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EDUCAÇÃO COMO PAPEL DE TODOS1 Creuzenir Batista de Souza2 Geiza Rodrigues da Silva Souza3 RESUMO O estudo apresentado visa analisar a educação como um papel de todos e um direito universal, expondo como a educação não deve ser papel apenas do Estado e prestado em escolas, mas sim um dever da família e da sociedade em conjunto. Sendo estudo de metodologia dialética, qualitativa, básica e informativa. O problema de pesquisa foi: considerando um processo de ensino, quais ações podem ser tomadas para garantir uma educação democrática. O objetivo geral do estudo é analisar as diretrizes, normas e políticas que sejam voltadas ao ensino democrático. Ao final o estudo apresenta como há a necessidade de aproximação entre os pais e a escola, compreensão da educação democrática e a necessidade de a escola atuar como centro de ensino formal que deve ter a participação da família, da sociedade e quaisquer interessados. Palavras-chave: Educação; Democrática; Diretrizes. 1. INTRODUÇÃO A educação desempenha um papel crucial no desenvolvimento individual e no progresso da sociedade como um todo. Embora muitas vezes associemos a educação apenas a instituições formais, como escolas e universidades, é essencial entender que a educação é uma responsabilidade compartilhada por todos os membros de uma comunidade. Os pais e familiares têm um papel fundamental como os primeiros educadores de uma criança. Desde tenra idade, eles influenciam os valores, atitudes e comportamentos que moldarão o caráter e a visão de mundo dos seus filhos. Além disso, os pais são responsáveis por criar um ambiente seguro e estimulante que promova a curiosidade e o aprendizado contínuo. Os professores também têm um papel vital na educação. São eles que inspiram, orientam e capacitam os alunos, tornando-se verdadeiros mentores em suas jornadas de conhecimento. Um professor apaixonado e comprometido pode despertar o amor pelo aprendizado em seus alunos e contribuir significativamente para seu sucesso acadêmico e pessoal. A comunidade em geral também é responsável pela educação. Empresas, organizações e líderes locais podem apoiar programas educacionais, oferecer oportunidades de estágio e promover parcerias com escolas para enriquecer a formação 1 Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização em Pedagogia 2 Graduada em especialização em pedagogia 3 Graduada em especialização em pedagogia dos jovens. A participação ativa da comunidade cria uma sinergia positiva que fortalece o sistema educacional como um todo. Além disso, a própria cultura e sociedade desempenham um papel no processo educacional. As tradições, histórias e valores transmitidos de geração em geração ajudam a moldar a identidade cultural dos indivíduos e contribuem para sua compreensão do mundo. Em um nível mais amplo, as políticas governamentais e os investimentos em educação são fundamentais para garantir que todas as crianças tenham acesso igualitário a uma educação de qualidade. Uma educação inclusiva e acessível é um pilar para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Em síntese, a educação é um esforço coletivo que envolve famílias, educadores, comunidades e governos. Todos têm um papel vital a desempenhar para nutrir mentes brilhantes, fomentar a inovação e preparar a próxima geração para enfrentar os desafios do futuro com sabedoria e discernimento. O compromisso com a educação é um investimento no desenvolvimento humano e no progresso da sociedade como um todo. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de pesquisa sobre a educação como um processo fundamental humano e que deve ser construído com um processo democrático, tendo a necessidade de ter apoio da família, do Estado e da comunidade para garantir a educação que é um direito universal. Neste sentido, o estudo se justifica visando analisar como a educação no Brasil é um papel, compreendendo atuações para o processo de educação democrática e se no país há normas e diretrizes que levem a gerar uma educação democrática participativa. Diante das informações já apresentadas e bem como da justificativa em tela, o estudo visa solucionar uma problemática que pode ser compreendida na seguinte questão norteadora: Considerando um processo de ensino, quais ações podem ser tomadas para garantir uma educação democrática? Com a finalidade de solucionar esta problemática, o objetivo geral do estudo é analisar as diretrizes, normas e políticas que sejam voltadas ao ensino democrático. Já em objetivos específicos deseja-se compreender o direito a educação; informar sobre a educação democrática e participativa; apresentar políticas e ações de ensino que levam a educação democrática. Trata-se ainda de uma pesquisa com metodologia de pesquisa dialético, que parte de um ponto de generalização de conceitos e contextos, observando quesitos complexos da sociedade. Sendo um método de estudo que visa analisar conexões em conceitos que permeiam a sociedade e a transformam. Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo se relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado fenômeno ou objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está sempre em constante mudança. (PRODANOV, 2013, p. 35) Quanto a natureza de pesquisa, trata-se de estudo básico, sem fins imediatos ou sequer incluindo pontos específicos de estudo. O estudo ainda se utiliza de fontes de estudo bibliográfico, sendo procedimento de estudo que utiliza de livros, artigos, teses e fontes da comunidade científicas publicadas e revisadas. O estudo ainda é, quanto aos seus objetivos, exploratório e explicativo, desempenhando o papel de definir conceitos, apresentar informações e explorar o tema em geral definido. Sendo estudo qualitativo que informa sobre uma série de informações e conceitos particulares do tema em estudo. O estudo apresenta três tópicos distintos, sendo o primeiro uma análise sobre a construção da educação como um direito universal e que demandam atenção. O segundo tópico apresenta a educação como um papel participativo de todos, levando como dever do Estado, da família e com apoio da sociedade. Em tópico final de estudo apresentam-se ações de auxílio para a educação democrática. 3. DIREITO A EDUCAÇÃO O direito a educação é uma questão bem definida na sociedade moderna e em difundida como um direito essencial humano, a educação passa a ser algo comumente entendido como essencial e comum na sociedade, entretanto tais conceitos de direito a educação são questões modernas e desenvolvidas apenas na contemporaneidade. A história da educação como direito fundamental e comum do povo nasce somente no período iluminista dos séculos XVII e XVIII, neste período passam a ser consolidados os entendimentos de que o estudo é essencial para a sociedade e dever do estado ou soberano de uma nação. (ARANHA, 2012) A educação é entendida como algo fundamental na sociedade atual, entretanto antiguidade e o período de revoluções do milênio anterior não demonstraram grande importância para com a educação em geral, naquele período somente se se importava com a educação desenvolvida como mecanismo para formar trabalhadores e guerreiros. (LOPES, 2016) Conforme afirma Lopes (2016) a educação hoje em dia é um mecanismo libertador para o indivíduo o permitindo escolher como e onde desenvolverá sua vida, a educação desempenha o papel de formar o indivíduo dando ferramentas para desenvolver uma vida plena. Já na antiguidade o papel da educação era desenvolver o indivíduo para uma tarefa em especifico, existindo na antiguidade não uma educação e sim um ensinamento puro e básico voltado a uma única função; seja esta função o oficio da pessoa ou a guerra como soldado.(LOPES, 2016) A educação como um desenvolvimento do indivíduo, durante o milênio passado, passa a ser constatada somente dentro da burguesia, nobreza e dentro do clero, nestes núcleos a educação era desenvolvida como mecanismo de vida e assim preparavam o indivíduo para sua vida toda. (ARANHA, 2012) É importante entender que embora seja possível estudar cronologicamente o desenvolvimento da educação, não se pode dizer que tal estudo é linear, vez que as nações se desenvolveram separadas e de modos diversos. O estudo da história da educação desenvolve-se conjuntamente ao estudo de diversas revoluções e alterações sociais que dependem de cada povo. (ARANHA, 2012) O estudo histórico da educação é paralelo ao estudo dos movimentos sociais e político, entretanto não necessariamente são o mesmo estudo. Lopes (2012) afirma que a educação é essencial a um povo e isso fica claro quando movimentos sociais buscam tais direitos. A falta de dados históricos e foco dos estudos históricos da educação torna complexo o estudo da evolução da educação, não se sabendo com confiança como a educação desenvolveu-se no período arcaico, existindo apenas pequenos resquícios de como a passagem de conhecimento era feita para com os soldados e aqueles que se dedicavam a certo ofício (ARANHA, 2012). Contudo é possível observar que em períodos arcaicos existia uma educação focada apenas para com finalidades especificas, sendo a educação prototípica