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EDUCAÇÃO COMO PAPEL DE TODOS1 
Creuzenir Batista de Souza2 
Geiza Rodrigues da Silva Souza3 
RESUMO 
O estudo apresentado visa analisar a educação como um papel de todos e um direito universal, expondo 
como a educação não deve ser papel apenas do Estado e prestado em escolas, mas sim um dever da 
família e da sociedade em conjunto. Sendo estudo de metodologia dialética, qualitativa, básica e 
informativa. O problema de pesquisa foi: considerando um processo de ensino, quais ações podem ser 
tomadas para garantir uma educação democrática. O objetivo geral do estudo é analisar as diretrizes, 
normas e políticas que sejam voltadas ao ensino democrático. Ao final o estudo apresenta como há a 
necessidade de aproximação entre os pais e a escola, compreensão da educação democrática e a 
necessidade de a escola atuar como centro de ensino formal que deve ter a participação da família, da 
sociedade e quaisquer interessados. 
Palavras-chave: Educação; Democrática; Diretrizes. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A educação desempenha um papel crucial no desenvolvimento individual e no 
progresso da sociedade como um todo. Embora muitas vezes associemos a educação 
apenas a instituições formais, como escolas e universidades, é essencial entender que a 
educação é uma responsabilidade compartilhada por todos os membros de uma 
comunidade. 
Os pais e familiares têm um papel fundamental como os primeiros educadores 
de uma criança. Desde tenra idade, eles influenciam os valores, atitudes e 
comportamentos que moldarão o caráter e a visão de mundo dos seus filhos. Além disso, 
os pais são responsáveis por criar um ambiente seguro e estimulante que promova a 
curiosidade e o aprendizado contínuo. 
Os professores também têm um papel vital na educação. São eles que 
inspiram, orientam e capacitam os alunos, tornando-se verdadeiros mentores em suas 
jornadas de conhecimento. Um professor apaixonado e comprometido pode despertar o 
amor pelo aprendizado em seus alunos e contribuir significativamente para seu sucesso 
acadêmico e pessoal. 
A comunidade em geral também é responsável pela educação. Empresas, 
organizações e líderes locais podem apoiar programas educacionais, oferecer 
oportunidades de estágio e promover parcerias com escolas para enriquecer a formação 
 
1 Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização em Pedagogia 
2 Graduada em especialização em pedagogia 
3 Graduada em especialização em pedagogia 
dos jovens. A participação ativa da comunidade cria uma sinergia positiva que fortalece 
o sistema educacional como um todo. 
Além disso, a própria cultura e sociedade desempenham um papel no 
processo educacional. As tradições, histórias e valores transmitidos de geração em 
geração ajudam a moldar a identidade cultural dos indivíduos e contribuem para sua 
compreensão do mundo. 
Em um nível mais amplo, as políticas governamentais e os investimentos em 
educação são fundamentais para garantir que todas as crianças tenham acesso 
igualitário a uma educação de qualidade. Uma educação inclusiva e acessível é um pilar 
para construir uma sociedade mais justa e igualitária. 
Em síntese, a educação é um esforço coletivo que envolve famílias, 
educadores, comunidades e governos. Todos têm um papel vital a desempenhar para 
nutrir mentes brilhantes, fomentar a inovação e preparar a próxima geração para 
enfrentar os desafios do futuro com sabedoria e discernimento. O compromisso com a 
educação é um investimento no desenvolvimento humano e no progresso da sociedade 
como um todo. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
Trata-se de pesquisa sobre a educação como um processo fundamental 
humano e que deve ser construído com um processo democrático, tendo a necessidade 
de ter apoio da família, do Estado e da comunidade para garantir a educação que é um 
direito universal. 
Neste sentido, o estudo se justifica visando analisar como a educação no 
Brasil é um papel, compreendendo atuações para o processo de educação democrática 
e se no país há normas e diretrizes que levem a gerar uma educação democrática 
participativa. 
Diante das informações já apresentadas e bem como da justificativa em tela, 
o estudo visa solucionar uma problemática que pode ser compreendida na seguinte 
questão norteadora: Considerando um processo de ensino, quais ações podem ser 
tomadas para garantir uma educação democrática? 
Com a finalidade de solucionar esta problemática, o objetivo geral do estudo é 
analisar as diretrizes, normas e políticas que sejam voltadas ao ensino democrático. Já 
em objetivos específicos deseja-se compreender o direito a educação; informar sobre a 
educação democrática e participativa; apresentar políticas e ações de ensino que levam 
a educação democrática. 
Trata-se ainda de uma pesquisa com metodologia de pesquisa dialético, que 
parte de um ponto de generalização de conceitos e contextos, observando quesitos 
complexos da sociedade. Sendo um método de estudo que visa analisar conexões em 
conceitos que permeiam a sociedade e a transformam. 
 
Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo se 
relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada 
fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado fenômeno ou 
objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas 
relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no 
mundo está sempre em constante mudança. (PRODANOV, 2013, p. 35) 
 
Quanto a natureza de pesquisa, trata-se de estudo básico, sem fins imediatos 
ou sequer incluindo pontos específicos de estudo. O estudo ainda se utiliza de fontes de 
estudo bibliográfico, sendo procedimento de estudo que utiliza de livros, artigos, teses e 
fontes da comunidade científicas publicadas e revisadas. 
O estudo ainda é, quanto aos seus objetivos, exploratório e explicativo, 
desempenhando o papel de definir conceitos, apresentar informações e explorar o tema 
em geral definido. Sendo estudo qualitativo que informa sobre uma série de informações 
e conceitos particulares do tema em estudo. 
O estudo apresenta três tópicos distintos, sendo o primeiro uma análise sobre 
a construção da educação como um direito universal e que demandam atenção. O 
segundo tópico apresenta a educação como um papel participativo de todos, levando 
como dever do Estado, da família e com apoio da sociedade. Em tópico final de estudo 
apresentam-se ações de auxílio para a educação democrática. 
 
3. DIREITO A EDUCAÇÃO 
O direito a educação é uma questão bem definida na sociedade moderna e 
em difundida como um direito essencial humano, a educação passa a ser algo 
comumente entendido como essencial e comum na sociedade, entretanto tais conceitos 
de direito a educação são questões modernas e desenvolvidas apenas na 
contemporaneidade. 
A história da educação como direito fundamental e comum do povo nasce 
somente no período iluminista dos séculos XVII e XVIII, neste período passam a ser 
consolidados os entendimentos de que o estudo é essencial para a sociedade e dever 
do estado ou soberano de uma nação. (ARANHA, 2012) 
A educação é entendida como algo fundamental na sociedade atual, 
entretanto antiguidade e o período de revoluções do milênio anterior não demonstraram 
grande importância para com a educação em geral, naquele período somente se se 
importava com a educação desenvolvida como mecanismo para formar trabalhadores e 
guerreiros. (LOPES, 2016) 
Conforme afirma Lopes (2016) a educação hoje em dia é um mecanismo 
libertador para o indivíduo o permitindo escolher como e onde desenvolverá sua vida, a 
educação desempenha o papel de formar o indivíduo dando ferramentas para 
desenvolver uma vida plena. Já na antiguidade o papel da educação era desenvolver o 
indivíduo para uma tarefa em especifico, existindo na antiguidade não uma educação e 
sim um ensinamento puro e básico voltado a uma única função; seja esta função o oficio 
da pessoa ou a guerra como soldado.(LOPES, 2016) 
A educação como um desenvolvimento do indivíduo, durante o milênio 
passado, passa a ser constatada somente dentro da burguesia, nobreza e dentro do 
clero, nestes núcleos a educação era desenvolvida como mecanismo de vida e assim 
preparavam o indivíduo para sua vida toda. (ARANHA, 2012) 
É importante entender que embora seja possível estudar cronologicamente o 
desenvolvimento da educação, não se pode dizer que tal estudo é linear, vez que as 
nações se desenvolveram separadas e de modos diversos. O estudo da história da 
educação desenvolve-se conjuntamente ao estudo de diversas revoluções e alterações 
sociais que dependem de cada povo. (ARANHA, 2012) 
O estudo histórico da educação é paralelo ao estudo dos movimentos sociais 
e político, entretanto não necessariamente são o mesmo estudo. Lopes (2012) afirma 
que a educação é essencial a um povo e isso fica claro quando movimentos sociais 
buscam tais direitos. 
A falta de dados históricos e foco dos estudos históricos da educação torna 
complexo o estudo da evolução da educação, não se sabendo com confiança como a 
educação desenvolveu-se no período arcaico, existindo apenas pequenos resquícios de 
como a passagem de conhecimento era feita para com os soldados e aqueles que se 
dedicavam a certo ofício (ARANHA, 2012). 
Contudo é possível observar que em períodos arcaicos existia uma educação 
focada apenas para com finalidades especificas, sendo a educação prototípica entendida 
como aquela que se desenvolve na antiguidade com o fim de formar um mestre artesão, 
um guerreiro, um conselheiro ou algo similar com finalidade especifica. (BORTOLOTI, 
2015) 
Neste sentido, é possível entender a educação na antiguidade somente como 
uma proto-pedagogia, vez que embora exista uma passagem de conhecimento tal 
passagem era desenvolvida de forma a corroborar uma finalidade mínima especifica e 
sem uma metodologia de ensino ou entendimento dos impactos da passagem de 
conhecimento. 
Bortoloti (2015) informa que pode ser entendida a educação arcaica como uma 
mera passagem de conhecimento, vez que não existe naquele período uma forma real 
de profissionais e metodologias de ensino que desenvolvessem o estudo com a 
importância devida. Há ainda uma certa questão educacional que foi desenvolvida na 
antiguidade e nas comunidades tribais antigas, conforme os estudos da autora existia 
uma branda forma de educação na época que era a imitação e a adequação social; 
conforme as palavras da autora: 
 
