Buscar

Prévia do material em texto

PENSÃO POR MORTE E OS TRAMITES PREVIDENCIÁRIOS 
 
Mayara Martina Dos Santos Sa1 
Orientador2 
 
RESUMO 
O estudo apresentado adiante tem como temática a pensão por morte e as complexidades de seus tramites 
previdenciários, informando a falta de celeridade e os avanços da atualidade. A justificativa do estudo 
oferece uma oportunidade valiosa para examinar criticamente os processos administrativos e jurídicos 
envolvidos na obtenção da pensão por morte. O problema de pesquisa do estudo é se dentro dos processos 
para pensão por morte, há morosidades ou problemas que criem gargalos contra a celeridade. , o objetivo 
geral de pesquisa é analisar os tramites do instituto da pensão por morte. Já os objetivos especifico são: 
Apresentar a evolução histórica e legislativa da pensão por morte; analisar o tramite de busca por conceção 
da pensão por morte; informar as complexidades processuais que criam gargalos no instituto de pensão 
por morte. Quanto a metodologia, é estudo bibliográfico, dedutivo, básico, qualitativo e quantitativo. Ao final 
do estudo, compreende-se que o grande volume de pedidos não é acompanhado em eficiência pelo 
sistema do INSS, porém a informatização e atualizações atuais melhoraram exponencialmente a celeridade 
e os processos, existindo ainda alta demanda, grande judicialização e uma violação dos prazos requeridos 
por lei para a concessão do benefício previdenciário. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A pesquisa desenvolvida é voltada ao estudo do direito em ramo de direito 
previdenciário, analisando como as questões de previdência afetam os segurados e 
especialmente seus dependentes em caso de morte. Assim, analisando a seguridade 
dada para com os dependentes dos segurados. 
O estudo apresentado em tela tem como temática a pensão por morte e seus 
tramites previdenciários, analisando como os processos administrativos e judiciais podem 
apresentar uma série de barreiras e bem como existindo uma clara morosidade em tal 
modalidade de pensão. 
A pensão por morte é um benefício previdenciário de grande relevância no sistema 
jurídico brasileiro, destinado a garantir o sustento de dependentes econômicos de 
segurados falecidos. É item previdenciário expresso na Constituição Federal de 1988 em 
seu artigo 201, IV, que tem destinação aos dependentes (BRASIL, 1988). 
 
1 Discente 
2 Docente 
A pensão por morte representa um dos principais alicerces do sistema 
previdenciário brasileiro, proporcionando amparo financeiro aos familiares que 
dependiam economicamente do segurado falecido. Trata-se de um tema intrincado no 
direito brasileiro, pois envolve múltiplos aspectos legais, cálculos complexos e 
interpretações jurisprudenciais, além de estar sujeito a alterações legislativas. 
A pensão por morte desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos 
financeiros do óbito de um segurado, porém, suas complexidades podem gerar desafios 
práticos. Em certos casos, a demora na concessão do benefício, as negativas indevidas 
e os processos judiciais são questões que frequentemente surgem, acarretando 
dificuldades adicionais para os dependentes já fragilizados pela perda. 
Adiante, o estudo busca apresentar como a pensão por morte, visto que mesmo 
sendo um importante mecanismo de previdência social e tendo uma série de facilitações 
para sua obtenção, os processos administrativos e judiciais necessários em certos casos 
podem levar a uma morosidade que viola a celeridade e gera uma série de problemas 
para os dependentes dos segurados. 
 