entendida como aquela que se desenvolve na antiguidade com o fim de formar um mestre artesão, um guerreiro, um conselheiro ou algo similar com finalidade especifica. (BORTOLOTI, 2015) Neste sentido, é possível entender a educação na antiguidade somente como uma proto-pedagogia, vez que embora exista uma passagem de conhecimento tal passagem era desenvolvida de forma a corroborar uma finalidade mínima especifica e sem uma metodologia de ensino ou entendimento dos impactos da passagem de conhecimento. Bortoloti (2015) informa que pode ser entendida a educação arcaica como uma mera passagem de conhecimento, vez que não existe naquele período uma forma real de profissionais e metodologias de ensino que desenvolvessem o estudo com a importância devida. Há ainda uma certa questão educacional que foi desenvolvida na antiguidade e nas comunidades tribais antigas, conforme os estudos da autora existia uma branda forma de educação na época que era a imitação e a adequação social; conforme as palavras da autora: Nas sociedades menos complexas, ou melhor, nas sociedades que denominamos primitivas, apesar da ausência de métodos educacionais ocorria uma forma “primitiva” de educação que tinha como principal objetivo ajustar a criança ao ambiente físico e social. Nessas sociedades as crianças adquiriam conhecimento através da imitação, participavam ativamente das atividades dos adultos, aprendendo, pouco a pouco, as diversas ocupações da tribo. A formação através da imitação era integral, abrangendo todo o saber da tribo, e universal, a medida em que todos poderiam ter acesso ao saber a ao fazer apropriado por sua comunidade. (BORTOLOTI (2015) Estes estudos de Bortoloti (2015) informam que a educação arcaica se desenvolvia com a adequação social dos jovens e crianças para que essas se adequassem a sociedade e bem como através da imitação, assim sendo uma espécie de educação arcaica. Os conceitos de imitação e adequação social não podem ser entendidos como uma forma de educação, isso em razão da necessidade de finalidade geral da educação ou de metodologias estruturadas para uma finalidade com tal educação. Conforme Aranha (2012) embora qualquer ação de passagem de conhecimento possa ser entendida como pedagógica, quando inexistir uma pedagogia estruturada ou técnicas educacionais a educação não passa de um desenvolvimento natural do ser humano através da comunicação. Aranha (2012) informa que o primeiro momento onde é possível entender o nascimento da educação como técnica de ensino e passagem de conhecimento é durante a criação e difusão da escrita complexa. É importante ressaltar a ideia de escrita complexa e não da proto-linguagem escrita, vez que a escrita complexa necessita de intenso estudo e recorrente pratica para ser desenvolvida, enquanto que a escrita simples e prototípica é fácil de aprender e não necessita de técnicas de estudo. Aranha (2012) entende que durante o período antigo egípcio que nascem as técnicas de ensino com os escribas, entendendo que o oficio dos escribas por ser desenvolvido de forma estruturada e com técnicas desenvolvidas para passar o conhecimento dos hieróglifos. Bortoloti (2015) expõe em seus estudos o mesmo sentido de Aranha (2012) reconhecendo o nascimento do estudo e de escolas sistematizadas no período do Egito antigo; os estudos dos refeitos autores somente se contrapõem em quando nasce a educação e pedagogia. De fato, se observa que o período do Egito antigo a escola é formada e aqui nasce a educação e a pedagogia com similaridades básicas ao que é desenvolvido hoje em dia. Apesar de ser considerado que a educação e pedagogia nascem na antiguidade, essa educação não era um direito e sim uma instituição cedida a poucos privilegiados. É somente durante o período da revolução francesa do século XVIII que a educação passa a ser buscada como direito coletivo. Bortoloti (2015) informa que os pensadores da antiguidade, tais como Aristóteles e Platão, entendiam a educação como um processo necessário para a formação humana, que era papel de todos desenvolver as habilidades de uma pessoa e com isso seria desenvolvida a sociedade. Embora o pensamento seja de que a educação é essencial ao ser humano, somente durante a revolução francesa o povo passa a lutar por um direito à educação, desenvolvendo que a educação é um direito do cidadão e cabe ao estado subsidiar estes processos caso a o cidadão não tenha condições. (ARANHA, 2012) Aranha (2012) expõe que durante o período da revolução francesa e da revolução industrial que nascem as primeiras escolas e começam a se desenvolver a