Nas sociedades menos complexas, ou melhor, nas sociedades que 
denominamos primitivas, apesar da ausência de métodos educacionais ocorria 
uma forma “primitiva” de educação que tinha como principal objetivo ajustar a 
criança ao ambiente físico e social. Nessas sociedades as crianças adquiriam 
conhecimento através da imitação, participavam ativamente das atividades dos 
adultos, aprendendo, pouco a pouco, as diversas ocupações da tribo. A formação 
através da imitação era integral, abrangendo todo o saber da tribo, e universal, a 
medida em que todos poderiam ter acesso ao saber a ao fazer apropriado por 
sua comunidade. (BORTOLOTI (2015) 
 
Estes estudos de Bortoloti (2015) informam que a educação arcaica se 
desenvolvia com a adequação social dos jovens e crianças para que essas se 
adequassem a sociedade e bem como através da imitação, assim sendo uma espécie de 
educação arcaica. 
Os conceitos de imitação e adequação social não podem ser entendidos como 
uma forma de educação, isso em razão da necessidade de finalidade geral da educação 
ou de metodologias estruturadas para uma finalidade com tal educação. Conforme 
Aranha (2012) embora qualquer ação de passagem de conhecimento possa ser 
entendida como pedagógica, quando inexistir uma pedagogia estruturada ou técnicas 
educacionais a educação não passa de um desenvolvimento natural do ser humano 
através da comunicação. 
Aranha (2012) informa que o primeiro momento onde é possível entender o 
nascimento da educação como técnica de ensino e passagem de conhecimento é 
durante a criação e difusão da escrita complexa. É importante ressaltar a ideia de escrita 
complexa e não da proto-linguagem escrita, vez que a escrita complexa necessita de 
intenso estudo e recorrente pratica para ser desenvolvida, enquanto que a escrita simples 
e prototípica é fácil de aprender e não necessita de técnicas de estudo. 
Aranha (2012) entende que durante o período antigo egípcio que nascem as 
técnicas de ensino com os escribas, entendendo que o oficio dos escribas por ser 
desenvolvido de forma estruturada e com técnicas desenvolvidas para passar o 
conhecimento dos hieróglifos. 
Bortoloti (2015) expõe em seus estudos o mesmo sentido de Aranha (2012) 
reconhecendo o nascimento do estudo e de escolas sistematizadas no período do Egito 
antigo; os estudos dos refeitos autores somente se contrapõem em quando nasce a 
educação e pedagogia. De fato, se observa que o período do Egito antigo a escola é 
formada e aqui nasce a educação e a pedagogia com similaridades básicas ao que é 
desenvolvido hoje em dia. 
Apesar de ser considerado que a educação e pedagogia nascem na 
antiguidade, essa educação não era um direito e sim uma instituição cedida a poucos 
privilegiados. É somente durante o período da revolução francesa do século XVIII que a 
educação passa a ser buscada como direito coletivo. 
Bortoloti (2015) informa que os pensadores da antiguidade, tais como 
Aristóteles e Platão, entendiam a educação como um processo necessário para a 
formação humana, que era papel de todos desenvolver as habilidades de uma pessoa e 
com isso seria desenvolvida a sociedade. 
Embora o pensamento seja de que a educação é essencial ao ser humano, 
somente durante a revolução francesa o povo passa a lutar por um direito à educação, 
desenvolvendo que a educação é um direito do cidadão e cabe ao estado subsidiar estes 
processos caso a o cidadão não tenha condições. (ARANHA, 2012) 
Aranha (2012) expõe que durante o período da revolução francesa e da 
revolução industrial que nascem as primeiras escolas e começam a se desenvolver a 
pedagogia como a conhecemos hoje, nestes períodos a busca por desenvolvimento 