 
2. METODOLOGIA 
 
O estudo científico apresentado em tela tem como intenção a de desenvolver uma 
compreensão sobre o instituto da pensão por morte, seus benefícios, complexidades, 
fontes e como o processo de pensão por morte tem uma série de complexidades e 
tramites morosos. 
A justificativa do estudo oferece uma oportunidade valiosa para examinar 
criticamente os processos administrativos e jurídicos envolvidos na obtenção da pensão 
por morte, bem como para explorar os desafios enfrentados pelos beneficiários ao 
acessar seus direitos previdenciários. Assim, analisando a importância deste instituto 
dentro do campo do Direito Previdenciário, complexidades e implicações sociais que 
cercam a concessão desse benefício. 
O problema de pesquisa gira em torno das justificativas do estudo e especialmente 
visando compreender os processos e complexidades do tramite da pensão por morte, 
assim, em uma pergunta norteadora de pesquisa deseja-se compreender: Dentro dos 
processos para pensão por morte, há morosidades ou problemas que criem gargalos 
contra a celeridade? 
Para solucionar a problemática apresentada, o objetivo geral de pesquisa é 
analisar os tramites do instituto da pensão por morte. Já os objetivos especifico são: 
Apresentar a evolução histórica e legislativa da pensão por morte; analisar o tramite de 
busca por conceção da pensão por morte; informar as complexidades processuais que 
criam gargalos no instituto de pensão por morte. 
Trata-se de uma pesquisa de natureza básica e com objetivos de gerar novos 
conhecimentos, não aplicáveis em casos específicos inicialmente, a serem analisados 
em geral e desenvolvidos para aplicação em casos específicos. Assim, sendo pesquisa 
geral que busca conhecimentos gerais e informações iniciais sobre um tema amplo e 
complexo (PRODANOV, 2013). 
O estudo ainda apresenta uma pesquisa exploratória e que tem objetivos de 
pesquisa o a investigação geral de um tema e compreensão geral de um tópico, assim, 
os resultados da pesquisa exploratória podem ser utilizados para definir melhor o 
problema de pesquisa, desenvolver hipóteses ou questões de pesquisa mais focadas e 
identificar áreas para estudos futuros mais detalhados (PRODANOV, 2013). 
Quanto ao ponto dos procedimentos técnicos o estudo apresentado é uma 
pesquisa bibliográfica e documental, utilizando de fontes de informação obras publicadas 
como artigos, livros, teses e outros itens como documentos jurídicos ou governamentais 
que estejam relacionados com o tema. 
Trata-se ainda de uma pesquisa com abordagem de problema por meio de 
pesquisa qualitativa e quantitativa, qualitativa ao ponto que expõe informações essenciais 
e constitutivas sobre o tema e uma série de conceitos, enquanto que é quantitativa por 
apresentar uma série de dados sobre o tema. 
 
 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Em exposição adiante as informações que corroboram o estudo e servem de 
subsidio para desenvolver a pesquisa e sustentar uma série de informações que tem a 
intenção de atingir os objetivos geral e específicos propostos e bem como solucionar o 
problema de pesquisa. 
 