pedagogia como a conhecemos hoje, nestes períodos a busca por desenvolvimento social e amparo do estado tornam a educação como algo fundamental ao ser humano e direito comum. A educação se torna um direito universal durante a exposição e criação da Declaração Universal de Direitos Humanos que traz a educação como um princípio de desenvolvimento humano necessário para aplicar, respeitar e desenvolver os demais direitos humanos; neste sentido a educação é um direito fundamental humano. Conforme Lopes (2016) a educação se desenvolve como um direto essencial no Brasil somente a partir 1961, sendo este demonstrado na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da educação através da Lei Nº 4.024, De 20 De Dezembro De 1961. A Lei 4.024 de 1961 é a primeira importante e especifica normativa brasileira que demonstra a educação como direito universal, sem fazer distinções e demonstrando uma série de características da educação brasileira e bem como regras a serem seguidas na educação no lar e nos ambientes escolares. (BRASIL, 1961) Lopes (2016) expõe que o século XX foi onde existiu de fato o desenvolvimento da educação como direito de todos, sendo que anteriormente apesar de existir como direito ele era ignorado ou brandamente aplicado, já no século XX o governo passa a desenvolver esforços para subsidiar a educação de todos. O direito a educação é essencial para a sociedade e em razão do estado ser o protetor da sociedade deve ele demostrar o direito a educação, subsidiar o acesso à educação formal e bem como desenvolver ações para educação correta de todo e qualquer cidadão (CAVALCANTE 1998). Lopes (2016) assevera que a educação atinge seu ápice como direito fundamental, essencial e para todos com a Constituição Federal de 1988 a qual é conhecida como constituição cidadã. Lopes (2016) informaque os valores sociais de fraternidade e proteção do cidadão detém especial atenção na Constituição Federal de 1988 e bem como a educação passa a deter especial atenção e se eleva como uma norma de hierarquia superior que não pode ser contrariada por legislações inferiores dos estados e municípios. A Constituição Federal de 1988 demonstra uma série de direitos sociais e subsídios para a população, um destes direitos e subsídios é o direito a educação demonstrado nos artigos 6º como um direito social e especificamente no Capítulo III, Seção I que trata especialmente da educação e demonstra neste capítulo 9 artigos especificamente para delimitar a educação e suas característica, bem como limites (BRASIL, 1988). Para formalizar e especificar ainda mais os direitos e garantias educacionais demonstrados na Constituição Federal de 1988 nasce a reforma da LDB através da Lei Nº 9.394, De 20 De Dezembro De 1996. Na nova LDB de 1996 foram adequados os temas e assim permitindo validar os direitos a educação compostos na moral coletiva e na Constituição Federal de 1988. (BRASIL, 1988; 1996) É de extrema importância perceber que tanto os direitos contidos na Constituição Federal de 1988 e bem como na nova LDB demonstram que o estado e seu consequente local de estudos que se compõe a escola são apenas subsídios para desenvolver a educação, é demonstrado em tais normas legais que a educação é um direito de todos, entretanto sendo evidenciado que o desenvolvimento da educação é um papel coletivo. Diante de todo o exposto demonstra-se que a educação é conceituada como um direito de todos, sendo parte de uma série de direitos fundamentais dignos de toda e qualquer pessoa, entretanto tal direito a educação só foi capaz de se concretizar em razão das lutas sociais e movimentos por direitos. É importante ainda entender que embora o direito a educação seja intrínseco humano ele deve ser desenvolvido em conjunto da sociedade e do estado. 4. EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA Já conceituada a educação e seu fundamento com um direito humano sem distinções, é necessário entender que a educação não é uma ação a ser desenvolvida somente por parte do Estado ou por parte da família ou grupo social. Conforme observa- se do dispositivo 225 da Constituição Federal de 1988 a educação é dever de todos; conforme a redação da norma legal: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988) Do fragmento acima demonstra-se que a educação é dever de todos, conceituando então a coletividade como um instrumento da educação, o estado como subsidiário da educação e fiscal desta por seu poder de coerção e proteção, bem como é dever da família. Ainda em análise do artigo 205 da Constituição Federal de 1988 existe a necessidade