social e amparo do estado tornam a educação como algo fundamental ao ser humano e 
direito comum. 
A educação se torna um direito universal durante a exposição e criação da 
Declaração Universal de Direitos Humanos que traz a educação como um princípio de 
desenvolvimento humano necessário para aplicar, respeitar e desenvolver os demais 
direitos humanos; neste sentido a educação é um direito fundamental humano. 
Conforme Lopes (2016) a educação se desenvolve como um direto essencial 
no Brasil somente a partir 1961, sendo este demonstrado na LDB (Lei de Diretrizes e 
Bases) da educação através da Lei Nº 4.024, De 20 De Dezembro De 1961. A Lei 4.024 
de 1961 é a primeira importante e especifica normativa brasileira que demonstra a 
educação como direito universal, sem fazer distinções e demonstrando uma série de 
características da educação brasileira e bem como regras a serem seguidas na educação 
no lar e nos ambientes escolares. (BRASIL, 1961) 
Lopes (2016) expõe que o século XX foi onde existiu de fato o desenvolvimento 
da educação como direito de todos, sendo que anteriormente apesar de existir como 
direito ele era ignorado ou brandamente aplicado, já no século XX o governo passa a 
desenvolver esforços para subsidiar a educação de todos. 
O direito a educação é essencial para a sociedade e em razão do estado ser 
o protetor da sociedade deve ele demostrar o direito a educação, subsidiar o acesso à 
educação formal e bem como desenvolver ações para educação correta de todo e 
qualquer cidadão (CAVALCANTE 1998). 
Lopes (2016) assevera que a educação atinge seu ápice como direito 
fundamental, essencial e para todos com a Constituição Federal de 1988 a qual é 
conhecida como constituição cidadã. Lopes (2016) informaque os valores sociais de 
fraternidade e proteção do cidadão detém especial atenção na Constituição Federal de 
1988 e bem como a educação passa a deter especial atenção e se eleva como uma 
norma de hierarquia superior que não pode ser contrariada por legislações inferiores dos 
estados e municípios. 
A Constituição Federal de 1988 demonstra uma série de direitos sociais e 
subsídios para a população, um destes direitos e subsídios é o direito a educação 
demonstrado nos artigos 6º como um direito social e especificamente no Capítulo III, 
Seção I que trata especialmente da educação e demonstra neste capítulo 9 artigos 
especificamente para delimitar a educação e suas característica, bem como limites 
(BRASIL, 1988). 
Para formalizar e especificar ainda mais os direitos e garantias educacionais 
demonstrados na Constituição Federal de 1988 nasce a reforma da LDB através da Lei 
Nº 9.394, De 20 De Dezembro De 1996. Na nova LDB de 1996 foram adequados os 
temas e assim permitindo validar os direitos a educação compostos na moral coletiva e 
na Constituição Federal de 1988. (BRASIL, 1988; 1996) 
É de extrema importância perceber que tanto os direitos contidos na 
Constituição Federal de 1988 e bem como na nova LDB demonstram que o estado e seu 
consequente local de estudos que se compõe a escola são apenas subsídios para 
desenvolver a educação, é demonstrado em tais normas legais que a educação é um 
direito de todos, entretanto sendo evidenciado que o desenvolvimento da educação é um 
papel coletivo. 
Diante de todo o exposto demonstra-se que a educação é conceituada como 
um direito de todos, sendo parte de uma série de direitos fundamentais dignos de toda e 
qualquer pessoa, entretanto tal direito a educação só foi capaz de se concretizar em 
razão das lutas sociais e movimentos por direitos. É importante ainda entender que 
embora o direito a educação seja intrínseco humano ele deve ser desenvolvido em 
conjunto da sociedade e do estado. 
 
4. EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA 
Já conceituada a educação e seu fundamento com um direito humano sem 
distinções, é necessário entender que a educação não é uma ação a ser desenvolvida 
somente por parte do Estado ou por parte da família ou grupo social. Conforme observa-
se do dispositivo 225 da Constituição Federal de 1988 a educação é dever de todos; 
conforme a redação da norma legal: 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988) 
 
Do fragmento acima demonstra-se que a educação é dever de todos, 
conceituando então a coletividade como um instrumento da educação, o estado como 
subsidiário da educação e fiscal desta por seu poder de coerção e proteção, bem como 
é dever da família. 
Ainda em análise do artigo 205 da Constituição Federal de 1988 existe a 
necessidade de incentivo e colaboração de todos para o pleno desenvolvimento da 
pessoa, tal questão é a exposição do papel da coletividade, a sociedade em geral, como 
defensora de direitos e consequentemente da necessidade de a coletividade prestar 
apoio a educação. (BRASIL, 1988) 
Em final momento é possível analisar o artigo 205 da Constituição Federal de 
1988 como expoente da finalidade da educação, em sua parte final existindo a imposição 
do preparo do indivíduo para exercer plenamente sua cidadania e suas habilidades para 
o trabalho. Neste sentido a educação detém a finalidade de exercício da cidadania e 
qualquer atividade de labuta. (BRASIL, 1988) 
Sobre tal temática, Cavalcante (1998) expõe que a sociedade 
necessariamente é colaboradora da educação, subentende-se que todo indivíduo da 
sociedade deteve educação nos dias atuais e consequentemente é seu dever repassar 
tal conhecimento e educação com a finalidade de formar novos indivíduos assim 
devolvendo a sociedade os benefícios educacionais que conseguiu. Cavalcante (1998) 
expõe que é dever da sociedade em geral colaborar com o ensino e educação de jovens 
para que seja proporcionado o desenvolvimento coletivo, o consequentemente benefícios 
para toda a sociedade e desenvolvimento humano. 
É fato que a sociedade deve cuidar para o desenvolvimento da educação, em 
principal a educação de jovens e crianças deve ser de especial atenção e papel de toda 
a sociedade em garantir a melhor aplicação dos métodos de ensino, bem como é papel 
da sociedade agir como fiscal para que o direito a educação seja mantido. 
Do estudo do direito à educação é observado que existem 3 frentes principais 
que garantem e compõem os mecanismos de desenvolvimento da educação. O primeiro 
e principal mecanismo é a família como ente que garante a educação e formação do 
indivíduo, em sequência existe a sociedade em geral como garantidora e interessada dos 
direitos a educação, em final existindo ainda o Estado como instituição que deve subsidiar 
e garantir legalmente o direito a educação. (BRASIL, 1988; CAVALCANTE, 1998) 
A família é o principal apoio da educação, vez que a cada núcleo familiar 
desenvolve crenças, dogmas, valores intrínsecos e uma cultura interna que é baseada 
em suas raízes e seus objetivos internos. O papel da família na educação é essencial, 
pois anterior a ter contato com a sociedade o núcleo familiar é o que estrutura o 
conhecimento da criança e do jovem. (CAVALCANTE, 1998) 
É fato que a família é a inicial e principal fonte de educação deum indivíduo, a 
família desempenha então o papel de núcleo educacional que é desenvolvido passando 
os conhecimentos, dogmas, valores e suas culturas. A educação familiar é desenvolvida 
comumente sem grandes características técnicas ou metodologias pedagógicas, 
entretanto é claro que se trata de um tipo de educação que é essencial na vida humana. 
(CAVALCANTE, 1998; BORTOLOTI, 2015) 
A educação por parte do Estado é uma questão subsidiaria a educação 
proveniente da família e do auxilio educacional da sociedade, entretanto, diferentemente 
da família e da sociedade, a educação prestada por parte do estado é calcada em 
metodologias cientificas e pedagógicas para desenvolver com a melhor qualidade as 
habilidades do indivíduo. (CARVALHO, 2004) 
Para Carvalho (2004) a educação familiar é aquela desenvolvida por parte da 
família e se torna a principal educação obtida por parte do ser humano, o núcleo familiar 
demonstra ou impõe ações que são reproduzidas ou praticadas em repetição por parte 
do indivíduo do núcleo familiar. 
O papel da família na educação é complexo e desenvolve uma educação 
quase que totalmente de disciplina e caráter, ou seja, a educação da família é aquela que 
forma as estruturas relação de um indivíduo e que serve para desenvolver as demais 
educações como aquela no ambiente escolar (educação por parte do estado) e a 
educação advinda de uma moral social (educação da coletividade). (CARVALHO, 2004) 
É claro o papel da família como fonte inicial da educação e por ser a família o 
principal contato comum e diário com o indivíduo fica constatada a importância da família 
na educação e formação do indivíduo, neste sentido é caracterizado o papel da família 
como principal frente para desenvolver as habilidades, moral e caráter de uma pessoa 
que se insere em seu núcleo. 
Sobre o papel do estado, Carvalho (2004) assevera que, embora o estado 
desenvolva a pedagogia com maestria e primazia em seus ambientes escolares atuais, 
não é o estado o principal ativo na educação, sendo até a sociedade mais influente na 
vida do que os ambientes escolares e as técnicas pedagógicas puras. 
Ainda Conforme Carvalho (2004) a sociedade e questões familiares são 
amplamente observadas no interior dos espaços escolares. Em núcleos escolares é 
possível observar a interação humana e social, a formação de vínculos afetivos de 
amizade que são claras exposiçõesda educação social e familiar dentro do ambiente 
criado por parte do estado. 
É certo que o estado desenvolve ações pedagógicas estruturadas e calcadas 
em metodologias cientificas corroboradas por pedagogos e especialistas, entretanto tal 
quesito de qualidade é mais uma influência social e da família do que buscam por 
qualidade de vida e possibilidades de desenvolvimento as quais devem ser 
proporcionadas por parte do estado. 
Em síntese é clara a educação como um papel continuo do estado, da família 
em principal e de toda a sociedade, sendo impossibilitada a educação de qualidade e 
com as características necessárias para desenvolver um indivíduo sem que exista a 
participação de todos os entes referidos. 
 
