica do INSS elabora parecer que pode levar a novos pedidos de documentos ou ao prosseguimento ao departamento de cálculo, estando todos os itens corretos há a elaboração do ato de concessão (MIGUELI, 2023). O Ato de concessão dá direito aos benefícios da pensão por morte e bem como apresenta os valores a serem pagos e suas formas, tal ato ainda precisa ser homologado por parte da superintendência regional do INSS, publicado, remetido e ser cadastrado pela diretoria financeira para inclusão na folha de pagamento (MIGUELI, 2023). Os ensinamentos de Santos (2020) informam que na atualidade todos os processos são digitais e permitem uma celeridade que garante que os beneficiários possam iniciar, acompanhar e analisar seus processos a todo momento e sem grandes complicações. O conhecimento sobre tais procedimentos e documentação capacita os cidadãos a exercerem seus direitos de maneira eficaz, fortalecendo a seguridade social e a proteção aos dependentes no contexto da legislação previdenciária vigente. O sistema digital auxilia na celeridade e especialmente garante que haja apoio nos processos de busca por tal benefício previdenciário. 3.4 Revisões e atualizações periódicas As revisões e atualizações periódicas da pensão por morte representam instrumentos cruciais para evitar a perda de poder aquisitivo dos beneficiários ao longo do tempo. Enquanto as revisões são intervenções realizadas para corrigir erros administrativos ou equívocos na concessão inicial do benefício, as atualizações são ajustes automáticos que ocorrem periodicamente com base em índices de inflação e outros indicadores econômicos (MIGUELI, 2023). O principal mecanismo utilizado para atualizar as pensões por morte é o reajuste anual com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a variação do custo de vida da população. Esse índice é amplamente reconhecido por sua capacidade de mensurar as flutuações inflacionárias e, consequentemente, preservar o poder de compra dos benefícios previdenciários (CERQUEIRA, 2021). As revisões, por sua vez, têm a finalidade de corrigir eventuais equívocos na concessão da pensão por morte. Esses equívocos podem advir de erros de cálculo, interpretação inadequada da legislação previdenciária ou omissões documentais. Tais revisões podem ser requeridas tanto pelo beneficiário quanto pelo próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), quando identificadas inconsistências (MIGUELI, 2023). A manutenção da pensão por morte em valores adequados é de suma importância, considerando a função social desse benefício no provimento de sustento aos dependentes do segurado falecido. A correção monetária por meio das atualizações anuais e a possibilidade de revisões garantem que os beneficiários recebam um montante condizente com as condições econômicas vigentes, assegurando um nível mínimo de dignidade e qualidade de vida (CERQUEIRA, 2021). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A base legal da pensão por morte encontra-se na Constituição Federal e na legislação previdenciária, notadamente na Lei nº 8.213/1991. O benefício é direcionado aos dependentes do segurado falecido, definidos na legislação de forma restritiva, incluindo cônjuge, companheiro, filhos menores, filhos inválidos e outros. Para obter a pensão por morte, é necessário comprovar o óbito do segurado e a qualidade de dependente. Além disso, em algumas situações, há exigência de carência, ou seja, um número mínimo de contribuições ao sistema previdenciário. A legislação estabelece prazos para requerer o benefício, buscando evitar fraudes e assegurar que os dependentes não fiquem desamparados. A morosidade na busca da pensão por morte muitas vezes encontra-se associada a atrasos no trâmite administrativo e na análise de documentação. A Lei nº 8.213/1991, conhecida como Lei de Benefícios da Previdência Social, estabelece prazos para a concessão dos benefícios previdenciários, inclusive a pensão por morte. O artigo 74 dessa lei determina que o INSS tem o prazo máximo de 45 dias para analisar os documentos e efetuar o pagamento dos benefícios requeridos. No entanto, é frequente que esse prazo não seja cumprido devido a diversos fatores, o que acaba por prejudicar os beneficiários (SOUZA, 2022). A morosidade pode ser atribuída, em parte, ao volume elevado de processos que o INSS precisa analisar, especialmente considerando as dificuldades administrativas e a falta de pessoal em algumas agências. Além disso, a complexidade dos trâmites burocráticos e a necessidade de verificar a documentação de forma minuciosa também contribuem para a demora noprocesso de concessão da pensão por morte (CERQUEIRA, 2021). Dados coletados pela Defensoria Pública da União (DPU) demonstram a realidade da morosidade no contexto da concessão de benefícios previdenciários. De acordo com o Relatório de Atividades da DPU, em 2020, mais de 40% dos atendimentos realizados pela instituição envolveram demandas relacionadas à Previdência Social, incluindo a busca por pensões por morte. Esse dado evidencia a abrangência do problema e a necessidade de ações para mitigar a morosidade (CERQUEIRA, 2021). A judicialização em certos casos também leva a uma morosidade, vez que a criação de uma lide judicial demanda um alto esforço do departamento jurídico e uma batalha que não pode ser finalizada simplesmente por acordo ou pela via administrativa, levando a perca da celeridade esperada do órgão (ROCHA, CAETANO, 2008). A existência da morosidade no processo de busca da pensão por morte no direito previdenciário brasileiro é uma realidade que impacta significativamente os dependentes dos segurados falecidos. Embora a legislação preveja prazos para a concessão dos benefícios, a complexidade burocrática, o volume de processos e outros fatores têm contribuído para a demora na análise e pagamento das pensões. A conscientização sobre essa questão é fundamental para