de incentivo e colaboração de todos para o pleno desenvolvimento da pessoa, tal questão é a exposição do papel da coletividade, a sociedade em geral, como defensora de direitos e consequentemente da necessidade de a coletividade prestar apoio a educação. (BRASIL, 1988) Em final momento é possível analisar o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 como expoente da finalidade da educação, em sua parte final existindo a imposição do preparo do indivíduo para exercer plenamente sua cidadania e suas habilidades para o trabalho. Neste sentido a educação detém a finalidade de exercício da cidadania e qualquer atividade de labuta. (BRASIL, 1988) Sobre tal temática, Cavalcante (1998) expõe que a sociedade necessariamente é colaboradora da educação, subentende-se que todo indivíduo da sociedade deteve educação nos dias atuais e consequentemente é seu dever repassar tal conhecimento e educação com a finalidade de formar novos indivíduos assim devolvendo a sociedade os benefícios educacionais que conseguiu. Cavalcante (1998) expõe que é dever da sociedade em geral colaborar com o ensino e educação de jovens para que seja proporcionado o desenvolvimento coletivo, o consequentemente benefícios para toda a sociedade e desenvolvimento humano. É fato que a sociedade deve cuidar para o desenvolvimento da educação, em principal a educação de jovens e crianças deve ser de especial atenção e papel de toda a sociedade em garantir a melhor aplicação dos métodos de ensino, bem como é papel da sociedade agir como fiscal para que o direito a educação seja mantido. Do estudo do direito à educação é observado que existem 3 frentes principais que garantem e compõem os mecanismos de desenvolvimento da educação. O primeiro e principal mecanismo é a família como ente que garante a educação e formação do indivíduo, em sequência existe a sociedade em geral como garantidora e interessada dos direitos a educação, em final existindo ainda o Estado como instituição que deve subsidiar e garantir legalmente o direito a educação. (BRASIL, 1988; CAVALCANTE, 1998) A família é o principal apoio da educação, vez que a cada núcleo familiar desenvolve crenças, dogmas, valores intrínsecos e uma cultura interna que é baseada em suas raízes e seus objetivos internos. O papel da família na educação é essencial, pois anterior a ter contato com a sociedade o núcleo familiar é o que estrutura o conhecimento da criança e do jovem. (CAVALCANTE, 1998) É fato que a família é a inicial e principal fonte de educação deum indivíduo, a família desempenha então o papel de núcleo educacional que é desenvolvido passando os conhecimentos, dogmas, valores e suas culturas. A educação familiar é desenvolvida comumente sem grandes características técnicas ou metodologias pedagógicas, entretanto é claro que se trata de um tipo de educação que é essencial na vida humana. (CAVALCANTE, 1998; BORTOLOTI, 2015) A educação por parte do Estado é uma questão subsidiaria a educação proveniente da família e do auxilio educacional da sociedade, entretanto, diferentemente da família e da sociedade, a educação prestada por parte do estado é calcada em metodologias cientificas e pedagógicas para desenvolver com a melhor qualidade as habilidades do indivíduo. (CARVALHO, 2004) Para Carvalho (2004) a educação familiar é aquela desenvolvida por parte da família e se torna a principal educação obtida por parte do ser humano, o núcleo familiar demonstra ou impõe ações que são reproduzidas ou praticadas em repetição por parte do indivíduo do núcleo familiar. O papel da família na educação é complexo e desenvolve uma educação quase que totalmente de disciplina e caráter, ou seja, a educação da família é aquela que forma as estruturas relação de um indivíduo e que serve para desenvolver as demais educações como aquela no ambiente escolar (educação por parte do estado) e a educação advinda de uma moral social (educação da coletividade). (CARVALHO, 2004) É claro o papel da família como fonte inicial da educação e por ser a família o principal contato comum e diário com o indivíduo fica constatada a importância da família na educação e formação do indivíduo, neste sentido é caracterizado o papel da família como principal frente para desenvolver as habilidades, moral e caráter de uma pessoa que se insere em seu núcleo. Sobre o papel do estado, Carvalho (2004) assevera que, embora o estado desenvolva a pedagogia com maestria e primazia em seus ambientes escolares atuais, não é o estado o principal ativo na educação, sendo até a sociedade mais influente na vida do que os ambientes