5. AÇÕES DE AUXÍLIO EM UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA 
Linhas de ações entre família e escola são essenciais para firmar um apoio 
entre os dois principais pilares responsáveis pela educação de uma pessoa, assim 
garantindo os seus direitos de acesso à educação e podendo existir um auxilio mutuo 
entre a educação prestada por parte da escola e por parte da família. 
De antemão é necessário observar as barreiras que impedem a aproximação 
entre a família e a escola, existe em principal o entendimento de que os alunos 
desenvolvem todo o conhecimento curricular na escola e o conhecimento moral e social 
fica a cabo das famílias, entretanto tal afirmação não é totalmente correta. As famílias 
necessitam aplicar certos conhecimentos curriculares que podem influenciar a vida do 
aluno, bem como os alunos se inserem em uma comunidade que demonstra certas 
informações culturais e morais. (CAVALCANTE, 1998) 
Sobre as barreiras enfrentadas por parte da escola para incluir as famílias, 
Cavalcante (1998) expõe que existem várias razões que dificultam a colaboração de pais 
e escola em conjunto para a educação dos alunos, uma delas sendo a falta de tempo ou 
interesse dos pais; e ainda informando que: 
 
Uma das principais razões porque escolas e pais tão raramente colaboram uns 
com os outros é a falsa crença entre muitos educadores de que a escola é 
impotente para afetar de maneira positiva as famílias dos alunos. 
(CAVALCANTE, 1998, p. 2) 
 
Neste sentido uma das ações possíveis para desenvolver a parceria entre pais 
e escola é gerar o entendimento de crescimento mutuo ou formação continuada dos pais, 
podendo desenvolver práticas de estudo com a família e até iniciação cientifica do aluno 
com sua família. 
Já para Carvalho (2004) são necessárias instituir políticas de contribuição 
entre o ente educacional e a instituição familiar, assim desenvolvendo uma série de ações 
como a comunico recorrente, desenvolvimento de reuniões para troca de informações e 
até o desenvolvimento conjunto de projetos que possam beneficiar a qualidade de 
educação dos alunos. 
Assim um desenvolvimento de PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, 
que seja aplicado como obrigatoriedade desenvolvimento de reuniões e a criação de 
canais de comunicação entre a escola e a família, podem ser essenciais para auxiliar a 
escolar em desenvolver a aproximação entre pais e escola. 
Cavalcante (1998) expõe uma série de atividades que podem ser 
desenvolvidas como auxiliares para criar uma relação entre os pais e a escola; nas 
palavras do autor: 
 
a) programas educacionais direcionados aos pais de alunos; b) comunicação 
consistente com professores e outros profissionais da escola; c) envolvimento 
direto dos pais nas atividades escolares; d) envolvimento dos pais em atividades 
educativas desenvolvidas em casa; e) envolvimento dos pais nas decisões da 
escola. (CAVALCANTE, 1998, p. 5) 
 