 
3.1 Evolução histórica e legislativa da pensão por morte no Brasil 
A pensão por morte é um benefício previdenciário essencial no sistema de 
seguridade social brasileiro, que visa assegurar proteção econômica aos dependentes 
do segurado falecido. A análise da evolução histórica e legislativa desse benefício revela 
não apenas mudanças na legislação, mas também reflexos das transformações sociais, 
econômicas e demográficas ocorridas ao longo do tempo no Brasil. 
Compreender a evolução histórica da pensão por morte é uma grande 
complexidade, uma vez que diversos autores apontam os movimentos iniciais de leis 
esparsas como a Lei Eloy Chaves (Decreto Lei n. 4.682 de 1923) vez que é uma norma 
que estabeleceu no direito brasileiro uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP) para 
trabalhadores ferroviários. Ocorre que tal norma é considerada por alguns doutrinadores 
como uma forma prototípica do que conhecemos hoje em dia como direito previdenciário 
e sua modalidade de pensão por morte (CASTRO, 2020). 
Castro (2020) informa que a Lei Eloy Chaves é inegavelmente o primeiro 
movimento que buscava seguridade previdenciária em forma de pensão por morte, 
porém as normas com reais impactos e proteções gerais surgiram apenas com os 
movimentos das constituições do início e final do século XX.Muito embora as primeiras manifestações de proteção aos dependentes de 
segurados falecidos no Brasil remontam ao final do século XIX, com a criação das 
primeiras caixas de aposentadoria e pensões por empresas ferroviárias e marítimas. Em 
verdade, a pensão por morte enquanto benefício previdenciário sistematizado ganhou 
destaque com a Constituição de 1934, que estabeleceu a proteção aos dependentes dos 
segurados do sistema previdenciário nacional (AMADO, 2017). 
A Constituição Federal de 16 de julho de 1934 foi um grande marco no direito 
brasileiro por desenvolver diversos direitos que vinham sendo construídos em normas 
esparsas e especialmente decretos lei. Tal Constituição teve o importante papel em 
garantir nível constitucional e processos reivindicados popularmente e em especial 
destacam-se os direitos previdenciários (AMADO, 2017). 
Já na década de 1960 houve um período significativo no desenvolvimento da 
pensão por morte no Brasil, com a criação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) 
de 1960 consolidou-se a proteção previdenciária e se delineou critérios para a concessão 
de pensão por morte. Tal legislação estabelecia requisitos rígidos para a concessão, 
incluindo carência e comprovação da dependência econômica dos beneficiários 
(BRASIL, 1960). 
Amado (2017) apresenta que houve uma série de normas diversas entre meados 
do século XX, porém, das normas desenvolvidas nenhuma teve grande repercussão ou 
inovação quanto ao direito da pensão por morte, algumas até inovando quanto a quesitos 
previdenciários gerais, mas sem grandes impactos ou logo alteradas devidos aos 
processos políticos complexos do período. 
Com o advento da Constituição de 1988, a pensão por morte adquiriu maior 
abrangência e equidade, vez que a Carta Magna consagrou princípios como a igualdade 
entre cônjuges e companheiros como dependentes e a irredutibilidade do valor dos 
benefícios previdenciários, conferindo maior segurança aos beneficiários. A partir desse 
momento, com a pensão por morte sendo bem definida em nível constitucional e criadas 
jurisprudências sobre o instituto, houve uma série de ajustes na legislação 
infraconstitucional para alinhar-se aos novos preceitos (CASTRO, 2020). 
No século XXI, a pensão por morte passou por alterações relevantes, a Emenda 
Constitucional nº 103/2019, conhecida como a Reforma da Previdência, estabeleceu 
novas regras para o cálculo e a concessão da pensão por morte. Foram ajustados 
critérios como a base de cálculo e a forma de pagamento, com o intuito de assegurar a 
sustentabilidade do sistema previdenciário frente ao envelhecimento da população e ao 
aumento da expectativa de vida (SANTOS, 2020). 
Na atualidade, a pensão por morte no Brasil também enfrenta desafios, tais como 
a complexidade das relações familiares contemporâneas, como a coexistência de 
famílias reconstituídas e uniões não formais, demandando revisões na legislação para 
abranger efetivamente todos os potenciais beneficiários (COSTANZI, 2019). 
A evolução histórica e legislativa da pensão por morte no direito previdenciário 
brasileiro reflete a constante adaptação do sistema de seguridade social às mudanças 
sociais, demográficas e econômicas. Desde suas origens modestas até as recentes 
reformas, a pensão por morte se consolidou como um pilar de proteção aos dependentes 
de segurados falecidos, evidenciando a importância de uma legislação previdenciária 
atualizada e sensível às necessidades da sociedade. 
 