escolares e as técnicas pedagógicas puras. Ainda Conforme Carvalho (2004) a sociedade e questões familiares são amplamente observadas no interior dos espaços escolares. Em núcleos escolares é possível observar a interação humana e social, a formação de vínculos afetivos de amizade que são claras exposiçõesda educação social e familiar dentro do ambiente criado por parte do estado. É certo que o estado desenvolve ações pedagógicas estruturadas e calcadas em metodologias cientificas corroboradas por pedagogos e especialistas, entretanto tal quesito de qualidade é mais uma influência social e da família do que buscam por qualidade de vida e possibilidades de desenvolvimento as quais devem ser proporcionadas por parte do estado. Em síntese é clara a educação como um papel continuo do estado, da família em principal e de toda a sociedade, sendo impossibilitada a educação de qualidade e com as características necessárias para desenvolver um indivíduo sem que exista a participação de todos os entes referidos. 5. AÇÕES DE AUXÍLIO EM UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA Linhas de ações entre família e escola são essenciais para firmar um apoio entre os dois principais pilares responsáveis pela educação de uma pessoa, assim garantindo os seus direitos de acesso à educação e podendo existir um auxilio mutuo entre a educação prestada por parte da escola e por parte da família. De antemão é necessário observar as barreiras que impedem a aproximação entre a família e a escola, existe em principal o entendimento de que os alunos desenvolvem todo o conhecimento curricular na escola e o conhecimento moral e social fica a cabo das famílias, entretanto tal afirmação não é totalmente correta. As famílias necessitam aplicar certos conhecimentos curriculares que podem influenciar a vida do aluno, bem como os alunos se inserem em uma comunidade que demonstra certas informações culturais e morais. (CAVALCANTE, 1998) Sobre as barreiras enfrentadas por parte da escola para incluir as famílias, Cavalcante (1998) expõe que existem várias razões que dificultam a colaboração de pais e escola em conjunto para a educação dos alunos, uma delas sendo a falta de tempo ou interesse dos pais; e ainda informando que: Uma das principais razões porque escolas e pais tão raramente colaboram uns com os outros é a falsa crença entre muitos educadores de que a escola é impotente para afetar de maneira positiva as famílias dos alunos. (CAVALCANTE, 1998, p. 2) Neste sentido uma das ações possíveis para desenvolver a parceria entre pais e escola é gerar o entendimento de crescimento mutuo ou formação continuada dos pais, podendo desenvolver práticas de estudo com a família e até iniciação cientifica do aluno com sua família. Já para Carvalho (2004) são necessárias instituir políticas de contribuição entre o ente educacional e a instituição familiar, assim desenvolvendo uma série de ações como a comunico recorrente, desenvolvimento de reuniões para troca de informações e até o desenvolvimento conjunto de projetos que possam beneficiar a qualidade de educação dos alunos. Assim um desenvolvimento de PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, que seja aplicado como obrigatoriedade desenvolvimento de reuniões e a criação de canais de comunicação entre a escola e a família, podem ser essenciais para auxiliar a escolar em desenvolver a aproximação entre pais e escola. Cavalcante (1998) expõe uma série de atividades que podem ser desenvolvidas como auxiliares para criar uma relação entre os pais e a escola; nas palavras do autor: a) programas educacionais direcionados aos pais de alunos; b) comunicação consistente com professores e outros profissionais da escola; c) envolvimento direto dos pais nas atividades escolares; d) envolvimento dos pais em atividades educativas desenvolvidas em casa; e) envolvimento dos pais nas decisões da escola. (CAVALCANTE, 1998, p. 5) Neste sentido existem três frentes diversas e distintas para que os pais e a escola estejam em conjunto. A primeira sendo os programas de educação que desenvolvem todo um sistema de ensino em conjunto com os pais de alunos. Em sequência a comunicação que é essencial para uma relação e sendo esta linha a principal para desenvolver uma educação realmente conectada entre pais e alunos. A terceira linha e a de maior efetividade é o envolvimento diretos dos pais na educação, através de gincanas e outras atividades conjuntas. Apesar de todo o possível benefício, Cavalcante (1998) faz ressalvas sobre estas referidas atividades desenvolvidas, é necessário que