Neste sentido existem três frentes diversas e distintas para que os pais e a 
escola estejam em conjunto. A primeira sendo os programas de educação que 
desenvolvem todo um sistema de ensino em conjunto com os pais de alunos. Em 
sequência a comunicação que é essencial para uma relação e sendo esta linha a principal 
para desenvolver uma educação realmente conectada entre pais e alunos. A terceira 
linha e a de maior efetividade é o envolvimento diretos dos pais na educação, através de 
gincanas e outras atividades conjuntas. 
Apesar de todo o possível benefício, Cavalcante (1998) faz ressalvas sobre 
estas referidas atividades desenvolvidas, é necessário que a escola atue diretamente e 
entenda os pais como colaboradores da escola. É necessário que a escola esteja em 
sintonia com os interesses da família, para que assim possa existir uma verdadeira 
colaboração. 
Os estudos de Fevorini e Lomônaco (2009) expõem a garantia de que uma 
atividade de integração entre a família e a escola demonstram uma série de benefícios, 
bem como existe a necessidade de a atividade realmente considerar a visão da família e 
seu interesse perante a atividade. 
Os benefícios conseguidos durante o desenvolvimento e resultados de uma 
atividade entre a escola e os pais é justamente o desenvolvimento do direito pleno do 
aluno a educação, conforme é referenciado na Constituição Federal de 1988 e ainda 
podendo evitar o desenvolvimento de problemas como a indisciplina. 
Existe ainda o benefício de crescimento para com os indivíduos da família, 
práticas de bem estar e diversas outras a depender da temática a ser desenvolvida 
durante as atividades de aproximação entre escola e família. 
Fevorini e Lomônaco (2009) ainda informam que, da conclusão de seus 
estudos, demonstra-se que cada sociedade, região, comunidade e família detém suas 
peculiaridades e as atividades em conjunto da escola com as famílias permite e contribui 
para que sejam entendidas estas peculiaridades possam ser desenvolvidas atividades 
melhores que agridem os pais e demonstrem noções de melhor qualidade de ensino. 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O estudo apresentou em como a construção da educação passou por 
processos complexos e foi influenciada fortemente por parte de revoluções e 
transformações sociais que levaram a educação como a um patamar de direito universal 
e direito de todos. 
A educação está grifada na constituição brasileira como um item de grande 
força, sendo dever do Estado e tendo como papel de todos o apoio nos processos de 
educação e formação do conhecimento das gerações futuras. Assim, a escola tendo a 
necessidade dar uma educação participativa e democrática que inclui a família, a 
sociedade e outros interessados. 
É essencial que a família e até a sociedade em geral estejam engajadas com 
a qualidade do ensino nos ambientes escolares e consequentemente sejam agentes 
participativos na escola. A participação dos pais na escola é essencial para que sejam 
evitados problemas como a má qualidade de ensino e sendo os pais os agentes coercivo 
e de controle para com os conteúdos abordados no ambiente escolar. 
É essencial que a escola desenvolva uma série de estudos e ações para 
aproximar os pais e a escola, para que seja possibilitada a garantia do direito fundamental 
a educação e bem como os trabalhos pedagógicos não tenham que esbarrar em 
problemas. 
Em um ambiente escolar diversas ações podem ser desenvolvidas por parte 
dos gestores da instituição ou até mesmo os professore, buscando um canal de 
comunicação ou atividades que possibilitem um contato entre escola e família; com isso 
é esperado que a qualidade do ensino aumente e que os alunos detenham uma vida 
plena em razão do desenvolvimento de sua habilidade essenciais. 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARANHA, Maria Lúcia De Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e 
Brasil. Moderna, São Paulo, 2012. 
 
BORTOLOTI, Karen Fernanda. História da educação / Karen Fernanda Bortoloti. Rio 
de Janeiro: SESES, 2015. 
 
BRASIL, CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. 
Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm último acesso em 10 
Jun. 2023 
 
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