3.2 Requisitos e condições para concessão 
A pensão por morte é um dos benefícios previdenciários mais relevantes no 
contexto do sistema de seguridade social brasileiro. A concessão desse benefício está 
sujeita a uma série de requisitos e condições, que refletem a complexidade e a 
importância desse amparo para os cidadãos. 
De acordo com a Lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência Social, o primeiro requisito essencial para a concessão da pensão por morte 
é a qualidade de segurado do falecido, isso implica que o segurado deve estar 
contribuindo regularmente para a Previdência Social ou estar dentro do período de graça, 
que é um intervalo de tempo em que o segurado pode manter sua qualidade de segurado 
mesmo sem contribuir. Tal requisito, disposto no artigo 15 da Lei nº 8.213/1991, assegura 
que o sistema seja utilizado por aqueles que estavam efetivamente participando do 
sistema previdenciário e devidamente cateterizados como contribuintes (BRASIL, 1991). 
A ocorrência do óbito é um requisito fundamental, presente no artigo 74 da Lei nº 
8.213/1991 e, em sua ausência, não é possível a concessão da pensão por morte. O 
falecimento pode ser tanto real quanto presumido, como no caso de desaparecimento do 
segurado. Nesse último caso, é necessário um procedimento legal para declarar a 
presunção de morte, isso evita abusos e garante que a pensão seja concedida apenas 
em situações legítimas de falecimento (GOES, 2016). 
Outro requisito primordial é a existência de dependentes que possam habilitar-se 
como beneficiários perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como estipulado 
no artigo 16 da Lei nº 8.213/1991. Dependentes são definidos em lei e podem incluir 
cônjuge, companheiro ou companheira, filhos menores de idade ou com deficiência, pais, 
entre outros. Essa definição visa proteger aqueles que tinham vínculo afetivo ou 
financeiro com o segurado falecido, assegurando que o benefício seja destinado aos mais 
necessitados (GOES, 2016). 
A partir de 15 de janeiro de 2015, foram estabelecidos requisitos adicionais para 
cônjuge, companheiro ou companheira, visando a garantir maior robustez à concessão 
da pensão por morte. Agora, é necessário comprovar que o óbito ocorreu após a vertente 
de 18 contribuições mensais e pelo menos dois anos após o início do casamento ou da 
união estável. Isso visa a evitar situações em que casamentos ou uniões estáveis 
efêmeras resultem em concessões de pensão por morte, sem uma real vinculação entre 
os beneficiários e o falecido (GOES, 2016). 
No entanto, é importante destacar que, na falta dessas comprovações, a pensão 
por morte não é totalmente negada, em certos casos em que não se cumpram tais 
requisitos, a pensão terá uma duração de quatro meses, exceto quando o óbito decorrer 
de acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho, ou ainda se o 
cônjuge ou companheiro for portador de invalidez ou deficiência. Essas exceções buscam 
não penalizar situações em que o falecimento do segurado se deu por circunstâncias 
específicas (GOES, 2016). 
Assim, a concessão da pensão por morte no direito previdenciário brasileiro está 
sujeita a uma série de requisitos e condições que visam equilibrar o acesso ao benefício 
e sua finalidade assistencial. A qualidade de segurado do falecido, a ocorrência do óbito, 
a existência de dependentes e os requisitos temporais para cônjuge, companheiro ou 
companheira são elementos que compõem esse complexo arcabouço legal. Essas 
disposições têm como objetivo não apenas proteger os dependentes, mas também 
garantir a sustentabilidade e a integridade do sistema previdenciário como um todo 
 