a escola atue diretamente e entenda os pais como colaboradores da escola. É necessário que a escola esteja em sintonia com os interesses da família, para que assim possa existir uma verdadeira colaboração. Os estudos de Fevorini e Lomônaco (2009) expõem a garantia de que uma atividade de integração entre a família e a escola demonstram uma série de benefícios, bem como existe a necessidade de a atividade realmente considerar a visão da família e seu interesse perante a atividade. Os benefícios conseguidos durante o desenvolvimento e resultados de uma atividade entre a escola e os pais é justamente o desenvolvimento do direito pleno do aluno a educação, conforme é referenciado na Constituição Federal de 1988 e ainda podendo evitar o desenvolvimento de problemas como a indisciplina. Existe ainda o benefício de crescimento para com os indivíduos da família, práticas de bem estar e diversas outras a depender da temática a ser desenvolvida durante as atividades de aproximação entre escola e família. Fevorini e Lomônaco (2009) ainda informam que, da conclusão de seus estudos, demonstra-se que cada sociedade, região, comunidade e família detém suas peculiaridades e as atividades em conjunto da escola com as famílias permite e contribui para que sejam entendidas estas peculiaridades possam ser desenvolvidas atividades melhores que agridem os pais e demonstrem noções de melhor qualidade de ensino. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresentou em como a construção da educação passou por processos complexos e foi influenciada fortemente por parte de revoluções e transformações sociais que levaram a educação como a um patamar de direito universal e direito de todos. A educação está grifada na constituição brasileira como um item de grande força, sendo dever do Estado e tendo como papel de todos o apoio nos processos de educação e formação do conhecimento das gerações futuras. Assim, a escola tendo a necessidade dar uma educação participativa e democrática que inclui a família, a sociedade e outros interessados. É essencial que a família e até a sociedade em geral estejam engajadas com a qualidade do ensino nos ambientes escolares e consequentemente sejam agentes participativos na escola. A participação dos pais na escola é essencial para que sejam evitados problemas como a má qualidade de ensino e sendo os pais os agentes coercivo e de controle para com os conteúdos abordados no ambiente escolar. É essencial que a escola desenvolva uma série de estudos e ações para aproximar os pais e a escola, para que seja possibilitada a garantia do direito fundamental a educação e bem como os trabalhos pedagógicos não tenham que esbarrar em problemas. Em um ambiente escolar diversas ações podem ser desenvolvidas por parte dos gestores da instituição ou até mesmo os professore, buscando um canal de comunicação ou atividades que possibilitem um contato entre escola e família; com isso é esperado que a qualidade do ensino aumente e que os alunos detenham uma vida plena em razão do desenvolvimento de sua habilidade essenciais. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Maria Lúcia De Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. Moderna, São Paulo, 2012. BORTOLOTI, Karen Fernanda. História da educação / Karen Fernanda Bortoloti. Rio de Janeiro: SESES, 2015. BRASIL, CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm último acesso em 10 Jun. 2023 CAVALCANTE, Roseli Schultz Chiovitti. Colaboração entre pais e escola:educação abrangente. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas , v. 2, n. 2, p. 153-160, 1998 . Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 85571998000200009&lng=en&nrm=iso. Acesso em 13 Jun. 2023. CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Modos de educação, gênero e relações escola-família. Cadernos de pesquisa, v. 34, n. 121, p. 41-58, 2004. FEVORINI, Luciana Bittencourt; LOMÔNACO, José Fernando Bitencourt. O envolvimento da família na educação escolar dos filhos: um estudo exploratório com pais das camadas médias. Psicologia da Educação. Programa de Estudos Pós- Graduados em Educação: Psicologia da Educação. ISSN 2175-3520, n. 28, 2009. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/psicoeduca/article/view/43103. Último acesso em 01 Jun. 2023 LOPES, Ivone Goulart. História da educação no Brasil: desafios e perspectivas / Ivone Goulart Lopes, (organizadora). – Curitiba, PR : Atena Editora, 2016. PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov, Ernani Cesar de Freitas. – 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013.