promover melhorias no sistema previdenciário, garantindo uma resposta mais eficiente e ágil aos requerentes de benefícios previdenciários, incluindo a pensão por morte (CERQUEIRA, 2021). Coutinho e Freitas (2022) focam seus estudos em compreender em como o sistema digital do INSS desenvolveu um enorme valor público, dando extrema celeridade e possibilidades de melhoria dos serviços previdenciários. Em especial, diminuindo as filas, melhorando o contato entre o poder público e o cidadão e ainda mais reduzindo as necessidades de judicialização dos casos como a pensão por morte. Para Coutinho e Freitas (2022) a informatização dos sistemas governamentais é claramente a saída para evitar morosidade e impedir gargalos do sistema, levando a uma maior celeridade e permitindo que seja possível a prestação de serviços de qualidade. O investimento também é essencial como subsidio das ferramentas digitais e da melhoria dos serviços on-line. Diante destas informações apresentadas é certo que o gargalo da pensão por morte está, atualmente, no grande volume de pedidos a serem processados. Muito embora a informatização tenha reduzido tal questão, ainda há uma complexidade no atendimento e uma falta de pessoal para dar a perfeição ao sistema do INSS. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pensão por morte é um tema complexo e multifacetado no direito brasileiro, refletindo a interseção entre os aspectos jurídicos, sociais e econômicos. A compreensão aprofundada de seus fundamentos legais, requisitos de concessão, cálculos e implicações é crucial para garantir que os dependentes recebam o amparo adequado e para promover um debate informado sobre eventuais reformas previdenciárias. A contínua evolução desse benefício exigirá uma análise constante das mudanças legislativas e suas repercussões na sociedade e no sistema previdenciário como um todo. A pensão por morte desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos financeiros do óbito de um segurado. Contudo, suas complexidades podem gerar desafios práticos. A demora na concessão do benefício, as negativas indevidas e os processos judiciais são questões que frequentemente surgem, acarretando dificuldades adicionais para os dependentes já fragilizados pela perda. A informatização parece ser o poder que melhor retira gargalos e tendo a informatização dos últimos 5 anos demonstrado como a criação de canais digitais contribui para a concretização da celeridade. Assim, é evidente que ainda existe uma morosidade, visto que não se respeita o prazo de 45 para análise dos pedidos e tendo uma média de 90 dias para a concessão dos benéficos de pensão por morte. A eficácia representa um pilar essencial para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na qualidade de entidade encarregada da gestão da previdência social no Brasil. Nessa qualidade de entidade pública, desempenha o papel fundamental de garantir que os beneficiários e seus dependentes tenham acesso aos benefícios previdenciários de maneira célere, imparcial e transparente. Esse compromisso baseia-se em disposições de um artigo que aborda a demora na concessão por parte do INSS, discutindo a morosidade no cumprimento efetivo das disposições administrativas, o que contradiz o princípio de um processo com duração razoável conforme delineado na Constituição Federal. Isso também impede que os indivíduos em situação financeira frágil recebam prontamente o que lhes é devido. É inadmissível que a agência, indo de encontro à lei, comprometa a velocidade do processo e adie a resposta a requerimentos simples. É incontestável que a falta de cumprimento de diligências ou ações úteis prejudica injustamente o beneficiário. Conforme estabelecido na Lei 9.784/99, que normatiza o processo administrativo no âmbito do governo federal, a entidade demandada dispõe de um prazo de 30 dias para tomar uma decisão, exceto se houver uma justificativa explícita para uma prorrogação do mesmo período. Essa justificativa deve ser clara, precisa e compatível, de acordo com os termos do artigo 50, parágrafo 1º, da mesma legislação. A interpretação das regras previdenciárias, incluindo a pensão por morte, frequentemente gera controvérsias. O Poder Judiciário desempenha um papel crucial na definição de precedentes, que podem moldar a aplicação prática do benefício. A busca por um equilíbrio entre a proteção social e a sustentabilidade do sistema previdenciário continuará a ser um desafio, especialmente diante de contextos demográficos e econômicos em transformação. A lentidão burocrática que permeia a Administração da Previdência Social constitui um desafio que impacta diretamente a vida dos segurados, com especial ênfase naqueles que se encontram incapacitados para o trabalho, dependendo dos benefícios previdenciários para garantir não apenas sua subsistência, mas também a dignidade protegida pela Constituição. Aqueles que buscam a aposentadoria por incapacidade permanente enfrentam uma série de obstáculos que obstruem seu acesso aos direitos previdenciários, prejudicando significativamente sua qualidade de vida. Entre esses entraves proeminentes, incluem-se a excessiva exigência documental, os atrasos no trâmite dos requerimentos, a escassez de orientações claras e precisas quanto aos procedimentos, dentre outros. Para abordar essa problemática, é imprescindível considerar medidas que possam otimizar a eficiência e rapidez no processamento dos benefícios. Entre as soluções viáveis, destaca-se a modernização dos sistemas informatizados, a simplificação das normas e procedimentos, o investimento na capacitação e retenção dos profissionais da Previdência Social, além de outras iniciativas relevantes. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário / Frederico Amado - 9. ed. rev., ampl. e atuai. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2017. BRASIL. 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