3.3 Procedimentos e documentação 
A concessão da pensão por morte envolve procedimentos e a apresentação de 
documentação precisa para garantir o acesso ao benefício, sendo essencial 
compreender tais aspectos para o correto exercício desse direito. A documentação é um 
dos pontos principais, vez que comprovam vínculos, permitindo a concessão do benefício 
aos dependentes do segurado. 
O procedimento inicial administrativo de requerimento é simplista, porém com 
grande crivo de documentações e tendo complexidade apenas de comprovação. O 
processo não demanda obrigatoriamente o acompanhamento de profissional advogado, 
porém quando existir tal atuação há uma maior especialidade e demandando procuração 
para o feito. 
O procedimento para requerera pensão por morte no Brasil inicia-se com a 
formalização do pedido junto ao INSS. Tal requerimento pode ser realizado em uma das 
agências da autarquia previdenciária, por meio do portal eletrônico do INSS ou por 
telefone. No entanto, a forma online tem se tornado cada vez mais comum e facilitada, 
proporcionando maior comodidade aos requerentes. O procedimento inclui a 
apresentação de documentos, que variam de acordo com a natureza dos beneficiários e 
o contexto do segurado falecido. 
A documentação que sempre aparece como obrigatória é a seguinte: Documentos 
de identificação dos dependentes, tais como RG e CPF; Certidão de casamento ou união 
estável, quando for o caso; Certidão de nascimento dos filhos dependentes; Documentos 
que comprovem a dependência econômica, como comprovantes de residência 
compartilhada, declaração de imposto de renda etc. 
Apesar desta lista de documentação ser sempre necessária, em certos casos há 
a possibilidade de serem necessários ainda mais documentações, tais como itens que 
comprovem relações especiais de dependência, certidão de óbito especial em caso 
presumido e com a possibilidade até de necessária judicialização de tais casos. 
A possibilidade de desenvolver o processo online por meio do portal do Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS) permite uma maior celeridade e acompanhamento 
continuo do processo, porém, mesmo com o desenvolvimento simplificado e 
considerando toda a documentação correta apresentada, o processo leva uma média de 
3 meses para ser concluído (GUILHEM, BRIANCINI, 2016) 
Como expõem os estudos de Guilhem e Briancini (2016), os processos atuais 
detém uma média muito menor atualmente em razão da celeridade digital e das 
possibilidades de criar o processo de forma simples, facilitada e até mesmo tendo auxílio 
do INSS por meio de telefone, portais online ou presencialmente. Guilhem e Briancini 
(2016) ainda informam que o processo atual costumeiramente não conta com apoio de 
advogados. 
Em mesmo sentido, os estudos de Rocha e Caetano (2008) que apresentavam em 
seu tempo a existência de uma alta de manda de pensão por morte e falta de celeridade 
nos processos. Para os autores a falta de modernidade processual era o motivo para a 
existência de prazos cada vez maiores para a concessão. 
Na atualidade, até mesmo as notificações de cálculos, erros, falta de 
documentações e outros itens são digitais e cada vez mais céleres. Os processos 
internos do INSS também sendo digitais levando a concretização da celeridade atual nos 
processos de pensão por morte (COSTANZI, 2019). 
Os ensinamentos de Santos (2020) informam que os procedimentos internos como 
cálculos, análise de documentação, notificação de erros, contagem de prazos e até 
mesmo os itens de notificação dos interessados são mais céleres e permitem prazos 
cada vez menores. O Autor ainda ressalta que o mundo da tecnologia e as formas cada 
vez mais facilitadas de conseguir documentações 
Uma síntese do processo que ocorre é uma solicitação dos requerentes que 
protocolam requerimento ou pedido de ofício da autoridade competente, há uma análise 
de requisitos e documentações, o processo é aberto oficialmente e ganha um n[úmero 
de protocolo e chaves de acesso para as partes, a assessoria jurídica do INSS elabora 
parecer que pode levar a novos pedidos de documentos ou ao prosseguimento ao 
departamento de cálculo, estando todos os itens corretos há a elaboração do ato de 
concessão (MIGUELI, 2023). 
O Ato de concessão dá direito aos benefícios da pensão por morte e bem como 
apresenta os valores a serem pagos e suas formas, tal ato ainda precisa ser homologado 
por parte da superintendência regional do INSS, publicado, remetido e ser cadastrado 
pela diretoria financeira para inclusão na folha de pagamento (MIGUELI, 2023). 
Os ensinamentos de Santos (2020) informam que na atualidade todos os 
processos são digitais e permitem uma celeridade que garante que os beneficiários 
possam iniciar, acompanhar e analisar seus processos a todo momento e sem grandes 
complicações. 
O conhecimento sobre tais procedimentos e documentação capacita os cidadãos 
a exercerem seus direitos de maneira eficaz, fortalecendo a seguridade social e a 
proteção aos dependentes no contexto da legislação previdenciária vigente. O sistema 
digital auxilia na celeridade e especialmente garante que haja apoio nos processos de 
busca por tal benefício previdenciário. 
 
3.4 Revisões e atualizações periódicas 
As revisões e atualizações periódicas da pensão por morte representam 
instrumentos cruciais para evitar a perda de poder aquisitivo dos beneficiários ao longo 
do tempo. Enquanto as revisões são intervenções realizadas para corrigir erros 
administrativos ou equívocos na concessão inicial do benefício, as atualizações são 
ajustes automáticos que ocorrem periodicamente com base em índices de inflação e 
outros indicadores econômicos (MIGUELI, 2023). 
O principal mecanismo utilizado para atualizar as pensões por morte é o reajuste 
anual com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a 
variação do custo de vida da população. Esse índice é amplamente reconhecido por sua 
capacidade de mensurar as flutuações inflacionárias e, consequentemente, preservar o 
poder de compra dos benefícios previdenciários (CERQUEIRA, 2021). 
As revisões, por sua vez, têm a finalidade de corrigir eventuais equívocos na 
concessão da pensão por morte. Esses equívocos podem advir de erros de cálculo, 
interpretação inadequada da legislação previdenciária ou omissões documentais. Tais 
revisões podem ser requeridas tanto pelo beneficiário quanto pelo próprio Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS), quando identificadas inconsistências (MIGUELI, 
2023). 
A manutenção da pensão por morte em valores adequados é de suma importância, 
considerando a função social desse benefício no provimento de sustento aos 
dependentes do segurado falecido. A correção monetária por meio das atualizações 
anuais e a possibilidade de revisões garantem que os beneficiários recebam um 
montante condizente com as condições econômicas vigentes, assegurando um nível 
mínimo de dignidade e qualidade de vida (CERQUEIRA, 2021). 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
A base legal da pensão por morte encontra-se na Constituição Federal e na 
legislação previdenciária, notadamente na Lei nº 8.213/1991. O benefício é direcionado 
aos dependentes do segurado falecido, definidos na legislação de forma restritiva, 
incluindo cônjuge, companheiro, filhos menores, filhos inválidos e outros. 
Para obter a pensão por morte, é necessário comprovar o óbito do segurado e a 
qualidade de dependente. Além disso, em algumas situações, há exigência de carência, 
ou seja, um número mínimo de contribuições ao sistema previdenciário. A legislação 
estabelece prazos para requerer o benefício, buscando evitar fraudes e assegurar que 
os dependentes não fiquem desamparados. 
A morosidade na busca da pensão por morte muitas vezes encontra-se associada 
a atrasos no trâmite administrativo e na análise de documentação. A Lei nº 8.213/1991, 
conhecida como Lei de Benefícios da Previdência Social, estabelece prazos para a 
concessão dos benefícios previdenciários, inclusive a pensão por morte. O artigo 74 
dessa lei determina que o INSS tem o prazo máximo de 45 dias para analisar os 
documentos e efetuar o pagamento dos benefícios requeridos. No entanto, é frequente 
que esse prazo não seja cumprido devido a diversos fatores, o que acaba por prejudicar 
os beneficiários (SOUZA, 2022). 
A morosidade pode ser atribuída, em parte, ao volume elevado de processos que 
o INSS precisa analisar, especialmente considerando as dificuldades administrativas e a 
falta de pessoal em algumas agências. Além disso, a complexidade dos trâmites 
burocráticos e a necessidade de verificar a documentação de forma minuciosa também 
contribuem para a demora noprocesso de concessão da pensão por morte 
(CERQUEIRA, 2021). 
Dados coletados pela Defensoria Pública da União (DPU) demonstram a realidade 
da morosidade no contexto da concessão de benefícios previdenciários. De acordo com 
o Relatório de Atividades da DPU, em 2020, mais de 40% dos atendimentos realizados 
pela instituição envolveram demandas relacionadas à Previdência Social, incluindo a 
busca por pensões por morte. Esse dado evidencia a abrangência do problema e a 
necessidade de ações para mitigar a morosidade (CERQUEIRA, 2021). 
A judicialização em certos casos também leva a uma morosidade, vez que a 
criação de uma lide judicial demanda um alto esforço do departamento jurídico e uma 
batalha que não pode ser finalizada simplesmente por acordo ou pela via administrativa, 
levando a perca da celeridade esperada do órgão (ROCHA, CAETANO, 2008). 
A existência da morosidade no processo de busca da pensão por morte no direito 
previdenciário brasileiro é uma realidade que impacta significativamente os dependentes 
dos segurados falecidos. Embora a legislação preveja prazos para a concessão dos 
benefícios, a complexidade burocrática, o volume de processos e outros fatores têm 
contribuído para a demora na análise e pagamento das pensões. A conscientização 
sobre essa questão é fundamental para promover melhorias no sistema previdenciário, 
garantindo uma resposta mais eficiente e ágil aos requerentes de benefícios 
previdenciários, incluindo a pensão por morte (CERQUEIRA, 2021). 
Coutinho e Freitas (2022) focam seus estudos em compreender em como o 
sistema digital do INSS desenvolveu um enorme valor público, dando extrema celeridade 
e possibilidades de melhoria dos serviços previdenciários. Em especial, diminuindo as 
filas, melhorando o contato entre o poder público e o cidadão e ainda mais reduzindo as 
necessidades de judicialização dos casos como a pensão por morte. 
Para Coutinho e Freitas (2022) a informatização dos sistemas governamentais é 
claramente a saída para evitar morosidade e impedir gargalos do sistema, levando a uma 
maior celeridade e permitindo que seja possível a prestação de serviços de qualidade. O 
investimento também é essencial como subsidio das ferramentas digitais e da melhoria 
dos serviços on-line. 
Diante destas informações apresentadas é certo que o gargalo da pensão por 
morte está, atualmente, no grande volume de pedidos a serem processados. Muito 
embora a informatização tenha reduzido tal questão, ainda há uma complexidade no 
atendimento e uma falta de pessoal para dar a perfeição ao sistema do INSS. 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A pensão por morte é um tema complexo e multifacetado no direito brasileiro, 
refletindo a interseção entre os aspectos jurídicos, sociais e econômicos. A compreensão 
aprofundada de seus fundamentos legais, requisitos de concessão, cálculos e 
implicações é crucial para garantir que os dependentes recebam o amparo adequado e 
para promover um debate informado sobre eventuais reformas previdenciárias. A 
contínua evolução desse benefício exigirá uma análise constante das mudanças 
legislativas e suas repercussões na sociedade e no sistema previdenciário como um todo. 
A pensão por morte desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos 
financeiros do óbito de um segurado. Contudo, suas complexidades podem gerar 
desafios práticos. A demora na concessão do benefício, as negativas indevidas e os 
processos judiciais são questões que frequentemente surgem, acarretando dificuldades 
adicionais para os dependentes já fragilizados pela perda. 
A informatização parece ser o poder que melhor retira gargalos e tendo a 
informatização dos últimos 5 anos demonstrado como a criação de canais digitais 
contribui para a concretização da celeridade. Assim, é evidente que ainda existe uma 
morosidade, visto que não se respeita o prazo de 45 para análise dos pedidos e tendo 
uma média de 90 dias para a concessão dos benéficos de pensão por morte. 
A eficácia representa um pilar essencial para o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS) na qualidade de entidade encarregada da gestão da previdência social no Brasil. 
Nessa qualidade de entidade pública, desempenha o papel fundamental de garantir que 
os beneficiários e seus dependentes tenham acesso aos benefícios previdenciários de 
maneira célere, imparcial e transparente. Esse compromisso baseia-se em disposições 
de um artigo que aborda a demora na concessão por parte do INSS, discutindo a 
morosidade no cumprimento efetivo das disposições administrativas, o que contradiz o 
princípio de um processo com duração razoável conforme delineado na Constituição 
Federal. Isso também impede que os indivíduos em situação financeira frágil recebam 
prontamente o que lhes é devido. 
É inadmissível que a agência, indo de encontro à lei, comprometa a velocidade do 
processo e adie a resposta a requerimentos simples. É incontestável que a falta de 
cumprimento de diligências ou ações úteis prejudica injustamente o beneficiário. 
Conforme estabelecido na Lei 9.784/99, que normatiza o processo administrativo no 
âmbito do governo federal, a entidade demandada dispõe de um prazo de 30 dias para 
tomar uma decisão, exceto se houver uma justificativa explícita para uma prorrogação do 
mesmo período. Essa justificativa deve ser clara, precisa e compatível, de acordo com 
os termos do artigo 50, parágrafo 1º, da mesma legislação. 
A interpretação das regras previdenciárias, incluindo a pensão por morte, 
frequentemente gera controvérsias. O Poder Judiciário desempenha um papel crucial na 
definição de precedentes, que podem moldar a aplicação prática do benefício. A busca 
por um equilíbrio entre a proteção social e a sustentabilidade do sistema previdenciário 
continuará a ser um desafio, especialmente diante de contextos demográficos e 
econômicos em transformação. 
A lentidão burocrática que permeia a Administração da Previdência Social constitui 
um desafio que impacta diretamente a vida dos segurados, com especial ênfase naqueles 
que se encontram incapacitados para o trabalho, dependendo dos benefícios 
previdenciários para garantir não apenas sua subsistência, mas também a dignidade 
protegida pela Constituição. 
Aqueles que buscam a aposentadoria por incapacidade permanente enfrentam 
uma série de obstáculos que obstruem seu acesso aos direitos previdenciários, 
prejudicando significativamente sua qualidade de vida. Entre esses entraves 
proeminentes, incluem-se a excessiva exigência documental, os atrasos no trâmite dos 
requerimentos, a escassez de orientações claras e precisas quanto aos procedimentos, 
dentre outros. 
Para abordar essa problemática, é imprescindível considerar medidas que possam 
otimizar a eficiência e rapidez no processamento dos benefícios. Entre as soluções 
viáveis, destaca-se a modernização dos sistemas informatizados, a simplificação das 
normas e procedimentos, o investimento na capacitação e retenção dos profissionais da 
Previdência Social, além de outras iniciativas relevantes. 
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário / Frederico Amado - 9. 
ed. rev., ampl. e atuai. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2017. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Dispõe sobre a 
instituição do Estado Democrático de Direito, direito e deveres dos cidadãos e outras 
normas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1988. Disponível 
em:http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso 
em 28 Jun 2023. 
 
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 13.135 de 17 de junho de 2015. Discorre 
sobre alterações em leis previdenciárias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2015. 
Disponível em:http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13135.htm. Acesso em 28 Jun 2023. 
 
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre 
os Planosde Benefícios. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1991. Disponível 
em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em 28 Jun 2023. 
 
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de Manual de Direito Previdenciário / Carlos Alberto 
Pereira de Castro, João Batista Lazzari. – 23. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
CERQUEIRA, Deisiane Pereira Costa. O Sistema De Agendamento Eletrônico Do 
Inss. Clube de Autores, 2021. 
 
COSTANZI, Rogério Nagamine. Tendências Internacionais das Pensões por Morte. 
Informações Fipe, v. 467, p. 12-17, 2019. 
 
COUTINHO, Eduardo Dias; FREITAS, Angilberto Sabino. O Valor Público Construído 
por meio da Plataforma Digital Meu INSS. Revista FSA, v. 19, n. 12, 2022. 
 
GOES, Hugo Medeiros de, 1968. - Manual de direito previdenciário: teoria e questões 
I Hugo Goes. - 11. ed.- Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2016 
 
GUILHEM, Marisangela Caminero; BRIANCINI, Valkiria. As alterações na legislação do 
benefício da pensão por morte e seus reflexos. Revista de Políticas Públicas, v. 20, n. 
2, p. 515-531, 2016. Disponível em: 
https://www.redalyc.org/journal/3211/321149853006/html/. Acesso em 28 Jun 2023. 
 
MIGUELI, Priscilla Milena Simonato. Proteção previdenciária do filho socioafetivo na 
pensão por morte. Editora Foco, 2023. 
 
PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: 
métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov, 
Ernani Cesar de Freitas. – 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 
 
ROCHA, Roberto de Rezende; CAETANO, Marcelo Abi-Ramia. O sistema 
previdenciário brasileiro: uma avaliação de desempenho comparada. Brasília. IPEA, 
textos para discussão v. 21, março de 2008 
 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado / Marisa Ferreira 
dos Santos. – Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 10. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
 
SOUZA, Karlos Henrick Rodrigues Da Silva. Previdência social e a morosidade 
administrativa: a saga do segurado incapaz de arcar com as despesas de sua dignidade 
constitucional. Revista Eletrônica da Estácio Recife, v. 8, n. 3, 2022. Disponível em: 
https://reer.emnuvens.com.br/reer/article/view/712. Acesso em 28 Jun 2023.

Mais conteúdos dessa disciplina